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Máquinas Elétricas

Prof. Luiz Henrique Alves Pazzini


Transformadores

• Definições:
– Transformador: é um dispositivo eletromagnético, tendo duas ou
mais bobinas estacionárias acopladas por meio de um fluxo mútuo
e que permite adequar níveis de tensão e corrente no sistema
– Transformador:
• Componente fundamental dos modernos sistemas de potência
• Possibilita transmissão de energia a grandes distâncias (redução de
perdas por efeito Joule: r*I2
• Permite interligações de sistemas de diferentes níveis de tensão
Transformadores
Transformadores
Transformadores
Transformadores
Importância dos Transformadores em Sistemas Elétricos
Transformadores
• Princípios:
– Transformador consta de duas ou mais bobinas independentes,
colocadas próximas uma da outra, e um núcleo de ferro
– A bobina que recebe a corrente a ser transformada chama-se
primário (P) e a outra, que fornece a corrente transformada,
chama-se secundário (S)
Transformadores

 O que acontece se energizamos a bobina 1 do transformador com


uma fonte de corrente alternada?
 O que se observa na bobina 2 do transformador?
Transformadores

 Pela lei de indução de Faraday, surge uma tensão induzida na bobina


2 do transformador
Transformadores

 Se uma carga é conectada na bobina 2 do transformador, uma


corrente i2 circulará pelo mesmo.
 Pela lei de Lenz, o sentido da corrente i2 é de forma a se opor á
variação do fluxo magnético que a criou.
Transformadores

https://www.youtube.com/watch?v=JUessD8qHNU&list=PLOfj-7VL-
6JlcTjsuN9drbHLUwlawkrUC&index=2
TRANSFORMADORES

• É um dispositivo eletromagnético, tendo duas ou


mais bobinas estacionárias acopladas por meio de
um fluxo mútuo;

• Equipamento elétrico que, por indução


eletromagnética, transforma tensão e corrente
alternadas entre dois ou mais enrolamentos, com a
mesma frequência e, geralmente, com valores
diferentes de tensão e corrente;

• Aparelho que permite transformar corrente


alternada de baixa tensão em corrente alternada
de alta tensão ou vice-versa
• Componente fundamental dos modernos
sistemas de potência;

• Possibilita transmissão de energia a grandes


distâncias (redução de perdas por efeito Joule:
𝑟𝐼2);

• Permite interligações de sistemas de


diferentes níveis de tensão;

• Promove isolação entre circuitos;


• Tensões e correntes são senoidais: V1, V2, I1 e I2 são
fasores;
• Relações: a (ou k) é a relação de transformação;

𝑉1 𝐼2 𝑁1
= = =𝑎
𝑉2 𝐼1 𝑁2 I1 I2

𝑆1 = 𝑉1 𝐼1∗ = 𝑉2 𝐼2∗ = 𝑆2

V1

V2
𝑉1 𝑎𝑉2 𝑉
2 2 N1 N2
𝑍1 = = =𝑎 = 𝑎2 𝑍2
𝐼1 𝐼2 𝐼2
𝑎
Transformadores Reais
Assim, tem-se o circuito equivalente final:

𝐼1 X1 R1 ′
𝐼1 = 𝐼2

R2 X2 𝐼
2

𝑉1 Rc X m 𝐸1 𝐸2 𝑉2

A corrente do primário terá duas componentes:


′ ′
𝐼1 = 𝐼𝜙 + 𝐼1 ⟹ 𝐼1 = 𝐼𝜙 + 𝐼2
Sendo:
𝐼1 = 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜𝑟
𝐼𝜙 = 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎çã𝑜

𝐼1 = 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 𝑑𝑎 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑓𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑛𝑔𝑒 𝑜 𝑒𝑛𝑟𝑜𝑙𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜
′ ′ 𝐼2
𝐼2 = 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑜 𝑠𝑒𝑐𝑢𝑛𝑑á𝑟𝑖𝑜 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑎𝑜 𝑝𝑟𝑖𝑚á𝑟𝑖𝑜 ⟹ 𝐼2 = 𝑎
Transformadores Reais
R1 X1 R2 X2

N1 N2

rc Xm

Circuito equivalente de um transformador de dois enrolamentos


O modelo final é igual ao transformador ideal mais as impedâncias
externas representando as perdas. Pode-se escrever:
′ ′ 𝐼2
𝐼1 = 𝐼𝜙 + 𝐼1 ⟹ 𝐼1 = 𝐼𝜙 + 𝐼2 ⟹ 𝐼1 = 𝐼𝜙 +
𝑎
𝑁1 𝐸1 𝐼2 𝐼2
𝑎= = = ′= ′
𝑁2 𝐸2 𝐼1 𝐼2
Transformadores Reais
Os valores do secundário podem ser referidos ao primário:
R1 X1 R2’ X2’

rc Xm
N1 N2

𝐼2
𝐸1 = 𝑎𝑉2 𝐼2 ′ = 𝑅2 ′ = 𝑎2 𝑅2 𝑋2 ′ = 𝑎2 𝑋2
𝑎
Este circuito é conhecido como Circuito Equivalente T do Transformador
Transformadores Reais
Como a queda de tensão na resistência e na reatância do primário provocada pela
componente de excitação do primário é pequena, o ramo de excitação (ramo em
derivação) pode ser deslocado para a esquerda levando ao circuito aproximado da
figura seguinte.
Req Xeq

rc Xm
N1 N2

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 ′ 𝑋𝑒𝑞 = 𝑋1 + 𝑋2 ′
O erro introduzido devido à ausência da queda de tensão causada pela corrente de
excitação normalmente é desprezível

Este circuito é conhecido como Circuito Equivalente L do Transformador


Transformadores Reais

Uma simplificação ainda maior é obtida desprezando-se o ramo magnetizante

Req Xeq

N1 N2
Parâmetros de um Transformador

• Os parâmetros elétricos de um transformador


podem ser determinados por dois tipos de
ensaios elétricos:
– Ensaio em vazio, no qual são determinadas as
perdas do núcleo (perdas por Histerese e
correntes parasitas de Foucault) e os parâmetro do
ramo de magnetização do circuito equivalente – rc e
Xm
– Ensaio em curto-circuito, no qual se determinam os
parâmetros série do circuito equivalente (R1, R2, X1
e X2)
Parâmetros de um Transformador

Ensaio em vazio de Transformadores

Objetivos:
• Determinar os parâmetros shunt do circuito equivalente do
transformador (rc e Xm);
• Determinar as perdas no núcleo do transformador – equivale a
potência medida no ensaio.
Procedimento
• Aplica-se tensão nominal a um dos enrolamentos do
transformador, mantendo o outro enrolamento em vazio (sem
carga);
• Mede-se tensão, corrente e potência
• Normalmente realizado aplicando-se tensão no lado de BT , visto
que é mais fácil obter o valor nominal da tensão.
Parâmetros de um Transformador
• Com o transformador em vazio, a
corrente que circula equivale a
rc corrente de excitação do motor,
IΦ, muito menor que a corrente
nominal, dessa forma, a queda de
tensão na impedância do
primário (R1 +jX1) pode ser
desprezada, ou seja, o circuito
rc
equivalente pode se resumir ao
ramo magnetizante

• Dessa forma, a tensão medida no


circuito está aplicada ao paralelo
de rc e xm, a corrente equivale a
rc corrente de magnetização e a
potência medida equivale ao
efeito Joule em rc
Parâmetros de um Transformador
• Medindo-se a tensão do ensaio
em vazio, 𝑉𝜙 , a corrente do
rc ensaio em vazio, 𝐼𝜙 , e a potência
do ensaio em vazio, 𝑃𝜙 , os
parâmetros do ramo shunt do
circuito equivalente do
transformador são obtidos pelas
seguintes expressões:
rc 𝑃𝜙
𝑐𝑜𝑠𝜙𝜙 =
𝑉𝜙 ∗ 𝐼𝜙
𝑉𝜙
𝑟𝑐 =
𝐼𝜙 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝜙𝜙
rc
𝑉𝜙
𝑋𝑚 =
OBS: o índice  refere-se ao ensaio em vazio 𝐼𝜙 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜙𝜙
Parâmetros de um Transformador

Esquema do Ensaio em Vazio

110 V 220 V
Fonte
Voltímetro

V CO
M
A COM V W Transformador

Aplica-se tensão nominal no lado de baixa tensão e mede-se a potência (PՓ) e a corrente em vazio (IՓ)
Parâmetros de um Transformador

Ensaio em curto-circuito de Transformadores

Objetivos:
• Determinar os parâmetros série do circuito equivalente do
transformador (Req, Xeq, R1, R2, X1 e X2);
• Determinar as perdas no Cobre na condição de corrente nominal.
Procedimento
• Aplica-se corrente nominal a um dos enrolamentos do
transformador, mantendo o outro enrolamento em curto-circuito;
• Mede-se tensão, corrente e potência;
• Normalmente realizado aplicando-se corrente no lado de AT, visto
que é mais fácil obter o valor nominal da corrente.
Parâmetros de um Transformador

• Com o transformador em curto-


circuito, a tensão necessária para
se obter a corrente nominal é
baixa quando comparada com a
rc tensão nominal, o que resulta em
fluxo magnético no núcleo
reduzido, permitindo que o ramo
de magnetização seja
desconsiderado (rc e Xm).
• Dessa forma, a corrente medida
no ensaio percorre todos os
elementos em série e a potência
medida equivale ao efeito Joule
Req.
Parâmetros de um Transformador

• Medidndo-se a tensão do ensaio


em curto-circuito, 𝑉𝑐𝑐 , a corrente
do ensaio em curto-circuito, 𝐼𝑐𝑐 ,
e a potência do ensaio em curto-
circuito, 𝑃𝑐𝑐 , os parâmetros do
rc ramo série do circuito
equivalente do transformador
são obtidos pelas seguintes
expressões:

𝑉𝑐𝑐 𝑃𝑐𝑐
𝑍𝑐𝑐 = 𝑅𝑒𝑞 = 2
𝐼𝑐𝑐 𝐼𝑐𝑐

𝑋𝑒𝑞 = 𝑍𝑐𝑐 2 −𝑅𝑒𝑞 2


OBS: o índice cc refere-se ao ensaio em
curto-circuito 𝑅𝑒𝑞 𝑋𝑒𝑞
𝑅1 ≅ 𝑅2 ′ = 𝑋1 ≅ 𝑋2 ′ =
2 2
Parâmetros de um Transformador

Esquema do Ensaio em Curto-circuito

220 V 110 V
Fonte
Voltímetro

V CO
M
A COM V W Transformador

Aplica-se corrente nominal no lado de baixa tensão e mede-se a potência de curto-circuito (Pcc) e a tensão de curto-
circuito (Vcc)
Parâmetros de um Transformador

• OBS: Os parâmetros obtidos nos ensaios


estão referidos ao lado em que os referidos
ensaios foram realizados (BT ou AT)

• Caso desejado, os parâmetros podem ser


referidos para os outros lados do
transformador
Regulação de Transformadores
• Um dos critérios de desempenho de um transformador projetado para suprir
potência com tensão aproximadamente constante para uma carga é o de
regulação de tensão.
• Tal critério indica o grau de constância da tensão de saída quando a carga é
variada.
• A regulação de tensão do transformador é definida como sendo a variação da
tensão do secundário em condições de carga e em vazio, tomada como
porcentagem da tensão a plena carga, com tensão do primário mantida
constante, ou seja:

𝑉2_𝑉𝑎𝑧𝑖𝑜 − 𝑉2_𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎
𝑅𝐸𝐺 =
𝑉2_𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎
Rendimento de Transformadores
• Transformadores são equipamentos projetados para apresentarem elevados
rendimentos
• Os seguintes aspectos contribuem para que os transformadores apresentem
baixos valores de perdas:
• O transformador é uma máquina estática, ou seja, não tem partes rotativas, não
apresentando, portanto, perdas por atrito no eixo e por resistência do ar no entreferro.
• O núcleo é constituído por placas laminadas e dopadas de materiais de alta resistência
elétrica, as quais têm o objetivo de minimizar as perdas por correntes parasitas de
Foucault.
• Materiais com alta permeabilidade magnética são utilizados para diminuir as perdas
por histerese.
• Dessa forma, transformadores de alta potência apresentam rendimento maior que
90%.
Rendimento de Transformadores
• O rendimento de um transformador pode ser expresso por:

𝑃2 𝑃2
𝜂= =
𝑃1 𝑃2 + Δ𝑃
Sendo:
P1: potência ativa no primário (entrada) [W]
P2: potência ativa no secundário (saída) [W]
ΔP: perdas no transformador [W].

• As perdas no transformador apresentam dois componentes principais:


• Perdas no núcleo ou perdas no Ferro: causadas por correntes parasitas de
Foucault e por histerese [W];
• Perdas no cobre: causadas pela circulação de correntes nos condutores de
cobre do primário e secundário do transformador.

Δ𝑃 = Δ𝑃𝑁 + Δ𝑃_𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒
Rendimento de Transformadores
• Uma forma de se determinar as perdas no núcleo é
através do ramo magnetizante do circuito equivalente do
transformador: 2
𝑉1
Δ𝑃𝑁 = 𝐼𝐶 2 ∗ 𝑟𝑐 𝑜𝑢 Δ𝑃𝑁 =
𝑟𝑐
Sendo:
ΔPN: perdas no núcleo (Ferro) do transformador [W];
Ic: parcela da corrente de magnetização que percorre
rc [A];
rc: resistência cujo efeito Joule representa as perdas
no núcleo do transformador [Ω];
V1: tensão aplicada ao primário do transformador [V];

• Todavia, a forma mais usual de se determinar as perdas no


núcleo é através do ensaio em vazio: a potência ativa
medida neste ensaio equivale as perdas no núcleo, que
independem da carga do transformador: são constantes.
Rendimento de Transformadores
• As perdas no cobre são determinadas a partir dos
modelos de circuitos equivalentes do transformador.
• Modelo completo:

Δ𝑃_𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 = 𝐼1 2 ∗ 𝑅1 + 𝐼2 2 ∗ 𝑅2

Sendo:
ΔP_Cobre: perdas no cobre do transformador [W];
I1: corrente do primário [A];
R1: resistência dos enrolamentos de cobre do primário [Ω];
I2: corrente do secundário[A];
R2: resistência dos enrolamentos de cobre do secundário [Ω].
Rendimento de Transformadores
• As perdas no cobre são determinadas a partir dos
modelos de circuitos equivalentes do transformador.
• Modelo T:

Δ𝑃_𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 = 𝐼1 2 ∗ 𝑅1 + 𝐼1 ′2 ∗ 𝑅2 ′

Sendo:
ΔP_Cobre: perdas no cobre do transformador [W];
I1: corrente do primário [A];
R1: resistência dos enrolamentos de cobre do primário [Ω];
I1’: corrente do secundário referida ao primário[A];
R2’: resistência dos enrolamentos de cobre do secundário referida ao
primário [Ω].
Rendimento de Transformadores
• As perdas no cobre são determinadas a partir dos
modelos de circuitos equivalentes do transformador.
• Modelo L:

Δ𝑃_𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 = 𝐼1 ′2 ∗ 𝑅𝑒𝑞

Sendo:
ΔP_Cobre: perdas no cobre do transformador [W];
I1’: corrente do secundário referida ao primário[A];
Req: resistência equivalente do primário e do secundário referida ao primário
[Ω].
Rendimento de Transformadores
• As perdas no cobre são determinadas a partir dos
modelos de circuitos equivalentes do transformador.
• Modelo sem considerar o ramo magnetizante:

Δ𝑃_𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 = 𝐼1 2 ∗ 𝑅𝑒𝑞

Sendo:
ΔP_Cobre: perdas no cobre do transformador [W];
I1: corrente do primário do transformador [A];
Req: resistência equivalente do primário e do secundário referida ao primário
[Ω].
Rendimento de Transformadores
• O rendimento de um transformador pode ser expresso
por:
𝑃2
𝜂=
𝑃2 + Δ𝑃𝑁 + Δ𝑃_𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒
Sendo:
P2: potência ativa no secundário (saída) [W];
ΔPN: perdas no núcleo do transformador [W];
ΔP_Cobre: perdas no Cobre do transformador [W].

• É usual se conhecer a potência aparente no secundário e o


fator de potência da carga. Desta forma, pode-se
expressar o rendimento por:
Sendo:
𝑆2 ∗ 𝑓𝑝2 S2: potência aparente no secundário
𝜂=
𝑆2 ∗ 𝑓𝑝2 + Δ𝑃𝑁 + Δ𝑃_𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 (saída) [VA];
fp2: fator de potência na carga
(secundário).
Exemplo
Os dados referentes a um transformador monofásico de
300 kVA, 60 Hz, 11.000 V (primário)/2.300 V (secundário)
são os seguintes:
– Impedância do Primário: 𝑍1 = 1,603 + j4,248 [Ω]
– Impedância do Secundário: Z2 = 0,0585 + j0,1623 [Ω]
– Resistência de perdas no ferro no primário (AT): rc = 56.542 Ω
– Reatância de magnetização no primário (AT): Xm = 15.264 Ω

Ao secundário do transformador (baixa tensão) é conectada uma


carga que consome 300 kVA com fator de potência de 0,8 indutivo
quando submetido a uma tensão de 2.300/_0o V. Determine a tensão
aplicada ao primário, a corrente no primário, a regulação do
transformador e o rendimento do transformador considerando o
Circuito sem os elementos shunt.
Exemplo
Resolução
O circuito equivalente a ser utilizado neste item e é apresentado a seguir:
A relação de transformação é
obtida a partir dos valores nominais
de tensão do primário e secundário
do transformador:
𝐸1𝑁 11.000
𝑎= ⇒𝑎= ⇒ 𝑎 = 4,783
𝐸2𝑁 2.300
Deve-se obter os valores de Req e
Xeq:

𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2′ ⟹ 𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑎2 ∗ 𝑅2 ⟹ 𝑅𝑒𝑞 = 1,603 + 4,7832 ∗ 0,0585


𝑅𝑒𝑞 = 2,941 Ω

𝑋𝑒𝑞 = 𝑋1 + 𝑋2′ ⟹ 𝑋𝑒𝑞 = 𝑋1 + 𝑎2 ∗ 𝑋2 ⟹ 𝑋𝑒𝑞 = 4,248 + 4,7832 ∗ 0,1623

𝑋𝑒𝑞 = 7,961 Ω
Exemplo
Resolução
O circuito equivalente a ser utilizado neste item e é apresentado a seguir:
A corrente no secundário é
determinada por:
∗ ∗
𝑆2 300.000∠36,87𝑜
𝐼2 = ⇒ 𝐼2 =
𝑉2 2.300∠0𝑜

𝐼2 = 130,43∠ −36,87𝑜 [𝐴]

A corrente e tensão no enrolamento


primário ficam:

𝐼2 𝐼2 130,43∠ −36,87𝑜
𝑎= ⇒ 𝐼1 = ⇒ 𝐼1 =
4,783
⇒ 𝐼1 = 27,26∠ −36,87𝑜 [𝑉]
𝐼1 𝑎

𝐸1
𝑎= ⇒ 𝐸1 = 𝑎 ∗ 𝑉2 ⇒ 𝐸1 = 4,783 ∗ 2.300∠0𝑜 [𝑉] ⇒ 𝐸1 = 11.000∠0𝑜 [𝑉]
𝑉2
Exemplo 1
Resolução
O circuito equivalente a ser utilizado neste item e é apresentado a seguir:

𝑅𝑒𝑞 = 2,941 Ω
𝑋𝑒𝑞 = 7,961 Ω

A tensão aplicada primário do transformador, V1, pode ser determinada por:


𝑉1 = 𝐸1 + 𝑅𝑒𝑞 + 𝑗𝑋𝑒𝑞 ∗ 𝐼1
𝑉1 = 11.000∠0𝑜 + 2,941 + 𝑗7,961 ∗ 27,26∠ −36,87𝑜
𝑉1 = 11.195,05∠0,64𝑜 [𝑉]
Exemplo
Resolução
O circuito equivalente a ser utilizado neste item e é apresentado a seguir:

𝐸1 = 11.000∠0𝑜 [𝑉]
𝑉1 = 11.195,04∠0,64𝑜 [𝑉]

A regulação do transformador fica:


𝑉1 − 𝐸1
𝑅𝐸𝐺 =
𝐸1
11.195,04 − 11.000
𝑅𝐸𝐺 =
11.000
𝑅𝐸𝐺 = 1,77%
As perdas no núcleo e no cobre para este modelo de transformador ficam:

Δ𝑃𝑁 = 𝐼𝐶 2 ∗ 𝑟𝑐 ⟹ Δ𝑃𝑁 = 0 [𝑊]

Δ𝑃_𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 = 𝐼1 2 ∗ 𝑅𝑒𝑞 ⟹ Δ𝑃_𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 = 27,262 ∗ 2,941 ⟹ Δ𝑃_𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 = 2.185 [𝑊]


Exemplo
Resolução
O circuito equivalente a ser utilizado neste item e é apresentado a seguir:

O rendimento para este modelo de


circuito equivalente fica:

𝑆2 ∗ 𝑓𝑝2
𝜂=
𝑆2 ∗ 𝑓𝑝2 + Δ𝑃𝑁 + Δ𝑃_𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒

300.000 ∗ 0,8
𝜂=
300.000 ∗ 0,8 + 0 + 2.185

𝜂 = 99,10%
TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS
• Os transformadores trifásicos têm as mesmas funções
que os monofásicos, ou seja, adequar níveis de tensão e
corrente; todavia, trabalham com três fases, ao invés
de apenas uma como os monofásicos
• Principais características:
o O transformador trifásico difere do transformador
monofásico na construção do núcleo e na disposição
das bobinas das fases.
• Cada fase funciona independentemente como as outras duas
fases;
• É exatamente como se fossem três transformadores
monofásicos em um só;
• É possível utilizar três transformadores monofásicos,
exatamente iguais para substituir um transformador
trifásico;

Banco trifásico
• O transformador trifásico pode alimentar cargas
monofásicas e trifásicas;
Banco de Transformadores Transformador Trifásico
Trifásico
Transformadores Trifásicos
Transformadores Trifásicos
Transformadores Trifásicos

Banco de Transformadores
Trifásico de Distribuição
Transformadores Trifásicos
Transformadores Trifásicos

Transformador Trifásico
de Distribuição
• Para os transformadores monofásicos a relação de
transformação teórica é sempre igual à relação de
espiras: a = N1/N2;
• Para os transformadores trifásicos, o problema já não
é tão simples, exigindo-se certos cuidados, conforme o
tipo de conexão;
• Entretanto para todos os casos basta raciocinar do
seguinte modo: "a relação de transformação real é
definida como sendo a relação entre as tensões
primária e secundária medidas entre fases ou tensões
de linha".
• A relação do número de espiras é definida como sendo
a relação do número de espiras por fase (enrolamentos
situados em uma mesma coluna).
Exemplo
Seja aT a relação de transformação real e a a relação de
espiras. Para um transformador Y:
𝑉1
• Por definição: 𝑎𝑡 =
𝑉2

𝑉𝑓1
• 𝑎 é definida por fase: 𝑎 =
𝑉𝑓2

𝑉1
• 𝑌: 𝑉𝑓1 =
3

• ∆: 𝑉𝑓2 = 𝑉2
𝑉1 𝑉1 1
• Logo: 𝑎 = → 𝑉2 = → 𝑉2 = 𝑉1 ∗
𝑉2 3 𝑎 3 𝑎 3
Resumo das relações de espiras:

Primário Secundário
Ligação Linha Fase Linha Fase
Tensão Corrente Tensão Corrente Tensão Corrente Tensão Corrente

aI/√3
ΔΔ V I V I/√3 V/a aI V/a

YY V I V/√3 I V/a aI V/√3a aI

YΔ V I V/√3 I V/√3a √3aI V/√3a aI

ΔY V I V I/√3 √3V/a aI/√3 V/a aI/√3


Exemplo
Se V1 = 500 V e a = 10, determine V2
𝑉1𝑓 500
𝑉1𝑓 = ⟹ 𝑉1𝑓 = ⟹ 𝑉1𝑓 =288,68 [V]
3 3
𝑉1𝑓
𝑎= 𝑉1𝑓 288,68 ⟹ 𝑉2𝑓 = 28,87 [V]
𝑉2𝑓 ⟹ 𝑉2𝑓 = ⟹ 𝑉2𝑓 =
𝑎 10

𝑉2 = 𝑉2𝑓 ⟹ 𝑉2 = 28,87 [𝑉]


Defasagem Angular – Conexão YY
A a
IA Ia
VA

Va
B b
C c
IB Ib
IC Ic

𝑉𝐴 𝑉𝐴𝐵
=𝑎= 𝑉𝑎𝑏 em fase com 𝑉𝐴𝐵
𝑉𝑎 𝑉𝑎𝑏

Deslocamento de fase Yy0


Y – primário VA VAB Va Vab

y - secundário
0 – defasagem de 0o
Defasagem Angular – Conexão ΔY
a

𝑉𝐴 𝑉𝐴𝐵 𝑎 IA VCA Ia
=𝑎 = A

Va
𝑉𝑎 𝑉𝑎𝑏 3

𝑉𝑎𝑏 defasado de 𝑉𝐴𝐵 C

b
B c
IB Ib
IC Ic

Deslocamento de fase Dy1 30o

D – primário
y secundário VCA
VAB Va Vab
1 – defasagem de 30º VBC
11 – defasagem de -30º ou 330º

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