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Joel Saraiva Ferreira1, Sandra Helena Correia Diettrich2, Danielly Amado Pedro3
ABSTRACT The study aimed to investigate the influence of physical activity on the quality of life
of participants and not participants of a Physical Activity Program attended in the Family Health
Basic Units, in the municipality of Campo Grande-MS. The population was composed of 90 indivi-
duals over 40 years, of both sexes, who replied to the questionnaire SF-36. Results showed statisti-
cally significant differences between groups, with better values for the physical activity practitioner
population. It was possible to conclude that such practice can contribute to the improvement of the
quality of life in health promotion programs, such as the Family Health Strategy.
1 UniversidadeFederal
de Mato Grosso do Sul
(UFMS) – Campo Grande
(MS), Brasil.
falecomjoel@hotmail.com
2 UniversidadeFederal
de Mato Grosso do Sul
(UFMS) – Campo Grande
(MS), Brasil.
shcd1@hotmail.com
3 UniversidadeFederal
de Mato Grosso do
Sul (UFMS) – Campo
Grande (MS), Brasil.
daniellyamado@gmail.com
SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 39, N. 106, P. 792-801, JUL-SET 2015 DOI: 10.1590/0103-1104201510600030019
Influência da prática de atividade física sobre a qualidade de vida de usuários do SUS 793
Tabela 1. Caracterização dos grupos PPEF e NPPEF, realizados em Unidades Básicas de Saúde da Família de Campo Grande
(MS), conforme sexo e faixa etária (n=90)
Tabela 2. Distribuição dos escores de cada domínio avaliado com o questionário SF-36, entre os indivíduos dos grupos PPEF e NPPEF, aplicado em
Unidades Básicas de Saúde da Família de Campo Grande (MS) (n=90)
Tabela 3. Distribuição dos escores de cada domínio avaliado com o questionário SF-36, comparando os indivíduos dos
grupos PPEF e NPPEF, aplicado em Unidades Básicas de Saúde da Família de Campo Grande (MS) (n=90)
seu transporte, com grupo de mulheres com para o aumento dos níveis de atividade
sobrepeso, grupo de adultos em reabilitação física e de lazer.
cardiovascular, cardiopatas, entre outros.
A participação em programas comunitá-
rios de atividade física, especificamente para Considerações finais
usuários do SUS, pode, conforme Putzel et
al. (2011), melhorar, entre outros aspectos, A descrição dos elementos que influenciam
sua qualidade de vida. Em sua pesquisa, os a qualidade de vida da população atendida
autores supracitados identificaram que os em unidades de saúde vinculadas ao SUS
sujeitos investigados perceberam melhoria é importante para a tomada de decisão dos
na condição física, na socialização, na reali- gestores, uma vez que subsidiam tecnica-
zação das Atividades de Vida Diária (AVD), mente esses profissionais, para a definição
diminuição do estresse, provocando perda de ampliação, manutenção ou redução de
de peso e melhoria da qualidade de vida. investimentos em determinadas áreas de
A relação complexa entre saúde e seus intervenção. No caso do presente estudo, há
determinantes, no Brasil, impõe o desafio de evidências de que o investimento no ofere-
encontrar mecanismos para o enfrentamento cimento de programas de atividade física
das Doenças e Agravos Não Transmissíveis no SUS pode melhorar as condições de vida
(Dant). No Brasil, as Dant e as causas externas da população que busca atendimento na
foram as principais causas de morte em 2009, atenção primária.
correspondendo a 85,0% do total de óbitos. Na realização desta pesquisa, verificou-
Nesse cenário, o Ministério da Saúde propõe, -se que as UBSF podem tornar-se locais
juntamente com outras instituições, o Plano privilegiados para a promoção da saúde e
de Ações Estratégicas para o enfrentamento da qualidade de vida de seus usuários, pro-
das Dant no Brasil (2011-2012), no qual aborda porcionando a esses o acesso a programas
quatro fatores de risco modificáveis, entre de atividade física. Considera-se, também,
eles, a inatividade física (BRASIL, 2012). Tal pro- a possibilidade de estruturação desses pro-
posta converge com a implantação e o apoio gramas no espaço das UBSF, em perspectiva
aos programas de atividade física vinculados mais ampla, onde, além da atividade física
às políticas públicas (BRASIL, 2007), como a apro- em si, esses possam ser acompanhados de
vação da Política Nacional de Promoção da ações de aconselhamento, intersetorialida-
Saúde, de 2006. de, monitoramento e avaliação, conforme
As propostas supracitadas induzem à previsto nas Políticas Públicas de Promoção
criação de programas comunitários de ati- à Saúde, na medida em que é previsto que as
vidade física em unidades de saúde, com ações desenvolvidas em tal espaço devem ser
supervisão profissional, que permitem ao subsidiadas por essa perspectiva teórica.
usuário a modificação do estilo de vida de Considera-se que estudos envolvendo essa
sedentário para ativo, o que, de acordo com temática, com a especificidade da popula-
Kokubun et al. (2007), deve ocorrer por meio ção investigada, devam ser replicados, pois,
do acesso a programas de atividade física de de acordo com a revisão de literatura deste
qualidade. Tais programas, na perspectiva estudo, constatou-se que pesquisas envolven-
de Simões et al. (2009), são benéficos para a do atividade física e qualidade de vida nessa
adoção do estilo de vida ativo e contribuem população ainda são bastante escassas. s
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