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GABARITO DA DÉCIMA LISTA DE EXERCÍCIOS DE PTC-3452 - TEORIA DA INFORMAÇÃO E CODIFICAÇÃO

Questão 1 : Demonstre que para um PCM compandido segundo a lei µ a relação sinal ruído de quantização é dada por:
3L2 1
S/ Rq = ×
[ln(1 + µ)]2 2x 1
1+ +
µσ 2
x µ σ2 x
2

onde:
µ - fator de compansão (no padrão USA adotado como µ=255);
1
σ 2x - indica a potência normalizada do sinal ( σ 2x ≤ 1) dada por σ 2 x = 2 x 2 p( x )dx ; ∫
0
1
x - indica a média do valor absoluto do sinal dada por x = 2 xp( x )dx ; ∫ 0

L = 2 - onde n indica o número de bits utilizados na codificação (no padrão adotado n=8) e
n

p(x) - função densidade de probabilidade do sinal normalizado (x≤ 1).


Resolução
Parte-se da expressão obtida na questão 5 da lista anterior (ver pág. 74 do Manual de Soluções de Sistemas Telefônicos):
1
2 p( x ) ln(1 + µx )
Rq = 2
3L ∫  dy 
0
2
dx . Neste caso a lei de compansão é dada por y =
ln(1 + µ)
com 0 ≤ x ≤ 1 e portanto:
 dx 
 
21
µ  2   ln(1 + µ) 
∫ (1 + µx ) p(x )dx .
dy 1
= × e assim R q =  2  
2

dx ln(1 + µ) 1 + µx  3L   µ  0

1 1


Assumindo-se p(x) simétrico em torno de x=0 σ 2 x = 2 x 2 p( x )dx e x = 2 xp( x )dx e portanto:
0
∫0

 ln(1 + µ)  1 + µ σ x + 2µ x  [ln(1 + µ)]2


2 2 2
 2 2x 1
Rq =    = σ x + + 2  ; assim tem-se:
 µ   3L2  3L2  µ µ 

   
   
σx σx
2 2 2
3L  = 3L2  1 
(S⁄Rq)= =
Rq [ln(1 + µ)]2  2 2 x 1  [ln(1 + µ)]2  2x 1 
σ
 x + +  1 + + 2 2 
 µ µ2   µσ x
2
µ σx 
x
Sendo x uma variável aleatória na faixa [-1, 1] tem-se que σ x e x são menores do que 1. Adicionalmente,
2

σx
2

tipicamente tem um valor entre 0,7 e 0,9. Assim, para valores usuais de µ e com σ x não muito pequeno, tem-se então:
2

3L2
(S⁄Rq) ≈ que para µ=255 e n=8, e portanto L=2n=256, resulta em (S⁄Rq)=38,06 dB.
[ln(1 + µ)]2

Questão 2: 24 sinais de voz são uniformemente amostrados e multiplexados no tempo (TDM). A operação de
amostragem usa amostras de topo plano com 1 µs de duração. A operação de multiplexação inclui ainda provisão para
sincronismo adicionando um pulso extra de amplitude suficiente e com 1 µs de duração também. A freqüência máxima de
cada sinal vocal é de 3.400 Hz.
a) Assumindo uma taxa de amostragem de 8 KHz calcule o espaçamento entre pulsos sucessivos do sinal multiplexado;
b) Repita os cálculos assumindo-se o uso da taxa de Nyquist.
Resolução
a) para a taxa de amostragem de 8 KHz o espaçamento entre amostras sucessivas de um mesmo canal é de
T = 1 ⁄ 8000 = 125 µs.
Neste intervalo tem-se então 24 canais vocais e um de sincronismo, todos com pulsos de largura τ = 1 µs; assim, a
separação entre canais é de ∆ = 125 ⁄ 25 = 5 µs e entre pulsos sucessivos de ∆ - τ = 4 µs conforme figura abaixo.
∆=5 µ s

τ=1 µ s

b) Neste caso a taxa de amostragem muda para 6,8 KHz e portanto T=1 ⁄ 6800 = 147,06 µs. Assim, a separação entre
canais é de ∆ = 147,06 ⁄ 25 = 5,88 µs e entre pulsos sucessivos de ∆ - τ = 4,88 µs.

Questão 3: Um sinal vocal tem a duração total de 10s. Ele é amostrado à taxa de 8 KHz e codificado em um PCM linear.
A relação sinal ruído de quantização requerida é de 40 dB. Calcule a mínima capacidade de armazenamento necessária
para acomodar este sinal digitalizado.
Resolução
Deve-se armazenar 8.000×10=80.000 amostras. Como se deseja uma (S⁄Rq) de 40 dB empregando um PCM linear o
número de bits por amostra calcula-se por (S⁄Rq)=4,77+6n+10 log( σ x ). Assumindo-se ter um sinal com σ x = 0,5
2 2

(senoide) tem-se 4,77 + 6n - 3,01 = 40 e então n=6,37, ou seja, deve-se adotar n=7 bits⁄amostra com o que a capacidade de
armazenamento requerida será de 560 Kbits.

Questão 4: Considere um sinal de teste m(t) definido pela função tangente hiperbólica: m(t)= A tanh (βt) onde A e β são
constantes. Determine o passo mínimo ∆ para a modulação delta deste sinal de forma que a sobrecarga seja evitada.
Resolução
∆ dm( t )
A figura abaixo ilustra que para que o sinal reconstituído não sofra sobrecarga deve-se ter sempre ≥ max{ } , isto
T dt
é, a derivada do sinal reconstruído deve ser maior que a derivada do sinal de entrada. No problema m(t)=Atgh(βt) e
dm( t )
portanto = Aβ sec h 2 (βt ) ; assim ∆ ≥ AβT max{sec h 2 (βt )} ; mas o máximo de sech(βt) ocorre para t=0 e vale 1;
dt
assim ∆ ≥ AβT .
m(t)

Questão 5: Nesta questão se compara o desempenho de sistemas DPCM e PCM compandido. Para um número
suficientemente grande de níveis de quantização (L) a relação sinal ruído em sistemas PCM, em geral, é dada por:
10 log (SNR)o = α + 6n (dB)
onde L=2n é o número de níveis de quantização. Para um sistema compandido usando a lei µ a constante α é dada por:
α≈ 4,77 – 20 log10[ln(1+µ)] dB
Para sistemas DPCM, por outro lado, a constante α fica no intervalo –3 < α < 15 dBs.
Compare o desempenho de um sistema DPCM confrontando-o com um sistema PCM lei µ com µ=255 nos seguintes
cenários:
a) A melhoria obtida na (SNR)o com o DPCM em confronto com o PCM compandido para o mesmo número de bits por
amostra.
b) A redução no número de bits por amostra requerida pelo sistema DPCM comparado com o PCM compandido para a
mesma (SNR)o.
Resolução
a) para um PCM compandido n=8
O DPCM terá 10log(SNR)o entre os valores de –3+6×8=45 dB e 15++6×8=63 dB.
O PCM terá 10log(SNR)o =4,77+6×8-20log[ln(256)]=4,77 + 48 - 14,87 = 37,9 dB
Assim o DPCM com o mesmo número de bits terá um desempenho superior na faixa de 7,1 a 25,1 dB.
b) neste caso precisa-se comparar nos dois extremos de desempenho do DPCM; sejam n1 o número de bits para o DPCM
e n para o PCM
b1) α=15 dB para o DPCM.
15 + 6n1 = 4,77 + 6n - 14,87 e, portanto:
n- n1=25,1 ⁄ 6 = 4,18 indicando uma economia de 4 bits ⁄ amostra com o uso de DPCM.
b2) seja agora α=-3 dB para o DPCM
-3 + 6n1 = 4,77 + 6n - 14,87 e, portanto:
n- n1=7,1 ⁄ 6 = 1,18 indicando a economia de 1 bit ⁄ amostra com o uso de DPCM.

Paul Jean Etienne Jeszensky


09/11/2017

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