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Aproximação Linear e Quadrática
Aproximação Linear e Quadrática
y − y0 = m (x − x0 )
y − C (100) = C´(100) (x − 100)
y = C (100) + C´(100) (x − 100)
(neste caso em particular, y = 990 + 0, 1 (x − 100) — nem vale a pena simplificar mais!)
d) Use a reta tangente para estimar C (99), C (101) e C (102)
Seja L (x) = 990 + 0, 1 (x − 100). Note que
y 1005
1000
995
990
985
980
60 80 100 120 140
x
C (x) e sua aproximação linear L (x) no ponto x = 100
1
Definition 2 A função L (x) é chamada de APROXIMAÇÃO LINEAR DE C (x) em x =
100 ou LINEARIZAÇÃO DE C (x) em x = 100. Em geral:
L (x) = 1 + x
Assim, L (0, 03) = 1, 03 ≈ e0,03 . Compare com o valor de e0,03 obtido num computador:
e0,03 = 1, 030454534
y 2.5 y 12
2.0 11
1.5 10
1.0 9
0.5 8
7
-1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
x x
√ 1
f (x) = ex e L (x) = 1 + x f (x) = x e L (x) = 10 + 20 (x − 100)
√
Exercise 5 Estime 100, 04.
√ 1 1
Solution 6 Seja f (x) = x. Então f´(x) = √
2 x
e portanto f (100) = 10 e f´(100) = 20 . Assim,
a linearização de f (x) em x = 100 é
1
L (x) = 10 + (x − 100)
20
0,04 √
Assim, L (100, 04) = 10 + 20 = 10, 002 ≈ 100, 04. De fato, o computador diz que
100, 04 = 10, 0019998
Nada mal!
2
1.2 Diferencial
Por uma questão de notação, é comum definir as variáveis
dx = x − x0
dy = L (x) − L (x0 )
∆y = f (x) − f (x0 )
dy = f´(x0 ) .dx
Exercise 7 Se o lado L de um quadrado é medido com um erro relativo de 5%, qual o erro relativo
em sua área A = L2 .
Solution 8 Note que não sabemos qual é o lado L do quadrado, e portanto não temos como calcular
dL. No entanto, uma aproximação via reta tangente nos dá:
dA = 2L.dL
Interprete isto! Isto nos dá a relação entre o erro no cálculo da Área e o erro na medição do
Lado, para ESTE lado desconhecido L, e mesmo assim tudo isto é apenas uma aproximação via
reta tangente! De qualquer forma, esta aproximação nos dá
dA 2LdL dL
= =2
A L2 L
Note que não sabemos dA nem dL, mas dL
L é exatamente o erro relativo (máximo) na medida do
lado, isto é, dL
L = 5%. Assim
dA
= 10%
A
é o erro relativo (máximo, aproximado) no cálculo da área.
Exercise 9 Você tem de produzir uma esfera metálica de um certo raio. Infelizmente, medir dire-
tamente o raio de uma esfera sólida é complicado (pense nisso). Medir o volume é mais simples:
você pode mergulhá-la num tanque cheio de água e medir o volume da água que transbordou, e daí
tirar o raio via
4
V = πR3
3
Pergunta-se: se o erro relativo no cálculo do volume é de 9%, qual é o erro relativo que você estima
para o cálculo do raio?
dV = 4πR2 .dR
3
Portanto
dV 4πR2 dR
= 4 3 dR = 3
V 3 πR
R
Isto é, se dV
V = 9%, tem-se
dR
= 3%
R
1
Então não só é mais fácil calcular o raio assim, mas o erro relativo é 3 do erro relativo no cálculo
do volume!
L (x0 ) = f (x0 )
L´(x0 ) = f´(x0 )
Perguntamos: seria possível fazer com que L (x) também ”concordasse” com a segunda derivada
de f (x) no ponto x0 (isto é, fazer com que L (x) ”curve” também como f )? É fácil ver que isto
não é possível usando uma aproximação linear do tipo L (x) = Ax + B, pois então L´(x) = 0...
Mas e se usássemos uma quadrática?
PERGUNTA: Dada uma função f (x) e um ponto a, poderíamos encontrar uma
função quadrática
p2 (x) = Ax2 + Bx + C
tal que
p2 (a) = f (a)
p2´(a) = f´(a)
p2´(a) = f´´(a)
Aa2 + Ba + C = f (a)
2Aa + B = f´(a)
2A = f´´(a)
Hmmmm... lembre que as incógnitas aqui são A, B e C! Podemos achar A da última equação,
substituir na de cima, achar B, substituir de novo, achar C. Não vamos fazer estas contas, mas
acho que está claro que a resposta é SIM.
Fizemos as contas para você, completamos quadrados, rearrumamos tudo... O polinômio ficou
assim
f´´(a)
p2 (x) = f (a) + f´(a) (x − a) + (x − a)2
2
4
Este é o chamado polinômio de Taylor de grau 2 de f (x) no ponto a. Tente convencer-se a
partir desta fórmula de que as primeira e segunda derivadas de p2 no ponto a são iguais às de f de
fato. Viu?
y 2.5
2.0
1.5
1.0
0.5
-1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
x
f (x) = ex , L (x) = 1 + x e p2 (x) (tracejado)
pn (a) = f (a)
pn´(a) = f´(a)
pn´(a) = f´´(a)
...
p(n)
n (a) = f (n) (a)
(convença-se disto olhando a fórmula acima). Ele é chamado polinômio de Taylor de f de grau
n em x = a.
5
Example 12 Seja f (x) = ex e tome a = 0. Como f (n) (0) = e0 = 1 para todo n, o polinômio de
Taylor de grau n será
x2 x3 xn
pn (x) = 1 + x + + + ... +
2! 3! n!
0,03
Usando ordem 3, já temos 7 casas decimais corretas para e :
0, 0009 0, 000027
T3 (0, 03) = 1 + 0, 03 + + = 1, 0304545
2 6
Proposition 13 Seja f (x) uam função cujas n + 1 primeiras derivadas são contínuas em volta de
x = a e pn (x) o seu polinômio de Taylor. Então
Proof. Basta notar que todos os limites abaixo podem ser obtidos usando L´Hôspital (pois
todos tão indeterminações do tipo 0/0)
(n)
f (n) (x) − pn (x) f (n+1) (x) − p(n+1) (x)
... = lim = lim
x→a (n + 1)! (x − a) x→a (n + 1)!
No entanto, p(n+1) = 0 (pois p é um polinômio de grau n), obtendo o resultado indicado. O outro
limite agora sai fazendo
Este resultado indica que, em geral, quanto mais termos colocarmos no polinômio de Taylor
melhor será a aproximação (pelo menos perto de x = a)... mas aí o polinômio de Taylor pode ficar
tão complicado que talvez seja melhor calcular a função f diretamente (com auxílio de calculadora,
talvez)!
Por outro lado... Pense bem: como é que a sua calculadora calcula e0,03 ??? Pense.... Como?
Digo a você: sua calculadora usa um polinômio de Taylor (com muitos termos, suficientes para
conseguir a precisão de 8 ou 10 casas decimais de sua calculadora)!!!! Afinal, calculadoras e com-
putadores só sabem originalmente multiplicar e somar — que são as operações que você vê num
polinômio!
Pense.... Como a calculadora faz sin (1, 23)? Desenha uma figurinha com 1, 23 radianos no
ângulo medidos com um bom transferidor e calcula o seno no círculo trigonométrico?? Não! Sua
calculadora usa um polinômio de Taylor para o seno (o veremos em breve), com muitos termos,
suficientes para a precisão desejada!!!
Legal, né?