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Sexta-feira, 14 de maio de 2021 I Série


Número 51

BOLETIM OFICIAL
3 744000 000000

ÍNDICE
ASSEMBLEIA NACIONAL

Secretaria – Geral:
Retificação nº 92/2021:
Retificando a publicação feita de forma inexata no Boletim Oficial nº 15, I Série, de 11 de fevereiro de 2021,
a Lei nº 117/IX/2021, que procede à quarta alteração ao Código Penal, aprovado pelo Decreto-Legislativo
nº 4/2003 de 18 de novembro...............................................................................................................1574
CONSELHO DE MINISTROS
Decreto-lei nº 41/2021:
Regula o acesso e exercício da profissão de Empregado de Mesa e Bar.......................................................1574
Decreto-lei nº 42/2021:
Regula o acesso e exercício da profissão de Guias de Turismo....................................................................1578
Decreto-lei nº 43/2021:
Regula o acesso e exercício da profissão de Pasteleiro................................................................................1582
Decreto-lei nº 44/2021:
Regula o acesso e exercício da profissão de Rececionista de Hotel...............................................................1586
Decreto-lei nº 45/2021:
Regula o acesso e exercício da profissão de Cozinheiro.................................................................................1590

Resolução nº 57/2021:

Fixa pensão de sobrevivência às cidadãs referidas na tabela anexa à presente Resolução...............1593

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1574 I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021

ASSEMBLEIA NACIONAL dos consumidores a produtos e serviços de qualidade,


ambos valores constitucionais, mas também o incentivo
–––––– à qualificação de profissionais para a prestação dum
serviço de qualidade, em especial no domínio turístico,
Secretaria – Geral um setor com muito potencial de desenvolvimento para
Cabo Verde.
Retificação nº 92/2021
O presente diploma regula o acesso e exercício da
de 14 de maio profissão de Empregado de Mesa e Bar, integrante da
família profissional de Hotelaria, Restauração e Turismo.,
Por ter sido publicada de forma inexata no Boletim pelo que, doravante, nenhuma entidade empregadora,
Oficial nº 15, I Série, de 11 de fevereiro de 2021, a Lei quer seja ela pessoa individual ou coletiva, poderá admitir
nº 117/IX/2021, que procede à quarta alteração ao Código trabalhador no seu serviço na categoria profissional de
Penal, aprovado pelo Decreto-Legislativo nº 4/2003 de 18 Empregado de Mesa e Bar, nem aquele pode exercer
de novembro, retifica-se a mesma na parte que interessa: a atividade, sem que este esteja na posse da Carteira
Profissional válida, salvo nos casos admitidos por lei.
Onde se lê:
Foram ouvidas as organizações sindicais e patronais.
Artigo 3º

Aditamentos
Assim,

São aditados ao Código Penal, aprovado pelo Decreto- Ao abrigo do disposto no nº 2 do artigo 5º da Lei
Legislativo nº 4/2003, de 18 de novembro, alterado pelo nº 1 0 7 /IX/2020, de 14 de dezembro; e
Decreto-Legislativo nº 4/2015, de 11 de novembro, os No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2 do
artigos 54º-A, 54º-B, 75º - A, 78º - A, 99º-A, 99º-B, 99º-C, artigo 204º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
127º-A, 127º- B, 127º - C, 127º-D, 127º-E, 127º-F, 131ºA,
131º-B, 131º - C, 131º - D, 134º-A, 139º-A, 145º-B, 150º- CAPÍTULO I
A, 150º - B, 150º - C, 152º - B, 193º-A, 193º-B, 205º - A,
205º - B, 205º - C, 291º-A, 301º-D, 365º-A, 365º-B, 369º - A, DISPOSIÇÕES GERAIS
372º-B, 372º-C e 372º-D, com a seguinte redação:
Artigo 1º
(…)
Objeto
Deve ler-se:
O presente diploma regula o acesso e exercício da
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Artigo 3º profissão de Empregado de Mesa e Bar.


Aditamentos Artigo 2º

São aditados ao Código Penal, aprovado pelo Decreto- Perfil profissional


Legislativo nº 4/2003, de 18 de novembro, alterado pelo
Decreto-Legislativo nº 4/2015, de 11 de novembro, os 1- O Empregado de Mesa é o profissional que, no respeito
artigos 54º-A, 54º-B, 75º - A, 78º - A, 99º-A, 99º-B, 99º-C, pelas normas de higiene e segurança, executa e prepara
127º-A, 127º- B, 127º - C, 127º-D, 127º-E, 127º-F, 131ºA, o serviço de restaurante, acolhe e atende os clientes,
131º-B, 131º - C, 131º - D, 134º-A, 136º-A, 139º-A, 145º-B, efetua o serviço de mesa, aconselha a escolha de pratos e
150º-A, 150º - B, 150º - C, 152º - B, 193º-A, 193º-B, 205º - A, bebidas, executa serviços de buffets, banquetes, cocktails
205º - B, 205º - C, 291º-A, 301º-D, 365º-A, 365º-B, 369º - A, e outros, efetua a faturação dos serviços prestados em
372º-B, 372º-C e 372º-D, com a seguinte redação: restaurantes, hotéis e estabelecimentos similares.

(…) 2- O Empregado de Bar é o profissional que, no respeito


pelas normas de higiene e segurança, executa e prepara
Secretaria – Geral da Assembleia Nacional, na Praia, o serviço de bar, acolhe e atende os clientes, aconselha e
12 de maio de 2021. — A Secretária – Geral, Marlene prepara bebidas simples e compostas, pequenas refeições
Brito Barreto Almeida Dias e aperitivos, efetua a faturação dos serviços prestados,
bem como executa serviços de coffee-breaks, welcome
––––––o§o–––––– drinks, wine and cheese party, portos de honra e outros.
3- O perfil profissional de Empregado de Mesa e Bar
CONSELHO DE MINISTROS integra a família profissional de Hotelaria, Restauração
e Turismo (HRT).
––––––
Artigo 3º
Decreto-lei nº 41/2021
Âmbito profissional
de 14 de maio
O Empregado de Mesa e Bar desenvolve a sua atividade
O artigo 5º da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, profissional tanto em grandes como em médios e pequenos
que estabelece o regime jurídico geral de acesso e exercício restaurantes, bares e cafetarias do setor público ou privado,
das profissões e atividades profissionais sujeitas a Carteira realizando suas tarefas sob a dependência de um chefe de
Profissional, nos limites do estabelecido no artigo 42º da restaurante ou sala, ou superior hierárquico equivalente.
Constituição, veio condicionar, por razões de interesse Artigo 4º
público, o acesso e exercício das profissões que vierem a
ser determinadas e reguladas por Decreto-lei do Governo, Unidades de competências
à obtenção prévia da correspondente Carteira Profissional.
As Unidades de Competências do perfil profissional de
O interesse público subjacente a esta medida é a defesa e Empregado de Mesa e Bar são as previstas no Catálogo
preservação da saúde pública, bem como garantir o direito Nacional das Qualificações Profissionais.

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I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021 1575

CAPÍTULO II a) Tenham concluído, com aproveitamento, o curso


de formação de qualificação profissional inicial
ACESSO E EXERCÍCIO DA PROFISSÃO de Empregado de Mesa e Bar, nos termos do
Artigo 5º artigo 9º;
Carteira Profissional b) Tenham demonstrado experiência profissional no
âmbito do Sistema de Reconhecimento, Validação
1- O exercício da profissão de Empregado de Mesa e Certificação de Competências (RVCC), nos
e Bar fica condicionado à posse da respetiva Carteira termos do artigo 10º;
Profissional, nos termos do artigo 5º da Lei nº 107/IX/2020,
de14 de dezembro. c) Sejam detentores de diplomas, certificados ou outros
títulos de formação ou profissionais emitidos, em
2- A regulamentação do acesso e exercício da profissão caso de reciprocidade de tratamento, em países
de Empregado de Mesa e Bar fundamenta-se em razões terceiros que titulem competências idênticas às
de interesse público, designadamente a defesa da saúde preconizadas no perfil profissional de Empregado
pública e dos direitos dos consumidores, para além da de Mesa e Bar estabelecido pelo presente
qualificação do produto turístico cabo-verdiano. diploma, desde que obtenham previamente a
3- Salvo nos casos admitidos por lei, nenhum individuo equivalência profissional, através do sistema
pode exercer a profissão de Empregado de Mesa e Bar reconhecimento de qualificações profissionais
sem que esteja na posse da Carteira Profissional válida. obtidas em sistemas de formação profissional
estrangeiros, nos termos do artigo 11º.
4- Nenhuma entidade empregadora, quer seja ela
pessoa individual ou coletiva, pode admitir trabalhador Artigo 8º
no seu serviço na categoria profissional de Empregado Candidatura
de Mesa e Bar sem que este esteja na posse da Carteira
Profissional válida, salvo nos casos admitidos por lei. 1- As candidaturas à Carteira Profissional podem ser
Artigo 6º
feitas a todo o tempo e apresentadas num dos seguintes
serviços:
Competência para emissão e renovação
a) Serviço central responsável pelo setor do Trabalho;
1- O Serviço Central responsável pelo setor do Emprego
e da Formação Profissional, em articulação com o Serviço b) Serviço central responsável pelo setor do Emprego
Central responsável pelo setor do Trabalho, é a entidade e Formação Profissional;
competente para emitir e renovar a Carteira Profissional
relativa ao perfil profissional de Empregado de Mesa e c) Instituto do Emprego e Formação Profissional
(IEFP) ou nos Centros de Emprego e Formação
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Bar, podendo delegar a sua competência noutras entidades


públicas ou privadas, nos termos da lei e estabelecer Profissional (CEFP) nas ilhas;
acordos de níveis de serviço.
d) Outras entidades com quem o Serviço Central
2- Compete ainda à entidade competente, em articulação responsável pelo setor do Trabalho venha a
com o Serviço Central responsável pelo setor do Trabalho: assinar protocolo para o efeito.
a) Definir os procedimentos práticos inerentes à 2- Nas ilhas onde não houver os serviços referidos no
emissão e renovação da Carteira Profissional, número anterior, as candidaturas podem ser entregues nas
em conformidade com as normas aplicáveis; Câmaras Municipais ou outros serviços desconcentrados
do Estado, mediante protocolo de prestação de serviços
b) Aprovar os formulários de requerimentos e outros a assinar entre aqueles serviços e Serviço Central
documentos indispensáveis à operacionalização responsável pelo setor do Trabalho, que os fazem chegar
do processo de requerimento, emissão e renovação a esta entidade competente pelos meios adequados.
da Carteira Profissional;
c) Receber e registar os processos de candidatura à 3- O interessado deve apresentar no dossier de candidatura
Carteira Profissional; os seguintes documentos:
d) Emitir a autorização provisória de exercício da a) Requerimento ou formulário assinado pelo candidato
profissão, nos termos da lei. e dirigido ao responsável máximo do Serviço
Central responsável pelo setor do Trabalho;
3- A Carteira Profissional, depois de deferida a sua
atribuição pela entidade competente, pode ser emitida e b) Cópia de Bilhete de Identidade ou Passaporte
entregue também pelos Centros de Emprego e Formação válidos;
Profissional e/ou a Casa do Cidadão e outros serviços
desconcentrados ou descentralizados com quem a entidade c) Certificado de formação de qualificação profissional
competente para a sua emissão vier a estabelecer parcerias inicial, certificado de reconhecimento, validação
neste sentido. e certificação de competências, certificado de
prova de avaliação ad hoc ou certificado de
4- As alterações de quaisquer informações sobre o equivalência profissional referente ao perfil
titular devem ser obrigatoriamente averbadas na Carteira de Empregado de Mesa e Bar, conforme for o
Profissional. caso e adequado; e
5- No caso de extravio da Carteira Profissional o d) Foto tipo passe.
titular deve participar imediatamente o fato à entidade
empregadora e à entidade competente para a sua emissão Artigo 9º
e, ao mesmo tempo, requerer a segunda via. Curso de formação de qualificação profissional inicial
Artigo 7º
1- A obtenção da Carteira Profissional pela via da
Requisitos de acesso à Carteira Profissional formação depende da demonstração de que o candidato
A Carteira Profissional de Empregado de Mesa e Bar tenha concluído, com aproveitamento, um curso de
pode ser obtida por candidatos que estejam numa das qualificação profissional inicial de Empregado de Mesa
seguintes situações: e Bar, devidamente homologado nos termos do nº 7 do

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1576 I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021

artigo 11º do Decreto-lei nº 53/2014, de 22 setembro, 2- A renovação da Carteira Profissional de Empregado


que estabelece o Regime Jurídico Geral da Formação de Mesa e Bar está dependente da manutenção das
Profissional. competências, através da atualização científica e técnica
obtida pela via da formação contínua relevante, através da
2- Os módulos de formação, a carga horária indicativa frequência de, pelo menos, quarenta horas de formação.
mínima do curso, bem como os demais elementos
relevantes constam do Catálogo Nacional das Qualificações 3- Os candidatos devem requerer a renovação da Carteira
Profissionais (CNQP) e da lei. Profissional à entidade competente nos termos do artigo
6º, nos sessenta dias anteriores à data da sua caducidade,
3- O curso de formação de qualificação profissional juntando logo os comprovativos da atualização científica
inicial visa a aquisição das competências indispensáveis e técnica a que se refere o número anterior.
para o exercício da atividade profissional, por referência
ao perfil profissional, no sentido de assegurar uma plena 4- As entidades empregadoras devem proporcionar aos
integração dos profissionais no mercado de emprego. trabalhadores as atualizações e formação a que estão
obrigadas nos termos e condições previstas no Código
4- As condições de acesso à formação de qualificação Laboral.
profissional inicial de Empregado de Mesa e Bar são as
previstas no diploma que regula o Catálogo Nacional de Artigo 13º
Qualificações Profissionais. Caducidade da Carteira Profissional
5- A entidade formadora deve preencher os requisitos 1- A Carteira Profissional caduca no término do seu
básicos estipulados pelo regime jurídico de acreditação de prazo de validade, caso o trabalhador não tenha requerido
entidades formadoras, regulado pelo Decreto-lei nº 6/2013, a sua renovação ou, tendo-o requerido, não tenha sido
de 11 de fevereiro, e obter a acreditação previamente. renovado nos termos dos nºs 1 e 2 do artigo anterior.
6- No final do curso de formação de qualificação profissional 2- A caducidade da Carteira Profissional determina
inicial, os formandos devem ser submetidos a provas de igual efeito relativamente ao contrato de trabalho do
avaliação final, de acordo com o disposto no artigo 11º do trabalhador por conta de outrem, salvo se vier a ser
Decreto Regulamentar nº 13/2005, de 26 de dezembro, renovado no prazo máximo de trinta dias, contados a
que regula a certificação da formação profissional. partir da produção do fato referido no nº 1, cujos efeitos
7- As provas de avaliação referidas no número anterior são os previstos no Código Laboral.
devem incluir uma prova teórico-prática, a fim de verificar Artigo 14º
se o candidato detém os conhecimentos e as competências Suspensão e apreensão da Carteira Profissional
definidas no perfil profissional.
8- O curso de formação de qualificação profissional 1- A Carteira Profissional pode ser suspensa pela
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inicial de Empregado de Mesa e Bar confere ao formando entidade emissora e, consequentemente, apreendida, nas
o Nível 3 de qualificação relativo à tabela de níveis de seguintes situações:
qualificação e acreditação de qualificações do Quadro a) Falta de atualização técnica, através da frequência
Nacional das Qualificações (QNQ). da formação contínua de atualização, nos termos
Artigo 10º do artigo 12º;
Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências b) A verificação superveniente da falsidade de qualquer
elemento comprovativo dos requisitos de acesso
A obtenção da Carteira Profissional pela via da à profissão;
experiência profissional está dependente da comprovação
pelo candidato de que foram adquiridas as competências c) Violação grave dos princípios de ética e deontologia
definidas no perfil profissional de Empregado de Mesa profissional.
e Bar, através do RVCC adquiridas ao longo da vida,
regulado pelo Decreto-lei nº 54/2014, de 22 de setembro. d) Quando não tiver sido revalidada por fato imputável
ao titular;
Artigo 11º
e) Quando tenha sido viciada, rasurada ou obtida
Reconhecimento de qualificações profissionais obtidas em
sistemas de formação profissional estrangeiros por meios irregulares ou ilegais.
1- Os diplomas, certificados ou outros títulos de formação 2- A suspensão é determinada pela entidade competente
ou profissionais emitidos, em caso de reciprocidade de mediante denúncia ou por conhecimento oficioso e mantém-
tratamento, em países terceiros que titulem competências se enquanto persistir o fato que a determinou, tendo
idênticas à preconizada no perfil profissional de Empregado como consequência a proibição de exercício da profissão.
de Mesa e Bar estão sujeitos a reconhecimento prévio da 3- No caso da alínea c) do nº 1 a entidade competente
Comissão Nacional de Equivalência Profissional (CNEP), fixa o prazo de suspensão que pode variar entre cinco e
nos termos do Decreto-lei nº 7/2018, de 7 de fevereiro, noventa dias consecutivos.
conjugado com o Decreto-Regulamentar nº 2/2015, de 28
de Janeiro, que regula o reconhecimento de qualificações 4- Em qualquer caso, o visado deve ser ouvido previamente,
profissionais obtidas em sistemas de formação profissional por escrito, concedendo-lhe dez dias úteis para apresentar
estrangeiros, com vista à atribuição de equivalências a sua defesa, antes da tomada de decisão.
profissionais.
5- A suspensão e apreensão da Carteira Profissional
2- Depois de obtida a equivalência profissional, o determinam a suspensão do contrato de trabalho do
interessado deve submeter-se ao disposto no presente trabalhador por conta de outrem, cujos efeitos são os
diploma e na Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, para previstos no Código Laboral.
acesso à correspondente Carteira Profissional. Artigo 15º
Artigo 12º
Comunicação à entidade empregadora
Validade e renovação da Carteira Profissional
A caducidade, a suspensão e o extravio da Carteira
1- A Carteira Profissional de Empregado de Mesa e Profissional são sempre comunicadas imediatamente à
Bar é válida por um período de três anos, renovável por entidade empregadora, quando esta seja conhecida pela
igual período, nos termos do número seguinte. entidade competente.

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Artigo 16º 2- Só podem candidatar às provas de avaliação referidas
Taxas no número anterior os indivíduos que comprovem, nos
termos do nº 3, ter exercido, até a data da entrada em
1- A emissão, renovação, reimpressão e averbamentos vigor do presente diploma, a atividade profissional de
da Carteira Profissional estão, nos termos do artigo 16º Empregado de Mesa e Bar, por um período mínimo de
da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, sujeitos às cinco anos.
seguintes taxas:
3- A comprovação do tempo de exercício profissional, para
a) Emissão: 3.000$00 (três mil escudos); efeitos do número anterior, é feita mediante a apresentação
de documento da segurança social ou das finanças e / ou,
b) Renovação:1.500$00 (mil e quinhentos escudos); na falta destas, por declaração emitida pelas entidades
c) Reimpressão por extravio: 4.000$00 (quatro mil empregadoras ou associações sindicais ou patronais
escudos) ou profissionais em que esteja explicitada a respetiva
profissão/categoria profissional e o correspondente tempo
d) Averbamentos: 1.500$00 (mil e quinhentos escudos). de exercício ou outro documento igualmente comprovativo
destas informações.
2- Está igualmente sujeita a uma taxa, de montante
igual ao estabelecido na alínea a) do nº 1, a emissão do 4- As provas de avaliação ad hoc e os mecanismos de
título profissional provisório durante o período transitório. aplicação são organizadas pela Escola de Hotelaria e
Turismo de Cabo Verde, Entidade Pública Empresarial
CAPÍTULO III (EHTCV, EPE), sob a coordenação da entidade competente
para emissão e renovação da Carteira Profissional, que
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS articula com o Serviço Central responsável pelo setor do
Artigo 17º Emprego e Formação Profissional, o Sistema Nacional
de Qualificações (SNQ) e outras entidades públicas ou
Fiscalização privadas relevantes para o processo.
No exercício dos poderes de fiscalização a Inspeção 5- Se o candidato não demonstrar atingir o nível
Geral do Trabalho (IGT) é apoiada e pode atuar, sempre necessário para a atribuição da Carteira Profissional,
que julgar necessário, em conjunto com a Autoridade deve realizar formação complementar especifica de
Nacional do Turismo, o Instituto do Turismo de Cabo forma a obter competências nas temáticas consideradas
Verde, com quem estabelece as parcerias necessárias, insuficientes ou nulas pelo júri.
tendo em conta as competências desta instituição, com
vista a articular a atuação de uma e de outra no domínio 6- A duração da formação complementar e os respetivos
da fiscalização do cumprimento das normas em matéria conteúdos programáticos fundamentais devem ser
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de acesso e exercício da profissão. organizados em função das competências detidas por cada
Artigo 18º
candidato de forma a permitir a obtenção das restantes
competências definidas no perfil profissional.
Período transitório
7- As entidades empregadoras são incentivadas a
1- É fixado um período transitório de um ano que se comparticipar nos custos de formação complementar e
caracteriza pelos seguintes princípios: facilitar aos trabalhadores a frequência das ações de
formação que coincide com o horário laboral.
a) A exigência de Carteira Profissional tem caráter
meramente facultativa, mas altamente recomendada; 8- As provas de avaliação ad hoc, incluindo a formação
b) As contraordenações previstas na lei são inaplicáveis, complementar específica, são objeto de regulamentação
mas as ações de fiscalização serão realizadas por Portaria dos membros do Governo responsáveis pelos
com intuito pedagógico e de sensibilização para setores do Trabalho e Emprego, Formação Profissional
a obrigatoriedade futura. e Turismo.

2- No prazo máximo de um ano deve o Governo, 9- Aos Empregados de Mesa e Bar no ativo, desde que
através da entidade competente para emitir façam prova do fato, podem ser concedidos pela autoridade
as Carteiras Profissionais: competente, mediante requerimento, autorização provisória
para o exercício da profissão, enquanto durar o sistema de
a) Criar todas as condições legais e institucionais avaliação, com vista à atribuição da Carteira Profissional.
indispensáveis ao regular funcionamento do
Artigo 20º
sistema de emissão e renovação das carteiras
profissionais; Sistema de Informação das Carteiras Profissionais
b) Promover uma ampla campanha de divulgação O Governo deve instituir e regular, por Decreto-lei,
e sensibilização dos profissionais, entidades mediante previa audição da Comissão Nacional de
empregadoras e população em geral sobre a Proteção de Dados (CNPD), um Sistema de Informação
submissão do exercício da profissão de Empregado das Carteiras Profissionais (SICP) para o registo de
de Mesa e Bar à obtenção da respetiva Carteira todas as informações relativas a emissão, renovação,
Profissional. suspensão e apreensão das carteiras profissionais, bem
Artigo 19º como dos seus titulares, sem prejuízo da sua articulação
com outros sistemas.
Provas de avaliação ad hoc
Artigo 21º
1- O acesso à Carteira Profissional de Empregado de
Mesa e Bar pela via da experiência profissional, enquanto Entrada em vigor
não estiver a funcionar o RVCC, estabelecido pelo
Decreto-lei nº 54/2014, de 22 de setembro, fica dependente O presente diploma entra em vigor trinta dias após a
da comprovação por parte do candidato de que foram data da sua publicação.
adquiridas as competências definidas no correspondente
perfil profissional, através de provas de avaliação ad hoc. Aprovado em Conselho de Ministros aos 04 de março
de 2021.

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1578 I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021

José Ulisses de Pina Correia e Silva, Olavo Avelino a) «Acompanhamento turístico», a assistência a turistas
Garcia Correia, Janine Tatiana Santos Lélis, Carlos em viagens, deslocações ou visitas organizadas
Jorge Duarte Santos e Amadeu João da Cruz a locais com interesse turístico;
Promulgado em 11 de maio de 2021. b) «Autoridade Central do Ambiente», a Direção
Nacional do Ambiente ou qualquer serviço ou
Publique-se. organismo que lhe suceda nas suas funções;
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE c) «Autoridade Central do Turismo», a Direcção-Geral
ALMEIDA FONSECA do Turismo e Transportes ou qualquer serviço
ou organismo que lhe suceda nas suas funções;
––––––
d) «Condução de visitas», acompanhamento turístico
Decreto-lei nº 42/2021 efetuado por pessoas habilitadas a prestar
de 14 de maio informação turística sobre os locais visitados;
O artigo 5º da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, e) «Correios de Turismo», são os prestadores de
que estabelece o regime jurídico de acesso e exercício de serviço de acompanhamento turístico, não
profissões e de atividades profissionais sujeitas a Carteira habilitados a prestar informação especializada,
Profissional, veio condicionar, por razões de interesse que acompanham turistas ou utilizadores do
público, o acesso e exercício das profissões que vierem a serviço turístico em viagens, dentro e fora do
ser determinadas e reguladas por Decreto-lei, à obtenção país, velando pelo cumprimento do programa
prévia da correspondente Carteira Profissional. das viagens e pelo bem-estar dos turistas ou
utilizadores do serviço turístico;
O Decreto-lei nº 6/2011, de 24 de janeiro, que regula o
acesso e exercício da atividade dos prestadores de serviço f) «Informação turística», a informação sobre as
de turismo, já havia submetido o acesso e exercício da características naturais, culturais ou históricas
profissão de Guias de Turismo à posse do diploma do próprias dos locais, que justificam o respetivo
respetivo curso de formação e obtenção da correspondente interesse turístico;
Carteira Profissional remetendo a sua regulamentação g) «Locais de interesse turístico», os espaços naturais ou
para Portaria dos membros do Governo competentes, edificados que pelo seu valor histórico ou cultural
mas tal não chegou de ser aprovado. ou pelas suas características são suscetíveis
Ao estabelecer um regime jurídico geral de acesso e de interessar e atrair turistas, de gerar fluxos
exercício de profissões e de atividades profissionais sujeitas turísticos e de contribuir para a dinamização
a Carteira Profissional, entendeu o legislador que devia da economia local através do desenvolvimento
da atividade turística decorrente dos fluxos
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revogar expressamente, com efeitos a partir da data da


entrada em vigor do diploma específico que viesse a regular turísticos gerados;
o acesso à Carteira profissional de Guias de Turismo, os h) «Turista», a pessoa que passa pelo menos uma
artigos correspondentes do referido Decreto-lei, até porque, noite num local que não seja o do seu ambiente
face ao disposto no artigo 42º da Constituição, suscitava habitual e a sua deslocação não tenha como
dúvidas sobre a sua constitucionalidade. motivação o exercício de atividade profissional
O interesse público subjacente a esta medida é a remunerada no local visitado e desde que não
necessidade de garantir a qualificação de profissionais ultrapasse doze meses consecutivos;
para a prestação dum serviço de qualidade no domínio i) «Utilizador de produtos e serviços turísticos», a
turístico, um setor com muito potencial de desenvolvimento pessoa que, não reunindo os requisitos para
para Cabo Verde, pelo que, doravante, nenhuma entidade ter a qualidade de turista, utiliza produtos,
empregadora, quer seja ela pessoa individual ou coletiva, serviços e facilidades turísticas; e
poderá admitir trabalhador no seu serviço na categoria
profissional de Guias de Turismo, nem nenhum individuo j) «Instituto do Turismo de Cabo Verde», Autoridade
pode exercer esta atividade, sem que este esteja na posse Turística Nacional ou qualquer serviço ou
da Carteira Profissional válida, salvo nos casos admitidos organismo que lhe suceda nas suas funções.
por lei. Artigo 3º
Foram ouvidas as organizações sindicais e patronais. Perfil profissional

Assim, 1- Os Guias de Turismo são os prestadores de serviços


de acompanhamento turístico, com formação específica,
Ao abrigo do disposto no nº 2 do artigo 5º da Lei nº 107/ encarregues de acompanhar turistas e utilizadores de
IX/2020, de 14 de dezembro; e produtos e serviços turísticos em viagens ou em visitas
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2 do a locais com interesse turístico, dentro e fora do país,
artigo 204º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: prestando informação de carácter geral, histórico,
patrimonial ou cultural destinada a proporcionar um
CAPÍTULO I melhor conhecimento e fruição dos locais visitados.

DISPOSIÇÕES GERAIS 2- O perfil profissional de Guias de Turismo integra a


família profissional de Hotelaria, Restauração e Turismo
Artigo 1º (HRT).
Objeto 3- Os Guias de Turismo estão habilitados a exercer as
O presente diploma regula o acesso e exercício da funções de correio de Turismo, não podendo verificar o
profissão de Guias de Turismo, enquanto prestadores de contrário.
serviços de acompanhamento turístico. 4- Os Guias de Turismo estão sujeitos aos deveres
Artigo 2º gerais dos prestadores de serviços previstos no artigo 4º
do Decreto-lei nº 6/2011, de 24 de janeiro, que regula o
Conceitos acesso e exercício da atividade dos prestadores de serviços
Para efeitos do presente diploma, entende-se por: de turismo.

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I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021 1579


Artigo 4º cabo-verdiano e a tutela dos direitos dos consumidores,
Categorias de Guias de Turismo nacionais ou estrangeiros.

1- Os Guias de Turismo compreendem as seguintes 3- Salvo nos casos admitidos por lei, nenhum individuo
categorias: pode exercer a profissão de Guias de Turismo sem que
esteja na posse da Carteira Profissional válida.
a) Guias-Intérpretes, os Guias de Turismo com formação
específica para acompanhar turistas e utilizadores 4- Nenhuma entidade empregadora, quer seja ela pessoa
de produtos e serviços turísticos em viagens e individual ou coletiva, pode admitir trabalhador no seu
visitas a locais com interesse turístico, à exceção serviço na categoria profissional de Guia de Turismo sem
das áreas protegidas ou de outras com valores que este esteja na posse da Carteira Profissional válida,
naturais; e salvo nos casos admitidos por lei.
Artigo 9º
b) Guias de Natureza, os Guias de Turismo com
formação específica para acompanhar turistas Competência para emissão e renovação
e utilizadores de produtos e serviços turísticos
em visitas a áreas protegidas ou outras áreas 1- O Serviço Central responsável pelo setor do Emprego
com valores naturais, prestando informação e da Formação Profissional, em articulação com o Serviço
sobre o património natural e cultural respetivo. Central responsável pelo setor do Trabalho, é a entidade
competente para emitir e renovar a Carteira Profissional
2- As atividades desenvolvidas em áreas protegidas relativa ao perfil profissional de Guias de Turismo, podendo
carecem sempre do reconhecimento como atividades de delegar a sua competência noutras entidades públicas
turismo de natureza e o Guia de Natureza deve aderir ou privadas, nos termos da lei, e estabelecer acordos de
ao Código de Conduta para um Turismo sustentável em níveis de serviço.
Cabo Verde, que constitui o Anexo I ao Decreto-lei nº
6/2011, de 24 de janeiro. 2- Compete ainda à entidade competente, em articulação
com o Serviço Central responsável pelo setor do Trabalho:
Artigo 5º
a) Definir os procedimentos práticos inerentes à
Correios de Turismo emissão e renovação da carteira profissional,
1- Os Correios de Turismo estrangeiros que entrem em conformidade com as normas aplicáveis;
no país no exercício das suas funções podem assistir os b) Aprovar os formulários de requerimentos e outros
turistas que acompanham em território nacional, sendo documentos indispensáveis à operacionalização
válido o título de que disponham para o efeito emitido no do processo de requerimento, emissão e renovação
país de origem, não podendo, contudo, conduzir visitas da Carteira Profissional;
3 744000 000000

em território nacional.
c) Receber e registar os processos de candidatura à
2- Sempre que as viagens acompanhadas por Correios carteira profissional; e
de Turismo, nacionais ou estrangeiros, incluam visitas
a locais de interesse turístico devem ser requisitados d) Emitir a autorização provisória de exercício da
os serviços de um Guia-Intérprete ou de um Guia de profissão, nos termos da lei.
Natureza, conforme o caso, de preferência domiciliados
nas ilhas ou locais onde as visitas se efetuem. 3- A Carteira Profissional, depois de deferida a sua
concessão pela entidade competente, pode ser emitida
3- Os Correios de Turismo não podem exercer as funções e entregue ao interessado também pelo Instituto de
de Guias de Turismo. Emprego e Formação Profissional (IEFP), os Centros de
Artigo 6º
Emprego e Formação Profissional e/ou a Casa do Cidadão
e outros serviços desconcentrados ou descentralizados
Âmbito profissional com quem a entidade competente para a sua emissão
vier a estabelecer parcerias para o efeito.
Os Guias de Turismo exercem a sua atividade,
fundamentalmente, como profissional autónomo, mas 4- As alterações de quaisquer informações sobre o
também podem participar nas empresas de serviços titular devem ser obrigatoriamente averbadas na Carteira
turísticos como sócio ou contratado. Profissional.
Artigo 7º 5- No caso de extravio da Carteira Profissional o
Unidades de competências titular deve participar imediatamente o facto à entidade
empregadora e à entidade competente para a sua emissão
As Unidades de Competências do perfil profissional de e, ao mesmo tempo, requerer a segunda via.
Guias de Turismo são as previstas no Catálogo Nacional Artigo 10º
das Qualificações Profissionais (CNQP).
Requisitos de acesso à Carteira Profissional
CAPÍTULO II
A Carteira Profissional de Guias de Turismo pode ser
ACESSO E EXERCÍCIO DA PROFISSÃO obtida por candidatos que estejam numa das seguintes
Artigo 8º situações:
Carteira Profissional a) Tenham concluído, com aproveitamento, o curso
de formação de qualificação profissional inicial
1- O acesso e exercício da profissão de Guia de Turismo de Guias de Turismo, nos termos do artigo 12º;
fica condicionado à posse da respetiva Carteira Profissional,
nos termos do artigo 5º da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de b) Tenham demonstrado experiência profissional no
dezembro, conjugado com o nº 1 do artigo 7º do Decreto- âmbito do Sistema de Reconhecimento, Validação
lei nº 6/2011, de 24 de janeiro. e Certificação de Competências (RVCC), certificado
nos termos do artigo 13º; ou
2- A regulamentação do acesso e exercício da profissão
de Guia de Turismo fundamenta-se em razões de interesse c) Sejam detentores de diplomas, certificados ou outros
público, designadamente a qualificação do produto turístico títulos de formação ou profissionais emitidos,

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1580 I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021

em caso de reciprocidade de tratamento, em ao perfil profissional, no sentido de assegurar uma plena


países terceiros que titulem competências integração dos profissionais no mercado de emprego.
idênticas às preconizadas no perfil profissional
de Guia de Turismo estabelecido pelo presente 4- As condições de acesso à formação de qualificação
diploma, desde que obtenham previamente a profissional inicial de Guia de Turismo são as previstas
equivalência profissional, através do sistema de no diploma que regula o CNQP.
reconhecimento de qualificações profissionais 5- A entidade formadora deve preencher os requisitos
obtidas em sistemas de formação profissional básicos estipulados pelo regime jurídico de acreditação de
estrangeiros, nos termos do artigo 14º. entidades formadoras, regulado pelo Decreto-lei nº 6/2013,
Artigo 11º de 11 de fevereiro, e obter a acreditação previamente.
Candidatura 6- No final do curso de formação de qualificação profissional
inicial, os formandos devem ser submetidos a provas de
1- As candidaturas à Carteira Profissional podem ser avaliação final, de acordo com o disposto no artigo 11º do
apresentadas a todo o tempo num dos seguintes serviços: Decreto Regulamentar nº 13/2005, de 26 de dezembro,
que regula a certificação da formação profissional.
a) Serviço Central responsável pelo setor do Trabalho;
7- As provas de avaliação referidas no número anterior
b) Serviço Central responsável pelo setor do Emprego devem incluir uma prova teórico-prática, a fim de verificar
e Formação Profissional; se o candidato detém os conhecimentos e as competências
c) Serviço Nacional do Turismo, Instituto do Turismo definidas no perfil profissional.
de Cabo Verde ou nas suas delegações nas ilhas; 8- O curso de formação de qualificação profissional
inicial de Guia de Turismo confere ao formando o Nível 5
d) Autoridade Central do Turismo ou seus serviços de qualificação relativo à tabela de níveis de qualificação
desconcentrados nas ilhas; e acreditação de qualificações do Quadro Nacional das
e) IEFP ou nos Centros de Emprego e Formação Qualificações (QNQ).
Profissional (CEFP) nas ilhas; ou Artigo 13º

f) Outras entidades com quem o Serviço Central Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências
responsável pelo setor do Trabalho venha a
assinar protocolo para o efeito. A obtenção da Carteira Profissional pela via da
experiência profissional está dependente da comprovação
2- Nas ilhas onde não houver os serviços referidos no pelo candidato de que foram adquiridas as competências
número anterior, as candidaturas podem ser entregues nas definidas no perfil profissional de Guia de Turismo,
3 744000 000000

Câmaras Municipais ou outros serviços desconcentrados através do sistema de RVCC adquiridas ao longo da vida,
do Estado, mediante protocolo de prestação de serviços, regulado pelo Decreto-lei nº 54/2014, de 22 de setembro.
a assinar entre aqueles e o Serviço Central responsável Artigo 14º
pelo setor do Trabalho, que os faz chegar a esta entidade
competente pelos meios adequados. Reconhecimento de qualificações profissionais obtidas em
sistemas de formação profissional estrangeiros
3- O interessado deve apresentar no dossier de candidatura 1- Os diplomas, certificados ou outros títulos de formação
os seguintes documentos: ou profissionais emitidos, em caso de reciprocidade de
a) Requerimento ou formulário assinado pelo candidato tratamento, em países terceiros que titulem competências
e dirigido ao responsável máximo do Serviço idênticas à preconizada no perfil profissional de Guia
Central responsável pelo setor do Trabalho; de Turismo estão sujeitos a reconhecimento prévio da
Comissão Nacional de Equivalência Profissional (CNEP),
b) Cópia de Bilhete de Identidade ou Passaporte nos termos do Decreto-lei nº 7/2018, de 7 de fevereiro,
válidos; conjugado com o Decreto-Regulamentar nº 2/2015, de 29
de janeiro, que regula o reconhecimento de qualificações
c) Certificado de formação de qualificação profissional profissionais obtidas em sistemas de formação profissional
inicial, certificado de RVCC, certificado de prova estrangeiros, com vista à atribuição de equivalências
de avaliação ad hoc ou certificado de equivalência profissionais.
profissional referente ao perfil de Guia de Turismo,
conforme for o caso; e 2- Depois de obtida a equivalência profissional, o
interessado deve submeter-se ao disposto no presente
d) Foto tipo passe. diploma e na Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, para
Artigo 12º
acesso à correspondente carteira profissional.
Artigo 15º
Curso de formação de qualificação profissional inicial
Validade e renovação da Carteira Profissional
1- A obtenção da carteira profissional de Guia de Turismo
pela via da formação depende da demonstração de que o 1- A Carteira Profissional de Guia de Turismo é válida
candidato tenha concluído, com aproveitamento, um curso por um período de três anos, renovável por igual período,
de qualificação profissional inicial de Guia de Turismo, nos termos do número seguinte.
devidamente homologado nos termos do nº 7 do artigo 11º
do Decreto-lei nº 53/2014, de 22 setembro, que estabelece 2- A renovação da Carteira Profissional de Guia de
o Regime Jurídico Geral da Formação Profissional. Turismo está dependente da manutenção das competências,
através da atualização científica e técnica obtida pela via
2- Os módulos de formação, a carga horária indicativa da formação contínua relevante, através da frequência
mínima do curso, bem como os demais elementos relevantes de, pelo menos, quarenta horas de formação.
constam do CNQP e da lei. 3- Os candidatos devem requerer a renovação da Carteira
3- O curso de formação de qualificação profissional Profissional à entidade competente nos termos do artigo
inicial visa a aquisição das competências indispensáveis 9º, nos sessenta dias anteriores à data da sua caducidade,
para o exercício da atividade profissional, por referência juntando logo os comprovativos da atualização científica
e técnica a que se refere o número anterior.

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I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021 1581

4- As entidades empregadoras devem proporcionar aos c) Reimpressão por extravio: 4.000$00 (quatro mil
trabalhadores as atualizações e formação a que estão escudos); e
obrigadas nos termos e condições previstas no Código
Laboral. d) Averbamentos: 1.500$00 (mil e quinhentos escudos).
Artigo 16º 2- Está igualmente sujeita a uma taxa, de montante
Caducidade da Carteira Profissional
igual ao estabelecido na alínea a) do nº 1, a emissão do
título profissional provisório durante o período transitório.
1- A Carteira Profissional caduca no término do seu
prazo de validade, caso o trabalhador não tenha requerido CAPÍTULO IV
a sua renovação ou, tendo-o requerido, não tenha sido
renovado nos termos dos nºs 1 e 2 do artigo anterior. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Artigo 20º
2- A caducidade da Carteira Profissional determina
igual efeito relativamente ao contrato de trabalho do Fiscalização
trabalhador por conta de outrem, salvo se vier a ser
renovado no prazo máximo de trinta dias, contados a No exercício dos poderes de fiscalização, a Inspeção
partir da produção do facto referido no nº 1, cujos efeitos Geral do Trabalho (IGT) é apoiada e atua sempre
são os previstos no Código Laboral. que julgar necessário em conjunto com o Instituto do
Turismo de Cabo Verde, com quem deve estabelecer as
Artigo 17º parcerias necessárias, tendo em conta as competências
Suspensão e apreensão da Carteira Profissional desta instituição, com vista a articular a atuação duma
e outra no domínio da fiscalização do cumprimento das
1- A Carteira Profissional pode ser suspensa e, normas em matéria de acesso e exercício da profissão de
consequentemente, apreendida pela entidade competente Guia de Turismo.
para a sua emissão, nas seguintes situações:
Artigo 21º
a) Falta de atualização técnica, através da frequência
da formação contínua de atualização, nos termos Livre-trânsito
do artigo 15º; 1- Os Guias de Turismo, no âmbito do exercício da sua
b) A verificação superveniente da falsidade de qualquer atividade profissional, têm direito, mediante exibição da
elemento comprovativo dos requisitos de acesso respetiva Carteira Profissional, a:
à profissão; a) Entrada livre nas estações, cais e gares marítimas
c) Violação grave dos princípios de ética e deontologia e aéreas comerciais e de recreio; e
profissional;
3 744000 000000

b) Entrada livre em recintos, museus, monumentos


d) Quando não tiver sido revalidada por facto imputável ou outros locais de interesse turístico do Estado
ao titular; e ou das Autarquias Locais, durante as horas de
abertura ao público.
e) Quando tenha sido viciada, rasurada ou obtida
por meios irregulares ou ilegais. 2- Os Guias de Turismo devem apresentar a Carteira
Profissional às entidades fiscalizadoras competentes,
2- A suspensão é determinada pela entidade competente sempre que tal lhes seja pedido.
mediante denúncia ou por conhecimento oficioso e mantém-
se enquanto persistir o facto que a determinou, tendo Artigo 22º
como consequência a proibição de exercício da profissão. Período transitório
3- No caso da alínea c) do nº 1 a entidade competente 1- É fixado um período transitório de um ano durante
fixa o prazo de suspensão que pode variar entre cinco e o qual a exigência de Carteira Profissional tem carater
noventa dias consecutivos. meramente facultativa, mas altamente recomendada e
4- Em qualquer caso, o visado deve ser ouvido previamente, as contraordenações previstas na Lei são inaplicáveis,
por escrito, concedendo-lhe dez dias úteis para apresentar mas as ações de fiscalização são realizadas com intuito
a sua defesa, antes da tomada de decisão. pedagógico e de sensibilização para a obrigatoriedade
futura.
5- A suspensão e apreensão da Carteira Profissional
determinam a suspensão do contrato de trabalho do 2- No prazo máximo de um ano deve o Governo,
trabalhador por conta de outrem, cujos efeitos são os através da entidade competente para emitir as Carteiras
previstos no Código Laboral. Profissionais:
Artigo 18º a) Criar todas as condições legais e institucionais
Comunicação à entidade empregadora indispensáveis ao regular funcionamento do
sistema de emissão e renovação das carteiras
A caducidade, a suspensão e o extravio da Carteira profissionais; e
Profissional são sempre comunicadas imediatamente à
entidade empregadora, quando esta seja conhecida pela b) Promover uma ampla campanha de divulgação
entidade competente. e sensibilização dos profissionais, entidades
empregadoras e população em geral sobre a
Artigo 19º submissão do exercício da profissão de Guias
Taxas de Turismo à obtenção da respetiva Carteira
Profissional.
1- A emissão, renovação, reimpressão e averbamentos
da Carteira Profissional estão, nos termos do artigo 16º Artigo 23º
da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, sujeitos às Provas de avaliação ad hoc
seguintes taxas:
a) Emissão: 3.000$00 (três mil escudos); 1- O acesso à Carteira Profissional de Guias de Turismo
pela via da experiência profissional, enquanto não
b) Renovação:1.500$00 (mil e quinhentos escudos); estiver a funcionar o Sistema de RVCC, estabelecido pelo

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1582 I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021

Decreto-lei nº 54/2014, de 22 de setembro, fica dependente Artigo 25º


da comprovação por parte do candidato de que foram
adquiridas as competências definidas no correspondente Entrada em vigor
perfil profissional, através de provas de avaliação ad hoc.
O presente diploma entra em vigor trinta dias após a
2- Só podem candidatar às provas de avaliação referidas data da sua publicação.
no número anterior os indivíduos que comprovem, nos
termos do nº 3, ter exercido, até a data da entrada em Aprovado em Conselho de Ministros aos 04 de março
vigor do presente diploma, a atividade profissional de de 2021.
Guias de Turismo, por um período mínimo de cinco anos.
José Ulisses de Pina Correia e Silva, Olavo Avelino
3- A comprovação do tempo de exercício profissional, para Garcia Correia, Janine Tatiana Santos Lélis, Carlos
efeitos do número anterior, é feita mediante a apresentação Jorge Duarte Santos, Gilberto Correia Carvalho Silva,
de documento da segurança social ou das finanças e/ou, Amadeu João da Cruz
na falta destas, por declaração emitida pelas entidades
empregadoras ou associações sindicais ou patronais Promulgado em 11 de maio de 2021
ou profissionais em que esteja explicitada a respetiva
profissão/categoria profissional e o correspondente tempo Publique-se.
de exercício ou outro documento igualmente comprovativo
destas informações. O Presidente da República, JORGE CARLOS DE
ALMEIDA FONSECA
4- As provas de avaliação ad hoc e os mecanismos de
aplicação são organizadas pela Escola de Hotelaria e ––––––
Turismo de Cabo Verde, Entidade Pública Empresarial
(EHTCV, EPE), sob a coordenação da entidade competente Decreto-lei nº 43/2021
para emissão e renovação da Carteira Profissional, que
articula com o Serviço Central responsável pelo setor de 14 de maio
do Emprego e Formação Profissional, a Unidade de
Coordenação do Sistema Nacional de Qualificações (UC- O artigo 5º da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, que
SNQ) e outras entidades públicas ou privadas relevantes estabelece o regime jurídico geral de acesso e exercício
para o processo. de profissões e de atividades profissionais sujeitas a
Carteira Profissional, nos limites do estabelecido no artigo
5- Se o candidato não demonstrar atingir o nível necessário 42º da Constituição, veio regular, por razões de interesse
para a atribuição da Carteira Profissional, deve realizar público, o acesso e exercício das profissões que vierem a
formação complementar especifica de forma a obter ser determinadas e reguladas por Decreto-lei, à obtenção
3 744000 000000

competências nas temáticas consideradas insuficientes prévia da correspondente Carteira Profissional.


ou nulas pelo júri.
O interesse público subjacente a esta medida é, sem
6- A duração da formação complementar e os respetivos dúvidas, a defesa e preservação da saúde pública e a
conteúdos programáticos fundamentais devem ser necessidade de garantir o direito dos consumidores a produtos
organizados em função das competências detidas por cada e serviços de qualidade, ambos valores constitucionalmente
candidato de forma a permitir a obtenção das restantes consagrados, mas também a necessidade de qualificação
competências definidas no perfil profissional. de profissionais para a prestação dum serviço de qualidade
7- As entidades empregadoras são incentivadas a em especial no domínio turístico, um setor com muito
comparticipar nos custos de formação complementar e potencial de desenvolvimento para Cabo Verde.
facilitar aos trabalhadores a frequência das ações de
formação que coincide com o horário laboral. O presente diploma regula o acesso e exercício da
profissão de Pasteleiro, integrante da família profissional
8- As provas de avaliação ad hoc, incluindo a formação de Hotelaria, Restauração e Turismo, pelo que, doravante,
complementar específica, são objeto de regulamentação por nenhuma entidade empregadora, quer seja ela pessoa
Portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis individual ou coletiva, poderá admitir trabalhador no
pelas áreas do Trabalho, Emprego, Formação Profissional seu serviço na categoria profissional de Pasteleiro, nem
e Turismo. este pode exercer à profissão, sem que este esteja na
posse da Carteira Profissional válida, salvo nos casos
9- Aos Guias de Turismos no ativo, desde que façam admitidos por lei.
prova do facto, podem ser concedidos pela autoridade
competente, mediante requerimento, autorização provisória Foram ouvidas as organizações sindicais e patronais.
para o exercício da profissão, enquanto durar o sistema de
avaliação, com vista à atribuição da Carteira Profissional. Assim,
10- A autorização provisória prevista no número anterior Ao abrigo do disposto no nº 2 do artigo 5º da Lei nº 107/
é emitida mediante parecer vinculativo da Autoridade IX/2020, de 14 de dezembro; e
Central do Turismo e do IEFP, e no caso dos Guias de
Natureza, também da Autoridade Central do Ambiente. No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2 do
Artigo 24º artigo 204º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Sistema de Informação das Carteiras Profissionais CAPÍTULO I
O Governo deve instituir e regular, por Decreto-lei, DISPOSIÇÕES GERAIS
mediante previa audição da Comissão Nacional de
Proteção de Dados (CNPD), um Sistema de Informação Artigo 1º
das Carteiras Profissionais (SICP) para o registo de
todas as informações relativas a emissão, renovação, Objeto
suspensão e apreensão das carteiras profissionais, bem
como dos seus titulares, sem prejuízo da sua articulação O presente diploma regula o acesso e exercício da
com outros sistemas. profissão de Pasteleiro.

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I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021 1583


Artigo 2º b) Aprovar os formulários de requerimentos e outros
documentos indispensáveis à operacionalização
Perfil profissional
do processo de requerimento, emissão e renovação
1- O Pasteleiro é o profissional que, no respeito pelas da Carteira Profissional;
normas da qualidade, ambiente, segurança, higiene c) Receber e registar os processos de candidatura à
e saúde no trabalho, elabora pães, bolos, gelados e a Carteira Profissional; e
sua decoração, com o auxílio de máquinas e utensílios
apropriados, procedendo ao armazenamento e conservação d) Emitir a autorização provisória de exercício da
das matérias-primas e organizando o serviço de padaria/ profissão, nos termos da lei.
pastelaria para os trabalhos do dia.
3- A Carteira Profissional, depois de deferida a sua
2- O perfil profissional de Pasteleiro integra a família atribuição pela entidade competente, pode ser emitida e
profissional de Hotelaria, Restauração e Turismo (HRT). entregue também pelos Centros de Emprego e Formação
Artigo 3º
Profissional e/ou a Casa do Cidadão e outros serviços
desconcentrados ou descentralizados com quem a entidade
Âmbito profissional competente para a sua emissão vier a estabelecer parcerias
neste sentido.
O Pasteleiro desenvolve a sua atividade profissional
tanto em grandes como em médios e pequenos hotéis, 4- As alterações de quaisquer informações sobre o
restaurantes, bares, cafetarias do setor público ou privado. titular devem ser obrigatoriamente averbadas na Carteira
Profissional.
Artigo 4º
5- No caso de extravio da Carteira Profissional o
Unidades de competências titular deve participar imediatamente o facto à entidade
empregadora e à entidade competente para a sua emissão
As Unidades de Competências do perfil profissional e, ao mesmo tempo, requerer a segunda via.
de Pasteleiro são definidas no Catálogo Nacional das
Qualificações Profissionais. Artigo 7º

CAPÍTULO II Requisitos de acesso à Carteira Profissional

ACESSO E EXERCÍCIO DA PROFISSÃO A Carteira Profissional de Pasteleiro pode ser obtida


por candidatos que estejam numa das seguintes situações:
Artigo 5º
a) Tenham concluído, com aproveitamento, o curso
3 744000 000000

Carteira Profissional de formação de qualificação profissional inicial


de Pasteleiro, nos termos do artigo 9º;
1- O acesso e exercício da profissão de Pasteleiro fica
condicionado à posse da respetiva Carteira Profissional, b) Tenham demonstrado experiência profissional no
nos termos do artigo 5º da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de âmbito do sistema de Reconhecimento, Validação
dezembro, salvo as exceções previstas no presente diploma. e Certificação de Competências (RVCC), nos
termos do artigo 10º; ou
2- A regulamentação do acesso e exercício da profissão
de Pasteleiro fundamenta-se em razões de interesse c) Sejam detentores de diplomas, certificados ou outros
público, designadamente a defesa da saúde pública e dos títulos de formação ou profissionais emitidos,
direitos dos consumidores, para além da qualificação do em caso de reciprocidade de tratamento, em
produto turístico cabo-verdiano. países terceiros que titulem competências
idênticas às preconizadas no perfil profissional
3- Salvo nos casos admitidos por lei, nenhum individuo de Pasteleiro estabelecido pelo presente
pode exercer a profissão de Pasteleiro sem que esteja na diploma, desde que obtenham previamente a
posse da Carteira Profissional válida. equivalência profissional, através do sistema de
reconhecimento de qualificações profissionais
4- Nenhuma entidade empregadora, quer seja ela pessoa obtidas em sistemas de formação profissional
individual ou coletiva, poderá admitir trabalhador no estrangeiros, nos termos do artigo 11º.
seu serviço na categoria profissional de Pasteleiro sem
que este esteja na posse da Carteira Profissional válida, Artigo 8º
salvos nos casos admitidos por lei. Candidatura
Artigo 6º
1- As candidaturas à Carteira Profissional podem ser
Competência para emissão e renovação feitas a todo o tempo e apresentadas num dos seguintes
serviços:
1- O Serviço Central responsável pelo setor do Emprego
e da Formação Profissional, em articulação com o Serviço a) Serviço Central responsável pelo setor do Trabalho;
Central responsável pelo setor do Trabalho, é a entidade
competente para emitir e renovar a Carteira Profissional b) Serviço Central responsável pelo setor do Emprego
relativa ao perfil profissional de Pasteleiro, podendo e Formação Profissional;
delegar a sua competência noutras entidades públicas c) Instituto do Emprego e Formação Profissional
ou privadas, nos termos da lei e estabelecer acordos de (IEFP) ou nos Centros de Emprego e Formação
níveis de serviço. Profissional (CEFP) nas ilhas; ou
2- Compete ainda à entidade competente, em articulação d) Outras entidades com quem o Serviço Central
com o Serviço Central responsável pelo setor do Trabalho: responsável pelo setor do Trabalho venha a
a) Definir os procedimentos práticos inerentes à assinar protocolo para o efeito.
emissão e renovação da Carteira Profissional, 2- Nas ilhas onde não houver os serviços referidos no
em conformidade com as normas aplicáveis; número anterior, as candidaturas podem ser entregues nas

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© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1584 I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021

Câmaras Municipais ou outros serviços desconcentrados pelo candidato de que foram adquiridas as competências
do Estado, mediante protocolo de prestação de serviços definidas no perfil profissional de Pasteleiro, através do
a assinar entre aqueles serviços e o Serviço Central sistema de RVCC adquiridas ao longo da vida, regulado
responsável pelo setor do Trabalho, que os faz chegar a pelo Decreto-lei nº 54/2014, de 22 de setembro.
esta entidade competente pelos meios adequados.
Artigo 11º
3- O interessado deve apresentar no dossier de candidatura
os seguintes documentos: Reconhecimento de qualificações profissionais obtidas em
sistemasde formação profissional estrangeiros
a) Requerimento ou formulário assinado pelo candidato
e dirigido ao responsável máximo do Serviço 1- Os diplomas, certificados ou outros títulos de formação
Central responsável pelo setor do Trabalho; ou profissionais emitidos, em caso de reciprocidade de
tratamento, em países terceiros que titulem competências
b) Cópia de Bilhete de Identidade ou Passaporte idênticas à preconizada no perfil profissional de Pasteleiro
válidos; estão sujeitos a reconhecimento prévio da Comissão
c) Certificado de formação de qualificação profissional Nacional de Equivalência Profissional (CNEP), nos termos
inicial ou certificado de RVCC ou certificado do Decreto-lei nº 7/2018, de 7 de fevereiro, conjugado com
de prova de avaliação ad hoc ou certificado de o Decreto-Regulamentar nº 2/2015, de 29 de janeiro, que
equivalência profissional referente ao perfil de regula o reconhecimento de qualificações profissionais
Pasteleiro, conforme for o caso e adequado; e obtidas em sistemas de formação profissional estrangeiros,
com vista à atribuição de equivalências profissionais.
d) Foto tipo passe.
2- Depois de obtida a equivalência profissional, o
Artigo 9º
interessado deve submeter-se ao disposto no presente
Curso de formação de qualificação profissional inicial diploma e na Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, para
acesso à correspondente Carteira Profissional.
1- A obtenção da Carteira Profissional pela via da
formação depende da demonstração de que o candidato Artigo 12º
tenha concluído, com aproveitamento, um curso de
qualificação profissional inicial de Pasteleiro, devidamente Validade e renovação da Carteira Profissional
homologado nos termos do nº 7 do artigo 11º do Decreto-
lei nº 53/2014, de 22 setembro, que estabelece o Regime 1- A Carteira Profissional de Pasteleiro é válida por
Jurídico Geral da Formação Profissional. um período de três anos, renovável por igual período, nos
termos do número seguinte.
2- Os módulos de formação, a carga horária indicativa
3 744000 000000

mínima do curso, bem como os demais elementos relevantes 2- A renovação da Carteira Profissional de Pasteleiro
devem constar do Catálogo Nacional das Qualificações está dependente da manutenção das competências,
Profissionais (CNQP). através da atualização científica e técnica obtida pela via
3- O curso de formação de qualificação profissional da formação contínua relevante, através da frequência
inicial visa a aquisição das competências indispensáveis de, pelo menos, quarenta horas de formação.
para o exercício da atividade profissional, por referência
ao perfil profissional, no sentido de assegurar uma plena 3- Os candidatos devem requerer a renovação da Carteira
integração dos profissionais no mercado de emprego. Profissional à entidade competente nos termos do artigo
6º, nos sessenta dias anteriores à data da sua caducidade,
4- As condições de acesso à formação de qualificação juntando logo os comprovativos da atualização científica
profissional inicial de Pasteleiro são as previstas no e técnica a que se refere o número anterior.
diploma que regula o CNQP.
4- As entidades empregadoras devem proporcionar aos
5- A entidade formadora deve preencher os requisitos trabalhadores as atualizações e formação a que estão
básicos estipulados pelo regime jurídico de acreditação de obrigadas nos termos e condições previstas no Código
entidades formadoras, regulado pelo Decreto-lei nº 6/2013, Laboral.
de 11 de fevereiro, e obter a acreditação previamente.
Artigo 13º
6- No final do curso de formação de qualificação profissional
inicial, os formandos devem ser submetidos a provas de Caducidade da Carteira Profissional
avaliação final, de acordo com o disposto no artigo 11º do
Decreto Regulamentar nº 13/2005, de 26 de dezembro, 1- A Carteira Profissional caduca no término do seu
que regula a certificação da formação profissional. prazo de validade, caso o trabalhador não tenha requerido
7- As provas de avaliação referidas no número anterior a sua renovação ou, tendo-o requerido, não tenha sido
devem incluir uma prova teórico-prática, a fim de verificar renovado nos termos dos nºs 1 e 2 do artigo anterior.
se o candidato detém os conhecimentos e as competências
definidas no perfil profissional. 2- A caducidade da Carteira Profissional determina
igual efeito relativamente ao contrato de trabalho do
8- O curso de formação de qualificação profissional trabalhador por conta de outrem, salvo se vier a ser
inicial de Pasteleiro confere ao formando o Nível 4 de renovado no prazo máximo de trinta dias, contados a
qualificação relativo à tabela de níveis de qualificação partir da produção do facto referido no nº 1, cujos efeitos
e acreditação de qualificações do Quadro Nacional das são os previstos no Código Laboral.
Qualificações (QNQ).
Artigo 14º
Artigo 10º
Suspensão e apreensão da Carteira Profissional
Reconhecimento, Validação e Certificação
de Competências (RVCC)
1- A Carteira Profissional pode ser suspensa pela
A obtenção da Carteira Profissional pela via da entidade competente pela sua emissão e, consequentemente,
experiência profissional está dependente da comprovação apreendida, nas seguintes situações:

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I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021 1585

a) Falta de atualização técnica, através da frequência Artigo 18º


da formação contínua de atualização, nos termos
do artigo 12º; Período transitório

b) A verificação superveniente da falsidade de qualquer 1- É fixado um período transitório de dois anos que se
elemento comprovativo dos requisitos de acesso caracteriza pelos seguintes princípios:
à profissão;
a) A exigência de Carteira Profissional tem carater
c) Violação grave dos princípios de ética e deontologia meramente facultativa, mas altamente recomendada;
profissional;
b) As contraordenações previstas na Lei são inaplicáveis,
d) Quando não tiver sido revalidada por facto imputável mas as ações de fiscalização são realizadas com
ao titular; e intuito pedagógico e de sensibilização para a
obrigatoriedade futura.
e) Quando tenha sido viciada, rasurada ou obtida
por meios irregulares ou ilegais. 2- No prazo máximo de um ano deve o Governo, através
da entidade competente para emitir as Carteira Profissional:
2- A suspensão é determinada pela entidade competente
mediante denúncia ou por conhecimento oficioso e mantém- a) Criar todas as condições legais e institucionais
se enquanto persistir o facto que a determinou, tendo indispensáveis ao regular funcionamento do
como consequência a proibição de exercício da profissão. sistema de emissão e renovação das Carteira
Profissional;
3- No caso da alínea c) do nº 1 a entidade competente
fixa o prazo de suspensão que pode variar entre cinco e b) Promover uma ampla campanha de divulgação
noventa dias consecutivos. e sensibilização dos profissionais, entidades
empregadoras e população em geral sobre a
4- Em qualquer caso, o visado deve ser ouvido previamente, submissão do exercício da profissão de Pasteleiro
por escrito, concedendo-lhe dez dias úteis para apresentar à obtenção da respetiva Carteira Profissional.
a sua defesa, antes da tomada de decisão.
Artigo 19º
5- A suspensão e apreensão da Carteira Profissional
Provas de avaliação ad hoc
determinam a suspensão do contrato de trabalho do
trabalhador por conta de outrem, cujos efeitos são os
previstos no Código Laboral. 1- O acesso à Carteira Profissional de Pasteleiro pela
via da experiência profissional, enquanto não estiver a
3 744000 000000

Artigo 15º funcionar o Sistema de RVCC, estabelecido pelo Decreto-


lei nº 54/2014, de 22 de setembro, fica dependente da
Comunicação à entidade empregadora comprovação por parte do candidato de que foram
adquiridas as competências definidas no correspondente
A caducidade, a suspensão e o extravio da Carteira perfil profissional, através de provas de avaliação ad hoc.
Profissional são sempre comunicadas imediatamente à
entidade empregadora, quando esta seja conhecida pela 2- Só podem candidatar às provas de avaliação referidas
entidade competente. no número anterior os indivíduos que comprovem, nos
termos do nº 3, ter exercido, até a data da entrada em
Artigo 16º vigor do presente diploma, a atividade profissional de
Taxas Pasteleiro, por um período mínimo de cinco anos.

1- A emissão, renovação, reimpressão e averbamentos 3- A comprovação do tempo de exercício profissional, para


da Carteira Profissional estão, nos termos do artigo 16º efeitos do número anterior, é feita mediante a apresentação
da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, sujeitos às de documento da segurança social ou das finanças e / ou,
seguintes taxas: na falta destas, por declaração emitida pelas entidades
empregadoras ou associações sindicais ou patronais
a) Emissão: 3.000$00 (três mil escudos); ou profissionais em que esteja explicitada a respetiva
profissão/categoria profissional e o correspondente tempo
b) Renovação:1.500$00 (mil e quinhentos escudos); de exercício ou outro documento igualmente comprovativo
destas informações.
c) Reimpressão por extravio: 4.000$00 (quatro mil
escudos) 4- As provas de avaliação ad hoc e os mecanismos de
aplicação são organizadas pela Escola de Hotelaria e
d) Averbamentos: 1.500$00 (mil e quinhentos escudos). Turismo de Cabo Verde, Entidade Pública Empresarial
(EHTCV, EPE), sob a coordenação da entidade competente
2- Está igualmente sujeita a uma taxa, de montante para emissão e renovação da Carteira Profissional, que
igual ao estabelecido na alínea a) do nº 1, a emissão do articula com o Serviço Central responsável pelo setor
título profissional provisório durante o período transitório. do Emprego e Formação Profissional, a Unidade de
Coordenação do Sistema Nacional de Qualificações (UC-
CAPÍTULO III SNQ) e outras entidades públicas ou privadas relevantes
para o processo.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
5- Se o candidato não demonstrar atingir o nível
Artigo 17º necessário para a atribuição da Carteira Profissional,
Fiscalização
deve realizar formação complementar especifica de
forma a obter competências nas temáticas consideradas
No exercício dos poderes de fiscalização a Inspeção insuficientes ou nulas pelo júri.
Geral do Trabalho (IGT) é apoiada e pode atuar, sempre
que julgar necessário, em conjunto com a Instituto do 6- A duração da formação complementar e os respetivos
Turismo de Cabo Verde, Autoridade Turística Nacional. conteúdos programáticos fundamentais devem ser

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1586 I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021

organizados em função das competências detidas por cada ambos valores constitucionais, mas também o incentivo
candidato de forma a permitir a obtenção das restantes à qualificação de profissionais para a prestação dum
competências definidas no perfil profissional. serviço de qualidade, em especial no domínio turístico,
um setor com muito potencial de desenvolvimento para
7- As entidades empregadoras são incentivadas a Cabo Verde.
comparticipar nos custos de formação complementar e
facilitar aos trabalhadores a frequência das ações de Nestes termos, o presente diploma regula o acesso e
formação que coincide com o horário laboral. exercício da profissão de Rececionista de Hotel, integrante
da família profissional de Hotelaria, Restauração e Turismo,
8- As provas de avaliação ad hoc, incluindo a formação pelo que, doravante, nenhuma entidade empregadora,
complementar específica, são objeto de regulamentação por quer seja ela pessoa individual ou coletiva, poderá admitir
Portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis trabalhador no seu serviço na categoria profissional de
pelas áreas do Trabalho, Emprego, Formação Profissional Rececionista de Hotel, nem aquele pode exercer à atividade,
e Turismo. sem que este esteja na posse da Carteira Profissional
válida, salvo nos casos admitidos por lei.
9- Aos Pasteleiros no ativo, desde que façam prova do Foram ouvidas as organizações sindicais e patronais.
fato, podem ser concedidos pela autoridade competente,
mediante requerimento, autorização provisória para Assim,
o exercício da profissão, enquanto durar o sistema de Ao abrigo do disposto no nº 2 do artigo 5º da Lei nº 107/
avaliação, com vista à atribuição da Carteira Profissional. IX/2020, de 14 de dezembro;
Artigo 20º No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2 do
artigo 204º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Sistema de Informação das Carteiras Profissionais
CAPÍTULO I
O Governo deve instituir e regular, por Decreto-lei,
mediante previa audição da Comissão Nacional de DISPOSIÇÕES GERAIS
Proteção de Dados (CNPD), um Sistema de Informação Artigo 1º
das Carteiras Profissionais (SICP) para o registo de
todas as informações relativas a emissão, renovação, Objeto
suspensão e apreensão das carteiras profissionais, bem
como dos seus titulares, sem prejuízo da sua articulação O presente diploma regula o acesso e o exercício da
com outros sistemas. profissão de Rececionista de Hotel.
Artigo 2º
3 744000 000000

Artigo 21º
Perfil profissional
Entrada em vigor
1- O Rececionista de Hotel é o profissional que assegura o
serviço de receção de unidade hoteleira ou estabelecimento
O presente diploma entra em vigor trinta dias após a similar, atendendo, acolhendo e apoiando os clientes,
data da sua publicação. antes, durante e no final da sua estadia, de acordo com
a planificação geral do estabelecimento, desenvolvendo
Aprovado em Conselho de Ministros, do dia 04 de e assegurando a prestação dos serviços, caso necessário,
março de 2021. utilizando uma língua estrangeira.
José Ulisses de Pina Correia e Silva, Olavo Avelino 2- O perfil profissional de Rececionista de Hotel integra
Garcia Correia, Janine Tatiana Santos Lélis, Carlos a família profissional de Hotelaria, Restauração e Turismo
Jorge Duarte Santos e Amadeu João da Cruz (HRT).
Artigo 3º
Promulgado em 11 de maio de 2021
Âmbito profissional
Publique-se. O Rececionista de Hotel desenvolve a sua atividade
em todo o tipo de estabelecimentos hoteleiros e ou outros
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE alojamentos turísticos tais como apartamentos turísticos,
ALMEIDA FONSECA parques de campismo e caravanismo, empreendimentos
de turismo de habitação, empreendimentos de turismo
–––––– no espaço rural, cruzeiros e outros.
Artigo 4º
Decreto-lei nº 44/2021
Unidades de competências
de 14 de maio
As Unidades de Competências do perfil profissional
O artigo 5º da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, de Rececionista de Hotel são as previstas no Catálogo
que estabelece o regime jurídico geral de acesso e exercício Nacional das Qualificações Profissionais.
das profissões e atividades profissionais sujeitas a CAPÍTULO II
Carteira Profissional, nos limites do estabelecido no
artigo 42º da Constituição, veio regular, por razões de ACESSO E EXERCÍCIO DA PROFISSÃO
interesse público, o acesso e exercício das profissões que
vierem a ser determinadas e reguladas por Decreto-lei do Artigo 5º
Governo, à obtenção prévia da correspondente Carteira Carteira Profissional
Profissional.
1- O acesso e exercício da profissão de Rececionista de
O interesse público subjacente a esta medida é a defesa e Hotel fica condicionado à posse da respetiva Carteira
preservação da saúde pública, bem como garantir o direito Profissional, nos termos do artigo 5º da Lei nº 107/IX/2020,
dos consumidores a produtos e serviços de qualidade, de 14 de dezembro.

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I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021 1587

2- A regulamentação do acesso e exercício da profissão c) Sejam detentores de diplomas, certificados ou outros


de Rececionista de Hotel fundamenta-se em razões de títulos de formação ou profissionais emitidos,
interesse público, designadamente a qualificação do em caso de reciprocidade de tratamento, em
produto turístico cabo-verdiano e a tutela dos direitos países terceiros que titulem competências
dos consumidores. idênticas às preconizadas no perfil profissional de
Rececionista de Hotel estabelecido pelo presente
3- Salvo nos casos admitidos por lei, nenhum individuo diploma, desde que obtenham previamente a
pode exercer a profissão de Rececionista de Hotel sem que equivalência profissional, através do sistema de
esteja na posse da Carteira Profissional válida. reconhecimento de qualificações profissionais
obtidas em sistemas de formação profissional
4- Nenhuma entidade empregadora, quer seja ela pessoa estrangeiros, nos termos do artigo 11º.
individual ou coletiva, poderá admitir trabalhador no seu
serviço na categoria profissional de Rececionista de Hotel Artigo 8º
sem que este esteja na posse da Carteira Profissional
válida, salvos nos casos admitidos por lei. Candidatura
Artigo 6º 1- As candidaturas à Carteira Profissional podem ser
Competência para emissão e renovação feitas a todo o tempo e apresentadas num dos seguintes
serviços:
1- O Serviço Central responsável pelo setor do Emprego
e da Formação Profissional, em articulação com o Serviço a) Serviço Central responsável pelo setor do Trabalho;
Central responsável pelo setor do Trabalho, é a entidade
competente para emitir e renovar a Carteira Profissional b) Serviço Central responsável pelo Emprego e
relativa ao perfil profissional de Rececionista de Hotel, Formação Profissional;
podendo delegar a sua competência noutras entidades
públicas ou privadas, nos termos da lei, e estabelecer c) Instituto do Emprego e Formação Profissional
acordos de níveis de serviço. (IEFP) ou nos Centros de Emprego e Formação
Profissional (CEFP) nas ilhas;
2- Compete ainda à entidade competente, em articulação
com o Serviço Central responsável pelo setor do Trabalho: d) Outras entidades com quem o Serviço Central
responsável pelo setor do Trabalho venha a
a) Definir os procedimentos práticos inerentes à assinar protocolo para o efeito.
emissão e renovação da Carteira Profissional,
em conformidade com as normas aplicáveis; 2- Nas ilhas onde não houver os serviços referidos no
b) Aprovar os formulários de requerimentos e outros número anterior, as candidaturas podem ser entregues nas
3 744000 000000

documentos indispensáveis à operacionalização Câmaras Municipais ou outros serviços desconcentrados


do processo de requerimento, emissão e renovação do Estado, mediante protocolo de prestação de serviços
da Carteira Profissional; a assinar entre aqueles serviços e o Serviço Central
responsável pelo setor do Trabalho, que os fazem chegar
c) Receber e registar os processos de candidatura à a esta entidade competente pelos meios adequados.
Carteira Profissional;
3- O interessado deve apresentar no dossier de candidatura
d) Emitir a autorização provisória de exercício da os seguintes documentos:
profissão, nos termos da lei.
a) Requerimento ou formulário assinado pelo candidato
3- A Carteira Profissional, depois de deferida a sua e dirigido ao responsável máximo do Serviço
concessão pela entidade competente, pode ser emitida e Central responsável pelo setor do Trabalho;
entregue também pelos Centros de Emprego e Formação
Profissional e/ou a Casa do Cidadão e outros serviços b) Cópia de Bilhete de Identidade ou Passaporte
desconcentrados ou descentralizados com quem a entidade válidos;
competente para a sua emissão vier a estabelecer parcerias
neste sentido. c) Certificado de formação de qualificação profissional
inicial, certificado de reconhecimento, validação
4- As alterações de quaisquer informações sobre o e certificação de competências, certificado de
titular devem ser obrigatoriamente averbadas na Carteira prova de avaliação ad hoc ou certificado de
Profissional. equivalência profissional referente ao perfil
5- No caso de extravio da Carteira Profissional, o de Rececionista de Hotel, conforme for o caso; e
titular deve participar imediatamente o fato à entidade
empregadora e à entidade competente para a sua emissão d) Foto tipo passe.
e, ao mesmo tempo, requerer a segunda via. Artigo 9º
Artigo 7º
Curso de formação de qualificação profissional inicial
Requisitos de acesso à Carteira Profissional
1- A obtenção da Carteira Profissional pela via da
A Carteira Profissional de Rececionista de Hotel pode formação depende da demonstração de que o candidato
ser obtida por candidatos que estejam numa das seguintes tenha concluído, com aproveitamento, um curso de
situações : qualificação profissional inicial de Rececionista de Hotel,
devidamente homologado nos termos do nº 7 do artigo 11º
a) Tenham concluído, com aproveitamento, o curso de do Decreto-lei nº 53/2014, de 22 setembro, que estabelece
formação de qualificação profissional inicial de o Regime Jurídico Geral da Formação Profissional.
Rececionista de Hotel, nos termos do artigo 9º;
b) Tenham demonstrado experiência profissional no 2- Os módulos de formação, a carga horária indicativa
âmbito do Sistema de Reconhecimento, Validação mínima do curso, bem como os demais elementos
e Certificação de Competências (RVCC), nos relevantes constam do Catálogo Nacional das Qualificações
termos do artigo 10º; Profissionais (CNQP) e da lei.

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1588 I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021

3- O curso de formação de qualificação profissional 2- A renovação da Carteira Profissional de Rececionista


inicial visa a aquisição das competências indispensáveis de Hotel está dependente da manutenção das competências,
para o exercício da atividade profissional, por referência através da atualização científica e técnica obtida pela via
ao perfil profissional, no sentido de assegurar uma plena da formação contínua relevante, através da frequência
integração dos profissionais no mercado de emprego. de, pelo menos, quarenta horas de formação.

4- As condições de acesso à formação de qualificação 3- Os candidatos devem requerer a renovação da Carteira


profissional inicial de Rececionista de Hotel são as Profissional à entidade competente nos termos do artigo
previstas no diploma que regula o Catálogo Nacional de 6º, nos sessenta dias anteriores à data da sua caducidade,
Qualificações Profissionais. juntando logo os comprovativos da atualização científica
e técnica a que se refere o número anterior.
5- A entidade formadora deve preencher os requisitos
básicos estipulados pelo regime jurídico de acreditação de 4- As entidades empregadoras devem proporcionar aos
entidades formadoras, regulado pelo Decreto-lei nº 6/2013, trabalhadores as atualizações e formação a que estão
de 11 de fevereiro, e obter a acreditação previamente. obrigadas nos termos e condições previstas no Código
Laboral.
6- No final do curso de formação de qualificação profissional Artigo 13º
inicial, os formandos devem ser submetidos a provas de
avaliação final, de acordo com o disposto no artigo 11º do Caducidade da Carteira Profissional
Decreto-Regulamentar nº 13/2005, de 26 de dezembro,
que regula a certificação da formação profissional. 1- A Carteira Profissional caduca no término do seu
prazo de validade, caso o trabalhador não tenha requerido
7- As provas de avaliação referidas no número anterior a sua renovação ou, tendo-o requerido, não tenha sido
devem incluir uma prova teórico-prática, a fim de verificar renovado nos termos dos nºs 1 e 2 do artigo anterior.
se o candidato detém os conhecimentos e as competências
definidas no perfil profissional. 2- A caducidade da Carteira Profissional determina
igual efeito relativamente ao contrato de trabalho do
8- O curso de formação de qualificação profissional inicial trabalhador por conta de outrem, salvo se vier a ser
de Rececionista de Hotel confere ao formando o Nível 4 renovado no prazo máximo de trinta dias, contados a
de qualificação relativo à tabela de níveis de qualificação partir da produção do fato referido no nº 1, cujos efeitos
e acreditação de qualificações do Quadro Nacional das são os previstos no Código Laboral.
Qualificações (QNQ).
Artigo 14º
3 744000 000000

Artigo 10º
Suspensão e apreensão da Carteira Profissional
Reconhecimento, validação e certificação de competências
1- A Carteira Profissional pode ser suspensa pela entidade
competente para a sua emissão e, consequentemente,
A obtenção da Carteira Profissional pela via da apreendida, nas seguintes situações:
experiência profissional está dependente da comprovação
pelo candidato de que foram adquiridas as competências a) Falta de atualização técnica, através da frequência
definidas no perfil profissional de Rececionista de Hotel, da formação contínua de atualização, nos termos
através do RVCC adquiridas ao longo da vida, regulado do artigo 12º;
pelo Decreto-lei nº 54/2014, de 22 de setembro.
b) A verificação superveniente da falsidade de qualquer
Artigo 11º
elemento comprovativo dos requisitos de acesso
à profissão;
Reconhecimento de qualificações profissionais obtidas em
sistemas de formação profissional estrangeiros
c) Violação grave dos princípios de ética e deontologia
profissional;
1- Os diplomas, certificados ou outros títulos de formação
ou profissionais emitidos, em caso de reciprocidade de d) Quando não tiver sido revalidada por fato imputável
tratamento, em países terceiros que titulem competências ao titular;
idênticas à preconizada no perfil profissional de Rececionista
de Hotel estão sujeitos a reconhecimento prévio da e) Quando tenha sido viciada, rasurada ou obtida
Comissão Nacional de Equivalência Profissional (CNEP), por meios irregulares ou ilegais.
nos termos do Decreto-lei nº 7/2018, de 7 de fevereiro,
conjugado com o Decreto-Regulamentar nº 2/2015, de 28 2- A suspensão é determinada pela entidade competente
de janeiro, que regula o reconhecimento de qualificações mediante denúncia ou por conhecimento oficioso, nos termos
profissionais obtidas em sistemas de formação profissional do artigo seguinte, e mantém-se enquanto persistir o fato
estrangeiros, com vista à atribuição de equivalências que a determinou, tendo como consequência a proibição
profissionais. de exercício da profissão.
2- Depois de obtida a equivalência profissional, o 3- No caso da alínea c) do nº 1 a entidade competente
interessado deve submeter-se ao disposto no presente fixa o prazo de suspensão que pode variar entre cinco e
diploma e na Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, para noventa dias consecutivos.
acesso à correspondente Carteira Profissional.
4- Em qualquer caso, o visado deve ser ouvido previamente,
Artigo 12º por escrito, concedendo-lhe dez dias úteis para apresentar
a sua defesa, antes da tomada de decisão.
Validade e renovação da Carteira Profissional
5- A suspensão e apreensão da Carteira Profissional
1- A Carteira Profissional de Rececionista de Hotel é determinam a suspensão do contrato de trabalho do
válida por um período de três anos, renovável por igual trabalhador por conta de outrem, cujos efeitos são os
período, nos termos do número seguinte. previstos no Código Laboral.

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I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021 1589


Artigo 15º não estiver a funcionar o RVCC, estabelecido pelo
Decreto-lei nº 54/2014, de 22 de setembro, fica dependente
Comunicação à entidade empregadora da comprovação por parte do candidato de que foram
adquiridas as competências definidas no correspondente
A caducidade, a suspensão e o extravio da Carteira perfil profissional, através de provas de avaliação ad hoc.
Profissional são sempre comunicadas imediatamente à
entidade empregadora, quando esta seja conhecida pela
entidade competente. 2- Só podem candidatar às provas de avaliação referidas
no número anterior os indivíduos que comprovem, nos
Artigo 16º termos do nº 3, ter exercido, até a data da entrada em
vigor do presente diploma, a atividade profissional de
Taxas Rececionista de Hotel, por um período mínimo de cinco
1- A emissão, renovação, reimpressão e averbamentos anos.
da Carteira Profissional estão, nos termos do artigo 16º
da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, sujeitos às 3- A comprovação do tempo de exercício profissional, para
seguintes taxas: efeitos do número anterior, é feita mediante a apresentação
de documento da segurança social ou das finanças e / ou,
a) Emissão - 3.000$00 (três mil escudos); na falta destas, por declaração emitida pelas entidades
empregadoras ou associações sindicais ou patronais
b) Renovação - 1.500$00 (mil e quinhentos escudos); ou profissionais em que esteja explicitada a respetiva
profissão/categoria profissional e o correspondente tempo
c) Reimpressão por extravio - 4.000$00 (quatro mil de exercício ou outro documento igualmente comprovativo
escudos) destas informações.
d) Averbamentos - 1.500$00 (mil e quinhentos escudos).
4- As provas de avaliação ad hoc e os mecanismos de
2- Está igualmente sujeito a uma taxa, de montante aplicação são organizadas pela Escola de Hotelaria e
igual ao estabelecido na alínea a) do nº 1, a emissão do Turismo de Cabo Verde, Entidade Pública Empresarial
título profissional provisório durante o período transitório. (EHTCV, EPE), sob a coordenação da entidade competente
para emissão e renovação da Carteira Profissional, que
CAPÍTULO III articulará com o Serviço Central responsável pelo setor
do emprego e formação profissional, o Sistema Nacional
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS de Qualificações (SNQ) e outras entidades públicas ou
privadas relevantes para o processo.
Artigo 17º
5- Se o candidato não demonstrar atingir o nível
3 744000 000000

Fiscalização
necessário para a atribuição da Carteira Profissional,
No exercício dos poderes de fiscalização a Inspeção deve realizar formação complementar especifica de
Geral do Trabalho (IGT) é apoiada e pode atuar, sempre forma a obter competências nas temáticas consideradas
que julgar necessário, em conjunto com o Instituto do insuficientes ou nulas pelo júri.
Turismo de Cabo Verde, a Autoridade Turística Nacional.
6- A duração da formação complementar e os respetivos
Artigo 18º
conteúdos programáticos fundamentais devem ser
Período transitório organizados em função das competências detidas por cada
candidato de forma a permitir a obtenção das restantes
1- É fixado um período transitório de um ano que se competências definidas no perfil profissional.
caracteriza pelos seguintes princípios:
7- As entidades empregadoras são incentivadas a
a) A exigência de Carteira Profissional tem caráter comparticipar nos custos de formação complementar e
meramente facultativa, mas altamente recomendada; facilitar aos trabalhadores a frequência das ações de
formação que coincide com o horário laboral.
b) As contraordenações previstas na Lei são inaplicáveis,
mas as ações de fiscalização são realizadas com
intuito pedagógico e de sensibilização para a 8- As provas de avaliação ad hoc, incluindo a formação
obrigatoriedade futura. complementar específica, são objeto de regulamentação
por Portaria dos membros do Governo responsáveis pelos
2- No prazo máximo de um ano deve o Governo, setores do Trabalho e Emprego, Formação Profissional
através da entidade competente para emitir e Turismo.
as Carteiras Profissionais:
9- Aos Rececionista de Hotel no ativo, desde que façam
a) Criar todas as condições legais e institucionais prova do fato, podem ser concedidos pela autoridade
indispensáveis ao regular funcionamento do competente, mediante requerimento, autorização provisória
sistema de emissão e renovação das carteiras para o exercício da profissão, enquanto durar o sistema de
profissionais; avaliação, com vista à atribuição da Carteira Profissional.
b) Promover uma ampla campanha de divulgação Artigo 20º
e sensibilização dos profissionais, entidades
empregadoras e população em geral sobre a Sistema de Informação das Carteiras Profissionais
submissão do exercício da profissão de Rececionista
de Hotel à obtenção da respetiva Carteira O Governo deve instituir e regular, por Decreto-lei,
Profissional. mediante previa audição da Comissão Nacional de
Artigo 19º Proteção de Dados (CNPD), um Sistema de Informação
das Carteiras Profissionais (SICP) para o registo de
Provas de avaliação ad hoc todas as informações relativas a emissão, renovação,
suspensão e apreensão das carteiras profissionais, bem
1- O acesso à Carteira Profissional de Rececionista como dos seus titulares, sem prejuízo da sua articulação
de Hotel pela via da experiência profissional, enquanto com outros sistemas.

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1590 I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021


Artigo 21º técnicas adequadas, respeitando normas de segurança
Entrada em vigor e higiene na manipulação de alimentos, procurando
a satisfação dos clientes e respeitando as orientações
O presente diploma entra em vigor trinta dias após a comerciais da empresa.
data da sua publicação.
2- O perfil profissional de Cozinheiro integra a família
Aprovado em Conselho de Ministros, aos 04 de março profissional de Hotelaria, Restauração e Turismo (HRT).
de 2021. Artigo 3º
José Ulisses de Pina Correia e Silva, Olavo Avelino Âmbito profissional
Garcia Correia, Janine Tatiana Santos Lélis, Carlos
Jorge Duarte Santos e Amadeu João da Cruz O Cozinheiro desenvolve a sua atividade profissional
tanto em grandes como em médias e pequenas empresas,
Promulgado em 11 de maio de 2021 principalmente no setor da restauração, mas também por
conta própria em pequenos estabelecimentos do setor da
Publique-se. restauração.
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE Artigo 4º
ALMEIDA FONSECA
Unidades de competências
–––––– As Unidades de Competências do perfil profissional
Decreto-lei nº 45/2021 de Cozinheiro são as previstas no Catálogo Nacional das
Qualificações Profissionais.
de 14 de maio
CAPÍTULO II
O artigo 5º da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro,
que estabelece o regime jurídico geral de acesso e exercício ACESSO E EXERCÍCIO DA PROFISSÃO
das profissões e atividades profissionais sujeitas a Artigo 5º
Carteira Profissional, nos limites do estabelecido no
artigo 42º da Constituição, veio regular, por razões de Carteira Profissional
interesse público, o acesso e exercício das profissões que 1- O acesso e exercício da profissão de Cozinheiro fica
vierem a ser determinadas e reguladas por Decreto-lei, à condicionado à posse da respetiva Carteira Profissional,
obtenção prévia da correspondente Carteira Profissional. nos termos do artigo 5º da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de
O interesse público subjacente a esta medida é a defesa e dezembro.
preservação da saúde pública, bem como garantir o direito 2- A regulamentação do acesso e exercício da profissão
3 744000 000000

dos consumidores a produtos e serviços de qualidade, de Cozinheiro(a) fundamenta-se em razões de interesse


ambos valores constitucionais, mas também o incentivo público, designadamente a defesa da saúde pública e dos
à qualificação de profissionais para a prestação dum direitos dos consumidores, para além da qualificação do
serviço de qualidade, em especial no domínio turístico, produto turístico cabo-verdiano.
um setor com muito potencial de desenvolvimento para
Cabo Verde. 3- Salvo nos casos admitidos por lei, nenhum individuo
pode exercer a profissão de Cozinheiro(a) sem que esteja
Assim, o presente diploma regula o acesso e exercício na posse da Carteira Profissional válida.
da proafissão de Cozinheiro, integrante da família
profissional de Hotelaria, Restauração e Turismo, pelo 4- Nenhuma entidade empregadora, quer seja ela pessoa
que, doravante, nenhuma entidade empregadora, quer individual ou coletiva, pode admitir trabalhador no seu
seja ela pessoa individual ou coletiva, poderá admitir serviço na categoria profissional de Cozinheiro sem que
trabalhador no seu serviço na categoria profissional de este esteja na posse da Carteira Profissional válida, salvo
Cozinheiro, nem aquele pode exercer a atividade, sem nos casos admitidos por lei.
que esteja na posse da Carteira Profissional válida, salvo Artigo 6º
nos casos admitidos por lei.
Competência para emissão e renovação
Foram ouvidas as organizações sindicais e patronais.
1- O Serviço Central responsável pelo setor do Emprego
Assim, e da Formação Profissional, em articulação com o Serviço
Central responsável pelo setor do Trabalho, é a entidade
Ao abrigo do disposto no nº 2 do artigo 5º da Lei nº 107/ competente para emitir e renovar a Carteira Profissional
IX/2020, de 14 de dezembro; e relativa ao perfil profissional de Cozinheiro, podendo
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2 do delegar a sua competência noutras entidades públicas
artigo 204º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: ou privadas, nos termos da lei, e estabelecer acordos de
níveis de serviço.
CAPÍTULO I
2- Compete ainda à entidade competente, em articulação
DISPOSIÇÕES GERAIS com o Serviço Central responsável pelo setor do Trabalho:
Artigo 1º a) Definir os procedimentos práticos inerentes à emissão
e renovação da Carteira Profissional, em conformidade
Objeto com as normas aplicáveis;
O presente diploma regula o acesso e exercício da b) Aprovar os formulários de requerimentos e outros
profissão de Cozinheiro. documentos indispensáveis à operacionalização
Artigo 2º do processo de requerimento, emissão e renovação
da Carteira Profissional;
Perfil profissional
c) Receber e registar os processos de candidatura à
1- O Cozinheiro é o profissional que desenvolve os Carteira Profissional;
processos de preparação, confeção, apreciação, apresentação
e conservação de qualquer tipo de alimentos e define d) Emitir a autorização provisória de exercício da
ofertas gastronómicas, aplicando autonomamente as profissão, nos termos da lei.

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I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021 1591

3- A Carteira Profissional, depois de deferida a sua Central responsável pelo setor do Trabalho;
atribuição pela entidade competente, pode ser
emitida e entregue também pelos Centros de b) Cópia de Bilhete de Identidade ou Passaporte
Emprego e Formação Profissional e/ou a Casa válidos;
do Cidadão e outros serviços desconcentrados ou c) Certificado de formação de qualificação profissional
descentralizados com quem a entidade competente inicial, certificado de reconhecimento, validação
para a sua emissão vier a estabelecer parcerias e certificação de competências, certificado de
neste sentido. prova de avaliação ad hoc ou certificado de
4- As alterações de quaisquer informações sobre o equivalência profissional referente ao perfil
titular devem ser obrigatoriamente averbadas na Carteira de Cozinheiro(a), conforme for o caso; e
Profissional. d) Foto tipo passe.
5- No caso de extravio da Carteira Profissional o Artigo 9º
titular deve participar imediatamente o fato à entidade
empregadora e à entidade competente para a sua emissão Curso de formação de qualificação profissional inicial
e, ao mesmo tempo, requerer a segunda via. 1- A obtenção da Carteira Profissional pela via da
Artigo 7º formação depende da demonstração de que o candidato
tenha concluído, com aproveitamento, um curso de
Requisitos de acesso à Carteira Profissional qualificação profissional inicial de Cozinheiro, devidamente
A Carteira Profissional de Cozinheiro pode ser obtida homologado nos termos do nº 7 do artigo 11º do Decreto-
por candidatos que estejam numa das seguintes situações: lei nº 53/2014, de 22 setembro, que estabelece o Regime
Jurídico Geral da Formação Profissional.
a) Tenham concluído, com aproveitamento, o curso
de formação de qualificação profissional inicial 2- Os módulos de formação, a carga horária indicativa
de Cozinheiro, nos termos do artigo 9º; mínima do curso, bem como os demais elementos
relevantes constam do Catálogo Nacional das Qualificações
b) Tenham demonstrado experiência profissional no Profissionais (CNQP) e da lei.
âmbito do Sistema de Reconhecimento, Validação
e Certificação de Competências (RVCC), nos 3- O curso de formação de qualificação profissional
termos do artigo 10º; inicial visa a aquisição das competências indispensáveis
para o exercício da atividade profissional, por referência
c) Sejam detentores de diplomas, certificados ou outros ao perfil profissional, no sentido de assegurar uma plena
títulos de formação ou profissionais emitidos, integração dos profissionais no mercado de emprego.
em caso de reciprocidade de tratamento, em
4- As condições de acesso à formação de qualificação
3 744000 000000

países terceiros que titulem competências


idênticas às preconizadas no perfil profissional profissional inicial de Cozinheiro são as previstas no
de Cozinheiro estabelecido pelo presente diploma que regula o Catálogo Nacional de Qualificações
diploma, desde que obtenham previamente a Profissionais.
equivalência profissional, através do sistema de 5- A entidade formadora deve preencher os requisitos
reconhecimento de qualificações profissionais básicos estipulados pelo regime jurídico de acreditação de
obtidas em sistemas de formação profissional entidades formadoras, regulado pelo Decreto-lei nº 6/2013,
estrangeiros, nos termos do artigo 11º. de 11 de fevereiro, e obter a acreditação previamente.
Artigo 8º
6- No final do curso de formação de qualificação profissional
Candidatura inicial, os formandos devem ser submetidos a provas de
avaliação final, de acordo com o disposto no artigo 11º do
1- As candidaturas à Carteira Profissional podem ser Decreto Regulamentar nº 13/2005, de 26 de dezembro,
feitas a todo o tempo e apresentadas num dos seguintes que regula a certificação da formação profissional.
serviços:
7- As provas de avaliação referidas no número anterior
a) Serviço Central responsável pelo setor do Trabalho; devem incluir uma prova teórico-prática, a fim de verificar
b) Serviço Central responsável pelo setor do Emprego se o candidato detém os conhecimentos e as competências
e Formação Profissional; definidas no perfil profissional.
c) Instituto do Emprego e Formação Profissional 8- O curso de formação de qualificação profissional
(IEFP) ou nos Centros de Emprego e Formação inicial de Cozinheiro confere ao formando o Nível 4 de
Profissional (CEFP) nas ilhas; qualificação relativo à tabela de níveis de qualificação
e acreditação de qualificações do Quadro Nacional das
d) Outras entidades com quem o Serviço Central Qualificações (QNQ).
responsável pelo setor do Trabalho venha a
Artigo 10º
assinar protocolo para o efeito.
Reconhecimento, validação e certificação de competências
e) Nas ilhas onde não houver os serviços referidos no
número anterior, as candidaturas podem ser A obtenção da Carteira Profissional pela via da
entregues nas Câmaras Municipais ou outros experiência profissional está dependente da comprovação
serviços desconcentrados do Estado, mediante pelo candidato de que foram adquiridas as competências
protocolo de prestação de serviços a assinar entre definidas no perfil profissional de Cozinheiro, através do
aqueles serviços e o Serviço Central responsável RVCC adquiridas ao longo da vida, regulado pelo Decreto-
pelo setor do Trabalho, que os fazem chegar a lei nº 54/2014, de 22 de setembro.
esta entidade competente pelos meios adequados. Artigo 11º
2- O interessado deve apresentar no dossier de candidatura Reconhecimento de qualificações profissionais obtidas em
os seguintes documentos: sistemas de formação profissional estrangeiros
a) Requerimento ou formulário assinado pelo candidato 1- Os diplomas, certificados ou outros títulos de formação
e dirigido ao responsável máximo do Serviço ou profissionais emitidos, em caso de reciprocidade de

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1592 I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021

tratamento, em países terceiros que titulem competências se enquanto persistir o fato que a determinou, tendo
idênticas à preconizada no perfil profissional de Cozinheiro como consequência a proibição de exercício da profissão.
estão sujeitos a reconhecimento prévio da Comissão
Nacional de Equivalência Profissional (CNEP), nos termos 3- No caso da alínea c) do nº 1 a entidade competente
do Decreto-lei nº 7/2018, de 7 de fevereiro, conjugado com fixa o prazo de suspensão que pode variar entre cinco e
o Decreto-Regulamentar nº 2/2015, de 29 de janeiro, que noventa dias consecutivos.
regula o reconhecimento de qualificações profissionais 4- Em qualquer caso, o visado deve ser ouvido previamente,
obtidas em sistemas de formação profissional estrangeiros, por escrito, concedendo-lhe dez dias úteis para apresentar
com vista à atribuição de equivalências profissionais. a sua defesa, antes da tomada de decisão.
2- Depois de obtida a equivalência profissional, o 5- A suspensão e apreensão da Carteira Profissional
interessado deve submeter-se ao disposto no presente determinam a suspensão do contrato de trabalho do
diploma e na Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, para trabalhador por conta de outrem, cujos efeitos são os
acesso à correspondente Carteira Profissional. previstos no Código Laboral.
Artigo 12º Artigo 15º
Validade e renovação da Carteira Profissional Comunicação à entidade empregadora
1- A Carteira Profissional de Cozinheiro é válida por A caducidade, a suspensão e o extravio da Carteira
um período de três anos, renovável por igual período, nos Profissional são sempre comunicadas imediatamente à
termos do número seguinte. entidade empregadora, quando esta seja conhecida pela
2- A renovação da Carteira Profissional de Cozinheiro entidade competente.
está dependente da manutenção das competências, Artigo 16º
através da atualização científica e técnica obtida pela via
Taxas
da formação contínua relevante, através da frequência
de, pelo menos, quarenta horas de formação. 1- A emissão, renovação, reimpressão e averbamentos
3- Os candidatos devem requerer a renovação da Carteira da Carteira Profissional estão, nos termos do artigo 16º
Profissional à entidade competente nos termos do artigo da Lei nº 107/IX/2020, de 14 de dezembro, sujeitos às
6º, nos sessenta dias anteriores à data da sua caducidade, seguintes taxas:
juntando logo os comprovativos da atualização científica a) Emissão: 3.000$00 (três mil escudos);
e técnica a que se refere o número anterior.
b) Renovação:1.500$00 (mil e quinhentos escudos);
4- As entidades empregadoras devem proporcionar aos
trabalhadores as atualizações e formação a que estão c) Reimpressão por extravio: 4.000$00 (quatro mil
3 744000 000000

obrigadas nos termos e condições previstas no Código escudos)


Laboral.
d) Averbamentos: 1.500$00 (mil e quinhentos escudos).
Artigo 13º
2- Está igualmente sujeita a uma taxa, de montante
Caducidade da Carteira Profissional igual ao estabelecido na alínea a) do nº 1, a emissão do
1- A Carteira Profissional caduca no término do seu título profissional provisório durante o período transitório.
prazo de validade, caso o trabalhador não tenha requerido CAPÍTULO III
a sua renovação ou, tendo-o requerido, não tenha sido
renovado nos termos dos nºs 1 e 2 do artigo anterior. DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
2- A caducidade da Carteira Profissional determina Artigo 17º
igual efeito relativamente ao contrato de trabalho do Fiscalização
trabalhador por conta de outrem, salvo se vier a ser
renovado no prazo máximo de trinta dias, contados a No exercício dos poderes de fiscalização a Inspeção
partir da produção do fato referido no nº 1, cujos efeitos Geral do Trabalho (IGT) é apoiada e pode atuar, sempre
são os previstos no Código Laboral. que julgar necessário, em conjunto com o Instituto do
Artigo 14º
Turismo de Cabo Verde, a Autoridade Turística Nacional.
Artigo 18º
Suspensão e apreensão da Carteira Profissional
Período transitório
1- A Carteira Profissional pode ser suspensa pela entidade
competente para a sua emissão e, consequentemente, 1- É fixado um período transitório de um ano que se
apreendida, nas seguintes situações: caracteriza pelos seguintes princípios:
a) Falta de atualização técnica, através da frequência a) A exigência de Carteira Profissional tem caráter
da formação contínua de atualização, nos termos meramente facultativa, mas altamente recomendável;
do nº 2 do artigo 12º;
b) As contraordenações previstas na lei são inaplicáveis,
b) A verificação superveniente da falsidade de qualquer mas as ações de fiscalização são realizadas com
elemento comprovativo dos requisitos de acesso intuito pedagógico e de sensibilização para a
à profissão; obrigatoriedade futura.
c) Violação grave dos princípios de ética e deontologia 2- No prazo máximo de um ano deve o Governo,
profissional; através da entidade competente para emitir as Carteiras
Profissionais:
d) Quando não tiver sido revalidada por fato imputável
ao titular; a) Criar todas as condições legais e institucionais
indispensáveis ao regular funcionamento do
e) Quando tenha sido viciada, rasurada ou obtida sistema de emissão e renovação das carteiras
por meios irregulares ou ilegais. profissionais;
2- A suspensão é determinada pela entidade competente b) Promover uma ampla campanha de divulgação
mediante denúncia ou por conhecimento oficioso e mantém- e sensibilização dos profissionais, entidades

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I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021 1593

empregadoras e população em geral sobre a todas as informações relativas a emissão, renovação,


submissão do exercício da profissão de Cozinheiro suspensão e apreensão das carteiras profissionais, bem
à obtenção da respetiva Carteira Profissional. como dos seus titulares, sem prejuízo da sua articulação
Artigo 19º
com outros sistemas.
Artigo 21º
Provas de avaliação ad hoc
Entrada em vigor
1- O acesso à Carteira Profissional de Cozinheiro pela
via da experiência profissional, enquanto não estiver a O presente diploma entra em vigor trinta dias após a
funcionar o RVCC, estabelecido pelo Decreto-lei nº 54/2014, data da sua publicação.
de 22 de setembro, fica dependente da comprovação por
parte do candidato de que foram adquiridas as competências Aprovado em Conselho de Ministros, aos 04 de março
definidas no correspondente perfil profissional, através de 2021.
de provas de avaliação ad hoc.
José Ulisses de Pina Correia e Silva, Olavo Avelino
2- Só podem candidatar às provas de avaliação referidas Garcia Correia, Janine Tatiana Santos Lélis, Carlos
no número anterior os indivíduos que comprovem, nos Jorge Duarte Santos e Amadeu João da Cruz
termos do nº 3, ter exercido, até a data da entrada em
vigor do presente diploma, a atividade profissional de Promulgado em 11 de maio de 2021
Cozinheiro, por um período mínimo de cinco anos. Publique-se.
3- A comprovação do tempo de exercício profissional, para O Presidente da República, JORGE CARLOS DE
efeitos do número anterior, é feita mediante a apresentação ALMEIDA FONSECA
de documento da segurança social ou das finanças e / ou,
na falta destas, por declaração emitida pelas entidades ––––––
empregadoras ou associações sindicais ou patronais
ou profissionais em que esteja explicitada a respetiva Resolução nº 57/2021
profissão/categoria profissional e o correspondente tempo
de 14 de maio
de exercício ou outro documento igualmente comprovativo
destas informações. O Estatuto dos Combatentes da Liberdade da Pátria
4- As provas de avaliação ad hoc e os mecanismos de (CLP), aprovado pela Lei n.º 59/VIII/2014, de 18 de março,
aplicação são organizadas pela Escola de Hotelaria e institui a pensão de reforma ou de aposentação a ser
Turismo de Cabo Verde, Entidade Pública Empresarial atribuída aos Combatentes, neles incluindo os ex-Presos
(EHTCV, EPE), sob a coordenação da entidade competente Políticos, que não se encontrem abrangidos por nenhum
para emissão e renovação da Carteira Profissional, que sistema de previdência social que garanta a pensão de
3 744000 000000

articula com o Serviço Central responsável pelo setor aposentação ou de reforma.


do Emprego e Formação Profissional, a Unidade de A citada Lei estabelece igualmente que em caso de morte
Coordenação do Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) de Combatente têm direito à pensão de sobrevivência os
e outras entidades públicas ou privadas relevantes para seus herdeiros hábeis, nos termos nos termos estabelecidos
o processo. no Estatuto da Aposentação e da Pensão de Sobrevivência.
5- Se o candidato não demonstrar atingir o nível Nesta conformidade, cumprindo o disposto nos artigos
necessário para a atribuição da Carteira Profissional, 10º, 11º e 12º da Lei n.º 59/VIII/2014, de 18 de março, é
deve realizar formação complementar especifica de fixada, nos termos da presente Resolução, pensão e pensão
forma a obter competências nas temáticas consideradas de sobrevivência, conforme couber no caso em concreto
insuficientes ou nulas pelo júri. devidamente identificado.
6- A duração da formação complementar e os respetivos Assim,
conteúdos programáticos fundamentais devem ser
organizados em função das competências detidas por cada Nos termos do n.º 2 do artigo 265º da Constituição, o
candidato de forma a permitir a obtenção das restantes Governo aprova a seguinte Resolução:
competências definidas no perfil profissional.
Artigo 1º
7- As entidades empregadoras são incentivadas a Objeto
comparticipar nos custos de formação complementar e
facilitar aos trabalhadores a frequência das ações de É fixada pensão às cidadãs referidas na tabela do anexo
formação que coincide com o horário laboral. à presente Resolução, da qual faz parte integrante, nos
8- As provas de avaliação ad hoc, incluindo a formação valores nela constante.
complementar específica, são objeto de regulamentação Artigo 2º
por Portaria dos membros do Governo responsáveis pelos
Vencimento e pagamento
setores do Trabalho e Emprego, Formação Profissional
e Turismo. A pensão a que se refere o artigo anterior é paga
9- Aos Cozinheiros no ativo, desde que façam prova do mensalmente pelo Orçamento do Estado, na mesma data
fato, podem ser concedidos pela autoridade competente, dos demais pensionistas, a partir do mês seguinte ao da
mediante requerimento, autorização provisória para publicação da presente Resolução.
o exercício da profissão, enquanto durar o sistema de Artigo 3º
avaliação, com vista à atribuição da Carteira Profissional.
Entrada em vigor
Artigo 20º
A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte
Sistema de Informação das Carteiras Profissionais
ao da sua publicação.
O Governo deve instituir e regular, por Decreto-lei, Aprovada em Conselho de Ministros aos 08 de abril
mediante previa audição da Comissão Nacional de de 2021.
Proteção de Dados (CNPD), um Sistema de Informação
das Carteiras Profissionais (SICP) para o registo de O Primeiro-Ministro, José Ulisses de Pina Correia e Silva

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1594 I Série — n o 51 «B.O.» da República de Cabo Verde — 14 de maio de 2021


Anexo
(A que se refere o artigo 1º)

Pensão ou Complemento de Pensão de Reforma ou de Aposentação

Nº Nome Valor
1. Filomena Maria Carvalho Fialho Wahnon 17.978$00 (dezassete mil, novecentos de
(viúva do CLP Rolando James Wahnon) setenta e oito escudos)
2. Luísa Fortes Gonçalves Tolentino (viúva do 5.822$00 (cinco mil, oitocentos e vinte e
CLP Luís de Oliveira Tolentino) dois escudos)
3. Maria Helena Fernandes Barbosa Vicente 38.063$00 (trinta e oito mil e sessenta
(viúva do CLP Alcides Barbosa Vicente) e três escudos)
4. Maria Pires Gomes Tavares (viúva do CLP 38.063$00 (trinta e oito mil e sessenta
Miguel Honório dos Santos Tavares) e três escudos)
5. Maria Rosa Borges (irmã e tutora do incapaz 38.063$00 (trinta e oito mil e sessenta
Eusébio Borges Tavares, filho do CLP Mar- e três escudos)
tinho Gomes Tavares)
6. Virgínia da Cruz Évora Tavares (viúva do 38.063$00 (trinta e oito mil e sessenta
CLP Luciano Tavares) e três escudos)

O Primeiro-Ministro, José Ulisses de Pina Correia e Silva


3 744000 000000

I SÉRIE

BOLETIM
O FI C I AL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001

Endereço Electronico: www.incv.cv

Av. da Macaronésia,cidade da Praia - Achada Grande Frente, República Cabo Verde


C.P. 113 • Tel. (238) 612145, 4150 • Fax 61 42 09
Email: kioske.incv@incv.cv / incv@incv.cv

I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.

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