001 - Primeira Aula SMO 1º 2021

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS – PUC-MG
IPUC - CURSO DE ENGENHARIA ELETRÔNICA E DE TELECOMUNICAÇÃO
Sistemas de Micro-ondas e Ópticos

Prof. Luciano Bossi

Programa
Bibliografia
Avaliações
Programação das aulas
Material das aulas
Prof. Luciano Bossi – 2021


Visão geral do programa
O programa da disciplina contempla a análise e dimensionamento de
sistemas de comunicação por micro-ondas, por satélite e por fibras ópticas.
Na parte de sistemas de micro-ondas é preciso uma análise inicial sobre

linhas de transmissão em altas frequências, caracterizando os guias de
onda e cabos coaxiais principalmente.
Sugiro aos alunos consultarem também o Plano de Ensino da disciplina

disponível no SGA.


Ementa
(conforme plano de ensino da disciplina)
• Parâmetros das linhas de transmissão.
• Linhas de transmissão em altas frequências.
• Dimensionamento de radio-enlaces de micro-ondas com e sem visibilidade.
• Dimensionamento de enlaces de comunicação via satélite.
• Análise da fibra óptica como meio de transmissão.
• Dimensionamento de enlaces de comunicação por fibras ópticas.
• Tópicos avançados em fibras ópticas.


Programa
Unidade I : Introdução aos sistemas de comunicação via rádio e via fibras
ópticas
Unidade II : Linhas de Transmissão em micro-ondas
Unidade III : Sistemas de comunicação via rádio
Unidade IV : Propagação em sistemas de micro-ondas
Unidade V : Dimensionamento de radio-enlaces
Unidade VI : Recomendações e legislação de telecomunicações.
Unidade VII : Sistemas de comunicação via satélite
Unidade VIII : Tecnologia de fibras ópticas
Unidade IX : Sistemas de telecomunicações ópticos


Programa
O estudo de linhas de transmissão em altas frequências utiliza alguns
conceitos explorados na disciplina de Campos e Ondas.
Faremos uma revisão da teoria clássica de linhas de transmissão e

introduziremos a análise mais completa a partir das equações de Maxwell.


Programa
Para o estudo dos sistemas de comunicação por micro-ondas e
comunicações via satélite, vamos utilizar e reforçar alguns conceitos vistos
na disciplina de Propagação e Antenas, tanto na parte de propagação de
ondas eletromagnéticas quanto em alguns conceitos básicos sobre antenas.
Uma análise do desempenho dos sistemas na presença do ruído é essencial

para atender as especificações mínimas necessárias.


Programa
No estudo dos sistemas de comunicações por fibras ópticas, os principais
conceitos vêm das aulas de física, como a lei da refração e a lei da reflexão.
O entendimento dos dispositivos que convertem o sinal elétrico em sinal

óptico e vice-versa também é necessário.


Programa
Uma parte importante no dimensionamento de sistemas de
telecomunicações por rádio (incluindo satélite) e por fibra óptica é a
padronização e o cumprimento aos requisitos de regulamentação.
O principal órgão mundial na área de telecomunicações é o ITU (União

Internacional de Telecomunicações) – www.itu.int.
Vamos nos referir, durante nossas aulas, a várias recomendações do ITU

para auxílio ao dimensionamento a à padronização de sistemas.

Recomendações do ITU-T, exemplos:

Recomendações do ITU-R, exemplos:


Programa
No Brasil, o órgão regulador de telecomunicações é a ANATEL. No
dimensionamento de sistemas de telecomunicações precisamos também
cumprir os requisitos legais exigidos pela regulamentação estabelecida
pela ANATEL.
Também vamos nos referir a eles durante nossas aulas

(www.anatel.gov.br).

Site da ANATEL, exemplo de informação disponível:

Site da ANATEL, exemplo de informação disponível (SitarWeb):


Bibliografia
LIVRO TEXTO: Devido a quantidade de temas distintos, não temos como indicar um
único livro texto, por isso indicamos alguns principais e vários outros para consultas
adicionais. A maioria dos livros listados estão disponíveis na biblioteca da PUC.
GOMES, Geraldo Gil Raimundo. Sistemas de Radioenlaces Digitais: Terrestres e por Satélites.
São Paulo. Érica, 2013. 352p. ISBN 978-85-365-0447-6
POZAR, David M. Microwave Engineering – 4th edition. New York: John Wiley, c2011. 756p.
ISBN 978-0-470-63155-3
KEISER, Gerd. Comunicações por Fibras Ópticas. 4ª ed. Editora McGrawHill

Education/Bookman. 2014



Bibliografia adicional
MIYOSHI, Edson Mitsugo; SANCHES, Carlos Alberto. Projetos de sistemas rádio. 2.ed. rev. São
Paulo: Érica, 2002. 534p. ISBN 8571948682.
ANGUEIRA, Pablo; ROMO, Juan Antonio. Microwave Line of Sight Engineering. Hoboken: John
Wiley, 2012. 392p. ISBN-13: 978-1-118-07273-8.
BARUE, Gerard. Microwave Engineering – Land & Space Radiocommunications. Hoboken: John
Wiley, 2008. 429p. ISBN-13: 978-0-470-08996-5.
MANNING, Trevor. Microwave Radio Transmission Design Guide. Second Edition. Norwood:
Artech House, 2009. 280p. ISBN-13: 978-1-59693-456-6.
SEYBOLD, John S. Introduction to RF Propagation. Hoboken: John Wiley, 2005. 330p. ISBN-13:
978-0-471-65596-1.


AGRAWAL, G. P. Fiber-optic communication systems. 3rd ed. New York: J. Wiley, c2002. 1 CD-
ROM.
BALANIS, Constantine A. Teoria de Antenas: Análise e Síntese. Rio de Janeiro: LTC, c2009. ISBN
978-85-216-1653-5. 2v.
FREEMAN, Roger L. Telecommunication transmission handbook. New York: John Wiley, c1975.
587p. ISBN 0471277894.
GIOZZA, William Ferreira; CONFORTI, Evandro; WALDMAN, Helio. Fibras ópticas: tecnologia e
projeto de sistemas. São Paulo: Makron Books; Rio de Janeiro: EMBRATEL c1991. 734p. ISBN
0074607189.
PAPANNAREDDY, Rajappa. Introduction to lightwave communication systems. Boston: Artech

House, c1997. 246p. (Disponível no Acervo).


COLLIN, Robert E. Foundations for Microwave Engineering – 2nd Edition. Singapure: McGraw-
Hill International Editions, c1992. 924p. ISBN 0-07-112569-8
RIBEIRO, José Antônio Justino. Engenharia de micro-ondas: fundamentos e aplicações. São

Paulo: Érica, 2008. 608p. ISBN 9788536502090.
RIBEIRO, José Antônio Justino. Propagação de Ondas Eletromagnéticas: Princípios e

aplicações. São Paulo: Érica, 2004. 390p. ISBN 857194993X.
RIBEIRO, José Antônio Justino. Comunicações ópticas. São Paulo: Érica, 2003. 454p. ISBN
8571949654.
AMAZONAS, José Roberto de Almeida. Projeto de Sistemas de Comunicações Ópticas. São

Paulo: Manole, 2005. 652p. ISBN 85-204-2070-2.


Avaliações
Vamos seguir os critérios padrões do IPUC, para o regime letivo

contingenciado:
2 Provas de 30 pontos
Avaliação substituta ou prova de reavaliação de 30 pontos;
10 pontos de participações em aulas remotas;
30 pontos de trabalhos e exercícios;


Avaliações
1ª Prova: na metade do semestre – data provável: 07/04;
2ª Prova: final do semestre – data provável: 02/06;
Avaliação substituta ou prova de reavaliação: data 10/06;
Exercícios durante as aulas remotas: valor total 15 pontos
Exercícios ao final de cada tópico do programa: valor total 15 pontos
Participação nas aulas: 10 pontos (remotas ou presenciais)

Programação
de aulas


Material das aulas
O material utilizado nas aulas, como apresentações em Power Point, texto
adicionais e resolução de exercícios serão disponibilizado no SGA ou no CANVAS, na
área da disciplina.
As aulas remotas poderão ser gravadas e o arquivo disponibilizado no CANVAS.

ATENÇÃO: não são vídeo aulas, são as gravações das aulas remotas.
As conferências serão realizadas pelo Microsoft TEAMS. Os alunos sempre serão

informados por mensagens.
Obs.: a gravação da aula no Teams fica disponível por 21 dias.

Vamos estudar as principais características e o dimensionamento dos

sistemas de comunicações por micro-ondas, por satélite e por fibra óptica
entre pontos fixos.
Os sistemas de comunicações móveis serão estudados em outra disciplina,

entretanto alguns conceitos aqui colocados são também utilizados nos
sistemas móveis.

A demanda por serviços de telecomunicações tem aumentado

significativamente nos últimos anos, principalmente devido ao
desenvolvimento de dispositivos móveis de dados, áudio e vídeo.
Os principais meios de transmissão em longa distância são o próprio “ar” e

as fibras ópticas.
No núcleo das redes (denominado de Backbone) os sistemas de

comunicação devem ser robustos (alta disponibilidade) e de grande
capacidade de transmissão.

Um sistema que proporcione disponibilidade de 99% é considerado

inadequado. Em um ano (cerca de 8760 horas), 1% de indisponibilidade
significa 87,6 horas de sistema fora de uso (não é bom).
Um dos focos nos dimensionamentos de sistemas de telecomunicações

para os Backbone’s é atingir disponibilidades superiores a 99,99%. Isto leva,
muitas vezes, a sistema com redundância de rota e de circuitos, o que eleva
os custos de implantação e operação.
Os sistemas com alta disponibilidade também exigem centros de gerência

de redes (sigla CGR) operando 24 horas por dia 7 dias por semana (24/7).

Com relação à capacidade de transmissão, cada vez mais são alcançados

novos patamares, com o desenvolvimento de novas tecnologias.
Na transmissão via rádio por micro-ondas, a poucos anos os rádios de alta

capacidade se limitavam a taxas de STM-1 (155,52 Mbps). Atualmente,
alguns equipamentos prometem alcançar 1 Gbps, nos enlaces fixos de
longa distância.
Nos sistemas por fibras ópticas, os limites atuais de taxas de transmissão se

devem ao limite da eletrônica (tempos de comutação de semicondutores).
Uma taxa de 100 Gbps necessita que o dispositivo consiga comutar de
nível”0” para nível “1” em menos de 10 ps (10-11 s).

Atualmente os sistemas ópticos estão atingindo taxas de 400 Gbps, com

técnicas de modulação e codificação do sinal.
Entretanto este não é o limite de taxa de transmissão na fibra óptica

atualmente. Utilizando a técnica denominada de DWDM (multiplexação por
comprimento de onda densa) é possível atingir taxas de Terabits por
segundo (Tbps) em uma fibra óptica.
Por exemplo, um DWDM com 172 comprimentos de onda na mesma fibra,

cada um operando em 40 Gbps, permite quase 7 Tbps.

Sistema óptico DWDM

Voltando às origens: qual a taxa de comunicação é suficiente a uma

aplicação?
Os padrões digitais de telecomunicações começaram a ser desenvolvidos

na época em que a telefonia era o serviço de maior importância,
disparadamente. Os sistema digitais de telecomunicações começaram a
substituir os antigos sistemas analógicos nas décadas de 70 e 80. Naquela
época, ainda não havia internet e não existiam computadores pessoais.

Um circuito de telefonia analógico operava em um canal que permitia

passar um sinal de 0 a 4 kHz, utilizando um filtro passa baixas. Isto permitia
uma boa qualidade de voz nas comunicações por telefone.
Para a transmissão digital de um canal de voz, é preciso fazer a digitalização

da informação.
Usando o conceito do Teorema da Amostragem (Nyquist) de que a taxa de

amostragem deve ser, no mínimo, com o dobro da maior frequência do
sinal, e considerando que o sinal de voz varia muito a frequência na faixa de
0 a 4 kHz, a taxa de amostragem deveria ser a 8 kHz.

O esquema de digitalização padronizado (técnica PCM), transforma cada

amostra em um palavra digital de 8 bits (técnica de quantização), o que nos
leva a uma taxa de transmissão de um canal digital de telefonia em 64 kbps
( 8 x 8.000 = 64.000 bps ).
A taxa de 64 kbps se tornou um padrão de transmissão de sinais de

telecomunicações, mesmo para serviços que não eram de telefonia.

Para as comunicações em longas distâncias, seria muito oneroso se

tivéssemos que utilizar um sistema de telecomunicação exclusivo para cada
canal de telefonia. Foram introduzidos os sistemas de multiplexação na
técnica TDM, para transmissão de múltiplos de 64 kbps em um mesmo
sistema.
Na técnica PCM conseguimos agregar 30 canais digitais de voz em um feixe

de 2 Mbps. O quadro PCM tem 32 time-slots de 8 bits (256 bits), que são
transmitidos a uma taxa de 8 kHz  2.048 kbps  2 Mbps.
São 30 time-slots para os circuitos de voz, mais 1 para sincronismo e mais 1

para a sinalização telefônica dos 30 canais.

Inicialmente os sistemas PDH (hierarquia digital plesiócrona) não eram

mundialmente padronizados, com esquemas de multiplexação e taxas
distintas em algumas regiões do mundo. No Brasil adotamos a hierarquia
sugerida pelo ITU (União Internacional de Telecomunicações) e usada na
Europa, partindo, em seu primeiro nível, de 2 Mbps.
Posteriormente foi introduzido pelo ITU a padronização pela hierarquia

síncrona denominada de SDH (hierarquia digital síncrona), permitindo taxas
muito maiores que aquelas previstas na PDH. O primeiro nível do SDH é de
155 Mbps.


Hierarquia PDH:
• E1: 30 canais de voz em 2,048 Mbps (2Mbps)
• E2: 120 canais de voz em 8,448 Mbps (8Mbps)  4 x 2 Mbps
Hierarquia PDH:
STM-1 – Permitindo 63 feixes de 2 Mbps – taxa de 155,52 Mbps
STM-4 – Permitindo 252 feixes de 2 Mbps – taxa de 622,08 Mbps
STM-16 – Permitindo 1004 feixes de 2 Mbps – taxa de 2.488,32 Mbps (2,5 Gbps)
STM-64 – Permitindo 4016 feixes de 2 Mbps – taxa de 9.953,28 Mbps (10 Gbps)
STM-256 – Permitindo 16064 feixes de 2 Mbps – taxa de 39.813,12 Mbps (40 Gbps)

Seguindo outras necessidades de projeto, os padrões de transmissão de

redes de dados (interligação entre sistemas computacionais), partiram de
uma técnica denominada de Ethernet. O primeiro padrão comercial da
Ethernet utilizava uma taxa de transmissão de 10 Mbps (Ethernet padrão).
Logo depois, já com o uso de internet se popularizando, foi desenvolvida a
evolução para o padrão “Fast Ethernet” em 100 Mbps.
Seguindo as necessidades de padronização em taxas maiores, veio a

Gigabit Ethernet a 1 Gbps. Mais alguns anos, o padrão 10 Gigabit Ethernet a
10 Gbps. Atualmente estamos no estágio da Ethernet a 400 Gbps (ainda a
custos proibitivos).

Assim, os sistemas de telecomunicações de longa distância e de alta

capacidade de transmissão precisam acomodar necessidades distintas de
seus clientes, alguns necessitando de taxas do padrão PDH ainda, outros
com necessidades no padrão SDH e outros com necessidades no padrão
Ethernet.
Nos sistemas com fibras ópticas, várias solução foram desenvolvidas, por
exemplo padrões distintos em fibras distintas no mesmo cabo óptico ou
padrões distintos em comprimentos de onda distintos na mesma fibra
óptica.

Nos sistema via rádio o grande desafio vem sendo conseguir atingir as taxas
de transmissão mais elevadas.
Isto exige processos de modulação e de codificação da informação digital

cada vez mais sofisticados e longos testes e estudos.
Algumas técnicas de utilizar um sistema com transmissão de taxa elevadas

no padrão Ethernet e encapsulando um serviço com taxa PDH ou SDH
dentro do protocolo Ethernet foram desenvolvidas.

Rádio Enlace em Micro-ondas
Multiplex : Equipamento que permite agregar várias informações em um único

feixe
Duplex : Circuito de RF que permite utilizar uma única antena na transmissão
e na recepção

Rádio Enlace em Micro-ondas


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PAPANNAREDDY, Rajappa. Introduction to lightwave communication systems. Boston: Artech

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RIBEIRO, José Antônio Justino. Propagação de Ondas Eletromagnéticas: Princípios e

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