Relatório do capítulo I: “A representação do eu na vida cotidiana”, de Erving Goffman
Inicialmente, em seu estudo e apresentação do indivíduo, Goffman chega a transportar informações em seu livro, analisadas no cotidiano em sociedade, referentes às diversas expressividades individuais e coletivas, isto é, atuações, impressões e aparências, por exemplo, de pessoas presentes, em uma mesma esfera, e como isso interfere nas relações sociais e pessoais. Em um determinado momento, o homem percebe que, para seu benefício próprio ou para obter conquistas, o ideal passa a ser atuar, vestir-se como uma personagem criada pelo seu ego, trazendo de seu passado, tal como outras interações sociais equivalentes, uma memória quase que inconsciente de como agir, fazer parecer e buscar a aceitação e respostas desejadas através da repetição de seu desempenho. Todas as lembranças assertivas estão diretamente conectadas na identificação de tais elementos, como a imagem e personificação do eu na sociedade, e, por isso, algumas formas de análise são observadas e desenvolvidas com o intuito de seu aperfeiçoamento e/ou puramente pelo entendimento de nossas representações, assim como as expressões que transmitimos para o próximo e emitimos para nosso interior. Portanto, seu trabalho têm como interesse principal observar o controle da conduta e sua regulação durante a socialização e interação. À vista disso, seu estudo baseia-se em três diferentes formas de comunicação, sendo objeto de estudo a de forma teatral e contextual. Para esse tipo de comunicação, é necessário existir sujeitos que envolvam-se, direta ou indiretamente, e que transfiram para a sociedade uma atuação; usa-se como título de exemplo o teatro e cinema, em que haja um palco, para dar visibilidade à peça, um ator, para absorver os símbolos verbais e transmiti-los e a plateia, para guardar para si o ato final. Fornecida tal observação, resta-nos compreender, neste momento, que o indivíduo irá apresentar-se, de maneira favorável, para que sejam analisados e bem recebidos pelos interlocutores; para esses últimos, podem surgir aspectos governáveis e não-governáveis após o recebimento de um encontro, isto é, a atuação pode gerar uma resposta governável, em que suas expressões e interações verbais manifestem realmente o que se pensa ou uma resposta não governável, na qual a “audiência” irá camuflar-se, optando por compartilhar sua captação com um terceiro sujeito que, de preferência, não deixe sua “máscara” cair. Tais ações ocorrem na intenção de evitar possíveis conflitos e para manipular os indivíduos em seu entorno, por fatores normalmente pessoais; na intenção de ajudar nas interações, os artifícios são acrescentados e podem servir como “cartas na manga” para trazer maior realidade e sinceridade para o ato, concluindo, assim, seu objetivo de realização.
Relatório do livro: “O que é realidade”, de João Francisco Duarte Junior
O livro “o que é realidade” nos traz questionamentos em cada capítulo, isto porque trata da realidade de cada indivíduo na sociedade, de forma subjetiva, criando aberturas para diversas possibilidades e realidades, as quais explica, à sua maneira, como somos afetados e influenciados pelo ambiente e, principalmente, pelas interações sociais do cotidiano. Em seu primeiro capítulo, apresenta a maneira como as realidades são construídas, como as sentimos e como elas são, verdadeiramente. É importante refletir neste momento, também, que conseguimos apenas observar e analisar como nossos cenários existem e trabalham e que cada momento de nossa vida, como uma trajetória marcante, - positiva ou negativamente - nos faz captarmos uma forma de realidade à nossa frente. Além disso, da mesma maneira que construímos realidades para nós próprios, influenciamos na construção do outro. Pode ser através deste segmento de pensamento que alguns estudiosos sociais retratam as relações interpessoais e buscam trazer métodos mais educadores e que, por fim, costumam trazer benefícios para a sociedade. Seguindo sua lógica, passamos pelo estudo da construção das coisas, dos objetos, dos símbolos edificadores, da criação das verdades e também da capacidade de consciência e liberdade de decisão do ser humano. Acredita-se que somos os únicos animais capazes de ter consciência, de relembrarmos do passado, gozarmos do presente e planejarmos metas e sonhos para o futuro. Graças a essa consciência, o homem não contentou-se com viver a base do instinto de sobrevivência das demais espécies e sim de buscar a compreensão do universo, do que nos cerca, de fatores intangíveis de mudanças, da criação de uma lógica que facilite demais assuntos de sua vida; a partir desse anseio, foram construídos símbolos, definições, formas e ideias para todo e qualquer objeto - concreto ou abstrato - a fim de facilitar a socialização e singularidade das coisas - o tempo, a medição, a fé e os objetos principais de estudo das exatas. O homem busca, constantemente, que todos os indivíduos das sociedades compartilhem de uma interpretação comum da realidade, que respeitem as mesmas leis, mesmos símbolos e culturas - denomina-se controle social -, mas o que percebe-se é que cada um, e todos, possuem suas próprias vontades, realidades, metas e sonhos e que, por mais que trabalhem para “padronizar” tais fatores, podem nunca atingir tal objetivo; quando tendemos a nos rebelar contra o “normal” - construído para ser desse modo - acabamos marginalizados pelos coletivos a nossa volta. Ademais, estuda-se a construção da realidade e como a mesma edifica-se, não apenas através das interações de indivíduos entre si, mas também através das sociedades e das instituições e que, esta última, fortifica-se com criação de seus próprios símbolos, que passam a envolver o homem cada vez mais em suas teias, como as culturas, ideologias, vontades e realidades. Tal análise dá aberturas para compreendermos outros acontecimentos e criações desenvolvidas pelo ser humano. A primeira socialização em que obtemos conhecimento da realidade é no ambiente familiar; é nele que aprendemos que nos vestir é o correto, que deve-se respeitar aqueles que viveram há mais tempo, que precisamos agradecer etc. - socialização primária -, em seguida, passamos a conviver no âmbito coletivo como escolas, sociedade e igrejas - socialização secundária - e, assim, aprendemos novas regras, normas, condutas e culturas e damo-nos conta de que existem realidades diferentes, opções, sonhos e lugares que não conhecíamos mas que temos a oportunidade de buscarmos. Por fim, o autor assegura que a realidade desenvolvida pela ciência pode ser desmistificada, afirmando que a mesma é particular e não trata de todas as possibilidades, que ela apenas busca percorrer o caminho da comprovação do que é real e do que não é, fazendo, muitas vezes, com que fiquemos encantados com uma singularidade quando, na verdade, ela é composta de diversas outras realidades individuais e coletivas.