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São Paulo
Julho/2018
Fábio Yoshiaru Noguti
São Paulo
Julho/2018
Eu, Fábio Yoshiaru Noguti, autorizo o Centro Estadual de Educação
Tecnológica Paula Souza a publicar minha monografia em versão eletrônica
no site da Instituição, além de resumo e e-mail.
São Paulo
Julho / 2018
Agradeço a Deus em primeiro lugar. E minha
família que, com muito carinho е apoio, não
mediram esforços para que chegasse até esta
etapa da minha vida.
AGRADECIMENTOS
Deus esteve ao meu lado e me deu força, ânimo e crença para não desistir e continuar lutando
por este meu sonho e objetivo de vida. A Ele eu devo minha gratidão.
Ao longo de todo meu percurso eu tive o privilégio de trabalhar de perto com os melhores
professores, educadores, orientadores. Sem eles não seria possível estar aqui hoje de coração
repleto de orgulho.
Amigos, família, a vocês eu deixo uma palavra gigante de agradecimento. Hoje sou uma pessoa
realizada e feliz porque não estive só nesta longa caminhada. Vocês foram meu apoio.
A quem não mencionei, mas esteve junto eu prometo reconhecer essa proximidade, ajuda e
incentivo todos os dias da minha vida.
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para a sua própria
produção ou a sua construção.”
Paulo Freyre
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar as diversas soluções para resolver as
problemáticas que surgiram após a implementação e a promulgação da LBI. – Lei Brasileira da
Inclusão da Pessoa com Deficiência. O método utilizado para a elaboração do mesmo foi a
análise de estudos científicos já existentes, estudos realizados nesse tema e as ações práticas de
nosso cotidiano acadêmico para atingir uma resolução adequada para tal problemática. Tendo
como centro desse estudo, os artigos já elaborados por estudiosos assim como a legislação
vigente para uma melhor adequação de todos os envolvidos nessa questão atual.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10
1.1 Questão de pesquisa ....................................................................................................... 11
1.2 Objetivo geral da pesquisa ............................................................................................. 11
1.3 Metodologia ..................................................................................................................... 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 12
2.1 Nova Legislação .............................................................................................................. 14
2.2 Preparação do Docente .................................................................................................. 20
2.3 Preparo Estrutural das Instituições .............................................................................. 25
3 SOLUÇÃO de IES ............................................................................................................. 29
4 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 33
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 35
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1 INTRODUÇÃO
Daí parte-se para diversas indagações, estão as instituições preparadas para receber
esses estudantes? A legislação vem sendo cumprida? O corpo docente das instituições
superiores está capacitado para esses estudantes? Existe uma estrutura adequada para esses
novos estudantes, afinal muitas instituições em suas edificações centenárias conseguem se
adaptar as novas exigências de acessibilidade?
A partir do instante em que uma lei é criada, tem-se como norma, acatá-la, todavia,
necessita-se de um período para adequações de todos os envolvidos, mas as exigências são
imediatas e não há um período de espera para a tomada de novas condutas.
A tratativa dessa atividade ora aqui apresentada tem como propósito avaliar e analisar
as condições de todos os envolvidos nessa temática e propor soluções, partindo de um projeto
específico e mais atual, melhorando a organização e a estrutura da instituição para uma nova
forma de lecionar, receber e se estruturar para essa nova realidade, bem como respeitar a
legislação de uma maneira mais plena.
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O objetivo com essa pesquisa é mostrar que existem soluções e exemplos para resolver
as problemáticas que surgiram após a implementação e a promulgação da LBI. – Lei Brasileira
da Inclusão da Pessoa com Deficiência.
São várias as propostas que surgem para solucionar essa questão, agora compete aos
envolvidos a melhor escolha dentro de suas realidades orçamentárias, humanas e estruturais.
1.3 Metodologia
O método utilizado nessa atividade será por meio de estudo científico, analisando casos
já existentes, estudos realizados nesse tema e as ações práticas de nosso cotidiano acadêmico
para atingir uma resolução adequada para a problemática existente.
Tomar como principal base nesse estudo, os artigos já elaborados por estudiosos assim como
a legislação vigente para uma melhor adequação de todos os envolvidos nessa questão atual.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para fundamentar a proposta de trabalho, fez-se uma tríplice análise: legislação, corpo
docente e a estrutura das instituições de ensino, para tanto foi estudado artigos e publicações já
existentes, após essa análise, traz-se uma proposta de solução, tendo como base experiência já
em prática de IES. Partindo posteriormente para uma conclusão que permeie o conceito
apresentado.
No estudo prévio realizado para apresentar esse trabalho, percebe-se que muitos foram
os autores que escreveram sobre o tema, alguns antes da promulgação da LBI -2015-, ou seja,
já existia uma certa preocupação com o tema, muitas dessas preocupações partindo dos próprios
educadores, como é o caso do estudo que foi proposto aqui, toda e qualquer mudança parte dos
educadores, para termos uma educação mais acessível e inclusiva.
A legislação mesmo sendo promulgada, tem ainda um longo caminho a percorrer, pois
ainda há muitos itens a serem regulamentados, mas para tanto faz-se necessário o trabalho do
convencimento, pois são vários os grupos de interesses que acabam sendo atingidos, sejam os
educadores, instituições, assim como os principais interessados, os estudantes.
Como tratado por Dos Santos e Hostins (2015, p. 01), em seu resumo no artigo sobre a
política nacional para inclusão: “...Os dados documentais revelaram uma política frágil,
influenciada por vários grupos de interesse e que ainda está em fase de aperfeiçoamento no que
tange as especificidades do Ensino Superior.”
Em seu estudo, as autoras ainda relatam as mudanças que foram propostas desde a
década de 90 do século passado, onde se debatia ainda no que tange a legislação, formas de
facilitar o acesso ao ensino, seja pelo uso de ferramentas que possibilitassem aos estudantes
com deficiências uma adequação íntegra e que os permitissem o acompanhamento dos estudos
em salas de aula como também no processo seletivo e materiais adaptados para continuidade
de suas necessidades extraclasse.
Ainda discorre sobre outras propostas legislativas, nunca atendendo a totalidade das
necessidades das pessoas com deficiências, tem-se assim a continuidade de novos estudos.
Denota-se que mesmo após 19 anos desse aviso curricular e com a promulgação da LBI
em meados de 2015, ainda há muito por se fazer, pois não adianta uma lei existir, sendo que a
mesma não tem seu cumprimento exigido em sua totalidade.
Veja esse trecho das autoras Dos Santos e Hostins, (2015, p.02):
Porém, mesmo com tal afirmativa acima, que consta no decreto, ainda assim tem-se
dificuldades em sua implementação, seja por vontade das instituições, seja por uma má
fiscalização dos órgãos competentes ou por uma maior reinvindicação dos mais interessados,
os estudantes.
No entanto, se sabe que tal lei ainda não é respeitada, quantos são os docentes do ensino
superior que são preparados para essa necessidade pedagógica?
Faz-se necessário lembrar que a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos
pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas - ONU, em 1948, um grande
horizonte foi aberto quanto a atenção as necessidades de todos, tanto quanto a subsistência,
quanto para a necessidade de progresso intelectual, fato esse que fez com que vários países
adotassem essa Declaração como uma linha de conduta em sua política interna, dentro de suas
individualidades como países, como informado pela autora ALCOBA (2008, p.01) em seu
artigo A Inclusão de Alunos com Deficiências na Universidade: o desafio pedagógico.
também um princípio de cuidado na área educacional inclusiva, ou seja, mais focado nos alunos
com necessidades especiais.
Ainda quando se trata de legislações que precederam a LBI de 2015, tem-se como citado
por Rocha, Miranda, (2009, pp 29-30), em seu estudo Cultura Escolar e Inclusão, diversas leis
que pode-se ver abaixo:
- Lei n. 7.853/89 - Dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração
social, assegurando o pleno exercício de seus direitos individuais e sociais;
Vê-se acima que foram muitas as mudanças legais propostas pelos órgãos legislativos
competentes, onde se nota o aumento da preocupação com a necessidade dessa parcela da
população e de maneira clara a parte que trata da educação inclusiva.
Legislações não faltavam e não faltam, porém, como descrito, foi apenas a partir de um
momento que as instituições de fato começam a se preocupar e darem início a algumas ações,
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mais precisamente em 2003: “...Portaria n. 3.284/03 MEC/GM que revogou a Portaria MEC n.
1.679/99...” Continuam as autoras acima mencionadas:
Por meio de uma lei mais vigorosa e exigente, as instituições começam a dar mais
atenção, movidas é claro por questões também financeiras, pois se não conseguem autorização
de funcionamento do MEC – Ministério de Educação e Cultura -, não poderão manter seus
serviços, perdendo assim espaço num mercado crescente em nosso país, a educação.
A importância das leis para a educação inclusiva é de extrema relevância, pois com
novas exigências e com a atenção devida, pode-se afirmar que começa a existir um progresso
na inclusão educacional propriamente dita e mudanças são mais percebidas, como a
preocupação com o uso do Braile para os deficientes visuais, Libras para os deficientes
auditivos, assim como mudanças de cunho arquitetônico para facilitar o acesso de demais
necessidades.
Quando fala-se de legislação, uma atenção necessária deve ser considerada, a questão
cultural e histórica, em sociedades mais humanistas, ou seja, onde a conscientização das
necessidades faz parte do pensamento de toda a comunidade, as instituições se responsabilizam
pelos mais “fracos e necessitados”, tem-se o exemplo da Noruega, como citado no estudo A
Inclusão no Ensino Superior: Estudo Exploratório numa Universidade Portuguesa por Abreu,
Antunes, Almeida (2013, p.02)
acesso a este nível de ensino, pois são estas instituições que tem o dever de defender
os direitos dos estudantes portadores de deficiência...”
Tem-se de forma bem explícita que todos os sistemas que envolvem a educação devem
obrigatoriamente se adequar as novas necessidades desses estudantes, inclusão a educação,
acesso à educação, sem negligenciar e/ou discriminar esse aluno, fato é que ainda se está
distante desse cumprimento, sejam em entes públicos de educação como privados.
No artigo 28 item 5, fala bem claramente da questão acadêmica, nas garantias para
maximizar a vida acadêmica e sobretudo a permanência desse estudante na instituição. E em
seu item 13 e 14, de forma mais acentuada a questão da educação superior: “13 - acesso à
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Em seu artigo 30, dispôs sobre o processo seletivo como o mesmo deve ser:
Artigo 34, parágrafo 4º, discorre ainda mais quanto a continuidade do aprendizado,
sendo ele técnico, tecnológico ou superior, direitos garantidos ao acesso e maior capacitação do
estudante na área a qual se dedica ou quer se especializar, no artigo 36 parágrafo 3º trata da
adaptação necessária que as instituições de ensino e seus profissionais precisam adotar para
alunos com necessidades especiais, melhorando suas capacitações profissionais.
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Ainda mais importante que as adequações educacionais a lei ainda trata da questão dos
materiais didáticos que devem ser adaptados a esses novos entrantes na educação, adaptação
essa em braile como outros formatos como vemos a seguir no artigo 68:
Neste estudo percebemos a importância de todos os envolvidos, que devem estar atentos as
necessidades e responsabilidades que possuem, pois são novos os horizontes educacionais.
Como o docente está se preparando para essa nova realidade é uma grande dúvida, pois
a maioria dos profissionais atuantes no mercado não estavam preparados para essa nova etapa
em suas carreiras e sua formação profissional não foi adequada para a mesma, afinal muitos são
de épocas onde não havia tal obrigação ou qualificação exigida.
São questões que devem ser feitas pelos próprios docentes, não esquecendo em nenhum
momento do direito fundamental a educação que todos possuem e devem ansiar.
O estudo realizado por Castanho, Freitas (2006, p.01), explicita bem essa preocupação:
No país não há ainda uma obrigação para os docentes especializados em alguma área
serem também capacitados em inclusão. No estudo sobre a formação do docente na perspectiva
de inclusão realizado por Caiado, Martins, Antônio, (2007, pp.96-97) relatado tal situação, onde
nem em cursos de pedagogia exige-se a formação em educação inclusiva, nem para professores
já capacitados.
Nesse estudo tem ainda a questão relatada sobre a competência do Estado em fazer com
que tal prerrogativa seja cumprida, que notadamente sabe-se serem falhas as tentativas.
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No entanto, todo esse processo de mudança passa por um indivíduo, o mais importante
nessa troca de experiências, o professor, se o mesmo não estiver preparado ou aceitar esse
desafio, nenhum sucesso será obtido, o educador é fundamental em qualquer transformação.
Não se pode esquecer do histórico de nosso país, como relatam as autoras Castanho e
Freitas (2006, p.95) em seu artigo: “Ao longo de quase todo o século XX, a sociedade brasileira,
suas agências formadoras e seus agentes empregadores regeram-se por padrões de normalidade.
As pessoas com deficiência eram naturalmente compreendidas como fora do âmbito social.” ou
seja, padrões precisam ser quebrados, para uma inclusão ativa e não apenas verbal.
Na mesma pesquisa as autoras Castanho e Freitas (2006, p.96), trazem uma citação de
Freire:
Onde o educador não pode abrir mão de seu papel fundamental na cadeia revolucionária
e transformadora que envolve a educação e em seu papel inclusivo.
O professor tem o papel de protagonista nesta mudança social e educacional, para tanto
ele precisa de capacitação, uma preparação para lidar com uma nova realidade, afinal são muitos
os docentes que já atuam há muito tempo e não tiveram preparo para essa nova realidade, sendo
ainda muitos provenientes do mercado de trabalho, onde por muitas vezes não precisaram lidar
com tal situação em sua vida profissional.
As instituições precisam qualificar esse docente, reconhecer sua função e valorizar seu
papel social, tendo em vista que ele que estará e sempre esteve na linha de frente no campo
educacional.
Agora cabe aos docentes uma atitude de integração e doação intrínseca, pois muitos
docentes creem que a integração de alunos com NEE – necessidades educacionais especiais -,
com alunos sem nenhuma necessidade especial, pode causar um dano na curva de aprendizagem
da turma, pois o docente poderia ter seu processo atrasado para dar uma atenção a mais para
um único indivíduo. Como relatado em estudo anteriormente mencionado, Inclusão no Ensino
Superior –Percepções de Professores em Uma Universidade Portuguesa, realizado por Antunes,
Faria, Rodrigues e Almeida (2013);
Nesse mesmo estudo os pesquisadores relatam três tipos de percepções, onde alguns
agem de forma totalmente positiva, considerando além de ser benéfico no processo educacional
é ainda um direito civil, porém há outros que veem como interessante, mas sem a necessidade
de uma preocupação em demasia com o tema, outros ainda que consideram prejudicial a todos
no que se refere à qualidade do conhecimento que será obtido pelos estudantes sem NEE.
Nota-se que a relutância dos educadores em aceitar e acatar novas situações mesmo
sendo elas de cunho humano e social, ainda é grande, educadores ou não, precisam debater mais
sobre o tema, tal relutância deve-se ao pouco conhecimento das necessidades destes entrantes
no mundo universitário como também na pouca vontade que pode ocorrer em alguns
profissionais que não desejam sair de sua zona de conforto.
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A LBI também retrata essa situação de preparo do docente, no Capítulo 4 artigo 28, itens
10,11,12 e 13 como segue abaixo:
Para que se tenha êxito nas exigências acima, os corpos docentes das instituições
precisam estar aptos às mudanças e a continuidade de sua própria capacitação, como exemplo,
o conhecimento do BRAILE e de LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, assim como obter
conhecimento da utilização de ferramentas tecnológicas que facilitem a inclusão do aluno a
obtenção do conhecimento do curso proposto, atendendo a necessidade de igualdade de
oportunidades e condições como citado no item 13 acima.
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Outra questão que surge, é quem irá arcar com a questão dos custos para tal capacitação
profissional? Pois como se-sabe não são todos os entes federativos que podem custear tal
especialização ao seu corpo docente, quando já há o conhecimento de que vários desses entes
nem conseguem quitar os pagamentos naturais de seus educadores, muitos estados da federação
atravessam por crises orçamentárias e são diversos os casos de cortes ou restrições no
orçamento educacional, prejudicando assim a melhoria de seu quadro funcional e de suas
capacitações. Tendo em apoio a tal argumentação a própria legislação, que no mesmo capítulo
4 artigo 28, mas no item 17, exige-se a “oferta de profissionais de apoio escolar”, sendo assim,
profissionais capacitados e qualificados.
O docente do ensino superior não pode esquecer em momento algum que antes de
qualquer situação, ele é um educador, sendo assim está comprometido com todo o processo de
desenvolvimento dentro e fora da sala de aula, pensando sempre em como o aluno captará e
fixará esse ensinamento.
O estudo feito por Siqueira, Santana (2010, p.01) cita um pouco dessa preocupação, que
acomete muitas instituições de ensino superior em nosso país.
A estrutura não se baseia apenas nas questões de edificações, mas nas estruturas
materiais e humanas para um bom atendimento, como também consta na LBI em seu artigo 30,
itens abaixo:
A estrutura física e de informação tem sua importância, pois ela se torna relevante para
a permanência do aluno no ambiente escolar, atuando também como um agente motivacional
para o aluno se socializar com outros estudantes, tornando mais prazeroso o hábito do estudo.
Para tal lembra Miranda, (2016), em seu artigo Inclusão das Pessoas com Deficiência
no Ensino Superior, escrito em website jurídico,
Ciente de tal concessão que é feita pelo poder público, cabe as IES fazerem sua parte no
oferecimento de condições tais, que facilitem ao acesso à educação em sua totalidade.
“A escola inclusiva – que é aquela que, além de colocar alunos com e sem
deficiência na mesma sala de aula, oferece toda estrutura física, tecnológica, material
e humana necessários para atendimento de necessidades especiais – favorece o
desenvolvimento humano e a preparação para o exercício da cidadania, beneficiando
TODOS os educandos (e não apenas os que têm deficiência).” Miranda (2016)
Fica esclarecido que uma educação inclusiva não se trata apenas de tijolos e cimentos,
pois há uma questão cultural em nosso país que investimento em educação é investir em
edificação, mas não somente isso, como alerta a autora acima, ou seja, estrutura é pensar em
como o estudante irá interagir com o todo e quais são suas reais necessidades e ciente das
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mesmas, fazer o possível para atendê-las, nas questões físicas, tecnológicas, humanas e outras
que surgirem.
De acordo com pesquisa realizada por Rocha, Miranda, (2009, p4). - Acesso e
permanência do aluno com deficiência na instituição de ensino superior - fica mais fácil o
entendimento na questão de infraestrutura, uma preocupação parcial passa a gerar um problema
geral.
Afinal todas precisam também de certificação dos órgãos públicos, MEC – Ministério
da Educação e Cultura, assim como das secretarias estaduais e municipais de educação, para
darem continuidade aos serviços prestados.
3 SOLUÇÃO DE IES
Muitas vezes a solução necessária para uma inclusão propriamente dita, assim como
uma acessibilidade que vá além das palavras, é facilitada quando todos na sociedade acadêmica
decidem se envolver com a situação de maneira integra e plena. Começando com o alto escalão
da instituição que se coloca a favor da implementação de tal projeto/programa.
Para provar isso traz-se o exemplo da UNISO – na cidade de Sorocaba, estado de São
Paulo – que foi tratado por SCHLIEMANN e NOGUEIRA (2014).
O trabalho realizado indica também uma preocupação não só com o acesso desse novo
estudante, mas com a permanência do mesmo até a sua conclusão de curso e havendo interesse
estudos de pós-graduação.
Dentre as ações adotadas pelo IES tem o programa Uni diversidade que se explica dessa
forma:
Tal programa vai além, pois há uma preocupação clara não somente com os novos
estudantes, mas com os profissionais com deficiências para que possuam condições de trabalho
dentro da própria instituição.
A IES também preocupou-se com suas instalações, adequando toda sua estrutura de tal
forma a garantir o acesso facilitado a todos os PcDS, bem como ao material didático, realizando
parcerias com instituições de renome para, por exemplo, a manufatura de materiais em Braile
para os Deficientes Visuais, preocupando-se com o acesso físico, mudando-se a estrutura de
salas e se adequando ao máximo às normas vigentes da NBR, tem-se o exemplo da biblioteca:
Além disso, no caso da EaD, o deficiente físico não terá grandes dificuldades,
caso disponha do material adequado para o estudo em casa, quando da exigência das
provas presenciais, pois serão eliminadas as barreiras arquitetônicas para circulação
do estudante, permitindo o acesso aos espaços de uso coletivo.
No caso da EaD, quanto ao material entregue em CD, ele terá legenda, ou,
em casos específicos, o material será traduzido pelo professor intérprete, que fará uso
da linguagem de sinais.
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Percebe-se aqui uma conduta totalmente inclusiva, ou seja, há exemplos bons a serem
seguidos, solução existe, precisa apenas de uma maior divulgação desses exemplos positivos e
fazer com que toda a sociedade partilhe dos mesmos pensamentos e atitudes.
4 CONCLUSÃO
De acordo com esse estudo prévio fica perceptível de que o ensino superior e todos os
envolvidos ainda têm muito a evoluir e trabalhar no que diz respeito a uma melhor inclusão e
acessibilidade, porém precisa-se aceitar que os primeiros passos já estão sendo dados.
Os legisladores necessitam fazer cumprir a lei, não adianta legislar e não executar, os
respectivos fiscais precisam cumprir suas tarefas, obrigando as instituições ao cumprimento da
lei, no Brasil, respectivamente a LBI – que trata exclusivamente das Pessoas com Deficiência
e suas necessidades.
As instituições e seus agentes internos devem lembrar que para sua existência faz-se de
suma importância a presença do aluno, razão principal de sua necessidade, ora se a mesma nada
faz para atrair esse cliente/consumidor, a mesma está fadada a encerrar seus serviços, pois se
despreza um público estimado de 45 milhões de pessoas, segundo dados do Censo do IBGE do
ano de 2010, e com certo potencial de investimento, nada ocorrerá para sua perpetuação na área
de ensino, perdendo para seus concorrentes mais atentos a esse nicho populacional, que tem
anseios e desejos como qualquer consumidor e acima de tudo, que desejam prosperar e
progredir, incluindo aí, a área acadêmica.
Após análise, há uma nítida percepção que faltam ferramentas motivacionais para uma
dedicação mais aprofundada dos docentes no que se relaciona a acessibilidade e inclusão, as
instituições não agem para isso, nem estão tão atentas o quanto deveriam.
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Fica claro que a ausência de estrutura dentro do próprio ambiente de ensino, onde o
professor tem total autoridade, ou seja, sala de aula, não tem equipamentos adequados e nada
que possibilite uma interação de todos para com os alunos com necessidades especiais torna a
possibilidade de inclusão um desafio enorme e mesmo que deseje fazer algo, fica limitado, pois
sempre depende de recursos humanos, financeiros e tecnológicos.
Sem qualquer tipo de fator motivacional, fica quase nula uma tentativa de inclusão e
acessibilidade de alunos ao ensino superior, os mesmos não encontram estruturas e isso causa
desânimo e total impotência, prejudicando o acesso à educação, direito constitucional.
São inúmeras as possibilidades de soluções, porem para tratar a inclusão de PcDs nas
IES, precisa-se escutá-las, saber de suas reais necessidades, mobilizar a comunidade do entorno
das instituições, seguir exemplos bem sucedidos como da UNISO e ULBRA, citadas neste
trabalho exploratório, e principalmente ter consciência que se trata de um trabalho contínuo,
onde há a necessidade de persistência, atenção e determinação, fazendo do acesso à educação
uma realidade ao alcance de todos os PcDs.
Algumas providências são simples, bastando o real querer, desejo de incluir, outras
requerem ações governamentais, mas a principal que envolve a conscientização é a mais fácil,
pois pode ser alcançada com comunicação interna, dentro da própria IES, nas salas de aula,
atingindo assim, simultaneamente os corpos docentes e discentes, e portanto no chamado “boca
a boca” alcançando um considerável percentual da população acadêmica, por consequência,
seus respectivos familiares e núcleos sociais também.
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