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Paróquia Imaculado Coração de Maria – PICM 
 
CATEQUESE
EUCARISTIA I
As Bem-Aventuranças – Sermão da Montanha

 
Roteiro de Sugestão para o ° Encontro da Catequese 2022 – 22/10/2022.

TEMA:

As Bem-Aventuranças - Sermão da Montanha:O Caminho para o Céu.

OBJETIVO:

● Fazer uma reflexão sobre a passagem das Bem-aventuranças- Sermão da


Montanha;
● Motivar as crianças com as descobertas do compromisso cristão no exercício da
vida;
● Propor a reflexão da relação íntima entre as nossas escolhas e atitudes pessoais
com a construção do Reino de Deus;

MATERIAL:
● Bíblia;
● Montar o altar com pano cor verde (vela, flores, crucifixo, Imagem de Nossa
Senhora);
● Cartolina traçada ao meio ou folhas A3 2 por grupo, onde em uma estará escrito
Como Vivo e a outra Como me Afasto.
   
 
PREPARAÇÃO:

● Colocar músicas para o acolhimento das crianças, sugestão:


https://www.youtube.com/watch?v=zVMo24A2mcY
https://www.youtube.com/watch?v=W8HzcQj4218

● Chamada

ORAÇÃO INICIAL:

Oração do Pai Nosso e intenções espontâneas.

ILUMINADOS PELA PALAVRA: 

● Leitura Mt 5, 1-12:

AÇÃO:
O catequista fará a leitura para a turma, em seguida dará uma breve explicação sobre cada
uma das Bem Aventuranças com o contexto em que ela está para nós cristãos; neste momento
seria interessante explicarmos mais do que exemplificarmos para que eles demonstrem o que
entenderam na atividade proposta em seguida e após nós retornamos detalhando o assunto a
cada resposta deles.

Nortear o encontro nas respostas das perguntas:

O que são as Bem-aventuranças? Jesus começa o Sermão da Montanha exaltando a todos


com essas palavras:“Bem -aventurados”. E ali deu ensinamentos para chegarmos ao Reino dos
Céus.

Bem-aventurados significa, pelas traduções, estado de plena felicidade; condição de extremo


bem-estar; alegria profunda da alma. As Bem-aventuranças mostram as virtudes daqueles que
são cidadãos do Reino de Deus, que vivem pela vontade de Deus e buscam fazer sua vontade.

Para que servem? Elas nos capacitarão para resistir aos momentos mais difíceis da vida. Jesus
sabia que nossa caminhada para o Céu seria difícil, ele mesmo passaria por momentos de
extrema dor por nós, mas quis aqui nos ensinar como poderíamos enfrentar esses momentos.

E por quê precisamos desses ensinamentos? As Bem-aventuranças nos ensinam o fim


último ao qual Deus nos chama: o Reino de Deus, a visão de Deus, a participação na natureza
divina, a vida eterna, a filiação divina, o repouso em Deus (CIC, n.1726). O Papa Francisco
chamou de “Mapa para o Céu”. Pelo ensinamento de Jesus, temos aqui o caminho de vida do
cristão.

As bem-aventuranças são a maneira pela qual cada pessoa encontra a realização plena de sua
vida, ou seja, a felicidade. O discípulo de Jesus deve saber orientar a sua vida pela lei de Deus.
Nela, ele encontra a sua alegria e medita sobre ela dia e noite . Por isso que Jesus, ao proferir as
Bem-aventuranças, não está propondo algo difícil de fazer. Ao contrário, as bem-aventuranças
servem para fazermos um exame de consciência sobre a maneira como nós estamos vivendo.
Neste mundo há muito esbanjamento enquanto há muitos que passam fome; há muitos que
passam a sua vida dedicados ao prazer que lhe proporciona o dinheiro e acham que isso é a
verdadeira felicidade; há muitos que acreditam que felicidade é o acúmulo de bens somente
para si. Jesus está dando uma oportunidade a eles de serem resgatados de seu egoísmo, de
sua falsidade, de sua imoralidade e de sua auto suficiência.

Enquanto ensina, Jesus traduz com a vida as suas próprias palavras. Se o ser humano começa
a olhar e a viver partindo de Deus, se caminha tendo Jesus por companheiro, então está
vivendo segundo os novos critérios do Reino.

O conjunto das bem-aventuranças exprime o significado profundo e radical do verdadeiro


discipulado, porque evidencia que o ser humano deve viver sempre em referência a Jesus. Todo
discípulo do Reino assim o é porque está ligado ao mistério de Cristo. Segundo Bento XVI, as
bem-aventuranças são “a transposição da cruz e da ressurreição na vida do discípulo''. Elas,
porém, têm valor para o discípulo porque foram realizadas primeiramente no próprio Cristo”.

As bem-aventuranças indicam os verdadeiros lugares onde estão as esperanças do ser humano.


Os comportamentos contrários, por outro lado, mantêm o ser humano conectado naquilo que é
aparente, provisório, e, fazendo-o perder o sentido de Deus e do próximo, levam-no à ruína,
porque o rebaixam em detrimento da grandeza a que foi chamado.

Quantas e quais são as Bem-aventuranças? No momento do Sermão da Montanha foram


proferidas 9 Bem-aventuranças ou “Beatitudes”.

Explicação de cada uma das Bem-aventuranças - atitudes que agradam a Deus e que são
abençoadas por Ele:
1 - Humildes de Espírito: Aqueles que reconhecem total dependência de Deus, que sabe que
está debaixo de suas poderosas mãos, reconhece suas falhas, limitações, e que entrega e confia
todo o seu viver ao Senhor;

2 - Os que choram: O choro assim como a tristeza verdadeira, segundo a Palavra de Deus,
gera arrependimento genuíno, mudanças de conduta, aperfeiçoamento de caráter. E Deus em
seu infinito amor pode nos consolar com seu perdão e graça.

3 - Os Mansos: Os mansos e humildes, são aqueles que entendem que toda a glória pertence
ao senhor, não restando espaço para a arrogância, nem ganância, e por isso são abençoadas e
recompensadas;

4 - Os que têm fome e sede de Justiça: Diferentemente dos ímpios, aqueles que têm fome e
sede de justiça buscam cumprir a vontade de Deus nesta terra, proclamando as verdades do
Reino de Deus. Por isso, as bem-aventuranças na Bíblia nos mostram que os cidadãos do Reino
são dedicados a corrigirem a injustiça deste mundo, apontando sempre para Cristo, aquele que
vive e reina. São aqueles cujos corações ardem pela justiça que vem Deus, e que se alegram
com o que é certo, entendem que o próprio Senhor é Justiça, e tem prazer em defender aquele
que vier a sofrer qualquer injustiça.

5 - Misericordiosos: Os misericordiosos receberão a misericórdia do Senhor, porque


compreendem o amor e a graça imerecida derramados a todos nós, portanto ele oferece ao
próximo aquilo que ele mesmo recebeu do céu.
Neste ponto, as bem-aventuranças na Bíblia mostram que os misericordiosos são aqueles que
entenderam o amor infinito de Deus, praticando a misericórdia com os outros. Assim como fomos
tratados com misericórdia, também devemos ter amor e praticar a bondade para com os outros;

6 - Limpos de Coração: Os limpos e puros de coração, são aqueles que continuamente vivem
uma vida de arrependimento cujos pecados são lavados e remidos. Apenas quem se deixa ser
purificado e lavado por Jesus, poderá ver a Deus.

7 - Pacificadores: Os pacificadores porque eles entenderam que Jesus é a nossa paz, e veio
para nos dar a sua paz, e, portanto, devemos viver as nossas vidas compartilhando e
transmitindo essa mesma paz por onde passarmos.

8 -Perseguidos por amor da justiça: Para dilatar o reino de Deus, precisa de discípulos
corajosos. Os que vierem depois d´Ele não deverão contentar-se em ensinar e praticar a “justiça”
– terão ainda de a defender e de sofrer por ela.

Este apelo à coragem é dirigido aos homens de todos os tempos, a todos os que quiserem ser
cristãos. Lembremo-nos de que Ele nos recruta para um combate cujo resultado não é incerto:
“Eu venci o mundo”. Devemos estar alegres, pois apesar da fadiga, da denúncia e da injúria,
estamos certos da vitória do Evangelho.

Quando é que Jesus Cristo foi valente? Com quem? … Diante do mar, diante da dor e do
sofrimento …

9 - Perseguidos em nome de Cristo : Quem é perseguido por causa de Cristo, também deve
se sentir privilegiado, pois receberá grande recompensa do céu, por entenderem que a obra que
estão fazendo, é muito maior do que qualquer perseguição ou injúria que possam vir a sofrer.

Nestes ensinamentos percebemos algo muito interessante. Jesus, naquela época, apresentava
aos seus seguidores e ouvintes, uma certa inversão de valores, apresentando uma proposta de
conduta e de atitudes exemplares, que diminuíssem nosso eu, nosso egoísmo e pecados,
tornando-se mais humildes e santos.

Atividade proposta - Dividiremos a turma em três grupos e de maneira aleatória


entregamos 3 das frases sobre as Bem-aventuranças a cada grupo e vamos pedir para que eles
escrevam a resposta para: Como Vivo (como ele acha que vive aquela Bem Aventurança na
sua caminhada cristã) ; e Como me afasto (que atitudes e escolhas faço que me afastam de
viver essa Bem Aventurança no meu dia a dia ou em alguns momentos). Ler as respostas das
crianças e complementar com exemplos que as ajudarão entender o assunto dentro do cotidiano
delas, tendo como base exemplos que estão nos vídeos de sugestão.

FINAL: Momento voltado para explicar sobre a campanha do Banho e a Renovação das
Promessas do Batismo.

PARA FAZER EM CASA

Colorir e responder o desenho do nosso encontro. Pedir para que façam oração em família, e
lembrem-se de pedir para que sejamos sempre Bem-aventurados.

ORAÇÃO FINAL:

Ó
meu Jesus,
A quem por mim veio ao mundo para me salvar;
Purifica o meu coração;
Fazei com que eu não me perca no caminho para o céu;
Que eu viva com amor as Bem-aventuranças;
Peço a Maria, Mãe de Deus e Rainha dos céus, que
interceda pelo meu caminho de santidade, hoje e sempre.
Em Nome do Pai do Filho e do Espirito Santo Amém.

Intenções espontâneas, Santo Anjo e Ave Maria.

Irei imprimir essas perguntas e as Bem-aventuranças em tamanho grande para a dinâmica do


encontro. Levo para vocês no sábado.

O que são as Bem-aventuranças?


Para que servem? Por quê nos foi dado esses
ensinamentos?

Bem-aventurados os pobres em espírito, porque


deles é o Reino dos céus.

Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a


terra.

Bem-aventurados os que choram, porque serão


consolados.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de


justiça, porque serão saciados.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque


alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, porque
verão a Deus.

Bem-aventurados os que promovem a paz, porque


serão chamados filhos de Deus.

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por


amor da justiça, porque deles é o Reino dos céus.

Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa,


vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo,
disserem todo o mal de vós. Alegrai-vos e exultai,
pois é grande nos céus a vossa recompensa.

Textos base

Por que são tão importantes as bem-aventuranças?


Quem anseia pelo Reino de Deus olha para a lista das prioridades de Jesus: as bem-aventuranças. [1716-1717, 1725-
1726]

Deus fez promessas ao Seu Povo desde Abraão. Jesus retoma-as, dilata ao Céu a sua validade e faz delas o
Seu próprio programa de vida: o Filho de Deus torna-Se pobre, para tomar parte da nossa pobreza; Ele alegra-
Se com os alegres e chora com os que choram (Rm 12,15); não recorre à violência, mas dá a outra face (Mt
5,39); teve misericórdia, promoveu a paz e mostrou assim o caminho seguro para o Céu.

Fonte: YOUCAT

Sites e Vídeos de sugestão para estudo.

https://cleofas.com.br/o-que-significam-as-bem-aventurancas-que-a-biblia-se-refere/

https://cleofas.com.br/o-que-o-catolico-precisa-saber-sobre-as-bem-aventurancas/

https://www.a12.com/redacaoa12/como-atualizar-as-bem-aventurancas-para-o-mundo-de-hoje

https://catolicismo.com.br/materia/materia.cfm/idmat/00397B9C-3048-313C-2E1A9FF9A5C7EF49/mes/
Novembro2007

https://site.ucdb.br/noticias/ucdb/6/artigo-as-bem-aventurancas-sao-inseparaveis-daquele-que-as-
pronuncia/39065/

https://opusdei.org/pt-pt/article/quais-sao-as-bem-aventurancas/

Papa em Todos os Santos: Bem-aventuranças são para nós e não para super-homens
POR PROF. FELIPE AQUINO
1 DE NOVEMBRO DE 2017
NOTÍCIAS, PALAVRAS DO PAPA, PAPA E SANTA SÉ

Segundo o ACI Digital, ao presidir a oração do Ângelus nesta quarta-feira, 1º de novembro, Solenidade
de Todos os Santos, o Papa Francisco explicou que as bem-aventuranças não são para “super-
homens”, mas para todos nós e constituem o “mapa” da vida cristã para a felicidade.

Antes da oração mariana na Praça de São Pedro, o Pontífice explicou que “os ingredientes para a vida
feliz se chamam bem-aventuranças”.

“São bem-aventurados os simples, os humildes que dão lugar a Deus, que sabem chorar pelos outros e
pelos próprios erros, permanecem mansos, lutam pela justiça, são misericordiosos com todos,
preservam a pureza do coração, trabalham sempre pela paz e permanecem na alegria, não odeiam e,
mesmo quando sofrem, respondem ao mal com o bem”.

“Eis as bem-aventuranças. Não requerem gestos extraordinários, não são para super-homens, mas para
quem vive as provações e as fadigas de todos os dias”.
O Pontífice acrescentou que “os santos são assim: respiram como todos o ar poluído que há no mundo,
mas no caminho jamais perdem de vista o percurso de Jesus, indicado nas bem-aventuranças, que são
como o mapa da vida cristã”.

Hoje, prosseguiu o Santo Padre, “é a festa daqueles que alcançaram a meta indicada por este mapa:
não são só os santos do calendário, mas os muitos irmãos e irmãs ‘da porta ao lado’, que talvez
tenhamos encontrado e conhecido”.

Francisco recordou que “a Solenidade de Todos os Santos é ‘nossa festa’: não porque somos bons,
mas porque a santidade de Deus tocou a nossa vida. Os santos não são pequenos modelos perfeitos,
mas pessoas atravessadas por Deus”.

“Podemos compará-los com os vitrais das igrejas que fazem entrar a luz em diferentes tonalidades de
cor. Os santos são nossos irmãos e irmãs que acolheram a luz de Deus em seu coração e a
transmitiram ao mundo, cada um segundo a própria tonalidade. Mas todos foram transparentes, lutaram
para limpar as manchas e as obscuridades do pecado, assim deixam passar a luz amável de Deus”.

Este, indicou o Papa, “é o objetivo da vida, deixar passar a luz de Deus, também a finalidade de nossa
vida. De fato, hoje no Evangelho, Jesus se dirige aos seus, a todos nós, dizendo ‘bem-aventurados’,
essa palavra com a qual inicia sua pregação, que é ‘evangelho’, boa nova, porque é o caminho da
felicidade. Quem está com Jesus é bem-aventurado, é feliz”.

“A felicidade não está em ter alguma coisa ou em tornar-se alguém, não. A verdadeira felicidade é estar
com o Senhor e viver por amor. Vocês acreditam nisso?”.

Hoje, disse também o Papa Francisco, “é uma festa de família, de muitas pessoas simples e escondidas
que, na realidade, ajudam Deus a levar avante o mundo. E quantas pessoas assim existem hoje! Irmãos
e irmãs desconhecidos que ajudam Deus a levar avante o mundo. Vamos saudá-los com um grande
aplauso, todos”.

O Papa explicou que a primeira bem-aventurança se refere à pobreza de espírito. Isso quer dizer que os
santos, os bem-aventurados “não vivem em busca do sucesso, do poder ou do dinheiro. Sabem que
quem acumula tesouros para si não se enriquece diante de Deus. Ao contrário, creem que o Senhor é o
tesouro da vida e que o amor ao próximo é a única verdadeira fonte”.

Do mesmo modo, o Pontífice se referiu a outra “bem-aventurança que não se encontra no Evangelho,
mas ao final da Bíblia, e que fala do fim da vida: ‘Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor’”.

“Amanhã, seremos chamados a acompanhar com a oração nossos defuntos para que gozem para
sempre do Senhor. Recordemos com gratidão nossos entes queridos e rezemos por eles”.
Para terminar, o Santo Padre fez votos para que “a Mãe de Deus, Rainha dos Santos e Porta dos Céus,
interceda pelo nosso caminho de santidade e pelos nossos caros que nos precederam e já partiram
para Pátria celeste”.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/papa-em-todos-os-santos-bem-aventurancas-sao-para-nos-e-
nao-para-super-homens-30477/

1ª Bem-aventurança: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles


é o Reino dos céus”.

O domínio das Bem-Aventuranças começa onde termina o do Decálogo. Cristo convida-nos


a um desinteresse verdadeiro. Pede aos menos favorecidos que fechem, resolutamente, o
seu coração a qualquer cobiça. Ordena aos privilegiados que se desfaçam do supérfluo, em
proveito dos que não têm o necessário, e convida-os a exercer esta medida obrigatória,
porque um cristão não pratica a virtude da caridade quando socorre os outros: só começará
a amar os seus semelhantes a partir do momento em que se privar de si próprio em favor
deles. Não falamos, evidentemente, do simples desinteresse de pessoas honestas e justas,
se bem que a probidade e o respeito dos outros levem mais de uma vez a um
empobrecimento notável.

Quando é que Jesus Cristo foi honesto e justo? Com quem? … Com a pecadora pública,
com o bom ladrão, pagou os impostos como qualquer cidadão …

2ª Bem-aventurança: “Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra”

A palavra grega que traduzimos por «mansos» aplica-se àqueles que possuem
diversas qualidades, desde a doçura até à tolerância. Mas não são, em caso algum,
nem os moles nem os amorfos. A mansidão evangélica supõe firmeza de caráter.
«Que o vosso coração não se perturbe» dirá Cristo (Jo 14, 1, 27). E acrescentará
noutra ocasião «Por causa da vossa paciência salvareis as vossas almas» (Lc 21,
19). Não é uma questão de temperamento, de uma tendência natural para a
indiferença ou para a apatia; também não é o hábito de capitular perante as
opiniões ou vontades dos outros, para evitar complicações. É uma virtude e,
portanto, um ato de força. Não nos iludamos com o seu aspecto calmo e até
sorridente, que só adquiriremos usando de severidade para connosco próprios.
Quando é que Jesus Cristo viveu a mansidão? Com quem? … Com os pecadores,
com os fariseus hipócritas, durante a Paixão …

3ª Bem-aventurança: “Bem-aventurados os que choram, porque serão


consolados”.

A quem tiver confiança em Deus, mesmo nos dias que não forem felizes oferecerão a sua
pequena alegria: a energia sorridente na adversidade ou a canção simples que dá ritmo ao
trabalho; o impulso interior que resiste ao perigo e à tristeza, ou simplesmente a poesia
que transfigura as pequenas misérias de cada dia. Os homens são tristes porque não
compreendem ou porque não aceitam. O cristão abandona-se ao Pai, que sabe e que
decide; ao Deus que distribui os dias de sol ou de nevoeiro; ao Artista delicado que
imaginou os espinhos para proteger as rosas; mas muito mais ao «Deus que se fez homem
para que o homem se tornasse Deus». E nesta frase de Santo Agostinho vai todo o
«segredo gigantesco» da alegria cristã.

Quando é que Jesus Cristo manifestou alegria? Com quem? … Com as crianças “deixai que
se aproximem de mim”, com as pessoas simples, com os seus amigos, descansando …

4ª Bem-aventurança: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão


saciados”.

A santidade carateriza-se pela união com Cristo. União de vida, de graça e de


glória: é a obra exclusiva de Deus. União de pensamento, de louvor, de obediência,
de amor: é a nossa parte. A fome de santidade é, pois, um tormento irresistível de
formar uma única coisa com Ele; um desejo sempre vivo de conformar os nossos
pensamentos com os seus; de identificar a nossa vontade com a sua, o que exige
uma determinação sempre contínua de nos fazermos semelhantes a Ele nas
nossas ações. Esta fome, sempre insatisfeita, Cristo acalma-a e alimenta-a ao
mesmo tempo, pela sua graça, até a saciar completamente na união do céu.

Quando é que Cristo recorria ao seu Pai? Com quem? … Antes de tomar decisões,
perante as dificuldades, com os seus amigos e ensinando-nos a rezar o Pai Nosso

5ª Bem-aventurança: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque
alcançarão misericórdia”.

A misericórdia é, por último, um ato de justiça para connosco próprios. “Não quero
pensar mais nisso, dizemos, mas não perdoo”. Mas, apesar de tudo, continuamos a
pensar, encerramo-nos numa frieza calculista, tornamo-nos desconfiados, azedos e
sufocamos a bondade. Só saberemos esquecer quando perdoarmos. A maneira de
triunfar da ofensa é recusarmo-nos a considerar-nos ofendidos: é a maneira de
Deus, que destrói verdadeiramente o mal. Perdoar é um poder divino.

Quando é que Jesus Cristo perdoa? A quem? … Sempre e a todos.

6ª Bem-aventurança: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a


Deus”.

Cristão verdadeiro é aquele que assina cristão em todas as circunstâncias. É o


homem de palavra; vai até ao fim nas suas convicções, sem se deixar dominar por
qualquer compromisso. As suas atitudes, decisões, tentativas, revelam-no,
“caraterizam-no” como cristão.

Esta mesma integridade de caráter deve ser cultivada em todos os discípulos de


Cristo. Ela esbarra com o que hoje se chama conformismo, esse hábito que leva a
pautar a conduta pelas ideias ou exemplos da maioria. Este existiu sempre, e
apenas é mais sensível na nossa época, que desenvolveu ao mesmo tempo o
espírito de carneiro e os meios de publicidade. Hoje espalham-se as opiniões e
impõem-se os costumes da mesma forma que os produtos alimentícios ou uma
marca de sabonete. Hoje tudo se fabrica em série. Os habitantes do planeta não
tendem apenas a moldar a mesma silhueta num fato de corte idêntico; a
uniformidade não é menos rigorosa no domínio do pensamento.

Quando é que Jesus Cristo atua sem duplicidade nem engano? Com quem? …
Com os seus Apóstolos, amigos e inimigos…
7ª Bem-aventurança: “Bem-aventurados os que promovem a paz, porque
serão chamados filhos de Deus”.

As bem-aventuranças anteriores puseram-nos a espada na mão para cortarmos


pela raiz as paixões humanas. Se nos libertarmos das peias do dinheiro e do
orgulho; se nos imunizarmos contra a dor; se nos arrancarmos à mediocridade, à
dureza e à duplicidade, então a paz de Cristo pode expandir-se em nós e brilhar à
nossa volta.

Se é possível, na medida em que depende de vós, tende paz com todos os homens
(Rom 12, 18).

S. Paulo, exortando os fiéis de Roma a mostrarem-se pacíficos, não lhes promete


que as suas tentativas amigáveis hão de ser retribuídas na mesma moeda. “Se é
possível, na medida em que depende de vós”. Para viver em paz com outra pessoa,
é preciso que ambas o queiram. E o Apóstolo apenas tem em vista aqui as relações
habituais da vida. Que será, ao tratar-se de manter a paz pública, quer entre
cidadãos da mesma pátria, quer entre os diferentes povos da terra? Mas, os
receios, as próprias probabilidades de um desaire não dispensam o cristão de
tentar tudo, de atrever-se a tudo, para fazer reinar a paz no mundo. E só com esta
condição é que merecerão ser chamados filhos de Deus.

Quando é que Cristo transmite a paz? Com quem? … Dialogando inclusivamente


com os seus inimigos, perante as discussões dos seus Apóstolos, nos momentos
de tensão e de sofrimento…

8ª Bem-aventurança: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor


da justiça, porque deles é o Reino dos céus”.

Cristo interroga o auditório: “Estais decididos a lutar pelos direitos de Deus e pelos
direitos dos vossos irmãos, a opor-vos ao mal sob todas as formas?” Para dilatar o
reino de Deus, precisa de discípulos corajosos. Os que vierem depois d´Ele não
deverão contentar-se em ensinar e praticar a “justiça” – terão ainda de a defender e
de sofrer por ela.

Este apelo à coragem é dirigido aos homens de todos os tempos, a todos os que
quiserem ser cristãos. Lembremo-nos de que Ele nos recruta para um combate cujo
resultado não é incerto: “Eu venci o mundo”. Devemos estar alegres, pois apesar da
fadiga, da denúncia e da injúria, estamos certos da vitória do Evangelho.

Quando é que Jesus Cristo foi valente? Com quem? … Diante do mar, diante da
dor e do sofrimento …

9ª Bem-aventurança: “Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos


insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal de vós.
Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos céus a vossa recompensa”.

Cristãos, reparai que temos mais do que Moisés e os Profetas. Alguém veio das esferas
eternas, de onde os homens não voltam. O Filho de Deus fez-se homem para nos fazer
participar da sua filiação divina. Toda a sua pregação foi orientada para esta vida nova e
eterna, concedida àqueles que acreditavam nele. Aos céticos que o intimavam a dar provas
do que dizia, respondia que dava apenas uma. Ele próprio sofreria a morte e depois
retornaria, animado daquela Vida que comunicaria aos homens regenerados.

Os acontecimentos deram-se como Ele anunciara. Notai que a nossa fé não assenta em
teorias, mas em factos históricos. E o facto principal é a ressurreição de Cristo. Os apóstolos
começaram por não acreditar na realidade de semelhante prodígio. Hesitaram e
duvidaram. Finalmente, em presença das aparições repetidas do Salvador a eles mesmos e
aos outros – numa delas estavam reunidos mais de quinhentos irmãos – renderam-se à
evidência. E proclamaram até à morte aquilo de que tinham sido testemunhas: “Vimo-lo
com os nossos olhos; tocámo-lo com as nossas mãos; comemos e bebemos com Ele depois
da ressurreição de entre os mortos”.

Inutilmente, os outros recorrem a ameaças para os fazer calar: “Não podemos deixar de
dizer o que vimos e ouvimos”.

Não só Paulo, como ainda os outros apóstolos tiraram as consequências do triunfo de Cristo
sobre a morte. A ressurreição é a prova suprema da sua divindade e da verdade da sua
doutrina, e além disso inclui a certeza da nossa própria ressurreição. Como as primícias são
a prova da futura ceifa, também a vitória dos cristãos está contida na vitória de Cristo.
Quando é que Jesus cristo viveu o otimismo profundo? Com quem? … diante de aparentes
fracassos, com os traidores …

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