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Maharaja Hira Singh, Tika Ripudamman Singh & Bhai Kahn Singh Nabha – 1898
(Rajas)

RABDOMANCIA - Adivinhação por meio da varinha de adivinhação. Veja-


se o que foi dito em bastão rabdomântico.

RÁDIO - Corpo simples da química descoberto em 1898. 0 descobrimento


do rádio - que melhor que os outros corpos radioativos permite estudar os
novos fenômenos, que a princípio pareceram incompatíveis com as leis
físicas conhecidas - colocou à mostra novos e importantes problemas,
referentes não só à constituição da matéria mas também às mesmas leis
que regulam o movimento e a existência. Entre estas leis, as duas mais
gerais, nas quais entram todos os fenômenos conhecidos, parecem
diretamente aludidas pela nova descoberta, isto é, indestrutibilidade da
matéria e conservação da energia. E acrescentaremos que é dogma de fé da
ciência que a matéria não pode ser criada nem destruída. Passa por
sucessivas modificações; assume diversos aspectos; combina de maneira
variada; sofre todo tipo de metamorfose; e depois das mais complicadas
combinações de laboratório, acaba-se por encontrar sempre a mesma
quantidade da qual se havia, partido. Nem uma partícula sequer chega a
se perder. Um quilograma de água pode transformar-se em vapor ou em
gelo, mas em quantidade não se altera jamais. A água se compõe de duas
partes de hidrogênio e uma de oxigênio (H2O), isto é, um átomo de
oxigênio se combina com dois átomos de hidrogênio para formar uma
molécula de água. Os átomos destes dois corpos têm um peso
determinado; se efetuarmos a decomposição de uma quantidade
determinada de água por meio da eletrólise, e separarmos seus
componentes, se somarmos o peso dos gases que resultam, obteremos
sempre um total que representa, precisamente, a quantidade de água

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submetida ao experimento. A mesma lei governa as transformações mais
complicadas. Uma planta, por exemplo, corresponde perfeitamente à soma
de todas as matérias inorgânicas que assimilou, da terra e da atmosfera,
principalmente água, carbono e nitrogênio. Se dissecarmos a planta, a
água se separará em forma de vapor; se recolhermos este vapor, somando
seu peso ao da planta dissecada, teremos, precisamente, o peso da planta
quando viva. Se prosseguirmos com o experimento, queimando a folha,
obteremos ainda o mesmo total, somando o peso da água evaporada, o gás
desprendido durante a combustão e as cinzas ou resíduos desta
combustão. Pois bem, do rádio se desprende, como já dissemos, o hélio.
Este hélio pode ser recolhido e conservado durante certo tempo, mas
pouco a pouco se esvai sem deixar vestígio. Terá sido destruído, talvez?
Precisamente o mesmo ocorre com o rádio diante da outra lei, referente à
conservação da energia. 0 trabalho realizado por um corpo, seja uma
máquina ou um ser vivente, equivale sempre a uma quantidade
determinada de energia, manifestada ao exterior de maneiras diversas.
Assim, o movimento de uma máquina equivale à quantidade de calor por
ela consumida, como a atividade vital de um homem corresponde à
quantidade de alimentos ingerida, inclusive o oxigênio respirado. Nenhum
corpo, em suma, é ativo por si mesmo; uma pedra que cai do alto obedece
à força de atração; uma chama que arde consome a própria matéria que se
combina com o oxigênio atmosférico, assumindo um novo aspecto. A
matéria, portanto, é inerte; isto é, quando está quieta não se pode pôr em
movimento sem a intervenção de uma causa exterior, nem estando em
movimento pode deter-se sem a intervenção de uma outra coisa qualquer.
0 rádio, ao contrário, parece subtrair-se a todas estas leis. Suas radiações
não alteram o mínimo que seja sua quantidade nem sua qualidade. Está
demonstrado que esta é uma propriedade da matéria, que emite sem se
consumir nunca; pelo menos é o que resulta de quantas observações se
tenham realizado. E como se forma esta nova matéria? Que sucede com
toda a energia que dela se desprende? Nunca se chegou a imaginar que
um corpo pudesse produzir constantemente eletricidade, luz, calor e outra
matéria finíssima que parece perder-se no espaço sem receber nenhum
dos demais corpos? De onde procede continuamente esta provisão de
energia que parece inesgotável? As hipóteses formuladas para explicar os
novos fenômenos são muitas. Já se disse: trata-se de uma ilusão; o rádio
perde na realidade certa quantidade de seu peso, e tal perda escapa a
nossos meios de observação, mas será comprovada com o tempo. Isto é
possível, mas ainda que seja verdade é preciso admitir que existe uma
desproporção enorme entre a quantidade de matéria perdida (que
evidentemente deve ser insignificante, pois que não chegamos a percebê-la
com as mais delicadas balanças) e as energias emitidas. Já se disse
também: o rádio é alimentado por radiações externas, que procedem do
espaço, do Sol, por exemplo, irradiações que não há meios de se chegar a
conhecer, atualmente, e que se transformam em energia radioativa. Esta é
urna suposição sem nenhuma justificativa. Finalmente, a hipótese mais

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lógica, se bem que verossímil só até certo ponto, é esta: os corpos
radioativos não emitem seus átomos, mas sim as diversas partes que
compõem o átomo; trata-se, em suma, de uma verdadeira demolição dos
átomos, muito lenta, mas incessante. As definições clássicas do átomo
como partícula mínima, indivisível, seriam desta maneira insustentáveis. 0
significado do átomo deveria ser modificado em parte, com relação à nova
hipótese, à qual aderiria a maior parte dos sábios. Como conseqüência de
tal hipótese deve supor-se que o antigo átomo, invisível, seja um sistema,
composto de partículas ainda menores, as quais se movem nos limites do
átomo, com velocidades excessivamente grandes, a julgar pela energia que
desprendem quando são postas em liberdade. Tais partículas, melhor
dizendo, tais subátomos devem possuir também potência elétrica, positiva
e negativa ou, pelo menos, a faculdade de desenvolver uma quantidade de
eletricidade proporcional a qualquer uma delas. Toda a matéria seria
composta deste modo; o fenômeno, pelo que dissemos e pelo que diremos
depois, se nos mostra evidente somente nos corpos manifestamente
radioativos; mas pelos experimentos do professor Le Bon sabemos que esta
radioatividade se estende a todos os corpos, os quais são espontaneamente
em grau infinitesimal radioativos, ou pelo menos capazes de chegar a sê-lo
com uma ligeira fricção, com calor ou luz. Assim, estas partículas que se
chamam elétrons em razão do que ainda se desconhece libertadas da força
que as mantém no espaço ocupado pelo átomo, não reconheceriam
nenhum obstáculo, porque seu tamanho lhes permitiria passar facilmente
entre átomo e átomo, através dos corpos mais densos. A hipótese, corno se
vê, é simplíssima, mas suas conseqüências são incalculáveis, pois abre à
ciência horizontes completamente novos. Que acontecerá, com efeito, se
um dia estes elétrons chegarem a substituir os átomos como partículas
indivisíveis da matéria?
e energia que, no processo de desagregação, chegou a se manifestar em
forma de luz, calor e eletricidade. Limitemo-nos a falar sobre a eletricidade,
desde que a luz e o calor, em última instância, podem considerar-se como
formas especiais da força elétrica, isto é, do movimento contínuo. Já se
disse que a energia radioativa é tal que a contida em um só grama de rádio
bastaria para fazer voar a esquadra inglesa até em cima do Monte Branco.
Um centigrama de rádio, desagregado da matéria, porem em conjunto,
daria origem a uma força calculada em 6,8 bilhões de cavalos-vapor; para
produzir esta força seriam necessários atualmente 2,83 milhões de quilos
de carvão-de-pedra, e estando o carvão-de-pedra a 24 francos a toneladas,
isto representaria a bela soma de 68 mil francos. Um único centigrama de
rádio desagregando-se da matéria seria suficiente para produzir o mesmo
resultado! Mas isto é somente um sonho porque a desintegração da
matéria é, por sorte, lentíssima, e se verifica na superfície dos corpos em
quantidade infinitesimal e imperceptível. Dissemos por sorte, porque no
dia em que tais desintegrações se realizassem a ponto de poderem ser
aplicadas como força nas proporções que acabamos de enunciar, em
poucos instantes toda a Terra se reduziria ao estado de éter. Já vimos que

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um pedaço de ímã desvia em ângulos diversos as emanações emitidas pelo
rádio, dividindo-as em três classes de raios. Estas três classes de
radiações foram apresentadas, para maior facilidade de linguagem, com as
três primeiras letras do alfabeto grego; alpha, Beta, Gama. As radiações
altas são pouco penetrantes, mas possuem eletricidade positiva e negativa
e constituem a maior parte das radiações emitidas. Devido à sua,
influência, a atmosfera se converte em boa condutora de eletricidade.
Estas radiações são constituídas, segundo parece, por verdadeiras
partículas de matéria, animadas por uma velocidade que está numa
relação de 1 para 10, aproximadamente, com a da luz. As radiações beta
são idênticas aos raios catódicos dos tubos Crookes; possuem eletricidade
negativa e são desviadas pelo ímã, no sentido inverso ao das partículas
alfa Estas radiações são muito penetrantes e sua velocidade é muito
próxima à da luz. As partículas, ou elétrons, possuem uma massa
bastante inferior à das radiações alfa As radiações gama são semelhantes
aos raios X ou roentgen, e são, como estes, muito penetrantes; sua
velocidade é exatamente igual à da luz, isto é, 300 mil km/segundo. Além
destas três classes de radiações que indicamos, o rádio emite uma quarta,
que apresenta todas as características de um gás e pode ser condensada,
por meio de ar líquido, à temperatura de 150 graus abaixo de zero. Esta
matéria comunica aos corpos com os quais se põe em contato uma
radioatividade temporal. 0 produto da condensação, cuja propriedade se
comprovou com o eletrômetro, é invisível e imponderável, mas pode ser
dissolvido por certos ácidos e, evaporada esta solução, se encontra sempre
a radioatividade nos resíduos. Como já dissemos, estas emanações, este
gás imponderável, é o hélio; Ramsay, que figura entre os primeiros que
descobriram sua procedência do rádio, diz, não obstante, que não vem
diretamente do dito corpo, baseando-se no fato de que as emanações
deste, pertencentes à quarta categoria, têm um caráter muito distinto.
Estas emanações, seja pela condensação, seja por outro processo qualquer
que ainda se ignora, dão origem ao hélio. Le Bon não considera estas
quatro categorias de radiação como fundamentalmente semelhantes. As
que dão origem ao hélio, ainda que imponderáveis ou, melhor dizendo,
pouco ponderáveis, procedem sempre da matéria, são a matéria em estado
de transformação. Com relação aos elétrons da primeira das três
categorias, o ilustre físico francês repete uma hipótese já emitida por
outros, sobre a constituição da matéria, que a princípio foi considerada
absurda e que agora, como conseqüência da teoria eletrônica, se reveste de
novas aparências de verdade, por mais que à mente humana seja
impossível compreendê-la. Esta hipótese é a que se conhece com o nome
de teoria elétrica da matéria. Segundo ela, o que nos parece matéria não é
outra coisa senão energia, eletricidade condensada. Em outros termos: a
matéria não existe como tal, mas somente como força. Ainda que nos
pareça absurdo à primeira vista, os sábios a admitiram; e não somente os
filósofos, mas também os físicos têm aceitado e propagado esta idéia. Le
Bon a admite, considerando os elétrons como simples centros de força,

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cargas elétricas infinitesimais existentes por si mesmas. A
imponderabilidade dos elétrons serve para suster tal teoria, mas é preciso
também ter-se em conta que só os sentidos ou os instrumentos
empregados pelo homem são demasiado grosseiros para pesar uma carga
considerada como imponderável. Por outro lado, a idéia de movimento não
aparece em nossa mente senão como atributo da matéria, e não é possível
compreendê-lo de outro modo. Para que a mente humana possa apreciar
um movimento é necessário também que perceba a coisa que se move, pois
o movimento por si mesmo é inconcebível. Mas a filosofia física vai além de
nossos sentidos e faz conjecturas mesmo onde falta a experimentação
empírica.

Tais conjecturas podem ser mais ou menos aceitáveis, verossímeis ou úteis


na prática científica, mas não podem ter o valor das teorias estabelecidas
sobre fatos comprovados. Força e matéria são, portanto, coisas distintas,
ainda que constituindo uma só coisa. Para sermos mais exatos, diremos
que a energia é qualidade indispensável da matéria, isto é, que não existe o
menor fragmento de matéria que não esteja dotado de energia. Como
haveremos, pois, de conceber a matéria ante os fenômenos revelados pelo
rádio? Conhecemos certa quantidade de corpos simples, cujo número pode
ser aumentado pela descoberta de outros. Estes corpos estão formados de
átomos inalteráveis, especificamente, mas destrutíveis e divisíveis como
partículas da matéria. 0 átomo de hidrogênio ou de qualquer outro corpo
não pode perder nenhuma parte de si mesmo; isto é, perder algum elétron
ou alterar o movimento de seus vários elétrons e permanecer hidrogênio.
Quando ocorre um processo de desagregação, como sucede com o rádio, o
átomo desagregado, que perdeu, ainda que só em parte, seus elétrons, não
pode continuar fazendo parte da espécie a que pertencia. Explicaremos
isto com um exemplo que seja, por assim dizer, mais evidente.
Consideremos o mecanismo de um relógio; ele é especificamente
inalterável; não podemos alterar nem suprimir nenhuma de suas peças
sem perigo de decompô-lo. Se o desmontarmos peça por peça, teremos
certamente rodas, parafusos e molinhas, mas não teremos um relógio. Da
mesma maneira, se o átomo de qualquer corpo simples se desagrega,
teremos elétrons mas não teremos átomos. Crookes concluiu após
experiências com seu tubo que todos os elétrons são idênticos, qualquer
que seja a energia do átomo de que provenham, isto é, que os átomos de
qualquer corpo que se decomponham dão sempre origem à mesma
matéria, que se pode considerar matéria-prima; em se concentrando de
várias maneiras forma diversos átomos cuja combinação dá origem a todos
os corpos simples, que, combinando-se por sua vez, criam toda a
variedade de coisas e de seres que conhecemos. 0 elétron - seja ele
considerado com matéria dotada de características especiais, ou como
energia com existência própria sem um só ponto de apoio - é sempre o
elemento fundamental da matéria. Mas como, de que maneira as
variedades distintas que impressionam nossos sentidos podem ser criadas

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por corpúsculos idênticos, segundo dissemos? A variedade do átomo
parece devida a duas causas: no número e à posição dos elétrons.
Segundo vimos, calculou-se que um átomo de hidrogênio, o mais leve de
todos, tem mil elétrons. É evidente que um átomo composto de um número
diferente de elétrons não pode ter as características do átomo de
hidrogênio; tal átomo seria distinto, usando a terminologia própria da
física, em massa, extensão, peso. Observa-se, além disto, que a
constituição do átomo pode variar até o infinito pela posição que ocupem
seus elétrons, os quais podem, por exemplo, ser dispostos em forma
globular, estrelada, poliédrica etc. Daqui se deduz a variedade de
características que pode assumir o átomo sem alterar o número dos
elétrons que o compõem. Considerando a matéria assim constituída, sem
ter limites em sua variedade, o número de corpos simples que existem, ou
podem existir por novos métodos de agregação dos átomos, cria novos
corpos que podem, talvez, ter sua origem também nas desagregações de
outros corpos decompostos. Deste modo as formas da matéria se
sucederão constantemente no universo, de acordo com a lei eterna da
evolução. (Giacomo Lo Forte - EI Radio y la Constitución de la Materia)

RA-HOOR-KHUIT - 0 deus egípcio da Força e do Fogo. Ele é o filho de Nuit


e Hadit e, portanto, o universo manifesto, assim como Hoor-Paar-Kraat
(seu gêmeo) é o universo oculto. Ra-Hoor-Khuit representa a Criança
Coroada e Conquistadora e como tal [é] o cumprimento da Vontade do
Magista que ele traz ao nascimento ou manifesta. Ra-Hoor-Khuit é uma
forma de Hórus; ele é retratado na Estela da Revelação entronizado e
coroado; sua mãe, Nuit, arqueada sobre ele, com Hadit (seu pai) na forma
de um globo alado de Luz embaixo dela.

RAJAS – Um dos três princípios da manifestação cósmica, que é o desejo


de agir, a ambição. Palavra sânscrita que quer dizer atividade.

RAJA-IOGA – Método de preparação para a união mística por meio do


domínio da mente sobre o corpo. Palavra sânscrita que quer dizer União
Real.

RALDE Maria de la - Jovem de 17 anos a quem se perseguiu por crime de


bruxaria. 0 fato se passou em princípios do século 16.

É Em suas confissões se encontra uma declaração notável. 0 sabá,


segundo esta bruxa, nada tem de terrífico e tenebroso; o diabo impõe a
seus fiéis um culto fácil e cheio de sensações agradáveis; domina, nas
reuniões sabáticas, um marcado espírito de benevolência e durante elas o
demônio se faz adorar, dizendo ser o verdadeiro deus. Maria de la Ralde
acrescentou que não acreditava que assistindo ao sabá fazia coisa má e
merecedora de castigo. Não confessou que houvesse praticado algum
malefício, assegurando que nas reuniões não se falava de tais coisas.

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Ignora-se o crédito que tais declarações mereceram dos juízes ou se a
jovem bruxa foi castigada com muito ou pouco rigor; o que parece certo é
que não foi condenada a morrer na fogueira.

RAMBOULLIET marquês de - Nos tempos de Luis XIV, os marqueses de


Ramboulliet e de Precy eram dois bem vestidos cavaleiros, aos quais unia o
mais profundo e fraternal carinho. Um dia a conversa dos dois nobres
recaiu sobre as coisas do outro mundo e reciprocamente confessaram sua
pouca fé em uma vida que começasse no momento da morte. Fizeram
então um juramento solene de que o primeiro que morresse, se
efetivamente encontrasse o mundo do além, apareceria ao outro como
prova da imortalidade do espírito. Passados três meses o marquês de
Ramboulliet foi chamado pelo dever e partiu para a guerra de Flandres. 0
marquês de Precy caiu de cama enfermo. Transcorreram seis semanas
desde a separação dos dois amigos, e uma madrugada, quando o relógio
bateu seis horas, Precy viu que Ramboulliet descerrava as cortinas e se
aproximava vestido em trajes de campanha. 0 enfermo saltou então da
cama para abraçar o recém-chegado, mas Ramboulliet retrocedeu dizendo
que não vinha para receber suas demonstrações de carinho, mas sim para
anunciar, de acordo com o juramento, que havia morrido no dia anterior;
que tudo que se contava a respeito do outro mundo era correto e que
preparasse um novo tipo de vida no pouco tempo que lhe restava, pois na
primeira ocasião de perigo em que se encontrasse morreria. Precy
continuou não dando crédito ao testemunho de seus próprios olhos:
insistiu no desejo de abraçar a aparição, suspeitando que fosse uma
brincadeira de Ramboulliet; mas ao fechar os braços estes não tocaram
corpo algum, e Ramboulliet lhe mostrou, para comprovar o que dizia, o
lugar onde recebera o golpe mortal, exibindo larga ferida da qual ainda se
via o sangue sair. Imediatamente o fantasma desapareceu, deixando Precy
louco de medo. Aos berros despertou a todos da casa. Todos acudiram
precipitadamente, e ouvindo o que Precy disse trataram de persuadi-lo de
que havia tido uma alucinação. Quando chegaram as notícias de Flandres,
constatou-se que as coisas haviam ocorrido detalhe por detalhe como a
aparição manifestou. 0 marquês de Precy perdeu realmente a vida num
dos combates ocasionados por distúrbios civis daqueles anos, cumprindo-
se, assim, integralmente, a profecia feita por Ramboulliet.

RECHAKA – Prática respiratória que consistem em expirar por uma narina


tapando a outra. Palavra sânscrita que significa esvaziamento.

REENCARNAÇÃO - A teoria da reencarnação está diretamente relacionada


com a da imortalidade da alma, de origem oriental, e é um parecer
professado pela teoria do ocultismo antigo e moderno. Consiste na crença
de que o espírito evolui como evoluem as formas orgânicas, e da mesma
forma como estas constituem as diversas etapas a que recorre a vida,
aperfeiçoando-se constantemente desde o ser unicelular até o homem,

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aquela também vai progredindo, vai adquirindo maior desenvolvimento das
faculdades e aperfeiçoamento psicológico nas sucessivas vezes em que se
manifesta animando um organismo, e assim como a vida é una através
das formas que anima, o espírito é uno através de todos os corpos em que
sucessivamente encarna; apesar de o princípio de vida carecer de
individualidade, e portanto de consciência de si próprio, o do espírito,
individual por essência, distingue-se fundamentalmente em todas as suas
modalidades devido à noção do eu, que lhe é característica, que é seu
atributo essencial. A alma, quando o homem morre, passa para as regiões
do invisível, da maneira como indicamos na palavra imortalidade, e
quando chega o instante de voltar à Terra, à vida terrestre, adquire um
outro organismo, novo, dentro do qual continuam as provas morais da
existência. Concatena, pois, urna vida com outra, e cada homem, produto
psicológico e fisiológico de suas vidas anteriores, cumpre em cada vida a
missão que pode e deve realizar, preparando em todas e cada uma delas as
condições em que se desenrolarão as sucessivas.

Deste modo, para a teoria da reencarnação, o mundo e os planetas são


lugares de aperfeiçoamento da vida espiritual, e este aperfeiçoamento se
realiza não por arbitrarias decisões de um deus caprichoso, mas pelo
cumprimento de leis imutáveis, de leis que não têm nada de sobrenatural,
de leis que se cumprem devido à eficácia do princípio de causa e efeito e de
ação e reação, da mesma maneira como ocorre com as coisas do mundo
físico, a matéria inanimada. A lei fundamental da evolução psicológica é a
lei do destino, ou seja, a lei do carma, segundo a denominação dos
ocultistas orientais. Não se deve confundir com o fatalismo muçulmano,
exagero estéril que conduz o homem a uma quietude e indiferença
inimigas de todo o progresso; a lei do carma, ao contrário, é
eminentemente progressiva e estimulante para que o ser inteligente jamais
abandone as influências externas, ação interior que dele exige o
cumprimento de todas as determinações que lhe impõem a cada momento
a realização das leis do destino. Os espíritas crêem na reencarnação; mas
de um modo incompleto e disforme, porque na desencarnação - com a
crença de que os vivos podem prestar ajuda aos mortos para que as almas
progridam - os espíritos superiores levam os mortais, como uma mão
invisível, a fazer com que se salvem dos perigos da vida. Como se isto fosse
pouco, ainda se tem confiança nas decisões que Deus pode tomar devido a
sua condição de infinitamente bom e providente, critério que revela a
influência da filosofia religiosa no espiritismo, que ao se aproximar cada
vez mais das idéias cristãs mais se afasta do pensamento original. Na
teosofia, conserva-se pura a doutrina da reencarnação e de sua lei
fundamental, a lei do carma. Por isto, o valor da teosofia é imenso,
sobretudo se a compararmos com o espiritismo. Para se compreender bem
a teoria da reencarnação, é absolutamente indispensável conhecer
exatamente a lei do carma e suas funções. Vamos reproduzir o que disse

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um dos teosofistas americanos de maior mérito a respeito do carma. É
William 0. Judge, autor de Ecos do Oriente.

"A doutrina oriental referente ao prêmio e ao castigo é muito diferente do


sistema teológico aceito em todos os países cristãos, desde o momento em
que, tanto os bramanistas quanto os budistas, fixam o lugar do castigo e
da recompensa nesta Terra, enquanto os cristãos colocam o tribunal de
Deus o mais longe possível da mesma. Para não perdermos tempo
discutindo sobre estas duas teorias será suficiente citarmos as palavras de
Jesus, de São Mateus e as do salmista. 'Com a medida com que tiverdes
medido vos medirão também', disse Jesus (Mateus VII-2); e Mateus nos
declara que 'teremos que responder por toda palavra, ação e pensamento',
enquanto Davi, o poeta real, diz que 'aqueles que servirem ao Senhor
jamais comerão o pão do mendigo'. Sabemos que as duas primeiras
declarações concordam com a doutrina da redenção, enquanto a afirmação
de Davi é negada todos os dias em todas as cidades de todos os
hemisférios. Entre os budistas do Ceilão denomina-se a doutrina por
camma; entre os hindus se denomina carma. Sob o ponto de vista
religioso, 'os prêmios ou castigos, cuja influência sofrem em harmonia com
seus merecimentos, e em qualquer estado da existência, os seres viventes,
são a conseqüência de ações boas ou más'. Quando morre, um ser emite
uma massa de força ou energia, que constituirá uma nova personalidade
quando se reencarnar. Nesta energia se encontra a síntese da vida que
acaba de abandonar, e é ela que obriga o ego a assumir aquele corpo
naquelas circunstâncias que constituem, todas juntas, os meios de que o
carma se vale para cumprir suas leis. Portanto, o inferno não é uma
condição posterior à morte em algum lugar desconhecido, destinado
especialmente pelo todo-poderoso para o castigo de seus filhos; é, na
verdade, nosso próprio globo, porque é na Terra e no transcurso das vidas
terrenas onde e quando somos castigados pelas más ações previamente
cometidas, e nos encontramos com a felicidade ou o prazer como prêmio
de nossos antigos merecimentos. Quando se vê um homem bom sofrendo
horrivelmente durante sua vida, ocorre naturalmente a pergunta: tem o
carma algo, a ver com isto, e é justo que uma pessoa, assim seja tão
atormentada? Para aqueles que crêem no carma é completamente justo,
porque tal homem deve, em suas vidas anteriores, ter cometido atos que
são precisamente castigados agora. E, da mesma maneira, o mau que se
vê livre de sofrimentos, feliz e próspero, o deve ao fato de que, em
existência anterior deve ter sido maltratado por seus semelhantes, ou
passado por muitos sofrimentos. “Este último caso demonstra
precisamente a justiça do carma, posto que, estando favorecido pela
fortuna, apesar de ser um malvado, cria causas que, quando nascer outra
vez, trabalharão para castigá-lo por suas maldades atuais.” Podem supor
alguns que o ego deveria ser castigado depois da morte, mas semelhante
conclusão não é lógica, porque as más ações cometidas aqui, no plano
objetivo, não podem com o menor grau de propriedade científica ou moral

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ser castigadas em um plano puramente subjetivo. E esta é a razão pela
qual tantas inteligências, tanto de pessoas jovens como de velhos, se
rebelaram contra a doutrina do fogo do inferno no qual teriam que
permanecer eternamente condenadas por haverem cometido pecados na
Terra. E estas mesmas pessoas, mesmo quando são incapazes de formular
a razão em termos metafísicos, compreendem instintivamente a
impossibilidade de se separarem do lugar em que a compensação se
verifica, do lugar onde se originaram o pecado e a confusão. Quando os
discípulos de Jesus lhe perguntaram se o cego de nascença devia sua
desgraça neste mundo a algum pecado que há via cometido, tinham em
mente a doutrina do carma, da mesma maneira que os índios e budistas,
quando vêem alguns de seus semelhantes aleijados ou privados de visão. A
teoria indicada anteriormente, de que a pessoa após a morte lança a nova
personalidade a espera de nova oportunidade para voltar à Terra, é uma lei
geral que atua em muitos outros casos além do nascimento ou morte de
um ser. É esta, precisamente, a teoria empregada pelos teosofistas para
explicar as relações existentes entre a Terra e a Lua. Segundo eles, a Lua é
o lugar em que vivemos antes de termos vindo para a Terra, e mesmo
antes do aparecimento desta. Quando nosso chamado satélite morreu,
toda a energia contida nele foi lançada ao espaço, onde permaneceu como
um turbilhão, até que lhe fosse proporcionado um corpo, a Terra; do
mesmo modo prevalece entre os homens a mesma lei, não sendo estes
mais que unidades que constituem coletivamente a agregação imensa
conhecida entre os teosofistas como o grande manu. E como os homens,
conquanto a sua casca exterior proceda da Lua, devem seguir a lei de sua
origem. A respeito, diz o seguinte o sacerdote budista acima citado: "Com a
morte de um ser, nada sai dele para o outro mundo, para seu
renascimento: mas graças à eficácia, melhor dizendo, por meio do raio que
a influência do carma emite, um novo ser é produzido no outro mundo,
muito parecido ao que morreu", porque neste novo ser acha-se contida
toda a vida do defunto. A palavra ser, tal como se aplica no parágrafo
anterior, exige que expliquemos a que se refere. É mais propriamente uma
massa de energia desprovida de consciência e ocupada pelos desejos da
pessoa da qual emanou; e constitui sua missão especial esperar a volta à
individualidade e o aparecimento de um novo corpo no qual sofrera ou
gozara. Cada homem é, portanto, seu próprio criador sujeito às grandes
leis cósmicas que dominam todas as criações. Evolução é uma palavra
mais precisa do que criação, pois nós, de vida em vida, formamos, do
material que nos é dado, novos corpos, a cada volta da roda do
nascimento. Os instrumentos que empregamos nesta obra são: o desejo e
a vontade. 0 desejo faz com que a vontade se fixe na vida objetiva; neste
plano, produz força, e desta procede a matéria em sua forma objetiva.
Dizem muitos ocidentais que esta doutrina oriental do carma é difícil de
compreender e só tem sentido para pessoas cultas e pensadoras. Mas a
questão é que tanto na Índia, como no Ceilão e na Birmânia, para não
citar outros países asiáticos, todo o povo a aceita e parece compreendê-la.

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A razão disto reside provavelmente no fato de que eles crêem firmemente
na reencarnação, que se pode dizer que é a doutrina gêmea do carma. A
verdade é que não se pode compreender uma sem ter em conta a outra,
porque o carma não pode atuar sobre o ego de um modo justo ou real sem
que a reencarnação lhe proporcione os meios para tal. Nós nos deparamos
com o que merecemos enquanto vivemos ou estamos relacionados uns
com os outros, e não quando estamos isolados. Se a obtenção de poder,
em uma nação, ou a aquisição de riquezas se considera como um prêmio,
estes perderiam por completo seu valor se, por exemplo, não houvesse
ninguém para governar. Assim como a lei da reencarnação nos arrasta à
vida várias vezes, nos faz também conhecer um incalculável número de
egos. Mas os sábios de todas as épocas levam a doutrina do carma muito
além de simples operação de encarnação de homens. Vêem à todos os
mundos como sujeitos ao carma e guiados por sua lei. Como diz o antigo
livro hindu, Bhagavad Gita "Todos os mundos, até o de Brahma estão
sujeitos ao carma". Considerando o carma desta maneira, dizem que este
mundo, nas condições em que se encontra na atualidade, é o resultado do
que chegou a ser o princípio do Pralaya, que teve lugar há bilhões e bilhões
de anos. Ou, de outro modo, que o mundo evolui da mesma maneira que o
homem. Nasce, envelhece, morre e reencarna. Isto acontece várias vezes, e
durante estas encarnações sofre e goza as conseqüências de suas
encarnações prévias, porque o prêmio é um grande avanço na linha da
evolução, e o castigo consiste em um grande atraso. Como dissemos em
um parágrafo anterior, o homem é o objeto e a causa destes estados,
porque constitui o pináculo de toda a evolução. Além das considerações
feitas acerca do espaço cósmico e dos grandes fenômenos relacionados
com o mesmo, é comum que se apliquem as leis do carma e da
reencarnação a cada um dos átomos existentes no corpo, além do carma
total. Desde o momento em que fomos constituídos por uma massa de
vidas, nossos pensamentos ou ações afetam esta massa de vidas ou de
átomos e lhes imprimem um carma próprio dos mesmos. Dizem os
pensadores orientais: "Não passa um momento sequer sem que dentro de
nós alguns seres venham à vida, adquiram carma, morram e se
reencarnem". São três as principais divisões do carma. Uma delas é a que
atua realmente na vida e no corpo presente, e que leva consigo todas as
circunstâncias e mudanças da vida. Todos os dias vemos exemplos disto,
por toda parte. Um destes exemplos foi imortalizado na Índia, com a ereção
de um edifício. Sucedeu o seguinte: “Um rajá teve um sonho muito
estranho, que o impressionou tanto que mandou buscar adivinhos para
que o interpretassem. Disseram-lhe que deveria entregar vultosa quantia,
em dinheiro, à primeira pessoa que visse, quando despertasse no dia
seguinte, com a intenção de eles próprios se apresentarem ao rei muito
cedo. No dia seguinte, o rei se levantou muito cedo e se dirigiu à janela; e
quando a abriu a primeira pessoa que viu foi um pobre homem varrendo. 0
rei lhe entregou então uma fortuna, com o que o homem passou da
pobreza à opulência. 0 homem construiu então um enorme edifício para

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comemorar sua súbita libertação das cadeias da miséria. Outra classe de
carma é a que se apresenta de forma latente e não ativa, porque o homem
não lhe oferece condições de entrar em ação. Pode-se compará-la ao vapor
mantido em suspensão na atmosfera e invisível, mas que quando encontra
condições favoráveis cai sobre a terra sob a forma de chuva. A última e
principal espécie de carma é a que estamos criando agora, e que
sentiremos em nascimentos futuros. Seu símbolo é a flecha lançada ao ar
pelo arqueiro.

RESEDA (Reseda vulgaris) - Esta planta, também chamada minhoneta,


não se usa apenas na terapêutica. Sua raiz é aperitiva, detersiva e
resolutiva. Botânica Oculta: planta dedicada a São Lucas. A vidente
Catarina Emerich afirma que este evangelista usava esta planta embebida
no azeite para ungir os doentes. Na mística divina tem uma relação muito
particular com a Virgem Maria. É símbolo da doçura. Planetas: Sol e
Vênus.

RHAPCODOMANCIA - Adivinhação que se praticava, abrindo casualmente


um livro de poesia e tomando as primeiras palavras vistas pelo consultante
como sendo a resposta para suas perguntas. Geralmente usavam-se nesta
adivinhação as obras de Homero e de Virgílio.

RHOUMBUS - Instrumento mágico dos gregos. Uma espécie de pião que


era usado nas cerimônias dos sortilégios.

RICINO (Ricinus communis) - Usam-se suas folhas e sementes. As folhas


cicatrizam as feridas, e o óleo de rícino é purgativo por excelência.
Botânica Oculta: quente e úmido. Colhido quando o Sol está em Leão,
preserva a quem o leva de toda fascinação. Evita também toda espécie de
feitiço e visões de terror. Para efeitos curativos: Júpiter, em Peixes.

RIMMON - Demônio de categoria inferior. Atribuíam-lhe o poder de curar a


lepra, e sem dúvida é uma das tantas deidades do paganismo que a Igreja
transformou em diabo.

ROSA (Rosa vulgaris) - É pouco usada na terapêutica moderna, apenas


conhecida pela água-de-rosas para lavar os olhos. Avicena, em sua Opera
Médica Arabica, diz o seguinte sobre a rosa: "Em xarope ou infusão,
facilita a concepção, sendo de pétalas vermelhas. A água destilada das
rosas brancas é excelente para as doenças venéreas e para as inflamações
dos olhos". Botânica Oculta: a rosa era uma flor iniciática em diversas
ordens religiosas da antigüidade. Atualmente a arte sacra continua
considerando-a como símbolo do amis, da paciência, do martírio, da
Virgem (Rosa Mística). No quarto domingo da quaresma de todos os anos,
o papa benze a Rosa de Ouro, que é considerada como um dos muitos
sacramentais oferecidos pela Igreja católica em sua liturgia. A rosa é a

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primeira das 12 plantas empregadas pela fraternidade rosa-cruz. Planetas:
Vênus e Júpiter. Signo: Touro.

ROUWE - Marquês e conde infernal que aparece sob uma forma


monstruosa. Concede aos seus adeptos o conhecimento das línguas.
Comanda 19 legiões.

RUACH – O princípio animador espiritual intermediário entre o espírito


puro e o corpo astral. Corresponde à palavra psique. Palavra hebraica que
quer dizer sopro.

RUBI - Pedra preciosa que os antigos consideravam um excelente antídoto


para os venenos e preservativos nos casos de peste. Também se acreditava
que combatia a tristeza e os maus pensamentos. Se mudar de cor, anuncia
próximas e certas calamidades.

RUPA – Forma; é o corpo externo do homem e dos Deuses.

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