Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ISSN 2596-268X
The art of music and the consciousness of the particularity of the emotions:
psychological analysis of musical activity in the light of Vigotski's historical-
cultural theory
RESUMO
Qual o papel da atividade musical no desenvolvimento humano? Que
implicações tem a vivência da música em nossas vidas? Este artigo se propõe a
discussão dessas questões, sob a perspectiva da teoria histórico-cultural de Lev
Semionovich Vigotski. A discussão se ancora nas reflexões do autor sobre a
psicologia da arte e sobre os processos de imaginação na infância, para tentar
compreender a arte da música, em suas especificidades, enquanto atividade
humana. Busca também entender a atividade musical, sua singularidade
enquanto engendradora de uma consciência singular em nosso sistema
psíquico. Conclui-se que a vivência da atividade musical propicia a consciência
da particularidade das emoções. Isso implica na possibilidade de
aprofundamento da dimensão emocional e no instaurar de condições para que
cada pessoa, como ser social, ser relacione, de modo equilibrador, consigo
mesmo e com o mundo.
Palavras-Chave: Atividade musical; Consciência da particularidade;
Emoções; Teoria histórico-cultural; Vigotski.
1
Universidade de Brasília – UnB. Email: pat.pederiva@gmail.com
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
ABSTRACT
What is the role of musical activity in human development? What are the
implications of experiencing music in our lives? This article proposes to discuss
these issues, from the perspective of the historical-cultural theory of Lev
Semionovich Vigotski. The discussion is anchored in the author's reflections on
the psychology of art and on the processes of imagination in childhood to try to
understand the art of music in its specificities as a human activity. It also seeks
to understand the musical activity, its uniqueness as it engenders a singular
consciousness in our psychic system. It is concluded that the experience of the
musical activity propitiates the awareness of the particularity of the emotions. This
implies the possibility of deepening the emotional dimension and establishing the
conditions for each person, as a social being, to relate, in a balanced way, with
himself and with the world.
Keywords: Musical activity; Consciousness of the particularity; Emotions;
Historical-cultural theory; Vigotski.
2
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
3
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
4
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
5
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
6
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
o Grande Carro. O ouvinte da música tonal, para ele, seria um ouvinte passivo,
um mero espectador. O da música nova seria um protagonista, ouvinte ativo.
Mais uma vez pode-se notar, aqui, a tendência à generalização unilateral
no entendimento da reação estética e, ainda, uma supervalorização da música
contemporânea no tocante a essa mesma reação. Observa-se, ainda, a negação
do desenvolvimento das emoções, o desconhecimento de novas sínteses que a
história cultural é capaz de engendrar em diferentes momentos do
desenvolvimento humano.
A música moderna e a música contemporânea buscaram novos modos
de enformamento de seu material. Materiais que continuam efetivamente ligados
às mudanças culturais, tanto da qualidade dos próprios materiais, quanto de
organização intrínseca (atonalidade, por exemplo) ou extrínseca à música
(social). O que esse tipo de música possui, então, de fato, de diferente no tocante
à reação estética? Ela pode ter sido e continuar sendo enformada de modo a
negar as combinações anteriormente existentes, pode ser até pretensamente
mais racional, ser organizada intencionalmente de modo a ter um maior peso
intelectual e pretensamente menos emocional, mas não é nada mais, nada
menos que uma nova síntese que abre novas possibilidades de reação estética,
assim como tantas outras formas de manifestações musicais.
O autor aponta uma análise psicológica convincente em relação à música
que ele se propõe a analisar. Entretanto, ele parece desconhecer também,
utilizando aqui o pensamento do próprio Meyer, que o estado de expectativa que
pode ser gerado em uma obra musical não é apenas da ordem dos reflexos
condicionais. Envolve a atividade mental de ordem superior (MEYER, 1984). A
realização de uma resposta emocional, tanto na música, quanto na vida diária,
requer consciência e julgamento do estímulo e da situação na qual se encontra
a atividade. Trata-se da relação entre pensamento, emoção e música. Uma
cadência modal progressiva, por exemplo, pode gerar diferentes estímulos, se
estiver no contexto do século XVII ou XVIII.
A expectativa obedece às leis psicológicas da vida mental. É um produto
de respostas habituais que foram desenvolvidas em ligação aos estilos musicais
particulares em conjunto com os modos de percepção humana, mas não se trata
de simples contágio, já que a atividade humana na cultura é muito mais complexa
do que isso (VIGOTSKI, 2001). Na anatomia de uma música, um padrão de
expectativa gerado em sua estrutura, uma progressão, por exemplo, pode ser
considerado como uma norma. Um desvio disso pode ser considerado como um
estímulo emocional. Desse modo, é difícil pensar em um ouvinte passivo, um
mero espectador sem emoções próprias e singulares.
Assim, a crítica de Eco (2006) à Meyer carece de fundamento suficiente,
pois ele parece desconhecer a natureza psicológica da reação estética,
ignorando as experiências culturais vivenciadas pelo ouvinte. Crê-se que, tanto
7
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
8
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
9
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
10
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
11
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
12
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
Referências
13
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X
Revista Brasileira da Pesquisa Sócio-Histórico-Cultural e da Atividade
Brazilian Journal of Socio-Historical-Cultural Theory and Activity Research
14
Volume.2 Número.1 2020
ISSN 2596-268X