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aH Pes a Viadimir Jardim TECHOLOGIA RADIOLOGICA E VouUm DIAGNOSTICO POR IMAGEM Quando nos referimos & protecio radiolé- _giea costumamos associé-la & gastos com equi- pamentos, instalacées, dispositivos.sofistica- dos e utilizagao de alta tecnologia. Ainda que verdadeira essa associacao pode-se dizer que a protegio radiolégica é mais dependente da cconsciéncia dos profissionais do que dos altos investimentos neste setor. Estabelecer normas e fiscalizar a protecéo radiolégica é dever do Estado. Cumprir as nor- mas e zelar por sua aplicagao 6 responsabilidade de todos os profissionais que atuam nessa rea. A radiagio nao pode ser percebida pelos. sentidos humanos. O que se observa sio apenas os seus efeitos que podem surgir em curto espaco de tempo ou tardiamente se medidas de protegio radiolégica nao foram adequadamente adotadas. Alguns procedi- mentos simples e que ndo envolvem custos significativos como usar aventais de chumbo, protetores de tiredide ou mesmo manter-se distante da fonte de radia¢ao do realmente eficazes e dever ser incorporados na rotina didria de trabalho. TECNOLOGIA RADIOLOGICA E DIAGNOSTICO POR IMAGEM b PROTEGAO RADIOLOGICA Viadimir Jardim Tiés fatores so importantes em protecio, radiol6gica: + Tempo de exposicao, + Distncia da fonte de radiagio * Blindagem Relacdo da Intensidade da Radiacao x Distancia AA intensidade da radiagio & inversamente proporcional 20 quadrado da distancia. Quan- to mais distante © profissional estiver da fonte, menor dose de radiacio receberd. Manter-se distante da fonte constitul importante prética de protecao radiolégica individual DB Dj | = Intensidade da Radiacéo D = Distancia da Fonte VOLUME ‘Amir aco da Nobr Intensidade da radiagao a | metro oO Intensidade da radiagao a2 metros O=: Figura | — A intensidade da radiagao 10OmRh diminui quatro vezes quando se dobra a distancia em relagao a fonte Quando © trabalhador realiza exames no leito do paciente usando equipamento por- tatil recomenda-se 0 uso de disparador com fio longo, assim, a dose recebida sera sensivel mente reduzida Blindagem Barreiras de protecio as radia ce radiagges secundsrias (espalhadas) de empregadas em todo servigo que utiliza radia fonte de energia. radiagoes primarias, 10s primarias ‘gio ionizante co’ As prineipais barreiras so utlizadas pelos pacientes que se submetem a exames radiok constituidas de spositives que impedem que 0 io atinja diretamente areas que nao estao sob cos @ esta ike prima. ‘exame. Entre esses dispositivos pode-se citar: protetores de génadas, protetores de treide, saiote plumbifero, luvas de chumbe et As barreiras de protegio as radiacoe: darias si todos os dispositives e instalac us para evitar que radiacées espalhadas atinjam qualquer individuo na area controlada. Constitui em mecanismo de protegao do traba- thador, do paciente e de individuos do publico As principais barreiras de protegao as radia- blindagem da sala, avental lumbifero, protetor de ti- .cundarias 63 reeide e a distancia da fonte. Figura 4 Oculos plumbiferos Figura 5 Protetores de tireside 1. Principios de Protecao Radiologica (Os fundamentos da protecio radiolégica obe- dece 20 principio ALARA ~ As Low As Reasona- ble Achievable. Essa expressio traduaida para © portugués apresenta o seguinte significado: "Tao Baixo Quanto Razoavelmente Exeqiivel”, numa referéncia & utlizagio de doses suficients © cumprimento de suas finalidades. para (Os organismos naciona que regulam as normas de protegao radiol6- sca estabelecem principios quanto ao uso das radiacdes ionizantes para os prot les piblico em geral de forma que todos possam fazer uso dessa energia de forma segu: rae harmoniosa. (Os requisitos basicos de protecio radiolégica sionais, pa referenciadas na normativa da Comissio Nacio- nal de Energia Nuclear CNEN-NN-3.01 € reco. rhecidos pelas autoridades sanitérias brasileiras sao: ustifieagio, otimizacao e limitagio da dose. Principio da Justificagao A justiicagio 6 0 principio be 10 radiolégica que estabelece que nenhuma de prote adioligico 125 pratica ou fonte adscrita a uma pritica deve ser autorizada a menos que produza suficiente be- neficio para o individue exposto ou para 2 So- ciedade, de modo a compensar o detrimento que possa ser causado. (© principio da justificagio em medicina e odontologia deve ser aplicado considerando: a) Que a exposicéo médica deve resultar em Um beneficio real para a sate do indivi- duo e/ou para a sociedade, tendo em con ta a totalidade dos beneficios potenciais lem matéria de diagnéstico ou terapéutica ‘que dela decorram, em comparagio com ‘0 detrimento que possa ser causado pela radiagio ao individuo. b) A eficdcia, 05 beneficios e riscos de técni- cas alternativas disponiveis com 0 mesmo objetivo, mas que envolvam menos ou ne- rnhuma exposicie as radiacées ionizantes Principio da Otimizagao (© principio da otimizacio estabelece que as instalagbes e as priticas dever ser planejadas, im plantadas e executadas de modo que a magnitude das dos fe pessoas ex postas e a probabilidade de exposicdes acidentais Ssejam tao baixes quanto razoavelmente exeqti veis, levando-se em conta fatores socials rmicos, além das restrigbes de dose aplicveis ‘As exposicoes médicas ser otimizadas ao valor minimo necessario para obtencéo do objetivo radiol6gico (diagnéstico €¢ terapéutico), compativel com os padrées aceitéveis de qualidade de imagem. Para tanto, ro processo de otimizacao de exposicoes mé- individuals, © nimer dicas deve-se considerar: a) A selecio adequada do equipamento € b) Os procedimentos de trabalho. ©) A garantia da qualidade. 4) Os niveis de referéncia de radiodiagnosti- co para pacientes. €) As restrigées de dose para individue que colabore, conscientemente e de livre vontade, fora do contexto de sua ativi dade profissional, no apoio e conforto de um paciente, durante a realizagao do procedimento radiolégico. © principio da otimizagao deve ser rigoro- samente observado, planejado e calculado para evitar exposigées desnecessaria 20s individuos. Principio da Limitagao de Dose “Os limites de dose individuais sio valores de dose efetiva ou de dose equivalentes, estabele- cidos para exposicéo ocupacional e exposi¢ao do publico, decorrentes de priticas controladas, ccujas magnitudes nao devem ser excedidas, Os limites de dose: a) Incidem sobre o individuo, considerando a totalidade das exposicdes decorrentes de todas as praticas a que ele possa estar exposto. b) Nao se aplicam as exposigbes médicas. ©) Nio devem ser considerados como uma fronteira entre “seguro” e “perigoso” d) Nao devem ser utilizados como objetivo nos projetos de blindagem ou para avalia ‘gdo de conformidade em levantamentos radiométricos. €) Nio sio relevantes para as exposicoes potenciais. A tabela a seguir apresenta os limites admis- siveis para 0 individuo Ocupacionalmente Ex- poste ~ IOE TECNOLOGIA RADIOLOGICA E DIAGNOSTICO POR IMAGEM Tabela | — Limite de Doses Anvals [oe Exposig6es ocupacionais ‘As exposigSes ocupacionais de cada indivi duo, decorrentes de todas as priticas, devem ser controladas de modo que os valores dos li- mites nao sejam excedidos. © controle deve ser realizado da seguinte forma: ‘A dose efetiva média anual nao deve exceder 20 mSv em qualquer periodo de 5 anos conse- ccutivas, nao podendo exceder 50 mSv em ne- nhum ano. A dose equivalente anual nao deve exceder 500 mSv para extremidades e 150 mSv para o cristalino, 2. Unidades e Grandezas de Radiacao ‘As grandezas fisicas mais utilizadas para me- dir a radiagao sao: a) Atividade (A) ‘Aatividade de uma amostra de qualquer mate- rial radioative € definida como sendo o nimero de desintegracées dos nucleos de seus étomos cons: tituintes por unidade de tempo. Uma das unidades de atividade utiizada é o Curie (Ci). | Ci equivale 13,7 x 10° desintegracées por segundo. No ano de 1975 a ICRU (International Comis- sion on Radiological Units) recomendou © uso do VOLUME ‘Amir aciosda Nobrega Becquere! (Bq) como unidade de atividade no Si (Gistema Internacional de Unidades) 1Ci= 3,7 10"Bq ‘Ao indicarmos este tipo de unidade de radia- ‘Go, nio podemos deixar de falar sobre o tem- po de meia-vida compreendido como 0 tempo necessério para uma fonte radioativa decair pela metade em fungio da sua ativdade. ) Exposicao (R) E a capacidade dos ralos x ou raios gama de produzir onizacdes no ar. Ela mede a producéo de carga elétrica total de todos os ions de um mesmo sinal produzidos em uma massa especi fica de ar. A unidade de exposicio o Roentgen (®). No Sia unidade Roentgen ¢ definida como ‘a quantidade de carga por unidade de massa ex. pressa em kilograma R= 2,58x104C/ kg ¢) Dose Absorvida (D) A grandeza dose absorvida engloba todos os ‘pos de radiacées ionizantes e ela é vilida tam- bbém para qualquer tipo de material absorvedor. Ela pode ser definida como sendo a quantidade de energia transferida na matéria por unidade de massa. No SI a unidade utiizada ¢ o Gray (Gy). igy=1 YS" Ke Até 0 ano de 1975 a unidade de dose absor- vida recomendada pela ICRU foi o rad. A rela- gfe entre 0 rad e 0 Gray é dada por: | Gy = 100 rad A taxa de dose absorvida pode ser escrita levando-se em conta a dose absorvida por uni- dade de tempo (Gy/h. TECNOLOGIA RADIOLOGICA E DIAGNOSTICO POR IMAGEM Protecdo Rodiolépica 127 d) Dose Equivalente (H) Os efeitos quimicos e biolégicos que ocorrem num meio exposto a radiagio dependem nio s6 da energia absorvida pelo meio, mas também do tipo da radiaglo incidente e da distribuicio da ‘energia absorvida. O dano biolégico produzido para uma mesma dose de radiagio absorvida serd tanto maior quanto maior for a densidade de ionizagao produzida no meio. Levando-se em conta esses fatores foi introduzida a grandeza Dose Equivalent (H), definida como o produto dda dose absorvida (D) pelo fator de qualidade da radiagio (Q) e pelo fator de modificacao (N). H=D.QN (© dano seré tanto maior quanto maior for a densidade de ionizacao produzida pela radia- io no meio. (© fator de qualidade Q considera © dano causado pela radiacio ionizante no tecido, por Unidade de comprimento. Nesta unidade ha uma comparacdo entre os diferentes tipos de radiag6es ionizantes, quantas vezes uma radia- io causa maior dano do que outra (Tabela 2) Tabela 2 - Fatores de Qualidade para Diferentes Tipos de Radiacao Fator de Qualidade (Q) ‘Néutrons e Protons _ Partiuls af © carga superior a | © fator de modificagio N € © produto de ‘outros fatores predominantes, para efeito de Céleulos © valor adorado é | No Sl a unidade utilizada para Dose Equiva- lente é o Sievert (Sv). VOLUME ‘Amir aciosda Nobrega I8v= 1 GyxQxN ‘Até 0 ano de 1975 a unidade de dose equi- valente era orem. Arelacio entre oreme oo Sievert (Sv) é dada por 100 rem = 1 Sv ‘Tabela 3 — Antigas e Novas Unidades ‘antiga Unidade Ea) ae é B7x10" ee | Esposito R 2593 10% Cig Dose Abwrsida | ad | 1074/ pases ee een Nova Unidade [ated pesto “Teng [rer Dose Abvorida | Gy | 1g [Dose Equnaleres [Sv | 1g. 0. [eq] 1epe 3. Orientacoes Gerais em Protecao Radiologica Os trabalhadores da area de radiologia diagnéstico por imagem devem sempre estar preocupados com os mecanismos de proteqao radiologica. Consciéncia profissional, responsa. bilidade e bom senso sio caracteristicas que se esperam desses profissionais. ‘Alguns procedimentos simples sao impor: tantes na protecio contra as radiagdes. O fator distancia é um deles. Como a radiagao diminui de intensidade na relacéo inversa do quadrado da distancia, quanto mais longe nos posicionarmes da fonte menos radiacao esta- remos recebendo, Outro fator & o tempo de exposicio. Alguns exames na area da radiolo- gia utlizam fluoroscopia para guiar 0s proce: dimentos. © uso desta técnica deve ser feito com critério. © pedal ou disparador da escopia TECNOLOGIA RADIOLOGICA E DIAGNOSTICO POR IMAGEM deve ser acionado pelo menor tempo possivel. Alguns equipamentos possuem dispositivos de ‘alarme que soam a cada 5 minutos do uso des- ta técnica. Esses dispositivos servem apenas de alerta. A reducio dos fatores de exposicao ¢ utiizacdo de técnicas de alto kV com baixe mAS sem prejuizos & qualidade radiografica reduzem a dose de exposigao e representam praticas de protecio radiologica Recomendagées praticas para otimizagao da dose: + Usar de filtro na janela do tubo. + Usar limitadores de campo: cones, cilindros, diafragmas e colimadores. * Usar campo de radiagéo menor possivel. Apenas o suficiente para cobrira area de interesse ++ Nao trabalhar com distancia do foco até a pele inferior & 30 cm. + Usar écrans intensificadores de luz verde e velocidade rapid + Fazer calibracio periédica dos equipamentos. + Evitar a repetigio de radiografas. + Realizar manutencio periédica no sistema de processamento + Usar preferencialmente técnicas de alto kVp e baixo mAs, Recomendacées praticas de protecao ao trabalhador: + Realizar periodicamente a exame linico geral que inclua hernograma completo com contagem de plaquetas «+ Afastar.se de atividades radiolégicas, sempre que forem detectadas alteragées hematolégicas VOLUME ‘Amir aciosda Nobrega + Observar e aplicar 0s fatores bisicos de protecio: tempo, blindagem e distancia + Efetuar a exposicao sempre protegidos ppor biombos e barreiras. * Usar sempre que necessério avental de chumbo (exames em leito, UTI's, CC ete.) + Evitar segurar o paciente na hora do exame. Atribuir essa tarefa a um acompanhante + Manter-se o mais distante possivel da fonte de radiacao. ++ Nio se expor a radiagéo primaria, ‘mesmo sob proteéo de aventais. * Usilizar dosimetros individuals (dosimetro forografico ou dosimetro termoluminescente - TLD) sempre que ‘exposto ocupacionalmente as radiacoes. Recomendagées praticas de protegao ao paciente e individuos do publico em geral: a) Se © acompanhante tiver que segurar © paciente © mesmo devera estar usando avental pumblifero e protetor de tiredide. Usar sempre que possivel 0 protetor de gdnadas nos exames da pelve e adjacén- as, desde que este, nao interfira no re- sultado do exame: Sé realizar exames em mulheres grévidas se expressamente solicitado pelo médico responsivel. Neste caso utilizar medidas de protecio para a gestante Colimar 0 campo de exposico as dimen ses da regiéo anatémica de interesse. Sé realizar exposicdes com a porta da sala fechada, Protege Radiolégico Figura 6 Radiografia da pelve com protecto de génadas Qualificagao profissional Nenhum individu pode fazer uso intencio. ral das radiagSes ionizantes em seres humanos a menos que tal individuo seja um médico ou jontélogo qualficade para essa pritica, ou que seja um técnico ou tecndlogo, habiltado na forma da lei e, neste caso, sob a supervisio de um médico ou odontélogo. Para desempenhar as atividades na érea das técnicas radiolégicas € necessario possuir for- magio de técnico ou tecnélogo em radiologia ra érea da satide em pelo menos um dos seto- res de radiodiagnéstico, radioterapia e de me. dicina nuclear, e na area industrial, no setor de radiografia industrial O ambiente (© ambiente do estabelecimento de salide {que emprega os ralos X diagnésticos deve estar lem conformidade com os regulamentos técnicos estabelecidos pela Agéncia Nacional de Vigilancia Sanitaria do Ministério da Saude para projetos fi- Sicos e pelas Diretrizes de Protecio Radiol6gica para Estabelecimentos Assistencials de Saéde. AAs salas de raios-x devem dispor de * Paredes, piso, teto e portas com blindagem que proporcione protecéo, radiol6gica as éreas adjacentes. + As blindagens devem ser ccontinuas e sem falhas. * Abblindagem das paredes deve possuir no minimo 210 em de altura a contar do piso, desde que devidamente justficado. + Particular atengao deve ser dada & blindagem da parede com “bucky” mural e as éreas atingldas pelo feixe primério de radiagao. * Toda superficie de chumbo deve estar coberta com revestimento protetor como lambris, pintura ‘0u outro material adequado. + Cabine de comando com dimensées e blindagem que proporcione atenuagéo suficiente para garantir 1 protegao do operador. * Quando © comando estiver dentro da sala de ralos-x, ¢ permitido que a cabine seja aberta ou que sea utiizado um biombo fixado permanentemente no piso e com altura minima de 210 em. + Sinalizagao visivel na face exterior das portas de acesso, contendo o simbolo internacional da radiagio ionizante acompanhado das inscrigées: “raios-x, entrada restrita” ou “raios-x, entrada proibida a pessoas nao autorizadas”. TECNOLOGIA RADIOLOGICA E DIAGNOSTICO POR IMAGEM + Sinaizagae luminosa vermelha acima da face ‘externa da porta de acesso, acompanhada do seguinte aviso de adverténcia: “Quando a luz vermelha estiver acesa, a entrada 6 proibida’. A sinalizagio luminosa deve ser acionada durante os procedimentos radiolégicos indicando que o gerador ‘estd ligado € que pode haver exposicio. ‘Aiternativamente, pode ser adotado um sistema de acionamento automético da sinaizagio luminosa, diretamente conectado ‘a0 mecanisme de dispar dos raios-x. * Quadros com orientagées de protegio radiol6gica, em lugar visivel Exemplos: “Nao 6 permitida a permanéncia de acompanhantes na sala durante (© exame radiolégico, salvo quando ‘estritamente necessario, eautorizado” “Acompanhante, quando houver necessidade de contencao de paciente, ‘exija e use corretamente vestimenta plumbifera para sua protecao” “Nesta sala somente pode permanecer um paciente de cada ver” favor informar a0 médico ou a0 técnico antes do exame” VOLUME ‘Amir aciosda Nobrega Vestimentas de protecéo individual para pa- Cientes, equipe e acompanhantes, e todos os acessdrios necessérios aos procedimentos pre: vistos para a sala, Junto ao painel de controle de cada equipa- mento de raios-x deve ser mantido um proto- colo de técnicas radiograficas (tabela de ex, sicdo) especificando, para cada exame realizado no equipamento, as seguintes informacées: Tipo de exame (espessuras e partes anaté. ‘micas do paciente) e respectivos fatores de téc nica radiogréfica ‘Quando aplicével, pardmetros para © con- trole automético de exposicio. ‘Tamanho e tipo da combinagao Distancia foco- film Nao 6 permitida a instalacdo de mais de um equipamento de raios-x por sala filme. Realizagao de Exames no “Leito” A realizagio de exames radiolégicos com ‘equipamentos méveis em leitos hospitalares ou ambientes coletivos de internagio, tais como unidades de tratamento intensivo e bergérios, somente serd permitida quando for inexeqiiv ou clinicamente inaceitavel transferir o paciente para uma instalago com equipamento fixo. Neste caso deve ser adotada uma das se- ‘guinces medidas: a) Os demais pacientes que néo puderem ser removides do ambiente devem ser protegides da radiacio espalhada por uma barreira protetora (protecio de corpo inteiro) com, no minimo, 0,5 mm ‘equivalentes de chumbo; ou, 'b) Os demais pacientes que nao puderem ser removidos do ambiente devem ser posicionados de modo que nenhuma par- te do corpo esteja a menos de 2 metros do cabecote ou do rec Protecdo Radlolégica 131 Levantamento Radiométrico © memorial de protecéo radiolbgica pre- visto na portaria 453/ANVISA, requeride para ‘obtengio do avaré de funcionamento, prevé lentre os seus varios itens, que seja efetuado 0 levantamento radiométrico emitido por fisico de radiodiagnéstico. A inalidade do levantamento radiométrico 6 verificar se os niveis de dose efetiva a que estéo expostos os trabalhadores e o piblico em geral estio de acordo com as restricées estabeleci das na legislagao. levantamento radiométrico deve ser feito nna ocasio da instalacéo do equipamento e apés reformas estruturais da sala e/ou modificagées do equipamento. A frequéncia minima para re- alizagio deste procedimento @ de 4 anos. Para fins de planejamento de barreiras fsicas da instalagio e verificacéo de adequacio dos ni- veis de radiagZo em levantamentos radiométri cos devem ser adotados os valores da tabela 4 Tabela 4 — Restricdo da Dose com base nos niveis de equivalente de dose ambiente Fonte: Poreara ANVISA 453/199, Avaliagdo da Radiacao de Fuga ‘Obdjetivo: Verificar se os niveis de radiagso de fuga detectados a | metro do ponto focal es- tao de acordo com as restricbes estabelecidas na legislacéo. Tabela 5 - Limites de Radiacio de Fuga Tipo de cis ologa nein _|1.0mGylha | mato do porto fo (025 mGyna | metro de pomto focaleers-ora) 1.0 myth a | mare do pont fea! (eras) adioiogs codontlopea 4. Controle de Qualidade dos Equipamentos Radiolégicos Todo equipamento de raios-x diagnéstico deve ser mantido em condicoes adequadas de funcionamento e submetido regularmente a verificagées de desempenho e seguranca. A legislacao federal Portaria 453/1998 e Reso- lugae 64/2003 da ANVISA tornam obrigaté- ria essa pratica, 4,1. Testes de rotina para controle de qualidade: |. Alinhamento e Colimagao do Feixe de Raios X. Objetivos: Alinhamento: Avaliar se 0 feixe de raios X primario incide perpendicularmente ao pla- no do filme. Colimagao: Avaliar se os campos de luz € de raios X sio coincidentes e se 0 campo esta centralizado corretamente na area irradiada, ‘Aceitagéo para alinhamento: Portaria 453: 4.49 — h) O eixo central do fei- xe de raios X deve apresentar desvio de alinha- mento menor que 3 graus em relagio a0 eixo perpendicular ao plano do receptor de imagem. TECNOLOGIA RADIOLOGICA E DIAGNOSTICO POR IMAGEM Aceitagdo para colimagdo: Portaria 453: 4.49 - m) Para colimadores ajustaveis e com inclinagéo visual do campo, © desalinhamento entre as bordas do campo visu- al e do campo de raios X deve ser menor que 2 % da distancia foco-filme. 2. Determinacao da Kilovoltagem Objetivo: Verificar se © kVp indicado pela mesa de co- mando coincide com 0 valor indicado no medi- dor digital de kVp calibrado e verificar a repro- dutibilidade de kVp do gerador de raios X. Aceitagéo: Portaria 453: 4.49 ~ d) O indicador de ten- sao do tubo deve apresentar um desvio no in- tervalo de 10% em qualquer corrente do tubo selecionada. 3. Determinagao do Tempo de Exposi¢ao Objetivo: Verifcar se o tempo de exposicio selecionado ro painel de comando do equipamento de raios corresponde ao tempo real de exposicao. Aceitagéo: Portaria 453: 4.49 — e) O indicador do tem- po de exposigio deve apresentar um desvio no intervalo de + - 10% em qualquer tempo de exposicio selecionado. 4, Determinacao da Camada Semi-redutora Objetivo: Determinagao da camada semi-redutora da filtracao total do feixe, comparando-as com as recomendacées das normas de prote¢ao ra~ diologicas vigentes. VOLUME ‘Amir aciosda Nobrega ) (\ VE Aceitagéo: Resolucéo RE ~ 64: Item 1.2.7 ~ Interpreta- ‘gio do resultado: (1) Comparar o valor da CSR com 08 valores fornecides para os diferentes valores de kVp e tipos de retificagao do equipa- mento de raios X Tabela 6 Tabela 6 — Valores minimos da CSR ‘em fungéo da fase e Tensio do Tube {ESR (rm AD | ostode Pico NP) | Monotisico | Tuliico 2, 2 23 26 as 30 100 27 32 io 30 as no 32 38 __10 35 42 Fonte: RE ANVISA 64/2003, 5, Procedimento para Determinagao do Rendimento Objetivo: Avaliar a intensidade do feixe de raios X pri- mrio em fungéo do produto da corrente pelo tempo (mAs) Aceitagao: Resolucéo 64 — Item 1.2.4 ~ Interpretagio dos Resultados: 1) Se os valores de tenséo e de corrente e a camada semi-redutora estiverem corretos, 0 valor encontrado para o rendimen- to (R) deve ser considerado como linha de base para os testes futuros, TECNOLOGIA RADIOLOGICA E DIAGNOSTICO POR IMAGEM Protegdo Redilégice 133 6. Procedimento para Reprodutibilidade da Taxa de Kerma no Ar ‘Kerma 6 a energia cinética inicial de todas as particulas carregadas, liberadas por particu: la ionizante nio carregadas em um material de ‘massa especifica, A unidade no SI 6 0 joule / kg ‘com denominagio especial de Gray (Gy), Objetivo: Verificar se a taxa de Kerma no ar é repro: dutivel, sto é, se exposic6es iguais produzem a mesma densidade éptica no filme. Aceitagéo: Portaria 453: 4.49 j) Para um dado mAs, a taxa de Kerma no ar deve ser reprodutivel em + ~ 10%, Isto é, para um grupo de 4 medidas. a diferenca maxima entre duas medidas deve ser menor que 10% do valor médio. 7. Procedimento para determinagao da Linearidade da Taxa de Kerma no ar com 0 mAs. Objetivo: Verificar se a exposicio obtida com a varia glo do mA para um determinado kVp é linear: independente do tempo utilizado. Aceitagéo: Portaria 453: 4.49 — |) Para uma dada tensio do tubo, a taxa de Kerma no ar deve ser linear com 0 produto da corrente pelo tempo (mAs) para a faixa de corrente e de tempo e de tem: pos utiizados rotineiramente, O desvio maxi mo néo deve ultrapassar 20% do valor médio, para todas as combinagées de tempo e corren- te comumente utilizadas. VOLUME ‘Amir aciosda Nobrega 8. Determinagéo de Ponto Focal Objetivo: Determinar o tamanho do ponte focal para fins de avaliar a nitidez da imagem radiol6gica, Aceitagai (5 valores encontrados para os pontos fo- cais devem estar dentro dos limites recomen- dados pela NEMA (National Electronies Manu- facturers Association) Tabela 7 ~ Miximas dimens6es admitidas (NEMA) TECNOLOGIA RADIOLOGICA E DIAGNOSTICO POR IMAGEM te 9. Avaliagao da dose na entrada da pele Objetivo: Estimar a dose de entrada na pele represen tativa dos exames praticados no servico Aceitagéo: Resolugao 64 — Item 1.29 Interpretagio dos Resultados: Comparar os valores obtidos com os niveis de referéncia apresentados na tabela 8, ‘Tabela 8: Dose de Entrada na Pele. Niveis de Referéncia de Radiodiagnéstico por radiografia par adulto tipico [Tere | cin Fone: RE ANVISA 64/2003 10. Alinhamento de grade Objetivo: Determinar a correta instalagao da grade an: ti-espalhamento, verificando o seu alinhamento ‘em relagio ao feixe de raios X. Aceitagao: Corrigir eventuais distorcées, VOLUME ‘Amir aciosda Nobrega II. Reprodutibilidade do Controle Automatico de Exposicao (AEC) Objetivo: ‘Avalia. a constincia do sistema de controle automitico da exposicéo admitindo-se repro: dutibilidade menor ou igual a 10%. Aceitagéo: (© engenheiro do. equipamento deverd ser acionado para corrigir distorgées que excedem valores admissiveis. 12, Integridade dos Acessérios dispositivos de protegso individual. Objetivo: Avaliar a situagéo dos diversos dispositivos utlizados na protegio individual como os aven- tais pb, luvas pb, éculos pb etc. Protege Radiolipica 135 Aceitacé S6 aceitar os acessérios e dispositivos que apresentem boas condigdes de uso, rejeitan- do os que estejam fora das especficagées do fabricante. 13, Condigées da base de Camara Escura. Objetivo: Verificar as condigdes de instalacio da cima- ra escura com énfase na umidade relativa local, temperatura, sistema de exaustio e vedagao @ entrada de luz ambiente. Aceitagao: Corrigir as distorcées para que a base insta- lada apresente condigées seguras de uso. 136 Referéncias ‘ALDRED, Martha Aurélia (coord.). Radiodiagnéstico Médico ~ Seguranca e Desempenho de Equi amentos. Anvisa ~ Centro de Vigilincia Sanitéria da Secretaria de Estado da Saiide de Sio Paulo (CVSISP ~ Instituto de Fisica-USP ANVISA. Ministério da Saude / BRASIL. Portaria 453 de 01/06/1998. Diretrizes bisica de protecio radiologia. 1998, ANVISA. Ministério da Saude / BRASIL. Resolucao RE N° 1016 de 3 de abril de 2006. Radiodiagnés- tico Médico — Seguranca e Desempenho de Equipamentos. 2006. BUSHONG, Stewart C. Radiologic Science for Technologists Physics, Biology, and Protection. 6 ed. St. Louis: Mosby, 1997. DIMENSTAIN, Renato; HORNOS, Yvone M. Mascarenhas. Manual de protegdo radiolégica aplicada 120 radiodiagnéstico. Senac, 2001 IPEN. Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares. Nogées bésicas de protecio radi Apostila, INOUUILHETAS, Yannick. Ragiagées ionizantes e a vida. Comissio Nacional de Energia Nuclear (CNEN) Apostila [s/]. OKUNO, Emico; CALDAS Iberé L: CHOW, Cecil. Fisica para ciéncies biolégicas € biomédicas. Harbra, 1982. OKUNO, Emico. 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