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Online – Central Gospel Jovens e Adultos – 2º Trimestre – 06/05/2018 – Lição 5: Todos estão

sujeitos a conflitos

Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Romanos 7.14-24

14 – Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.

15 – Porque o que faço, não o aprovo, pois o que quero, isso não faço; mas o que aborreço,
isso faço.

16 – E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.

17 – De maneira que, agora, já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.

18 – Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com
efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.

19 – Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço.

20 – Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.

21 – Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.

22 – Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus.

23 – Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e
me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.

24 – Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?

TEXTO ÁUREO

Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. (Rm
8.2)

OBJETIVOS

Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:

 Compreender que o conflito é o resultado de duas forças que se opõem;


 Entender que o conflito é próprio de todo ser humano;
 Crer que Deus tem sempre a solução certa para resolver os conflitos.

PALAVRA INTRODUTÓRIA

Olá irmãos (ãs), Paz seja convosco.

Aprenderemos nesta lição sobre os conflitos existentes na vida do ser humano.


Para introduzirmos este assunto, precisamos nos lembrar que somos seres complexos e que
possuímos alguns tipos de relacionamentos.

Vejamos abaixo quais são eles:

1 – Relacionamentos horizontais: São os relacionamentos conhecidos como


interpessoais, ou seja, todos os relacionamentos entre um ser humano e outro (s).

Como seres sociais que somos, necessitamos de nos relacionar com outros seres humanos e
este tipo se dá através do relacionamento familiar (pais, mãos, irmãos e irmãs), amizades,
do coleguismo (no ambiente de trabalho, escola ou outros); do namoro e também do
casamento.

2 – Relacionamentos internos: É o relacionamento conhecido como intrapessoal, ou seja,


o homem com ele mesmo. Este tipo de relacionamento é deveras importante e pode ser
traduzido com autoconhecimento. Existem “n” benefícios de conhecer a si mesmo, como por
exemplo, o controle de suas emoções, maior segurança, independência, possibilidade de
fazer boas escolhas, autoestima elevada, tolerância e consideração para com as outras
pessoas e outros.

3 – Relacionamentos Verticais: É o relacionamento com Deus ou com o diabo, conhecido


como relacionamentos espirituais. Como o homem é um ser trino (espírito, alma e corpo),
ele SEMPRE terá o desejo e a necessidade de relacionar-se com algo superior a ele no
tocante a parte espiritual.

Desta forma, em todos os tipos de relacionamentos, poderemos ter conflitos e precisamos


compreender os motivos que nos levam aos mesmos e como resolvê-los.

1 – SITUAÇÃO DO HOMEM DIANTE DOS CONFLITOS


TODOS os seres humanos vivenciam conflitos ao longo de sua vida e isto é sem dúvida, uma
consequência do pecado original, que imprimiu em nosso ser a natureza do mal.

Outro ponto marcante, é que cada um de nós possuí caráter e personalidade distintos e isto
nos torna seres muito distintos uns dos outros e, se há distinção, podem existir conflitos de
posicionamentos e interesses.

1.1 – Atitudes diante do conflito

Paulo escreve aos Tessalonicenses um texto interessante sobre os três componentes do ser
humano, leiamos:

“Que o próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, a alma e o corpo
de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. (1 Ts
5.23 NVI)

Um conceito extraordinário sobre o ser humano é o de que somos um espírito, dotado de


alma, que habita em um corpo.

Utilizando este conceito, podemos compreender que a essência do homem é a parte


imaterial, pois esta é eterna.

Desta forma, a atitude que temos diante dos conflitos que nos alcançam está intimamente
ligada à nossa condição espiritual e emocional.

Sendo assim, de acordo com o texto, precisamos cuidar de nosso espírito, alma e também
do corpo.

1.1.1 – O incrédulo e os conflitos

A palavra incrédulo significa “o que não crê ou o descrente” e estas pessoas são citadas
como aqueles que não são salvos em Cristo Jesus, ou seja, não possuem em suas vidas o
Espírito Santo de Deus, que nos ajuda em tudo.

Assim, as atitudes dos mesmos, são bem diferentes daqueles que creem, ou seja, dos que
possuem o Espírito Santo dentro de si.

As pessoas que ainda não experimentaram a paz de Jesus, que excede todo o entendimento,
tentem a ter comportamentos indevidos diante de lutas, tribulações e conflitos, pois são
guiadas pela sua natureza carnal.

Vejamos quais são as obras da carne, ou seja, as obras praticadas pelas pessoas que não
possuem o Espírito Santo em suas vidas.

“Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem;


idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja;
embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os
que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus”. (Gl 5.19-21 – NVI)
Sendo assim, diante de conflitos, o incrédulo tende a demonstrar em seus atos as obras da
carne.

1.1.2 –  O cristão e os conflitos

Diferentemente dos incrédulos, os cristãos experimentam a paz produzida pelo Espírito


Santo em suas vidas.

Paulo escreve aos Filipenses, o seguinte texto:

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de
graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus”. (Fp 4.6,7 – NVI)

A paz que o Espírito Santo nos dá, independe de circunstâncias, ou seja, se temos alegria,
temos paz; se temos tristeza, temos paz; se somos bem-sucedidos, temos paz; se não
somos, temos paz; se temos conflitos, temos paz, se não temos, também temos paz.

A Bíblia não garante que o cristão não terá dificuldades ou conflitos, mas garante que,
apesar deles, teremos paz.

Leiamos outro texto:

“Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão
aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”. (Jo 16.33 – NVI)

Leiamos o comentário do Teólogo Alemão, Werner de Boor:

“Jesus, porém, não está preocupado consigo mesmo, mas com seus discípulos. O
que será deles quando o abandonarem e cada um se espalhar para a sua casa?
Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. Não se pode entender
isso. Jesus não deveria dizer aos apóstolos em tom ameaçador: se me
abandonarem de forma infiel, vocês se precipitarão na falta de paz? Assim seria se
os discípulos estivessem por conta de si mesmos. Então tudo teria acabado quando
fracassassem. Em si mesmos não conseguem encontrar a paz. Porém, em mim, em
Jesus, eles terão paz. Unicamente nele, mas nesse caso também com toda a
certeza. Não precisam andar o caminho de desespero de Judas e tampouco o farão.
Contudo unicamente isso será seu último apoio, o fato de que Jesus lhes prediz
tudo e, apesar disso, não lhes retira seu amor”.

Vejamos qual é o fruto do Espírito e leiamos alguns conselhos de Paulo. OBSERVE QUE


NÃO SÃO FRUTOS, MAS UM FRUTO, DIVIDIDO EM VÁRIAS PARTES.

“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,
mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a Cristo
Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito,
andemos também pelo Espírito. Não sejamos presunçosos, provocando uns aos outros e
tendo inveja uns dos outros”. (Gl 5.22-26 – NVI)

Aqueles que são guiados por Deus, precisam manifestar as qualidades acima, que são
produzidas em nós pelo Espírito Santo.

2 – A DIVERSIDADE DE CONFLITOS

Como seres complexos que somos, estamos sujeitos a conflitos de todos os tipos e
variações, conflitos estes que podem ser internos ou externos e que podem envolver cada
uma das três partes do ser humano.

Vejamos alguns exemplos.

2.1 – Conflitos internos, de origem humana

Tudo o que é interno pertence a natureza imaterial do homem.

Não estamos falando de órgãos que estão dentro do corpo humano, mas sim de tudo aquilo
que faz parte do espírito e da alma.

O Dicionário Vine define alma da seguinte forma:

“O significado básico está relacionado com a rara forma verbal, nãphash. O


substantivo se refere à essência da vida, ao ato de respirar, tomar fôlego. A partir
deste conceito concreto, vários significados mais abstratos foram desenvolvidos.
Em seu sentido primário, vemos o substantivo em sua primeira ocorrência em Gn
1.20: “Répteis de alma vivente [criaturas viventes que se movem (“enxames de
seres viventes”, ARA)]”, e em sua segunda ocorrência em Gn 2.7: ‘Alma vivente’”.

A palavra espírito no hebraico é “ruah”, mas esta palavra tem vários significados, inclusive o
mesmo que alma, pois o hebraico não diferencia as duas palavras em seu significado.

De acordo com Vine, uma das formas de conceituarmos espírito é:

“O elemento de vida no homem, o seu “espírito” natural: “E expirou toda carne que
se movia sobre a terra. […] Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em seus
narizes” (Gn 7.21,22). Segundo estes versículos, os animais têm “espírito” (cf. SI
104.29). Por outro lado, em Pv 16.2 a palavra significa mais que apenas o elemento
de vida — significa “alma”: “Todos os caminhos do homem são limpos aos seus
olhos, mas o SENHOR pesa os espíritos [motivos]”. Isaías põe nephesh, “alma”, e
rüah em paralelismo sinônimo: “Com minha alma te desejei de noite e, com o meu
espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te” (Is 26.9). É o “espírito”
do homem que volta para Deus (Ec 12.7) ”.

A separação entre alma e espírito provém dos gregos, porém, para nosso estudo, iremos
ficar com estes conceitos.
Voltando aos conflitos internos que inundam a vida do ser humano, um dos maiores
problemas está centrado no que conhecemos como tomada de decisões e isto acontece
porque em inúmeros casos faz-se necessário escolher entre um lado ou outro, ou seja, fazer
uma escolha.

Tal situação produz em muitos casos a ansiedade, que se existir em demasia, pode tornar-se
patológica.

Leiamos um texto bíblico:

“O coração ansioso deprime o homem, mas uma palavra bondosa o anima”. (Pv 12.25 –
NVI)

O conceito de ansiedade, de acordo com o Dicionário Priberam é:

1) Comoção aflitiva do espírito que receia que uma coisa suceda ou não.

2) Sofrimento de quem espera o que é certo vir; impaciência.

Em suma, ansiedade é você perturbar-se por algo que não pode resolver.

Existem pessoas que possuem um grau de ansiedade tão grande que comem
compulsivamente, roem as unhas, arrancam os fios de cabelos, entre outras coisas.

Tal situação é completamente contrária ao que a Bíblia nos ensina e, se quisermos resolver
tais conflitos, precisamos viver de acordo com o que O Senhor nos ensinou.

Vejamos alguns textos bíblicos:

“Não busquem ansiosamente o que hão de comer ou beber; não se preocupem com isso.
Pois o mundo pagão é que corre atrás dessas coisas; mas o Pai sabe que vocês precisam
delas”. (Lc 12.29,30 – NVI)

“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de
graças, apresentem seus pedidos a Deus”. (Fp 4.6 – NVI)

2.2- Conflitos entre a carne e o espírito

A luta da carne contra o espírito tipifica a luta entre o bem e o mal, entre Deus e o diabo,
pois de um lado está nossa natureza caída e inclinada a praticar tudo aquilo que desagrada a
Deus e do outro está o espírito humano, onde habita o Espírito de Deus e o Espírito de Deus,
de acordo com o que a Bíblia nos mostra, nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo
16.8).

Esta é uma luta ferrenha, que traz desafios constantes para o cristão, pois se quisermos
agradar a Deus, precisamos vencer a nossa carne, ou seja, nossa natureza adâmica, caída,
carnal.
A Bíblia deixa claro que as tentações não são provenientes de Deus, mas sim dos desejos
impuros que o ser humano possui.

Leiamos alguns textos bíblicos que tratam deste assunto:

“O que acontece é que, quando uma pessoa é tentada, são os seus próprios desejos maus
que a seduzem. Depois, essa maldade, se lhe cedemos, dá nascimento ao pecado; e este,
por sua vez, provoca a morte”. (Tg 1.14,15 – O LIVRO)

Estes desejos maus, impuros e desordenados, são chamados na Bíblia de “concupiscências”.

O Dicionário Wycliffe define concupiscência da seguinte forma:

1) Forte desejo: Pode ser um desejo ardente (heb. nephesk), como o do exército egípcio
para alcançar e destruir Israel no Mar Vermelho (Ex 15.9); ou dos negociantes ansiosos
(epithumias) para auferir os lucros de seus empreendimentos comerciais (Ap 18.14); ou
simplesmente um desejo (gr.epithumia) ou uma ambição por outras coisas (Mc 4.19).

2) Desejo excessivo, forte anseio, luxúria no sentido de excesso: (heb. ta’awa, Nm


11.4,34; SI 78.30). Muitas coisas boas quando feitas em excesso para a autogratificação se
tornam luxúria, como por exemplo, comer demais, gastar tempo demais como prazer (Rm
13.14).

3) Um desejo consumidor pelo que é bom, isto é, zelo peio que é correto:  O termo
gr. epithumia, quando usado para o que é verdadeiramente um zelo piedoso, foi traduzido
como “desejo” em Lucas 22.15; Filipenses 1.23; 1 Tessalonicenses 2.17. Este uso do termo
grego mostra claramente que é o objeto de desejo de uma pessoa ou sua motivação (e não
sua intensidade), que torna esse desejo certo ou errado.

4) A luxúria como um anseio por aquilo que é proibido: Esse é o uso mais comum do
termo. Paulo revela que Deus entregou o homem caído às suas próprias concupiscências
(iepithumiais, Rm 1.24). Ele cita o mandamento do AT, “Não cobiçarás” (Ex 20.17; Dt 5.21),
em Romanos 7.7, mostrando que cobiçar aquilo que não é seu é uma forma de luxúria.
Aparentemente, esse era o próprio pecado costumeiro de Paulo com o qual ele teve que
lutar mais vigorosamente após sua conversão (Rm 7.7-25).

Vejamos o que João escreve sobre este assunto:

“Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está
nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação
dos bens — não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas
aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”. (1 Jo 2.15-17 – NVI)

Paulo escrevendo aos Romanos nos ensina o seguinte:

“Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem, de
acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja”. (Rm 8.5 – NVI)
Sendo assim, esta “peleja” durará enquanto estivermos neste corpo, nesta terra.

2.3 – Conflitos externos

Os conflitos externos fazem parte do que aprendemos acima sobre os relacionamentos


interpessoais.

Como cada um de nós tem um caráter e uma personalidade, estamos sujeitos a divergências
de opiniões e, em alguns casos isto pode trazer consequências desagradáveis, como
discussões, intrigas, inveja e outros.

A Bíblia nos mostra que a inveja é a podridão dos ossos (Pv 14.30) e também nos mostra
que precisamos nos portar de maneira diferente das pessoas sem Cristo, ou seja, precisamos
seguir o exemplo de Cristo, que nos ensinou a viver nesta terra de forma a agradar a Deus.

O escritor aos Hebreus nos mostra que precisamos “seguir” a paz com todos, leiamos em
outra tradução:

“Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém
verá o Senhor”. (Hb 12.14 – NVI)

A palavra seguir denota continuidade e a tradução NVI utiliza a palavra “esforçar” para nos
mostrar que para ter paz com todos é necessário esforço próprio.

Tito reforça um pouco mais a importância de sermos compassivos, leiamos:

“Não devem falar mal de ninguém, nem meter-se em disputas; devem antes ser amáveis,
mostrando simpatia para com toda a gente”. (Tt 3.2 – O LIVRO)

Viver uma vida de acordo com as prescrições da Palavra de Deus não é fácil, porém, o
Espírito Santo nos ajuda em nossas fraquezas.

“Pela fé, o Espírito nos ajuda nas nossas fraquezas. Porque não sabemos o que devemos
pedir, nem como pedir, mas o Espírito pede por nós, e com tal ardor que não há palavras
que o possam exprimir. E o Pai, que conhece todos os corações, sabe na verdade o que o
Espírito pretende ao interceder em nosso favor, em harmonia com a vontade de Deus”. (Rm
8.26 – O LIVRO)

2.4 – Conflitos espirituais

Existe algo que o cristão vivencia, de origem maligna denominado “opressão”.

A palavra “oprimido”, de acordo com o Dicionário Vine significa:

1)  sõreuõ: significa “amontoar em” (derivado de sõros, “montão**, termo que não ocorre
no Novo Testamento: na Septuaginta aparece, por exemplo, em Js 7.26; 8.29; 2 Sm 18.17;
2 Cr 31.6-9). Vemos em Rm 12.20 acerca de brasas; em 2 Tm 3.6, dito das mulheres
“carregadas de pecados”.
2) gemõ: “ser cheio”, é traduzido em Ap 21.9 por “cheias”.

3) phortizõ: “carregar” (cognato de pherõ, “levar”), é usado na voz ativa em Lc 11.46; na


voz passiva, metaforicamente, ocorre em Mt 11.28. “oprimidos”. Nota: Em At 28.10, o verbo
epitithemi. “colocar sobre, vestir” (formado de epi. “sobre”, e tithemi – pôr”) é traduzido por
“nos proveram.

Opressão, na linguagem ocidental, não significa possessão, mas uma influência maligna que
“incomoda” o ser humano.

O crente não pode ser possuído pelo demônio, pois não há lugar para dois seres espirituais
em nós, ou somos habitados por Deus ou pelo diabo.

Tal influência promove vários tipos de problemas, como dores de cabeça, cegueira espiritual,
distúrbios emocionais.

Nas lutas espirituais estão envolvidas o ser humano, o diabo e seus anjos e Deus e seus
anjos.

Vejamos um caso bíblico marcante:

“E ele disse: “Daniel, você é muito amado. Preste bem atenção ao que vou lhe falar;
levante-se, pois eu fui enviado a você”. Quando ele me disse isso, pus-me de pé, tremendo.
E ele prosseguiu: “Não tenha medo, Daniel. Desde o primeiro dia em que você decidiu
buscar entendimento e humilhar-se diante do seu Deus, suas palavras foram ouvidas, e eu
vim em resposta a elas. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias. Então
Miguel, um dos príncipes supremos, veio em minha ajuda, pois eu fui impedido de prosseguir
ali com os reis da Pérsia. Agora vim explicar-lhe o que acontecerá ao seu povo no futuro,
pois a visão se refere a uma época futura”. Enquanto ele me dizia isso, prostrei-me, rosto
em terra, sem conseguir falar. Então um ser que parecia homem tocou nos meus lábios, e
eu abri a minha boca e comecei a falar. Eu disse àquele que estava de pé diante de mim:
Estou angustiado por causa da visão, meu senhor, e quase desfaleço. Como posso eu, teu
servo, conversar contigo, meu senhor? Minhas forças se foram, e mal posso respirar. O ser
que parecia homem tocou em mim outra vez e me deu forças. Ele disse: “Não tenha medo,
você, que é muito amado. Que a paz seja com você! Seja forte! Seja forte! ” Ditas essas
palavras, senti-me fortalecido e disse: “Fala, meu senhor, visto que me deste forças”. Então
ele me disse: “Você sabe por que vim? Vou ter que voltar para lutar contra o príncipe da
Pérsia, e, logo que eu for, chegará o príncipe da Grécia; mas antes lhe revelarei o que está
escrito no Livro da Verdade. E nessa luta ninguém me ajuda contra eles, senão Miguel, o
príncipe de vocês”. (Dn 10.11-21 – NVI)

Estes versículos nos mostram uma das formas que o diabo trabalha contra os servos de
Deus.

Por isto, Paulo nos aconselha a orar sem cessar (1 Ts 5.17).


3 – A INTENSIDADE DA TRIBULAÇÃO

Sabemos que a terra e seus habitantes são do Senhor e Ele procede de acordo com Seus
planos perfeitos.

Por mais que tenhamos nossa posição quanto ao limite de dor que podemos suportar, não
podemos julgar as pessoas, pois assim como o limiar de dor é individual, a capacidade de
suportar tribulações também é.

O autor dividiu a intensidade dos conflitos em três partes, vejamos quais são:

3.1 – Conflitos mínimos

Os conflitos mínimos são aqueles ligados às situações comuns de nossas vidas, como por
exemplo, a escolha entre um livro ou outro, uma roupa e outra, assim por diante.

Apesar de parecerem muito simples, algumas pessoas sofrem com a indecisão.

3.2 – Conflitos pequenos

Estes conflitos podem ser classificados como pequenos, mas dependendo da intensidade com
que acontecem, podem nos tirar a paz.

Um exemplo marcante, de acordo com o comentarista da lição, envolve as escolhas que


afetarão nosso futuro, como que faculdade faremos, que tipo de emprego queremos ou qual
é a mulher certa para cada um de nós.

Para evitar este tipo de conflito, devemos consagrar nosso viver ao Senhor e lhe entregar
nosso futuro.

Vejamos o que o salmista escreve sobre este assunto:


“Faça do Senhor a sua grande alegria e Ele dará a você os desejos do seu coração. Deixe
nas mãos do Senhor tudo o que você for fazer. Confie nEle de todo o coração e Ele fará o
que for necessário. Ele fará a sua justiça brilhar como a luz. Mostrará claramente a todos
que você está com a razão. Descanse no Senhor, espere pacientemente pela sua ação. Não
fique preocupado com os homens maus que conseguem sucesso em seus planos perversos”.
(Sl 37.4-7 – BV)

3.3 – Grandes conflitos

Estes são casos extremamente complexos e, na maioria deles, somente uma ação
sobrenatural de Deus pode mudar a situação.

Podemos exemplificar tais conflitos como as pessoas queridas em estado terminal, com
doenças incuráveis, a perda de um ente querido, falências, traições conjugais e outros.

Existem pessoas que são tão fortemente abaladas por estes conflitos que acabam
sucumbindo e tentando se refugiar nas drogas, álcool, jogos e sexo, porém, nada disto lhes
trará a paz e conforto que precisam.

Paulo foi um homem que experimentou situações adversas terríveis, vejamos algumas delas:

“As perseguições e os sofrimentos que enfrentei, coisas que me aconteceram em Antioquia,


Icônio e Listra. Quanta perseguição suportei! Mas, de todas essas coisas o Senhor me
livrou”! (2 Tm 3.11 – NVI)

“São eles servos de Cristo? — estou fora de mim para falar desta forma — eu ainda mais:
trabalhei muito mais, fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais severamente e exposto à
morte repetidas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui
golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um
dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei
perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos
gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, e perigos dos falsos irmãos.
Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes
fiquei em jejum; suportei frio e nudez. Além disso, enfrento diariamente uma pressão
interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas. Quem está fraco, que eu não
me sinta fraco? Quem não se escandaliza, que eu não me queime por dentro? Se devo me
orgulhar, que seja nas coisas que mostram a minha fraqueza”. (2 Co 11.23-30 – NVI)

Mas, apesar de Paulo ter vivenciado lutas terríveis, ele escreve um texto que põe fim a tudo
isto, pois sua esperança era o Senhor.

“Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver
contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito,
ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece”. (Fp 4.12,13 – NVI –
GRIFO NOSSO)
4 – COMO LIDAR COM O CONFLITO

A Bíblia, nosso manual de sobrevivência nos ensina a lidar com os diversos conflitos e
tribulações que podem nos assolar, vejamos alguns destes ensinamentos.

4.1 – Evite o conflito

Todo grande problema começa com um pequeno detalhe, por isto, devemos buscar
sabedoria para que tenhamos uma vida equilibrada.

Leiamos o que a Bíblia fala sobre a sabedoria:

“Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de
boa vontade; e lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois, aquele que
dúvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento”. (Tg 1.5,6 – NVI)

“Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável,
compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera”. (Tg 3.17 – NVI)

Existe um ditado interessante que diz: “Quando um não quer, dois não brigam”.

Este ditado nos mostra o quão importante é evitar uma discussão ou conflito.

Existem pessoas que acreditam que sempre estão certas e é muito difícil convencê-las do
contrário.

Vejamos alguns versículos sobre este assunto:

“Você conhece alguém que se julga sábio? Há mais esperança para o insensato do que para
ele”. (Pv 26.12 – NVI)

“Há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura”. (Pv 12.18 – NVI)
“O que sabe controlar o seu espírito sabe também com certeza dominar a língua. Mas quem
abre precipitadamente a boca leva tudo à ruína”. (Pv 13.3 – O LIVRO)

Nos casos em que uma palavra mal colocada ou alguma que magoou, faz-se necessário
exercitarmos o perdão, para que isto não cresça e traga grandes prejuízos.

Paulo escreve aos Efésios sobre a importância de resolvermos as questões de forma rápida e
menciona que não devemos deixar passar o dia, leiamos:

“Não pequem, deixando que a ira vos domine. Antes que o dia acabe, façam com que a
vossa irritação tenha fim. Em nenhum caso dêem ocasião a que o Diabo encontre meio de
vos fazer cair”. (Ef 4.26,27 – O LIVRO)

4.2 – Fuja do conflito

Fugir nunca foi e não será sinônimo de covardia e, em alguns casos é sinal de sabedoria.

Imaginemos dois cães em vias de brigar. Um deles é pequeno e fraco, mas corajoso e o
outro é grande e forte. O “estrago” sofrido pelo cão pequeno NUNCA compensará a sua
bravura.

Sabemos que os cães são animais irracionais, mas o exemplo foi postado para nos
lembrarmos que existem situações em que o benefício da fuga é muito melhor.

Existem pessoas que acham que podem ficar brincando com o diabo, que por serem cristãos
estão isentos de suas artimanhas, mas, conforme lemos em Ef 4.27, não devemos dar lugar
ao diabo. Vejamos outros versículos:

“Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês”. (Tg 4.7 – NVI)

A Bíblia nos ensina a fugir da idolatria, da imoralidade sexual, da aparência do mal e de


outras coisas.

4.3 – Não tome decisões apressadas

Já comentamos em outras lições sobre a parábola do filho pródigo, que mostra a inquietude
do filho mais novo, pedindo ao pai para antecipar a distribuição da herança, que lhe seria
dada, na ocasião da morte do pai e, após receber o dinheiro, sai para uma terra distante e
gasta tudo de forma desordenada.

Vocês já pensaram qual (is) poderia (m) ser o (s) motivo (s) deste pedido incomum?

Talvez ele estivesse descontente com a vida na casa da família, talvez tivesse um desatino
com o irmão, talvez quisesse realmente viver suas experiências sozinho, mas independente
do motivo, aquele jovem tomou a decisão mais estúpida de sua vida e por este motivo,
colheu frutos muito amargos.
A revista nos traz o caso de Moisés, que resolveu agir com suas próprias mãos ao ver seu
povo sofrendo como escravos.

Como servos de Deus, precisamos compreender que tudo tem um tempo determinado e há
tempo para todo propósito debaixo do céu (Ec 3.1).

Precisamos crer que o tempo de Deus é perfeito, pois Ele conhece o futuro e nós não.

Sendo assim, tenhamos sabedoria para tomar as decisões corretas.

CONCLUSÃO

Paulo escrevendo aos Efésios nos traz um texto maravilhoso, leiamos:

“Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos,
de acordo com o seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus,
por todas as gerações, para todo o sempre! Amém”! (Ef 3.20,21 – NVI)

O Senhor conhece o que precisamos, sabe como nos provar, ensinar, proteger e um dia nos
levará para o céu.

Tenhamos paciência e corramos a carreira que nos está proposta, para que um dia possamos
dizer:

“Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé”. (2 Tm 4.7 – NVI)

REFERÊNCIAS

BÍBLIA. A Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional.  Ed. Vida. São Paulo, 2001.

BÍBLIA. Bíblia de Estudo Pentecostal.  Tradução de João Ferreira de Almeida Revista e


Corrigida. CPAD. Rio de Janeiro, 1995.

BÍBLIA. A Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida Revista e


Atualizada. CPAD. Rio de Janeiro, 1998.

BOOR, Werner De. Evangelho de João – Comentário Esperança. Editora Evangélica


Esperança. São Paulo, 2002.

PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. CPAD. Rio
de Janeiro, 2000.

VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; JR, William White. Dicionário Vine. CPAD. Rio de Janeiro,
2002.

“ansiedade”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,


https://www.priberam.pt/dlpo/ansiedade [consultado em 01-05-2018].

Por Leonardo Novais de Oliveira

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