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BARRA DO ARIRIÚ - 22/06/2021

Estudo: N° 2

SÉRIE: BEM AVENTURANÇAS. (Mt 5.3)


Os pobres de espírito.

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos


céus;”

INTRODUÇÃO:
Vamos iniciar refletindo sobre o contexto atual. Vivemos em
tempos de auto afirmação, onde somos incentivados a reconhecer
nosso próprio valor; aumentar a nossa auto estima; elevar o nosso
ego. Os livros de maior vendagem são os de “auto ajuda”.
Enquanto o mundo nos quer levar a perceber nossa “riqueza”,
Cristo vem nos exortando a perceber nossa “pobreza”. Ele nos
exorta não a buscar auto ajuda, mas sim, ajuda do auto. É com esse
sentimento de dependência de Deus que iremos nos ater ao texto de
hoje. Enquanto o mundo diz que: “Bem aventurados são aqueles
que são autoconfiantes, bem aventurados são os competentes,
bem aventurados são os autossuficientes,” Jesus, não contramão
do mundo, Diz: “Bem-aventurados os pobres de espírito.”
Leon Morris diz que essa bem-aventurança “revela o vazio dos
valores do mundo. Exalta aquilo que o mundo despreza e rejeita
aquilo que o mundo admira.”
Thomas Watson diz que “o mundo pensa que feliz é aquele que está
no pináculo, no lugar mais alto, mas Cristo pronuncia como bem-
aventurado aquele que está no vale.”
I – O “POBRE DE ESPÍRITO” É AQUELE QUE CONSEGUE
VER SUA POBREZA ESPIRITUAL.
a) Nossa pobreza espiritual precisa ser assimilada.
- Quando Jesus fala de “pobre de espírito” é obvio que não está
falando de pobreza física e sim de pobreza espiritual.
- Imaginar-se acima da média é doentio, mas infelizmente hoje,
temos um grande número de cristãos que veem o seu
relacionamento com Deus apenas como um meio de barganha.
Quando na verdade deveríamos reconhecer nossa pequenez e
fragilidade e assim, dependermos totalmente do Senhor.

“Já se disse com grande razão que "o maior ignorante é aquele
que nada sabe e não percebe que nada sabe, o maior enfermo é
aquele que tem uma enfermidade fatal e não percebe isso, e o
mais pobre deste mundo é aquele que nada possui e pensa que é
rico.” (Billy Grahan)

“O oposto da autossuficiência. Fala da profunda humildade de


reconhecer a total falência espiritual daquele que se afasta de
Deus. Descreve aqueles que estão profundamente conscientes de
sua própria perdição e desesperança a parte da Graça Divina.”
(John MacArthur)

b) Nossa pobreza espiritual precisa ser efetivada.


- Não apenas reconhecer, mas muito mais viver, eis o que funciona.
- Discursar é fácil, viver, nem tanto. Cristo quer prover para nós essa
condição por intermédio de sua graça.
- A pobreza bem-aventurada é a do “pobre de espírito”, a do espírito
que reconhece sua própria falta de recursos para fazer frente às
exigências da vida e encontra a ajuda e a fortaleza que necessita em
Deus.

II - O “POBRE DE ESPÍRITO” É AQUELE QUE


RECONHECE QUE A VERDADEIRA RIQUEZA É
AQUELA QUE VEM DE CRISTO, PRODUZIDA POR SUA
OBRA NA CRUZ.
O homem vive em busca de riqueza fácil, esquecendo-se que como
dizia Albert Einstein: “O único lugar onde o sucesso vem antes do
trabalho é no dicionário.”
Em seu Sermão, mais a frente, Jesus Cristo asseverou: “Mas, buscai
primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas.” (6.63) E ainda em Jo 15.5, ele reitera: “Sem
mim nada podeis fazer”. O escritor aos Hebreus vai dizer: “Olhando
para Jesus, autor e consumador da fé”. (Hb 12.2) Isso apenas deixa
muitíssimo claro que a única garantia que temos de nos encaixarmos
nessa “pobreza de espírito” é fitar a cruz diuturnamente.
Paulo quando escreve aos filipenses fala de que Cristo abdicou de
sua glória e majestade no céu para vir a este mundo viver em
pobreza. “...sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser
igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de
servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de
homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte,
e morte de cruz”. (Fl 2:6-8) Como não olharmos para esse exemplo?
(I Pe 2.21)

III - O “POBRE DE ESPÍRITO” É AQUELE QUE DE


FORMA VOLUNTÁRIA NEGA A SI MESMO, PARA
PODER SERVIR MELHOR A CRISTO.
Cristo no Evangelho é categórico: “Se alguém quiser vir após mim,
renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-
me.” (Mt 16.24) Em um mundo que diz: “Ame a si mesmo”, bem
aventurado é aquele que consegue negar a si mesmo e “Amar a Deus
acima de todas as coisas”.
a) Negar-se a si mesmo é dar a coisas de Deus o PRIMEIRO
LUGAR.
b) Negar-se a si mesmo é dar ao próximo a prioridade.
c) Negar-se a si mesmo é dar sem esperar retribuição.
d) Negar-se a si mesmo é não apenas teorizar o Evangelho, mas sim
vive-lo na práxis diária.

V – O “POBRE DE ESPÍRITO” É AQUELE QUE VIVE


COMO PEREGRINO, POIS SUA PÁTRIA É O REINO DOS
CÉUS.
- Jesus não disse: bem-aventurados “serão” os pobres de espírito,
mas bem-aventurados “são”.
- Os crentes não serão felizes apenas quando chegarem ao céu; eles
já são felizes agora. Eles são felizes não apenas na glória, mas a
caminho da glória.
- O crente fiel e verdadeiro antecipa as glórias do Reino de Deus em
seu viver diário, por isso é BEM AVENTURADO.
“Jesus estava ensinando que o reino e um presente gracioso
aqueles que reconhecem sua própria pobreza de espirito.”
(John MacArthur)

Como diz A. T. Robertson: “‘O Reino dos céus’ aqui significa o


reinado de Deus no coração e na vida do crente.” O Salmista, em
sua meditação sobre a Palavra de Deus, já orava assim: “Sou
peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos.”
(Sl 119:19) O Apostolo Pedro pede aos cristão: “Amados, peço-
vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das
concupiscências carnais, que combatem contra a alma”. (I Pe 2.11)
Somos sim peregrinos em terra estranha, portanto vivamos como
tal.

CONCLUSÂO:
- Ser pobre de espírito é a base para as outras virtudes. A primeira
bem-aventurança é o primeiro degrau da escada. Se Jesus
começasse com a pureza de coração, não haveria esperança para
nós. Primeiro precisamos estar vazios, para depois sermos cheios,
diz Martyn Lloyd-Jones. Não podemos ser cheios de Deus
enquanto não formos
esvaziados de nós mesmos. Esta virtude é a raiz; as outras são os
frutos.
- Encerramos refletindo. Perante o mundo somos pobres, mas
perante Deus somos ricos. Nossa morada não é aqui, estamos de
passagem, vamos para as moradas eterna, se isso não for bem
aventurança o que mais seria?

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também


em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse
assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu
for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim
mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.”
João 14:1-3

TEXTO E MINISTRAÇÃO: Pr. João Germano

APOIO BIBLIOGRAFICO:
MACARTHUR. John, Comentário Bíblico de John
MacArthur. EDITORA CULTURA CRISTÃ, 2011, São Paulo, SP
STOTT. John, O Sermão da Montanha. ABU, 2008, São Paulo, SP
CPAD. Comentário Bíblico de Matthew Henry. CPAD, 2010, Rio de
Janeiro, RJ

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