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5. Referências bibliográficas
1– Um panorama na governabilidade da educação
Os parágrafos que se seguem discutem um conjunto de idéias e reflexões a fim de servir como
roteiro para exposição, troca de experiência e debates nos encontros e avaliação presencial. Servirá
também para roteiro de atividade de auto-estudo no processo de (auto) aprendizagem, que deve ser
complementado com estudos em outras fontes.
Discutiremos, a seguir, as transformações ocorridas na governabilidade da educação, a partir da
evolução dos mecanismos legais do Estado e seus reflexos na educação.
A história da educação no Brasil teve um momento importante a partir da década de 30, quando
houve a consolidação de um sistema público de educação elementar no país. Nesse período houve
grandes transformações na sociedade brasileira, em razão do processo de industrialização e concentra-
ção populacional em centros urbanos. A oferta de ensino básico gratuito estendia-se consideravelmente,
acolhendo setores sociais cada vez mais diversos. Naquela época, o governo federal definiu diretrizes
educacionais para todo o país, determinando as responsabilidades dos estados e municípios, contribuin-
do assim para a ampliação da educação elementar. (RIBEIRO, 1997)
Foi na Constituição de 1934 que surgiu a competência da União para a elaboração das Diretrizes da
Educação Nacional, ou seja, a organização da educação em âmbito nacional. Desta forma, surgiram as
primeiras ações de governabilidade da educação no país.
A Constituição de 1934, no entanto, não permitiu que a União traçasse uma Lei de Diretrizes da
Educação Nacional, porém deu a possibilidade de formulação de um Plano Nacional que visava à imple-
mentação de um Sistema Nacional de Educação, fato que não ocorreu por razões políticas da época.
A Constituição do Estado Novo, em 1937, apesar de não definir o termo “diretrizes e bases”, si-
nalizou que a União deveria fixar as bases e determinar os quadros da educação, traçando as diretrizes
desta em âmbito nacional. Assim foram organizados e ensino secundário, industrial, comercial, normal,
agrícola, e outros, a partir da promulgação de decretos-lei no período de 1942 a 1946.
A Constituição de 1946 apresentou pela primeira vez a expressão “diretrizes e bases”, associada à
questão da educação nacional. Naquela época discutia-se que a sociedade civil deveria assumir a escola,
e que fosse privatizada, deixando de ser financiada pelo Estado que, desta forma, não poderia fiscalizá-
la. Outras correntes combatiam a privatização, defendendo a democratização e a universalização da
escola. (CARVALHO, 2008)
O marco da educação deu-se com a Lei Federal 4.024/1961, que fixou pela primeira vez no país as
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que vinham sendo discutidas desde 1948, e já sinalizava uma
tendência descentralizadora da educação.
Em 1964, deu-se início de alguns projetos de alfabetização de adultos e outros movimentos. O
governo, por meio da Lei Federal 4.464/65, regulamentou a organização de órgãos de representação
estudantil, e estabeleceu acordos com a USAID (agência internacional de desenvolvimento dos EUA), que
fazia assistência técnica e cooperação financeira, gerando o acordo MEC-USAID. Através deste acordo, as
reformas no Ensino Superior acabaram incorporando as tendências modernizadoras da economia.
A idéia de escola única surgida na Lei Federal 5692/71, com a justificativa de profissionalização uni-
versal do ensino de 2º grau, alterando o ensino primário, antes organizado em: 1º ao 4º ano primário
e 1ª a 4ª série ginasial, se unifica no chamado 1º grau de 1ª a 8ª série; o 2º grau se profissionaliza e o
currículo é reorganizado.
A Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, estabeleceu as diretrizes e bases da educação
nacional (LDB) e regulou a competência da União e Estados a baixar normas próprias sobre educação
ou ensino. Segundo a Lei que regula a educação em todo o país atualmente, os municípios não têm a
competência para legislar em matéria de educação. Sem autonomia, os municípios estarão impedidos de
instituir sistemas próprios, isto é, municipais, de educação ou de ensino.
Segundo estudos feitos por Cury (1992), Pino (1995), Demo (1997) e Saviani (1997), apud Car-
valho (2008), a principal medida política educacional decorrente da LDB é o plano Nacional de Educação,
de caráter global, operacional e que implica na definição de ações no prazo de dez anos, em razão de
demandas sociais e econômicas internas crescentes e para a inserção do país no mundo globalizado.
Todo esse esforço do Estado, a partir da implementação de ações na educação, revela que ainda são
necessários grandes avanços na educação, para que o país atinja as metas previstas na Década Inter-
nacional da Educação para o Desenvolvimento Sustentável para o período 2005-2014. Tais metas foram
aprovadas em dezembro de 2002, durante sua 57ª Sessão do Fórum Global para o Desenvolvimento
Sustentável, realizado em Joanesburgo, promovido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura). Seu principal objetivo é o de “integrar os princípios, os valores e as práticas
do desenvolvimento sustentável a todos os aspectos da educação e da aprendizagem, com base no es-
tabelecimento de padrões de qualidade para a educação voltada para o desenvolvimento sustentável”.
O Marco Estratégico para a UNESCO no Brasil (2006, p.22), ao discutir as tendências atuais no con-
texto da cooperação internacional, traça um diagnóstico preocupante da educação no país, que tem seus
desdobramentos descritos no quadro 1:
Nas últimas décadas, o país alcançou progressos significativos que permitiram praticamente atingir
a universalização do ensino fundamental obrigatório, atingindo 93,8% em 2003. Todavia, o Brasil
ainda apresenta deficiências no acesso à educação para a primeira infância e ensino médio. Além
disso, destaca-se como urgente a qualidade da educação. O sistema educacional brasileiro nem
sempre é capaz de desenvolver habilidades cognitivas de importância essencial para a vida cotidiana
e evidencia debilidades no fomento à formação de valores que capacitem os cidadãos a uma partici-
pação ativa na sociedade, e também na promoção do desenvolvimento humano sustentável.
O Brasil encontra-se agora próximo de atingir a universalização do ensino fundamental. Com relação
às escolas do ensino fundamental, o problema brasileiro, atualmente, consiste mais na qualidade que na
universalidade, uma vez que um quinto das crianças que concluem a quarta série não alcançaram ainda um
nível adequado de habilidades de leitura ou de cálculos matemáticos. A repetência e a evasão são comuns.
Os professores, freqüentemente, são insuficientemente qualificados, e seus salários são muito baixos em
comparação com a importância do trabalho desempenhado por eles. O analfabetismo ainda é alto (12%)
em meio à população adulta. Atualmente, três outros desafios merecem consideração especial: o acesso
à educação pré-escolar, a questão das desigualdades no acesso à educação e a melhoria do desempenho
do sistema educacional nos níveis médio e universitário. Um maior compromisso com a qualidade e com
a permanência das crianças na escola, e também com a eqüidade em todos os níveis educacionais é de
importância máxima. Dada a atual transição na composição etária da população (o bônus demográfico) é
de importância crítica que investimentos maiores e melhores sejam agora feitos na educação, em escolas
melhores e em melhor aprendizado.
Equipe das Nações Unidas no País – Brasil. Avaliação Conjunta do País (Sumário Executivo 6), 2005.
Você irá aprender nos próximos tópicos, as transformações ocorridas nos processos e modelos de
gestão escolar, a partir da análise de mudanças político-institucionais, na mudança de paradigmas na
gestão da educação e no papel do sistema de ensino.
1.3. Os Processos que caracterizam o domínio da gestão educacional
Freitas (1998) em seu estudo sinaliza que a gestão educacional foi o ponto crítico da educação
brasileira na década de 80, e que foi adquirindo centralidade na agenda de política educacional dos gov-
ernos dos anos 90. Na opinião do autor, a Constituição Federal de 1988 já apontava para modificações
necessárias na gestão educacional, com vistas a imprimir-lhe qualidade, que diz respeito ao caráter
democrático, cooperativo, planejado e responsável da gestão educacional.
A modernização da gestão educacional dos anos 90 orientava-se para um padrão de gestão cuja
qualidade resulte de um caráter “eficiente” forjado mediante os seguintes processos:
• Racionalização administrativa;
• Privatização;
• Co-responsabilização da sociedade;
• Abertura institucional para os “clientes”;
• Concentração do poder decisório (no que tange a questões essenciais);
• Controle centralizado dos resultados.
A mudança de paradigma no modelo de gestão e na formação de gestor, marcada por uma forte
tendência à adoção de concepções e práticas interativas, participativas e democráticas, desenvolvendo
alianças, redes e parcerias, frutos de um novo modelo de gestão, levou a escola a ser o centro de aten-
ções da sociedade.
Para Lück (2000, p. 13-14) o antigo modelo de gestão da escola partia de alguns pressupostos, que
balizavam as ações e decisões dos gestores. Tais pressupostos são:
Com isso, o antigo modelo estático de escola e de sua direção começou a ser questionado. Nessa
concepção era adotada uma fundamentação teórica de caráter normativo, determinada pelo princípio de
“certo-errado, completo-incompleto, perfeito-imperfeito”.
Era orientado pelo método de administração científica, baseado nos princípios da racionalidade limi-
tada, da linearidade, da influência estabelecida de fora para dentro, do emprego mecanicista de pes-
soas e recursos para realizar os objetivos organizacionais, da fragmentação e redução dos processos
educacionais a tarefas exercidas sem vida e sem espírito – nem mesmo, muitas vezes, o pedagógico,
como é o caso de “corrigir provas”, “dar nota”, dentre outros. Também associada a esta concepção é
o entendimento de que o importante é fazer o máximo (preocupação com a dimensão quantitativa)
e não o de fazer o melhor e o diferente (preocupação qualitativa). Com esse enfoque, administrar
corresponderia a comandar e controlar, mediante uma visão objetiva de quem atua sobre a unidade
e nela intervém de maneira distanciada, até mesmo para manter essa objetividade e a própria auto-
ridade, centrada na figura do diretor. (LUCK, 2000. p.13-14).
O diretor era tutelado pelos órgãos centrais, sem voz própria, em seu estabelecimento do ensino,
para determinar os seus destinos e, em conseqüência, sem compromisso com suas ações os re-
sultados. Tinha o papel de guardião e gerente de operações estabelecidas em órgãos centrais. Seu
trabalho era o de repassar informações, controlar, supervisionar, “dirigir” o fazer escolar, de acordo
com as normas propostas pelo sistema de ensino ou pela mantenedora. Era considerado bom diretor
quem cumpria essas obrigações plenamente, de modo a garantir que a escola não fugisse ao esta-
belecido em âmbito central ou em hierarquia superior. (LUCK, 2000. p.13-14).
Os sistemas educacionais como um todo, e os estabelecimentos de ensino como unidades sociais es-
peciais, ao serem vistas como organizações vivas, “caracterizadas por uma rede de relações entre todos
os elementos que nelas atuam ou interferem direta ou indiretamente”. Em razão dessas características,
cabe um novo enfoque de organização e é a esta necessidade que a gestão escolar procura responder. Tal
enfoque abrange, portanto, a dinâmica das interações, em decorrência do que o trabalho, como prática
social, passa a ser o enfoque orientador da ação de gestão realizada na organização de ensino.
LÜCK, 2000, conclui que a escola e seus dirigentes se defrontam com a necessidade de desenvolver
novos conhecimentos, habilidades e atitudes para o que não dispõem mais de modelos e sim de concep-
ções.
O termo “sistema”, em relação à educação, é empregado com acepções diversas, o que lhe confere
um caráter de certo modo distinto. (SAVIANI, 1999)
Um sistema educacional ou de ensino pode ser classificar a partir:
a) do ponto de vista da entidade administrativa, o sistema educacional pode ser classificado em:
federal, estadual, municipal, particular etc.;
b) do ponto de vista do padrão em: oficial, oficializado ou livre;
c) do ponto de vista do grau de ensino em: primário, médio, superior;
d) do ponto de vista da natureza do ensino em: comum ou especial;
e) do ponto de vista do tipo de preparação em: geral, semi-especializado ou especializado;
f) do ponto de vista dos ramos de ensino em: comercial, industrial, agrícola etc.
Ainda segundo o autor, são empregadas expressões como: “sistema geral de educação”, “sistema
federal de ensino”, “sistema oficial”, “sistema público”, “sistema escolar”, “sistema de ensino superior”,
de maneira imprópria para designar o sistema educacional. Além do mais, o conceito de sistema denota
um conjunto de atividades que se cumprem tendo em vista determinada finalidade, o que implica que
as referidas atividades são organizadas segundo normas que decorrem dos valores que estão na base
da finalidade preconizada.
Assim, sistema implica organização sob normas próprias (o que lhe confere um elevado grau de
autonomia) e comuns (isto é, que obrigam todos os seus integrantes).
Há uma íntima relação entre sistema de ensino e plano de educação. O sistema resulta da atividade
sistematizada; e a ação sistematizada é aquela que busca intencionalmente realizar determinadas finali-
dades. É, pois, uma ação planejada.
Segundo Saviani (1996a, p. 80), apud Saviani (1999):
Sistema de ensino significa, assim, uma ordenação articulada dos vários elementos necessários à
consecução dos objetivos educacionais preconizados para a população à qual se destina. Supõe, por-
tanto, o planejamento. Ora, se “sistema é a unidade de vários elementos intencionalmente reunidos,
de modo a formar um conjunto coerente e operante” as exigências de intencionalidade e coerência
implicam que o sistema se organize e opere segundo um plano. Conseqüentemente, há uma estreita
relação entre sistema de educação e plano de educação.
De acordo com a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional, em seu Art. 8º. caberão à União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a
organização, em regime de colaboração, dos respectivos sistemas de ensino em sua esfera de atribuição.
Isso quer dizer que os diversos níveis de governo têm a atribuição em estabelecer seu próprio sistema
de ensino. Assim, é clara a autonomia que a Lei atribui as várias instâncias de poder para a gestão da
educação.
Destaca-se, ainda, que o sistema de ensino adotado pelo estabelecimento de ensino orienta todas
as ações relacionadas à gestão e ao processo educacional das organizações, como se vê no artigo 12 da
LDB, descrito a seguir:
Auto-avaliação
• Ao fim da leitura você deverá realizar a seguinte atividade: Descreva as principais mudanças
ocorridas na educação ocorridas na educação, desde a institucionalização das diretrizes da Edu-
cação Nacional no País.
• Analisando o texto de Heloísa Lück, comente como deve ser o novo modelo de gestão educacio-
nal em função do novo paradigma.
2. As principais teorias organizacionais. A escola como organização
TAREFAS
ESTRUTURA PESSOAS
ORGANIZAÇÃO
AMBIENTE TECNOLOGIA
Foram dominantes até ao final dos anos 1930 e são contemporâneas do desenvolvimento das
primeiras grandes empresas industriais. Coincidem com uma época em que as tecnologias são incipi-
entes e de grande crescimento dos mercados, criando a necessidade de um rápido desenvolvimento da
capacidade de produção. É neste período que surgem as primeiras empresas com sistemas de produção
baseados no conceito de linha de produção.
Sendo a tecnologia o aspecto central e crítico do processo produtivo da organização, estas aborda-
gens consideravam o indivíduo como uma “peça” – o indivíduo é um mero complemento da máquina que
só estava presente porque a evolução tecnológica ainda não o tinha conseguido substituir.
Todas as abordagens que se enquadram nas Teorias Clássicas assentam a sua visão da teoria das
organizações nos três grandes princípios seguintes:
• Aplicação do método científico para encontrar “única melhor maneira” de realizar o trabalho.
Assim, a empresa deveria substituir no trabalho a improvisação e a atuação empírico-prática
pela científica;
• Seleção de forma “científica” dos trabalhadores que melhor desempenharão as tarefas e pre-
pará-los, por meio de treinamento, educação e desenvolvimento;
• Interação amigável entre os gestores e os trabalhadores, mas com uma clara separação dos
deveres entre uns e outros. Assim, deveriam ser distribuídas as atribuições e responsabilidades
com a preocupação com o planejamento e o controle do trabalho. (MAXIMIANO, 2004)
A Teoria da Administração Científica sofreu críticas quanto à “cientificidade” que advogou para si.
Para os críticos, alguns dos seus princípios científicos são obviedades, outros carecem de comprovação
científica. Destacam-se as seguintes críticas:
• Havia uma visão reducionista da natureza humana na medida em que a teoria defendia que os
homens eram movidos por recompensas salariais, econômicas e materiais e que os trabalha-
dores produziam mais através de incentivos salariais, ou seja, prevalecia a idéia do Homo Eco-
nomicus. Hoje é sabido que o salário é importante, mas não é fundamental para a satisfação
dos funcionários. O reconhecimento do trabalho, incentivos morais e a auto-realização são
aspectos importantes que a Administração Científica desconsiderava;
• Enfoque mecanicista - A organização era comparada com uma máquina, que seguia um projeto
pré-definido. Cada funcionário era visto como uma engrenagem na empresa, desrespeitando
sua condição de ser humano;
• Abordagem fechada - A Administração Científica não faz referência ao ambiente da empresa.
A organização é vista de forma fechada, desvinculada de seu mercado, negligenciando as in-
fluências que recebem e impõe ao que a cerca;
• Superespecialização do funcionário - Com a divisão de tarefas, a qualificação do funcionário
passa a ser supérflua. Dessa forma, o funcionário executa tarefas repetidas, monótonas e gera
uma desarticulação do funcionário no processo como um todo;
• Exploração dos empregados - A Administração Científica faz uso da exploração dos funcionários
em prol de seus interesses particulares, uma vez que o estímulo à alienação dos funcionários,
falta de consideração do aspecto humano e deficiência das condições sociais da época.
2.2.3. Escola da Gestão Administrativa (Teoria Clássica – Fayol)
A Teoria Clássica da Administração caracteriza-se por seu enfoque prescritivo e normativo, pois pre-
screve quais os elementos da administração (funções do administrador) e quais os princípios gerais que
o administrador deve adotar em sua atividade, sendo este o filão da Teoria Clássica.
A teoria de Fayol começa por dividir a empresa em 6 funções distintas, conforme a fig 2.2. (RI-
BEIRO, 2006):
ADMINISTRAÇÃO
Em relação à função administrativa, Fayol sugeriu que a função administrativa é a mais importante
dentre as outras, compreendendo:
• Planejamento: consiste em examinar o futuro e traçar um plano de ação a médio e longo prazo;
• Organização: montar uma estrutura humana e material para realizar o empreendimento;
• Comando: manter o pessoal em atividade em toda a empresa;
• Coordenação: reunir, unificar e harmonizar toda atividade da empresa;
• Controle: cuidar para que tudo se realize de acordo com os planos e as ordens.
Fayol defendeu em sua teoria ainda que a Administração fosse regida pelos seguintes princípios básicos:
• Divisão do trabalho - Designação de tarefas específicas para cada indivíduo resultando na espe-
cialização das funções e separação dos poderes. Levou a departamentalização. Sendo: a) hori-
zontal: indica níveis de autoridade. Igualdade e equilíbrio; b) vertical: indica tipos ou variedade
de atividades;
• Autoridade e Responsabilidade - A primeira é o direito de mandar e o poder de se fazer obedecer.
A segunda, a sanção (recompensa ou punição que acompanha o exercício do poder);
• Unidade de Direção - Um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que visam
o mesmo objetivo;
• Interesse Geral - A subordinação do interesse individual ao interesse geral;
• Remuneração Pessoal - De forma eqüitativa, tendo como base fatores externos e internos;
• Centralização - Equilíbrio entre a concentração de poderes de decisão, no chefe, sua capacidade
de enfrentar suas responsabilidades e a iniciativa dos subordinados;
• Hierarquia (Linha de Autoridade). É a cadeia de comando responsável pela condução da em-
presa, dos chefes do primeiro ao último escalão, dando-se para estabelecer relações diretas;
• Ordem - Um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar;
• Eqüidade - Tratamento das pessoas com benevolência e justiça, não excluindo a energia e o rigor
quando necessários;
• Estabilidade do pessoal - Manutenção das equipes como forma de promover seu desenvolvimento;
• Iniciativa - Faz aumentar o zelo e a atividade dos agentes;
• Espírito de Equipe - Desenvolvimento e manutenção da harmonia dentro da força de trabalho;
• Disciplina - Respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e seus agentes;
• Unidade de Comando - de forma que cada indivíduo se reporta apenas a um superior.
A Burocracia é uma teoria descritiva: não prescreve fórmulas de como seria uma organização ideal.
O burocrata deve definir como estruturar a organização de modo a obter a máxima eficiência.
Merton (apud LAKATOS, 1997) notou que algumas conseqüências imprevistas (ou indesejadas) a
levavam a ineficiência e às imperfeições na aplicação dessa teoria.
“Quando operada por homens, a burocracia sofre transformação, fazendo com que a previsibilidade
do comportamento, ‘função’ ou ‘conseqüência’ mais esperada da organização escape ao modelo prees-
tabelecido, não aconteça como esperado” (LAKATOS, 1977, p. 86). Assim, ocorrem no funcionamento
da burocracia alguns desvios, ou seja, algumas conseqüências previstas denominadas de disfunções da
burocracia. Essas disfunções apresentadas no quadro 2 são as responsáveis pelo sentido pejorativo que
é atribuído ao modelo burocrático.
1. Maior interiorização das regras e apego aos regulamentos: regras e regulamentos passam a ser
absolutos e prioritários, determinando uma ‘miopia’ por parte do funcionário, que se torna um espe-
cialista por não dominar as técnicas de sua tarefa, mas por possuir perfeito conhecimento das regras
e preceitos que se referem a sua função; inexiste a flexibilidade, uma das características primordial de
qualquer atividade racional.
2. Excesso de formalismo e de “papelada”: excesso de formalismo, de documentação, originando
a ‘papelada’, vias adicionais de formulários e comunicações, sem as quais nada funciona, como se o
registro fosse uma finalidade precípua da burocracia. Simples informações, que poderiam ser passadas
de modo verbal e informal, geram um trabalho extra para a sua formalização escrita.
3. Resistências às mudanças: na burocracia, levando em consideração as normas e os regulamen-
tos específicos, o funcionário transforma-se em mero executor de rotinas e procedimentos, o que lhe
permite, em pouco tempo obter um domínio total dos mesmos. Assim, qualquer possibilidade de alter-
ações tende a ser considerada como algo desconhecido e indesejável, por mudar a segurança adquirida
no desempenho da função, levando a burocracia a resistir “por princípio”, a qualquer tipo de mudança
que se deseja implantar.
4. Despersonalização do relacionamento: enfatizando os cargos e não as pessoas que os ocu-
pam, a burocracia desenvolve um caráter altamente impessoal, o que repercute nas relações entre
seus membros: estas se tornam menos individualizadas e mais impessoais, ou seja, relações entre
ocupantes de cargos, com direitos e deveres claramente delimitados e não entre ‘pessoas’. Não é de
admirar que os títulos e os cargos cheguem a substituir o nome dos membros da organização.
5. Categorização como base do processo decisório: a hierarquização rígida da autoridade na bu-
rocracia faz com que o processo decisório esteja em mãos dos ocupantes dos postos hierárquicos
mais elevados, independentemente de seu conhecimento, ou seja, a hierarquia determina o poder de
decisão e não o entendimento do problema ou assunto a ser resolvido. Por sua vez, a categorização é
um processo mental de classificação das coisas, de forma estereotipada, com a finalidade de encontrar
mais facilidade em seu manejo. Juntando os dois aspectos, a categorização e a decisão por hierarquia,
estreita-se na procura de diferentes alternativas para a solução dos problemas encontrados.
6. Superconformidades às rotinas e aos procedimentos: quanto à “devoção” a normas e regula-
mentos, as regras e rotinas exigidas pela burocracia transformam os de “aspectos relativos” concer-
nentes a um conjunto de objetivos, em “absolutos”, com o correr do tempo passam a ser “sagrados”
para o funcionário que perde, assim, a visão do significado de suas atividades na organização como um
todo. A superconformidade, assim desenvolvida, às normas, aos regulamentos, às regras e às rotinas
faz perder a iniciativa, a criatividade e o senso de inovação do funcionário, isto é, sua flexibilidade.
7. Exibição de sinais de autoridade: como a burocracia enfatiza a hierarquia de autoridade, torna-
se necessário um sistema capaz de indicar, aos olhos de todos, aqueles que detêm o poder. Daí surge
a utilização intensiva de símbolos ou de sinais de status para demonstrar a posição hierárquicos para
demonstrar a posição hierárquica dos funcionários, como o uniforme, a localização da sala, do ban-
heiro, do estacionamento, do refeitório o tipo de mesa, etc., como meios de identificar quais são os
principais chefes da organização. Em algumas organizações - como o exército, a Igreja etc. - o uni-
forme constitui um dos principais sinais de autoridade.
8. Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público: o funcionário está comple-
tamente voltado para dentro da organização, para suas normas e regulamentos internos, para suas
rotinas e procedimentos e para seu superior hierárquico que avalia o seu desempenho. Essa sua atu-
ação interiorizada para dentro da organização e geralmente o leva a criar conflitos com os clientes da
organização. Todos os clientes são atendidos de forma padronizada, de acordo com os regulamentos e
rotinas internos, fazendo com que o público se irrite com a pouca atenção e descaso para com os seus
problemas particulares e pessoais. Com as pressões do público, que pretende soluções personalizadas
que a burocracia padronizada o funcionário passa a perceber essas pressões como ameaças à sua
própria segurança. Daí a tendência à defesa contra pressões externas à burocracia.
Uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósi-
tos coletivos. As pessoas em uma organização realizam tarefas diversas de maneira coletiva, a fim de
alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. “Uma grande empresa ou uma pequena
oficina, um laboratório ou um corpo de bombeiros, um hospital ou uma escola são exemplos de orga-
nizações”. (MAXIMIANO, 2004)
Dentro de uma organização ocorre a administração, que é o processo de tomar e colocar em prática
decisões em uma organização sobre objetivos e utilização de recursos (figura 1). “O processo de ad-
ministrar ou processo administrativo é inerente a qualquer situação em que haja pessoas que utilizam
recursos para atingir algum objetivo”. (MAXIMIANO, 2004. p.26)
RECURSOS
Pessoais
Informações e Conhecimento
Espaço
Tempo
Dinheiro
Instalações
DECISÕES
Planejamento OBJETIVOS
Organização Resultados esperados do
Execução e direção Sistema
Controle
O processo de administrar, que tem como grande finalidade assegurar a realização de objetivos or-
ganizacionais, e para isso envolve decisões importantes que devem ser tomadas pelos gestores (fig.2).
Assim, a “Administração trata do planejamento, organização (estruturação), direção e controle de todas
as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que ocorram dentro de uma organização”. (CHIAVE-
NATO, 2000)
PLANEJAMENTO
Definição de
objetivos e recursos
ORGANIZAÇÃO
CONTROLE Disposição dos
Verificação de recursos em uma
Resultados estrutura
DIREÇÃO E EXECUÇÃO
Realização dos
planos
Na administração escolar podem ser aplicados os mesmos conceitos estabelecidos pelas teorias da
Administração, levando-se em conta que:
Auto-avaliação
Ao fim da leitura você deverá realizar a seguinte atividade:
• Descreva as principais características das escolas descritas nas teorias de administração apre-
sentadas.
• Avalie o processo administrativo de uma escola, tomando como base os conceitos organizacio-
nais apresentados.
3. Os conceitos que envolvem gestão educacional e as práticas atuais
No capítulo anterior você aprendeu os conceitos mais importantes que deram origem à ciência da
Administração, o conceito de organização e o papel da escola como uma organização.
Neste capítulo você irá aprender o contexto atual em que a escola está inserida e os conceitos que en-
volvem a prática da gestão das instituições de ensino e o papel do gestor no contexto das organizações.
A educação nos últimos anos ganhou grande ênfase nas discussões mundiais. A participação de or-
ganizações internacionais como a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e Cultura) e o BIRD (Banco Mundial) que desenvolvem pesquisas para a melhoria da educação, associa-
das às teorias de novos paradigmas de conhecimento, como as tendências para a formação prática de
habilidades e competências para o mundo do trabalho, vem redefinindo os modelos para a educação e
as suas práticas de gestão.
Esses modelos foram direcionados especificamente aos países em desenvolvimento, caso do Brasil,
explicitados no Plano Decenal de Educação o qual se refere aos diversos consensos definidos enquanto
exigências ao mundo do trabalho. Dentre eles destacam-se: a autonomia, a flexibilidade, a criatividade,
a adaptabilidade, entre outros. (BARROS, 2008)
Tais exigências baseiam-se na busca de conhecimentos científicos que devem ser utilizados para a
construção das competências, não se estabelecendo somente a reflexão, mas as habilidades construídas
enquanto ação prática.
No entanto, a exigência por tais competências atualmente não é a mesma como no passado. As
incertezas vividas no contexto atual da sociedade acirraram a necessidade de novos conhecimentos e
habilidades em todas as organizações. Na educação cresce a necessidade de maior integração e trans-
versalidade do conhecimento para o desenvolvimento daquelas habilidades.
Essa exigência não ocorria no passado. No início do século XX os sistemas de produção e distribuição
das empresas sofreram radicais transformações, aumentando o valor das empresas, com o barateamen-
to da mão-de-obra e adoção de políticas de fragmentação de processos produtivos. Os sistemas educa-
cionais acabaram adotando o modelo de fragmentação dos processos produtivos e de gestão também
na educação. (MARTINS, 2007)
Apesar da tendência de se adotar o modelo das empresas na gestão educacional, cabe lembrar que
existem diferenças entre os propósitos, relacionamentos e na forma de atuação dos principais atores
envolvidos no processo da educação.
É importante destacar que, apesar de uma escola ser uma organização, ela não deve ser comparada
a uma fábrica, que segue uma linha de produção para atingir um produto final. É uma organização de
grande complexidade, que interage com diversos atores, de forma distinta e contribui para a construção
de cidadãos.
Na escola, direção, professores e especialistas da educação não podem ser comparados a operários,
chefes de seção, gerentes, etc. Nem alunos podem ser comparados à matéria-prima moldada por
máquinas e equipamentos manipulados por mão-de-obra qualificada. (MARTINS, 2007. p.25)
Além disso, a escola de hoje não corresponde à mesma instituição que marcou a primeira metade do
século XX. A escola, como organização, sofreu grandes mudanças a partir de avanços sociais e políticos,
discutidos anteriormente. Ainda, por ser influenciada por mudanças econômicas significativas e mudanças
do uso da tecnologia, a escola foi levada a ser inserida em contextos diferentes, em função do tempo.
A escola viveu o contexto das certezas, que sobreviveu até a metade do século XX, a partir de um
conjunto de valores intrínsecos e estáveis, quando funcionava como uma fábrica de cidadãos, fornecendo
as bases para a inserção das pessoas no mercado do trabalho.
O período seguinte, posterior a Segunda Guerra Mundial, marca a passagem de uma escola elitista
para uma escola de massas, chamada de escola de promessas, em que a expansão quantitativa dos
sistemas escolares, justificada pelo desenvolvimento, mobilidade social e igualdade.
Atualmente vive-se em contexto da escola das incertezas, que emergiu dos “efeitos cruzados do
acréscimo de qualificações, das desigualdades, do desemprego estrutural de massas, da precariedade do
trabalho e desvalorização dos diplomas escolares” (CANÁRIO, 2006. p.17)
Este quadro apresentado sinaliza uma necessidade de repensar a forma como a escola deve ser
gerenciada, em função da complexidade de seus objetivos, da peculiaridade das relações e vínculos pro-
movidos no processo de educação.
O gestor de uma escola deve ter em mente que a administração escolar pressupõe uma filosofia
e uma política que a norteia, e que se constitui em um conjunto complexo de atividades que criam
condições para a integração e o funcionamento de grupos e que nela trabalham. (MARTINS, 2007)
Além disso, para que sejam atingidos os objetivos propostos na proposta pedagógica da escola, torna-
se necessário o alinhamento dessa proposta com uma gestão estratégica da escola. (PESSOA, 2002)
A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a orga-
nização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para
garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para
a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos (LUCK, 2000. p.7)
Cabe destacar que a articulação de todas as condições materiais e humanas para que sejam atingi-
dos os objetivos da educação se aplica tanto às escolas públicas como privadas.
No caso das escolas públicas, depois da promulgação da Constituição Federal de 1988, que instituiu
a gestão democrática no ensino público (Art. 206, inciso VI) e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB/96), que trata deste tema (Art. 3º, inciso VIII) tanto a comunidade como os profission-
ais de educação discutiram a construção de um processo de gestão centrado nos valores e princípios
democráticos. Tal fato levou a soluções distintas no processo de gestão, visto que não existem fórmulas
de gestão democrática: ela se constrói no processo político e cultural em que se insere cada instituição
pública. (CARDOSO, 2000)
No caso das escolas privadas, em razão da nova realidade emergente, balizada pelas incertezas e
aumento da concorrência, é necessário repensar a adoção de novo modelo de gestão que leve em conta a
necessidade de produzir receitas, criar emprego e gerar lucros. A escola, mesmo detentora de melhor e mais
avançado projeto pedagógico disponível, deve ser administrada de forma competente. (PESSOA, 2002)
A preparação do diretor (ou gestor) de escola tornou-se uma tarefa importante, em razão da com-
plexidade dessa atividade.
A capacitação de diretores das escolas públicas vem sendo feita através de cursos de capacitação,
promovida pela ação do Estado, que tem como objetivo o desenvolvimento de competências teórico-
práticas e instrumentais em educação, administração e autonomia. Os conteúdos programáticos desses
cursos contêm disciplinas diversas, como:
A proposta metodológica desses cursos inclui atividades presenciais e atividades desenvolvidas com
apoio das modernas tecnologias de educação a distância.
Este programa baseia-se nos princípios da autonomia e da gestão democrática a ser construída com
a participação da comunidade interna e externa à escola. Prevê, também, a formação contínua de todos
os envolvidos neste processo, em especial, daqueles interessados a concorrerem ao cargo de diretor de
escola da rede pública estadual. Portanto, a formação do diretor de escola da rede pública é um processo
que compreende tanto a dimensão individual, quanto a dimensão coletiva de troca e de construção do
conhecimento em torno dos temas citados. (CARDOSO, 2002)
A formação de um gestor de escola privada também exige o conhecimento desse arcabouço teórico,
o desenvolvimento de habilidades específicas e uma postura assertiva para a busca de resultados tanto
educacionais quanto econômicos.
Assim, no desenvolvimento das competências do gestor de uma instituição de ensino constitui-se
fator de extrema importância compreender os papéis que podem ser assumidos pelo gestor na organiza-
ção, o que será objeto de discussão nos próximos parágrafos.
Gerentes são agentes ou protagonistas do processo de gestão. São responsáveis pelo trabalho de
outras pessoas nas organizações. São chamados chefes ou dirigentes. Algumas vezes compartilham sua
autoridade com outras pessoas. “Essa prática cria os grupos autogeridos e outras formas de administra-
ção colegiada, como as assembléias e os conselhos”. (MAXIMIANO, 2004. p.48)
O papel e o trabalho dos gerentes são temas importantes no estudo da administração.
A seguir você irá aprender o que ensinam alguns autores sobre o papel dos gerentes.
Segundo a teoria de Fayol, o gerente deve preparar-se para tomar decisões, estabelecer metas,
definir diretrizes e atribuir responsabilidades aos integrantes da organização, de modo que as atividades
de planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar estejam numa seqüência lógica, cabendo-lhe as
seguintes atribuições:
Deste modo, verifica-se que Fayol separou a função administrativa das demais funções da empresa
e identificou qual era o trabalho dos administradores.
Embora com base conceitual idêntica A de Taylor, Henry Fayol desenvolveu a sua teoria numa per-
spectiva global, sendo os seus princípios que expôs no seu livro “Teoria Geral da Administração” que
publicou em 1916, destinado à organização como um todo.
Fayol preocupou-se fundamentalmente com a análise da estrutura hierárquica das organizações,
pondo acento na linha de comando da qual dependeria todo o bom funcionamento organizacional. (MAX-
IMIANO, 2004)
3.4.2. O papel do gerente segundo Mintzberg
No início dos anos 70, Henry Mintzberg ofereceu uma valiosa contribuição ao entendimento do
papel dos gerentes nas organizações. Em sua pesquisa, Mintzberg questiona as idéias de Fayol de que
os administradores apenas planejam, organizam, dirigem e controlam. Para Mintzberg os gerentes têm
outras responsabilidades gerenciais, além do desempenho das funções do processo administrativo. Em
sua pesquisa Mintzberg observou e registrou “as atividades diárias que os gerentes realizavam, o que
eles faziam, com quem conversa, como se comunicam, quanto tempo trabalham sozinhos e assim por
diante”. (MAXIMIANO, 2004. p.48)
Fruto dessa pesquisa, Mintzberg definiu o papel do gerente como um conjunto organizado de com-
portamentos que pertencem a uma função ou posição que ocupa. Para melhor definição classificou as
atividades do gerente em 10 papéis, agrupando-os em 03 famílias:
Diante das colocações de Mintzberg a respeito dos papéis do gerente, conclui-se que o trabalho do
gerente varia de acordo com o nível hierárquico, especialidade, tamanho da empresa, etc.
O conceito de competência organizacional está associado à competência das pessoas, que está intimam-
ente ligada com o conhecimento necessário para o desempenho do cargo gerencial que ocupa, com as habili-
dades técnicas e humanas desenvolvidas, bem como associado à atitude diante do seu papel na organização.
As competências gerenciais são as qualificações que uma pessoa deve ter para ocupar um cargo e
desempenhá-lo eficazmente. Depende do nível hierárquico, das tarefas, do tipo de organização e outros
fatores. Compreendem os conhecimentos, as habilidades e as atitudes. (CHIAVENATO, 2001)
Os conhecimentos incluem todas as técnicas e conhecimentos necessários para o desempenho do cargo.
As habilidades referem-se à capacidade de saber fazer alguma coisa.
Katz apud Maximiano (2004) dividiu as habilidades gerenciais em três categorias: técnicas, humanas e
conceituais.
a. Habilitação Técnica - aptidão técnica que subentende compreensão e competência num deter-
minado tipo de atividade, especialmente naquela que envolva métodos, processos e procedimentos
ou técnicas. A habilitação técnica compreende conhecimento especializado, aptidão analítica dentro
de cada especialidade e facilidade no uso de instrumentos e técnicas de cada matéria. A habilidade
técnica é um atributo importante para o desenvolvimento do trabalho das indústrias e das institu-
ições de ensino profissional, visto que tal habilidade é buscada por meio de treinamentos e a prática
de experiências.
Resumindo: As habilidades técnicas estão relacionadas com a atividade específica do gestor, como
conhecimentos, métodos necessários para dirigir uma escola.
As habilidades humanas abrangem a compreensão das pessoas e suas necessidades, interesses e
atitudes.
A habilidade conceitual envolve a capacidade de compreender e lidar com a capacidade total da
organização e de usar a capacidade intelectual para formular estratégias e analisar problemas e tomar
decisões.
A figura 3.2 ilustra as dimensões associadas à competência das pessoas, que contribuem para a
competência organizacional.
Auto-avaliação
Ao fim da leitura você deverá realizar a seguinte atividade:
• Descreva que aspectos mais importantes devem ser levados em conta na preparação e formação
do gestor de instituições de ensino.
• Faça uma comparação entre os diversos papéis dos gestores apresentados neste capítulo e ava-
lie aqueles que melhor se enquadram no gestor ideal, em sua opinião.
4. A gestão empreendedora: o planejamento estratégico, a gestão de
projetos e a gestão participativa
No capítulo anterior você aprendeu os conceitos que envolvem a prática da gestão das instituições
de ensino e o papel do gestor no contexto das organizações.
Neste capítulo você irá aprender como adotar uma gestão empreendedora, baseada no planeja-
mento de ações e projetos inovadores para a melhoria da qualidade da educação.
Os pontos fortes e fracos a serem avaliados nas organizações podem ser relacionados: ao market-
ing, pesquisa e desenvolvimento, aos sistemas de informações gerenciais, às operações, finanças, recur-
sos humanos etc. Em relação às oportunidades e ameaças a serem levadas em consideração, pode-se
citar: mudanças na sociedade, no governo, na legislação, na economia, na competição, nos fornece-
dores, nos mercados (gostos dos consumidores), concorrentes, avanços tecnológicos etc. (MINTZBERG
et. al., 2000).
Outros fatores ainda considerados importantes para a formação da estratégia são os valores ger-
enciais (crenças e preferências daqueles que lideram formalmente a organização) e responsabilidades
sociais (especificamente os valores éticos da sociedade na qual a organização opera).
Em uma instituição de ensino o conceito de planejamento estratégico pode ser aplicado, levando-se
em conta as peculiaridades da atividade educacional, decorrentes das “relações pedagógicas no âmbito
da administração, pois o fator administrativo se dinamiza para cumprir o papel de uma organização es-
colar” (SALERNO, 2007)
O outro conceito que você irá aprender é significado da palavra Projeto.
É muito comum você ouvir das pessoas que elas têm um projeto de vida, um projeto de carreira ou
mesmo um projeto de férias. O uso intensivo dessa expressão leva a certa confusão, em razão de refletir
significados distintos.
As organizações também desenvolvem, em diversas situações, alguns projetos e na maioria das
vezes atividades de rotina.
Vamos imaginar uma grande montadora de veículos. Ela possui uma equipe que desenvolve um
novo carro que deverá ser lançado no próximo ano. Essa equipe normalmente é chamada de equipe
de desenvolvimento de projetos. Quando o modelo estiver pronto para o lançamento, outras pessoas
serão empregadas para fabricar esse novo modelo em grande escala, para atender todos os pedidos dos
consumidores. Assim essas pessoas passarão a desenvolver atividades de rotina na fabricação do novo
modelo.
Você percebeu a diferença entre projeto, atividade e rotina?
Um projeto organizacional normalmente trabalha algo novo, uma inovação. Essa atividade de elabo-
ração, que tem começo, meio e fim, dá-se o nome de projeto. Já uma atividade normal, de rotina, não
tem essa característica.
A seguir você irá aprender algumas definições de projetos organizacionais, propostas por diversos
autores:
I. Para Menezes (2003, p.44) “projeto é um empreendimento único que deve apresentar um iní-
cio e um fim claramente definidos e que, conduzido por pessoas possa atingir seus objetivos
respeitando prazo, custo e qualidade”.
II. Para Molinari (2004, p.29) Projeto é um procedimento em que os recursos humanos, materiais
e financeiros são organizados de maneira diferente, distinta, na qual, possa atingir um único
escopo de trabalho de uma dada especificação, respeitando limitações de custo e tempo, para
conseguir obter uma mudança única e benéfica pela entrega dos objetivos quantitativos e
qualitativos.
III. Segundo o PMBOK (Project Management Body of Konowledge), projeto é um esforço tem-
porário realizado para criar um produto ou serviço único.
IV. De acordo com Keelling (2002, p.4), os projetos são empreendimentos independentes que pos-
suem objetivos distintos e todos são de duração limitada.
V. Segundo Heldman (2003, p.01), projeto tem natureza temporária, enquanto outras atividades
de operação são continuas. Os projetos têm datas de inicio e fim bem definidas.
VI. Para Cleand & Ireland (2002, p.12) projeto é uma forma estratégica de utilizar e administrar os
recursos para desenvolver um produto ou serviço e se adequar às mudanças que ocorrerão no
desenvolvimento do projeto.
E em uma escola, como é possível distinguir um projeto das atividades de rotina? Quais são as ro-
tinas desenvolvidas em uma escola? Como podem ser desenvolvidos os projetos nas escolas?
Antes de você descobrir as diferenças entre projetos e as atividades nas escolas, e responder as
questões levantadas, é necessário que você aprenda alguns conceitos relacionados à administração em-
preendedora.
4.3. A administração empreendedora nas organizações
Em uma escola que se busca uma educação de qualidade, muitas vezes torna-se necessário vencer
desafios, inovar, empreender.
A tendência de buscar mais agilidade na tomada de decisão, de buscar soluções criativas para velhos
problemas, com mais flexibilidade às respostas às demandas da sociedade, em qualquer ramo de ativi-
dade, levou o surgimento do empreendedorismo como resposta a esses novos desafios organizacionais.
Assim, pode-se dizer que “o empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século
21 mais do que a revolução industrial foi para o século 20” (TIMMONS, apud DORNELAS, 2003, p.5)
Tal revolução decorre da mudança de paradigma para o “novo” modelo econômico e social, de uma
nova era da inovação empreendedora. Esse modelo é orientado por novos modelos de negócios, com
a possibilidade de maiores retornos, ocasião em que os ativos intelectuais nas organizações vêm
aumentando de importância, em razão do aumento do poder do conhecimento nas organizações, o
que leva à sobrevivência dos mais rápidos.
Esse novo cenário leva a introdução do empreendedorismo nas práticas educativas nas escolas, e a
discussão sistemática do comportamento empreendedor nas organizações de um modo geral.
O comportamento empreendedor baseia-se no papel do líder nas organizações, ou seja, aqueles
que comandam equipes e usam seu carisma e poder de persuasão para implantar seus projetos usando
inovação e criatividade em todas as atividades.
A inovação, no contexto da administração empreendedora, é o instrumento específico dos em-
preendedores pelo qual exploram mudanças para a concretização de um novo produto, ou novo negócio
(DRUCKER, apud DORNELAS, 2003)
“O empreendedor não fica esperando pela inovação, pela descoberta maravilhosa, pela social ideal.
Pelo contrário, os empreendedores buscam a prática da inovação, tomando ações pró-ativas, com o in-
tuito de obter inovação de forma sistemática”. (DORNELAS, 2003. p.18).
A inovação pode ser incremental ou radical. Uma inovação incremental é aquela que altera o produ-
to, com pequenas mudanças, sem alterar significativamente o mercado. Podemos comparar as inovações
incrementais, como exemplo, todas aquelas mudanças de melhorias ocorridas nas carruagens, que eram
a sua época, um veículo de transporte de pessoas. Inovações como assentos mais confortáveis, maiores
espaços internos e cavalos mais ágeis podem ser considerados uma inovação incremental no produto
“carruagem”.
Já a inovação radical, geralmente é baseada em um novo conhecimento e pesquisas científicas. É
em grande parte uma inovação tecnológica com grande dificuldade de elaboração e construção e, por
isso, muitas vezes mais radical e descontinuas. São únicas e geralmente criam novos mercados e criam
novos paradigmas.
Em substituição às carruagens surgiu o novo veículo de transporte de pessoas – o carro com motor
à combustão, que pode ser considerado um exemplo de uma inovação radical, naquela época. Outros
exemplos de inovações radicais são: a penicilina, a bomba atômica, o microprocessador, a World Wide
Web.
Desta forma, para que ocorra uma administração empreendedora, a prática do empreendedorismo
deve ser a tônica na organização. Torna-se necessário assim, a criação de mecanismos para estimular am-
biente empreendedor em toda a organização (DORNELAS, 2003. p.14). Esses mecanismos podem ser:
Para que esses mecanismos sejam implantados com sucesso é necessário que o gestor da orga-
nização desenvolva habilidades empreendedoras. Desta forma, o empreendedor deve possuir algumas
características que favoreçam a adoção da administração empreendedora. (DORNELAS, 2003).
Como você já aprendeu, a gestão em uma instituição de ensino deve levar em conta as peculiari-
dades da atividade educacional, decorrentes das relações pedagógicas e de uma gestão empreendedora.
Mas, nesse ponto você pode estar perguntando: o que sustenta essa relação, de modo que sejam atingi-
dos todos os objetivos da instituição? Para responder essa indagação, torna-se necessário você aprender
o conceito de Planejamento Educacional.
Parra apud Baffi (2002) apresenta uma definição interessante sobre o Planejamento Educacional: “é
o processo contínuo que se preocupa com o ‘para onde ir’ e ‘quais as maneiras adequadas para chegar
lá’, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação
atenda tanto as necessidades da sociedade, quanto as do indivíduo”.
Ora, tomando a definição, poderão surgir outros questionamentos. Para se “chegar lá” como você
deve trabalhar a educação? Em que ela se baseia? Qual é sua missão, para que o gestor educacional
possa dar conta das necessidades sociais e do indivíduo?
Para atender essas indagações, você ira estudar agora o conceito dos “Quatro Pilares da Educação”
que foi apresentado no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o
Século XXI, sendo coordenada por Jacques Delors.
DELORS (1999) declara que para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação
deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda vida, serão de
algum modo para cada indivíduo, os pilares do conhecimento:
A liderança da escola, ao levar em conta esses quatro pilares da educação, deve promover assim uma
gestão empreendedora, tanto na elaboração de proposta pedagógica, como no processo de gestão.
A seguir você ira aprender o que é o Plano de Gestão e o Projeto Pedagógico, e quais são as suas
finalidades. Além disso, você irá estudar como podem ser trabalhados projetos nas escolas.
O Plano de Gestão Escolar é um documento formal, que deve ser confeccionado tanto pelas instituições
públicas como privadas. Pode ter duração plurianual e como cada ano letivo possui características próprias,
deverão ser incluídos anualmente anexos contendo complementações e atualizações, tais como:
Também denominado “Proposta Pedagógica”, é a síntese dos princípios, diretrizes e prioridades es-
tabelecidas pela equipe escolar a partir dos objetivos educacionais e da definição dos resultados a serem
atingidos, sempre voltados para a melhoria da aprendizagem dos alunos e do desempenho da escola.
A proposta pedagógica deve ser elaborada a partir das informações obtidas junto à comunidade e
junto à própria escola. Tais informações são fornecidas por todos os que trabalham e convivem no am-
biente escolar (alunos, professores, direção, pais e todos os funcionários).
Os objetivos e metas do Projeto Pedagógico devem ser elaborados a partir das necessidades, limi-
tações, expectativas e potencialidades da comunidade, dos alunos, da equipe escolar, levando em conta
os recursos pedagógicos e materiais existentes na escola.
O Projeto Pedagógico deve conter, no mínimo, as seguintes informações:
O planejamento do projeto pedagógico exige das lideranças da escola ações preliminares impor-
tantes, que contribuem para o sucesso do processo de educação. (NOVA ESCOLA, 2007). Tais ações
podem ser:
I. Realizar um balanço do ano anterior e realizar uma reflexão Em grupo, para definir diretrizes,
receber os novos professores e organizar as turmas para o novo ano;
II. Eleger os conteúdos e criar o plano anual dos professores. Essa atividade deve contar com a
participação dos coordenadores e responsáveis por classes, a fim de trocar informações e mon-
tar uma grade coerente com o que os alunos precisam para aprender.
III. Montar o horário, preparar as atividades e fazer um levantamento de recursos materiais
necessários para as aulas.
Cabe ressaltar que no Ensino Fundamental, o Projeto Pedagógico deve ter como objetivo a formação
do cidadão, fornecendo ao aluno, ainda, subsídios necessários à sua melhor inclusão social.
Para o Ensino Médio, além do reforço da consciência cidadã, deve-se preparar o aluno para as in-
certezas da vida social atual e especificamente a vida profissional, além da necessidade da formação de
atitudes para o trabalho, em consonância com os quatro pilares da educação.
A seguir você irá aprender como a escola pode exercer uma gestão empreendedora, construindo
projetos protagonistas, com o envolvimento de toda a comunidade escolar.
O uso de projetos protagonistas surgiu da idéia da expressão “protagonismo juvenil”, “que designa
a participação de adolescentes no enfrentamento de situações na escola, na comunidade e na vida social
mais ampla, atuando como parte da solução e não do problema”. (COSTA, 2001. p. 9)
A palavra protagonismo vem do grego. Proto é o principal. Agoniste significa lutador. Protagonista
significa, portanto, o lutador principal.
O protagonismo juvenil não atua no preventivo e sim no desenvolvimento do potencial do educando,
transformando-o à medida que ele experimenta a ação desenvolvendo suas competências, descritas por
DELORS (1999) quando discute os quatro pilares da educação.
O protagonismo juvenil é um método pedagógico, baseado num conjunto de práticas e vivências.
Caracteriza-se por:
O educador que aceite participar de projetos protagonistas como animador de grupo de jovens deve
ter a convicção do significado de sua participação, conhecer os fundamentos e a dinâmica de grupos,
compreender a situção-problema e entender o projeto, participar de ações grupais e administrar conflitos
que surgirem.
O conteúdo de um projeto educativo baseado no protagonismo deve responder às seguintes questões
(COSTA, 2001; pg 105):
O planejamento de um projeto inovador, como é um projeto protagonista tem como idéia articular
horizontalmente os conteúdos, por meio de temas transversais. Usa, além de recursos formais, a cria-
tividade pessoal, institucional e comunitária.
Está no fim a nossa disciplina. Esperamos que as discussões levantadas tenham servido de reflexão
a respeito do papel das ações de gestão nas instituições de ensino, que contribuem para o sucesso do
processo educacional nas escolas.
A seguir serão apresentadas duas experiências significativas, que estão disponíveis no site http://
www.saopaulo.sp.gov.br, e descritas nos quadros que se seguem. Leia com atenção cada situação e re-
flita no final de sua leitura sobre as questões levantadas.
4.5. Experiências Educacionais
Cinco mil seiscentas e vinte e quatro garrafas plásticas transformadas, em 30 dias, em salas de
jantar, racks, sofás e várias outras peças de mobília, hoje expostas no shopping. O que era para ser
apenas um trabalho para uma feira de ciências transformou-se em objeto do desejo com uma lista
de pedidos crescente. E os autores não são mestres do design, mas 200 alunos do ensino médio
da Escola Estadual João Marciano de Almeida, no município de Franca, interior do Estado de São
Paulo.
“A idéia é levar o conceito da matemática à prática. Temos do projeto à construção e montagem
das peças, a utilização de conceitos matemáticos, como geometria plana e espacial entre outros”,
afirma a idealizadora do projeto, a professora de Matemática Verônica Aparecida Barbosa Freitas.
Outros dois professores da disciplina, Valéria Leite e Carlos Antonio de Freitas, também auxiliaram
nas várias etapas da iniciativa que acabou por mobilizar toda a comunidade do entorno da escola.
Este tipo de prática é incentivada pela Secretaria de Estado da Educação. “O ensino de matemáti-
ca é fundamental. A Secretaria quer que exemplos como este sejam ampliados para todo o Estado”,
afirma a secretária de Estado da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro.
Foram 30 dias recolhendo o suficiente para encher 3 caminhões médios. “Fizemos uma per-
muta de garrafas com uma empresa de reciclagem local, pois procurávamos por PETs de 2 litros”,
explicou. “Nossa intenção agora é despertar o interesse de instituições do Estado, por exemplo, a
Fundação Casa (antiga Febem), para a possibilidade de implementarem a iniciativa com seus jo-
vens”, concluiu a professora de Matemática.
Auto-avaliação
Responda às seguintes questões:
1. A partir da leitura da experiência descrita no quadro nº1, baseado no contexto do projeto pro-
tagonista, identifique, em sua opinião, as questões mais relevantes que contribuíram para o
sucesso do projeto.
2. A partir da leitura da experiência descrita no quadro nº2, identifique os pontos mais impor-
tantes que levaram ao 1º lugar conquistado no Concurso “Prêmio Nacional de Referência em
Gestão Escolar no Estado de São Paulo”.
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