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A ameaça nuclear da Guerra Fria

Assim que terminou a Segunda Guerra Mundial, a Europa estava destruída e duas jovens
super potências surgiam: Estados Unidos e União Soviética. Aliados contra Hitler, a amizade entre
as duas, no entanto, não durou muito e rapidamente e as duas nações que uma vez foram aliados
estavam agora de costas viradas a conspirar um contra o outro.
A separação irreconciliável veio a partir das negociações de retirada das tropas da Europa.
Os soviéticos insistiam em manter sua influência nos territórios pelos quais lutaram, ou seja, os
países de leste Europeu que ficaram conhecidos como repúblicas populares, paíse como Polónia,
Roménia e Jugoslávia, do lado ocidental os EUA ergueram bases militares na Alemanha, Itália e
Turquia. A fevereiro de 1947, o na altura presidente Harry Truman discursou no Congresso
americano e afirmou que iria lutar sem tréguas contra a expansão comunista da URSS, reforçada
pela Rutura da Grande Aliança e nas doutrinas de Truman e Jdanov.
Até 1949 os Estados Unidos eram o único país do mundo com um arsenal nuclear, ano em
que a URSS testou a sua primeira bomba atómica, assim tornou-se real a probabilidade da
existência de um confronto nuclear que levaria à destruição do mundo como o conhecemos,
podemos observar no doc.A a escalada de todos os engenhos atómicos obtidos com o único
propósito de se mostrar superior ao outro e destruir o inimigo, só em 1972 os EUA tinham 1054
misseis intercontinentais e a URSS 1528. m 1952, 7 anos após o bombardeamento em Hiroshima,
os Estados Unidos já testavam a bomba de hidrogénio, milhares de vezes mais potente que a
bomba nuclear e em 1961 a URSS testa a mais potente arma nuclear alguma vez já detonada, a
Tsar bomb com poder de cerca de 54 megatons. Todo este clima de incerteza e ansiedade afetou
e muito a cultura e o modo de viver das pessoas na guerra fria.
Nas décadas de 50 e 60 movimentos pacifistas começavam a crescer proclamando apelos
de paz, o movimento mais famoso era o CDN ou Campanha de Desarmamento Nuclear doc. B
que criou diversos cartazes com o intuito de apelar à paz e ao desarmamento nuclear no mundo
inteiro, o seu símbolo popularizou-se como “Símbolo da paz”. Os seus apelos tratavam-se de
exigências feitas aos governos afim de erradicar a ameaça nuclear do planeta “Nós exigimos a
interdição absoluta da arma atómica, arma de terror e de extermínio de populações.” “Nós
consideramos que o governo que primeiro utilize, contra qualquer país, a arma atómica, cometerá
um crime contra a humanidade e deve ser tratado como um criminoso de guerra.”.
Com toda esta tensão os governos das duas potências criaram aquilo que seriam regras
de sobrevivência num possível ataque nuclear doc.C. Diversas iniciativas públicas e privadas
visavam criar uma conduta de sobrevivência da população, da mesma maneira que atualmente se
fazem exercícios de preparação para terramotos, as pessoas da altura tinham exercícios e eram
instruídas a se protegerem de ataques nucleares, um exemplo muito famoso é o do Duck and
cover, onde o cidadão teria de se encolher em posição fetal e utilizar as mão para proteger o
pescoço e a medula doc.C2. Organizações como a defesa civil servia como proteção civil afim de
instruir as pessoas doc.C1 e empresas vendiam e construíam abrigos subterrâneos, chamados de
Bunkers, estas estruturas propunham proteger os cidadãos da aniquilação atómica com todo o
conforto da vida americana doc.C3, uma peça de media que retrata muito bem este conceito de
esconderijo subterrâneo é a série de videojogos Fallout onde uma empresa fictícia constrói
abrigos subterrâneo e enriquece graças aos mesmos.
Panfletos eram dados à população pela Defesa Civil, como mostra o doc.C4 onde
exemplos hipotéticos de ataques que poderiam acontecer, contavam um cenário destruído e
perturbador ao leitor afim de criar medo, ansiedade e precaução à população “Presos nas ruínas
estão os mortos e os feridos-pessoas que você conhece, pessoas que lhe são próximas.” ou ainda
“À sua volta, vagueiam outros sobreviventes, desfeitos de dor, frenéticos, desnorteados.”
incentivando o leitor a tomar a iniciativa e a não se deixar levar pelo pânico “Noventa por cento de
todas as medidas a tomar depois de uma explosão atómica dependem da perversão do pânico
entre os sobreviventes nos primeiros 90 segundos. Tal como a bomba A, o pânico desintegra-se.”.
Embora houvesse uma tentativa de sensibilizar e preparar a população, era ineficácia visto que a
propaganda apenas incitava ao medo e à paranoia dos cidadãos não de forma produtiva.

Gonçalo Pólvora nº2 12ºL2


Disciplina de História
Professora: Ana Teresa Ribeiro

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