Você está na página 1de 16

INSTRUÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA PROVA DE REDAÇÃO: 

1. Leia o texto de referência para desenvolver a redação.

2. Redija um texto ​dissertativo-argumentativo ​sobre o tema escolhido.

 
3. Em sua dissertação procure ter claro, antes de começar a escrever, o que você pensa sobre o assunto.

4. Escreva seu texto numa linguagem impessoal, defendendo sua ideia por meio de uma análise com argumentos
sólidos e consistentes, não apenas “achando”alguma coisa sobre o assunto.

5. Um bom texto é aquele que requer leitura sem esforço, e não aquele de difícil compreensão – embora, com
frequência, seja necessário um grande esforço da parte de quem escreve para conseguir tal efeito.

6. Respeite as regras gramaticais e ordene os pensamentos em uma sequência metódica e lógica, transformando-os
em palavras claras e expressivas, evitando que o leitor tenha que se esforçar para decifrá-las.

7. ​DÊ UM TÍTULO À SUA DISSERTAÇÃO​, escrevendo-o no local apropriado do impresso para a produção da redação.

8. Desenvolva a sua dissertação no máximo em 30 (trinta) linhas e no mínimo em120 (cento e vinte) palavras.

9. O valor da redação é de 100 (cem) pontos.

10. Use caneta esferográfica com tinta azul ou preta.

11. Você pode escrever com letra cursiva ou de forma.

Qualquer que seja sua opção ​DIFERENCIE AS LETRAS MAIÚSCULAS DAS MINÚSCULAS.
1.       UNIFICAÇÃO DAS POLÍCIAS.  QUEM GANHA? 

A discussão de mudanças na gestão das polícias Civil e Militar vem ganhando força com
projetos no Senado e Câmara dos Deputados, em Brasília. Há duas propostas de emenda à
Constituição (PEC) em tramitação – uma no Senado Federal, a PEC 51/13, que visa a
alteração do atual modelo de segurança pública, convertendo as duas corporações em uma
só; outra na Câmara dos Deputados, a PEC 431/14, que amplia a competência da PM,
dando-lhe atribuições de polícia judiciária, com poderes de investigação. Os dois projetos são
bastante polêmicos. Para o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil de Minas
Gerais (Sindepominas), delegado Marco Antônio de Paula Assis, o modelo ideal para o Brasil
é o da Polícia de Ciclo Completo, a chamada polícia unificada, segundo ele adotado em
quase todos os países.

Trata-se de uma organização civil, com delegação à mesma corporação policial tanto das
atividades repressivas de polícia judiciária ou investigação criminal quanto da prevenção aos
delitos e manutenção da ordem pública, incluindo a presença ostensiva uniformizada de
agentes nas ruas. Assis afirma que, no Brasil, a Constituição Federal dispõe sobre as duas
polícias, prevendo o exercício da polícia judiciária pelas corporações civis e a atuação
ostensiva e preservação da ordem pública pelas militares. “Nessas condições, as duas
entidades atuam de forma isolada, tendo como único contato o momento da apresentação dos
presos em flagrante, pelos militares, nas delegacias da Polícia Civil, para as providências de
polícia judiciária cabíveis”, disse o delegado.

Em agosto, o sindicato criou a Campanha de Esclarecimento Público sobre o Papel e a


Importância do Delegado de Polícia. Além da valorização da função dos delegados de Minas
Gerais, a campanha busca estreitar as relações com a população e mostrar a importância
dessa parceria. Atualmente, Minas conta com um efetivo de 1.200 delegados para atender os
853 municípios mineiros. O número está abaixo do indicado pela Lei Orgânica de Minas
Gerais. O efetivo para o estado deveria ser de 1.987.

Na opinião do chefe da sala de imprensa da Polícia Militar de Minas Gerais, major Gilmar
Luciano Santos, o melhor modelo de polícia para o país não é de uma polícia única, mas sim
a potencialização operacional das corporações já existentes. “O ciclo completo de polícia é
hoje a melhor proposta para potencializar e agilizar a prestação do serviço policial do Brasil.
Nesse modelo, seja a Polícia Civil ou a PM, quem prende em flagrante já apresenta à Justiça”,
explicou o major. Quanto a militarização, ele afirmou ser necessária para manter a hierarquia
e a disciplina.

O major Lázaro Tavares de Melo da Silva, assistente de gabinete do comandante-geral,


explicou que o ciclo completo de polícia considerado ideal pela corporação prevê a
capacidade que as agências policiais têm de desenvolver a fase pré-processual por inteiro. “A
PM pode realizar tanto atividades de prevenção e patrulhamento ostensivo, quanto as de
polícia repressiva, lavrando autos de prisão em flagrante e abrindo inquérito. Quem ganha
nesse modelo é a sociedade”, afirmou.

2.       CORRUPÇÃO POLICIAL COMO AGRAVANTE DA VIOLÊNCIA URBANA. 

Um dos grandes desafios da democracia brasileira na atualidade diz respeito ao combate à


corrupção que se encontra embrenhada no seio do Estado.

O alto nível de corrupção das instituições coloca em xeque o Estado democrático e de direito,
além de fragilizar os arranjos organizacionais, indispensáveis para a estabilidade do sistema
social e político. Por isso, podemos discordar de muitas das ações empreendidas para o
enfrentamento da criminalidade, no Rio de Janeiro. Mas é imperioso concordar em pelo
menos dois pontos: há uma ação coordenada e duradoura envolvendo os três níveis de
governo, articulando ações de combate e prevenção ao crime. Segundo, parece que há uma
decisão política dos governos, especialmente dos estaduais, na reestruturação do sistema de
segurança pública, o que implica no enfrentamento de mazelas históricas, entre as quais a
corrupção policial.

A corrupção policial consiste no uso do poder de polícia para a obtenção de ganhos de


natureza extralegal. De um modo geral, entende-se como corrupção policial a ação de
agências ou atores institucionais de polícia que não condizem com as práticas legalmente
adotadas pela instituição. Deste modo, atitudes como a parceria com o crime (quando a
atuação policial se dá de modo a facilitar a ocorrência de comportamentos delituosos),
apropriação indevida do produto de apreensões de mercadorias, ganhos extraorganizacionais
obtidos em troca de proteção, extorsões, aplicação diferenciada da lei sobre minorias sociais,
cobrança ilegal por segurança (como ocorre com as milícias) são alguns exemplos dos modos
como a corrupção policial se manifesta.

Como enfrentar o crime quando parte dos agentes responsáveis pelo seu combate não são
confiáveis e, mais que isso, estão envolvidos com variados tipos de ilegalidades? Como tornar
a polícia mais confiável, quando muitos agentes são comparados aos criminosos mais
perigosos? As tentativas de depuração em curso nas agências policiais fluminenses
demandarão empreitadas constantes do Estado, dado o nível de comprometimento dessas
instituições. Porém, simbolicamente, o enfrentamento público do problema, por si só, sinaliza
que o poder público está empenhado nas impostergáveis mudanças, fundamentais para uma
“virada no jogo”. Vários exemplos internacionais mostram que o êxito no combate ao crime
está atrelado ao combate à corrupção policial: Nova York, Bogotá e Medellín são alguns
desses exemplos.

A corrupção policial no Rio é apontada por muitos como a mãe da maioria dos males da
criminalidade local. Se as operações no Complexo do Alemão simbolizaram a retomada do
território, o enfrentamento da corrupção policial será a reconquista do controle estatal do
aparato de segurança pública, até agora minado justamente pelo alto grau de decomposição
das instituições policiais fluminenses. A corrupção policial atinge o princípio da igualdade e da
justiça, destrói a confiança dos cidadãos e deslegitima as instituições de segurança. Atinge
diretamente o ideal da transparência pública e amedronta a cidadania, princípio básico da
democracia. Por isso, a corrupção produz injustiça de todos os níveis, gerando uma
quantidade imensa de custos sociais, sendo o principal, a escalada da violência e da
criminalidade. Portanto, extirpar a corrupção nas polícias é a principal batalha na guerra
contra o crime e, se o estado vencê-la, terá grandes condições de êxito em toda a empreitada
que visa à melhoria objetiva da segurança pública. Se capitular, mais uma vez todos
perderão. Registre-se, não obstante, a expectativa de que todas as ações de combate à
corrupção policial transcorram dentro da legalidade e com transparência.
3.       IMPACTO DA CRISE ECONÔMICA NA SEGURANÇA PÚBLICA 

Relatório da Anistia Internacional destaca violência no mundo e crise da segurança pública no


Brasil

A Anistia Internacional lançou nesta quarta-feira (25) ​o relatório 2014/15– O Estado dos
Direitos Humanos no Mundo​. Internacionalmente, 2014 foi um ano catastrófico para milhões
de pessoas, atingidas pela violência. ​A resposta global a conflitos e abusos por Estados e
grupos armados tem sido vergonhosa e ineficaz​. ​Já no Brasil, o destaque é o agravamento da
crise da segurança pública.

Como a Anistia percebe o agravamento das crises humanitárias internacionais?


O mundo tem vivido nos últimos anos uma espiral de violência que tem levado a crises
humanitárias muito graves envolvendo os confrontos armados entre governos e entre atores
não-estatais, mas que exercem controle de território, como é o caso do Estado Islâmico, como
é o caso do Boko Haram na Nigéria, e as respostas violentas dos governos a situações de
terrorismo ou de insegurança pública, com muita frequência estão levando ao agravamento
destes conflitos, causando um ambiente de cerceamento de direitos, de violações de
liberdades civis e políticas, nas quais as principais vítimas são as populações civis. Então, nós
observamos estas graves crises em diversos países: na Síria, na Nigéria, no Sudão do Sul, na
República Centro-Africana. Todos estes países, todas estas nações, têm sido afligidas, tem
sido tragadas por esta espiral de violência. E é necessário que os governos formulem
respostas a estas situações de crise que passem pelo fortalecimento dos direitos e não pela
sua violação.

Como você vê a resposta a esta crise nos países europeus e Estados Unidos?
A resposta da Europa e dos Estados Unidos às crises humanitárias tem sido muito ineficiente,
sobretudo pela incapacidade e omissão diante das crises de refugiados. Nós temos hoje no
mundo, dezenas de milhões de refugiados, mais do que existiam por exemplo ao final da 2ª
Guerra Mundial. E quase sempre a resposta dos países ricos tem sido de negar e impedir o
acesso desses refugiados aos seus territórios. Então quem de fato tem encarado o fardo de
receber estas emergências humanitárias têm sido países em desenvolvimento, como a
Turquia e o Paquistão, que são vizinhos a estas regiões de conflito, mas que muitas vezes
não tem os recursos econômicos necessários para lidar com este fluxo de milhões de
refugiados. Então é necessário um engajamento mais forte dos países ricos. Eles têm esta
responsabilidade e não têm vivido à altura dela.

E como você vê o papel do Brasil neste contexto internacional?


O Brasil tem sido chamado de maneira crescente a exercer um papel de liderança e de
responsabilidade em vários debates internacionais relevantes sobre direitos humanos que vão
desde o tratado de comércio de armas até a aceitação de refugiados, passando pelas grandes
negociações de direitos humanos na ONU – no Conselho de Direitos Humanos em Genebra
ou na Assembleia Geral em Nova York. O Brasil tem desempenhado algumas atuações-chave
em temas como a privacidade na internet e como a não discriminação por orientação sexual.
Agora, é necessário que o Brasil aprofunde esta agenda, que o Brasil se engaje de maneira
mais intensa nos debates sobre direitos humanos. Chama atenção, por exemplo, que o Brasil
não tenha ratificado até hoje o tratado de comércio de armas, embora tenha assinado este
acordo no primeiro dia. E é necessário também que o Brasil tenha uma postura mais crítica
aos grandes violadores de direitos humanos nos fóruns internacionais. Em muitos casos há
uma grande relutância e cautela do Brasil em fazer esta crítica, em realmente expor estes
países que estão sendo graves violadores. E a palavra do Brasil tem peso. O Brasil é um país
respeitado pela sua moderação, pelo seu equilíbrio e pode fazer uma diferença positiva em
várias situações de crise.

O relatório mostra que no ano de 2014 não houve mudanças significativas quanto à forma que
os governos lidam com a segurança pública. Como a Anistia Internacional avalia a segurança
pública no Brasil?

A segurança pública no Brasil vive hoje uma crise muito grave e que se reflete de várias
maneiras. Nós podemos observá-la, por exemplo, no aumento dos homicídios cometidos por
policiais, que tiveram um crescimento muito impressionante ao longo de 2014, sobretudo no
Rio de Janeiro e São Paulo; podemos vê-la também na enorme impunidade que grassa com
relação a violações de direitos humanos cometidas por agentes do Estado; Na dificuldade de
se investigar homicídios no Brasil, já que em torno de 85% deles permanecem impunes, sem
que as autoridades consigam apontar quem foram as pessoas responsáveis por estes crimes.
E tudo isso cria um sentimento de medo, tudo isso cria uma angústia na população muito
ruim, muito preocupante para toda a sociedade e que torna também mais difícil a mobilização
social, torna mais difícil a articulação das pessoas na defesa de seus direitos, uma vez que
muitas vezes elas acabam cerceadas pelo medo e preocupadas com esta violência muito
grande no cotidiano.

Você pode exemplificar dados da violência no Brasil?


Bom, temos vários casos que estão cobertos no relatório deste ano. Há casos expressivos
como o do pedreiro Amarildo, no Rio de Janeiro, que desapareceu após ser levado para uma
Unidade de Polícia Pacificadora e o Ministério Público acredita que ele foi morto sob tortura
por policiais desta unidade; Há o caso da Claudia Ferreira da Silva, também no Rio de
Janeiro, que foi atingida por disparos feitos por policiais e depois foi arrastada por estes
policiais na sua própria viatura policial e acabou falecendo em decorrência desses ferimentos;
Ou o caso do dançarino Douglas da Silva, também no Rio, na comunidade do Cantagalo, que
apareceu morto após uma operação policial, com ferimentos de bala; Tudo isso aponta para
um cenário de segurança extremamente frágil, extremamente instável e marcado por esta
impunidade, marcado por esta dificuldade de que o Estado possa controlar a si mesmo. De
que o Estado possa fazer valer a transparência, a prestação de contas sobre seus próprios
agentes. E claro, temos também níveis grandes de violência rural no Brasil, de violência
contra povos indígenas, contra quilombolas, contra pequenos agricultores. Aí temos diversas
situações nos estados do Mato Grosso do Sul, contra os Guarani Kaiwoá; ou no Estado do
Maranhão, contra comunidades quilombolas; e muito também na enorme ameaça, enorme
persistência de violência contra defensores de direitos humanos, contra ativistas que estão
mobilizados Brasil afora pela defesa de vários direito

4.       REFLEXOS DA LIBERAÇÃO DA MACONHA NA SEGURANÇA PÚBLICA. 

Descriminalização ou legalização da maconha, o debate e as diferenças – por Débora Dias


O debate sobre a descriminalização ou legalização (não é a mesma coisa) da cannabis
sativa, conhecida maconha, tem sustentado muitas contendas. Outro dia li um artigo do
mestre e jurista Luiz Flávio Gomes dizendo que devemos debater sobre o assunto sem
paixões, com a razão, deixarmos as emoções de lado, nossas crenças religiosas, morais,
culturais, etc. Concordo com o mestre, a discussão sobre um assunto tão polêmico deve ter
máxima de isenção possível, o debate deve ser para o crescimento na questão; não o deve
ser feito simplesmente sob o enfoque dos que “SÃO CONTRA” e os que “SÃO A FAVOR”. O
acaloramento sobre o assunto subiu principalmente depois da decisão do STF autorizando a
denominada “Marcha da Maconha”.

O assunto começou a prosperar como resposta aos fracassos nas políticas públicas no
combate e enfrentamento das drogas. Isso levou a nobre intelectuais defenderem a
descriminalização do uso das chamadas drogas leves (se algum tipo de droga pode ser
chamada de leve).

A descriminalização é diferente da legalização. A descriminalização do uso seria não tratar a


conduta como crime, já a legalização liberaria a venda da droga, como ocorre na Holanda,
país sempre dado como exemplo pelos defensores do assunto.

O Brasil, quando editou a Lei n. 11.343 de 2006, que trata da repressão às drogas, a qual
dispõe que quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo para
consumo pessoal drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido a: I – advertência sobre os efeitos das drogas; II – prestação de
serviços à comunidade; e III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo. O mesmo tratamento é dispensado quem, para seu consumo pessoal, semeia,
cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou
produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

Há uma previsão de tratamento diferenciado entre quem “adquiri, guarda, tem em depósito,
etc…” drogas para consumo pessoal, ou seja, não há previsão de pena de prisão como a
prevista para o traficante. Embora não tenha ocorrido a “abolitio criminis”, há um avanço, uma
redução da carga punitiva do Estado.

A Holanda é sempre exemplo de país citado pelos defensores da descriminalização da


maconha. Mas é um pensamento precipitado, irresponsável e talvez “apaixonado” comparar o
país com o Brasil. Há inúmeras variantes a serem consideradas. A Holanda é um país
desenvolvido, com níveis muito diferentes dos nossos na educação, cultura, economia,
segurança. O Brasil não é a Holanda. Ainda, já há estudos constatando que a violência
doméstica aumentou nesse país desde a liberação do uso da maconha, principalmente com
vítimas crianças e idosos.

A ONU em 2005 em um de seus relatórios, elogiou as políticas da Holanda em ações para


diminuição do uso da “cannabis sativa” e do haxixe.

O Deputado Paulo Teixeira (PT-SP) elaborou projeto defendendo a legalização do uso da


maconha, acho que ele vai além, porque além do fato de prever tratamento para o usuário (o
que está corretíssimo) afirmando que o usuário deve ser tratado como “doente” e não como
“criminoso”. Ainda, diz que os pequenos furtos e “roubos” para sustentar o vício não deveriam
ser punidos, a não ser que houvesse reincidência.

Ai eu questiono, se o usuário ficar adstrito as paredes de seu quarto (se dividir a casa com
familiares) ou de sua casa (se morar sozinho), enquanto estiver usando a droga, ótimo! E
ainda, que suas ações anteriores ou posteriores não reflitam e nem atinjam familiares e a
comunidade. Que realmente atinja somente a ele, que ele use sua liberdade de escolha para
sua vida não para a vida dos outros. Seria uma utopia? A mim parece que sim. Então, como
argumentar que o uso de drogas tem a ver somente com ele? Que não há conseqüências a
terceiros? À sociedade? Ao Estado?

A nossa lei tutela os bens jurídicos saúde pública, segurança pública e não a saúde individual
do usuário. Não há pena de prisão para o usuário, porque realmente o que ele faz com a
saúde dele é problema dele, mas e os reflexos na vida social e familiar?
Ouvi pessoas dizendo que afirmar que a maconha é porta de entrada para outras drogas mais
pesadas é falso porque as drogas mais pesadas estariam em mãos de determinados
traficantes. Mas pela minha experiência profissional e tenho certeza que colegas também
concordam comigo, fiz muitos flagrantes de tráfico aonde o traficante tinha maconha e
cocaína pra vender ou crack. As relações com tráfico (traficante/usuário) são promíscuas e
imprevisíveis. Não há como fazer tais afirmações.

Outro aspecto a ser considerado, é o fato de ser alegado que vai diminuir a criminalidade. Em
minha opinião a liberação do uso da maconha não vai reduzir os índices da criminalidade, há
diversos outros fatores dentro deste contexto. Até mesmo porque mesmo que admitamos a
venda da maconha em bares, por exemplo, e a cocaína, o crack? O traficante vai continuar
traficando as demais drogas. E os crimes mais violentos são decorrentes dessas últimas
drogas.

Respeito todas as opiniões, não tenho a pretensão de doutrinar ninguém. Mas diante de
tantas ocorrências policiais envolvendo o uso de drogas, até mesmo as leves (!), penso que o
assunto é sério. Assim os debates devem estar abertos para que de maneira verdadeira, sem
tabus, com a mídia envolvida, mostrando-se a todos as conseqüências físicas, psicológicas,
psiquiátricas, sociais e familiares do uso da maconha e de outros tipos de drogas também.
Não se pode levantar bandeiras ou entrar na “marcha” sem o devido estudo sobre o problema.
5.       EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL: COMO A POLÍCIA MILITAR PODE 
AJUDAR. 

O abuso sexual de menores provoca danos na estrutura e funções do cérebro, como


cognição, memória e emoções. Propensão a depressão, ao uso abusivo de álcool e drogas
também são algumas sequelas. É comum desenvolver problemas ligados a sexualidade já
que seus primeiros contatos foram traumáticos. Podem desenvolver inibição e pavor ao sexo
e até mesmo comportamentos que podem se transformar em pedofilia. Como constatado,
muitos pedófilos sofreram abuso sexual em sua infância, causando uma distorção de
entendimento do mundo sexual em si. Não necessariamente todo pedófilo foi vítima um dia,
porém, existem casos.

Agressor

O pedófilo não tem cara nem jeito. É aquele bom rapaz, simpático e prestativo com a
criançada. Aquela pessoa legal que está na rua, playground, parquinhos e que pode ter
motivos bem escusos para estar ali, sendo um possível abusador em ação.
A prevenção é justamente o trabalho informativo junto aos responsáveis, a informação dos
profissionais das áreas de educação e jurídica para identificar crianças e adolescente em
situação de risco e a sensibilização da população em geral.

Denuncie

Se souber ou desconfiar de algum caso de abuso sexual, você pode fazer um boletim de
ocorrência na polícia, procurar tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Federal e pedir ajuda,
procurar o conselho tutelar ou procurar nos hospitais ajuda na pediatria, por exemplo, que
eles irão encaminhar para o serviço social. Também pode ser encaminhado para o CREAS –
Centro de referência especializado de assistência social e aqui em nossa cidade, também a
ONG Casa da criança que faz um excelente trabalho. Você também pode ligar para o disque
denúncia de número 100.

Vamos todos nos unir e ajudar nessa luta diária!


6.       DISCURSOS DE PRECONCEITO E ÓDIO NA POLÍTICA:  DIREITA X 
ESQUERDA 
 
Era fim de setembro de 2014, quando os então candidatos à Presidência da República Levy
Fidelix (PRTB) e Luciana Genro (PSOL) começaram a debater a homossexualidade, na TV
Record. De forma irônica, o candidato relacionou homossexuais à pedofilia, afirmou que
nunca havia visto procriação entre pessoas do mesmo sexo e que preferiria perder votos a
apoiar gays. Cerca de seis meses após o debate,​ Fidelix foi condenado pela Justiça de São
Paulo, por causa das declarações homofóbicas​.

“A liberdade de expressão tem, sim, limites”, afirma a coordenadora do Núcleo de combate à


discriminação, ao racismo e ao preconceito da Defensoria Pública de São Paulo, Vanessa
Vieira. “Todo esse discurso homofóbico, transfóbico, discriminatório gera danos reais à
sociedade. Nós vimos no ano passado, nesse ano, vemos sempre, pessoas sendo agredidas,
assassinadas em virtude da sua orientação sexual ou da sua identidade de gênero”.

Após o episódio, a Defensoria Pública paulista ajuizou uma ação civil pública contra Fidelix. O
resultado saiu nesta semana. O político foi condenado pela Justiça de São Paulo em 1ª
instância a pagar R$ 1 milhão para ações de promoção de igualdade da população
LGBT. Cabe recurso.
7.       CULTURA DO ESTUPRO:  ATÉ ONDE O MACHISMO É RESPONSÁVEL. 

"Uma rosa, por qualquer outro nome, teria o aroma igualmente doce". Este trecho deRomeu e
Julieta, a peça famosa de William Shakespeare, é frequentemente referenciado em artigos e
debates sobre o peso e a volatilidade da linguagem.
Na cena em que esta fala se dá, Julieta – uma Capuleto – argumenta que não importa que
Romeu seja um Montéquio, pois o amor que sente é pelo rapaz, e não por seu nome. A
beleza da citação é o que ela implica: os nomes que damos às coisas não necessariamente
afetam o que as coisas realmente são.

“Estupro, por qualquer outro nome, seria uma ação igualmente violenta.” Seria. Mas, ao
contrário das rosas – que reconhecemos como rosas, por isso chamamos de rosas –,
relutamos em reconhecer quando um estupro é estupro para poder então chamá-lo de
estupro.

Estupro é a prática não consensual do sexo, imposta por violência ou ameaça de qualquer
natureza. Qualquer forma de prática sexual sem consentimento de uma das partes,
envolvendo ou não penetração, configura estupro.

Se aceitarmos que esta é a definição de estupro, quantas já sofremos um, e quantos já


cometeram um? Garanto que muita gente.
Consentimento é um conceito-chave para compreendermos e admitirmos que existe uma
diferença entre sexo e estupro. Sexo é consensual, e se for adiante sem consentimento, deixa
de ser sexo e passa a ser estupro.

A pessoa pode estar embriagada, vestida de forma sensual, pode já ter indicado querer sexo,
pode estar nua e na cama e até mesmo já ter iniciado o sexo. No momento que ela declara
não querer sexo, ou querer interromper o sexo, a ação deve parar. (E vale ressaltar que a
ação não deve nem começar se a pessoa não estiver em condições de dizer sim...).

Precisamos levar a sério a asserção de que qualquer ato sexual que ocorre sem o
consentimento de uma das partes envolvidas é um estupro. Apenas o sexo praticado com o
consentimento das partes envolvidas pode ser chamado de sexo.

O ato sexual praticado sem consentimento não é sexo: é violência. É estupro. Não pode ser
tão difícil que concordemos a este respeito. Se quando um não quer dois não brigam, quando
um não quer dois não transam. Isso não é complicado de entender.

Ainda que a prática vitime homens e mulheres, historicamente as mulheres são as mais
atingidas. A permanência deste padrão é garantida pelo que chamamos de cultura do estupro.
8.       POLÍCIA BRASILEIRA:  A QUE MAIS MATA E A QUE MAIS MORRE. 
 
 
Policiais mortos

Em 2013, 490 policiais mortos de forma violenta no Brasil: 121 durante alguma operação e
369 (75,3%) em um momento que não cumpriam serviço pela sua instituição. São três vezes
mais mortes fora de serviço. Segundo Samira, as vítimas podem ter sido surpreendidas
durante uma reação a roubo não-fardadas ou no cumprimento do chamado “bico” para
complementar a renda - o que é uma realidade em todo o país. “É nesse momento que acaba
desprotegido e mais vulnerável”, avalia Samira, lembrando que, quando em serviço, o policial
conta com o aparato da corporação, como rádio, viatura, o parceiro e a própria farda.

Segundo a diretora do Fórum de Segurança, não se pode, contudo, descartar a ação do crime
desorganizado, no qual o assassinato de um policial pode dar novo status a um integrante.
“As mortes de policiais refletem na prática um espiral de violência”, diz. “No caso de São
Paulo, se sabe que os policiais são objeto da ira do crime organizado. É mais um resultado
perverso desse sistema”, lamenta. Nos Estados Unidos, em 2013, 96 policiais foram mortos
em serviço. Já no Reino Unido, a média é de oito policiais mortos por ano em decorrência da
profissão.

E essa espiral da violência inclui um fator cada vez mais pesado da equação: o sistema
prisional. O Brasil possui uma grande população de presos, quase 575 mil pessoas - 215 mil
deles em caráter provisório. Só que não há vagas para todo mundo. Com crescimento de
9,8% entre 2012 e 2013, o déficit de espaço nas cadeias chega a 220 mil vagas. Sem
estrutura adequada nem perspectiva de ressocialização, o quadro prisional brasileiro contribui
para o aumento da violência em todos os níveis da sociedade.

Soluções possíveis para a violência policial

Foram 53.646 mortes violentas no Brasil em 2013 - 11% dos homicídios no mundo ocorrem
no país, que tem menos de 3% da população mundial. Uma das conclusões do Anuário de
Segurança Pública é que o país tem condições de assumir como meta reduzir em 65,5% os
homicídios até 2030, com uma média de 5,7% a cada ano.

Presente na pauta de possíveis soluções para esse quadro, a desmilitarização das polícias
tem o apoio de seu quadros. É o que revelou neste ano uma pesquisa realizada pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas e o Ministério
da Justiça: 73,7% dos policiais se manifestaram a favor. Em 2012, Conselho da ONU já havia
recomendado a desmilitarização das polícias brasileiras.

Para Samira, embora o militarismo exerça impacto sobre a violência, pouco se discute o
significado do processo. “A violência policial não está ligada ao militarismo necessariamente,
pois se vê práticas abusivas e violentas também na polícia civil. Um exemplo é a Bahia”, diz.
Ela defende que a responsabilidade não é apenas das instituições policiais, como dos demais
órgãos de controle da atividade, como Judiciário e Ministério Público, que poderiam propor
outros padrões de atuação, além de ouvidorias que se revelam extremamente frágeis.
Em sua análise, os debates por uma política institucionalizada devem ser aprofundados, e
esse é o principal mérito da PEC 51/2013, de autoria do Senador Lindbergh Farias (PT-RJ),
que fala em desmilitarização, mas principalmente em carreira policial única. Samira acredita
que essa pode ser a oportunidade de colocar na agenda um tema ignorado quando da
construção da Constituição Federal de 1988, embora veja dificuldades na aprovação do texto,
que pode ser considerado radical pelo Congresso Nacional ou mesmo esbarrar no
corporativismo policial. “É um tema espinhoso e que implica em comprar algumas brigas”,
pondera.
9.       EDUCAÇÃO PÚBLICA:  COMO PODE AJUDAR NO COMBATE À VIOLÊNCIA 
URBANA. 

A Violência na Educação Escolar

Que não podemos continuar nesta violência, que está acontecendo com tantas mortes, entre
os jovens de minha cidade.

A escola é o melhor lugar para superar a violência e colocar um fim nesse processo
desgastante que a sociedade vive. Apontamos no presente trabalho as falhas e as formas de
como combater a violência nas escolas e comunidade.

Que alguém dos poderes militares e juiz tomassem atitudes mais concretas para acabar com
tudo que está levando os jovens do Brasil e pessoas que não se envolvem com as drogas,
pagam sem merecer e o pior estão acabando com a paz de nosso país.
10.   COMBATE AO TRABALHO INFANTIL NO ESTADO DE MINAS GERAIS. 
 
 
Joana (nome fictício), de 15 anos, não trabalha fora de casa, mas cumpre um rotina
disciplinada para cuidar da irmã mais nova, de apenas 2 anos. Ela acorda às 5h30 e adianta
todo o serviço da casa, enquanto a mãe vai para o trabalho em uma padaria do bairro. Joana
cozinha, leva o almoço para a mãe e, só depois de entregar a irmã para a avó, fica liberada
para as atividades do circo. À noite vai para escola, mas o horário para os deveres de casa
praticamente não existe. A adolescente conta com orgulho que é uma especialista em lira,
acrobacia circense em que se equilibra pendurada em um bambolê.

“Eu trabalho para minha mãe, então não ganho dinheiro. Mas de vez em quando eu arrumo o
cabelo das minhas amigas e elas me pagam. Eu faço penteados e ganho R$ 2 ou R$ 5”,
conta Joana. Funcionários da ONG desconfiam que a adolescente foi vítima de violência
sexual praticada pelo padrasto, que era traficante e morreu assassinado há cerca de um mês.

O juiz Vara Cível da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, Marcos Flávio Lucas Padula,
chama a atenção para o cuidado na diferenciação entre exploração infantil doméstica e uma
ajuda que a criança dá em casa. “A colaboração dentro do regime familiar com tarefas
domésticas, desde que não haja exagero, é considerada positiva na preparação da criança e
adolescente para contribuir na sociedade. Mas esse trabalho não pode impedir a formação
escolar, os momentos de lazer e diversão”, explica.

Para o juiz, a situação dessas garotas que cuidam de outras meninas é muito grave. Os pais
que colocam crianças na responsabilidade de outros menores podem perder a guarda dos
filhos. Mas, de acordo com Padula, aplicar sanções a essas famílias é muito complicado.
“Essa situação é ocasionada, muitas vezes, por uma questão econômica, porque o pai e a
mãe precisam trabalhar. Eles se veem coagidos, forçados a adotar a situação para
sobrevivência. Não é o ideal ficar como está, mas temos que ter cuidado para culpabilizar”.

Você também pode gostar