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Guia de

Recomendações

Ana Araújo - Duke University '19


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Propósito:
O processo de candidatura para uma universidade americana é holís5co, ou seja,
envolve não só a escrita de provas, como também a elaboração de redações e a
apresentação de cartas de recomendação. As cartas de recomendação são
geralmente escritas por professores do aluno e têm uma papel crí5co na aceitação de
estudantes em várias universidades. As cartas fornecem relatos dos pontos fortes do
aluno e oferecem uma visão única do professor sobre o potencial desse estudante.

Autor da Carta:
• A grande maioria das universidades pede que o aluno envie 3 cartas de
recomendação. As cartas deverão ser escritas por:
• 2 professores
• 1 coordenador/diretor da escola

• Cada universidade americana tem seus pré-requisitos específicos em relação à carta


de recomendação. É obrigação do aluno pesquisar sobre a faculdade de interesse e
tomar nota das especificações. Certas faculdades pedem que as cartas de
recomendação sejam escritas por professores de diferentes áreas, por exemplo, um da
área de humanas e um da área de exatas. A maioria das faculdades, entretanto, pede
que as cartas sejam escritas por dois professores do aluno, quaisquer que sejam as
matérias que esses professores lecionem. Estes professores devem ter dado aula em
pelo menos um dos úl5mos dois anos de ensino médio para o aluno.
• Algumas poucas universidades permitem que o autor da carta de recomendação não
seja o professor do aluno. Nesse caso, é possível que outras pessoas ligadas ao aluno
redijam a carta, como por exemplo um técnico espor5vo, um professor de música ou
qualquer outro 5po de mentor. Não é recomendável que pais, irmãos ou parentes do
aluno par5cipem da escrita da carta, pois esse documento deve conter a perspec5va
imparcial de alguém que conviva com o estudante fora do ambiente residencial e
familiar. Também não é recomendável que essa carta seja escrita por algum amigo do
estudante.
• Caso a faculdade para a qual o estudante esteja aplicando permita que o aluno
submeta cartas de recomendação adicionais, essas deverão ser mandadas somente se
acrescentarem algo que a(s) carta(s) obrigatórias não conseguiram relatar. Por
exemplo, se o aluno achar que a pessoa que escreverá a carta de recomendação
opcional conseguirá mostrar uma qualidade/perspec5va do aluno que não foi coberta
pelos professores que escreveram a carta obrigatória, a carta opcional pode ser
subme5da. Caso contrário, a carta opcional não deve ser escrita, pois ao invés de
contribuir para a aceitação do aluno, pode atrapalhar o avaliador da candidatura.
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• A escolha do professor que escreverá a carta deve ser feita levando em consideração
o relacionamento do aluno com esse professor. É essencial que o aluno tenha um bom
relacionamento com o professor, ou seja, o professor precisa conhecer o aluno não só
por seu desempenho acadêmico, como também por sua personalidade e
caracterís5cas pessoais. Caso não tenha tanta in5midade com seus professores, não
se preocupe! Marque de sentarem para conversar sobre suas metas, ambições e o que
você está fazendo no momento. Breves interações como lanches ou almoços podem
fazer toda a diferença.

Waiver:
• O site do Common Applica5on permite que o autor da carta de recomendação crie
uma conta própria (não vinculada a do aluno) e digite a carta diretamente no site, além
de possibilitá-lo a responder algumas perguntas sobre o aluno (você).
• O Common App permite que você assine uma declaração comunicando que não leu
ou teve qualquer contato com sua carta de recomendação. É recomendável que o
aluno assine essa declaração (waiver), pois mostra que a carta foi o mais imparcial
possível, ou seja, o conteúdo da carta retrata somente a opinião e perspec5vas do
autor da recomendação.

Tradução:
• A carta de recomendação final deve ser em inglês.
• Caso o autor da carta não esteja extremamente confortável com a língua inglesa, é
recomendável que a carta seja escrita em português e depois traduzida para o inglês.
• A tradução pode ser feita de algumas maneiras, explicadas abaixo, porém não deve
envolver o aluno; é importante que o aluno não tenha nenhum 5po de contato com o
conteúdo da carta.
• O professor pode entregar a carta lacrada em mãos para o aluno e o aluno pode
pagar um tradutor para efetuar a tradução. A tradução da carta não precisa ser
juramentada.
• A outra opção de tradução é através do professor de inglês da escola. O autor
da carta pode entregá-la ao professor de inglês, quem fará a tradução do
documento. Nesse caso o aluno não precisaria ser intermediário nem mesmo
financiar a tradução. Caso vários alunos da escola estejam interessados em
traduções para as cartas, a diretoria pode, por exemplo, recolher todas essas
cartas diretamente dos professores que as escreveram e entregá-las ao
professor de inglês.
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• Comitês de admissão precisam que a informação escrita na carta de recomendação


seja creditada de alguma forma. A melhor maneira de fazer isso é detalhar ao máximo
a carta, sempre mostrando exemplos que suportem as afirmações feitas, sempre
evitando generalizações. É importante também que hipérboles sejam evitadas, como
“Ela é a melhor aluna para a qual eu dei aula em meus vinte anos como professor” ou
“Ele é o aluno mais inteligente que eu conheço.”
• Algumas perguntas que o professor pode fazer a si próprio no momento de escrever a
carta são:
• O aluno demonstra uma vontade intelectual de se arriscar e ir além da
experiência normal em sala de aula?
• O aluno tem uma competência, talento ou habilidade de liderança únicos?
• O que mo5va esse aluno?
• Como o aluno interage com professores? Com colegas? Descreva a
personalidade dele(a) e habilidades sociais.
• O que o professor lembrará mais desse aluno?
• O aluno já experienciou frustração ou insucesso? Se sim, como o aluno reagiu?
• Há alguma circunstância familiar desse aluno incomum da qual a universidade
deve ser informada?
• O professor pode se encontrar com o aluno para discu5r os obje5vos acadêmicos e
de carreira do aluno, a escolha das universidades e a5vidades extracurriculares que
possam ser relevantes para a candidatura. Descobrir por que o aluno escolheu uma
universidade específica pode ajudar o autor da carta a redigi-la.
• É interessante que o professor não só mencione caracterís5cas do aluno, como
também exemplifique situações em que essas caracterís5cas puderam ser
observadas. Escrever sobre momentos de interação entre o aluno e o professor é
vantajoso.
• O corpo da carta deve conter experiências e convívios entre aluno e professor que
reflitam caracterís5cas do aluno como qualidades pessoais, intelectuais, interesses,
talentos, relacionamento com outros colegas, entre outras.
• É importante mencionar que a carta deve ser escrita levando em consideração aquele
aluno em específico. Uma carta sem muitas caracterís5cas e opiniões pessoais únicas
sobre aquele aluno específico é uma carta fraca e não acrescentará nada sobre o
perfil do aluno à universidade, podendo atrapalhar a candidatura.
• Não é necessário mencionar informações (como notas, por exemplo) que já foram
cobertas por outro 5po de documentação da candidatura.
• A carta não deve, de forma alguma, mencionar o nome de uma universidade
específica na plataforma Common App. As mesmas cartas serão enviadas para todas
as universidades do Common App, por isso deve ser imparcial quanto às
universidades.
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Amostra do Corpo de uma Carta de Recomendação – MIT
It is a great pleasure for me to recommend David for admission to MIT. He is one of
the most extraordinary students I have encountered in 20 years of teaching. I taught
David A.P. Calculus last year as a tenth grader, and he was one of the very top students
in an extremely able group of mostly seniors. He has a high ap5tude for math and was
very much involved in his work, applying himself with persistence and dedica5on and
oken going beyond the regular class assignments.

David's abiding interest, however, is computer science. He has developed a


series of "strands" for use in providing computerized drill and review in the basic skills
and techniques of algebra and arithme5c and has recently adapted these to other
subjects. David's work in this area has been so original and significant that he has
published a paper on it and delivered several lectures to professionals in other parts of
the country. This is a phenomenal accomplishment for anyone, especially a young man
in rural Arkansas. It is also worth no5ng that both last year and this year David taught
computer programming to a tenth grade class of mine for two weeks. He took over
completely, preparing lectures, assignments, and tests with great care and thought. His
lectures were clear and well organized, and it was obvious that he had expended a
great deal of effort to make the course the success that it was.
David's personal quali5es are as impressive as his intellectual
accomplishments. An extremely kind, sensi5ve and sensible boy, he has had a difficult
family situa5on for a few years now. He provides emo5onal support to his mother
through her baple with cancer without allowing the situa5on to undermine his own
stability and accomplishments. He has exhausted all that we have to offer him in this
small community, and the maturity that he has demonstrated leads me to believe him
capable of entering college a year early, as he now plans to do. I sincerely hope that
you will be able to offer him a place in MIT's freshman class.

Referência - hpp://mitadmissions.org/apply/prepare/wri5ngrecs

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