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Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza

Fábio Yoshiaru Noguti

Inclusão de Pessoas com Deficiência nas Instituições de Ensino Superior

São Paulo
Julho/2018
Fábio Yoshiaru Noguti

Inclusão de Pessoas com Deficiência nas Instituições de Ensino Superior

Monografia apresentada como exigência


parcial para conclusão do Curso de Pós-
Graduação MBA em Nome do Curso do Centro
Estadual de Educação Tecnológica Paula
Souza, sob a orientação da Professora Me.
Karla Maria Santos de Andrade Costa.

São Paulo
Julho/2018
Eu, Fábio Yoshiaru Noguti, autorizo o Centro Estadual de Educação
Tecnológica Paula Souza a publicar minha monografia em versão eletrônica
no site da Instituição, além de resumo e e-mail.

São Paulo, 24/07/2018.

Fábio Yoshiaru Noguti


TERMO DE APROVAÇÃO

Fábio Yoshiaru Noguti

Inclusão de Pessoas com Deficiência nas Instituições de Ensino Superior

Monografia apresentada e aprovada em 24/07/2018.

Professora Me. Karla Maria Santos de Andrade Costa - Orientador

Professor Me. Gilberto da Silveira Mourão — Convidado

Professora Dra. Mônica Mancini — Convidado

São Paulo
Julho / 2018
Agradeço a Deus em primeiro lugar. E minha
família que, com muito carinho е apoio, não
mediram esforços para que chegasse até esta
etapa da minha vida.
AGRADECIMENTOS

Deus esteve ao meu lado e me deu força, ânimo e crença para não desistir e continuar lutando
por este meu sonho e objetivo de vida. A Ele eu devo minha gratidão.

A esta instituição tão imponente eu agradeço o ambiente propício à evolução e crescimento,


bem como a todas as pessoas que a tornam assim tão especial para quem a conhece.

Ao longo de todo meu percurso eu tive o privilégio de trabalhar de perto com os melhores
professores, educadores, orientadores. Sem eles não seria possível estar aqui hoje de coração
repleto de orgulho.

Amigos, família, a vocês eu deixo uma palavra gigante de agradecimento. Hoje sou uma pessoa
realizada e feliz porque não estive só nesta longa caminhada. Vocês foram meu apoio.

A quem não mencionei, mas esteve junto eu prometo reconhecer essa proximidade, ajuda e
incentivo todos os dias da minha vida.
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção.”
Paulo Freyre
RESUMO

NOGUTI, F. Y. Inclusão de pessoas com deficiência nas instituições de ensino superior


Monografia MBA em Gestão de Projetos e Processos Organizacionais – EAD. Centro Estadual
de Educação Tecnológica Paula Souza, São Paulo, 2018.

O presente trabalho tem por objetivo apresentar as diversas soluções para resolver as
problemáticas que surgiram após a implementação e a promulgação da LBI. – Lei Brasileira da
Inclusão da Pessoa com Deficiência. O método utilizado para a elaboração do mesmo foi a
análise de estudos científicos já existentes, estudos realizados nesse tema e as ações práticas de
nosso cotidiano acadêmico para atingir uma resolução adequada para tal problemática. Tendo
como centro desse estudo, os artigos já elaborados por estudiosos assim como a legislação
vigente para uma melhor adequação de todos os envolvidos nessa questão atual.

Palavras-chave: Pessoas com Deficiência. Inclusão. Educação. Docentes.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10
1.1 Questão de pesquisa ....................................................................................................... 11
1.2 Objetivo geral da pesquisa ............................................................................................. 11
1.3 Metodologia ..................................................................................................................... 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 12
2.1 Nova Legislação .............................................................................................................. 14
2.2 Preparação do Docente .................................................................................................. 20
2.3 Preparo Estrutural das Instituições .............................................................................. 25
3 SOLUÇÃO de IES ............................................................................................................. 29
4 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 35
10

1 INTRODUÇÃO

Após a promulgação da LBI – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência em


6 de Julho de 2015 (LEI Nº 13.146), muitas exigências no que diz respeito a inclusão e
acessibilidade, tornaram-se obrigatórias, sendo uma delas aquela que diz respeito a educação:
Capítulo 2 Artigo 8º “É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar à pessoa com
deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à sexualidade,
à paternidade e à maternidade, à alimentação, à habitação, à educação...” , como também no
Capitulo 4 da mesma lei mais especificamente no artigo 28, itens 10 a 14, no que se refere a
oferta de corpo docente preparado, capacitado e ambiente escolar adaptado para a inclusão de
estudantes com necessidades específicas.

Daí parte-se para diversas indagações, estão as instituições preparadas para receber
esses estudantes? A legislação vem sendo cumprida? O corpo docente das instituições
superiores está capacitado para esses estudantes? Existe uma estrutura adequada para esses
novos estudantes, afinal muitas instituições em suas edificações centenárias conseguem se
adaptar as novas exigências de acessibilidade?

A partir do instante em que uma lei é criada, tem-se como norma, acatá-la, todavia,
necessita-se de um período para adequações de todos os envolvidos, mas as exigências são
imediatas e não há um período de espera para a tomada de novas condutas.

Hoje é de grande destaque o tema Inclusão e Acessibilidade, como exemplo tem-se a


conduta do MEC – Ministério de Educação e Cultura do Governo Federal - no ENEM de 2017,
onde o tema de redação tratou dessa questão, pessoas com deficiências e grande debate ocorreu
após a execução dessa atividade.

A tratativa dessa atividade ora aqui apresentada tem como propósito avaliar e analisar
as condições de todos os envolvidos nessa temática e propor soluções, partindo de um projeto
específico e mais atual, melhorando a organização e a estrutura da instituição para uma nova
forma de lecionar, receber e se estruturar para essa nova realidade, bem como respeitar a
legislação de uma maneira mais plena.
11

1.1 Questão de pesquisa

Como tratar a Inclusão de Pessoas com Deficiências nas instituições de Ensino


Superior?

De acordo com a legislação vigente desde o ano de 2015, as exigências para as


instituições de ensino aumentaram, para tanto espera-se que todos os profissionais atuantes na
área da educação estejam preparados para essa mudança, tal expectativa não é fato, então como
proceder até lá? Quais são as ações que estão sendo tomadas? Há exemplos existentes de
inclusão nas IES?

1.2 Objetivo geral da pesquisa

O objetivo com essa pesquisa é mostrar que existem soluções e exemplos para resolver
as problemáticas que surgiram após a implementação e a promulgação da LBI. – Lei Brasileira
da Inclusão da Pessoa com Deficiência.

São várias as propostas que surgem para solucionar essa questão, agora compete aos
envolvidos a melhor escolha dentro de suas realidades orçamentárias, humanas e estruturais.

Buscar-se-á as diversas maneiras que instituições e profissionais sugerem para a melhor


e mais adequada solução.

1.3 Metodologia

O método utilizado nessa atividade será por meio de estudo científico, analisando casos
já existentes, estudos realizados nesse tema e as ações práticas de nosso cotidiano acadêmico
para atingir uma resolução adequada para a problemática existente.

Tomar como principal base nesse estudo, os artigos já elaborados por estudiosos assim como
a legislação vigente para uma melhor adequação de todos os envolvidos nessa questão atual.
12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para fundamentar a proposta de trabalho, fez-se uma tríplice análise: legislação, corpo
docente e a estrutura das instituições de ensino, para tanto foi estudado artigos e publicações já
existentes, após essa análise, traz-se uma proposta de solução, tendo como base experiência já
em prática de IES. Partindo posteriormente para uma conclusão que permeie o conceito
apresentado.

No estudo prévio realizado para apresentar esse trabalho, percebe-se que muitos foram
os autores que escreveram sobre o tema, alguns antes da promulgação da LBI -2015-, ou seja,
já existia uma certa preocupação com o tema, muitas dessas preocupações partindo dos próprios
educadores, como é o caso do estudo que foi proposto aqui, toda e qualquer mudança parte dos
educadores, para termos uma educação mais acessível e inclusiva.

Os estudos que serviram de referência só vem a salientar a importância de se debater


cada vez mais sobre o tema ora proposto.

2.1 Nova Legislação

Após a promulgação da LBI em 2015 pela presidente Dilma Roussef, publicado no


DOU – Diário Oficial da União no dia 7 de Julho de 2015, as instituições viram-se forçadas a
tomar diversas condutas para se adequarem a essas exigências, denota-se aqui que essa
preocupação já deveria existir, de acordo com (Masini, Bazon, 2012, p.01), em sua introdução,
que segue abaixo, onde diz que desde muito tempo existem legislações e também a preocupação
com a inclusão.

“A premência de medidas referentes às condições necessárias para inclusão


de alunos com deficiências, no ensino regular, tem desencadeado pesquisas sobre a
inclusão, sob diferentes perspectivas, tais como: a formação de professores para a
proposta de educação inclusiva (CAMEJO, 2000); a reação das mães frente à inclusão
de uma criança com deficiência na classe de seu filho (MOLOCHENCO 2003);
estudos sobre inclusão do aluno com deficiência na escola regular (SOLÉR, 2003;
VOIVODIC, 2003); impactos iniciais da inclusão da criança com deficiência no
ensino regular (ANDRETTO, 2001)”
13

A legislação mesmo sendo promulgada, tem ainda um longo caminho a percorrer, pois
ainda há muitos itens a serem regulamentados, mas para tanto faz-se necessário o trabalho do
convencimento, pois são vários os grupos de interesses que acabam sendo atingidos, sejam os
educadores, instituições, assim como os principais interessados, os estudantes.

Como tratado por Dos Santos e Hostins (2015, p. 01), em seu resumo no artigo sobre a
política nacional para inclusão: “...Os dados documentais revelaram uma política frágil,
influenciada por vários grupos de interesse e que ainda está em fase de aperfeiçoamento no que
tange as especificidades do Ensino Superior.”

Em seu estudo, as autoras ainda relatam as mudanças que foram propostas desde a
década de 90 do século passado, onde se debatia ainda no que tange a legislação, formas de
facilitar o acesso ao ensino, seja pelo uso de ferramentas que possibilitassem aos estudantes
com deficiências uma adequação íntegra e que os permitissem o acompanhamento dos estudos
em salas de aula como também no processo seletivo e materiais adaptados para continuidade
de suas necessidades extraclasse.

Quando se trata de recursos, refere-se a lupas, materiais em braile, recursos audiovisuais


adequados, provas orais, computadores e mobiliário, tudo descrito em documento – Aviso
Curricular nº277, de 8 de maio de 1996 - descrito também no estudo das autoras supracitadas.

Ainda discorre sobre outras propostas legislativas, nunca atendendo a totalidade das
necessidades das pessoas com deficiências, tem-se assim a continuidade de novos estudos.

Denota-se que mesmo após 19 anos desse aviso curricular e com a promulgação da LBI
em meados de 2015, ainda há muito por se fazer, pois não adianta uma lei existir, sendo que a
mesma não tem seu cumprimento exigido em sua totalidade.

Veja esse trecho das autoras Dos Santos e Hostins, (2015, p.02):

“No mesmo ano da publicação do Plano Nacional de Educação (2001-2010),


aconteceu a Convenção de Guatemala, que deu origem ao Decreto nº 3.956/2001
(BRASIL, 2001c, p.1), que afirma: [...] as pessoas com deficiência têm os mesmos
direitos humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como
discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa
impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades
fundamentais.”
14

Porém, mesmo com tal afirmativa acima, que consta no decreto, ainda assim tem-se
dificuldades em sua implementação, seja por vontade das instituições, seja por uma má
fiscalização dos órgãos competentes ou por uma maior reinvindicação dos mais interessados,
os estudantes.

No artigo, observa-se ainda uma nova regulamentação, já no ano de 2002, “...as


Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica
(BRASIL, 2002a) destacam que as instituições de ensino superior devem prever, em sua
organização curricular, formação docente voltada para a atenção à diversidade e que contemple
conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades educacionais especiais.”

No entanto, se sabe que tal lei ainda não é respeitada, quantos são os docentes do ensino
superior que são preparados para essa necessidade pedagógica?

Poucos são os profissionais, esse tema será tratado mais adiante.

Faz-se necessário lembrar que a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos
pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas - ONU, em 1948, um grande
horizonte foi aberto quanto a atenção as necessidades de todos, tanto quanto a subsistência,
quanto para a necessidade de progresso intelectual, fato esse que fez com que vários países
adotassem essa Declaração como uma linha de conduta em sua política interna, dentro de suas
individualidades como países, como informado pela autora ALCOBA (2008, p.01) em seu
artigo A Inclusão de Alunos com Deficiências na Universidade: o desafio pedagógico.

“Criaram-se mecanismos e instituições de proteção dos direitos humanos e a


grande maioria dos países aderiu a esses instrumentos, incorporando à sua legislação
normas condizentes com a orientação internacional, incluindo as que se referem à
proteção das pessoas que têm deficiência.”

Com a instituição da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de


Deficiência em 1993 onde a mesma trouxe entre suas diretrizes a determinação de incluir a
pessoa com deficiência em todas as iniciativas governamentais relacionadas à educação, saúde,
trabalho, entre outras questões, (BRASIL, 1993, art. 5º, inc. III), começa-se a ter alguns avanços
no que diz respeito às preocupações e necessidades dessa grande parcela da nação, daí tem-se
15

também um princípio de cuidado na área educacional inclusiva, ou seja, mais focado nos alunos
com necessidades especiais.

Ainda quando se trata de legislações que precederam a LBI de 2015, tem-se como citado
por Rocha, Miranda, (2009, pp 29-30), em seu estudo Cultura Escolar e Inclusão, diversas leis
que pode-se ver abaixo:

- Constituição federal, Título VIII, artigos 208 e 227;

- Lei n. 7.853/89 - Dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração
social, assegurando o pleno exercício de seus direitos individuais e sociais;

- Lei n. 10.098/00 - Estabelece normas gerais e critérios básicos para promoção da


acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras
providências;

- Lei n. 10.172/01 - Aprova o Plano Nacional de Educação e estabelece objetivos e metas


para a educação de pessoas com necessidades educacionais especiais;

- Decreto n. 5.296/04 - Regulamenta as Leis n. 10.048/00, que dá prioridade de


atendimento às pessoas com deficiência, e 10.098/00, que estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, e dá outras providências.

- Lei n. 9.394/96 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional;

- Decreto n. 3.289/99 - Regulamenta a Lei n. 7.853/89, que dispõe sobre a Política


Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção
e dá outras providências;

- Portaria MEC n. 1.679/99 - Dispõe sobre os requisitos de acessibilidade a pessoas


portadoras de deficiência para instruir processos de autorização e de reconhecimento de cursos
e de credenciamento de instituições.

Vê-se acima que foram muitas as mudanças legais propostas pelos órgãos legislativos
competentes, onde se nota o aumento da preocupação com a necessidade dessa parcela da
população e de maneira clara a parte que trata da educação inclusiva.

Legislações não faltavam e não faltam, porém, como descrito, foi apenas a partir de um
momento que as instituições de fato começam a se preocupar e darem início a algumas ações,
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mais precisamente em 2003: “...Portaria n. 3.284/03 MEC/GM que revogou a Portaria MEC n.
1.679/99...” Continuam as autoras acima mencionadas:

“A partir desta determinação legal, diretamente relacionada à sua autorização


de funcionamento, é que muitas universidades começaram a criar ações que garantam
acessibilidade em sua estrutura arquitetônica, embora, segundo dados da presente
pesquisa, em uma instituição federal de ensino, revelem que o atendimento apenas à
infraestrutura espacial, não conseguem minimizar a exclusão destes alunos no ensino
superior.” Rocha e Miranda (2009, p.30),

Por meio de uma lei mais vigorosa e exigente, as instituições começam a dar mais
atenção, movidas é claro por questões também financeiras, pois se não conseguem autorização
de funcionamento do MEC – Ministério de Educação e Cultura -, não poderão manter seus
serviços, perdendo assim espaço num mercado crescente em nosso país, a educação.

A importância das leis para a educação inclusiva é de extrema relevância, pois com
novas exigências e com a atenção devida, pode-se afirmar que começa a existir um progresso
na inclusão educacional propriamente dita e mudanças são mais percebidas, como a
preocupação com o uso do Braile para os deficientes visuais, Libras para os deficientes
auditivos, assim como mudanças de cunho arquitetônico para facilitar o acesso de demais
necessidades.

Quando fala-se de legislação, uma atenção necessária deve ser considerada, a questão
cultural e histórica, em sociedades mais humanistas, ou seja, onde a conscientização das
necessidades faz parte do pensamento de toda a comunidade, as instituições se responsabilizam
pelos mais “fracos e necessitados”, tem-se o exemplo da Noruega, como citado no estudo A
Inclusão no Ensino Superior: Estudo Exploratório numa Universidade Portuguesa por Abreu,
Antunes, Almeida (2013, p.02)

“Na Noruega de acordo com a Convenção Internacional das Nações Unidas


sobre o Direito das Pessoas com Deficiência (2007), prevalece o princípio da
igualdade de direitos educativos em todos os níveis de ensino, incluindo o superior,
sendo que também não existe pagamento de propinas para poder ter acesso a
formação. Neste sentido, as universidades norueguesas têm um papel fundamental no
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acesso a este nível de ensino, pois são estas instituições que tem o dever de defender
os direitos dos estudantes portadores de deficiência...”

Nota-se que as próprias instituições zelam pelo cumprimento da legislação, não


necessitando, todavia, de uma maior presença do agente fiscalizador, o Estado.

Chega-se assim a percepção de que há muito ainda a trabalhar pela conscientização,


nem sempre necessitando obrigatoriamente de leis mais vigorosas, mas em nossa sociedade
pode-se comemorar o fato de se conseguir uma legislação própria voltada ao público foco deste
estudo, a pessoa com deficiência, a LBI – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência).

Quanto a LBI tem-se diversas informações de interesse a educação, imicia-se pelo


Capítulo 2 em seu artigo 8º onde trata do dever do Estado para com as pessoas com deficiências,
deveres estes decorrentes da constituição federal e da declaração da ONU, no artigo 17 deste
mesmo capítulo tem a obrigatoriedade das informações relativas à educação que alguns órgãos
da área da saúde como RAS – redes de atenção à saúde- SUS – sistema único de saúde-, SAS
– secretaria de atenção à saúde, precisam e devem fornecer.

No capítulo 4 da mesma LBI, trata exclusivamente do direito a educação, o artigo 27 é


de extrema relevância: “A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados
sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de
forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas,
sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de
aprendizagem.

Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade


assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma
de violência, negligência e discriminação.”

Tem-se de forma bem explícita que todos os sistemas que envolvem a educação devem
obrigatoriamente se adequar as novas necessidades desses estudantes, inclusão a educação,
acesso à educação, sem negligenciar e/ou discriminar esse aluno, fato é que ainda se está
distante desse cumprimento, sejam em entes públicos de educação como privados.

No artigo 28 item 5, fala bem claramente da questão acadêmica, nas garantias para
maximizar a vida acadêmica e sobretudo a permanência desse estudante na instituição. E em
seu item 13 e 14, de forma mais acentuada a questão da educação superior: “13 - acesso à
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educação superior e à educação profissional e tecnológica em igualdade de oportunidades e


condições com as demais pessoas; 14 - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível
superior e de educação profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com
deficiência nos respectivos campos de conhecimento;”

Em seu artigo 30, dispôs sobre o processo seletivo como o mesmo deve ser:

I - Atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas dependências das Instituições


de Ensino Superior (IES) e nos serviços;

II - Disponibilização de formulário de inscrição de exames com campos específicos para


que o candidato com deficiência informe os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva
necessários para sua participação;

III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendimento às


necessidades específicas do candidato com deficiência;

IV - Disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados,


previamente solicitados e escolhidos pelo candidato com deficiência;

V - Dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo candidato com deficiência,


tanto na realização de exame para seleção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia
solicitação e comprovação da necessidade;

VI - Adoção de critérios de avaliação das provas escritas, discursivas ou de redação que


considerem a singularidade linguística da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade
escrita da língua portuguesa;

VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Libras”

No entanto, não é o que se vê ocorrer em diversas instituições, o caminho a ser


percorrido pelas instituições para respeitar as leis é longo, mas sem uma fiscalização correta
demorará ainda mais.

Artigo 34, parágrafo 4º, discorre ainda mais quanto a continuidade do aprendizado,
sendo ele técnico, tecnológico ou superior, direitos garantidos ao acesso e maior capacitação do
estudante na área a qual se dedica ou quer se especializar, no artigo 36 parágrafo 3º trata da
adaptação necessária que as instituições de ensino e seus profissionais precisam adotar para
alunos com necessidades especiais, melhorando suas capacitações profissionais.
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Quanto ao Estado temos no artigo 55 parágrafo 3º a obrigatoriedade de melhorias nas


diretrizes curriculares do ensino técnico, tecnológico e superior, cabendo ainda a busca das
agências públicas de fomento educacionais.

Ainda mais importante que as adequações educacionais a lei ainda trata da questão dos
materiais didáticos que devem ser adaptados a esses novos entrantes na educação, adaptação
essa em braile como outros formatos como vemos a seguir no artigo 68:

§ 2o Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais que possam ser


reconhecidos e acessados por softwares leitores de telas ou outras tecnologias assistivas que
vierem a substituí-los, permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres,
diferentes contrastes e impressão em Braille.

§ 3o O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a produção de artigos


científicos em formato acessível, inclusive em Libras.

Neste estudo percebemos a importância de todos os envolvidos, que devem estar atentos as
necessidades e responsabilidades que possuem, pois são novos os horizontes educacionais.

A seguir, apresenta-se a importância da preparação do docente no processo-ensino


aprendizagem.
20

2.2 Preparação do Docente

Como o docente está se preparando para essa nova realidade é uma grande dúvida, pois
a maioria dos profissionais atuantes no mercado não estavam preparados para essa nova etapa
em suas carreiras e sua formação profissional não foi adequada para a mesma, afinal muitos são
de épocas onde não havia tal obrigação ou qualificação exigida.

O dever de todos os envolvidos nesse processo atualizarem-se e prontificarem-se ao


atendimento desse “novo cliente”, ser mais rápida possível, mas há cursos preparatórios para
esses docentes? Há docentes para esses docentes já atuantes no mercado? E esses docentes se
preocupam com essa nova exigência?

São questões que devem ser feitas pelos próprios docentes, não esquecendo em nenhum
momento do direito fundamental a educação que todos possuem e devem ansiar.

O estudo realizado por Castanho, Freitas (2006, p.01), explicita bem essa preocupação:

“As práticas docentes exigem preparo do profissional ao tratar de alunos com


necessidades educacionais especiais e o projeto de organização universitária deve
implementar ações - políticas públicas favorecendo uma educação inclusiva a esses
estudantes.”

Pletsch (2009) trata da formação dos professores no ensino inclusivo, relatando a


necessidade da melhoria da formação dos professores como essencial para uma educação mais
inclusiva, até pelo motivo de que são muitos os profissionais que não estão preparados para
esses novos estudantes.

No país não há ainda uma obrigação para os docentes especializados em alguma área
serem também capacitados em inclusão. No estudo sobre a formação do docente na perspectiva
de inclusão realizado por Caiado, Martins, Antônio, (2007, pp.96-97) relatado tal situação, onde
nem em cursos de pedagogia exige-se a formação em educação inclusiva, nem para professores
já capacitados.

Nesse estudo tem ainda a questão relatada sobre a competência do Estado em fazer com
que tal prerrogativa seja cumprida, que notadamente sabe-se serem falhas as tentativas.
21

Em outra perspectiva, Castanho, Freitas, (2006), sobre inclusão e prática docente,


trazem informações sobre a importância social da universidade e em ser exemplo para a
sociedade a qual ela está inserida, a importância em produção de conhecimento, promoção da
cultura, ciência e tecnologia, e mais ainda a formação do próprio indivíduo na sociedade.

Sendo a universidade uma extensão da sociedade, acaba sendo a própria um modelo de


como pode ser a relação da comunidade como um todo, sendo assim dos docentes para com os
discentes.

Tendo essas responsabilidades o ensino superior tornou-se ferramenta imprescindível


para o crescimento da sociedade, sendo assim, todo seu colegiado precisa ser exemplo e estar
preparado para os novos desafios, como o “aprendizado” do convívio social, pessoas diferentes
com necessidades diferentes. Por isso, a importância da cidadania na vida universitária, direitos
iguais a todos.

Dessa premissa, tem-se o movimento da educação inclusiva, já discorrido acima, mas


muito mais focado no ensino superior, que passou a ser um desafio para todos, principalmente
para os docentes, com uma renovação de pensamento, condutas pedagógicas e do próprio
sistema educativo como um todo.

No entanto, todo esse processo de mudança passa por um indivíduo, o mais importante
nessa troca de experiências, o professor, se o mesmo não estiver preparado ou aceitar esse
desafio, nenhum sucesso será obtido, o educador é fundamental em qualquer transformação.

Não se pode esquecer do histórico de nosso país, como relatam as autoras Castanho e
Freitas (2006, p.95) em seu artigo: “Ao longo de quase todo o século XX, a sociedade brasileira,
suas agências formadoras e seus agentes empregadores regeram-se por padrões de normalidade.
As pessoas com deficiência eram naturalmente compreendidas como fora do âmbito social.” ou
seja, padrões precisam ser quebrados, para uma inclusão ativa e não apenas verbal.

Na mesma pesquisa as autoras Castanho e Freitas (2006, p.96), trazem uma citação de
Freire:

“O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa,


inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu
papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, mas também o de quem
intervém como sujeito de ocorrências, o educador não pode abrir mão do exercício da
autonomia, pedagogia centrada na ética, respeito à dignidade aos educandos.”
22

Onde o educador não pode abrir mão de seu papel fundamental na cadeia revolucionária
e transformadora que envolve a educação e em seu papel inclusivo.

O professor tem o papel de protagonista nesta mudança social e educacional, para tanto
ele precisa de capacitação, uma preparação para lidar com uma nova realidade, afinal são muitos
os docentes que já atuam há muito tempo e não tiveram preparo para essa nova realidade, sendo
ainda muitos provenientes do mercado de trabalho, onde por muitas vezes não precisaram lidar
com tal situação em sua vida profissional.

Uma nova metodologia de ensino, de transmitir conhecimento e atender as necessidades


específicas desses alunos faz-se necessária perante os docentes, não bastando uma experiência
particular, pois se tratando de alunos com necessidades especiais, cada indivíduo tem sua
peculiaridade e o docente precisa estar apto e atento as essas necessidades.

As instituições precisam qualificar esse docente, reconhecer sua função e valorizar seu
papel social, tendo em vista que ele que estará e sempre esteve na linha de frente no campo
educacional.

Agora cabe aos docentes uma atitude de integração e doação intrínseca, pois muitos
docentes creem que a integração de alunos com NEE – necessidades educacionais especiais -,
com alunos sem nenhuma necessidade especial, pode causar um dano na curva de aprendizagem
da turma, pois o docente poderia ter seu processo atrasado para dar uma atenção a mais para
um único indivíduo. Como relatado em estudo anteriormente mencionado, Inclusão no Ensino
Superior –Percepções de Professores em Uma Universidade Portuguesa, realizado por Antunes,
Faria, Rodrigues e Almeida (2013);

Nesse mesmo estudo os pesquisadores relatam três tipos de percepções, onde alguns
agem de forma totalmente positiva, considerando além de ser benéfico no processo educacional
é ainda um direito civil, porém há outros que veem como interessante, mas sem a necessidade
de uma preocupação em demasia com o tema, outros ainda que consideram prejudicial a todos
no que se refere à qualidade do conhecimento que será obtido pelos estudantes sem NEE.

Nota-se que a relutância dos educadores em aceitar e acatar novas situações mesmo
sendo elas de cunho humano e social, ainda é grande, educadores ou não, precisam debater mais
sobre o tema, tal relutância deve-se ao pouco conhecimento das necessidades destes entrantes
no mundo universitário como também na pouca vontade que pode ocorrer em alguns
profissionais que não desejam sair de sua zona de conforto.
23

Há de se considerar que independentemente da situação de educador e do papel


fundamental que o mesmo tem em sociedade, trata-se de uma pessoa, um indivíduo que deverá
mudar sua forma de pensar, agir e conduzir sua vida, para adequar-se a uma nova realidade
profissional, pois são influenciados pelo meio social o qual estão, ou seja, seus valores éticos,
morais, religiosos e sociais atuam com fonte de motivação a mudança ou inercia para a mesma.

Por diversas situações o comportamento do educador deverá ser alterado, e o mesmo


tem que aceitar isso para manter seu emprego ou cadeira acadêmica, o professor deverá ter mais
paciência com as dificuldades de alguns alunos do que com outros, sem que com isso ocorra
algum tipo de discriminação e desrespeito com o aluno, pois o aluno está numa situação de
superação e muitas vezes nova para ele também.

Há por si só a necessidade de um preparo não só pedagógico, como também psicológico


desse educador.

A LBI também retrata essa situação de preparo do docente, no Capítulo 4 artigo 28, itens
10,11,12 e 13 como segue abaixo:

10 - Adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial e


continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento educacional
especializado;

11 - Formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional


especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais de
apoio;

12 - Oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia


assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia
e participação;

13 - Acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica em igualdade


de oportunidades e condições com as demais pessoas;

Para que se tenha êxito nas exigências acima, os corpos docentes das instituições
precisam estar aptos às mudanças e a continuidade de sua própria capacitação, como exemplo,
o conhecimento do BRAILE e de LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, assim como obter
conhecimento da utilização de ferramentas tecnológicas que facilitem a inclusão do aluno a
obtenção do conhecimento do curso proposto, atendendo a necessidade de igualdade de
oportunidades e condições como citado no item 13 acima.
24

Outra questão que surge, é quem irá arcar com a questão dos custos para tal capacitação
profissional? Pois como se-sabe não são todos os entes federativos que podem custear tal
especialização ao seu corpo docente, quando já há o conhecimento de que vários desses entes
nem conseguem quitar os pagamentos naturais de seus educadores, muitos estados da federação
atravessam por crises orçamentárias e são diversos os casos de cortes ou restrições no
orçamento educacional, prejudicando assim a melhoria de seu quadro funcional e de suas
capacitações. Tendo em apoio a tal argumentação a própria legislação, que no mesmo capítulo
4 artigo 28, mas no item 17, exige-se a “oferta de profissionais de apoio escolar”, sendo assim,
profissionais capacitados e qualificados.

O docente do ensino superior não pode esquecer em momento algum que antes de
qualquer situação, ele é um educador, sendo assim está comprometido com todo o processo de
desenvolvimento dentro e fora da sala de aula, pensando sempre em como o aluno captará e
fixará esse ensinamento.

Portanto, faz parte da incumbência do professor assegurar a permanência desse


estudante NEE, na instituição do ensino e que o mesmo conclua sua graduação, assim como se
for de desejo, possa ir além na área acadêmica, como citado em Rocha, Miranda (2009, p 09)
“Observou-se que, a permanência do aluno com deficiência na instituição tem sido
exclusivamente promovida através da sensibilização de professores, coordenadores de curso e
da família.”, relato ocorrido em pesquisa realizada na UFBA – Universidade Federal da Bahia
- entre os anos de 2006 e 2007.

Contudo sabe-se que as transformações que os professores, assim como todos os


integrantes do corpo docente precisam passar deve ser de forma paulatina, sem atropelos dentro
do processo, os alunos não podem servir como cobaias eternas, pois qualquer falha nesse
processo, terá um alto custo para o futuro do país. Tudo reflete-se no futuro do país e seus
profissionais quando mal preparados farão de nosso país refém sempre de fontes externas de
conhecimento, quando é melhor trabalharmos pelo fomento de nossos pesquisadores, sendo
eles, os futuros profissionais que poderão se voltar para área acadêmica, ou como missão ou
por gratidão por todos aqueles que se esforçaram para tal.
25

2.3 Preparo Estrutural das Instituições.

As instituições de ensino superior não devem apenas se preocupar com a capacitação do


corpo docente, pois de nada adiantará ter profissionais capacitados e com ótima qualificação se
os mesmos não possuírem estruturas e ferramentas para executarem de maneira apropriada suas
funções.

Surge um novo problema necessitado de solução, até diga-se, urgente, a estrutura


existente é apta a receber esses novos estudantes, “novos clientes”, ou seja, é inclusiva de fato,
acessível de fato?

O estudo feito por Siqueira, Santana (2010, p.01) cita um pouco dessa preocupação, que
acomete muitas instituições de ensino superior em nosso país.

“Conclui-se que as ações propostas mostram que a inclusão de pessoas com


deficiência no ES diz respeito a tudo que envolve o sujeito em suas relações cotidianas
e devem estar voltadas para as atitudes frente à pessoa com deficiência, às políticas
de inclusão e aquisição de produtos e tecnologias assistidas.”

A estrutura de uma IES – Instituição de Ensino Superior também é retratado na LBI, em


seu artigo 28, como segue abaixo:

16 - Acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e demais


integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às atividades concernentes a
todas as modalidades, etapas e níveis de ensino;

A estrutura não se baseia apenas nas questões de edificações, mas nas estruturas
materiais e humanas para um bom atendimento, como também consta na LBI em seu artigo 30,
itens abaixo:

1 - Atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas dependências das Instituições


de Ensino Superior (IES) e nos serviços;

3 - Disponibilização de provas em formatos acessíveis para atendimento às necessidades


específicas do candidato com deficiência;

4 - Disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados,


previamente solicitados e escolhidos pelo candidato com deficiência;
26

A estrutura física e de informação tem sua importância, pois ela se torna relevante para
a permanência do aluno no ambiente escolar, atuando também como um agente motivacional
para o aluno se socializar com outros estudantes, tornando mais prazeroso o hábito do estudo.

Para tal lembra Miranda, (2016), em seu artigo Inclusão das Pessoas com Deficiência
no Ensino Superior, escrito em website jurídico,

“... não se pode olvidar que mesmo as Universidades e Faculdades


particulares têm a obrigação de fornecer acessibilidade e estrutura material,
tecnológica e humana necessárias para a inclusão de alunos com deficiência e que os
custos de tal fornecimento não podem ser cobrados individualmente do educando com
necessidades especiais, mas devem ser contabilizados no valor total do curso de todos
os alunos (dividem-se os custos totais do curso pela quantidade de alunos).

Lembre-se que a iniciativa privada tem acesso à prestação educacional como


concessão de serviço público, sendo condicionada ao cumprimento das normas gerais
da educação nacional e autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.”

Disponível em: <http://genjuridico.com.br/2016/05/19/a-inclusao-das-


pessoas-com-deficiencia-no-ensino-superior>, acessado 06/02/2018.

Ciente de tal concessão que é feita pelo poder público, cabe as IES fazerem sua parte no
oferecimento de condições tais, que facilitem ao acesso à educação em sua totalidade.

Complementa a autora ainda:

“A escola inclusiva – que é aquela que, além de colocar alunos com e sem
deficiência na mesma sala de aula, oferece toda estrutura física, tecnológica, material
e humana necessários para atendimento de necessidades especiais – favorece o
desenvolvimento humano e a preparação para o exercício da cidadania, beneficiando
TODOS os educandos (e não apenas os que têm deficiência).” Miranda (2016)

Fica esclarecido que uma educação inclusiva não se trata apenas de tijolos e cimentos,
pois há uma questão cultural em nosso país que investimento em educação é investir em
edificação, mas não somente isso, como alerta a autora acima, ou seja, estrutura é pensar em
como o estudante irá interagir com o todo e quais são suas reais necessidades e ciente das
27

mesmas, fazer o possível para atendê-las, nas questões físicas, tecnológicas, humanas e outras
que surgirem.

De acordo com pesquisa realizada por Rocha, Miranda, (2009, p4). - Acesso e
permanência do aluno com deficiência na instituição de ensino superior - fica mais fácil o
entendimento na questão de infraestrutura, uma preocupação parcial passa a gerar um problema
geral.

“...o atendimento apenas a infraestrutura espacial, não conseguem minimizar


a exclusão destes alunos no ensino superior, aspectos como as condições didático-
pedagógica de trabalho de professores, comprometido pela falta de tecnologias de
ajuda para operacionalização de um processo de aprendizagem e inclusão deste aluno
de modo pleno, se encontra entre os principais obstáculos verificados em seu estudo.”

A Estruturação completa das IES tem papel fundamental na qualidade do serviço


prestado, afinal as instituições são prestadoras de serviços e para que possam manter seus
clientes/alunos, precisam “vender” o melhor serviço, para alunos com necessidades especiais
esses serviços precisam atingir um ponto de excelência tamanho para que os mesmos as
escolhem em atrito a outras.

Afinal todas precisam também de certificação dos órgãos públicos, MEC – Ministério
da Educação e Cultura, assim como das secretarias estaduais e municipais de educação, para
darem continuidade aos serviços prestados.

Salienta-se também a importância do gestor educacional, devido a sua responsabilidade


em fazer toda a “máquina” da instituição funcionar, cabendo a ele ser o exemplo e ao mesmo
tempo fazer cumprir as normas e exigências legais, no estudo de Duarte, Rafael, Filgueiras,
Neves, Ferreira (2013, p.09) sobre a Inclusão de Alunos com Deficiência no Ensino Superior,
discorre a respeito da tal responsabilidade:

“...o gestor do ensino superior público no Brasil precisa investir na produção


e distribuição de materiais pedagógicos apropriados, qualificação de professores,
infraestrutura adequada para ingresso, acesso e permanência e, nas diversas
instituições de ensino, os dirigentes devem estar atentos a qualquer forma de atitude
discriminatória.”
28

Afirma-se que a infraestrutura acaba se tornando um agente de suma importância para


que o estudante fique na instituição e tenha plenas condições para que sua graduação ocorra da
melhor forma.

Tem-se aqui um exemplo da faculdade ULBRA mencionado em Manente; Rodrigues;


Palamin (2007, p.03)

“...no curso superior, a ULBRA (Universidade Luterana do Brasil)


localizada no Rio Grande do Sul, que conta com 85 alunos surdos e tem se adequado
à portaria nº 1.679/99, que determinou a estruturação das universidades brasileiras, a
fim de facilitar o acesso aos deficientes auditivos. Segundo esse autor, essa portaria
do MEC garante o direito ao aluno surdo, caso necessite, o acesso a intérpretes na
Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) que ficariam disponíveis na sala de aula,
cabendo a instituição contratá-los. Neste artigo, o autor recorre a pedagogos e
intérpretes especializados para afirmar que todos os termos técnicos são interpretáveis
sem comprometer o entendimento do conteúdo dado pelo professor.”

Vê-se que mesmo se tratando de um grupo específico de pessoas com deficiências, no


caso auditiva, a instituição se adequou a legislação, consciência e atitude inclusiva e acessível,
todos trabalhando juntos pela educação integrada e sem discriminação e desagregação.

Assim, observam-se todos envolvidos na melhoria da estrutura oferecida aos discentes


universitários.
29

3 SOLUÇÃO DE IES

Muitas vezes a solução necessária para uma inclusão propriamente dita, assim como
uma acessibilidade que vá além das palavras, é facilitada quando todos na sociedade acadêmica
decidem se envolver com a situação de maneira integra e plena. Começando com o alto escalão
da instituição que se coloca a favor da implementação de tal projeto/programa.

Para provar isso traz-se o exemplo da UNISO – na cidade de Sorocaba, estado de São
Paulo – que foi tratado por SCHLIEMANN e NOGUEIRA (2014).

No estudo apresentado pelas autoras, se vê que houve um projeto e programação para


que o objetivo final fosse alcançado, atingindo todos os membros da academia e pincipalmente
os maiores interessados, os PcDs, tal projeto criou condições de avaliação e acessibilidade, com
objetivo final de atingir uma melhor qualidade para todos os envolvidos.

O trabalho realizado indica também uma preocupação não só com o acesso desse novo
estudante, mas com a permanência do mesmo até a sua conclusão de curso e havendo interesse
estudos de pós-graduação.

Dentre as ações adotadas pelo IES tem o programa Uni diversidade que se explica dessa
forma:

“...que objetiva possibilitar um espaço físico, acadêmico e social para


reflexão, debate e ações necessárias que visem assegurar o direito de ingresso e
permanência na Unis de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, altas
habilidades, diferentes gêneros, etnias e opção sexual.” (2014 p.3)

Tal programa vai além, pois há uma preocupação clara não somente com os novos
estudantes, mas com os profissionais com deficiências para que possuam condições de trabalho
dentro da própria instituição.

“...bem como o objetivo do programa Uni diversidade é reforçado, definido


como programa que visa favorecer as condições necessárias para ingresso e
permanência de discentes, docentes e funcionários técnico-administrativo com
deficiência ou mobilidade reduzida.” (2014, p.3)
30

A IES também preocupou-se com suas instalações, adequando toda sua estrutura de tal
forma a garantir o acesso facilitado a todos os PcDS, bem como ao material didático, realizando
parcerias com instituições de renome para, por exemplo, a manufatura de materiais em Braile
para os Deficientes Visuais, preocupando-se com o acesso físico, mudando-se a estrutura de
salas e se adequando ao máximo às normas vigentes da NBR, tem-se o exemplo da biblioteca:

“A Biblioteca, tem um papel fundamento principalmente com os deficientes


visuais, já que o material didático deve ser adaptado para esse público. Para isso foram
realizadas várias ações pontuais. As atividades realizadas pela biblioteca sempre são
realizadas após a solicitação dos alunos que precisam da adaptação do material. Os
funcionários e a direção da biblioteca estão bem treinados e facilitam muito as
atividades do Uni diversidade.

Foi realizado registro da Uniso na Fundação Dorina Nowill e na Fundação


LaraMara, pois estas instituições desenvolvem um trabalho diretamente com o
Deficiente Visual - DV. A Fundação Dorina Nowill, bem como na Editora Revista
dos Tribunais, única até o momento a fornecer matrizes de publicações para
atendimento especial ao DV, através da Instituição onde o aluno está matriculado”
(2014, p. 05)

Nota-se na citação acima que houve o treinamento dos profissionais envolvidos, ou


seja, preocupação em bem atender seu cliente/estudante.

Tal conduta começa na fase de vestibular, com um acompanhamento adequado aos


estudantes, respeitando suas necessidades e de acordo com a característica individual de cada
PcD, para cada tipo de deficiência uma preocupação de acesso e inclusão diferenciada, como
vemos abaixo:

“... a) para alunos com deficiência física:

-Reserva de vagas em estacionamentos nas proximidades das unidades de


serviços;

-Rampas, facilitando a circulação de cadeira de rodas;

-Adaptação de portas e banheiros com espaço suficiente para permitir o


acesso de cadeira de rodas;

-Colocação de barras de apoio nas paredes dos banheiros; instalação de


lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos usuários de cadeira
de rodas;
31

Além disso, no caso da EaD, o deficiente físico não terá grandes dificuldades,
caso disponha do material adequado para o estudo em casa, quando da exigência das
provas presenciais, pois serão eliminadas as barreiras arquitetônicas para circulação
do estudante, permitindo o acesso aos espaços de uso coletivo.

Visando à facilidade com o uso do computador, a preocupação da Instituição


está direcionada para as teclas de acesso. Indicar teclas de acesso como recurso
facilitador, permitindo a navegação com o uso do teclado. Nesse sentido, para facilitar
a navegação, será oferecida uma listagem das teclas de atalhos disponíveis.

Para a tutoria, o apoio pedagógico estará disponível para atendimento


coletivo como o indicado no plano ou individualizado quando agendado previamente.

b) para alunos com deficiência visual:

A instituição poderá proporcionar, dentro de sua disponibilidade


orçamentária, caso seja solicitado, desde o acesso ao curso até a sua conclusão:

- Sistema de síntese de voz;

-Gravador e fotocopiadora que ampliem textos;

-Scanner acoplado a um computador;

-Transformação gradual da bibliografia básica e outros documentos do curso


para o Braille.

No caso da EaD, quanto ao material entregue em CD, ele é composto pela


explicação oral; quanto ao conteúdo escrito, é possível a utilização do sintetizador de
voz com complementos gráficos em relevo, existindo, também, a possibilidade da
impressão do material em Braille, através da Biblioteca da Instituição.

Para a tutoria, o apoio pedagógico estará disponível para atendimento


coletivo, como o indicado no plano, ou individualizado, quando agendado
previamente.

c) para alunos com deficiência auditiva

A instituição poderá proporcionar, dentro de sua disponibilidade


orçamentária, caso seja solicitado, desde o acesso ao curso até a sua conclusão:

- Materiais de informações aos professores, para que se esclareça a


especificidade linguística dos surdos.

- Intérprete educacional que acompanha os alunos em sala de aula.

No caso da EaD, quanto ao material entregue em CD, ele terá legenda, ou,
em casos específicos, o material será traduzido pelo professor intérprete, que fará uso
da linguagem de sinais.
32

Importante destacar que a Universidade possui o componente curricular


voltado para a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS que, conforme legislação e
diretrizes curriculares próprias da Universidade, existe como obrigatório em todos os
cursos de formação de professores e, como optativo, nos demais cursos.

Além disso, em aulas presenciais, os alunos surdos contam com intérprete


que acompanham o percurso formativo em sala de aula para realizar a tradução
simultânea das aulas.” (2014, p. 6-8)

Percebe-se aqui uma conduta totalmente inclusiva, ou seja, há exemplos bons a serem
seguidos, solução existe, precisa apenas de uma maior divulgação desses exemplos positivos e
fazer com que toda a sociedade partilhe dos mesmos pensamentos e atitudes.

Se a sociedade acadêmica consegue adequar-se, acaba tornando-se o maior exemplo


para a sociedade ao redor, todos ganham com tais ações, “mas observa-se que toda a
comunidade ganhou com a discussão de formas inclusivas de aprendizagem”, como citado por
Schliemann e Nogueira. (2014, p.10)
33

4 CONCLUSÃO

De acordo com esse estudo prévio fica perceptível de que o ensino superior e todos os
envolvidos ainda têm muito a evoluir e trabalhar no que diz respeito a uma melhor inclusão e
acessibilidade, porém precisa-se aceitar que os primeiros passos já estão sendo dados.

Todos os agentes educacionais conscientizando-se de sua importância e seu


protagonismo na melhoria da sociedade, com suas capacidades e qualidades humanas, podem
servir de exemplos para a comunidade que sejam atuantes, entretanto, precisam no mundo
contemporâneo que se esta, fazer com que suas vozes sejam ouvidas, comunicando suas
conquistas no âmbito da inclusão educacional.

Os legisladores necessitam fazer cumprir a lei, não adianta legislar e não executar, os
respectivos fiscais precisam cumprir suas tarefas, obrigando as instituições ao cumprimento da
lei, no Brasil, respectivamente a LBI – que trata exclusivamente das Pessoas com Deficiência
e suas necessidades.

Os estudantes, parte maior de interesse, devem como outros grupos da sociedade,


exigirem que as instituições cumpram a lei, devido a cultura de esperar tudo vir de cima para
baixo, ou seja, primeiro movimento do governo para depois ser do cidadão, deve inverter tal
ordem, a educação é um direito fundamental e está na carta magna da nação, assim como em
declarações de organismos internacionais, como a ONU, tal situação já denota que ele pode ser
ouvido, bastando apenas se mobilizar.

As instituições e seus agentes internos devem lembrar que para sua existência faz-se de
suma importância a presença do aluno, razão principal de sua necessidade, ora se a mesma nada
faz para atrair esse cliente/consumidor, a mesma está fadada a encerrar seus serviços, pois se
despreza um público estimado de 45 milhões de pessoas, segundo dados do Censo do IBGE do
ano de 2010, e com certo potencial de investimento, nada ocorrerá para sua perpetuação na área
de ensino, perdendo para seus concorrentes mais atentos a esse nicho populacional, que tem
anseios e desejos como qualquer consumidor e acima de tudo, que desejam prosperar e
progredir, incluindo aí, a área acadêmica.

Após análise, há uma nítida percepção que faltam ferramentas motivacionais para uma
dedicação mais aprofundada dos docentes no que se relaciona a acessibilidade e inclusão, as
instituições não agem para isso, nem estão tão atentas o quanto deveriam.
34

Fica claro que a ausência de estrutura dentro do próprio ambiente de ensino, onde o
professor tem total autoridade, ou seja, sala de aula, não tem equipamentos adequados e nada
que possibilite uma interação de todos para com os alunos com necessidades especiais torna a
possibilidade de inclusão um desafio enorme e mesmo que deseje fazer algo, fica limitado, pois
sempre depende de recursos humanos, financeiros e tecnológicos.

Sem qualquer tipo de fator motivacional, fica quase nula uma tentativa de inclusão e
acessibilidade de alunos ao ensino superior, os mesmos não encontram estruturas e isso causa
desânimo e total impotência, prejudicando o acesso à educação, direito constitucional.

São inúmeras as possibilidades de soluções, porem para tratar a inclusão de PcDs nas
IES, precisa-se escutá-las, saber de suas reais necessidades, mobilizar a comunidade do entorno
das instituições, seguir exemplos bem sucedidos como da UNISO e ULBRA, citadas neste
trabalho exploratório, e principalmente ter consciência que se trata de um trabalho contínuo,
onde há a necessidade de persistência, atenção e determinação, fazendo do acesso à educação
uma realidade ao alcance de todos os PcDs.

Algumas providências são simples, bastando o real querer, desejo de incluir, outras
requerem ações governamentais, mas a principal que envolve a conscientização é a mais fácil,
pois pode ser alcançada com comunicação interna, dentro da própria IES, nas salas de aula,
atingindo assim, simultaneamente os corpos docentes e discentes, e portanto no chamado “boca
a boca” alcançando um considerável percentual da população acadêmica, por consequência,
seus respectivos familiares e núcleos sociais também.

A sociedade civil organizada pode pressionar os entes públicos administrativos a


tomarem decisões que acelerem esse acesso e inclusão, pois sabe-se da demora que envolve os
trâmites burocráticos e legais.

Apesar de todo esse contexto, o presente trabalho busca despertar a importância da


acessibilidade não somente no ambiente educacional, mas também, na sociedade em geral, a
fim de que todos possam ir e vir com segurança e liberdade.
35

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