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PROJETO APOIO
O AOS DIÁLOGOS
S SETORIAIS UNIÃ
ÃO EUROPEIA - BR
RASIL
3

ÍNDICE GERAL

1.  INTRODUÇÃO ......................................................................................................9 


2.  EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO COLECTIVA PARA O TRABALHO EM
ALTURA ..............................................................................................................10 
2.1. GUARDA-CORPOS TEMPORÁRIOS ..............................................................................11 
2.2. ANDAIMES DE TRABALHO TEMPORÁRIOS .................................................................16 
2.3. REDES DE SEGURANÇA ................................................................................................21 
2.4. LINHAS DE VIDA HORIZONTAIS FLEXÍVEIS .................................................................28 

3.  EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL RELATIVO ÀS QUEDAS


EM ALTURA E MEIOS DE ACESSO EM ALTURA ...........................................31 
3.1. ARNESES (CINTOS DE SEGURANÇA DE CORPO INTEIRO) ......................................33 
3.2. TALABARTES ................................................................................................................... 35 
3.3. ABORVEDORES DE ENERGIA .......................................................................................37 
3.4. DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM ..................................................................................38 
3.5. MEIOS DE ACESSO EM ALTURA ...................................................................................42 

4.  CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................51 


 

ANEXOS:

Conteúdo Nº Pág.

a) Directiva 89/655/CEE (utilização de equipamentos de


trabalho no trabalho) e alterações introduzidas pela 20
Directiva 2001/45/CE (trabalhos temporários em altura)
b) Lista de normas europeias mais relevantes no âmbito 2
da segurança no trabalho em altura

Este documento foi elaborado por Luis Alves Dias em Julho de 2014 e
contém 84 páginas, incluindo anexos.

   

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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Altura e espaçamentos dos componentes de guarda-corpos (EN 13374) ................ 11
Figura 2 – Inclinação do guarda-corpos em relação à superfície de trabalho ............................ 11
Figura 3 – Representação das cargas estáticas (guarda-corpos) .............................................. 14
Figura 4 – Exemplo de guarda-corpo em tubo de aço com rodapé em madeira ....................... 15
Figura 5 – Classificação e designação dos andaimes de fachada (EN 12810) ......................... 16
Figura 6 – Classes de largura e de altura livre entre níveis do andaime.................................... 19
Figura 7 – Classes de escadas dos andaimes ........................................................................... 20
Figura 8 – Classes de redes e designação (EN 1263) ............................................................... 21
Figura 9 – Sistemas de redes de segurança (EN 1263) ............................................................ 22
Figura 10 – Designação das redes de segurança (EN 1263) .................................................... 22
Figura 11 – Redes de segurança sistema S (áreas de trabalho inclinadas até 20º) .................. 23
Figura 12 – Deformação da rede segurança sistema S (EN 1263) ............................................ 24
Figura 13 – Configuração tipo e deflexão máxima instantânea das redes sistema T ................ 25
Figura 14 – Modelo de cálculo para as redes de segurança sistema T ..................................... 25
Figura 15 – Configuração das redes de segurança sistema V................................................... 26
Figura 16 - Modelo de cálculo das redes de segurança sistema V ............................................ 27
Figura 17 - Modelo de cálculo preconizado para as linhas LVHF .............................................. 28
Figura 18 – Exemplo de forças de tração nos suportes de diferentes LVHF ............................. 29
Figura 19 – Factor de queda (EN 361) ....................................................................................... 31
Figura 20 – Distância mínima de queda ..................................................................................... 32
Figura 21 – Exemplos de arneses (EN 361) .............................................................................. 34
Figura 22 – Exemplo de marcação dos arneses (EN 361 e EN 365) ......................................... 34
Figura 23 – Exemplos de talabartes com absorvedor (EN 354)................................................. 35
Figura 24 – Exemplos de talabartes com absorvedor (EN 354)................................................. 36
Figura 25 – Exemplo de marcação dos talabartes (EN 354 e EN 365) ...................................... 36
Figura 26 – Exemplo de marcação dos absorvedores (EN 355 e EN 365) ................................ 37
Figura 27 – Exemplo de marcação dos dispositivos de ancoragem (EN 795) ........................... 40
Figura 28 – Tipos de degraus das escadas ............................................................................... 43
Figura 29 – Escadas inclinadas com degraus estreitos ............................................................. 45
Figura 30 – Escadas auto suportadas com degraus estreitos ................................................... 46
Figura 31 – Escadas com degraus largos (inclinada e auto suportada) .................................... 47

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ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 – Classes de guarda-corpos temporários (EN 13374) ............................................... 12
Quadro 2 – Factores/coeficientes parciais de segurança (guarda-corpos) ................................ 13
Quadro 3 – Requisitos de cargas estáticas (guarda-corpos) ..................................................... 13
Quadro 4 – Características dos materiais dos andaimes ........................................................... 17
Quadro 5 – Classes de carga dos andaimes ............................................................................. 18
Quadro 6 – Deformações máximas das redes de segurança sistema S (EN 1263) .................. 24
Quadro 7 – Tipos de dispositivos de ancoragem (EN 795) ........................................................ 39
Quadro 8 – Exemplos de pictogramas relativos a escadas (EN 131) ........................................ 48
Quadro 9 – Equipamento de protecção colectiva contra quedas em altura ............................... 51
Quadro 10 – Equipamento de protecção individual contra quedas em altura ............................ 52

   

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ABREVIATURAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
CE - Comunidade Europeia
CEE - Comunidade Económica Europeia
CEN - Comité Europeu de Normalização
CEN/TS - Especificação Técnica do CEN
CENELEC - Comité Europeu de Normalização Electrotécnica
EN - Norma Técnica Europeia publicada pelo CEN
EPC - Equipamento de Proteção Colectiva
EPI - Equipamento de Proteção Individual
JOUE - Jornal Oficial da União Europeia
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
NBR - Norma Técnica Brasileira publicada pela ABNT
OIN - Organismo de Inspecção Notificado
OIT - Organização Internacional do Trabalho
SST - Segurança e Saúde no Trabalho
UE - União Europeia
   

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7

RESUMO
O presente documento refere-se à caracterização técnica dos principais
equipamentos de protecção relativos ao trabalho em altura. Estes trabalhos são
responsáveis por uma parte muito significativa dos acidentes fatais em qualquer
sector de actividade, em particular, no sector da construção.
Por este motivo, a Comissão Europeia tem vindo desde há vários anos a
priorizar a segurança nestes trabalhos, designadamente através da publicação
de Directivas destinadas a promover a melhoria de segurança e saúde no
trabalho (SST), visando a redução do número de acidentes, fatais e não fatais,
em todos os sectores de actividade.
A Directiva-quadro sobre SST (89/391/CEE), publicada em 1989, potenciou as
melhorias introduzidas desde então nas condições de trabalho dos trabalhadores
com forte impacto positivo na melhoria da produtividade e consequentemente
também na competitividade das empresas.
Esta Directiva realça, entre outras situações, a importância da segurança dos
produtos, em geral, e dos equipamentos com influência na SST, em particular.
Estabelece para tal um conjunto de princípios gerais de prevenção, dos quais se
destaca a priorização das medidas de prevenção colectiva em relação às medidas
de protecção individual.
A aplicação deste princípio geral de prevenção ao trabalho em altura é da maior
importância. Para a prevenção de quedas em altura devem assim utilizar-se
prioritariamente os equipamentos de protecção colectiva (EPC) e, apenas
subsidiariamente e em casos justificados depois de uma adequada avaliação do
risco, os equipamentos de protecção individual (EPI).
Assim, no presente documento, caracterizam-se os principais EPC contra
quedas em altura mais utilizados no sector da construção, designadamente, os
guarda-corpos temporários, os andaimes de trabalho temporários, as redes de
segurança e as linhas de vida horizontais flexíveis. Os dois primeiros EPC
referidos destinam-se a impedir as quedas em altura e os dois últimos
pretendem apenas limitar os efeitos de eventuais quedas de trabalhadores.
Apresentam-se também os principais equipamentos de protecção individual
relativos às quedas em altura, incluindo os meios de acesso em altura,
designadamente os elementos ou componentes de um sistema de protecção contra
quedas em altura de um trabalhador constituído pelo conjunto “arnês-talabarte-
absorvedor-ancoragem”. Caracterizam-se assim os arneses ou cintos de segurança
de corpo inteiro, os talabartes, os absorvedores de energia e os dispositivos de
ancoragem. Inclui-se ainda uma caracterização dos principais meios individuais de
acesso em altura, designadamente, as escadas e o acesso por cordas.
Por último, apresentam-se algumas considerações finais, salientando-se a
importância da qualidade dos equipamentos de protecção contra quedas em
altura na redução do número de acidentes de trabalho, sobretudo fatais mas
também não fatais, em particular, no sector da construção.    

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SUMMARY

This document refers to the technical characterization of the major protective


equipment for working at height. These works are responsible for a very
significant proportion of fatal accidents in any industry and in particular in the
construction sector.
For this reason, the European Commission has, for several years, to prioritize
safety in these works, namely by issuing Directives to encourage the improvement
of the occupational safety and health (OSH), aiming at reducing the number of
accidents, fatal and non-fatal, in all sectors.
The Framework Directive (89/391/EEC) on OSH, published in 1989, potentiated
the improvements made since then in the working conditions of workers with
strong positive impact on improving productivity and consequently also on
competitiveness of companies.
This Directive emphasizes, among other situations, the importance of product
safety in general, and equipment with influence on SST in particular. For this
purpose, this Directive establishes a set of general principles of prevention,
among which the prioritization of collective prevention measures regarding
personal protection measures.
The application of this general principle of prevention to the work at height is of
the utmost importance. For the prevention of falls from a height it must therefore
be used primarily collective protection equipment (CPE) and, only secondarily
and in justified cases after an adequate risk assessment, personal protective
equipment (PPE).
Thus, in this document, the main and most commonly used in construction CPE
against falls from a height are characterized, namely, temporary guardrails,
temporary works scaffolding, safety nets and flexible horizontal lifelines. The first
two CPE aim to prevent the falls from height and the last two are only intended to
limit the effects of any falls of workers.
The main personal protective equipment related to falls from height are also
presented, including means of access at height, namely the elements or
components of a system for protection against falls from a height comprising the
set “harness-lanyard-energy absorber-anchorage". Thus, each of these elements
are characterized, i.e. harnesses, lanyards, energy absorbers and anchorage
devices. Still includes a characterization of the main individual means of access
at height, namely, ladders and rope access.
Finally, it is presented some concluding remarks, stressing the importance of the
quality of protective equipment against falls from height in reducing the number of
accidents, especially fatal but also non-fatal, particularly in the construction sector.

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1. INTRODUÇÃO
O trabalho em altura envolve riscos com consequências muitas vezes fatais para
os trabalhadores em qualquer sector de actividade económica e, em particular,
no sector da construção especialmente na fase de execução das estruturas. A
protecção dos trabalhadores expostos a este risco passa pela implementação de
diversas medidas, designadamente recorrendo a equipamentos de protecção
(colectiva e individual) para evitar e/ou limitar a ocorrência desse risco. Neste
documento apresenta-se assim uma caracterização técnica dos principais
equipamentos de protecção relativos ao trabalho em altura.
A Directiva-quadro sobre SST (89/391/CEE) potenciou a melhoria das condições de
trabalho dos trabalhadores com forte impacto positivo na melhoria da produtividade
e consequentemente também na competitividade. Esta estabelece um conjunto de
princípios gerais de prevenção, dos quais se destaca a priorização das medidas de
prevenção colectiva em relação às medidas de protecção individual.
A aplicação deste princípio geral de prevenção significa que, para a prevenção de
quedas em altura, devem utilizar-se prioritariamente os equipamentos de protecção
colectiva (EPC) e, apenas subsidiariamente e em casos justificados após uma
adequada avaliação do risco, os equipamentos de protecção individual (EPI).
Por outro lado, no âmbito da prevenção do trabalho em altura importa ter em conta
a Directiva 89/655/CEE relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde
para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho no trabalho, em
particular, o ponto (4) do anexo II desta Directiva relativo aos trabalhos
temporários em altura (ponto adicionado pela Directiva 2001/45/CE). Esta
Directiva é incluída, pela sua relevância, no anexo a) do presente documento.
No presente documento, caracterizam-se na secção 2 os principais EPC contra
quedas em altura, designadamente, os guarda-corpos temporários (subsecção 2.1),
os andaimes de trabalho temporários (subsecção 2.2), as redes de segurança
(subsecção 2.3) e as linhas de vida horizontais flexíveis (subsecção 2.4). Os dois
primeiros EPC referidos, destinam-se a impedir as quedas em altura e os dois
últimos pretendem apenas limitar os efeitos de eventuais quedas de trabalhadores.
Na secção 3 apresentam-se os principais equipamentos de protecção individual
relativos às quedas em altura, incluindo os meios de acesso em altura. Sendo
um sistema de protecção contra quedas em altura de um trabalhador constituído
pelo conjunto “arnês-talabarte-absorvedor-ancoragem”, nesta secção
caracterizaram-se cada um destes elementos, designadamente, os arneses ou
cintos de segurança de corpo inteiro (subsecção 3.1), os talabartes (subsecção
3.2), os absorvedores de energia (subsecção 3.3) e os dispositivos de
ancoragem (subsecção 3.4). Nesta mesma secção 3 incluiu-se também uma
caracterização dos principais meios individuais de acesso em altura (subsecção
3.5), designadamente as escadas e o acesso por cordas. A lista das principais
normas técnicas Europeias relativas aos EPC e EPI é apresentada no anexo b)
do presente documento.
Por último, na secção 4, apresentam-se as principais considerações finais do
presente documento, salientando-se os aspectos mais relevantes analisados.

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2. EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO COLECTIVA PARA O


TRABALHO EM ALTURA
O Equipamento de Protecção Colectiva (EPC) para o trabalho em altura pode
subdividir-se em dois grandes grupos:
- EPC que impedem a queda em altura;
- EPC que limitam os efeitos da queda em altura.
No primeiro grupo incluem-se os equipamentos concebidos para impedir a queda
em altura de qualquer trabalhador na área abrangida por cada um desses
equipamentos. No sector da construção, entre os EPC mais utilizados na prática
corrente, incluem-se os guarda-corpos, os andaimes de trabalho, entre outros
(por exemplo, plataformas de trabalho temporárias).
No segundo grupo incluem-se os equipamentos cuja principal função não é, em
geral, o de impedir a queda, mas limitar os efeitos de eventuais quedas sem
infringir ou reduzindo os danos devidos a essas quedas. No sector da
construção, entre os EPC mais utilizados na prática corrente que se enquadram
neste grupo, incluem-se as redes de segurança, as linhas de vida horizontais
flexíveis, entre outros (por exemplo, linhas de vida horizontais rígidas).
Na União Europeia, a maioria destes EPC não estão abrangidos pela marcação
“CE”, mas os seus componentes, tomados separadamente e enquanto produtos,
devem ser fabricados tendo por base as Directivas e/ou Regulamentos Europeus
sobre a marcação “CE” dos produtos, designadamente o Regulamento 305/2011
relativo aos produtos de construção e a Directiva 89/686/CEE relativa aos EPI.
Tal resulta do facto que cada EPC pode, em geral, ter configurações diversas em
cada estaleiro/canteiro de obra, exigindo-se nestes casos a elaboração do cálculo
estrutural dos mesmos. Porém, esta situação não afasta a possibilidade de um
dado fabricante poder conceber um determinado tipo de EPC com uma
configuração e materiais específicos, tendo em vista oferecer ao mercado um EPC
prefabricado. Nestes casos, o fabricante deve fazer acompanhar esse EPC com
toda a informação técnica necessária (manuais) onde estabelece as condições e
limitações para a sua utilização, incluindo informação sobre aspectos essenciais a
ter em conta na montagem, desmontagem e utilização corrente desse EPC.
Na presente secção, apresenta-se uma caracterização dos principais EPC mais
utilizados na prática corrente no sector da construção, dadas as limitações
(designadamente temporais) deste trabalho.
Assim, no âmbito do primeiro grupo de EPC acima referido (EPC que impedem a
queda em altura) caracterizam-se os guarda-corpos temporários (subsecção 2.1) e
os andaimes de trabalho temporários (subsecção 2.2).
Relativamente aos EPC que limitam os efeitos da queda em altura (segundo
grupo), apresenta-se designadamente as redes de segurança temporárias
(subsecção 2.3) e as linhas de vida horizontais flexíveis (subsecção 2.4).

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2.1. GUARDA-CORPOS TEMPORÁRIOS


Na União Europeia, os guarda-corpos temporários são concebidos com base na
norma técnica, não harmonizada, EN 13374 (versão de 2013) relativa a sistemas
de protecção temporária de periferias (comumente designada por norma relativa
a guarda-corpos temporários). Esta norma especifica os requisitos e métodos de
ensaio para os guarda-corpos temporários para utilização durante a construção
ou manutenção de edifícios ou outras estruturas.
No que respeita a dimensões, a norma estabelece alturas mínimas e
espaçamentos máximos entre componentes dos guarda-corpos temporário
conforme se apresentam na Figura 1. Caso sejam utilizadas redes entre a barra
superior e a superfície de trabalho, estas devem estar de acordo com a EN 1263.

Figura 1 – Altura e espaçamentos dos componentes de guarda-corpos (EN 13374)


Entre o rodapé e a superfície de trabalho não deve haver aberturas. Porém, se
estas forem inevitáveis, devem ser inferiores a 20 mm.
Importa registar que, em alguns países (fora da UE), a altura mínima do guarda-
corpo é de 1,00 m, mas após deflexão sob o efeito de carga vertical de 90 kgf.
A norma prevê 3 classes de guarda-corpos temporários (A, B e C), tendo em
conta a inclinação da superfície de trabalho (α) e o desvio entre o guarda-corpo
e a perpendicular a essa superfície de trabalho (Figura 2).

Figura 2 – Inclinação do guarda-corpos em relação à superfície de trabalho

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Para cada uma destas classes, estabelecem-se ainda espaçamentos máximos


entre componentes do guarda-corpos. No Quadro 1 apresentam-se essas 3
classes de guarda-corpos temporários e respectivas características.
Quadro 1 – Classes de guarda-corpos temporários (EN 13374)

Superfície de Inclinação do Espaçamento entre


Classes
trabalho guarda-corpo (*) componentes

≤ 15º 470 mm, com barra intermédia


A Plana
(para qualquer lado) 250 mm, sem barra intermédia

≤ 15º
B Inclinada 250 mm
(para qualquer lado)

C Inclinada ≤α 100 mm

(*) Desvio em relação à perpendicular à superfície de trabalho.


Deste quadro resulta que o guarda-corpo classe A é utilizado em superfícies planas
(situação mais corrente nos estaleiros/canteiros de obras), fornecendo um apoio ou
impedindo a queda de qualquer trabalhador que possa “cair” sobre essa protecção
de forma não intencional (e.g. por escorregamento, falta de equilíbrio, etc.). Esta
classe de guarda-corpos fornece resistência a cargas estáticas apenas.
Os guarda-corpos das restantes classes B e C são utilizados em superfícies
inclinadas (e.g. coberturas), onde as cargas originadas pela eventual queda (e.g.
por escorregamento) são mais elevadas.
No caso da classe B, para além da exigência de resistência a forças estáticas,
estes guarda-corpos devem ser concebidos tendo em conta as acções
dinâmicas geradas, as quais são baixas. Estes guarda-corpos devem ser
capazes de absorver uma energia cinética de 1100 J até uma altura de 200 mm
da superfície de trabalho e 500 J nas partes a partir dessa altura.
Tratando-se de guarda-corpos da classe C, as forças dinâmicas geradas são
mais elevadas do que no caso anterior, devendo assim ser concebidos de forma
a absorver uma energia cinética de 2200 J até uma altura de 200 mm da
superfície de trabalho e 500 J nas partes a partir dessa altura. Nesta classe de
guarda-corpos a norma não inclui exigências de resistência a forças estáticas.
Em resumo, a norma inclui requisitos para a concepção dos guarda-corpos
temporários tendo em conta os seguintes tipos de carga: carga estática para as
classes A e B (casos mais frequentes) e carga dinâmica para as classes B e C
(que se baseiam na realização de ensaios).
Em qualquer dos casos, os guarda-corpos devem ser concebidos de forma a
evitar a remoção ou deslocamento acidental de qualquer componente.
No que respeita aos materiais a utilizar nos guarda-corpos temporários, a norma
Europeia privilegia o aço ou a madeira. No primeiro caso (aço) este não pode ser de
baixo teor de carbono. No caso da madeira, a classe mínima da madeira deverá ser
C16 de acordo com a norma Europeia EN 338 (equivalente à NBR 7190) e, se for
utilizado algum revestimento, este não pode impedir a inspecção visual do material.

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13

A concepção estrutural dos guarda-corpos temporários deve basear-se no


método dos estados limites (últimos e utilização) de acordo com a norma
Europeia de aplicação obrigatória EN 1990 (bases para o cálculo estrutural).
Este método também foi adoptado no Brasil no cálculo estrutural há vários anos,
sendo por isso do conhecimento dos profissionais da engenharia civil Brasileira.
Para esse cálculo estrutural dos guarda-corpos temporários, é também obrigatório
observar os requisitos da norma Europeia EN 1993, no caso de guarda-corpos em
aço, ou a norma EN 1995, no caso de guarda-corpos em madeira. Neste último
caso (madeira), no cálculo dos guarda-corpos deve considerar-se a classe de
serviço 2 e, no que respeita à duração da carga, deve considerar-se carga
instantânea para cargas acidentais e curta duração para as outras cargas.
Embora menos usual, é possível ainda conceber guarda-corpos em alumínio,
sendo que neste caso deve ser utilizada a norma EN 1999 na sua concepção.
Em qualquer dos casos (guarda-corpos em aço ou madeira), devem considera-
se os factores parciais de segurança indicados no Quadro 2.
Quadro 2 – Factores/coeficientes parciais de segurança (guarda-corpos)

Estado limite (*) ϒF Tipo de carga ϒM Tipo de material


ELU 0,9 Favorável (e.g. contrapeso) 1,1 Metálico dúctil
(cargas 1,5 Permanente e variável 1,25 Metálico não dúctil
fundamentais) 1,3 Madeira
ELU 1,0 Cargas acidentais 1,0 Qualquer material
(cargas acidentais)
ELUtil 1,0 Geral 1,0 Geral

(*) ELU = Estado limite último; ELUtil = Estado limite de utilização.

As cargas estáticas a considerar no cálculo dos guarda-corpos das classes A e B


são as indicadas no Quadro 3.
Quadro 3 – Requisitos de cargas estáticas (guarda-corpos)
Desi- Carga Conc. Carga Dist.
Caso de carga 2 ϒF Requisito (*)
gnação (N) (N/m )
ELUtil: Rodapé FT2 200 --- 1,0 Deflexão elástica
do sistema:
ELUtil: Barras FT1 300 máx. 55 mm
ELU: Rodapé FH2 200 --- 1,5 Ed ≤ Rd
ELU: Outras partes FH1 300
ELU: Vento máximo QMW --- 600 1,5 Ed ≤ Rd
ELU: Combinação de acções QWW + FH2 200 200 1,5 Ed ≤ Rd
- Rodapé
ELU: Combinação de acções QWW + FH1 300
– Outras partes
ELU: Paralelo FH3 200 --- 1,5 Ed ≤ Rd
ELU: Cargas acidentais FD 1250 --- 1,0 Deflexão durante a
carga: máx. 300 mm

(*) Ed = Valor de cálculo do efeito das acções; Rd = Valor de cálculo da resistência.

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14

Para uma melhor visualização, as cargas estáticas do quadro anterior estão


representadas na Figura 3, de acordo com a EN 13374.

Figura 3 – Representação das cargas estáticas (guarda-corpos)

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15

A título de exemplo de aplicação do modelo de cálculo de guarda-corpos


temporários com base na norma EN 13374, apresenta-se na Figura 4 uma
possível configuração de um guarda-corpo sem rede de protecção, com 1,10 m
de altura e com todos os componentes em tubo de aço redondo, excepto o
rodapé que, devido à altura mínima exigida (15 cm), é em madeira.
O tipo de aço considerado é o S275, aço com tensão de cedência de 275 MPa
(equivalente no Brasil aproximadamente ao aço MR290). A madeira considerada
no rodapé é o pinho do Paraná que apresenta um valor característico de
resistência à flexão de cerca de 25 MPa (isto é, madeira da classe C25).

...
2000 mm

48,3 mm 48,3 mm

Tubo aço secção circular  (Aço MR290)  48,3 x 3,2 mm 48,3 mm
Aço MR290 48,3 x 3,2 mm

Aço MR290 48,3 x 3,2 mm
1100 mm

Tubo aço secção circular  (Aço MR290)  48,3 x 3,2 mm 48,3 mm
Tubo aço secção circular

Tubo aço secção circular
626,2 mm

25,4 mm

Pinho do Paraná    (Classe: C25)  2,54 x 15,24 cm 152,4 mm

Hipótese: 1 Modelo de Cálculo: UE Secção de cálculo Distância (m) entre postes com altura H (m) = 1,10 (Sem rede de proteção)

Elementos Materiais (Aço MR290) b ou D x h x e          p (kg/m) 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00
Barra superior Tubo aço secção circular 48,3 x 3,2 mm           3,56 3 3 3 3 3 3 2

Barra intermédia Tubo aço secção circular 48,3 x 3,2 mm           3,56 3 3 3 3 3 3 2

Rodapé Pinho do Paraná   Classe: C25 2,54 x 15,24 cm         1,88 3 3 3 2 1 0 0

Postes Tubo aço secção circular 48,3 x 3,2 mm           3,56 3 3 3 3 3 3 3

Nota 1: Nos elementos de madeira, se for aplicada uma camada protetora, esta não deve impedir a inspeção visual do material Nota 2: No caso dos postes, a cor verde significa que estes cumprem os requisitos 

Tipo de apoios dos elementos horizontais do guarda‐corpos 3 Simples 2 Simp./Encast. 1 Encastrados 0 Não

Figura 4 – Exemplo de guarda-corpo em tubo de aço com rodapé em madeira

Da análise dos resultados obtidos pela aplicação do método dos estados limites
a esta configuração do guarda-corpo, conforme figura acima, verifica-se que até
3,00 metros de vão (afastamento dos postes/barras verticais) é possível
considerar os três elementos horizontais simplesmente apoiados nos postes
(através por exemplo de apoios soldados nesses postes na parte interior onde
assentam as barras horizontais ficando com apoio livre).
Pode ainda verificar-se que os postes considerados asseguram a estabilidade do
guarda-corpo até 5,00 m de vão da barra horizontal superior. As barras superior
e intermédia podem estar simplesmente apoiadas até 4,50 m de vão e para 5,00
m de vão necessitam apenas de encastramento em pelo menos um dos apoios
(postes). O rodapé (em madeira) deverá ser encastrado em pelo menos um dos
lados para o vão de 3,50 m, encastrado nos dois lados para o vão de 4,00 m e
não satisfazendo os requisitos da norma Europeia a partir de 4,50 m de vão.

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16

2.2. AN
NDAIMES DE TRABA
ALHO TEM
MPORÁRIO
OS
Na União
U Europ peia os anddaimes de trrabalho tem
mporários sãão concebid dos tendo
em conta
c dois grupos
g de n
normas: ENN 12810 e EN 12811, aambas de 20 003. A
prim
meira aplica--se a andaimmes de fach
hada (desiggnados no B Brasil por andaimes
fach
hadeiros) coonstituídos ppor componnentes prefa
abricados qque são ligaddos à
fach
hada atravéss de ancora agens. A seg
gunda é um ma norma dee aplicação o mais geral
não possuindo as limitaçõe es da norm
ma anterior conforme
c see especifica
a adiante.
A no
orma EN 128 810 é consttituída por 2 partes. A pa
arte 1 respeeita às espec cificações
dos produtos, esstabelecend do requisitos
s de desemppenho e reqquisitos gera ais para
cálculo estrutura
al e avaliaçãão para siste
emas prefabbricados de andaimes de d fachada.
A pa
arte 2 refere-se aos méttodos particulares de cá álculo estruttural, definin
ndo regras
para
a análise e projecto
p es sistemas por cálculo e ensaio.
estrrutural deste
A aplicação da a norma ENN 12810 está á limitada a
anddaimes de fa achada basseados em tubos de
seccção circular em ligas dde aço ou alumínio, e
ter outros elem
mentos (ex. plataformas s de
balho) feitos
trab s destes maateriais ou materiais
m
basseados em madeira
m (exx. contrapla
acado/
mad deira compe ensada).
Estabelece tammbém limitaações relativvas a um
con
njunto de coonfiguraçõess com base e nas quais
o cá
álculo estrutural deve sser feito.
De acordo
a com esta normaa, um sistem ma de andaiime de fachhada é class sificado
comm base nos seguintes
s ga de trabalho, plataforrmas e seus
crritérios: carg s suportes,
largu
ura do andaaime e comp primento da a base, alturra livre entree plataforma
as, rede
envoolvente e método de accesso vertic cal. Na Figurra 5 apresennta-se um exemplo
e de
classificação e designaçãoo dos andaim mes de fach hada.

Fiigura 5 – Cllassificação
o e designaç
ção dos and
daimes de ffachada (EN
N 12810)
As característic
c cas desta cla
assificação dos andaim
mes de fachaada são deffinidas na
norm
ma EN 1281 11 que se appresenta addiante.

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17

A norma EN 12810 define as qualidades mínimas para o aço ou alumínio dos tubos
em função da espessura nominal das paredes, conforme se apresenta no Quadro 4.
Quadro 4 – Características dos materiais dos andaimes

Material Espessura nominal da Tensão de cedência


parede t (mm) mínima (N/mm2)

Aço 2,7 ≤ t < 2,9 315

t ≥ 2,9 235

Alumínio 3,2 ≤ t < 3,6 250

3,6 ≤ t < 4,0 215

t ≥ 4,0 195

Por outro lado, essa norma especifica requisitos para a sua aplicação,
designadamente, quanto à altura do andaime que deverá estar compreendida
entre 24 e 25,50 m, dependendo da classe de altura do andaime acima referida
e do comprimento da base ajustável do andaime (esta base deverá ter um
ajustamento mínimo de 200 mm).
A norma prevê ainda que o fabricante do andaime deve produzir um conjunto de
instruções formando o Manual do Produto, parte das quais deverão ser também
incluídas no Manual de Instruções para utilização no local de aplicação do
andaime.
Estes manuais devem incluir, designadamente:
- Lista de todos os componentes devidamente identificados, incluindo desenhos;
- Sequência correcta de montagem e desmontagem com segurança;
- Configuração do sistema, incluindo classes, dimensões, ancoragens, etc.;
- Limitações de uso do sistema, incluindo velocidade máxima do vento ;
- Cargas impostas na fachada e na base de apoio;
- Instruções de armazenagem, manutenção e reparação.
Acresce que cada componente do andaime deve possuir uma marcação legível
e durável com dimensão adequada, incluindo:
- a identificação do sistema e do fabricante do andaime; e
- o ano de fabrico ou um código de rastreabilidade.
A verificação/avaliação do andaime deve ser registada em relatório e ser feita
por pessoa diferente de quem projectou ou montou. Esse relatório deverá incluir
o registo de todas as verificações e resultados dos testes efectuados.

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18

Rela
ativamente à norma 12 2811, como referido ac
cima, é umaa norma de aplicação
maiss geral não possuindo as limitações da norma anterior. Esta norma
a que
consstitui um equipamento de trabalho
o temporário
o, inclui 3 ppartes.
A paarte 1 respeita aos requuisitos de de
esempenho e cálculo ggeral dos an ndaimes, os
quaiis são substtancialmentte independentes dos materiais
m doo andaime. A parte 2
referre-se a inforrmação sob
bre os materriais que poodem ser utiilizados nos
s andaimes,
designadamentte, aço, ligass de alumín nio, madeira e materiaiss baseados em
maddeira. A partte 3 especifiica regras para
p s de carga, documentação e
ensaios
avaliação de resultados.
a norma 128
Esta 811 estabele
ece um connjunto de req
quisitos geraais relevanttes para os
andaaimes, aplic
cáveis tamb ém aos and
daimes cobe ertos pela E
EN 12810 attrás
apre
esentada. São estabeleecidas class
ses de cargaa, de larguraa, de alturas
s livres
entre
e níveis e de escadas d
de acesso.
As classes
c de carga
c são 66, variando a carga disttribuída sobbre a platafo
orma
desdde 0,75 kN//m2 (75 kgf/ m2) até 6 kN
N/m2 (600 kgf/m2),
k connforme se mostra
m no
Quaadro 5.
Quadro
o 5 – Classe
es de carga dos andaim
mes

A se
elecção da classe
c de caarga para ca me depende do tipo de trabalhos
ada andaim t a
realiizar no estaleiro/canteirro de obras. Assim:
- a classe de carga 1 é inndicada parra trabalhos
s de inspecçção e opera
ações com
fe
erramentas ligeiras e ssem depósitto de materriais;
- a
as classes de
d carga 2 e 3 são indiccadas para trabalhos dde inspecçã ão e
o
operações sem
s depósitto de materiais, exceptto os que foorem necessários para
u imediato
uso eza de pedrra, rebocos,, entre outro
o, como pin turas, limpe os;
- a
as classes de
d carga 4 e 5 são indiccadas para trabalhos eenvolvendo depósito
d materiais
de s, como alve
enarias, fixa
ação de elementos de betão, rebo
ocos, entre
o
outros;
- a classe de carga
c 6 é in
ndicada para
a trabalhos de alvenariaa pesada en
nvolvendo
d
depósito imp
portante de materiais.

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No que
q respeita a às classess de largura do andaime e alturas llivres entre níveis do
andaaime, a norm
ma estabeleece 7 classees de largurra e 2 classees de altura
a, conforme
se apresentam
a na Figura 6
6.

Figura 6 – Classes d
de largura e de altura liv
vre entre nííveis do and
daime

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20

Relaativamente às
à escadas, a norma es stabelece 2 classes em função da largura do
patim
m da escadaa e da distân
ncia entre dois
d degraus s consecutivvos, sendo que
q em
ambbos os casoss a largura m
mínima livre
e da escada é de 0,5 m. Na Figura 7
apre
esentam-se essas classses, bem como outras característica
c as que as escadas
deveem satisfaze
er. Embora nnão especificado, o ace
esso em altuura aos diveersos níveis
do andaime
a dev
ve fazer-se p
preferencialmente por escadas
e no interior do andaime.
a

Figura 7 – Classes de escadas


s dos andaiimes
Para
a além desta as caracteríísticas, a no
orma EN 12811 contém
m ainda dive
ersos outross
requ
uisitos que im
mporta ter e
em conta, designadame ente:
- a
as unidades que constittuem a plataaforma deveerão ser travvadas contrra o
d
deslocament to ou levanttamento nãoo intenciona
al (por pessooas ou pelo
o vento),
te
erem superffícies antide
errapantes e serem tanto quanto ppossível nive
eladas;
- as
a aberturas
s entre unid ades da pla
ataforma nã
ão podem u ltrapassar 25
2 mm;
as áreas de trabalho e d
- a de acesso devem
d esta
ar protegidaas por guard da-corpos
(ccom dimens
sões similarres às apre
esentadas na subsecçãão 2.1) cons stituídos
p barras superior e in
por ntermédia e ainda rodapés (nas esscadas de patim,
p
e
estes rodapé
és podem sser dispensa ados); estas s protecçõees laterais devem
d ser
c
concebidas contra a remmoção não intencional; a existênccia de rede no
a
andaime não
o substitui e
esta protecç
ção lateral.
Paraa além das característiicas acima apresentadas, a normaa estabelec ce ainda
dive
ersos requissitos a ter em
m conta no cálculo estrutural dos andaimes que, q
trata
ando-se de estruturas ccomplexas, deve ser efectuado
e poor especialiistas
quallificados que utilizam ppara o efeito
o software específico
e eexistente no
o mercado.
a além das cargas vertticais de acordo com a classe do aandaime, as acções
Para
do vento
v são deeterminantees para esse cálculo es
strutural, soobretudo se
eo
andaaime for coberto por re
ede de prote
ecção. Essee cálculo deeterminará também
t o
núm
mero e posiccionamento das ancora agens necessárias doss andaimes.

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2.3. RE
EDES DE SEGURAN
S ÇA
As redes
r de segurança pa ara utilização na constrrução e muiitas outras actividades
a
são equipamen ntos de prottecção colecctiva destinados a limittar os efeito
os de uma
pote
encial quedaa dos traba lhadores. As
A redes têm m a vantageem sobre os s sistemas
de protecção
p in
ndividual co nstituídos por
p arnês e talabarte, aadiante apre esentados,
porq
quanto perm mitem uma m maior mobilidade dos trabalhador
t res no traba alho.
Deste modo, é importante salientar que as redes s de seguraança não po odem ser
conssideradas como
c substi tutos dos guarda-corpos tendo em m conta que e estes têm
m
por função
f principal evitar as quedas. As redes devem
d assi m ser utiliza
adas como
mplementos de outros ssistemas de
com e protecção contra queedas em altu ura.
Na União
U Europpeia as rede es de segurança são concebidas
c com base na norma
EN 1263 (versã ão de 2002)) que é constituída porr duas partees (presente emente em
proccesso de rev
visão). A pa arte 1 espec quisitos de ssegurança e métodos
cifica os req
de ensaio
e das redes
r e basseia-se nas características de dessempenho dasd fibras
de polipropileno
p o e poliamid da. A parte 2 especifica
a os requisiitos para os
s limites de
posiicionamentoo, isto é, co ndições de instalação das redes.
Impo orta registarr que uma rrede de segurança é coonstituída poor dois componentes:
a redde propriammente dita e o sistema de d rede. As característiicas das
d suporte da
redees são espe ecificadas na essa norma e devem seer sujeitas a
a parte 1 de
certiificação enqquanto prod uto. O siste
ema de supoorte deverá ser concebido e
dimeensionado para
p cada co o, tendo em conta os lim
onfiguração mites de
posicionamento o especificaddos na parte 2 da norm
ma.
Relaativamente àsà redes proopriamente ditas, especificam-se 4 classes de
e redes em
funçção da máxima dimensã ão da malhaa (mm) e daa capacidadde de absorç
ção de
enerrgia (kJ). A norma espeecifica ainda
a a designaç
ção dessas redes. Na Figura 8
apreesenta-se es ssas classe
es e um exemplo da des signação daas redes.

Figura
F 8–C
Classes de redes
r e des
signação (E
EN 1263)

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No que
q respeita
a ao sistem
ma de rede de
d seguranç ça (rede e ssistema de suporte),
s a
norm
ma EN 1263 as, conforme se mostraa na Figura 9.
3 estabelecce 4 sistema

Fiigura 9 – Si stemas de redes de se


egurança (E
EN 1263)

A no
orma define também a designação o das redes de segurannça, conform
me se
mosstra na Figurra 10, a qua
al inclui aind
da um exemmplo dessa ddesignação..

Figu
ura 10 – Dessignação da
as redes de
e segurançaa (EN 1263))

Em qualquer do os sistemass S, T ou V, a norma lim


mita a 6 metrros a altura máxima
de queda
q desde
e a posição de trabalhoo. Embora a norma nãoo especifique, na
conccepção desttes sistemaas de redes de segurança, pode coonsiderar-se e a força
máxxima de impacto de um corpo sobrre a rede de 6 kN. Este valor está em e linha
com
m as normas s no âmbito do equipam mento individ
dual de prottecção contra quedas
em altura,
a desig
gnadamente e, a norma EN
E 355 rela ativa a absoorvedores de e energia e
a no
orma ISO 16 6024 relativa
a sistemas de linhas de
e vida horizoontais flexív
veis.

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A noorma EN 12263 especifiica tambémm as larguras mínimas dde captação o do corpo


em função
f da altura
a de qu m, para uma altura de qqueda de 6 m, essa
ueda. Assim
largu
ura é de 3 m.
m Para altuura de quedda inferior ou igual a 3 metros, a la
argura
míniima de capttação deverrá ser de 2,50 metros e,e para altu ra de quedaa menor ouu
igua
al a um metrro, essa larg
gura mínim
ma é de 2 me etros.
Para
a cada um dosd sistema as de redes
s de segurannça, a norm
ma estabele ece um
conjjunto de req
quisitos quee importa ter em conta na selecçãoo e/ou conc cepção das
rede
es de segurrança, confo orme se aprresenta a se
eguir. A norrma refere ainda
a que,
nos casos apro opriados, poodem utiliza
ar-se dispos
sições incluíídas noutras normas,
com
m menção pa articular pa ra a norma EN 13374 relativa aoss guarda-coorpos.
Assiim, as redess de seguraança do Sis stema S são o redes ditaas “horizontaais” com
áreaa de pelo menos 35 m2 e 5 m no la ado menor. Estas redees são utiliz zadas
princcipalmente sob grande es áreas de trabalho, como
c por exxemplo, na montagem
de estruturas
e em cobertura as de naves s industriais
s de fábricaas ou outras
s, onde os
trabaalhadores tenham de e efectuar trabalhos que obrigam a permanece er durante
long
gos períodos s de trabalh
ho (e.g. fixa
ações de rev vestimentoss). Na Figurra 11
summarizam-se asa principaiis caracteríssticas desta
as redes.

Figura 11 – Re
edes de seg
gurança siste
ema S (área
as de traballho inclinada
as até 20º)

a estas rede
Para es, a deflexã
ão máxima instantânea
a sob uma aacção dinâm
mica (e.g.
qued abalhador) não deverá
da de um tra á ser superio
or a 75% doo menor lado
o da rede.
Emb bora a norm
ma não defin
na distâncias
s de seguraança sob a rrede, a máx
xima
defo
ormação da rede causa ada pelo pesso da rede mais
m a carg a dinâmica de teste,
forne
ece uma inddicação gen
nérica do es q deveria haver sob essa
spaço livre que e rede.

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Essas deformações aproximadas são


apresentadas no Quadro 6, onde Hi é a
distância vertical entre a rede de segurança (no
ponto de deformação causada pelo peso da
rede e carga dinâmica) e o ponto de trabalho,
conforme se mostra na Figura 12.

Figura 12 – Deformação da rede segurança


sistema S (EN 1263)

Quadro 6 – Deformações máximas das redes de segurança sistema S (EN 1263)


Li (m, largura mínima da rede de segurança)
Hi (m)
5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

0,0 2,30 2,46 2,62 2,79 3,01 3,17 3,32 3,46 3,54 3,62 3,70 3,63 3,91 4,18 4,45 4,87

0,5 2,47 2,65 2,83 3,01 3,24 3,43 3,62 3,79 3,91 4,04 4,17 4,14 4,40 4,66 4,92 5,32

1,0 2,59 2,78 2,97 3,16 3,41 3,62 3,82 4,02 4,18 4,33 4,49 4,50 4,75 5,00 5,25 5,64

1,5 2,69 2,89 3,08 3,28 3,53 3,76 3,98 4,20 4,38 4,56 4,74 4,78 5,02 5,27 5,51 5,89

2,0 2,76 2,97 3,17 3,38 3,64 3,87 4,11 4,34 4,55 4,75 4,95 5,01 5,24 5,48 5,72 6,09

2,5 2,83 3,04 3,25 3,46 3,72 3,97 4,22 4,47 4,69 4,90 5,12 5,20 5,43 5,67 5,90 6,25

3,0 2,88 3,10 3,31 3,53 3,79 4,05 4,31 4,57 4,81 5,04 5,27 5,37 5,60 5,82 6,05 6,40

3,5 2,93 3,15 3,37 3,59 3,85 4,12 4,39 4,67 4,91 5,16 5,40 5,51 5,74 5,96 6,19 6,53

4,0 2,97 3,19 3,42 3,65 3,91 4,18 4,46 4,75 5,01 5,26 5,52 5,65 5,87 6,09 6,31 6,64

4,5 3,01 3,23 3,46 3,69 3,96 4,24 4,52 4,82 5,09 5,36 5,63 5,76 5,98 6,20 6,42 6,74

5,0 3,04 3,27 3,50 3,74 4,00 4,29 4,58 4,89 5,17 5,45 5,72 5,87 6,09 6,30 6,52 6,84

5,5 3,07 3,30 3,54 3,78 4,04 4,34 4,63 4,96 5,24 5,53 5,81 5,97 6,19 6,40 6,61 6,92

6,0 3,10 3,34 3,57 3,81 4,08 4,38 4,68 5,01 5,31 5,60 5,89 6,07 6,28 6,49 6,70 7,00

As redes de segurança do Sistema U são redes para apoio à construção para uso
vertical, como por exemplo em guarda-corpos.
Estas redes devem ser submetidas a testes específicos
referidos na norma, sendo que as condições de
posicionamento dependem do elemento da construção
onde se inserem.
Por exemplo, se a rede se destina a ser utilizada nos
guarda-corpos, então será a norma de guarda-corpos
que determinará as condições de posicionamento da
rede.

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25

As redes de seg gurança do sistema T são


s redes horizontais uutilizadas coomo meios
commplementare es de seguraança para minimizar
m os
s efeitos de potenciais quedas
q em
alturra, em caso de falha do
os meios dee protecção primários (ee.g. guarda--corpos).
De acordo
a com a norma EN N 1263, as redes proprriamente dittas são ensaaiadas comm
uma a massa de 100 kg em queda desd de 7 metros de altura (aacção dinâmmica), não
pode endo a defle
exão máxim ma instantân
nea excederr o comprimmento da me enor
dime ensão da re
ede, conformme se apressenta na Fig
gura 13.

Figu
ura 13 – Configuração ttipo e deflex
xão máxima
a instantâneea das redes
s sistema T

Essee requisito de
d deflexão máxima instantânea, co onjugado coom a força máxima
m de
impaacto (6 kN) do
d corpo em m queda sob bre a rede (q
que não devve tocar no sistema
s de
supoorte), conforrme atrás re
eferido, consstituem os ellementos esssenciais pa
ara
conccepção e cá álculo estrutu
ural do siste
ema de supo orte destas rredes de segurança.
A título de exem
mplo, na Fig esenta-se o modelo de cálculo proposto para
gura 14 apre
as reedes de seg
gurança do sistema T.

Figura 14
4 – Modelo de cálculo para as redes de segurrança sistem
ma T

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26

O cáálculo estrutural do sup


porte da red
de de segurrança sistem ma T com base
b neste
moddelo e tendoo em conta as caracterrísticas técnnicas dos m
materiais
sele
eccionados, determinarrá a configu uração mais s adequada em cada caso,
inclu
uindo a esta
abilidade daa solução prreconizada e as distânncias a, b e c que se
apreesentam na acima. Nessse cálculo importa considerar, quuer a queda a do corpo
no plano
p do supporte, quer no plano enntre dois su
uportes conssecutivos. Por
P
exemmplo, para uma altura de queda de d 6,00 m de um traballhador (2 pisos), as
distâ
âncias referridas serão de cerca dee: a = 1,80 m, b = 1,200 m e c = 3,00 m.

As redes de seg gurança do sistema V sãos redes ditas


d “verticaais” (designa
adas por
rede
es tipo “forca
a”) que segu uem os mes smos princípios das reddes anteriorres, quanto
ao seu
s funciona amento estrrutural. Nesttas redes, a configuraçção do sistem ma de
supoorte é difere
ente e consttituído por uma estruturra, em gerall também metálica,
m
colocada parale elamente a u uma superffície vertical (e.g. fachadda de um edifício em
consstrução) ondde é “amarrrada” e termminando (no topo) com uum elementto
horizzontal. Na Figura
F presenta-se a configura
15 ap ação tipo deestas redes.

Figura 15 – Con
nfiguração das
d redes de
e segurançaa sistema V

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27

Conforme se po ode observa


ar na figura
a anterior, a deflexão m
máxima insta
antânea é
nestte caso de 50%
5 do me nor lado daa rede.
A no
orma obrigaa também q ue a rede propriament
p te dita seja estendida pelo
p menoss
1,00
0 m acima da
d área de ttrabalho e a distância entre
e suport
rtes não pod
de exceder
os 5,00
5 m. Inclu
ui ainda req
quisitos rela astamento eentre pontos de
ativos ao afa
ancooragem de no máximo 0,50 m, os s quais deveem estar noo mínimo a 0,10
0 m dos
bord
dos da supeerfície onde se localizaam as ancorragens.
O cá
álculo estrutural do sup
porte da red
de de segurrança sistem
ma V é semmelhante ao
da re
ede anterio
or (sistema T
T), tendo em
m conta o modelo
m de ccálculo apre
esentado
na Figura
F 16.

Figura 16 - Model o de cálculo


o das redes de segurannça sistema
aV

O cá
álculo estrutural do supporte da redde de segurrança sistemma V com base
b neste
moddelo e tendo
o em conta as caracterrísticas técn nicas dos m
materiais
sele
eccionados, determinarrá a configu uração mais s adequada em cada caso,
desiignadamentte a estabiliidade da soolução precoonizada parra cada valo or
conssiderado de
e L1 (comprrimento da “forca”)
“ e alturas H1 (eentre apoios
s, e.g. entre
e
piso
os de um eddifício) e H2 (altura requerida acim
ma do nível dde trabalhoo, e.g.
acim
ma do piso do á construído).
d edifício já
Na prática,
p a altura H2 devve ser a sufficiente para
a permitir o trabalho em
m
seguurança dos trabalhado res que têm m de executtar o piso accima do últiimo já
consstruído.

PROJETO APOIO
O AOS DIÁLOGOS
S SETORIAIS UNIÃ
ÃO EUROPEIA - BR
RASIL
28

2.4. LIN
NHAS DE VIDA HOR
RIZONTAIS
S FLEXÍVEIS
Na União
U Europ peia, as linh
has de vida horizontais
s flexíveis (LLVHF) são
referenciadas, em e particula ar, na norm
ma harmoniz zada EN 7995 (versão ded 2012)
relattiva aos dispositivos de e ancoragem no âmbito do equipaamento de protecção
indivvidual contrra quedas, cconstituindo
o o dispositivo de ancooragem do tipo C para
apen nas um utilizador.
Poréém, a especcificação téccnica CEN/TTS 16415 (ve ersão de 20 13, com umm prazo de
valid
dade de apeenas 3 anos) relativa a recomendaç
r ções para diispositivos de
d
ancooragem para a utilização por mais de
e uma pesso oa simultaneeamente (co onstituindo
tamb bém o dispo
ositivo de anncoragem do o tipo C para
a mais de u ma pessoa)), cabe já
no âmbito
â da prrotecção colectiva por se destinar ao
a uso por mmais de uma a pessoa.
Por outro lado, a norma ISO O 16024 relativa a siste
emas de linnha de vida flexíveis,
f
inclu
ui um conjun
nto de requiisitos para a concepção o destas linhhas, considerando que e
esta
as linhas pod
dem ser utillizadas por, no máximo o, 3 pessoass e que a força
máxxima transmitida ao arn ês ligado aoo corpo de um
u utilizadoor é de 6 kNN (600 kgf).
Na presente
p suubsecção ap
presentam-se os aspecctos mais reelevantes para
p a
conccepção e im
mplementaçção destas LVHF,
L tendo em contaa as normas se
reco
omendação acima refe renciadas.
Uma a linha de viida horizonttal flexível é um disposiitivo constituuído por um
m cabo de
aço ou cabo de e fibra sintétiica conectado nas extremidades a pontos de
ancooragem (pod dendo incluuir outros po ontos intermédios, introdduzindo porrém outros
conddicionantes de cálculo). Estas linha zadas comoo pontos de ancoragem
as são utiliz
de um
u ou mais trabalhadorres dispondo de arnês (cinto de seegurança de e corpo
inteiro) que se liga a essass linhas através, em gerral, de um taalabarte. O modelo de
cálculo preconizzado para e estas linhas de vida é apresentado
a o na Figura 17.

Figura
a 17 - Mode
elo de cálcullo preconiza
ado para ass linhas LVH
HF

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29

Este modelo de cálculo das LVHF baseia-se na definição dos seguintes


pressupostos fundamentais:
- Distância entre os pontos de ancoragem da linha de vida nas extremidades
(isto é, vão da linha de vida);
- Características técnicas do cabo de aço ou do cabo de fibra sintética
(designadamente, força de rotura à tracção do cabo e alongamento máximo
admissível do cabo);
- Força de impacto na queda (Fa) de um trabalhador (máximo 6 kN) e número de
pessoas conectadas ao cabo (máximo 3);
- Deflexão inicial do cabo antes da queda, isto é, deflexão ocasionada apenas
pelo peso próprio do cabo (em geral, em torno de 5% do vão).
Com base nestes elementos é possível verificar a adequabilidade do cabo
seleccionado, determinar a força de tracção do cabo nos suportes (pontos de
ancoragem) e a deflexão máxima do cabo para efeitos de determinar a altura
recomendada do ponto de ancoragem da linha de vida até à plataforma de
trabalho e a altura livre mínima sob esta plataforma.
A título de exemplo, ilustra-se na Figura 18 o tipo de informação que é possível
gerar para o cálculo da força de tracção nos suportes (pontos de ancoragem) da
LVHF para diferentes tipos de cabos de aço e cabos de fibra sintética, para um vão
de 5,00 m entre suportes e força aplicada a meio vão de 6 kN (máximo admissível).
Força de tracção nos suportes para a força dada aplicada a meio vão (kN) Distância entre suportes (m)
Tipo de cabo
Diâmetro nominal D (pol.) / D (mm) 5,00
Ca bo us a do/pré‐es ti ca do ? 1/4 5/16 3/8 7/16 1/2 9/16 5/8 3/4 7/8 1 1 1/16 1 1/8 1 1/4 1 3/8 1 1/2 1 5/8 1 3/4 1 7/8 2

Cabos de aço Ca bos  de  a ço ga l va ni za dos? 6,4 7,9 9,5 11,1 12,7 14,3 15,9 19,1 22,2 25,4 27,0 28,6 31,8 34,9 38,1 41,3 44,5 47,6 50,8

IPS  6 x 7 + 1 AF N N N N 19,1 19,3 19,5 19,8 19,9 20,1 20,2 20,3 20,4 20,5

AA N N N N 22,9 23,2 23,5 23,9 24,2 24,4 24,6 24,7 24,9 25,0

 6 x 19 + 1 AF N N N N 18,9 19,2 19,4 19,7 19,9 20,1 20,2 20,3 20,4 20,5 20,7 20,8 20,9 21,0

AA N N N N 22,7 23,1 23,4 23,8 24,1 24,4 24,6 24,7 24,9 25,0 25,2 25,4 25,5 25,7
 6 x 37 + 1 AF N N N N 18,9 19,1 19,4 19,7 19,9 20,0 20,2 20,3 20,4 20,5 20,7 20,8 20,9 21,1

AA N N N N 22,5 23,0 23,3 23,8 24,1 24,3 24,5 24,7 24,9 25,1 25,2 25,4 25,6 25,7

EIPS  6 x 7 + 1 AF N N N 18,7 19,1 19,3 19,5 19,8 19,9 20,1 20,2 20,3 20,4 20,5

AA N N N N 22,9 23,2 23,5 23,9 24,2 24,4 24,6 24,7 24,9 25,0

 6 x 19 + 1 AF N N N 18,6 18,9 19,2 19,4 19,7 19,9 20,1 20,2 20,3 20,4 20,5 20,7 20,8 20,9 21,0
AA N N N N 22,7 23,1 23,4 23,8 24,1 24,4 24,6 24,7 24,9 25,0 25,2 25,4 25,5 25,7

 6 x 37 + 1 AF N N N 18,5 18,9 19,1 19,4 19,7 19,9 20,0 20,2 20,3 20,4 20,5 20,7 20,8 20,9 21,1

AA N N N 22,0 22,5 23,0 23,3 23,8 24,1 24,3 24,5 24,7 24,9 25,1 25,2 25,4 25,6 25,7

EEIPS  6 x 7 + 1 AF N N N 18,7 19,1 19,3 19,5 19,8 19,9 20,1 20,2 20,3 20,4 20,5

AA N N N 22,4 22,9 23,2 23,5 23,9 24,2 24,4 24,6 24,7 24,9 25,0
 6 x 19 + 1 AF N N N 18,6 18,9 19,2 19,4 19,7 19,9 20,1 20,2 20,3 20,4 20,5 20,7 20,8 20,9 21,0

AA N N N 22,1 22,7 23,1 23,4 23,8 24,1 24,4 24,6 24,7 24,9 25,0 25,2 25,4 25,5 25,7

 6 x 37 + 1 AF N N N 18,5 18,9 19,1 19,4 19,7 19,9 20,0 20,2 20,3 20,4 20,5 20,7 20,8 20,9 21,1

AA N N N 22,0 22,5 23,0 23,3 23,8 24,1 24,3 24,5 24,7 24,9 25,1 25,2 25,4 25,6 25,7

Cabos de fibras
Fibras naturais Sisal (3 cordões) N N N N N N N N N N N N N N N N N 14,3

Manila  (3 cordões) N N N N N N N N N N N N N N N 14,1 14,5 15,2

Fibras sintéticas Polipropileno (3 cordões) N N N N N N N N N N N N N N 12,9 13,4 13,8 14,6

Poliester (3 cordões) N N N N N N N N N N N N N N 14,5 15,0 15,4 16,1

Nylon (3 cordões) N N N N N N N N N 12,0 12,3 12,6 13,2 13,8 14,3 14,7 15,1 15,8
Nylon 6 (12 cordões) N N N N N N N N N N N 14,5 15,1 15,6 16,0 16,4 16,8 17,3

Nylon 6.6 (Novagold) N N N N N N N N N N 13,6 13,9 14,5 15,0 15,5 15,9 16,3 16,9

Polietileno (Spectra/Dyneema) N N 11,7 12,5 13,7 14,7 16,2 16,7 17,2 17,9 18,1 18,4 18,5

Aramida (Kevlar/Twaron) N N N N 17,9 18,4 19,0 19,2 19,4 19,6 19,7 19,7 19,8
Plasma (12 cordões) N N N N 16,7 17,2 17,6 18,2 18,6 18,9 19,1 19,3 19,5 19,6 19,7 19,8

S Sim N Não NA Factores de segurança (ks):    Aço = 5;   Fibras naturais: 6;   Fibras sintéticas: 8 Notas: 

Variáveis cálculo Número pes soa s l iga da s a o ca bo (1‐3): Fl echa  i ni ci a l  mei o vã o (f/L = 1% a  10%): 5,0% Distância entre 
Nota 1: Sisal, manila e polipropileno não rcomendados para LVH. OU, Força  a pl i ca da  a  mei o vã o (kN): 6,00 Força  i ni ci a l  nos  s uportes  (k=1,35 a  12,5): suportes (m)  (1‐50)

Nota 2: Confirmar sempre os dados de base do cálculo. Nota 1: Flecha inicial (apenas peso próprio do cabo) em % vão (f/L);    Nota 2: Força inicial em função do peso próprio do cabo (k x p x L) (definir k)  (k = 2,55)

Figura 18 – Exemplo de forças de tração nos suportes de diferentes LVHF

Importa registar que os cabos de fibra natural (sisal e manila), bem como o cabo
de fibra sintética de polipropileno, não são recomendados em linhas de vida
horizontais flexíveis.

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30

Na prática corrente, o cálculo da LVHF a efectuar para cada caso baseia-se na


força de impacto na queda de um trabalhador que depende das condições de
concepção do sistema arnês-talabarte-absorvedor utilizado, devendo por isso ser
determinada para cada situação em concreto.
Porém, a força de impacto a utilizar no cálculo da linha de vida deverá ter em
conta também o número de pessoas conectadas, não sendo em geral considerado
uma relação linear, isto é, o resultado da multiplicação do número de pessoas por
essa força de impacto.
A especificação técnica CEN/TS 16415 acima referenciada, recomenda que os
ensaios estáticos destes cabos (dispositivo de ancoragem tipo C) sejam
baseados numa carga de 12 kN para cabos de aço (força máxima de impacto 6
kN afectada do factor de segurança 2) ou 18 kN para cabos não metálicos (força
máxima de impacto com factor de segurança 3).
A mesma especificação recomenda que a esta carga deva ser acrescido 1 kN
por cada pessoa adicional conectada ao cabo, isto é, tratando-se de cabo de
aço, a carga de ensaio deverá ser: 12 + 1 x (n-1), com “n” igual ao número de
pessoas. Assim, para 3 pessoas conectadas à linha de vida, a carga de ensaio
seria 14 kN (ou 20 kN para cabos não metálicos).
Esta especificação CEN/TS 16415 não estabelece o número máximo de pessoas
conectadas à linha de vida (embora inclua exemplos de cargas de ensaio para 4
pessoas), ao contrário da ISO 16024 que estabelece o limite de 3 pessoas.
Este valor limite de 3 pessoas tem vindo a ser referido em estudos efectuados em
alguns países que também propõem que a força de impacto para mais de uma
pessoa conectada à linha de vida seja acrescida de 50% para duas pessoas e de
100% para três pessoas, isto é, para 2 pessoas seria 1,5 vezes a força de impacto
de uma pessoa e para 3 pessoas 2 vezes essa força de impacto.
Esta recomendação baseia-se na verificação experimental que no momento de
impacto subsequente à queda de mais de um trabalhador ligado ao mesmo
cabo, não existe simultaneidade (algumas milésimas de segundo separam as
duas quedas no impacto).
Por outro lado, as normas técnicas nacionais de alguns países (União Europeia
e outros) recomendam considerar para uma segunda pessoa a mesma força de
impacto calculada para uma pessoa (Fa) e 1 kN por cada pessoa adicional, isto
é, para 3 pessoas seria 2 x Fa + 1 kN.
Estas referências mostram que não existe uma conclusão definitiva sobre o
modelo mais adequado a considerar quanto à força de impacto na queda de
mais de uma pessoa em linhas de vida horizontais flexíveis.
Deste modo, o cálculo destas linhas de vida pode ser efectuado tendo em conta
o número máximo de 3 pessoas conectadas ao cabo (como preconizado na ISO
16024) e a força de impacto total para o conjunto de pessoas conectadas à linha
de vida calculada por um dos seguintes métodos: (i) Fa (total) = Fa x (n+1)/2; ou
(ii) Fa(total) = Fa(1.ªpessoa) + Fa(2.ªpessoa) + 1 (3.ªpessoa), sendo Fa = força
de impacto de uma pessoa (máximo 6 kN) e n = número de pessoas conectadas
ao cabo. Assim, o segundo método é mais exigente para 2 ou 3 pessoas.

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL


31

3. EQUIPAMEN
NTO DE PROTEC
P CÇÃO IN
NDIVIDUAL RELAATIVO ÀS
À
QUEDAS EM
M ALTUR
RA E MEIOS DE ACESSOO EM ALLTURA
A Diirectiva-quadro sobre ssegurança e saúde no trabalho
t (Dirrectiva 89/3
391/CEE de
19899) relativa à aplicação d de medidass destinadas s a promoveer a melhoria das
conddições de trabalho dos trabalhadorres no traba alho, conform me referido na secção
2 an
nterior, estabbelece princcípios gerais
s de prevennção, sendoo relevante salientar
s no
âmbbito da prese ente Directivva o seguinte princípio “Dar prioriddade às med didas de
prote
ecção colec ctiva em relaação às medidas de protecção inddividual”.
Tal significa
s quee os EPC ap presentados na secção o 2 do preseente documento,
deve em ser cons
siderados p rioritários e os EPI da presente
p seecção devemm ser
utilizzados apenaas como co mplementares daquele es ou quanddo os riscos existentes
não puderem se er evitados ou limitadoss por meios
s técnicos dee protecção
o colectiva
ou por
p medidas s, métodos oou processo os de organização do trrabalho.
No âmbito
â do trrabalho em altura, existtem diversas situaçõess em que a protecção
p
dos trabalhadorres é asseg urada atravvés de meios individuaiss que inclue
em um
ês (cinto de segurança de corpo inteiro) fixo ao corpo do ttrabalhadorr e que liga
arnê
a um
m dispositivoo de ancora
agem atravé és de um talabarte.
Poréém, em casso de queda a do trabalhador, esse conjunto “aarnês-talabaarte-
ancooragem” po
ode introduzzir forças de
e impacto ellevadas quee o corpo humano
não suporta. A nível intern
nacional, como se referriu na secçãão anterior, essa força
de im
mpacto sobbre o corpo humano de eve ser limitada a 6 kN (600 kg) de e acordo
com
m a ISO 16024 e com a as diversas normas Eurropeias a seeguir refereenciadas.
Deste modo, ao o conjunto ccitado é nec
cessário inc
cluir também
m um absorrvedor de
enerrgia para re
eduzir essa força de immpacto para esse limitee de 6 kN, ficando
assim o conjunto constituíd do por “arnês-talabarte
e-absorvedoor-ancorage em”,
adia
ante designa ado por connjunto do sis
stema de protecção dee um trabalh hador.
A força de impa acto (Fa) re
esultante daa queda de um
u trabalhaador depend de da
masssa do traba alhador (em
m geral, 100 kg), do factor de quedda (FQ) e doo módulo
de elasticidade
e do conjuntto do sistem
ma de proteccção. O facctor de qued
da é
deteerminado pe elo quocientte entre a altura
a de queda livre e o comprimeento do
talab
barte (incluiindo absorvvedor e conectores), coonforme se mostra na Figura 19.

Figura 19 – Factor de queda

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O AOS DIÁLOGOS
S SETORIAIS UNIÃ
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32

Por outro lado, na


n organizaação do conjjunto do sisttema de prootecção do trrabalhador
é ne
ecessário terr também em m conta a altura total mínima necesssária (distâ
ância de
quedda) desde o ponto de ancoragem até a ao obstáculo mais ppróximo (que e poderá
ser o solo). Prettende-se evitar que o tra
abalhador choque
c contrra esse obstáculo. Na
Figu
ura 20 apres senta-se um esquema parap o cálculo dessa disstância de queda.

Figura
a 20 – Altura
a total mínim
ma necessá
ária (distânccia de queda
a)

Na presente
p se
ecção caraccteriza-se ca
ada um dos s elementoss desse con
njunto
“arnês-talabarte
e-absorvedoor-ancorage d respecttivas normas técnicas
em”, à luz das
Euroopeias deseenvolvidas p
pelo CEN (C Comité Europeu de Noormalização o) no
âmbbito do Com
mité Técnicoo 160 relativ
vo ao equipaamento de protecção individual
conttra quedas em
e altura.
Assiim, na subsecção 3.1 aapresenta-se e uma carac cterização ddos arnesess com base
na norma
n EN 3661 (arnesess/cintos de corpo
c inteiro
o), na subseecção 3.2 abordam-se
os ta
alabartes coom base na norma EN 354 (talabartes), na suubsecção 3.3 3 referem-
se os
o absorvedores de ene ergia de acoordo com a norma EN 3355 (absorv vedores de
enerrgia) e na su
ubsecção 3 .4 apresenttam-se os dispositivos dde ancorage em com
basee na norma EN 795 (disspositivos de
d ancorage em). Estas nnormas técn nicas
Euroopeias são todas
t harmoonizadas, issto é, foram desenvolviddas tendo porp base a
Directiva Europeia 89/686//CEE relativva à aproxim mação das leegislações dos
d
Esta
ados-membros da UE rrespeitantes s aos equipa amentos dee protecção individual.
Por último, refeerem-se aind o principaiss meios de acesso em
da na subsecção 3.5 os
alturra, onde se aborda o a
acesso por corda
c mas dando-se
d pparticular en
nfâse à
utilizzação das escadas
e ten
ndo por base a norma não
n harmonnizada EN 131. 1

PROJETO APOIO
O AOS DIÁLOGOS
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33

3.1. ARNESES (CINTOS DE SEGURANÇA DE CORPO INTEIRO)


A norma EN 361 (versão de 2002) relativa a equipamento de protecção individual
contra quedas em altura, especifica os requisitos, métodos de ensaio, marcação,
informação fornecida pelo fabricante e acondicionamento de arneses (cintos de
segurança de corpo inteiro) (harnesses).
Um arnês é um suporte do corpo, principalmente para fins de
travamento de queda, ou seja, um componente de um sistema
de prevenção de quedas.
O arnês é constituído por cintas/correias (primárias e
secundárias), acessórios, fivelas ou outros elementos,
devidamente organizados e montados para suportar o corpo
de uma pessoa e suster o utilizador do arnês durante uma
queda e após o travamento de uma queda. As cintas/correias
primárias são as que suportam o corpo ou exercem pressão
sobre o corpo, sendo as restantes consideradas secundárias.
As cintas/correias primárias devem ter no mínimo 40 mm de largura e as
secundárias pelo menos 20 mm.
Os arneses podem ligar-se, directa ou indirectamente, a pontos de ancoragem a
partir de elementos de fixação do arnês (pontos de conexão). Estes pontos de
conexão podem situar-se na parte da frente e/ou na parte de trás do arnês, um e
outro pode servir para travamento da queda e/ou para posicionamento no trabalho.
Na Figura 21 apresentam-se exemplos de arneses com pontos de conexão à frente
e/ou nas costas para travamento de queda e conexão para posicionamento de
trabalho (EN 361).
Aos pontos de conexão destinados ao travamento da queda podem ligar-se
absorvedores de energia, conforme se refere adiante na subsecção 3.3.
Os arneses são ensaiados com base na norma EN 364 (relativa a métodos de
ensaio) com uma força estática de 15 kN e 10 kN nos pontos de conexão para
verificar se o arnês não se solta do tronco do manequim de ensaio.
Na selecção do arnês para cada trabalhador deve ter-se em conta que aquele
deve ajustar-se ao corpo, podendo ter meios de ajustamento.
O fabricante deve fornecer informação detalhada sobre o arnês no idioma do
país de destino de acordo com a norma EN 365 relativa a requisitos gerais para
instruções para utilização, manutenção, inspecção periódica, reparação,
marcação e acondicionamento dos equipamentos de protecção individual contra
quedas em altura.
Para além desses requisitos, a norma EN 361 inclui ainda um conjunto de 17
pontos de informação específicos para os arneses que o fabricante deverá
fornecer ao utilizador.

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL


34

Arnês com conexão


c nas ccostas para
Arnês com
c conexão nna frente e co
onexão nas
travamento de queda e con nexão para
ostas para travvamento de queda
co
posicionamento de tra
abalho
Frente Costas Frente
F Costas

b
b a b
a

1 - Cin
nta de ombro e ombro
1 - Cinta de
2 - Cin
nta secundária 2 – Ponto de
d conexão na frrente
3 - Cin
nta de assento 3 - Cinta na
a coxa (cinta prim
mária)
4 - Cin
nta na coxa 4 - Elemento de ajustamennto
5 - Su
uporte nas costas
s para posiciona
amento de trabalh
ho 5 - Ponto de
d conexão para travamento de queda
q
6 - Ele
emento de ajusta
amento 6 – Fivela
onto de conexão para travamento
7 - Po o de queda
8 - Fivvela
9 - Po
onto de conexão para posicionam
mento de trabalho
o

a - Ma
arcação do arnês
s conforme a EN
N 365 (fabricante
e, ano de fabrico, modelo/tipo, lote
te de produção/n
n.º de série)
b - Ma
arcação da letra “A” nos pontos d
de conexão para
a travamento de queda
q

Figura 21 – Exemplos de arne


eses (EN 3661)

Para além destes tipos de arn


neses, existeem situaçõe es em que
eses de ass
os arne sento (ver fig
gura ao ladoo) podem se er úteis,
designadamente, quando
q o tra
abalhador ddeva perman necer
algum tempo supo ortado pelo arnês
a que uutiliza. Estes arneses
são cobertos pela norma EN 813
8 (versãoo de 2008).
A maarcação do arnês refereenciada no ponto “a” daa figura anteerior, deverá
á ser aposta
de acordo
a com a EN 365, in ncluindo um
m pictogramaa indicando que os utilizzadores
deve
erão ler a infformação fo e. Na Figura 222 apresenta
ornecida pelo fabricante a-se um
exem
mplo de marcação base eado na refe
erida norma EN 365.

Fabricante Produto
XYZ Arnês

Modelo e Tip
po/Identificaçã
ão N.º série/Lote produçãoo Norm
ma(s)
EN 361
3
Leiia sempre as Mês e an
no de fabrico Informações coomplementares
instruções de
utilização

Figura 22
2 – Exemp
plo de marca
ação dos arrneses (EN 361 e EN 365)
3
O accondicionam
mento dos a
arneses dev
ve ser feito de
d forma a pprevenir a penetração
p
de humidade.
h

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35

3.2. TALABARTES
A norma EN 354 (versão de 2010) relativa aos equipamentos de protecção contra
quedas, especifica os requisitos, métodos de ensaio, marcação, informação
fornecida pelo fabricante e acondicionamento de talabartes (lanyards).
Os talabartes são elementos ou componentes flexíveis
de ligação de um sistema de protecção individual contra
quedas em altura com pelo menos duas terminações,
com ou sem um dispositivo de ajustamento do
comprimento. Podem ser utilizados como: (i) sistemas de
retenção; (ii) sistemas de posicionamento de trabalho; (iii)
sistemas de acesso por corda; (iv) sistemas de
travamento de quedas; e (v) sistemas de resgate.
Os talabartes podem agrupar-se em dois grandes tipos: com ou sem absorvedor
de energia.
No primeiro caso (com absorvedor de energia ou combinado com este elemento
acessório mas nele integrado), os talabartes são utilizados como parte de um
sistema de retenção contra quedas em altura para ligar um arnês (cinto de
segurança de corpo inteiro) colocado num trabalhador a uma ancoragem, com o
objectivo de limitar a força de impacto sobre o trabalhador a 6 kN (600 kgf). As
características dos absorvedores de energia são abordadas na subsecção 3.3.
No segundo caso (sem absorvedor de energia), os talabartes apenas devem ser
utilizados como limitadores de trabalho, isto é, como equipamentos para
posicionamento do trabalhador (por exemplo, evitar que o trabalhador se aproxime
de uma periferia onde haja o perigo de queda em altura). Em caso algum podem
ser utilizados para fins de retenção de quedas em altura de trabalhadores.
Os talabartes podem ser feitos de cabos ou correias de fibra sintética, cabos de
aço ou correntes. Na Figura 23 apresenta-se um exemplo de talabarte de cada um
destes tipos, sendo que neste caso todos integram absorvedor de energia.

Absorvedor
Absorvedor
Absorvedor

  Absorvedor

Talabarte em cabo Talabarte em fibra Talabarte em Talabarte em corrente


fibra sintética sintética/correia cabo de aço

Figura 23 – Exemplos de talabartes com absorvedor (EN 354)

O comprimento máximo de um talabarte (incluindo absorvedor de energia,


terminações e conectores) não pode exceder 2 metros.
Outro tipo de talabarte é o talabarte retráctil que incorpora um dispositivo de
travamento automático e de tensionamento e de retorno automáticos. Este tipo de
talabarte pode ter comprimento superior a 2 metros.

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36

Os talabartes
t fa
abricados em m qualquer material têx
xtil ou que ccontenham elementos
têxte
eis (e.g. fibrras sintética
as) devem te
er uma resisstência à traacção de 22
2 kN. No
casoo de talabarrtes feitos innteiramente de elementtos metálicoos (incluindo
o
term
minações e acessórios)
a devem ter uma
u resistê
ência à tracçção de 15 kN.
Exisstem diferen
ntes modelo os de talaba
artes, designadamentee, talabartes s de uma
via/p
perna, duass vias/perna
as, ajustáveeis e elástico
os. Na Figuura 24 apres
sentam-se
este
es diferentes
s tipos de ta
alabartes.

T
Talabartes de duas vias/pern nas Talab
barte de uma via/perna
v T
Talabarte elás
stico com
(ccorreia e cabo
o de fibra sintéttica) ajus
stável com abs
sorvedor aabsorvedor inc
corporado

Figurra 24 – Exem
mplos de ta
alabartes com absorveddor (EN 354
4)

O fa
abricante deeve fornece r informaçã
ão detalhada
a sobre o taalabarte no idioma do
paíss de destino
o de acordo com a norm ma EN 365 relativa a re
requisitos geerais para
instrruções para
a utilização, manutençã
ão, inspecção periódicaa, reparaçãão,
marccação e aco ondicionammento dos eqquipamentoos de proteccção individ
dual contra
qued das em altu
ura.
Paraa além dessses requisito
os, a normaa EN 354 in nclui ainda uum conjunto
o de 11
ponttos de informação espe ecíficos parra os talaba
artes que o fabricante deverá
d
forne
ecer ao utilizador.
Os talabartes
t devem
d posssuir uma ma arcação tammbém no idiooma do paíís de
desttino, incluind
do: identificcação do fab úmero de séérie ou lote de
bricante, nú
proddução, modelo e tipo o u identificaç ção, mês e ano de fabbrico e comp primento
máxximo do tala abarte. Na F Figura 25 ap
presenta-se um exemploo de marcaç ção dos
talab
bartes basea ado na norm ma EN 365.

Fabricante Produto
XYZ Talabarte

Modelo e Tip
po/Identificaçã
ão N.º série/Lote produçãoo Norm
ma(s)
EN 354
3
Leiia sempre as Mês e an
no de fabrico Comprim
mento máximoo
instruções de
utilização

Figura 25 – Exempl o de marcação dos tala


abartes (EN
N 354 e EN 365)
O accondicionam
mento dos ttalabartes deve
d ser feitto de formaa a prevenir danos e
dete
erioração du
urante o tra nsporte.

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37

3.3. AB
BORVEDO
ORES DE ENERGIA
E
A noorma EN 35 55 (versão d
de 2002) relativa a equuipamento dde protecção
indivvidual contrra quedas e specifica os requisitos, métodos de ensaio,
em altura es
marccação, inforrmação forn necida pelo fabricante e acondicioonamento de
d
abso orvedores ded energia ((energy abs
sorbers).
Os a
absorvedore es de energgia são elem
mentos ou
com
mponentes ded um sistem ma de proteecção individual
conttra quedas em altura, para
p dissipaar a energia
a cinética
deseenvolvida durante umaa queda em m altura.
Devvem resistir no mínimo a uma forçaa de tração de
d 15 kN
Ab
bsorvedor  (15000 kgf). Os absorvedore
a es são utilizzados para limitar
l a
de
e energia 
força
a máxima ded impacto sobre
s o trabbalhador a 6 kN,
podeendo para issso ter uma
a extensão aaté 1,75 m.
Estaa norma prevê que os aabsorvedore
es de energia possam sser utilizado
os num
siste
ema de prottecção de qu
uedas, desiignadamentte:
- com
mo um com
mponente de
esse sistema
a (ver figura
a acima);
- inccorporado num talabartte (e.g. ver Figura
F 23 na
a subsecçãoo 3.2);
- inte
egrado num
m arnês (cintto de segurança de corrpo inteiro);
- inte
egrado num o de ancoragem (e.g. tipo C, ver suubsecção 3.4).
m dispositivo
O co
omprimentoo total do ab
bsorvedor, talabarte,
t erminações e conectorres (um em
te
cada
a extremida
ade), conjunnto medido sem carga mas esticaddo, é de 2 metros.
m
Os absorvedore
a es de energ gia devem possuir
p umaa marcaçãoo no idioma do país de
desttino, incluind
do: identificcação do fabbricante, nú
úmero de séérie (ou lote
e de
prod
dução), mod delo e tipo, comprimen nto máximo permitido ddo absorved dor de
enerrgia incluinddo o talabarrte (se for o caso) e mêês e ano dee fabrico.
Na Figura
F presenta-se um exempllo de marcação dos abssorvedores de energia
26 ap
base
eado na norrma EN 365.

Fabricante Produto
XYZ A
Absorvedor

Modelo e Tip
po/Identificaçã
ão N.º série/Lote produçãoo Norm
ma(s)
EN 355
3
Leiia sempre as Mês e an
no de fabrico Comprim
mento máximoo
instruções de
utilização

Figura 26 – Exemplo de marcaçã


ão dos abso
orvedores (E
EN 355 e EN
N 365)

O accondicionam
mento deve
e ser feito de
e forma a prevenir a peenetração de
d
hum
midade.

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3.4. DISPOSITIVOS DE ANCORAGEM


A norma EN 795 (versão de 2012) relativa ao equipamento individual de protecção
contra quedas, especifica os requisitos para o desempenho, e métodos de ensaio
associados, para dispositivos de ancoragem para um único utilizador, que se
destinam a ser removíveis da estrutura. Estes dispositivos de ancoragem
incorporam pontos de ancoragem fixos ou móveis, concebidos para fixação de um
sistema de protecção contra quedas em altura.
Esta norma define um sistema de ancoragem
como um sistema destinado a ser utilizado
como parte de um sistema individual de
protecção de queda que incorpora um ou mais
pontos de ancoragem, e/ou um dispositivo de
ancoragem, e/ou um elemento, e/ou um
elemento de fixação, e/ou uma ancoragem
estrutural. Assim, os sistemas de ancoragens
que não se destinem a ser removidos da
estrutura não estão cobertos por esta norma.
Um dispositivo de ancoragem é um conjunto de elementos que: (i) incorpora um ou
mais pontos de ancoragem ou pontos de ancoragem móveis, que podem incluir um
elemento de fixação; (ii) é concebido para ser utilizado como parte de um sistema
de protecção contra quedas; (iii) se destina a ser removível a partir da estrutura e
para fazer parte do sistema de ancoragem. As ancoragens estruturais (ancoragens
incorporadas permanentemente numa estrutura) não fazem parte do dispositivo de
ancoragem e consequentemente não estão cobertas pela norma EN 795.
A norma prevê os seguintes 5 tipos de dispositivos de ancoragem: A, B, C, D e E.
O dispositivo de ancoragem tipo A é um dispositivo com um ou mais pontos de
ancoragem fixos, enquanto em uso, e com a necessidade de uma ancoragem
estrutural ou elementos fixos para fixar à estrutura.
O dispositivo de ancoragem tipo B é um dispositivo com um ou mais pontos de
ancoragem fixos, sem necessidade de ancoragens estruturais ou elementos fixos
para fixar à estrutura.
O dispositivo de ancoragem tipo C é um dispositivo que utiliza um cabo de
ancoragem flexível que se desvia da horizontal por não mais do que 15° (quando
medido entre as ancoragens de extremidade e intermédias em qualquer ponto
ao longo de seu comprimento). Este dispositivo baseia-se nos princípios atrás
apresentados para as linhas de vida horizontais flexíveis (ver subsecção 2.4).
O dispositivo de ancoragem tipo D é um dispositivo que utiliza um cabo de
ancoragem rígido que se desvia da horizontal por não mais do que 15° (quando
medido entre as ancoragens de extremidade e intermédias em qualquer ponto
ao longo de seu comprimento).
O dispositivo de ancoragem tipo E é um dispositivo para utilização em superfícies
até 5º em relação à horizontal, quando o desempenho depende exclusivamente
da massa e atrito entre si e a superfície.

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39

No Quadro 7 exemplifica-se cada um destes tipos de dispositivos de ancoragens,


de acordo com o referido na norma EN 795.

Quadro 7 – Tipos de dispositivos de ancoragem (EN 795)

Tipo Principais características


A 1. Ponto de ancoragem
2. Estrutura
3. Ancoragem estrutural (permanente)
4. Dispositivo de ancoragem
5. Fixação permanente

1. Ponto de ancoragem
2. Estrutura (perfil metálico I)
3. Elemento de fixação
4. Dispositivo de ancoragem
5. Elemento 

B 1. Ponto de ancoragem
2. Dispositivo de ancoragem (eslinga)
3. Estrutura (viga metálica H)

1. Ponto de ancoragem
2. Dispositivo de ancoragem (tripé)
 

1. Ponto de ancoragem
2. Dispositivo de ancoragem (ancor. de porta)
3. Estrutura  

C 1. Ancoragem de extremidade
2. Ancoragem intermédia
3. Ponto de ancoragem móvel
4. Linha de ancoragem flexível

D 1. Ancoragem de extremidade
ou intermédia
2. Ponto de ancoragem móvel
3. União na linha de ancoragem
rígida
4. Linha de ancoragem rígida

E 1. Ponto de ancoragem
2. Massa
3. Estrutura

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40

A no
orma EN 7995 especificaa ainda um conjunto de
e requisitos que as ancoragens
deve
em satisfaze
er, incluindo
o:
- disspositivos de ancorage
em devem ser
s concebid
dos de form
ma a podere
em ser
remmovidos da estrutura;
- não deve ser possível de
estacar, de forma não intencional,
i , elementos
s com um
oragem;
ponto de anco
- se for possíve
el remover u
um elementto ou um po onto de anccoragem móóvel, este
deverá ser concebido de ue seja desttacado apennas depois de duas
e forma a qu
acçções manua ais separad
das, conseccutivas e deliberadas;
- disspositivos de ancorageem devem sers concebid mensão adequada
dos e ter dim
para os conec ctores rodarrem livreme
ente e acom
modarem-see na posição
o de
suporte da carga; estes cconectores devem esta ar conformees com a EN
N 362;
- a massa
m de qualquer ele
emento do dispositivo
d de
d ancorageem destinad
do a ser
transportado por
p uma ún ica pessoa não deve ter um pesoo superior a 25 kg.
Em geral, a forç de ensaio dos dispositiv
ça estática d vos de ancooragem é de e 12 kN.
Caso o disposittivo contenh
ha partes nãão-metálicass (para as qquais não ex
xista
evidência de duurabilidade) essa força estática de ensaio devverá ser de 18
1 kN.
Os dispositivos
d s de ancorag gem devem
m possuir umma marcaçãão no idioma do país
de destino,
d connforme esta belecido na ncluindo: ideentificação do
a EN 365, in
fabricante, núm
mero de sériie (ou lote de
d produção o), modelo e tipo, mês e ano de
fabrico. Por outtro lado, a n
norma obrig
ga que essaa marcação dos dispos sitivos de
ancooragem incllua também m uma indicaação de que esses disspositivos de estinam-se
a se
erem utilizad
dos por ape enas um utillizador.
Poré
ém, a espec cificação téccnica (Techhnical Specification -TS
S) do Comitté Europeu
de Normalizaçã
N ão CEN/TS 16415, estabelece rec comendaçõões sobre re equisitos a
seguuir nos ensaaios de disppositivos de
e ancoragemm destinadoos a serem utilizados
por mais de um m utilizador. Segundo esta
e recomeendação, oss dispositivoos de
ancooragem des stinados a ssuportar ma ais do que uma
u pessoaa (ver subseecção 2.4),
deveem ser ensa aiados conssiderando as a forças es
státicas de eensaio acim
ma referidass
(12 ou
o 18 kN), adicionando
a o-se 1 kN por
p cada utillizador adiccional (por exemplo,
e
para
a 3 utilizado
ores, a forçaa estática de
e ensaio se
eria de 14 kNN ou 20 kN).
Na Figura
F 27 ap
presenta-se um exempllo de marcação dos dis positivos de
e
anco
oragem baseado na norrma EN 3655.

Fabricante Produto
XYZ Disposittivo de anco
oragem

Modelo e Tip
po/Identificaçã
ão N.º série/Lote produçãoo Norm
ma(s)
EN 795
7
Leiia sempre as Mês e an
no de fabrico
instruções de Este dis
spositivo de anncoragem dev verá ser
utilização utiliz
zado por apennas um utilizad
dor

F
Figura 27 – Exemplo de
e marcação
o dos dispos
sitivos de anncoragem (E
EN 795)

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41

A norma estabelece ainda que o fabricante deve fornecer informação detalhada


sobre o dispositivo de ancoragem no idioma do país de destino de acordo com a
norma EN 365 relativa a requisitos gerais para instruções para utilização,
manutenção, inspecção periódica, reparação, marcação e acondicionamento dos
equipamentos de protecção individual contra quedas em altura.
Para além desses requisitos, a norma EN 795 inclui ainda um conjunto de 14
pontos de informação específicos para os dispositivos de ancoragem que o
fabricante deverá fornecer ao utilizador. Alguns desses pontos são subdivididos
noutros detalhando aspectos específicos para os tipos de dispositivos de
ancoragem C, D e E.
A aplicação prática dos requisitos da norma EN 795 acima apresentados, coloca
em geral diferentes desafios no que respeita à fixação desses dispositivos de
ancoragem nas estruturas. Podem assim distinguir-se duas situações:
- Dispositivos de ancoragens a instalar em estruturas novas;
- Dispositivos de ancoragens a instalar em estruturas existentes.
No primeiro caso, é possível e desejável incorporar desde logo na fase de
concepção, ancoragens permanentes integradas na estrutura (ancoragens
estruturais) e adequadamente localizadas e calculadas de forma a permitir a
ligação de um dado dispositivo de ancoragem (removível) em qualquer momento.
Por exemplo, essas ancoragens estruturais poderão servir para a ligação de
dispositivos de ancoragem para fixação de andaimes, plataformas de trabalho e
outros equipamentos de apoio. Tal pode ser necessário para intervenções nas
estruturas (e.g. pinturas, revestimentos, reparações de fachadas de edifícios ou
outras estruturas), quer na fase de construção, quer na fase de manutenção ao
longo de toda a vida útil dessas estruturas.
Tratando-se porém do segundo caso (dispositivos de ancoragens a instalar em
estruturas existentes) os desafios podem ser imensos, designadamente quando
não se conheça com rigor a estrutura existente (base da fixação das ancoragens).
Tal dificulta o conhecimento da capacidade de carga das ancoragens a instalar,
sejam estruturais, sejam os próprios dispositivos de ancoragem ligados
directamente a essas estruturas a remover após a sua utilização.
Considera-se por isso da maior importância, e sempre que possível (e.g. na
construção de estruturas novas ou reabilitação de estruturas existentes),
implementar um plano de segurança e saúde para a fase de manutenção que
tenha em conta a inclusão de ancoragens estruturais de modo a facilitar a
execução de qualquer trabalho posterior com segurança para os trabalhadores
nas intervenções necessárias ao longo da vida útil das estruturas.

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42

3.5. ME
EIOS DE ACESSO
A EM ALTURA
A
Na União
U Europ peia os meiios de aces
sso em alturra estão esppecificamennte
referenciados nan Directivaa 89/655/CE à prescriçõões mínimas de
EE relativa às
seguurança e sa aúde para a utilização pelos
p trabalhadores dee equipame entos de
trabaalho no trab
balho, desig
gnadamente e no ponto 4 do anexoo II aditado em
e 2001
atravvés da Direectiva 2001//45/CEE.
Nesse anexo da Directiva refere-se, designadam
d mente, que a escolha do
d tipo maiss
aproopriado de meio
m de ace
esso aos poostos de trabalho tempporários em altura é
feita
a em função
o da:
- fre
equência de circulação ;
- altu
ura a atingir; e
- duração da uttilização.
Por do, o meio de acesso escolhido ddeve permitir a
P outro lad
evacuação
e e
em caso de e perigo imin
nente e a ppassagem de um meio
de
d acesso a plataforma as, prancha
adas, passaadiços e vice e-versa
não
n deve ge erar riscos de
d queda ad dicionais (vver figura ao
o lado).
Essaa Directiva, no mesmo o anexo acim
ma referenc ciado, estabbelece ainda a um
conjjunto de dis
sposições esspecíficas relativas
r à utilização
u dee: (i) andaim
mes; (ii)
esca
adas; e (iii) técnicas de d posicionamento porr meio de cordas.
e acesso e de
As principais
p disposições rrelativas a andaimes
a fo
oram apressentadas na a
subssecção 2.2 da secção 2 (Equipam otecção col ectiva para o trabalho
mento de pro
em altura)
a do presente
p doccumento.
Na alínea
a a) da
a presente ssubsecção abordam-se
a e as escadaas e na alínea b) as
técn
nicas de ace
esso e de p osicioname
ento por meeio de cordaas, tendo em
m conta em
ambbos os casoos as normaas Europeias aplicáveis
s.

a) Acesso
A em altura por escadas
A Diirectiva 89/6
655/CEE accima referen nciada esta
abelece quee a utilização de uma
esca ada como posto
p de tra balho deve ser limitadaa às circunsstâncias emm que a
utilizzação de ou
utros equipaamentos ma s não se jusstifique, por exemplo,
ais seguros
em razão
r da cu
urta duraçãoo de utilizaç
ção. Adicion
nalmente, a Directiva in nclui um
conjjunto de reqquisitos que
e as escada as devem attender, desiignadamente:
- ass escadas portáteis
p devvem assenttar num sup
porte estáveel, resistentte, de
dim
mensões ad dequadas e imóvel, de modo a que os degrauus se mante enham na
posição horizo
ontal;
- o apoio
a or das esca das portáte
inferio eis deverá ser impedidoo durante a sua
utillização, queer pela fixaçção da parte superior ou
o inferior ddos montantes, quer
por um dispos sitivo antide
errapante ouu outra solu
ução de eficcácia equiva
alente;
- as escadas uttilizadas com
mo meio de e acesso deevem ter co mprimento necessário
o
para ultrapass
sar suficienttemente o nível
n de ace
esso (em geeral, um me
etro);

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- as escadas su uspensas d everão ser amarradas de forma ssegura de fo


orma a
eviitar que se desloquem ou balance
em (excepto
o as escadaas de cordaas);
- as escadas dee engancha ar com vário
os segmentos e as esccadas telesc cópicas
deverão ser utilizadas
u de
e forma a ga
arantir a imo
obilização ddos vários segmentos;
s
- as escadas móveis
m deve
erão ser imo
obilizadas antes da suaa utilização;;
- as escadas de
everão disp
por a todo o momento de
d um apoioo e de uma
a pega
seg
guros.
Esta
as disposiçõões constitu
uíram a base para a elaaboração daa norma Eu uropeia EN
131 relativa ao fabrico dass escadas. Trata-se
T de
e uma normaa não abran ngida pela
Marccação CE, mas a coloccação no mercado
m devve ter em coonta a Direc
ctiva
2001/95/CE de 3 de Deze mbro de 20 001 relativa à segurançça geral doss produtos.
Estaa norma EN N 131 está oorganizada em diversas partes: a parte 1 refe ere-se aos
mos, tipos e dimensõess funcionais (versão de
term e 2007); a pparte 2 conté
ém os
requuisitos, ensaaios e marccação (versãão de 2010); a parte 3 inclui instru
uções para
o utiilizador (verrsão de 200
07); a parte 4 refere-se
e às escadaas com articculação
conjjunta única ou múltipla ; a parte 6 refere-se
r àss escadas ttelescópicass (em
boração); e a parte 7 re
elab efere-se às escadas móveis com pplataforma. As partes
1, 2 e 3 estão actualmente
a e em proces sso de revis
são, não exxistindo a paarte 5 (nem
está
á sequer ain nda em elabboração). As escadas tipo
t “marinhheiro” (cage
e ladders)
não são (ainda) objecto de e uma norm ma Europeia a.
Destte conjunto de partes daa norma EN N 131, assum mem particuular interesse as partes
1, 2 e 3 que deffinem as prin
ncipais cara
acterísticas ou
o requisitoss para as es
scadas.
Uma esca ada é um disspositivo inc
corporando
degraus sobre
s os quaais uma pes ssoa pode
subir ou descer.
Existem vários
v tipos dde escadas e acordo
com as su uas dimensõões funcionaais e ainda
o tipo de degrau
d que incorporam.
Qua anto ao tipo de
d degrau (Figura 28), as escadas podem tam mbém possuir degraus
comm superfície de
d pé meno or do que 80
0 mm e mínim mo 20 mm ((adiante dessignado por
degrrau estreito)) ou degrauss com superrfície do pé maior
m ou iguual a 80 mm
m (adiante
designado por degrau
d largo
o). As escad
das com este es degraus são designa adas no
ma anglo-sa
idiom axónico por, respectivam
mente, rung ladders e sstep ladders..

Figura 28 – Tipos de degraus


s das escaddas

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44

No que
q respeita a aos tipos dde escadas, existem vá
árias classifficações pos
ssíveis,
conssoante o ob
bjectivo prete
endido. Ass
sim, as esca
adas podem m classificar--se em:
- Po
ortáteis e nã
ão portáteis , consoante
e possam se
er transporttadas e colo
ocadas
anualmente ou não;
ma
- Fixxas ou móveeis, consoa
ante sejam instaladas num
n dado loocal de form
ma fixa ou
possam ser trransportadaas para cada
a local por meio de supportes móv veis;
- Esscadas inclin
nadas (lean
ning ladders
s) ou auto suportadas ((standing laadders),
consoante necessitem de e uma supeerfície vertic
cal de apoioo ou não;
- Esscadas com degraus esstreitos ou largos (rung
g ladders ouu step ladde
ers),
conforme refe
erido acima;;
- Esscadas de comprimento
o fixo ou va
ariável, cons
soante o núúmero de se
egmentos
que constituem as escad
das;
- Esscadas com mais de um m segmento o podem se er escadas sseccionais ou
o
esccadas extennsíveis (tam
mbém desig gnadas por vezes
v por teelescópicas
s); as
primeiras são escadas cu ujos segme entos (ou se
ecções) se eencaixam uns nos
outros atravéss de dispos itivos de co
onexão, senndo que o coomprimento o total da
esccada varia por cada seegmento ad dicionado em
m cada mom mento; as escadas
e
exttensíveis diferem das sseccionais por terem os
o montantees paralelos s ente si e
cujjo comprimeento poder ter increme entos variáv
veis;
- Esscadas extensíveis com
m os segme
entos superiiores colocaados manua
almente ou
por meio de cordas;
c
- Esscadas com topo em pl ataforma e corrimão ou não dispoondo desta plataforma
e corrimão
c (ap
plicável ape
enas às esc
cadas auto suportadas
s ).
Algu
umas destas m inter-relacionar-se, deesignadame
s classificaçções podem ente, tendo
em conta
c o tipo de degrau (estreito ou
u largo, confforme acimaa referido), ajustando-
a
se as
a designaçõ ões das esccadas em co onformidade e.
Apreesentam-se a seguir alg
guns exemp plos de esca
adas e resppectivas dim
mensões
funccionais de ac
cordo com a referida norma EN 13 31.
Assiim, na Figurra 29 aprese entam-se ass escadas inclinadas coom degraus s estreitos
com
m um ou mais segmento os (ou secçõ
ões), incluin
ndo: (i) escaada com um m segmento
(porttátil); (ii) esc
cada seccioonal com 2 segmentos:
s (iii) escadaa extensível
mannualmente com c vários ssegmentos; e (iv) escaddas extensívveis por me eio de
cord
das com várrios segmen ntos (estas cordas
c deveerão ter diâm metro mínim
mo de 8
mm e força de tracção
t mínnima de 4 kNN). De acorddo com a noorma, nesta as escadas
os últimos
ú 3 deggraus no top po não deve
em ser utiliz
zados.
Es
stas escadass são, em geral,
g coloca
adas sobre
superfícies ve
erticais formando um ân ngulo com a e
horizontal (α), conforme figura
f ao lad
do (esquerdda).
A distância
d “e” indicada nessa
n Figura
a 29 (quadro ro de
dim
mensões fun ncionais), aplica-se ape
enas às esccadas
extensíveis e correspond de à distânciia referida nna figura
ta).
ao lado (direita

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45

Escada
as inclinada graus estre itos  
as com deg

Esscada com umm Escada a seccional Escada exxtensível E


Escada extens
sível por meio
segmento com doiss segmentos manualme ente com de cabos com
c vários
(e
escada portátil)) vários seg
gmentos segme entos

a = Escada
E superio a inferior; l9 = co
or ; b = Escada omprimento tottal da (Dimensõ
ões em mm)
escadda

Figura
F 29 – Escadas inc
clinadas com
m degraus eestreitos

Em alguns país ses da UE, a legislação


o estabelecee que as esccadas devem dispor
de dispositivos
d antiderrapa se dos montantes. Casso necessário para
antes na bas
asse
egurar a esttabilidade da
a escada, devem
d tambbém ser coloocados no to
opo dos
monntantes ganc chos seguroos ou um dis
spositivo an
ntiderrapantte.
A noorma não es specifica comprimentos s máximos das
d escadass. Porém, em e alguns
paísses, as escaadas com m mais de 5 m e ângulo α superior
s a 770º devem dispor
d de
meccanismo de prevenção ccontra qued das em alturra. Para as escadas seeccionais
(comm mais de um segmentto/secção), a legislação o de alguns países da UEU
estaabelece valoores máximo os de 15 m, excepto em
m casos esppeciais paraa os quais
os montantes
m das escadass deverão seer fixados no topo atravvés de dispo
ositivos de
fixaçção a partes
s fixas existe
entes.
Por outro lado, em alguns p egislação es
países, a le stabelece ainnda que as escadas
m mais de 8 m devem te
com er reforços para
p reduzirr a deflexão .

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46

Na Figura
F 30 appresentam-sse alguns exemplos
e dee escadas aauto suportaadas com
degrraus estreitoos e respecctivas dimen
nsões funcio
onais. Comoo a própria designação
d
indicca, são escaadas autóno omas dispensando a ex xistência dee paredes ve
erticais
paraa a sua utiliz
zação.
Estas esca adas dispõe
em de dois segmentos
s innclinados (u
um sobre o
outro) em qque a sua estabilidade
e é asseguradda por um dispositivo
d
ão de abertura. Esses do
de restriçã ois segmenttos formam ângulos,
em que o â ângulo α corresponde ao
a segmentoo de subida da escada
e o ânguloo β corresponde ao segm mento de suuporte. Em alguns
a
casos, os ddois segmentos podem m ser utilizaddos como es scada.

Escadas auto suporta


adas com degraus
d esstreitos  

Escada auto suportada


s de m
montantes Escada auto suportadda de montante es paralelos
afun
nilados (b2 > b1 ) gura = b1) e esstabilizadores na
(larg n base

a = Dispositivo
D de restrição
r de ab
bertura; t = esp
pessura do mo
ontante (Dimensõ
ões em mm)
b = estabilizador
e (n
não deverá serr possível remover manualmmente)

Figu
ura 30 – Esccadas auto suportadas
s com degrauus estreitos
s

Na Figura
F 31 (p
página seguuinte) aprese
entam-se ex
xemplos de escadas co om degrauss
largo
os (step lad
dders), desig
gnadamente e uma escad
da inclinadaa e outra au
uto
supoortada com plataforma de topo e corrimão.
c
No caso dda escada com plataforma, esta é cconsideradaa como
degrau e ddeverá poss
suir uma configuração oonde se ins
sira um
quadrado com dimensão de 250 x 250 mm, conforme se s mostra
na figura a
ao lado.
Dura
ante a utiliza
ação destass escadas, os
o degraus devem
d estarr na posição
o horizontal.

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47

Escaadas com deggraus largos (>= 80 mm)) 
Esc
cada inclinad
da Escada aauto suportad
da

Esccada com mon


ntantes afunilad
dos (b2 >> b1), Escadaa ascendente apenas de um m lado com
p
podendo ém ser paralellos (b2 = b1)
també plata
aforma no topoo (degrau) e corrimão
c
Dime
ensões funcion
nais em mm (e
escada inclinad
da):

Dimensões
D fun
ncionais em m
mm (escada au
uto suportada)::

Figura 31
1 – Escadass com degra
aus largos (inclinada e auto suporttada)

Paraa além desta


as dimensõões funcionaais das esca
adas, a normma EN 131 (parte 2)
esta mente, a ca rga máxima
abelece também outross requisitos, designadam a total
fixad
da em 150 kg,
k sendo q que a escad da deve ser utilizada poor apenas uma
u
pesssoa em cadda momento o.
Na concepção
c as podem ser utilizados
das escada s diferentess materiais, incluindo:
- Açço (partes de
e suporte d a carga dev pessura de no mínimo 1 mm);
vem ter esp
- Alu
umínio (parte
es de suporrte da carga devem ter espessura
e dde no mínim
mo 1,2 mm);
- Plá
ásticos (parrtes de supo
orte da carga
a devem ter espessura de no mínim
mo 2 mm);
- Ma
adeira (dens
sidade maioor ou a igua
al a 450 kg/m3 para maadeiras resinosas e
690 kg/m3 para madeirass folhosas (designadas
( s no Brasil, respectivam
mente por
ma
adeiras coníferas e ma
adeiras dicootiledóneas).
Esta
a parte 2 da
a norma EN 131, conté ém ainda div
versos requuisitos para ensaios
das escadas, reeferindo-se que esta norma poderrá ser a basse para certtificação.

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As escadas
e devvem possuiir uma marc cação, inclu
uindo: identiificação do fabricante,
tipo de escada,, mês e ano o de produç
ção ou núme ero de sériee, carga tota
al máxima,
númmero máximo o de utilizad
dores e pes
so da escadda.
A pa
arte 3 da no
orma EN 1331 contém diversas
d instruções parra os utilizad
dores,
ndações para uma utilização seguura das escadas.
desiignadamentte, recomen
Esta
as instruçõe
es deverão eestar no idioma do paíís onde as eescadas são
com
mercializadas, e incluem
m instruções s: (i) gerais; (ii) antes ddo uso; (iii)
posiicionamento
o e colocaçãão da escada; (iv) utilizzação da esscada; (v) reparação,
r
mannutenção e armazenam
a mento da es scada.
Por outro lado, a norma in clui em ane
exo exemploos de pictoggramas quee os
fabricantes das
s escadas ddevem forne ecer aos com
mpradores,, para seremm
ocados nas escadas de
colo e forma crite
eriosa em fu
unção de caada tipo de escada.
No Quadro
Q 8 appresentam--se alguns exemplos
e destes pictoggramas extraídos da
referida norma EN 131 (pa arte 3) e org
ganizados separadame
s ente em “Prráticas
correectas” (picto
ogramas quuadrados co om bordo verde) e “Prááticas incorrrectas”
(picttogramas reedondos co m bordos a vermelho).

Quadro 8 – Exempllos de picto ativos a esccadas (EN 131)


ogramas rela

Práticas correc
ctas Práticas incorrecta
as

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b) Acesso em altura por meio de corda


Na União Europeia, o acesso em altura por meio de corda é uma prática utilizada
com reduzida frequência no sector da construção. É sobretudo na fase de
manutenção das construções que tal prática é por vezes utilizada, designadamente
para pequenas intervenções, por exemplo, de reparação de fachadas de edifícios.
Esta situação (como referido na introdução da secção 3 do presente documento)
deve-se às exigências da Directiva-quadro sobre SST (Directiva 89/391/CEE de
1989), designadamente o princípio “Dar prioridade às medidas de protecção
colectiva em relação às medidas de protecção individual”. Também a Directiva
89/656 (relativa aos EPI) estabelece que os EPI devem ser utilizados apenas
como complementares daqueles ou quando os riscos existentes não puderem ser
evitados ou limitados por meios técnicos de protecção colectiva ou por medidas,
métodos ou processos de organização do trabalho.
Tais disposições de 1989 levaram a que na UE se tenha privilegiado e se continua a
privilegiar o acesso em altura através de meios como os andaimes, as plataformas
de trabalho (suspensas ou não) e outras formas seguras de acesso em altura, quer
durante a fase de execução, quer na de manutenção. Para isso, é necessário ter em
conta a segurança dos trabalhadores na fase de manutenção, implicando que na
concepção das estruturas se considere estes equipamentos de acesso em altura
mais seguros. Esta é aliás uma obrigação que decorre da implementação da
Directiva 92/57/CEE (relativa à segurança nos estaleiros/canteiros de obras) e da
Convenção 167 da OIT sobre SST na construção.
Ainda assim, quando for necessário o uso de cordas para o acesso em altura, a
Directiva 89/655/CEE acima referida, inclui um conjunto de condições que deverão
ser cumpridas. Realça-se, em particular, que o sistema deve comportar duas
cordas fixadas separadamente:
- corda de trabalho, destinada a meio de acesso, descida e sustentação; e
- corda de segurança, destinada a dispositivo de socorro.
A corda de trabalho deve estar equipada com um mecanismo seguro de subida e
descida e conter um sistema autoblocante que impeça a queda do trabalhador.
A corda de segurança deve estar equipada com um dispositivo móvel antiqueda
que acompanhe as deslocações do trabalhador.
Em casos excepcionais, poderá ser utilizada apenas uma corda, desde que,
após uma avaliação dos riscos, se comprove que a segunda corda tornaria o
trabalho mais perigoso e desde que sejam tomadas medidas adequadas para
garantir a segurança do trabalhador.
Para além disso, essa Directiva estabelece também que os trabalhadores devem
receber e utilizar arneses ligados à corda de segurança, devendo ainda receber
formação adequada e específica para as operações em causa, incluindo sobre
os procedimentos de salvamento. O uso de ferramentas e outros acessórios que
o trabalhador necessite devem estar ligados ao seu arnês ou ao seu assento, ou
presos de outra forma adequada.

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50

No âmbito
â das normas
n técnnicas Europe eias, o aces
sso em altura ra por corda é
re
referenciado o na norma ENE 363 defi nido como um u sistema
inndividual dee protecção contra queddas que perm mite ao
uutilizador aceeder (e volta
ar) de um loocal em alturra de tal
foorma que uma queda livre é prevennida ou trav vada. O
ssistema incluui uma corda a de trabalhho e uma corda de
ssegurança separadas,
s ambas
a fixas a uma estru utura (como
o
pprevisto na Directiva
D acima referidaa). Essas corrdas são
liigadas ao mesmo
m arnês
s do utilizaddor, o qual pode
taambém ser um arnês de assento. O sistema pode p ser
uutilizado paraa posicionammento de traabalho depo ois de
aatingir o loca
al desejado.
Por outro lado, a norma EN N 353, relatiiva a equipa
amento de pprotecção in ndividual
conttra quedas em
e altura, in nclui duas partes,
p ambaas referentees a linhas de
d
ancooragem vertticais do tipo o guiado (is
sto é, possuindo uma fuunção de au uto
travaamento e um m dispositivvo de guia). A parte 1 (E
EN 353-1) rerefere-se a paraquedas
p s
do tiipo guiado incluindo linha de ancoragem rígida e a parte 2 (EN 353-2) refere-
se a paraqueda as do tipo gu uiado incluin
ndo linha dee ancoragem m flexível.
No primeiro ca aso (paraque edas ligado a linha de aancoragem rígida,
r ver
figu
ura ao lado)), a norma EN
E 353-1 es stabelece quue estas linh
has podem
serr em carril ou cabo de aço
a e destina am-se a serr fixadas a uma
u
esttrutura de ta
al forma que os movimentos lateraiss da linha sãão
limitados. No ccaso de utiliz
zação de caabo de aço, este deve te er pelo
me enos 8 mm d de diâmetro e ser suficie
entemente eesticado. Emm ambos oss
cassos, a conce epção deve ser tal que o dispositivoo paraqueda as não
posssa ser sepa arado da linha de ancorragem de foorma não inttencional.

Noo segundo ccaso (paraquedas ligado a linha dee ancoragem m flexível,


ver figura ao la
ado), a norm
ma EN 353-2 2 estabelecce que estas
s linhas
podem ser em m cabos de fibra
f sintética
a ou cabos de aço e deestinam-se
a serem
s fixada
as em pontoos de ancora agem superriores numa estrutura
existente. Nesste caso, o talabarte
t dee ligação à linha de ancoragem
xível vertica
flex al não podeerá ter mais de um mettro, incluindo
absorvedor e conectores barte pode sser feito de fibra
s. Este talab
sin
ntética, cinta
a, cabo de aço
a ou corrente.

Paraa acesso emm altura porr corda, connforme referrido na


subssecção 3.2 acima, o ta alabarte de duas
d vias/p
pernas
comm absorvedo or constitui ttambém umm sistema efficaz de
acessso em altura em algun ns casos pe
ermitindo quue o
traba
alhador subba, mantend do sempre uma das liggações,
confforme se ilu
ustra na figu
ura ao lado.

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4. CONSIDERA
AÇÕES FINAIS
F
No presente
p do
ocumento a presentaram m-se os prin
ncipais equuipamentos de
proteecção colecctiva e indivvidual relativ
vamente aoo trabalho eem altura quue podem
ser utilizados
u para protecçção das que edas em altuura dos trabbalhadores em
diferrentes secto
ores de actiividade eco onómica, emm particular,, no sector da
d
consstrução em que se inse ere este proojecto de co
ooperação eentre a Uniã ão
Euroopeia e o Ministério
M do
o Trabalho e Emprego do Brasil.
O eqquipamento de protecçã ão colectiva (EPC) conttra quedas eem altura po
ode
subddividir-se em
m dois grand
des grupos: EPC que im mpedem a q ueda em alttura e os
EPCC que limitamm os efeitos da queda eme altura. No primeiro ggrupo incluem-se os
guarrda-corpos e os andaim mes de trabaalho temporáários. No seggundo grupo incluem-
se as
a redes de segurança
s e as linhas de
d vida horiz
zontais flexív
íveis. No Qu
uadro 9
apre
esentam-se os EPC abo ordados com m indicação das normass aplicáveis.
Quadro 9 – Equipame
ento de prote
ecção colec
ctiva contraa quedas em
m altura
Guarda-corpos temp
porários An
ndaimes de ttrabalho temporários
EN 13374 EN 128110 / EN 1281 11

Redes de segura
ança Lin
nhas de vidaa horizontais flexíveis
EN 1263 TS 16415 (Anncoragem C) e ISO 16024
CEN/T 4

Os guarda-corp
g pos temporáários são classificadoss em 3 classses (A, B e C),
conssoante a inc clinação da superfície de trabalhoo (α) e o dessvio entre o guarda-
corp
po e a perpe endicular a essa superrfície de trab
balho. Os gguarda-corp pos
vertiicais (classe
e A) foram ccaracterizados mais de etalhadameente por serrem os
maiss utilizados na prática ccorrente.
Os andaimes
a de trabalho ttemporários s foram tam
mbém apressentados ten ndo em
contta as suas principais
p caaracterística
as dimensioonais e cappacidade de e carga,
desiignadamentte: (i) as 6 cclasses de carga
c das plataformas
p ; (ii) as 7 cla
asses de
largu
ura; (iii) as 2 classes d
de altura; e (iv)
( as 2 claasses de esscadas.
No que
q respeita a às redes d uiram-se os seus dois principais
de segurança, distingu p
com
mponentes: asa redes proopriamente ditas e os sistemas
s dee suporte da
as redes.
Rela
ativamente às
à redes proopriamente ditas, especificaram-see 4 classes de redes
(A1, A2, B1 e B2)
B em funçã ão da capac
cidade de absorção de energia e da d máxima
dime
ensão da malha. Quan to ao sistemma de suporte (que connjuntamente com a

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redee propriame
ente dita for ma a rede de
d segurança), apreseentaram-se os 4
siste
emas previsstos na normma (S, T, U, V). As red
des S e T sãão redes ho
orizontais,
senddo a primeirra aplicávell para grand
des áreas e a segundaa para consoolas. As
redees U e V sãoo redes verrticais, send
do a primeirra em geral usada em guarda-
g
corppos e a segu
unda (tipo fforca) para fachadas
f de edifícios.
Relaativamente às à linhas de vida horizontais flexíveeis, apresenttaram-se os
s principais
requuisitos à luz de especificcação técnic
ca Europeia (constituinddo dispositiv
vo de
ancooragem do tipot C) e norrma internaccional refere
enciada no qquadro acim
ma
(limittando a utiliz
zação destaas linhas de vida para 3 pessoas e a força máxima
transsmitida ao arnês
a ligadoo ao corpo de
d um utiliza ador para 6 kN, em linhha com as
normmas Europe eias). O cálcculo destas linhas de vida deve seer efectuado o para
cadaa situação em e concreto o.
As normas
n técn
nicas atrás referidas re
elativas aos equipamenntos de prottecção
cole
ectiva, não se
s inserem em nenhum a Europeia, não sendo por isso
ma Directiva
conssideradas normas
n harm
monizadas. Assim, estes EPC nãoo são objec cto de
marccação “CE” como acon ntece com a maioria do os EPI que se referem a seguir.
No âmbito
â do tra
abalho em a altura, existe
em diversass situações eem que a prrotecção
dos trabalhadorres é assegu urada atravé és de meioss individuais que incluem
m um arnês
(cintto de segura
ança de corp xo ao corpo do trabalhaador e que liiga a um
po inteiro) fix
dispositivo de ancoragem a através de um talabarte, incluindo aainda um ab bsorvedor
de energia
e para
a limitar a forrça de impacto sobre o corpo humaano a 6 kN (600( kg).
Por outro lado, o acesso ao
os locais de
e trabalho em
m altura, deesignadame
ente atravéss
de escadas
e ou acesso por cordas, coloca também m os trabalhhadores em risco.
No Quadro
Q 10 apresentam-
a -se os EPI mais
m correnttemente utiliizados na protecção
indivvidual contra
a quedas em
m altura que
e foram caracterizados nno presente
docu umento com m indicação d
das normas s aplicáveis.
Q
Quadro 10 – Equipame
ento de prottecção indiv
vidual contraa quedas em altura
Arnese
es Talabartes
T Abbsorvedores de energia
(ccinto seg. corp
po inteiro) EN 354 EN 3555
EN 36
61

Disp
positivos de ancoragens
a Escadas
E Aceesso em altura por corda
EN 7995 EN 131 EN 353 / EN
E 363

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Os arneses (cintos de segurança de corpo inteiro) são os suportes do corpo,


principalmente para fins de travamento de queda. É constituído por cintas/correias
(primárias e secundárias), acessórios, fivelas ou outros elementos, devidamente
organizados e montados para suportar o corpo de uma pessoa e suster o
utilizador do arnês durante uma queda e após o travamento de uma queda.
Os talabartes são elementos ou componentes flexíveis de ligação de um sistema de
protecção individual contra quedas em altura com pelo menos duas terminações,
com ou sem um dispositivo de ajustamento do comprimento. Podem ser utilizados
como: (i) sistemas de retenção; (ii) sistemas de posicionamento de trabalho; (iii)
sistemas de acesso por corda; (iv) sistemas de travamento de quedas; e (v)
sistemas de resgate. O comprimento máximo de um talabarte (incluindo absorvedor
de energia, terminações e conectores) não pode exceder 2 metros.
Os absorvedores de energia são elementos ou componentes para dissipar a
energia cinética desenvolvida durante uma queda em altura, isto é, para limitar a
força máxima de impacto sobre o trabalhador a 6 kN, podendo para isso ter uma
extensão até 1,75 m. Podem ser utilizados como um componente desse sistema
de protecção de quedas, incorporado num talabarte, num arnês ou ainda num
dispositivo de ancoragem.
Os dispositivos de ancoragem incorporam pontos de ancoragem fixos ou móveis,
concebidos para fixação de um sistema de protecção contra quedas em altura.
Foram apresentados 5 tipos de dispositivos de ancoragem: A, B, C, D e E. Os
dispositivos A e B incorporam um ou mais pontos de ancoragem fixos,
respectivamente, com e sem necessidade de uma ancoragem estrutural ou
elementos fixos para fixar à estrutura. Os dispositivos C e D são constituídos por
cabos, respectivamente, flexíveis ou rígidos, fixos pelo menos nas extremidades.
O dispositivo E é utilizado em superfícies até 5º em relação à horizontal, quando o
desempenho depende exclusivamente da massa e atrito entre si e a superfície.
No que respeita aos meios de acesso aos postos de trabalho temporários em altura,
a escolha do meio mais adequado deve ser feita com base na: (i) frequência de
circulação; (ii) altura a atingir; e (iii) duração da utilização. No presente documento,
apresentou-se uma caracterização das escadas e das técnicas de acesso e de
posicionamento por meio de cordas, com base nas normas acima referenciadas.
Por último, importa realçar que um dos princípios gerais de prevenção da
Directiva-quadro da Europeia (89/391/CEE) é a priorização de medidas de
protecção colectiva em relação às medidas de protecção individual. Como se
salientou ao longo do presente documento, tal significa que a aplicação dos EPC
referidos devem ser considerados prioritários e os EPI devem ser utilizados
apenas como complementares daqueles ou quando os riscos existentes não
puderem ser evitados ou limitados por meios técnicos de protecção colectiva ou
por medidas, métodos ou processos de organização do trabalho.
A segurança e saúde no trabalho, mais que uma prioridade, são valores e direitos
de qualquer trabalhador. A adequabilidade e qualidade dos equipamentos de
protecção (colectiva e individual) disponibilizados fazem parte desses valores e
direitos dos trabalhadores.

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ANEXOS
 
   
 

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ANEXO a)
Directiva 89/655/CEE (utilização de equipamentos de trabalho no trabalho) e
alterações introduzidas pela Directiva 2001/45/CE (trabalhos temporários em altura)

 
   

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30. 12. 89 Jornal Oficial das Comunidades Europeias N<? L 393113

DIRECTIVA DO CONSELHO .
de 30 de Novernbro de 1989
relativa as prescri~oes rninirnas de seguran~a e de saude para a utiliza~ao pelos trabalhadores de
equipamentos de trabalho no trabalho

(segunda directiva especial, na acep~ao don~ 1 do artigo 16~ da Directiva 8913911CEE)

(8916551CEE)

0 CONSELHO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS, Considerando que a presente directiva e uma directiva
especial, na acep~ao do n<? 1 do artigo 16<? da Directiva
Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade 8913911CEE do Conselho, de 12 deJunho del989,-relativa
Econ6mica E uropeia e, nomeadamente, o seu artigo a aplica~ao de medidas destinadas· a prom over a melhoria da
118'?A, _ seguran~a e da saude dos trabalhadores no trabalho (6 ); que,
por esse facto, as disposi~oes da referida directiva se aplicam
Tendo em conta a proposta da Comissao (1), apresentada plenamente ao domlnio da utiliza~ao, pelos trabalhadores,
ap6s consulta ao Comite consultivo para a seguran~a, de equipamentos de trabalho no local de trabalho,. sem
higienee protec~ao da csaude no local de trabalho, prejulzo de disposi~oes mais restritivas e I ou espedficas
contidas na presente directiva;
Em coopera~ao como Parlamento Europeu (2 ), .
Considerando que a presente directiva constitui urn elemento
concreto no ambito da realiza~ao da dimensao social do
Tendo em conta o parecer do Comite Econ6mico e · mercado interno;
Social (3 ),
Considerando que, por for~a da Directiva 8311891CEE (7),
Considerando que o artigo 118<?A do Tratado preve que o OS Estados-membros sao obrigados a notificar a Comissao
Conselho adopte, por directiva, prescri~oes mlnimas desti- qualquer projecto de regulamenta~ao tecnica aplicavel as
nadas; a promover a melhoria, nomeadamente, das condi~oes maquinas, aparelhos e instala~oes;
de trabalho, a fim de assegurar urn melhor nlvel de protec~ao
Considerando que, por for~a da Decisao 7 4 I 325 I CEE do
de seguran~a e da saude dos trabalhadores;
Conselho (8 ), com a ultima reda~ao que lhe foi dada pelo
Acto de Adesao de 1985, o Comite consultivo para a
Considerando que, nos termos do referido artigo., essas seguran~a, a higiene e a protec~ao da saude no local de
directivas devem evitar impor disciplinas administrativas, trabalho deve ser consultado pela Comissao com vista a
financeiras e juddicas que sejam contdrias a cria~ao e elabora~ao de propostas neste dom{nio,
desenvolvimento de pequenas e medias empresas;

Considerando que a comunica~ao da Comissao sobre o seu ADOPTOU A PRESENTE DIRECTlYA:


programa no domfnio de seguran~a, da higiene e da saude no
local de trabalho (4 ) preve a adop~ao de uma directiva
relativa a utiliza~a() dos equipamentos de trabalho no SEC~A.O I
trabalho;
Disposi~oes gerais
Considerando que, na resolu~ao de 21 de Dezembro de 1987
re}ativa a Seguran~a, higiene e Saude nO local de trabalho ( 5 ),
Artigo 1?
o Conselho tomou nota da inten~ao da Comissao de lhe
apresentar a CUrtO prazo prescri~oes m{nimas relativas a Objecto
organiza~ao da seguran~a e da saude no local de trabalho;
1. A presente directiva, que e a segunda directiva especial,
Considerando que a observancia das prescri~oes mlnimas na acep~ao don<? 1 do artigo 16 <? da Directiva 89 I 391 I CEE,
destinadas a garantir urn melhor nlvel de seguran~a e de estabelece as prescri~oes rnlnimas de seguran~a e de saude
saude para a utiliza~ao de equipamentos de trabalho consti- para a utiliza~ao, pelos trabalhadores no trabalho, dos
. tui urn imperativo para garantir a seguran~a e a saude dos equipamentos de trabalho, tal como se encontram definidos
trabalhadores; no artigo 2<?

( 1) JOn<? C 114 de 30. 4. 1988, p. 3, 2. As disposi~oes da Directiva 89/391 I CEE aplicam-se


JOn<? C 106 de 26. 4. 1989, p. 13 e plenamente a globalidade do dorn{nio referido no n <? 1 , sem
JOn<? C 287 de 15. 11. 1989, p. 12. preju{zo de disposi~oes mais restritivas el ou espedficas
( 2 ) JOn<? C 326 de 19. 12. 1988, p. 132 e contidas na presente directiva.
JOn<? C 256 de 9. 10. 1989, p. 65.
( 3 ) JOn<? C 318 de 12. 12. 1988, p. 26. (6) JOn<? L 183 de 29. 6. 1989, p. 1.
(<4) JOn<? C 28 de 3. 2. 1988, p. 3. ( 7) JO n<? L 109 de 26. 4. 1983, p. 8.
( 5 ) JOn<? C 28 de 3. 2. 1988, p. 1. ( 8) JOn<? L 185 de 9. 7. 1974, p. 15.
Nc:> L 393/14 Jornal Oficial das Comunidades Europeias 30. 12. 89

Artigo 2? a) Equipamentos de trabalho que, colocados pela primeira


vez a disposi~ao dos trabalhadores na empresa e/ ou no
DefiiJ.i~oes estabelecimento depois de 31 de Dezembro de 1992,
satisfa~am:
Na acep~ao da presente directiva, entende-se por:
i) As disposi~oes contidas em qualquer uma das direc-
a) Equipamento de trabalho: qualquer maquina, aparelho, tivas comunitarias pertinentes aplicaveis;
ferramenta ou instala~ao utilizado no trabalho; ii) As prescri~oes minimas previstas no anexo, caso nao
b) Utiliza~ao de urn equipamento de trabalho: qualquer seja aplicavel, ou apenas o seja parcialmente, qual-
actividade relativa a urn equipamento de trabalho, quer outra directiva comunitaria;
nomeadamente a coloca~ao em servi~o ou fora de b) Equipamentos de trabalho que, ja colocados a disposi-
servi~o, o uso, o transporte, a repara~ao, a transforma- ~ao dos trabalhadores na empresa e/ ou no estabeleci-
~ao, a manuten~ao e a conserva~ao, incluindo, nomea- mento em 31 de Dezembro de 1992, obede~am, o mais
damente, a limpeza; tardar quatro anos ap6s essa data, as prescri~oes mini-
c) Zona perigosa: qualquer zona dentro e/ou em tomo de mas previstas no anexo.
urn equipamento de trabalho na qual a presen~a de urn
trabalhador exposto o submeta a urn risco para a sua 2. A entidade patronal. tomara as medidas necessarias
seguran~a ou saude;
para que os equipamentos de trabalho, ao Iongo de todo o
seu perlodo de utiliza~ao, sejam conservados, mediante uma
d) Trabalhador exposto: qualquer trabalhador que se manuten~ao adequada, a urn nfvel que permita que ·os
encontre totalmente ou em parte numa zona perigosa; equipamentos satisfa~am, consoante os casos, as disposi~oes
das aHneas a) ou b) do nc:> 1.
e) Operador: o ou .os trabalhador(es) incumbido(s) da
utiliza~ao de urn equipamento de trabalho.

Artigo 5?

Equipamentos de trabalho que apresentam riscos


especificos
SEC<;AO II

OBRIGA<;OES DAS ENTIDADES PATRONAIS Sempre que a utiliza~ao de urn equipamento de trabalho
possa apresentar urn risco espedfico para a seguran~a ou a
saude dos trabalhadores, a entidade patronal tomara as
Artigo 3? medidas necessarias para que:
a utiliza~ao do equipamento de trabalho seja reservada
Obriga~oes gerais aos trabalhadores incumbidos dessa utiliza~ao,
1. A entidade patronal deve tomar as di~p9si~oes neces- nos casos de repara~ao, transforma~ao, manuten~ao
ou
sarias para que OS equipamentOS de trabalho, poStOS a conserva~ao, os trabalhadores em questao estejam espe-
disposi~ao dos trabalhadores na empresa e/ ou no estabele- cificamente habilitados para o efeito.
cimento, sejam adequados ao trabalho a efectuar ou conve-
nientemente adaptados para esse efeito e permitam garantir a
. seguran~a e a saude dos trabalhadores aquando da utiliza~ao Artigo 6?
desses equipamentos ·de trabalho.
Informa~ao dos trabalhadores
Aquando da escolha dos equipamentos de trabalho que
pretenda utilizar, a entidade patronal deve ter em aten~ao as 1. Sem preju£zo do artigo tOe:> da Directiva 89 I 391 /CEE,
condi~oes e as caracterlsticas espedficas do trabalho e os a entidade patronal tomara as medidas necessarias para que
riscos existentes na empresa e/ ou no estabelecimento, os trabalhadores disponham de informa~oes adequadas e,
nomeadamente nos postos de trabalho, para a seguran~a e a quando necessario, de folhetos de informa~ao sobre os
saude dos trabalhadores e/ OU OS eventuais riscos adicionais equipamentos de trabalho utilizados no trabalho.
resultantes da utiliza~ao dos equipamentos de trabalho em
questao. 2. As informa~oes e os folhetos de informa~ao devem
conter, no m£nimo, as indica~oes do ponto de vista de
2. Quando nao for possfvel garantir inteiramente desse seguran~a e da saude relativas:
modo a seguran~a e a saude dos trabalhadores ao utilizarem
os equipamentos de trabalho, a entidade patronal tomara as as condi~oes de utiliza~ao dos equipamentos de tra-
medidas adequadas para minimizar os riscos. balho,
as situa~oes anormais previs£veis,
. Artigo 4? as conclusoes a retirar da experiencia eventualmente
adquirida com a utiliza~ao dos equipamentos de tra-
Regras relativas aos equipamentos de trabalho balho.

1. Sem prejufzo do disposto no artigo 3 c;>, a entidade 3. As informa~oes e os folhetos de informa~ao devem ser
patronal deve obter e/ ou utilizar: compreensfveis para os traballiadores em questao.
30 .. 12. 89 Jornal Oficial das Comunidades Europeias N~ L 393/15

Artigo 7? do progresso. tecnico, da evolu~ao das regulamenta~oes


ou especifica~oes ·internacionais ou dos conhecimentos
Forma~ao dos trabalhadores no domfnio dos equipamentos de trabalho,
serao adoptadas de acordo com o processo previsto no _
Sem prejufzo do artigo 12~ da Directiva 89/391/CEE, a
artigo 17'! da Directiva 89/391 /CEE.
entidade patronal tomara as medidas -necessarias para
que:
Artigo 10?
os trabalhadores incumbidos da utiliza~ao dos equipa·
mentos de trabalho recebam uma forma~ao adequada, Disposi~oes finais
inclusivamente sobre os riscos que, eventualmente, pos·-
sam decorrer dessa utiliza~ao. 1. Os Estados·membros porao em vigor as disposi~oes
legislativas, regulamentares e administrativas necessarias
os trabalhadores referidos no segundo travessao do para dar cumprimento a presente directiva, 0 mais tardar' em
artigo 5 ~ recebam uma forma~ao espedfica adequada. 31 de Dezembro de 1992. Do facto informarao imediata·
mente a Comissao.

Artigo 8? 2. 05 Estados·membros comunicarao a Comissao o texto


das disposi~oes de direito interno ja adoptadas ou que
Consulta e participa~ao dos trabalhadores venham a adoptar no domfnio regulado pela presente
directiva.
Os trabalhadores e/ ou os seus representantes seiao consul· 3. De cinco em cinco anos, os Estados-membros apresen·
tados e participarao, de acordo como artigo 11 ~ da Directiva tarao urn relat6rio a Comissao sobre a aplica~ao pratica do
89/391/CEE, no que respeita as materias abrangidas pela disposto na presente directiva, indicando os pontos de vista
presente directiva, incluindo o seu anexo. dos parceiros sociais.
A Comissao dara conhecimento desse relat6rio ao Parlamen·
to Europeu, ao Conselho, ao Comite Econ6mico e Social e ao
Comite consultivo para a seguran~a, a higiene e a saude no
SEC<;;AO III local de trabalho.

DISPOSI<;OES DIVERSAS 4. A Comissao apresentara periodicamente ao Parlamen·


to Europeu, ao Conselho e ao Comite Econ6mico e Social urn
relat6rio sobre a aplica~ao da presente directiva, tendo em
conta o disposto nos n~s 1, 2 e 3.
Artigo 9? .

Altera~ao do anexo Artigo 11?

1. 0 aditamento ao anexo de prescri~oes mfnimas suple· Os Estados-membros sao OS destinatarios da presente direc-
mentares aplicaveis a equipamentos de trabalho espedficos, tiva.
referidas no ponto 3 do anexo, sera adoptada pelo Conselho,
de acordo com o processo previsto no .artigo 118 '!A do
Tratado.
Feito em Bruxelas, em 30 de Novembro de 1989.
2. As adapta~oes de natureza exclusivamente tecnica do
anexo em fun~ao:
Pelo _Conselho
da adop~ao de directivas em materia de harmoniza~ao
tecnica e de normaliza~ao, relativas aos equipamentos de 0 Presidente
trabalho, e/ ou J.-P. SOISSON
Nc:> L 393/16 Jornal Oficial das Comunidades Europeias 30. 12. 89

ANEXO

PRESCRI<;OES MINIMAS REFERIDAS NO N'? 1, ALINEA a), SUBALINEA ii), E ALINEA b), DO
ARTIGO 4?

1. Observa~ao previa

As obriga~oes previstas no presente anexo sao aplica~eis no respeito das disposi~oes da presente directiva e
quando o correspondente risco existir relativamente ao equipamento de trabalho considerado.

2. Prescri~oes minimas gerais aplicaveis aos equipamentos de trabalho

2.1. Os sistemas de comando de urn equipamento de trabalho que tenham incidencias sabre a seguran~a devem
ser clar;:tmente visiveis e identificaveis e, se for caso disso, ser objecto de uma marca~ao apropriada.
Os sistemas de comando devem ser colocados fora das zonas perigosas, salvo no caso de determinados
sistemas de comando, se necessario, e de modo a que o seu accionamento nao possa ocasionar riscos
suplementares. Os sistemas de comando nao devem ocasionar riscos na sequencia de uma manobra nao
intencional. ·
0 operador deve, se necessaria, poder certificar-se da ausencia de pessoas nas zonas perigosas, a partir do
posto de comando principal. Setal for impossivel, cada arranque deve ser automaticamente precedido de
urn sistema seguro, como, por exemplo, urn sinal de aviso sonora e/ ou visual. 0 trabalhador exposto deve
ter tempo e/ou meios para se colocar rapidamente ao abrigo dos riscos ocasionados pelo arranque e/ou
paragem do equipainento de trabalho.
Os sistemas de comando devem ser seguros. Uma avaria ou urn dana nos sistemas de comando nao devem
provocar uma situa~ao perigosa.

2.2. Os equipamentos de trabalho so devem poder ser postos em funcionamento mediante uma acc;ao
voluntaria sabre urn sistema de comando previsto para esse fim.
0 niesmo se aplica:
ao arranque apos uma paragem, qualquer que seja a sua origem,
ao comando de uma modifica~ao importante nas condi~oes de funcionamento (por exemplo,
velocidade, pressao, etc.),
salvo se esse arranque ou essa modifica~ao nao representarem qualquer risco para os trabalhadores
expostos.
0 arranque ou a modifica~ao das condi~oes de funcionamento que resultem da sequencia normal de urn
ciclo automatico nao sao abrangidos por esta exigencia.

2.3. Cada equipamento de trabalho deve estar provido de urn sistema de comando que permita a sua paragem
geral em condi~oes de seguranc;a.
Cada posto de trabalho deve dispor de urn· sistema de comando que permita, em fun~ao das riscos
existentes, parar todo o equipamento de trabalho, ou apenas uma parte dele, de forma a que o equipamento
de trabalho fique em situa~ao cle seguranc;a. A ordem de paragem do equipamento de trabalho deve ter
prioridade sabre as ordens de arranque. Uma vez obtida a paragem do equipamento de trabalho ou dos
seus elementos perigosos, deve ser interrompida a alimentac;ao de energia dos accionadores em
questao.

2.4. 0 equipamento de trabalho deve ser munida de urn dispositivo de paragem de emergencia, se tal for
apropriado em func;ao dos perigos inerentes a esse equipamento e ao tempo normal de paragem.

2.5. 0 equipamento de trabalho que seja perigoso em virtude de quedas de objectos ou de projecc;oes deve ser
munida de dispositivos de seguran~a adequados correspondentes a esses perigos.
0 equipamento de trabalho que seja perigoso em virtu de de emanac;oes de gases, vapores ou Hquidos ou de
emissoes de poeiras deve ser equipado com dispasitivos adequados de retenc;ao e/ au extracc;ao
correspondentes a esses perigos, instalados proximo da respectiva fonte.

2.6. Os equipamentos de trabalho e respectivos elementos devem ser estabilizados por fixac;ao au por outros
meios, setal for necessaria paia a seguranc;a au a saude dos trabalhadores.

2. 7. No caso de existirem riscos de estilhac;amento ou de ruptura de elementos de urn equipamento de trabalho


susceptiveis de ocasionar perigos signiiicativos para a seguran~a ou a sa.ude dos trabalhadores, devem ser
tomadas as medidas de protecc;ao adequadas. -
30. 12. 89 Jornal Oficial das Comunidades Europeias N~ L 393/17

2. 8. Sempre que apresentem riscos de contacto mecanico que possam ocasionar acidentes, os elementos m6veis
de urn equipamento de trabalho devem ser equipados com protectores ou dispositivos que impe~am o
acesso as zonas perigosas ou interrompam o movimento dos elementos perigosos antes do acesso as zonas
perigosas.
Os protectores e dispositivos de proteq:iio
devem ser de constru~ao robusta,
niio devem ocasionar riscos suplementares,
nao devem poder ser facilmente neutralizados ou tornados inoperantes,
devem estar situados a uma distancia suficiente da zona perigosa,
niio devem limitar mais do·que o necessario a observa~ao do ciclo de trabalho,
devem permitir as interven~oes indispensaveis a coloca~ao e/ ou substitui~iio dos elementos, bern como
aos trabalhos de manuten~ao, permitindo o acesso apenas ao sector em que esses trabalhos devem ser
realizados e, se possfvel, sem desmontagem do protector ou do dispositivo de protec~ao.

2.9. As zonas e pontos de trabalho ou de manuten~ao dos equipament~S de trabalho devem estar
convenientemente iluminadas em fun~ao dos trabalhos a efectuar.

2.10. As partes de urn equipamento de trabalho que tenham uma temperatura elevada ou muito baixa devem, se
tal for apropriado, dispor de uma protec~ao contra os riscos de contacto ou de aproxima~ao por parte dos
trabalhadores;

2.11. Os -dispositivos de alerta doequipamento de trabalho devem poder ser ouvidos e compreendidos facilmente
e sem ambiguidades. ,

2.12. Os equipamentos de trabalho nao podem ser utilizados para opera~oes e em condi~oes para as quais nao
sejam apropriados.

2.13. As opera~oes de manuten~ao devem poder efectuar-se quando o equipamento de trabalho esteja parado. Se
isso nao for possfvel, devem poder ser tomadas medidas de protec~ao adequadas a execu~ao dessas
opera~oes ou estas devem poder efectuar-se fora das areas perigosas.

E necessario que o livrete de manuten~ao dos equipamentos de trabalho que dele disponham se encontre
actualizado.

2.14. Todos os equipamentos de trabalho devem ser equipados com dispositivos claramente identificaveis, que
permitam isola-los de cada uma das suas fontes de energia.
A reconexao pressupoe a ausencia de perigo para os trabalhadores em causa.

2.15. Os equipamentos de trabalho devem ter avisos e a sinaliza~ao indispensavel para garantir a seguran~a dos
trabalhadores.

2.16. Para efectuar as opera~oes de produ~iio, de regula~ao e de manuten~ao dos equipamentos de trabalho, os
trabalhadores devem poder ter acesso a todos os locais necessarios e neles permanecer com. toda a ·
seguran~a.

2.17. Todos os equipamentos de trabalho devem ser adequados a protec~ao dos trabalhadores contra os riscos de
incendio ou de sobreaquecimento dos equipamentos de trabalho ou de liberta~ao de gases, poeiras,
Hquidos, vapores ou outras substancias por eles produzidas ou neles utilizadas ou armazenadas.

2.18. Todos os equipamentos de trabalho devem ser adequados a preven~ao dos riscos de explosiio. dos
equipamentos ou de substancias por eles produzidas ou neles utilizadas ou armazenadas.

2.19. T odos os equipamentos de trabalho devem ser adequados aproctec~ao dos trabalhadores expostos contra
os riscos de contacto directo ou indirecto com a electricidade.

3. Prescri~oes minimas suplementares aplicaveis a equipamentos de trabalho espedficos

Referidas non'? 1 do artigo 9'? da directiva.


Página intencionalmente em branco
N? L 335/28 Jornal Oficial das Comunidades Europeias 30. 12. 95

DIRECTIVA 95/63/CE DO CONSELHO


de 5 de Dezembro de 1995
que altera a Directiva 89/655/CEE relativa as prescri~oes minimas de seguran~a e de saude para
a utiliza~ao pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho no trabalho (segunda directiva
especial na acep~ao do n<? 1 do artigo 16<? da Directiva 89/391/CEE)

0 CONSELHO DA UNLi\0 EUROPEIA, Considerando que as disposi<;oes adoptadas nos termos


do artigo 118?A do Tratado nao obstam a manuten<;ao e
ao estabelecimento, por cada Estado-membro, de medidas
de protec<;ao refor<;ada das condi<;6es de trabalho compa-
Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade tiveis com o Tratado;
Europeia e, nomeadamente, o seu artigo 118?A,

Considerando que a Directiva 89/655/CEE (4 ) preve, no


Tendo em conta a proposta da Comissao (1 ), n? 1 do seu artigo 99, o aditamento ao anexo de
prescri<;oes minimas suplementares aplicaveis aos equipa-
mentos de trabalho a que se refere o ponto 3 do anexo,
Tendo em conta o parecer do Comite Econ6mico e nos termos do procedimento previsto no artigo 1189A do
Social (2), Tratado;

Deliberando nos termos do procedimento previsto no Considerando que a presente directiva se deve limitar a
artigo 1899C do Tratado (3), definir os objectivos a atingir e os principios a respeitar,
deixando aos Estados-membros a escolha das modalida-
des que assegurem, nas suas legisla<;6es nacionais, o
Considerando que o artigo 1189A do Tratado preve que respeito e a melhoria destas prescri<;6es;
o Conselho adopte, por meio de Clirectiva, prescri<;6es
minim as destinadas a pro mover a melhoria, nomeada-
mente, das condi<;6es de trabalho, para protegerem a Considerando que os Estados-membros determinarao,
seguran<;a e a saude dos trabalhadores; ap6s consulta dos parceiros sociais e tendo em conta as
legisla<;6es e/ou praticas nacionais, as normas que permi-
tam alcan<;ar urn nivel de seguran<;a que corresponda aos
Considerando que, nos termos do referido artigo, essas objectivos visados no anexo II da presente directiva;
directivas devem evitar impor disciplinas administrativas,
financeiras e juridicas tais que sejam contrarias a cria<;ao
e desenvolvimento de pequenas e medias empresas; Considerando que a presente directiva constitui urn ele-
mento pratico para a realiza<;ao da dimensao social do
mercado interno,
Considerando que o cumprimento das prescn<;oes mint-
mas destinadas a garantir urn maior nivel de seguran<;a e
de saude na utiliza<;ao de equipamentos de trabalho e
essencial para garantir a seguran<;a e a saude dos traba-
ADOPTOU A PRESENTE DIRECTlY A:
lhadores;

Considerando que importa, por conseguinte, que os Esta-


Artigo 1?
dos-membros adoptem medidas para facilitar a aplica<;ao
pelas empresas, em especial as pequenas e medias empre-
sas, das disposi<;oes da presente directiva; que essas A Directiva 89/655/CEE e alterada do seguinte modo:
medidas podem incluir ac<;6es de forma<;ao e de informa-
<;ao adaptadas as especificidades dos diferentes sectores

econ6micos; 1) 0 artigo 4? e alterado do seguinte modo:

a) No n9 1, alineas a), ponto ii), e b), ap6s a


e) JO n? C 104 de 12. 4. 1994, p. 4, e JO n? C 246 de 22. 9.
expressao «DO aneXO», e inserido 0 algarismo
1995, p. 3.
(2) JO n? C 397 de 31. 12. 1994, p. 13. romano «I»;
(-') Parecer do Parlamento Europeu de 17 de Fevereiro de 1995
(JO n? C 56 de 6. 3. 1995, p. 175), posi~ao comum do b) No n9 1, e aditada a seguinte alinea:
Conselho de 24 de Julho de 1995 (JO n? C 281 de 25. 10.
199 5, p. 41) e decisao do Parlamento Europeu de 17 de
Novembro de 1995 (JO n? C 323 de 4. 12. 1995). (4 ) JO n? L 393 de 30. 12. 1989, p. 13.
30. 12. 95 Jornal Oficial das Comunidades Europeias N<? L 335/29

«c) Sem preJmzo do ponto i) da alinea a) e em Caso os equipamentos de trabalho em causa sejam
derrogac;iio ao ponto ii) da alfnea a) e a alinea utilizados fora da empresa, devem ser acompanhados
b), equipamentos de trabalho especificos sujei- de uma prova material da realizac;iio da ultima verifi-
tos as prescric;6es do ponto 3 do anexo I que, cac;ao.
ja colocados a disposic;iio dos trabalhadores
na empresa e/ou no estabelecimento em 8 de 4. Compete aos Estados-membros determinar as
Dezembro de 1998, obedec;am, o mais tardar modalidades dessas verificac;6es. »;
quatro anos ap6s essa data, as prescric;oes
minimas pre vistas no anexo I.»;
3) E inserido o seguinte artigo:
c) t aditado o seguinte numero:
«Artigo S?A
«3. Os Estados-membros determinariio, ap6s
consulta dos parceiros sociais e tendo em conta as Ergonomia e saude no trabalho
legislac;6es e/ou praticas nacionais, as normas que
Na aplicac;iio das prescric;6es minimas de seguranc;a e
permitam atingir urn nivel de seguranc;a que cor-
de saude, devem ser plenamente tornados em conside-
responda aos objectivos visados nas disposic;6es
rac;ao pela entidade patronal o posto de trabalho e a
do anexo II.»
posic;ao dos trabalhadores durante a utilizac;iio do
equipamento de trabalho, bern como os principios
ergon6micos. »;
2) E inserido o seguinte artigo:

4) No n<? 2 do artigo 69, e aditado o seguinte paragra-


«Artigo 4?A fo:

Verifica\oes dos equipamentos de trabalho «Os trabalhadores devem ser informados dos riscos
que correm, dos equipamentos de trabalho presentes
no seu ambiente imediato de trabalho e das alterac;oes
1. A entidade patronal tomara as medidas necessa-
que lhes dizem respeito, na medida em que afectem os
rias para· que os equipamentos de trabalho cuja segu-
equipamentos de trabalho situados no seu ambiente
ranc;a dependa das condic;6es de instalac;iio sejam
imediato de trabalho, mesmo que os niio utilizem
submetidos a uma verificac;iio inicial na acepc;iio das
directamente. »
legislac;6es e/ou praticas nacionais, ap6s a instalac;iio e
antes de entrarem em servic;o pela primeira vez e ap6s
cada montagem num novo local ou num novo sitio, a 5) No artigo 8?, a palavra «anexo» e substituida por
efectuar por pessoas competentes, com vista a garan- «anexos»;
tir a correcta instalac;iio e o born funcionamento dos
equipamentos de trabalho em causa.
6) 0 artigo 99 e alterado do seguinte modo:
2. A entidade patronal tomara as medidas necessa-
rias para que os equipamentos de trabalho sujeitos a no titulo, a expressiio «do anexo» e substituida
influencias geradoras de deteriorac;6es susceptiveis de por «dos anexos »,
estar na origem de situac;oes perigosas sejam objecto
de:
no n<? 1, ap6s a expressao «anexo» (duas vezes), e
inserido o algarismo romano «l»,
verificac;6es peri6dicas e, se necessario, de ensaios
peri6dicos efectuados por pessoas competentes, na no n<? 2, a expressao «do anexo» e substituida por
acepc;iio das legislac;6es e/ou praticas nacionais, «dos anexos»;

verificac;6es excepcionais efectuadas por pessoas


7) 0 anexo, que passa a ser o anexo I, e alterado em
competentes, na acepc;iio das legislac;6es e/ou pra-
conformidade com o anexo I da presente directiva;
ticas nacionais, sempre que se produzam aconteci-
mentos excepcionais susceptiveis de terem conse-
quencias gravosas para a seguranc;a do equipa- 8) E aditado urn anexo II cujo texto consta do anexo II
mento de trabalho, como transformac;oes, aciden- da presente directiva.
tes, fen6menos naturais, periodos prolongados de
niio utilizac;iio,

a fim de garantir que sejam respeitadas as prescric;oes Artigo 2?


de seguranc;a e de saude e que as deteriorac;6es em
causa sejam detectadas e corrigidas atempadamente. 1. Os Estados-membros poriio em vigor as disposic;oes
legislativas, regulamentares e administrativas necessarias
3. Os resultados das verificac;oes devem ser consigna- para dar cumprimento a presente directiva, antes de 5 de
dos, mantidos a disposic;iio da autoridade competente Dezembro de 1998. Do facto informariio imediatamente
e conservados por urn periodo adequado. a Comissao.
NC: L 335/30 Jornal Oficial das Comunidades Europeias 30. 12. 95

Quando os Estados-membros adoptarem essas disposi- Artigo 31!


<;:6es, estas devem incluir uma referencia a presente direc-
tiva ou ser acompanhadas dessa referencia na publica<;:ao
oficial. As modalidades dessa referencia serao adoptadas Os Estados-membros sao OS destinatarios da presente
pelos Estados-membros. directiva.

2. Os Estados-membros comunicarao a Comissao o


texto das disposi<;:6es de direito interno ja adoptadas ou
que adoptem no domfnio regido pela presente directiva. Feito em Bruxelas, em 5 de Dezembro de 1995.

3. A Comissao apresentara periodicamente ao Parla- Pelo Conselho


mento Europeu, ao Conselho e ao Comite Econ6mico e
0 Presidente
Social urn relat6rio sobre a aplica<;:ao da presente direc-
tiva. ]. A. GRINAN
30. 12. 95 Jornal Oficial das Comunidades Europeias N<? L 335/31

ANEXO I

0 anexo, que passa a ser o anexo I da Directiva 89/655/CEE, e alterado do seguinte modo:

1) A observa~ao previa e completada com o seguinte paragrafo:

<<As prescric;oes minimas a seguir enunciadas, se bern que aplicaveis aos equipamentos de trabalho em
servi~o, nao exigem necessariamente as mesmas medidas que as exigencias essenciais aplicaveis aos
equipamentos de trabalho novas.>>

2) 0 ultimo paragrafo do ponto 2.1 passa ter a seguinte redacc;ao:

<< Os sistemas de comando devem ser seguros e ser escolhidos tendo em conta as fa! has, perturbac;oes e
limitac;oes previsiveis na utilizac;ao para que foram projectados. >>

3) 0 ponto 3 pas sa a ter a seguinte redac~ao:

«3. Prescri~oes minimas suplementares aplicaveis a equipamentos de trabalho especificos

3.1. Prescrifoes minimas aplicaveis aos equipamentos de trabalho m6veis, automotores ou nao.

3.1.1. Os equipamentos de trabalho que transportem urn ou mais trabalhadores devem ser adaptados
de forma a reduzir os riscos para esse ou esses trabalhadores durante a desloca~ao.

Esses riscos incluem o risco de contacto dos trabalhadores com as rodas ou as lagartas ou seu
entalamento par essas pe~as.

3.1.2. Sempre que o bloqueio intempestivo dos elementos de transm1ssao de energia entre urn
equipamento de trabalho move! e os seus acessorios e/ou reboques puder dar origem a riscos
especificos, esse equipamento de trabalho deve estar equipado ou ser adaptado por forma a
impedir o bloqueio dos elementos de transmissao de energia.

Sempre que nao for passive! impedir urn bloqueio dessa natureza, devem ser tomadas todas as
medidas possiveis para evitar consequencias nefastas para os trabalhadores.

3.1.3. Se os elementos de transmissao de energia entre equipamentos de trabalho moveis forem


susceptiveis de se sujar e danificar ao serem arrastados pelo chao, devem ser previstas
possibilidades de fixac;ao.

3.1.4. Os equipamentos de trabalho moveis que transportem urn ou mais trabalhadores devem ser de
molde a limitar, nas condic;oes efectivas de utilizac;ao, os riscos decorrentes da capotagem do
equipamento de trabalho:

ou par uma estrutura de protecc;ao que impec;a o equipamento de se virar mais de urn quarto
de volta,

ou par uma estrutura que garanta urn espac;o suficiente em torno do ou dos trabalhadores
transportados, se o movimento puder continuar para alem de urn quarto de volta,

ou par qualquer outro dispositivo de alcance equivalente.

Estas estruturas de protec~ao podem fazer parte integrante do equipamento de trabalho.

Estas estruturas de protecc;ao nao sao necessarias quando o equipamento de trabalho se encontre
estabilizado durante a utilizac;ao ou quando a capotagem do equipamento de trabalho for
impassive! devido a sua propria concepc;ao.

Se, em caso de capotagem, existir o risco de o ou os trabalhadores transportados serem


esmagados entre partes do equipamento de trabalho e o solo, deve ser instalado urn sistema de
retenc;ao do ou dos trabalhadores transportados.

3.1.5. As empilhadoras sobre as quais tomem Iugar urn ou mais trabalhadores devem ser adaptadas ou
equipadas de modo a limitar os riscos de capotagem da empilhadora atraves, por exemplo,
N? L 335/32 Jornal Oficial das Comunidades Europeias 30. 12. 95

da instala\ao de uma cabina para o condutor,

de uma estrutura que impe\a a empilhadora de capotar,

de uma estrutura que garanta que, em caso de capotagem da empilhadora, fica espa\o
suficiente entre o solo e certas partes da empilhadora para o ou os trabalhadores transporta-
dos,

de uma estrutura que mantenha o ou os trabalhadores no posto de condu\ao de modo a


impedir que possam ser apanhados por alguma parte da empilhadora ao capotar.

3.1.6. Os equipamentos de trabalho m6veis automotores cuja movimenta\ao pode dar origem a riscos
. para os trabalhadores devem preencher as seguintes condi\oes:

a) Devem estar providos de meios que permitam evitar uma entrada em funcionamento nao
autorizada;

b) Devem estar providos de meios adequados que permitam reduzir as consequencias de uma
eventual colisao em caso de movimenta\ao simultanea de diversos equipamentos de trabalho
que se desloquem sobre carris;

c) Devem estar providos de urn dispositivo de travagem e de imobiliza\ao; na medida em que a


seguran\a assim o exija, a travagem e a imobiliza\ao devem ser possfveis, em caso de avaria
do dispositivo principal, atraves de urn dispositivo de emergencia que possua comandos de
facil acesso;

d) Devem estar providos de dispositivos auxiliares adequados que aumentem a visibilidade


quando o campo de visao directa do condutor for insuficiente para garantir a seguran\a;

e) Se for prevista a sua utiliza\ao nocturna ou em locais obscuros, devem estar providos de urn
dispositivo de ilumina\ao adaptado ao trabalho a realizar e garantir uma seguran\a suficiente
para os trabalhadores;

f) Se, por razoes intrfnsecas ou devido aos seus atrelados e/ou cargas, comportarem urn risco de
incendio susceptive! de por em perigo os trabalhadores, devem estar providos de dispositivos
adequados de combate ao fogo, excepto se estes se encontrarem disponfveis e suficientemente
pr6ximos no local de utiliza\ao;

g) Caso sejam telecomandados, devem imobilizar-se automaticamente ao safrem do campo de


controlo;

h) Caso sejam telecomandados e se, em condi\6es normais de utiliza\ao, puderem entalar ou


colidir com os trabalhadores, devem estar equipados com dispositivos de protec\ao contra
estes riscos, excepto se existirem outros dispositivos adequados para controlar o risco de
colisao.

3.2. Prescrifoes m{nimas aplicdveis aos equipamentos de trabalho destinados a elevafiio de cargas.

3.2.1. Se OS equipamentos de trabalho destinados a eleva\aO de cargas estiverem instalados permanen-


temente, devem ser garantidas a sua solidez e estabilidade durante a utiliza\ao tendo nomeada-
mente em conta as cargas a elevar e as for\as exercidas nos pontos de suspensao ou de fixa\ao as
estruturas.

3.2.2. As maquinas destinadas a eleva\aO de cargas devem ostentar uma indica\aO claramente visfvel da
sua carga nominal, e se necessaria, uma placa de carga que indique a carga nominal para cada
configura\aO da maquina.

Todos os acess6rios de eleva\ao devem ser marcados por forma a que se possam identificar as
caracterfsticas essenciais a uma utiliza\ao segura.

Se 0 equipamento de trabalho nao se destinar a eleva\aO de trabalhadores e houver possibilidades


de confusao, deve ser aposta de forma visfvel uma sinaliza\aO adequada.

3.2.3. Os equipamentos de trabalho instalados permanentemente devem ser instalados de modo a


reduzir o risco de as cargas:

a) Colidirem com os trabalhadores;

b) lnvoluntariamente balan\arem perigosamente ou cafrem; ou

c) Se soltarem involuntariamente.
30. 12. 95 Jornal Oficial das Comunidades Europeias N<? L 335/33

3.2.4. As maquinas de eleva<;:ao ou de transporte de trabalhadores devem permitir:


a) Evitar os riscos de queda do habitaculo, se este existir, por meio de dispositivos adequa-
dos;
b) Evitar os riscos de queda do utilizador para fora do habitaculo, se este existir;
c) Evitar os riscos de esmagamento, entalamento ou colisao do utilizador, nomeadamente os
devidos a urn contacto fortuito com objectos;
d) Garantir a seguran<;:a dos trabalhadores bloqueados em caso de acidente no habitciculo e
possibilitar a sua evacua<;:ao.
Se, por razoes inerentes ao loc;1l e ao desnivelamento, os riscos referidos na alfnea a) nao
puderam ser evitados atraves de nenhum dispositive de seguran<;:a, deve ser instalado urn cabo
com urn coeficiente de seguran<;:a refor<;:ado cujo born estado deve ser verificado todos os dias de
trabalho. >>
N<? L 335/34 Jornal Oficial das Comunidades Europeias 30. 12. 95

ANEXO II

«ANEXO II

Disposi~oes relativas a utiliza~ao dos equipamentos de trabalho referidos no n? 3 do artigo 4?

0. Observa~ao previa

0 disposto no presente anexo e aplicavel no respeito das disposi~oes da directiva e quando o risco
correspondente existir relativamente ao equipamento de trabalho considerado.

1. Disposi~oes de ordem geral aplicaveis a todos os equipamentos de trabalho

1.1. Os equipamentos de trabalho devem ser instalados, dispostos e utilizados de forma a poder reduzir
os riscos para os utilizadores do equipamento de trabalho e para os outros trabalhadores, por
exemplo fazendo que haja espa~o livre suficiente entre os seus elementos m6veis e os elementos fixos
ou m6veis do seu meio circundante e que toda a energia ou qualquer substancia utilizada ou
produzida possa ser movimentada e/ou evacuada com seguranc;:a.

1.2. A montagem e a desmontagem dos equipamentos de trabalho devem ser realizadas de modo seguro,
nomeadamente grac;:as ao respeito das eventuais instruc;:oes do fabricante.

1.3. Os equipamentos de trabalho que, durante a sua utiliza~ao, possam ser atingidos por relampagos
devem estar protegidos por dispositivos ou medidas adequadas contra os efeitos dos relampagos.

2. Disposi~oes para a utiliza~ao de equipamentos de trabalho m6veis, automotores ou nao

2.1. A condu~ao de equipamentos de trabalho automotores e reservada a trabalhadores que tenham


recebido uma formac;:ao especifica com vista a conduc;:ao segura destes equipamentos.

2.2. Devem ser estabelecidas e respeitadas regras de circula~ao apropriadas caso o equipamento de
trabalho se movimente numa zona de trabalho.

2.3. Devem ser tomadas medidas de organizac;:ao para evitar que trabalhadores que se deslocam a pe se
encontrem na zona de trabalho de equipamentos de trabalho automotores.

Se, para a boa execuc;:ao dos trabalhos for necessaria a presenc;:a de trabalhadores apeados, devem ser
tomadas as medidas necessarias para evitar que sejam feridos pelos equipamentos.

2.4. 0 transporte de trabalhadores em equipamentos de trabalho m6veis mecanicos s6 e autorizado em


lugares seguros previstos para esse efeito. Se for necessario efectuar trabalhos durante a deslocac;:ao, a
velocidade deve ser adaptada, se necessario.

2.5. Os equipamentos de trabalho m6veis com motor de combustao s6 devem ser utilizados nas zonas de
trabalho se nestas estiver garantido, em quantidade suficiente, urn ar que nao represente riscos para a
seguranc;:a ou a saude dos trabalhadores.

3. Disposi~oes relativas a utiliza~ao de equipamentos de trabalho destinados a eleva~ao de cargas

3.1. Generalidades

3.1.1. Os equipamentos de trabalho desmontaveis ou m6veis destinados a elevac;:ao de cargas devem ser
utilizados de modo a garantir a estabilidade do equipamento de trabalho durante a sua utilizac;:ao em
todas as condic;:oes previsiveis, tendo em conta a natureza do solo.
30. 12. 95 Jornal Oficial das Comunidades Europeias N9 L 335/35

3.1.2. A eleva~ao de trabalhadores s6 e permitida com os equipamentos de trabalho e acess6rios previstos


para esse efeito.

Sem prejufzo do artigo 5? da Directiva 89/391/CEE, a titulo excepcional, podem ser utilizados para
esse efeito equipamentos nao previstos para a eleva~ao de trabalhadores, desde que tenham sido
tomadas as medidas necessarias para garantir a seguran~a, nos termos das legisla~oes e/ou praticas
nacionais que preveem uma vigihincia adequada.

Durante a presen~a de trabalhadores sobre o equipamento de trabalho que serve para a eleva~ao de
cargas, o posto de comando deve estar ocupado em permanencia. Os trabalhadores elevados devem
dispor de urn meio de comunica~ao seguro. Em · caso de perigo, deve estar prevista a sua
evacua~ao.

3.1.3. A menos que nao seja necessaria para o born desenrolar dos trabalhos, devem ser tomadas medidas
para evitar a presen~a de trabalhadores sob cargas suspensas.

Nao e permitido deslocar cargas suspensas por cima dos locais de trabalho nao protegidos
habitualmente ocupados por trabalhadores.

Todavia, se a boa execu~ao dos trabalhos nao puder ser garantida de outra forma, devem ser
definidos e aplicados procedimentos adequados.

3.1.4. Os acess6rios de eleva~ao devem ser escolhidos em fun~ao das cargas a manipular, dos pontos de
preensao, do dispositive de fixa~ao e das condi~oes atmosfericas e ter em conta o modo e a
configura~ao de lingagem. Os conjuntos de acess6rios de eleva~ao devem ser claramente identificados
para que o utilizador possa conhecer as suas caracterfsticas, se nao forem desmontados ap6s
utiliza~ao.

3 .1.5. Os acess6rios de eleva~ao de vern ser armazenados de modo a nao se danificarem ou deteriorarem.

3.2. Equipamentos de trabalho destinados a eleva(:aO de cargas nao guiadas

3.2.1. Se dois ou mais equipamentos de trabalho destinados a eleva~ao de cargas nao guiadas estiverem
instalados ou montados num local de trabalho de modo que os respectivos campos de ac~ao se
sobreponham, devem ser tomadas medidas adequadas para evitar colisoes entre as cargas e/ou
elementos dos pr6prios equipamentos de trabalho.

3.2.2. Durante a utiliza~ao de equipamentos de trabalho m6veis destinados a eleva~ao de cargas nao
guiadas devem ser tomadas medidas para evitar o basculamento, a capotagem e, eventualmente, a
desloca~ao e o deslizamento do equipamento de trabalho. A boa execu~ao destas medidas deve ser
verificada.

3.2.3. Caso o operador de urn equipamento de trabalho destinado a eleva~ao de cargas nao guiadas nao
possa observar o trajecto inteiro da carga nem directamente, nem atraves de dispositivos auxiliares
que forne~am informa~oes uteis, deve ser designado urn sinaleiro em comunica~ao com o operador
para o orientar, devendo ainda ser tomadas medidas de organiza~ao com vista a evitar colisoes da
carga susceptfveis de par em perigo os trabalhadores.

3.2.4. Os trabalhos devem estar organizados de forma a garantir que, quando o carga for fixada ou
libertada manualmente por urn trabalhador, estas opera~oes possam ser realizadas com toda a
seguran~a, acautelando nomeadamente que esse trabalhador conserva o controlo directo ou indirecto
dessas opera~oes.

3.2.5. Todas as opera~oes de eleva~ao de carga devem ser correctamente planificadas, vigiadas de forma
adequada e efectuadas de forma a proteger a seguran~a dos trabalhadores.

Em especial, se uma carga for levantada simultaneamente por dois ou mais equipamentos de
trabalho destinados a eleva~ao de cargas nao guiadas, devera ser estabelecido e aplicado urn
procedimento destinado a assegurar a boa coordena~ao dos operadores.

3.2.6. Caso OS equipamentos de trabalho destinados a eleva~ao de cargas nao guiadas nao possam reter as
cargas em caso de corte de energia total ou parcial, devem ser tomadas medidas adequadas para
evitar a exposi~ao dos trabalhadores aos riscos correspondentes.
N? L 335/36 Jornal Oficial das Comunidades Europeias 30. 12. 95

As cargas suspensas devem ser vigiadas permanentemente, a niio ser que seja impedido o acesso a
zona de perigo e a carga tenha sido fixada com toda a seguran~a e seja mantida com toda a
seguran~a.

3.2.7. A utiliza~iio ao ar livre de equipamentos de trabalho destinados a eleva~iio de cargas niio guiadas
deve ser suspensa caso as condi~oes meteorol6gicas se degradem a ponto de por em perigo a
seguran~a de funcionamento e de expor assim os trabalhadores a riscos. A fim de evitar riscos para
os trabalhadores, devem ser tomadas medidas de protec~iio suplementares destinadas, nomeada-
mente, a impedir a capotagem do equipamento de trabalho.»
Página intencionalmente em branco
L 195/46 PT Jornal Oficial das Comunidades Europeias 19.7.2001

DIRECTIVA 2001/45/CE DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO


de 27 de Junho de 2001
que altera a Directiva 89/655/CEE do Conselho relativa às prescrições mínimas de segurança e de
saúde para a utilização pelos trabalhadores de equipamentos de trabalho (2.a Directiva especial na
acepção do n.o 1 do artigo 16.o da Directiva 89/391/CEE)
(Texto relevante para efeitos do EEE)

O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA UNIÃO uma percentagem elevada do número de acidentes,


EUROPEIA, nomeadamente mortais.

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia


e, nomeadamente, o n.o 2 do seu artigo 137.o, (7) Os trabalhadores por conta própria e as entidades patro-
nais que desenvolvam uma actividade profissional que
Tendo em conta a proposta da Comissão (1), apresentada após implique a utilização de equipamento de trabalho desti-
consulta do Comité Consultivo para a Segurança, Higiene e nado a executar trabalhos temporários em altura podem
Protecção da Saúde no Local de Trabalho, prejudicar a saúde e a segurança dos trabalhadores.

Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social (2),


(8) A Directiva 92/57/CEE do Conselho, de 24 de Junho de
1992, relativa às prescrições mínimas de segurança e de
Após consulta do Comité das Regiões,
saúde a aplicar nos estaleiros temporários ou móveis
Deliberando nos termos do artigo 251.o do Tratado (3), (oitava directiva especial na acepção do n.o 1 do artigo
16.o da Directiva 89/391/CEE) (4), impõe a estas catego-
Considerando o seguinte: rias de pessoas a obrigação de respeitar, nomeadamente,
o artigo 4.o e o anexo I da Directiva 89/655/CEE (5).
(1) O n.o 2 do artigo 137.o do Tratado prevê que o
Conselho pode adoptar, por meio de directivas, prescri- (9) As entidades patronais que tencionem realizar trabalhos
ções mínimas destinadas a promover a melhoria, temporários em altura devem escolher equipamentos de
nomeadamente das condições de trabalho, a fim de trabalho que ofereçam uma protecção adequada contra
garantir um melhor nível de protecção da segurança e da os riscos de queda de altura.
saúde dos trabalhadores.

(2) Nos termos do referido artigo, essas directivas devem (10) De um modo geral, as medidas de protecção colectiva
evitar impor restrições administrativas, financeiras e jurí- para evitar quedas proporcionam uma melhor protecção
dicas contrárias à criação e ao desenvolvimento de do que as medidas de protecção individual. Sempre que
pequenas e médias empresas. tal se revele adequado, a escolha e a utilização de equi-
pamento apropriado a cada local específico, para
(3) A melhoria da segurança, da higiene e da saúde dos prevenir e eliminar riscos, devem ser acompanhadas de
trabalhadores no trabalho constitui um objectivo que uma formação específica e de investigações complemen-
não pode ser subordinado a considerações de ordem tares.
puramente económica.

(4) O cumprimento das prescrições mínimas destinadas a (11) As escadas, os andaimes e as cordas constituem os equi-
garantir um melhor nível de saúde e de segurança na pamentos normalmente utilizados para executar traba-
utilização de equipamentos de trabalho disponibilizados lhos temporários em altura e, por conseguinte, a segu-
para trabalhos temporários em altura é essencial para rança e a saúde dos trabalhadores que efectuam esse
garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores. género de trabalhos dependem significativamente de
uma utilização correcta desses equipamentos. Por isso, é
(5) As disposições aprovadas por força do n.o 2 do artigo necessário especificar o modo como esses equipamentos
137.o do Tratado não obstam à manutenção e ao estabe- podem ser utilizados pelos trabalhadores, nas condições
lecimento, por cada Estado-Membro, de medidas de mais seguras. É, portanto, necessário dar aos trabalha-
protecção reforçadas das condições de trabalho compatí- dores uma formação específica e adequada neste
veis com o Tratado. domínio.

(6) O trabalho em altura pode expor os trabalhadores a (12) A presente directiva constitui o meio mais adequado
riscos particularmente elevados para a sua saúde e segu- para a realização dos objectivos pretendidos e não
rança, nomeadamente a riscos de quedas de altura e de excede o necessário para esse efeito.
outros acidentes de trabalho graves, que representam

(1) JO C 247E de 31.8.1999, p. 23 e (13) A presente directiva constitui um elemento concreto no


JO C 62 E de 27.2.2001, p. 113. quadro da realização da dimensão social do mercado
(2) JO C 138 de 18.5.1999, p. 30. interno.
( ) Parecer do Parlamento Europeu de 21 de Setembro de 2000 (JO C
3

146 de 17.5.2001, p. 78), posição comum do Conselho de 23 de


Março de 2001 (JO C 142 de 15.5.2001, p. 16), e decisão do (4) JO L 245 de 26.8.1992, p. 6.
Parlamento Europeu de 14 de Junho de 2001. (5) JO L 393 de 30.12.1989, p. 1.
19.7.2001 PT Jornal Oficial das Comunidades Europeias L 195/47

(14) Deve conceder-se aos Estados-Membros a possibilidade 2. Quando os Estados-Membros aprovarem essas disposi-
de disporem de um período transitório de forma a ções, estas devem incluir uma referência à presente directiva ou
poderem ter em conta os problemas específicos que as ser dela acompanhadas aquando da sua publicação oficial. As
pequenas e médias empresas (PME) deverão enfrentar, modalidades dessa referência serão aprovadas pelos Estados-
-Membros.
ADOPTARAM A PRESENTE DIRECTIVA: 3. Os Estados-Membros comunicam à Comissão o texto das
disposições de direito interno já adoptadas ou a adoptar nas
Artigo 1.o matérias reguladas pela presente directiva.

O texto do anexo da presente directiva é aditado ao anexo II da


Artigo 3.o
Directiva 89/655/CEE.
A presente directiva entra em vigor no dia da sua publicação
Artigo 2.o no Jornal Oficial das Comunidades Europeias.
1. Os Estados-Membros devem adoptar e publicar as dispo-
sições legislativas, regulamentares e administrativas necessárias Artigo 4.o
para dar cumprimento à presente directiva o mais tardar em 19 Os Estados-Membros são os destinatários da presente directiva.
de Julho 2004. Do facto informarão imediatamente a
Comissão.
No que se refere à execução do ponto 4 do anexo, os Estados- Feito no Luxemburgo, em 27 de Junho de 2001.
-Membros dispõem de um período transitório máximo de dois
anos a contar da data mencionada no primeiro parágrafo, de Pelo Parlamento Europeu Pelo Conselho
forma a terem em conta as várias situações decorrentes da
aplicação prática da presente directiva, nomeadamente pelas A Presidente O Presidente
pequenas e médias empresas. N. FONTAINE A. BOURGEOIS
L 195/48 PT Jornal Oficial das Comunidades Europeias 19.7.2001

ANEXO

«4. Disposições relativas à utilização dos equipamentos de trabalho disponibilizados para trabalhos
temporários em altura

4.1. Disposições gerais

4.1.1. Se, em aplicação do artigo 6.o da Directiva 89/391/CEE e do artigo 3.o da presente directiva, não for possível
executar os trabalhos temporários em altura de forma segura e em condições ergonómicas apropriadas a partir de
uma superfície adequada, serão escolhidos os equipamentos mais apropriados para garantir e manter condições de
trabalho seguras. Deve dar-se prioridade às medidas de protecção colectivas em relação às medidas de protecção
individual. O dimensionamento do equipamento de trabalho deve corresponder à natureza dos trabalhos a
executar e às dificuldades previsíveis, e permitir a circulação sem perigo.

A escolha do tipo mais apropriado de meio de acesso aos postos de trabalho temporários em altura é feita em
função da frequência de circulação, da altura a atingir e da duração da utilização. O meio de acesso escolhido deve
permitir a evacuação em caso de perigo iminente. A passagem de um meio de acesso a plataformas, pranchadas,
passadiços e vice-versa não deve gerar riscos de queda adicionais.

4.1.2. A utilização de uma escada como posto de trabalho em altura deve ser limitada às circunstâncias em que, tendo
em conta o ponto 4.1.1, a utilização de outros equipamentos mais seguros não se justifique em razão do nível
reduzido de risco e em razão, quer da curta duração de utilização, quer das características existentes que a
entidade patronal não pode alterar.

4.1.3. A utilização de técnicas de acesso e de posicionamento por meio de cordas é limitada às circunstâncias em que a
avaliação de risco indique que o trabalho pode ser realizado de forma segura e em que não se justifique a
utilização de outro equipamento de trabalho mais seguro.

Tendo em conta a avaliação dos riscos e nomeadamente em função da duração dos trabalhos e das restrições de
natureza ergonómica, deve ser previsto um assento equipado com os acessórios adequados.

4.1.4. Em função do tipo de equipamento de trabalho escolhido com base no disposto nos pontos precedentes, devem
ser identificadas medidas adequadas para minimizar os riscos incorridos pelos trabalhadores em consequência da
utilização deste tipo de equipamento. Em caso de necessidade, deve prever-se a instalação de dispositivos de
protecção contra as quedas. Estes dispositivos devem ter uma configuração e uma resistência capazes de evitar ou
de parar as quedas de altura e de prevenir, na medida do possível, as lesões dos trabalhadores. Os dispositivos de
protecção colectiva contra as quedas só podem ser interrompidos nos pontos de acesso de escadas verticais ou de
outras escadas.

4.1.5. Quando, para a execução de um trabalho específico, for necessário retirar temporariamente um dispositivo de
protecção colectiva contra as quedas, deverão ser tomadas medidas de segurança alternativas e eficazes. O trabalho
não poderá realizar-se sem a prévia adopção destas medidas. Finalizado esse trabalho especial, definitiva ou
temporariamente, os dispositivos de protecção colectiva contra as quedas deverão voltar a ser colocados.

4.1.6. Os trabalhos temporários em altura só podem ser efectuados se as condições meteorológicas não comprometerem
a segurança e a saúde dos trabalhadores.

4.2. Disposições específicas relativas à utilização de escadas

4.2.1. As escadas serão colocadas de forma a garantir a sua estabilidade durante a utilização. Os apoios das escadas
portáteis devem assentar num suporte estável, resistente, de dimensões adequadas e imóvel, de modo a que os
degraus se mantenham na posição horizontal. As escadas suspensas deverão ser amarradas de maneira segura e,
exceptuando as escadas de corda, de forma a evitar que se desloquem ou balancem.

4.2.2. O deslizamento do apoio inferior das escadas portáteis deverá ser impedido durante a sua utilização, quer pela
fixação da parte superior ou inferior dos montantes, quer por um dispositivo antiderrapante ou por qualquer
outra solução de eficácia equivalente. As escadas utilizadas como meio de acesso devem ter o comprimento
necessário para ultrapassar suficientemente o nível de acesso, a menos que outros dispositivos permitam um apoio
seguro. As escadas de enganchar com vários segmentos e as escadas telescópicas serão utilizadas de forma a
garantir a imobilização dos vários segmentos. As escadas móveis deverão ser imobilizadas antes da sua utilização.

4.2.3. As escadas devem ser utilizadas de modo a permitir aos trabalhadores dispor a todo o momento de um apoio e de
uma pega seguros. Nomeadamente, em caso de necessidade de carregar um peso à mão sobre uma escada, tal não
deverá impedir a manutenção de um apoio seguro.

4.3. Disposições específicas relativas à utilização de andaimes

4.3.1. Quando a nota de cálculo do andaime escolhido não se encontra disponível, ou quando as configurações
estruturais pretendidas não estão nela contempladas, deverá ser feito um cálculo de resistência e de estabilidade,
excepto se o andaime estiver montado respeitando uma configuraçãotipo geralmente reconhecida.
19.7.2001 PT Jornal Oficial das Comunidades Europeias L 195/49

4.3.2. Em função da complexidade do andaime escolhido, deverá ser elaborado um plano de montagem, de utilização e
de desmontagem por uma pessoa competente. Este plano pode assumir a forma de um plano de aplicação geral,
completado por instruções precisas relativas a detalhes específicos do andaime em questão.
4.3.3. Os elementos de apoio de um andaime serão protegidos contra os riscos de deslizamento, quer pela fixação à face
de apoio, quer por um dispositivo antiderrapante ou por qualquer outro meio de eficácia equivalente e a superfície
de apoio da carga deve ter capacidade suficiente. Deverá garantir-se a estabilidade do andaime. Dispositivos
adequados devem impedir a deslocação acidental dos andaimes sobre rodas durante os trabalhos em altura.
4.3.4. As dimensões, a forma e a disposição das pranchadas de um andaime deverão ser adequadas à natureza do
trabalho a executar, adaptadas às cargas a suportar e permitir trabalhar e circular em segurança. As pranchadas
dos andaimes serão fixadas sobre os respectivos apoios por forma a que não possam deslocar-se em condições de
utilização normal. Não poderá existir nenhum vazio perigoso entre as componentes das pranchadas e os
dispositivos de protecção colectiva verticais contra as quedas.
4.3.5. Sempre que certas partes de um andaime não estejam prontas a ser utilizadas, nomeadamente durante a
montagem, a desmontagem ou as transformações, deverão ser assinaladas por meio de uma sinalização geral de
perigo, segundo as normas nacionais de transposição da Directiva 92/58/CEE, e convenientemente delimitadas por
elementos materiais que impeçam o acesso à zona de perigo.
4.3.6. Os andaimes só podem ser montados, desmontados ou substancialmente modificados sob a direcção de uma
pessoa competente e por trabalhadores que tenham recebido, em conformidade com o disposto do artigo 7.o, uma
formação adequada e específica às operações previstas, para riscos específicos, que incida nomeadamente sobre:
a) A interpretação do plano de montagem, desmontagem e transformação do andaime em questão;
b) A segurança durante a montagem, a desmontagem ou a transformação do andaime em questão;
c) As medidas de prevenção dos riscos de queda de pessoas ou objectos;
d) As medidas de segurança em caso de alteração das condições meteorológicas que prejudique a segurança do
andaime em questão;
e) As condições em matéria de carga admissível;
f) Quaisquer outros riscos que as referidas operações de montagem, desmontagem e transformação possam
comportar.
A pessoa que dirige e os trabalhadores em questão devem dispor do plano de montagem e desmontagem referido
no ponto 4.3.2 do presente anexo, incluindo as eventuais instruções que o acompanhem.

4.4. Disposições específicas relativas à utilização de técnicas de acesso e de posicionamento por meio de cordas
A utilização das técnicas de acesso e de posicionamento por meio de cordas deve respeitar as seguintes condições:
a) O sistema deve comportar pelo menos duas cordas fixadas separadamente, uma das quais será utilizada como
meio de acesso, descida e sustentação (corda de trabalho), e a outra como dispositivo de socorro (corda de
segurança);
b) Os trabalhadores devem receber e utilizar arneses adequados através dos quais fiquem ligados à corda de
segurança;
c) A corda de trabalho deve estar equipada com um mecanismo seguro de subida e descida e conter um sistema
autobloqueante que impeça a queda do utilizador na eventualidade de este perder o controlo dos seus
movimentos. A corda de segurança deve estar equipada com um dispositivo móvel antiqueda que acompanhe
as deslocações do trabalhador;
d) As ferramentas e outros acessórios a utilizar pelo trabalhador devem estar ligados ao seu arnês ou ao seu
assento ou presos de outra forma adequada;
e) O trabalho deve ser correctamente programado e supervisionado, de modo a que o trabalhador possa ser
imediatamente socorrido em caso de necessidade;
f) Os trabalhadores em questão devem receber, em conformidade com as disposições do artigo 7.o, uma
formação adequada e específica para as operações em causa, e nomeadamente sobre os procedimentos de
salvamento.
Em circunstâncias excepcionais em que, feita uma avaliação dos riscos, a utilização de uma segunda corda tornaria
o trabalho mais perigoso, poderá ser autorizada a utilização de uma única corda desde que tenham sido tomadas
as medidas adequadas para garantir a segurança, em conformidade com as legislações e/ou práticas nacionais.».
 

ANEXO b)
Lista de normas europeias mais relevantes no âmbito da segurança no trabalho em altura

   

PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL


 

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL


Normas Técnicas Europeias no âmbito da SST mais relevantes relacionadas com o Trabalho em Altura

Lista não exaustiva de grupos de Normas Técnicas Europeias relacionadas com a SST (Trabalhos em Altura)
Comité técnico Período publicação (% desde 2010) Nr. normas
TC 53 ‐ Equipamento para trabalhos temporários 1996 ‐ 2013 (12%) 25
TC 93 ‐ Escadas 2003 ‐ 2013 (58%) 7
TC 160 ‐ Protecção contra as quedas de altura incluindo cintos de trabalho 1992 ‐ 2013 (18%) 23
Número de normas selecionadas: 55

Lista não exaustiva de grupos de Normas Técnicas Europeias relacionadas com a SST (Trabalhos em Altura)
Referência da norma Descrição

TC 53 ‐ Equipamento para trabalhos temporários

EN 74‐1:2005 Couplers, spigot pins and baseplates for use in falsework and scaffolds ‐ Part 1: Couplers for tubes ‐ Requirements and test procedures

EN 74‐2:2008 Couplers, spigot pins and baseplates for use in falsework and scaffolds ‐ Part 2: Special couplers ‐ Requirements and test procedures

EN 74‐3:2007 Couplers, spigot pins and baseplates for use in falsework and scaffolds ‐ Part 3: Plain base plates and spigot pins ‐ Requirements and test procedures

EN 1004:2004 Mobile access and working towers made of prefabricated elements ‐ Materials, dimensions, design loads, safety and performance requirements

EN 1065:1998 Adjustable telescopic steel props ‐ Product specifications, design and assessment by calculation and tests

EN 1263‐1 Safety nets ‐ Part 1: Safety requirements, test methods

EN 1263‐1:2002 Safety nets ‐ Part 1: Safety requirements, test methods

EN 1263‐2 Safety nets ‐ Part 2: Safety requirements for the positioning limits

EN 1263‐2:2002 Safety nets ‐ Part 2: Safety requirements for the positioning limits

EN 1298:1996 Mobile access and working towers ‐ Rules and guidelines for the preparation of an instruction manual

EN 12810‐1:2003 Façade scaffolds made of prefabricated components ‐ Part 1: Products specifications

EN 12810‐2:2003 Façade scaffolds made of prefabricated components ‐ Part 2: Particular methods of structural design

EN 12811‐1:2003 Temporary works equipment ‐ Part 1: Scaffolds ‐ Performance requirements and general design

EN 12811‐2:2004 Temporary works equipment ‐ Part 2: Information on materials

EN 12811‐3:2002 Temporary works equipment ‐ Part 3: Load testing

EN 12811‐3:2002/AC:2004 Temporary works equipment ‐ Part 3: Load testing

EN 12811‐4:2013 Temporary works equipment ‐ Part 4: Protection fans for scaffolds ‐ Performance requirements and product design

EN 12812:2008 Falsework ‐ Performance requirements and general design

EN 12813:2004 Temporary works equipment ‐ Load bearing towers of prefabricated components ‐ Particular methods of structural design

EN 13331‐1:2002 Trench lining systems ‐ Part 1: Product specifications

EN 13331‐2:2002 Trench lining systems ‐ Part 2: Assessment by calculation or test

EN 13374:2013 Temporary edge systems ‐ Product specification ‐ Test methods

EN 13377:2002 Prefabricated timber formwork beams ‐ Requirements, classification and assessment

EN 14653‐1:2005 Manually operated hydraulic shoring systems for groundwork support ‐ Part 1: Product specifications

EN 14653‐2:2005 Manually operated hydraulic shoring systems for groundwork support ‐ Part 2: Assessment by calculation or test

CEN/TR 15563:2007 Temporary works equipment ‐ Recommendations for achieving health and safety

EN 16031:2012 Adjustable telescopic aluminium props ‐ Product specifications, design and assessment by calculation and tests

EN 16508 Temporary works equipment ‐ Encapsulation constructions ‐ Performance requirements and general design

Luis Alves Dias; Pág. 1
Normas Técnicas Europeias no âmbito da SST mais relevantes relacionadas com o Trabalho em Altura

Referência da norma Descrição

TC 93 ‐ Escadas

EN 131‐1:2007+A1:2011 Ladders ‐ Part 1: Terms, types, functional sizes

EN 131‐2:2010/prA2 Ladders ‐ Part 2: Requirements, testing, marking

EN 131‐2:2010+A1:2012 Ladders ‐ Part 2: Requirements, testing, marking

EN 131‐3:2007 Ladders ‐ Part 3: User Instructions

EN 131‐4:2007 Ladders ‐ Part 4: Single or multiple hinge‐joint ladders

EN 131‐6 Ladders ‐ Part 6: Telescopic ladders

EN 131‐7:2013 Ladders ‐ Part 7: Mobile ladders with platform

EN 14183:2003 Step stools

EN 14975:2006+A1:2010 Loft ladders ‐ Requirements, marking and testing

Durabilty testing of standing ladders

TC 160 ‐ Protecção contra as quedas de altura incluindo cintos de trabalho

EN 341:2011 Personal fall protection equipment ‐ Descender devices for rescue

EN 353‐1 Personal fall protection equipment ‐ Guided type fall arresters including an anchor line ‐ Part 1: Guided type fall arresters including a rigid anchor line

EN 353‐1:2002 Personal protective equipment against falls from a height ‐ Part 1: Guided type fall arresters including a rigid anchor line

EN 353‐2:2002 Personal protective equipment against falls from a height ‐ Part 2: Guided type fall arresters including a flexible anchor line

EN 354:2010 Personal fall protection equipment ‐ Lanyards

EN 355:2002 Personal protective equipment against falls from a height ‐ Energy absorbers

EN 358:1999 Personal protective equipment for work positioning and prevention of falls from a height ‐ Belts for work positioning and restraint and work positioning lanyards

EN 360:2002 Personal protective equipment against falls from a height ‐ Retractable type fall arresters

EN 361:2002 Personal protective equipment against falls from a height ‐ Full body harnesses

EN 362:2004 Personal protective equipment against falls from a height ‐ Connectors

EN 363:2008 Personal fall protection equipment ‐ Personal fall protection systems

EN 364:1992 Personal protective equipment against falls from a height ‐ Test methods

EN 364:1992/AC:1993 Personal protective equipment against falls from a height ‐ Test methods

Personal protective equipment against falls from a height ‐ General requirements for instructions for use, maintenance, periodic examination, repair, marking and 
EN 365:2004
packaging

Personal protective equipment against falls from a height ‐ General requirements for instructions for use, maintenance, periodic examination, repair, marking and 
EN 365:2004/AC:2006
packaging

EN 795:2012 Personal fall protection equipment ‐ Anchor devices

EN 813:2008 Personal fall protection equipment ‐ Sit harnesses

EN 1496:2006 Personal fall protection equipment ‐ Rescue lifting devices

EN 1497:2007 Personal fall protection equipment ‐ Rescue harnesses

EN 1498:2006 Personal fall protection equipment ‐ Rescue loops

EN 1868:1997 Personal protective equipment against falls from a height ‐ List of equivalent terms

EN 1891:1998 Personal protective equipment for the prevention of falls from a height ‐ Low stretch kernmantel ropes

EN 12841:2006 Personal fall protection equipment ‐ Rope access systems ‐ Rope adjustment devices

CEN/TS 16415:2013 Personal fall protection equipment ‐ Anchor devices ‐ Recommendations for anchor devices for use by more than one person simultaneously

Luis Alves Dias; Pág. 2
 

Notas
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   

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