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TÍTULO DO ACORDO Tratado de Comércio e Navegação entre a República dos Estados Unidos do Brasil e a

República Oriental do Uruguai


DATA DA CELEBRAÇÃO 27/05/1949
STATUS DA Vigente/ Em Vigor
TRAMITAÇÃO
ASSUNTO: Comércio
PAÍSES ENVOLVIDOS Brasil e Uruguai
RESUMO DO ACORDO Busca incrementar as trocas comerciais entre os dois países, bem como estreitar os
vínculos de amizade e boa vizinhança. Para tanto, o Tratado visa à promoção e ao
estabelecimento de condições fiscais, de comércio e de transporte mais vantajosas
entre as partes acordantes, ou ao menos iguais às praticadas com os outros países, de
modo que ambos os países em questão e seus nacionais não sofram prejuízos e
desvantagens com as trocas promovidas com as relações econômicas entre as partes.
O Tratado foi celebrado na cidade do Rio de Janeiro, em 27 de maio de 1949, tendo
sido posteriormente retificado pelo Brasil, por meio de Carta, em 29 de setembro de
1955. Em 28 de dezembro de 1956 foi realizada, em Montevidéu, a troca dos
respectivos Instrumentos de ratificação. Por fim, foi promulgado por meio do decreto
de nº 41.000, assinado pelo presidente Juscelino Kubitschek, que determinou a
execução e cumprimento do Tratado em sua integralidade, no dia 22 de fevereiro de
1957, na cidade do Rio de Janeiro. Foi publicado no Diário Oficial da União em 21 de
março de 1957, sob o nº66.
Em seus 23 artigos, entre outras medidas, o Tratado estipula: a concessão pelas partes
dos mesmos direitos e liberdades relacionados ao desempenho de negócios e
profissões, dados aos nacionais de outros países em seus territórios, aos nacionais
brasileiros e uruguaios; a concessão reciproca do tratamento incondicional e limitado
da nação mais favorecida em tudo o que se refere aos direitos, impostos de alfândega,
taxas e a todos os direitos acessórios, ao modo de percepção dos direitos, assim como
para as regras, formalidades e encargos a que possam estar sujeitas as operações de
despacho aduaneiro; que produtos exportados e importados entre as partes não
estejam sujeitos a direitos, impostos, taxas e encargos diferentes ou mais elevados,
nem a regras e formalidades diferentes ou mais onerosas que aquelas a que estão ou
venham a ficar sujeitos, no futuro, os produtos de igual classe originários de um
qualquer terceiro país; que Todas as vantagens, favores, privilégios e imunidades já
concedidas ou que venham a ser concedidas no futuro por uma das Partes aos
produtos naturais ou fabricados originários de qualquer outro país, serão aplicados
imediatamente e sem compensação aos produtos de igual classe originários da outra
Alta Parte Contratante ou destinados ao território desta Parte; que com exceção de
matérias de 1) segurança pública 2) tráfico de armas, munições e material de guerra
3)motivo morais e humanitários 4) de proteção da saúde pública, bem como à de
animais e vegetais contra enfermidades, insetos ou parasitas nocivos 5) da defesa do
patrimônio nacional artístico, histórico ou arqueológico 6) da saída do ouro e da prata,
em moeda ou espécie e 7) de algumas medidas fiscais ou de polícia, as partes se
comprometem a não estabelecer nem aumentar quaisquer direitos, taxas ou impostos,
nem a criar novas proibições ou restrições à importação ou à exportação de qualquer
mercadoria ou produto de uma para outra, ou qualquer medida de regulamentação
consular ou sanitária, que tenha por efeito criar entraves ao intercâmbio comercial
entre os dois países, a menos que tais proibições ou restrições sejam também aplicadas
às mercadorias ou produtos de qualquer outro país que se encontrem nas mesmas
condições.
a facilitação das viagens de turismo; o direito de as partes fazerem passar locomotivas e
vagões, carregados ou vazios, do território de um país para o do outro, por todos os
pontos de entroncamento das linhas ferroviárias atuais e futuras; a igualdade de
tratamento para os navios mercantes das duas bandeiras, nas águas marítimas e
fluviais das respectivas soberanias e autoridades, quaisquer que sejam os portos de
procedência e de destino; que o Uruguai mantenha suspenso o imposto anual de
ausentismo, e que Brasil isente do imposto de renda as companhias de navegação
uruguaias, desde que haja reciprocidade. Estipula no caso de desacordos entre as
partes em algumas matérias, a criação de comissões técnicas, que ficam encarregadas
de submeter recomendações aos governos; determinou também a criação de duas
Comissões Mistas, uma em Montevidéu e outra no Rio de Janeiro, cujo papel seria
estudar de forma contínua formas de aumentar o volume do comércio existente entre
as duas partes, bem como manter seu equilíbrio.

REPRESENTANTE Cyro de Freitas Valle


BRASILEIRO QUE
ASSINOU O ACORDO
RESUMO DA BIOGRAFIA Cyro de Freitas Valle foi um advogado e diplomata brasileiro. Nasceu em São Paulo, no
DO REPRESENTANTE dia 16 de agosto de 1896, e faleceu no dia 7 de novembro de 1869, no Rio de Janeiro.
BRASILEIRO Ocupou diversos postos ao longo de quarenta anos de carreira diplomática. Começou
como encarregado de negócios em 1918, em Buenos Aires - posição que também
desempenhou em Washington. Posteriormente foi promovido a E.E.M.P, em 1936 -
cargo que ocupou em La Paz, Havana e Bucareste. Por fim, foi promovido a
embaixador, em 1939. Desempenhou tal função em Berlim, Ottawa, Buenos Aires e
Santiago. Ao todo, esteve à frente de postos por quase 14 anos. Foi também, por duas
ocasiões, Ministro Interino das Relações Exteriores. Em 1939, durante o governo de
Getúlio Vargas, e em 1949, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra. Ocupou
também, entre 1955 e 1960, o cargo de embaixador na ONU.
REPRESENTANTE Giordano B. Eccher
ESTRANGEIRO QUE
ASSINOU O ACORDO
RESUMO DA BIOGRAFIA À época da assinatura do Tratado de Comércio e Navegação em questão, em 1949,
DO REPRESENTANTE Giordano B. Eccher desempenhava a função de Embaixador do Uruguai, no Rio de
ESTRANGEIRO Janeiro. Ocupou também outros cargos públicos do governo Uruguaio, como o de
Ministro do Interior. Faleceu em 02 de agosto de 1989
COMO O ACORDO ESTÁ O Tratado em questão foi celebrado em 1949, durante o governo Dutra, inserido,
VINCULADO A portanto, no contexto da Guerra Fria. A Política Externa do governo Dutra ficou
ESTRATÉGIA DE marcada pelo forte anticomunismo do governo, que levou ao rompimento de relações
POLÍTICA EXTERNA DO com a União Soviética e a um alinhamento quase total aos Estados Unidos. Era,
PERÍODO DE SUA portanto, uma Política Externa marcadamente ideológica, que beneficiava as relações
ASSINATURA com os países considerados democracias. Em outras palavras, os países capitalistas
ocidentais. Atenção especial foi dada à relação com os países das Américas. A
estratégia do período era de dar prioridade às relações de amizade e cooperação com
os países do continente. Dentro e fora do âmbito da recém-criada OEA. Os acordos
comerciais celebrados no período, como o Tratado de Comércio e Navegação de 1949,
estavam inseridos em uma nova ordem econômica mundial, dominada pelos Estados
Unidos, e construída à época com acordos e instituições financeiras criados a partir da
conferência de Bretton Woods. Além de Bretton Woods, também influenciaram o
contexto em que se deu a Política Externa de Dutra as conferências de Dumbarton
Oaks, de 1944, e Chapultepec - realizada no México, em 1945 - que entre coisas
afirmou a assistência mútua americana e o investimento estrangeiro privado. O acordo
em questão insere-se, portanto, na estratégia do período que privilegiava as relações
políticas e econômicas com os países da região.

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