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Dentro do útero da mãe o bebê já vem vivenciando diferentes


experiências que o acompanharão durante seu desenvolvimento.
Sensações, descobertas marcantes, tudo é compartilhado. O feto
de 2 meses já percebe o humor da mãe devido aos hormônios que
chegam pelo cordão umbilical. Depois do quarto mês, o feto já
reage aos sons e ao toque e começa a criar o vínculo afetivo com a
mãe. Células nervosas já estão formadas e transmitem impulsos
nervosos produzidos pelo tato e audição. Nos últimos 3 meses de
gestação o bebê já percebe muito do que ocorre ao seu redor,
sensações, toques, som, etc.
O nascimento é a primeira experiência de separação entre mãe e
bebê, por isso é importante que seja vivenciado da maneira mais
tranquila possível, onde mãe e bebê precisam ser respeitados  em
suas condições físicas e emocionais.
Atenção aos ritmos do bebê, para que o meio não lhe pareça
agressivo. 
0 a 2 anos se dá segundo Piaget, período sensório motor  (prático).
O que é isso? É onde a criança aprende que suas ações estão
relacionadas as modificações do ambiente. (manipulação pela
ação).
Vou dividir um pouco por meses para explorar melhor o tema:
0 a 3 meses:
Fome e sede são necessidades vitais e por isso precisam ser
atendidas.
Amamentação é o ponto central da maternagem, é o que vai ajudar
na organização afetiva da criança.
A relação mãe bebê torna-se cada vez mais fundamental e
inestimável (mais importante a qualidade do que a quantidade). 
A mãe precisa estar realmente disponível ao seu bebê, isso é o que
vai passar para a criança que está se desenvolvendo noções sobre
o alimento e alimentar-se, abrigo e segurança, amor e confiança. 
Nesta fase a criança é um ser indefeso com tendência a um
desenvolvimento saudável e cabe a mãe "sustentar" este
desenvolvimento, ou seja suprir as necessidades físicas e
emocionais deste bebê. Para que isto ocorra da maneira adequada
é importante que a mãe identifique-se com a necessidade do filho,
reconhecendo o que ele precisa. Desde a forma como a mãe acolhe
e segura seu bebê, até a proteção e atendimento as suas
necessidades fisiológicas e emocionais.
Esse período que antecede o primeiro ano de vida da criança fala
sobre o quanto esta se sente segura e protegida para que possa se
desenvolver de maneira livre segura e saudável.

A partir de 1 ano
 O bebê passa a ter consciência de si, dos seus sentimentos e dos
outros. Segundo Piaget, é onde "nasce” a inteligência já que o bebê
passa a perceber tudo e interage com o meio. Objetos, pessoas,
situações geram comportamentos e desta forma o bebê vai buscar
satisfazer suas curiosidades e vontades manipulando o meio.
É onde se inicia a fase oral:  prazer e é identificado pela boca!

 2 anos:
Inicio da fase anal,  aparecem as tentativas de Controle e
Dominação. O prazer é sentido no estômago, intestino, mucosa
ano-reto-sigmoideana, controle em segurar e expulsar. As fezes são
parte da criança, que ela busca controlar, assim controlando o
ambiente e a reação das pessoas.
Fase ideal para deixar as fraldas!!!
Inicio da busca pela autonomia, que deve ser estimulada! Com o
andar seguro e comunicação mais clara ela está pronta para novas
descobertas e desafios!
EGOCENTRISMO presente, a criança sente-se o centro das
atenções do seu mundo, superpoderosa!
Também nesta fase inicia-se a compreensão dos limites, e neste
sentido quanto mais clareza melhor, porém de uma forma breve. É
bastante comum que birras e raiva apareçam também!!!
Famosa, Adolescência da Infância, ou Terríveis 2 anos, justamente
por este conflito interno de Autonomia X Limites! Oferecer poucas
opções, limites claros e traduzir os sentimentos da criança podem
ajudar muito! Paciência e acolhimento também!
  dos 2 aos 3 anos: 
A criança está cada vez mais preparada para socialização, é
curiosa, o mundo ao seu redor à encanta e ela continua muito
observadora. Sua linguagem evolui rapidamente e seu pensamento
"fantástico" a faz acreditar em contos de fadas, super-heróis, lendas
e "viajar" junto com personagens imaginários.
Seu domínio motor permite que faça algumas atividades sozinha,
como ir ao banheiro, escovar os dentes, tomar banho, comer, etc.
Sempre em busca de novas conquistas a criança deve ter estímulos
motores em suas brincadeiras e atividades imaginativas podem ser
interessantes.
Apresenta dificuldade em situar-se no tempo (fica angustiada
quando perde a referência interna: horário dos pais chegarem,
horários que costuma se alimentar...)
Próximo dos 3 anos a criança começa a estar pronta para interagir
com outras crianças de forma lúdica e saudável. Antes disso as
explorações do próprio corpo e do mundo ao seu redor são mais
interessantes.
Fato interessante: nesta idade, outras crianças são vistas como
"objetos para brincar", e passam a ser percebidas somente quando
tomam o brinquedo da protagonista. Embora brinquem juntas,
inicialmente cada criança brinca sozinha.
 dos 3 aos 4 anos:
 Através das brincadeiras começam as diferenciações Masculino X
Feminino.Descoberta dos órgãos genitais ( prazer na zona genital)
e curiosidades são comuns nesta fase (é o momento onde a criança
passa a observar mais o corpo do adulto, as diferenças, surgem
perguntas a respeito disto). Exploração e manipulação causam
prazer e devem ser respeitadas.
É a partir dessa idade que começam a surgir os primeiros amigos e
colegas verdadeiros. Geralmente possuem a mesma idade, sexo,
interesses, moram perto, são filhos de pais amigos ou estão na
mesma classe pré-escolar. Quando juntas, as crianças estão felizes
e não se separam; quando distantes, sentem falta da companhia da
outra. Também é interessante perceber como as crianças mudam
rapidamente de estado de humor. Uma hora "estão de mal" com o
amiguinho, no minuto seguinte brincam juntos novamente. Um
adulto responsável por perto observando, sem interferência, auxilia
para que estas tentem lidar sozinhas com a questão. Se não derem
conta, poderão pedir ajuda.
dos 4 aos 5 anos:
Início do chamado Complexo de Édipo: sentimentos de rivalidade e
desejo em relação aos pais, busca por identificação com o genitor
do mesmo sexto e desistência e afastamento do amor do genitor do
sexo oposto, são fatos marcantes e experiências importantes que
só terão resolução na adolescência no exercício de escolha do (a)
parceiro (a).
Em relação ao desenvolvimento psicológico, pode-se dizer que a
IMAGINAÇÃO flui continuamente, surgem muitas dúvidas e as
perguntas, "como?" e "porque?" são frequentes. Tudo interessa,
tudo é questionado. A criança continua muito observadora, mas
mostra-se muito inquieta, normalmente é uma fase de "agitação".
Entende mas não interioriza as regras e por isso tem dificuldade em
aceitá-las. Os pais precisam ter paciência para repetir "regras",
"comandos" e "limites" muitas vezes.
Egocentrismo continua, tem necessidade de mostrar as conquistas
e procura chamar atenção para si.
Críticas não são bem vindas, normalmente a criança reage mal a
estas. Bastante comum nesta fase surgirem diagnósticos de
hiperatividade, déficit de atenção, dificuldade de concentração, uma
vez que a energia da criança está muito voltada a expansividade
motora, interna e externa. INQUIETAÇÃO.

 A criança ainda não tem a capacidade de organizar-se


internamente antes de se expressar, age e fala espontaneamente
(sem pensar).
Fazem muitas perguntas que parecem não ter sentido e muitas
vezes são evasivas em suas respostas, parecendo cansativa e
desinteressada em relação ao outro.
MEDO é uma queixa frequente, uma vez que está buscando
elaborar conexões de seu mundo interno e externo.
Na escola é comum perder o foco na atividade proposta uma vez
que achar algo mais interessante.
Elabora o conceito de 1, 2 e muitos. Entende uma frase, um
comando, uma proposta mas não tem capacidade de analisar as
palavras (capta a ideia, e reproduz conforme entendeu).
Jogos ao ar livre, corridas, ritmo, música, movimento são
preferências desta fase.
Habilidade para trabalhos manuais parece desinteressante e tem
ímpeto de destruir ou derrubar coisas que construiu. Desenhar e
pintar sem muitos limites pode ser divertido, com limites já pode
soar cansativo.
Normalmente demonstra interesse por jogos mais complexos, mas
não gosta de perder.
Muito importante o "modelo”dos pais, pois é uma fase de muita
observação e pouca compreensão e interesse no diálogo.
Dica: Ficar na altura da criança quando fala com ela, motivar seu
interesse e falar claramente o que espera dela é fundamental!
Experimente perguntar logo após a fala se ela entendeu e peça
para que repita do jeito entendido, isso costuma ajudar muito na
comunicação.
Motive a criança, ajude-a a observar o mundo ao seu redor, a
natureza, o clima, as mudanças de estação, os dias da semana, as
fases da lua, tudo isso somará em seu conhecimento.
Para os pais: Paciência, bom humor, dar o exemplo (mais que
palavras) e ajudar a criança a entender seus sentimentos
traduzindo o que for percebido!

  
dos 5 aos 6 anos:
Começa a mostrar interesse e entendimento pela rotina familiar.
Seus pensamentos já permitem que ela entenda e procure pensar
antes de falar. Gosta de assumir responsabilidades e adota uma
postura mais séria, responsável e independente.
Muito observadora, procura "modelos" e imita com frequência.

Gosta de fazer as coisas do seu jeito, mas interessa-se em agradar


o adulto e fazer as coisas de acordo com o esperado.
A fase de fantasia e histórias fantásticas continua, porém começa a
entender o que é real e o que é imaginário.
Contar os sonhos pode ser comum e mostra-se interessada por
eles, a fala durante o sono também é comum.
Entende melhor o conceito de obediência, mas nem sempre
obedece.
Realista, Imediatista. Procura imitar o comportamento dos adultos,
para sua socialização uma imitação/identificação adequada ajuda
neste processo.
No que diz respeito a escola, já mantém concentração mais estável
durante as aulas, usando sua concentração e imaginação para
pintar, desenhar, criar... Gosta de mostrar aos adultos seus feitos, e
estes devem ser devidamente elogiados.
Consegue desenvolver mais atividades sem tanta necessidade de
auxílio.
Normalmente não se mostra comunicativa sobre os detalhes de sua
vida escolar.
Realiza tranquilamente atividades simples desde que bem
explicadas. Importante oferecer os materiais necessários e deixar
que trabalhe sozinha, treinando assim sua autonomia e
independência.
Leitura, escrita, números e jogos fazem parte de seu foco de
interesse.
Inicio de uma cooperação coletiva.
Este é o momento de incluir a criança no que diz respeito às suas
responsabilidades, pequenas ajudas em casa podem ser um bom
início para a compreensão da colaboração e da vida em família.
Estimular sempre o bom humor e a conversa sobre qualquer
assunto sendo sincero e explicativo nas respostas. Bom momento
para iniciação musical pois normalmente demonstram interesse por
ritmos e música.
Neste momento a figura materna de aprovação, acolhimento e
carinho é fundamental, o centro de seu universo. A imagem da mãe
ajudará muito em sua formação e educação.
Fique atento as características individuais da criança para que os
estímulos oferecidos sejam os mais adequados possíveis para o
desenvolvimento de suas aptidões, habilidades, potencialidades.
Estimule atividades esportivas de interesse da criança. 
Ensine a concentração, estimulando que esta mantenha-se atenta a
determinada atividade por um certo período de tempo, sem
distrações. Ler histórias para criança é um excelente exercício tanto
cognitivo como emocional.
Apoie, oriente, respeite, elogie, participe... a criança que se sente
segura e tem modelos sólidos saberá enfrentar dificuldades com
mais tranquilidade futuramente.

dos 6 aos 7 anos:


Idade escolar! Um novo mundo ao alcance da criança, o MUNDO
DAS LETRAS, com a capacidade da leitura tudo passa a ter um
novo sentido.
Início da fase do Pensamento Operacional Concreto (segundo
Piaget), onde classificar, contar, manusear, seriar, fazer
sequências, jogos de adivinhação, trabalhar hipóteses, parlendas e
piadas são muito importantes e despertam a curiosidade e o
interesse da criança em atividades.
A motricidade já deve estar firme em todos os sentidos e estando
segura a criança diverte-se em jogos, brincadeiras, desenhos,
tintas, texturas, recortes... Dança e atividades esportivas do
interesse da criança facilitam o desenvolvimento psicomotor.
Jogos de memória despertam interesse, assim como letras e
palavras, a integração e coordenação visio-motora são atividades
complexas e necessárias.
Entende regras mas tenta desafiá-las, muito notório no campo de
jogos e brincadeiras, demonstra dificuldade em perder porém aceita
a culpa com mais facilidade e desejando aprovação e aceitação
sabe desculpar-se quando entende a necessidade. 
O interesse pela sexualidade adormece e a criança se mostra
pronta para aprender de uma forma mais intelectualizada a
socialização.
Nesta fase o diálogo e as explicações devem ser mais consistentes.
A criança continua muito criativa, questionadora, compreende
noção de tempo e espaço, e busca uma independência física,
psicológica e ideológica, construindo suas verdades e buscando
confrontá-las. Adapta o pensamento mágico a realidade (começa a
questionar figuras como Papai Noel, Coelho da Páscoa, Fada do
Dente, etc.)
Os adultos passam a ser menos necessários, aparecem mudanças
de comportamento e personalidade devido a novas influências (bom
momento para abrir fronteiras familiares).
A competição, atividades em grupo, compreensão de rotina, limites,
regras (rígidas e flexíveis) organizam o mundo interno da criança.
Ainda mostra-se Egocêntrica em muitos momentos porém mais
flexível. Muitas vezes pode mostrar-se dominadora, obstinada,
desafiadora e até agressiva quando contrariada.
Decidir pode ser difícil, gosta de ter muitas coisas, muitos interesses
mas ainda não faz sentido "cuidar" das mesmas. Mostra desejo e
interesse por brinquedos de outros colegas o que muitas vezes é
motivo de brigas.
Começa a fazer sentido seu mundo familiar e seu mundo escolar e
busca a adaptação dos mesmos.
Passa a conhecer suas características, personalidade, aproxima-se
de iguais ou colegas interessantes, construindo sua autoestima e
autoimagem.
Agitação, irritabilidade, são comuns, devem ser entendidas e ter um
canal para extravasar como um esporte ou atividade lúdica.
Tem interesse por histórias exageradas.
Deseja ser importante, destaque, querida, chamar a atenção. Neste
sentido os pais podem estimular muito o que julgam bom
comportamento, pois as crianças passam a ter uma noção mais real
de bom e mau e preocupam-se com o julgamento dos pais.
Normalmente dominante ao que julga ser seu e tem pouca
tolerância as críticas.
Procura agradar o(a) professor (a), este vínculo é muito importante
pelo interesse na escola e suas atividades.
Associar atividades usuais, experiências diárias ao aprendizado na
escola favorece o interesse pelo estudo.

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