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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CENTRO DE EDUCAÇÃO, LETRAS E ARTES – CELA


CURSO LICENCIATURA EM LETRAS INGLÊS
DOCENTE: ADRIANA RIBEIRO DOS SANTOS

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA FILHO

O PROCESSOR DE FEMINIZAÇÃO DO MAGISTERIO

RIO BRANCO - AC
2021
O PROCESSOR DE FEMINIZAÇÃO DO MAGISTERIO

João Carlos de Oliveira filho

INTRODUÇÃO:

O seguinte ensaio tem como objetivo apresentar e transcrever sobre o


árduo processo de feminização do magistério Brasileiro, desenvolvendo e ao
mesmo tempo compreendendo os aspectos históricos do definido tema,
iniciando pelo processo que levou à docência se tornar uma vasta experiencia
profissional para as mulheres, passando pela caracterização dos aspectos
culturais e sociais e a contribuição e envolvimento no aspecto político.

DESENVOLVIMENTO:

Para iniciarmos este ensaio, devemos voltar aos primórdios do processo de


feminização do magistério e salientar o quanto foi lento este processo, mas que
de repente explodiu assustadoramente.

Não sabemos ao certo o período da inserção da mulher na profissão


docente, mas destacasse ao que ao longo do séculos XIX no Brasil ouve uma
expansão da escolarização nos mais diversos grupos, principalmente com a
inclusão das meninas na salas de aula e que foi um ponto crucial para esta
temática. Mas devemos nos dar conta que este processo não foi de forma
tranquila, muito pelo contrário, foi um processo cheio de luta contra o
machismo e o preconceito.

Por isso podemos dizer que dês de sempre a mulher foi diminuída,
penalizada e desacreditada pela sociedade e inclusive pela igreja que
determinava os preceitos a serem seguidos, assim a mulher era designada
única e exclusivamente para cuidar da casa, dos filhos e do marido.
Mas é ao fim do século XIX que as engrenagens começam a girar com a
modernização da sociedade, a higienização familiar e a construção da
cidadania de jovens e assim oportunizando a formação docente feminina.

Entretanto a preocupação de afastar qualquer degradação do trabalho


que pudesse ser comparada a escravidão e a intenção de vincular o lema
ordem e progresso fez com que a classe política passasse a agrupar as
mulheres das camadas mais populares (Louro, 2004, p.447),
consequentemente as controlando e marginalizando com certas regras de bons
costumes e comportamento bens vistos pela sociedade dominante.

E é com todo este processo de inserção de mulher na graduação,


vinculado com a grande explosão do mercado de trabalho industrial, que os
homens passam a largar a docência para ingressar em outras profissões que
ofereciam uma remuneração melhor, consequentemente estas vagas das
escolas que foram escanteadas pelos homens passaram a ser tomadas peso
pelas mulheres.

Em detrimento a este espaço deixado pelo homem e acolhido pelas


mulheres LOURO, 1997,2004, evidencia o surgimento de duas opiniões
divergentes e muito polemica na sociedade em geral, um grupo da sociedade
considerava uma insensatez entregar a educação das crianças a mulheres
totalmente despreparadas e com o cérebro pouco “desenvolvido”, e do lado
opostos outro grupo defendiam a docência feminina com afirmações
defendidas pela ideia da professora era olhada como uma mãe, pois elas
tinham “ por natureza” uma aptidão com as crianças, por consequência um
maior cuidado nas salas de aula.

A meu ver os dois pontos levantado pelo autor, possuem um grande


grau de machismo e preconceito, além de só constatar o quanto a sociedade
era e ainda é limitada nos seus pensamentos.

Contudo a mulher além de praticar à docência, ela também tinha que se


desdobrar no cotidiano familiar, as casadas sendo exigidas e controlada pelo
marido ou as solteiras sendo pressionada pelos pais e sociedade a arrumarem
um marido logo. E é seguindo neste tema que se inicia uma chamada
caracterização que é atribuída a imagem da docente. Segundo (POLLOCK,
1990), a usual expressão imagem como a implicação de um mundo ou
realidade concreta que são descritos ou visualizados, ou seja, as imagens
refletem, reproduzem ou falseiam a realidade.

Recordando que as representações de professoras ao longo dos


tempos, tiveram um papel ativo fundamental na construção das docentes, estas
representações que fabricaram o ser professora, deram sentido ao que era e o
que é ser professora, (LOURO,2004, p.464).

Entre estas representações está o termo “solteirona” que era


caracterizada pela sociedade, toda mulher que estava inserida no cotidiano
escolar, dando aula, em vez de estar cuidando de hipotéticos filhos e ou
marido, e consequentemente estas mulheres eram consideradas falhas, pois
não cumpriam a missão “fundamental” de uma mulher. Entretanto estas
mulheres usufruíam vantagens que outras mulheres não tinham, por exemplo
elas possuíam uma atividade remunerada, de modo garantir uma
independência financeira.

Em contraponto a representação de solteirona, surge nos anos 50 o


termo professorinha normalistas, que eram caracterizadas pelas moças que
recentemente saíram graduação e que são ditas puras e ingênuas, assim
sendo o orgulho dos seus pais e o sonho dos jovens da época.

E é nesta mesma época que segundo LOURO, 1995, que se ampliava e


psicologizava cada vez mais a prática docente. Por tanto transformando as
professoras em educadoras, corretoras dos discentes fora dos “padrões”
determinados socialmente.

Dando sequência na linha cronológica dos fatos destacasse que nas


década seguintes, período do regime militar, onde se possuía um discurso de
eficiência e produtividade, surge a representação das profissionais do ensino,
que tinham o discurso de extinguir o improviso e produzir uma educação eficaz.
Entretanto neste mesmo período surge a representação da “tia” que conforme
a análise de NOVAES,1984, cabe a elas darem afeto, onde não se
preocupavam com as deliberações mais importantes e acabavam
desenvolvendo um falso parentesco com as crianças.
Ao decorrer dos anos e com a metamorfose da docência exercida pela
mulher através da profissionalização delas, surge a proletarização da categoria
docente, na qual surgiu para a reivindicação do baixo salário e pela
equiparação da docência com o trabalho industrial. Diante disto a classe passa
cada vez mais travar lutas por reivindicação de melhorias semelhante as
reivindicações da classe operariam.

E é com estas reinvindicação e a criação de sindicatos que lutavam


através de greves e manifestações, e que possuíam na sua grande maioria as
mulheres como líderes e porta voz das palavras de ordem que surgiu a
trabalhadora da educação.

LOURO,1995, propõe que estas professoras devem ser capazes de


paralisar as aulas, gritar palavras de ordem nos palácios e sedes do governo,
publicar sua condição salarial e não mais ser a “tia”, ou seja está nova
professora se tornou um mulher docente, forte, e com ideais firmes, totalmente
da caracterizada professorinha.

CONCLUSÃO:

E foi com a leitura dos textos e as aulas sobre o tema que se pode ter uma
certa compreensão do quão difícil a arrastado este processo; principalmente
levando em conta as mudanças sociais, culturais e políticas que o país passou,
dês do processo de independência até a urbanização e industrialização. Porém
cada vez mais que a mulher foi se inserindo no magistério, mas ela era
caracterizada pelas mais diferentes representações culturais, algumas de
empoderamento e outras de pra depreciação. Entre tudo devemos
compreender que estas mulheres docentes fazem parte da história do Brasil e
ajudaram a escrever e desenvolver a nossa sociedade, mesmo com os mais
diversos obstáculos, com as lutas de aperfeiçoamento das condições de
trabalho até a luta contra a violência patriarcal e política.

FIM

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