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PENSAMENTO SISTÊMICO: DIAGNOSTICANDO A VISÃO DO TODO

Ivanilde Scussiatto Eyng (UEPG/UTFPR) adm.ivanilde@uol.com.br


Dálcio Roberto dos Reis(UTFPR) dalcio@ppgte.cefetpr.br

Resumo
O pensamento sistêmico é a quinta disciplina e se apresenta às pessoas e organizações como
forma de auxilio a compreensão das políticas e estratégias utilizadas pelas empresas. Este
trabalho procura conceituar as organizações que aprendem, o pensamento sistêmico, suas
leis e tem por objetivo diagnosticar a existência da quinta disciplina em duas turmas de
acadêmicos, do 4º Ano do Curso de Administração da Universidade Estadual de Ponta
Grossa no Paraná, fazendo um paralelo com um grupo de gestores ligados a empresas da
cidade de ponta Grossa. Foi utilizado procedimento técnico a revisão de literatura e estudo
de caso com apoio de questionários. Através dos resultados foi possível diagnosticar que os
gestores e os acadêmicos pesquisados apresentam comportamentos que identificam a
existência do pensamento sistêmico. Porém, existem inseguranças comuns aos dois grupos
pesquisados, conforme resultados demonstrados nos percentuais, onde a visão do todo, forma
de pensar e interagir pode vir a ser desenvolvida possibilitando a interação necessária, para
que tanto as pessoas como as organizações atinjam seus objetivos.
Palavras-chave: Pensamento sistêmico; Diagnóstico; Visão do todo; Organizações que
aprendem.

1. Introdução
A organização vista como “máquina” já não se aplica há nossos dias, porém ainda
existe grande dificuldade para as empresas tomarem consciência de si próprias como
organizações vivas, ou seja, ver a empresa como um organismo vivo em um processo de
transformações e aprendizado contínuos, é nesse sentido que o pensamento sistêmico passa a
fazer parte do dia-a-dia das empresas.
Porém ainda, ainda existem dificuldades nas empresas, principalmente nas
organizações tradicionais, pois o antigo paradigma de que manda somente as pessoas que
estão na alta direção e obedecem as pessoas que estão na linha. E nessas organizações tudo é
criado no topo, a visão, as estratégias, as políticas, etc. o que vem a dificultar o processo
decisório, pois, mudanças internas significativas se fazem necessárias para que as empresas se
mantenham no mercado.
Desta forma, as mudanças mais intensas e profundas, de acordo com Senge (1999,
2004) estão concentradas principalmente naqueles que ocupam posições de influência e
poder. Por isso, enfatiza para que ocorram as mudanças significativas é necessário incluir-se à

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cultura organizacional, a capacidade de adaptação e evolução, no refletir e pensar em
conjunto, nos relacionamentos mais abertos e mais confiantes, na visão compartilhada e
sistêmica além de um pensar mais criativo sobre o futuro através de aspirações conjuntas que
orientam a maioria dos esforços.
Comenta que se faz necessário se ter uma visão clara do todo, muito além, de uma
visão de que o mundo não tem relação entre si, que é feito de partes, de forças separadas.
Visão esta, que vem sendo desmistificada pelas idéias e ferramentas apresentadas por Senge
(2004) em seu livro “A Quinta Disciplina”: arte e prática da organização que aprende. Sendo
que o pensamento sistêmico é a quinta disciplina e pode ser considerado o alicerce
fundamental da organização que aprende, cujo papel essencial o de integrar todas as demais
disciplinas, que são: o domínio pessoal, os modelos mentais, a visão compartilhada e a
aprendizagem da equipe.
O presente trabalho procura conceituar o pensamento sistêmico, suas leis e tem por
objetivo diagnosticar a existência da quinta disciplina nos acadêmicos dos 1ºs e 4ºs anos do
Curso de Administração da Universidade Estadual de Ponta Grossa no Paraná. Os originais
devem ser redigidos na ortografia oficial e digitados em folhas de papel tamanho A4. As
margens (superior, inferior, lateral esquerda e lateral direita) devem ter 2,5 cm. Os trabalhos
deverão contemplar de 6 a 8 páginas, incluindo as referências bibliográficas. O artigo deve ser
escrito no programa Word for Windows, em versão 6.0 ou superior. Se você está lendo este
documento, significa que você possui a versão correta do programa.
2. Organizações que aprendem e o pensamento sistêmico
Organizações que aprendem são aquelas em que as pessoas que ampliam e
disseminam continuamente sua capacidade de criar os resultados que verdadeiramente
almejam para si, Senge (2004). Sendo que nessas as organizações além de se estimular
modelos mais amplos de pensamento, surgindo assim surgem naturalmente os novos padrões
e formas de pensar. Além disso, dá liberdade ao forte desejo de atingir objetivos coletivos de
forma com que as pessoas possam estar aprendendo a arte do aprender a aprender.
Ou seja, as organizações que se sobressaem são aquelas abertas às mudanças rápidas,
adaptáveis e flexíveis, e que possuem o propósito de se sobressair, ou seja, de serem mais
competitivas. Para tal, as empresas necessitam obter das pessoas o comprometimento,
desenvolver a capacidade dos grupos a aprenderem continuamente em todos os níveis da
empresa, ou seja, de modo sistêmico e integrado.
O conceito de “Learning Organization” é destacado por Garvin et al. (1998), como
sendo a “organização orientada para o aprendizado, ou seja, aquela com capacidade de
adquirir continuamente novos conhecimentos”. E ainda uma organização baseada em
conhecimento segundo Garvin (2002), é uma organização de aprendizagem, a qual reconhece
o conhecimento como um recurso estratégico, e cria conhecimento que pode ser processado
internamente e utilizado externamente, aproveitando o potencial de seu capital intelectual,
onde o trabalhador do conhecimento é o componente crítico.
Desta forma, quando as equipes tiverem desenvolvido sua capacidade de aprender, as
organizações devem ter as condições necessárias para o apoio a esses grupos, através das
ferramentas e estruturas adequadas para acompanhar e instigar a contínua reflexão, para que
com isso possam ter a visão do todo e melhor se guiarem na tomada de decisão e resolução de
problemas. Senge (2004) complementa que essas organizações conseguem expandir
continuamente sua capacidade criar seu futuro através da visão sistêmica e do aprendizado
contínuo de toda a sua equipe.

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“O que distinguirá fundamentalmente as organizações que aprendem das
‘organizações controladoras’ e autoritárias tradicionais será o domínio de determinadas
disciplinas básicas. Por isso, as disciplinas das organizações que aprendem são vitais”
SENGE (2004 p. 39). Isto é, a grande dimensão que diferencia, as organizações tradicionais
das que aprendem é que as organizações que aprendem possuem o domínio de disciplinas
básicas, o pensamento sistêmico; domínio pessoal; modelos mentais visão compartilhada e
aprendizagem da equipe.
As disciplinas da aprendizagem, idealizadas por Senge (2004, 2005), representam uma
articulação das novas habilidades de aprendizagem. Estão inclusas a capacidade das pessoas
terem bom senso e de criarem realmente visões compartilhadas, a capacidade de
desenvolvimento da capacidade de reflexão das pessoas, para que cada vez mais se
conscientizem de suas próprias convicções, de seus modelos mentais, através os
conhecimentos, hábitos e crenças determinam essa percepção e interpretação, assim como
também a capacidade das pessoas visualizarem padrões mais amplos, de modo sistêmico e
compreenderem o que é interdependência.
A Quinta Disciplina, o pensamento sistêmico, diante das mudanças aceleradas, passa a
ser um ponto de uma referência e as organizações poderão encontrar nas ferramentas apoio
para compreender questões estratégicas e políticas de grande complexidade dentro dos seus
sistemas. Interdependência pode ser usada como essencial, isto é, decisões deverão ser
tomadas de forma integrada, visualizando a empresa como um todo sinérgico.
Sendo desta forma, o pensamento sistêmico um elo que irá ligar e fundir teoria e a
prática, interagindo e integrando as demais disciplinas, o domínio pessoal, os modelos
mentais, a visão compartilhada, e a aprendizagem em equipe. Nas cinco disciplinas
enumeradas por Senge (2004), seu objetivo maior é orientar as organizações rumo ao
contínuo aprendizado, sendo que uma maior ênfase é dada à “quinta disciplina” o pensamento
sistêmico que é a visão sistema como um todo, sendo que neste sentido afirma que:
“O pensamento sistêmico é uma disciplina para ver o todo. É um quadro referencial
para ver inter-relacionamentos, ao invés de eventos; para se ver os padrões de
mudança, em vez de ‘fotos instantâneas’. É um conjunto de princípios gerais -
destilados ao longo do século XX, abrangendo campos tão diversos quanto às
ciências físicas, sociais, a engenharia e a administração.” SENGE (2004, p. 99).
Assim sendo o pensamento sistêmico visa auxiliar para que as pessoas possam
enxergar as coisas como parte de um todo e não como peças isoladas, bem como, criar e
mudar a realidade, de acordo com a necessidade. Pois é um complexo de conhecimentos e
ferramentas desenvolvidos ao longo do tempo, que servem como uma base de referência
conceitual, que irá auxiliar na percepção do mundo como uma rede de relacionamentos
integrada.
Neste contexto, Capra (1998) enfatiza que uma das características essenciais do
pensamento sistêmico é a mudança das partes para o todo, ou seja, os sistemas vivos são
totalidades integradas sendo que essas propriedades não podem ser reduzidas às partes
menores. E afirma, que as propriedades essenciais dos sistemas vivos são propriedades do
todo, isto é, nenhuma das partes possui, pois elas surgem das relações de organização das
partes, existindo apenas um padrão numa teia inseparável de relações.
Maturana (2000) complementa este pensamento ao afirmar que o atributo definitivo de
uma entidade sistêmica é o conjunto de relações entre os componentes que constituem sua
forma em um dado momento e servem como núcleo de identidade que é mantido, a despeito
das mudanças dinâmicas ao longo do tempo.

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A organização caracterizada como aprendiz, para Senge (2004), é aquela que se
envolve no aprendizado organizacional como um processo contínuo, que consegue refletir
sobre seus sistemas, deve ter habilidade pessoal, possuir modelos mentais, visão
compartilhada e aprendizado em equipe.
A base para um quadro referencial é atribuída de acordo com Senge (2004, p. 49 e 99)
ao pensamento sistêmico para que se possam ver inter-relacionamentos, ao invés de se
analisar acontecimentos isolados, ou seja, é uma disciplina que possibilita a visão do todo.
Além de que, quando as ferramentas básicas do pensamento sistêmico forem utilizadas de
forma correta podem ser construídos modelos sofisticados de gestão.
Para que desta forma, as pessoas nas organizações possam entender que o mundo não
é feito de forças separadas, e a capacidade de aprender contínua e rápida, de modo que o
“todo” de uma empresa possa ser muito mais eficaz do que a “soma de suas partes”,
transformando-se assim em uma grande fonte para a obtenção e manutenção vantagem
competitiva.
Para tanto, se deve pensar na empresa como um sistema e desta forma, segundo Senge
(2004), o resultado que se obtém é uma integração entre os processos estratégicos e gerenciais
unidos num todo harmônico e sinérgico. Porém ao se interconectar o todo e as partes são
necessários se considerar as peculiaridades dos integrantes da equipe. Pois, pessoas e
organizações possuem seu ritmo próprio, além de ser observado se cada integrante do grupo
tem consciência do seu valor, de sua identidade e da sua autêntica contribuição, fazendo que
deste modo, o todo seja diferenciado.
Porém, muitas vezes isso não o que ocorre nas organizações, pois acaba sendo dada
ênfase ao coletivo, sem vislumbrar que as pessoas antes de fazerem parte dos grupos possuem
individualidades. Sendo que isso se deve à cultura ou a padrões condicionados, impondo
padrões de comportamento, dos quais as pessoas respondem de forma mecânica, sem agregar
qualquer valor ao que está sendo feito. Para tanto, as leis da quinta disciplina busca clarificar
e amenizar alguns desses problemas que permeiam as organizações.
2.1 As leis da quinta disciplina
As leis da quinta disciplina procuram mostrar o que é necessário mudar desde a forma
de pensar, decidir e mesmo como agir no mundo empresarial, para que possa assegurar a
evolução contínua, conforme Senge (2004, p. 89:98), destacadas nas onze premissas a seguir:
1. Os problemas de hoje vem das “soluções” de ontem – Sendo que “o todo é maior do que a
soma das partes”, devendo-se desta forma, deve-se tirar proveito de situações passadas,
analisado a sua totalidade e não simplesmente interpretar de maneira que “a soma das partes é
igual ao todo”, pois, deste modo à abordagem é fragmentada e não integrada, que é o que
ocorre em organizações tradicionais, ocasionando com isso, distanciamento do todo.
2. Quanto mais você empurra, mais o sistema empurra de volta – Quanto mais esforço,
energia é gasta na resolução dos problemas, maior parece ser o esforço necessário para
resolvê-los, ou seja, quanto mais forte for à pressão, mais fortemente se terá a reação no
sentido contrário. O pensamento sistêmico auxilia na descoberta de modo natural as várias
alternativas que para a tomada de decisão, ajuda eliminar barreiras, encorajar a criatividade e
reverter a seu favor a energia gerada pela própria equipe.
3. O comportamento melhora antes de piorar - As respostas que melhoram antes de piorar.
Uma solução tomada para determinada situação parece ser maravilhosa, quando curam
primeiro os sintomas. Tudo que se faz de alguma forma irá afetar toda organização, para este
caso a sinergia e pensamento sistêmico é a melhor solução.

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4. A saída mais fácil normalmente nos leva de volta para dentro - É comum o uso de soluções
já conhecidas para resolver os problemas. Está é uma característica dos seres humanos, pois
fazem à opção por aquilo que já é de seu conhecimento.
5. A cura pode ser pior do que a doença - Na maioria das vezes, a solução fácil ou familiar
não é somente ineficaz, mas também perigosa e pode criar dependência. Uma solução mais
refinada, em áreas de maior impacto, requer maior preparo, mas também geram os melhores
resultados. Porém, geralmente não são óbvias, além de serem de longo prazo.
6. Mais rápido significa mais devagar - O ritmo mais rápido pode ocasionar o mais lento. É
neste sentido que o pensamento o pensamento sistêmico faz com que as pessoas vejam que
forçar o sistema ir além de sua capacidade natural, pode causar problemas que acabam se
tornando maiores, tornando-se ainda mais demorados do que se transcorressem de forma
natural.
7. Causa e efeito não estão próximos no tempo e no espaço -“Causa e efeito” é uma
característica vital dos sistemas humanos complexos, que está por trás de todos os problemas
existentes e que não estão próximos no tempo e no espaço. Efeitos são sintomas óbvios que
indicam a existência de problemas, já a causa se refere à interação com o sistema que está a
baixo que é o maior responsável pela geração dos sintomas, porém quando identificado, pode
gerar mudanças resultando em melhorias duradouras.
8. Pequenas mudanças podem produzir grandes resultados - O pensamento sistêmico confirma
que pequenas atitudes quando bem focalizadas podem produzir melhorias significativas e
duradouras, desde que atuem no lugar certo. Pensadores sistêmicos referem-se a esse
princípio como “alavancagem”.
9. Você pode assobiar e chupar cana, porém, não ao mesmo tempo. Algumas vezes, mesmo
em problemas mais complexos, quando analisados do ponto de vista sistêmico, acabam não
sendo tão relevantes, pois são resultados do raciocínio rápido quem vem de imediato, de
forma instantânea e não do pensamento baseado em um processo, ou seja, visualiza o todo de
uma forma mais consciente e podem ser vistos de forma diferente do que quando se analisar
conscientemente as mudanças ao longo do tempo.
10. Dividir um elefante ao meio não produz dois pequenos elefantes - Sistemas vivos têm
integridade e sua natureza depende do todo. Da mesma forma, ocorre com as empresas, que
para que possa compreender questões gerenciais mais complexas é preciso se ter visão to
todo, ou seja, ver o todo o processo causador do problema. A grande dificuldade para a prática
desse principio é a maneira como as organizações são projetadas.
11. Não existem culpados - Lançar mão ao artifício de culpar pessoas ou circunstâncias
internas ou externas pelos problemas surgidos, é uma tendência natural do ser humano. Neste
contexto, o pensamento sistêmico mostra que não existe “lá fora”, que a pessoa é a causa de
seus problemas e que faz parte de um único sistema e requer postura coerente e
comprometida.
Como forma de orientação às organizações ao contínuo aprendizado, Senge dedicou
especial ênfase à Quinta Disciplina, o pensamento sistêmico, em que propôs as leis da quinta
disciplina, objetivando que pessoas e organizações cada vez mais se direcionem ao
aprendizado contínuo.
3. Metodologia da pesquisa
O procedimento técnico da revisão de literatura foi utilizado para ampliar a análise dos
dados e dos conceitos teóricos envolvidos no tema, bem como para o embasamento do

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questionário, de igual teor aos dois grupos pesquisados, destacando-se principalmente o livro
A Quinta Disciplina: arte e prática da organização que aprende de Peter Senge (2004).
Na concepção de Yin (2005) o estudo de caso é um estudo empírico que investiga um
fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade. Para a coleta de dados, o instrumento
utilizado foi o questionário, que de acordo com Lakatos e Marconi (2001), “é constituído por
uma série de perguntas ordenadas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do
entrevistador”. O universo da pesquisa teve como perfil dos respondentes do meio acadêmico,
duas turmas do 4ºano - Curso de Administração da UEPG - Universidade Estadual de Ponta
Grossa -PR, sendo que o tamanho da amostra foi de 79 alunos, para os quais foi distribuído
questionários, foram devolvidos 58 formulários preenchidos, com um percentual de 73% de
aproveitamento de questionários. No grupo dos gestores, a nível gerencial, supervisão e
coordenadores de empresas cidade de Ponta Grossa - PR, o tamanho da amostra foi de 34
questionários enviados, tendo sido devolvidos 20 formulários preenchidos, perfazendo
percentual de 59% de aproveitamento dos questionários.
4. Resultados
O estudo procurou no universo da pesquisa diagnosticar a existência da quinta
disciplina - o pensamento sistêmico de Peter Senge. Sendo que no meio acadêmico, pesquisa
que abrangeu as duas turmas: 4º Ano do Curso de Administração da UEPG, os resultados
demonstram que dos 58 alunos pesquisados, 56% dos possuem segurança em relação a
disciplina, já 38 % mostraram-se através da respostas, parcialmente seguros e um índice de
6% dos acadêmicos se sentem inseguros em relação ao pensamento sistêmico, conforme
Gráfico 1:
Gráfico 1 – Pensamento Sistêmico: Acadêmicos 4ºs Anos Administração

60% 56%

50%
38%
40%
30%
20%
10% 6%

0% Sentem-se seguro s
P ensamento Sistêmico P arcilamente seguro s
A cadêmico s: 4ºs A no s A dm
Inseguro s

Fonte: dados da pesquisa


Com relação à pesquisa realizada com os gerentes, supervisores e coordenadores de
empresas cidade de Ponta Grossa – PR, é possível observar no Gráfico 2 abaixo, que do total
dos 20 pesquisados destes, 57% apresentaram segurança em relação aos questionamentos, ou
seja, possuem as características estão direcionados aos objetivos e à visão sistêmica.
Existem ainda 38% dos pesquisados das empresas que sentem-se parcialmente
seguros, o que representa um resultado significativo, pois o resultado leva a crer que estão
tendo dificuldade em visualizar a empresa como um todo e 5% sentem-se inseguros no que se
refere ao pensamento sistêmico, conforme mostra o gráfico 2.

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Gráfico 2 – Pensamento Sistêmico: Gestores das Empresas
60% 57%
50%
38%
40%
30%
20%
10% 5%
0% Sentem-se seguro s
P ensamento Sistêmico
P arcilamente seguro s
Gerentes, superviso res e
co o rdenado res Inseguro s

Fonte: dados da pesquisa

Os resultados obtidos demonstram índices similares praticamente sem variação entre


ambos, sendo que no nível de segurança variou somente 1% a maior para os profissionais das
empresas, já nos que estão parcialmente seguros houve empate e na insegurança 1% de
variação em relação à insegurança demonstrada pelos alunos.
Nos resultados observa-se o fato de que basicamente que entre os dois grupos
pesquisados o grau de segurança dos gestores de 58% e dos acadêmicos é de 57%. Já nos
parcialmente seguros e os inseguros soma apresentam 43% dos gestores e dos 44% dos
acadêmicos de 43% se sentem parcialmente seguros ou inseguros. Esses índices similares se
justificam pelo fato de que os acadêmicos em sua grande maioria também possuem atividades
profissionais nas empresas e também por estarem em seu último ano de graduação e estarem
num aprendizado contínuo.
Através dos resultados foi possível diagnosticar que os 20 empresários e os 58
acadêmicos pesquisados apresentam comportamentos que identificam a existência da quinta
disciplina - o pensamento sistêmico, conforme índices de 58% dos gestores e de 57% dos
acadêmicos que demonstraram através das respostas terem segurança.
Porém o que chama a atenção é o fato de que entre os dois grupos pesquisados os
índices apresentados dos gestores de 43% e dos acadêmicos de 44% se sentem parcialmente
seguros ou inseguros em relação à visão sistêmica do todo, ou seja, não apresentam segurança
em relação ao pensamento sistêmico, o que leva a crer que os pesquisados sentem dificuldade
em ver as coisas como parte de um todo.
A estes resultados uma explicação pode ser dada, através da análise do pensamento
sistêmico elaborado por Senge (2004), onde explica que desde muito cedo as pessoas são
ensinadas a dividir os problemas, a fragmentar o todo, com a justificativa de facilitar tarefas e
questões complexas e isso pode ocorrer nas várias situações do cotidiano. É neste sentido que
o pensamento sistêmico tem por objetivo ajudar a visualizar, além de como criar e mudar a
sua realidade, de acordo com seus ideais. Além de ajudar segundo Senge, (2004, p. 40) na
percepção do mundo como uma rede integrada de relacionamentos, e ainda que seja, “um
quadro de referência conceitual, um conjunto de conhecimentos e ferramentas desenvolvido
ao longo do tempo”.

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5. Conclusões
Através dos resultados foi possível diagnosticar nos dois grupos pesquisados, os 20
gestores e os 58 acadêmicos, apresentam comportamentos que identificam a existência da
quinta disciplina - o pensamento sistêmico, conforme índices de 58% dos gestores e de 57%
dos acadêmicos que demonstraram através das respostas terem segurança. Porém o que chama
a atenção é o fato de que entre os dois grupos pesquisados os índices apresentados dos
gestores de 43% e dos acadêmicos de 44% se sentem parcialmente seguros ou inseguros em
relação à visão sistêmica do todo, ou seja, não apresentam segurança em relação ao
pensamento sistêmico, o que leva a crer que os pesquisados sentem dificuldade em ver as
coisas como parte de um todo.
Uma justificativa pode ser dada aos resultados obtidos nos dois grupos pesquisados,
através da análise do pensamento sistêmico elaborado por Senge (2004), em que enfatiza que
as pessoas desde muito cedo são ensinadas a dividir os problemas, a fragmentando o todo,
para que com isso possam facilitar suas tarefas e resolver mais rapidamente questões
complexas. É neste sentido que o pensamento sistêmico tem por objetivo ajudar a visualizar,
além de como criar e mudar a sua realidade, de acordo com seus ideais. Além disso, auxilia
numa melhor percepção do mundo como uma rede integrada de relacionamentos.
Conclui-se ainda que o pensamento sistêmico além de ser a disciplina que integra às
disciplinas da aprendizagem e a empresa como um todo, trata de aspectos importantes e
necessários para que não se perca a noção do todo, quando da resolução dos problemas, na
tomada de decisões, inovando e aprendendo continuamente, pois, a cada vez mais as decisões
estão mais dinâmicas e com um maior grau de complexidade, num mundo globalizado e cada
vez mais interconectado.
Referências
CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida – Uma Nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos. São Paulo:
Cultrix, 1998.
GARVIN, David A.. Aprendizagem em Ação – Um Guia para Transformar sua Empresa em uma Learning
Organization. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.
GARVIN, David A. et al. Learning organization: Aprender a aprender. HSM Management 9 julho – agosto
1998.
LAKATOS, Eva Maria ; MARCONI, Marina de A. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo:
Atlas, 2001.
MATURANA, Humberto R.. Da Biologia à Psicologia. Porto Alegre: Artmed-Bookman, 2000.
SENGE, Peter et. al. Escolas que Aprendem: um guia da Quinta Disciplina para educadores, pais e todos que
se interessam por educação. (Tradução Ronaldo C. Costa). Porto Alegre: Artmed, 2005. 335 p.
SENGE, Peter M. A Dança das Mudanças: os desafios para manter o crescimento e o sucesso em organizações
que aprendem. 7ª ed. (Tradução de Bazán Tecnologia e Lingüística). Rio de Janeiro: Campus, 1999. 676 p.
SENGE, Peter M. A Quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende 16. ed. (Tradução: OP
Traduções). São Paulo: Editora Nova Cultural, 2004. 443 p.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.

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