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Introdução à

Engenharia Processual

2008/09

PROCESSO
! Visa a transformação de matérias-
primas em produtos finais
! Pode ser representado
esquematicamente por um diagrama de
blocos (diagrama de sequência ou
fluxograma)
! No processo intervêm unidades
processuais

1
Unidades processuais
! São peças de equipamento que
desempenham determinadas tarefas/ etapas
no processo
! Executam operações unitárias (OU) ou
operações que envolvem reacção
! Exemplos de OU: evaporação, extracção,
sedimentação, filtração, secagem; exemplos
de operações com reacção: fermentações

Análise do processo
1. Balanços materiais ---> implicam o
conhecimento de caudais e composições
das correntes envolvidas
2. Balanços energéticos ---> implicam o
conhecimento de temperaturas e entalpias
das correntes envolvidas
3. Análise económica ---> associada a custos
de investimento (equipamento) e custos de
operação (gastos energéticos, matérias-
primas)

2
PROCESSO

Variáveis Equações
Equações de de
Variáveis
de projecto BMBM+ BE
+
calculadas
BE

Balanços materiais
! Nº variáveis:

NV = NS * (1 + NC) + NR

NV - nº total de variáveis envolvidas no processo


NS - nº total de correntes
NC - nº total de componentes
NR - nº total de variáveis de restrição do equipamento

3
Balanços materiais
! Tipo e nº de equações:

Equação global (1)


Equações parciais aos componentes (NC)
Equações estequiométricas (NS)

Nota:Só N C + N S são linearmente independentes (L.I.) e, portanto,


podem ser contabilizadas para determinar variáveis desconhecidas

NE = NC+ NS + N’R

Variáveis de projecto
(“design”)
Variáveis necessárias conhecer para poder
determinar as restantes (Nv - Nd) através das
Ne equações linearmente independentes:

Nd = Nv - Ne

4
Exemplo: FILTRAÇÃO

Equação global: F1 = F2 + F3 (1)


Equações parciais:
x11 * F1 = x21 * F2 + x31 * F3 (2)
x12 * F1 = x22 * F3 + x32 * F3 (3)
Equações estequiométricas: x11 + x12 = 1 (4)
x21 + x22 = 1 (5)
x31 + x32 = 1 (6)

Exemplo : FILTRAÇÃO
NV = 3* (1 + 2) + 0 = 9 : F1 F2 F3 x11 x12 x21 x22 x31 x32

Nd = 9 - 5 (L.I.) = 4 ---> quais?

p.ex. F1 = 1 ton/h; x11= 0,15; F2 = 0,75 ton/h; x21= 0,05

Nota: Sempre que possível os caudais devem ser expressos em


unidade de massa (há sempre conservação de massa), sendo as
fracções também mássicas.

5
Nomenclatura

F (maiúsc.) pode significar caudal de corrente de


alimentação (“feed”);
Fi (maisc.) significa caudal da corrente i (“flow-rate”);
xik (minúsc.) pode significar fracção mássica do
componente k na corrente i, se o caudal da corrente
estiver expresso em massa

Unidades
PROCESSOS CONTÍNUOS

F em unidade de massa/ unidade de


tempo (ex. ton/h)
Fi em unidade de massa/ unidade de
tempo (ex. ton/h)
xik sem unidades (variável adimensional)

6
Unidades
xik sem unidades

Ex: x46 = massa do componente 6 na corrente 4


massa da corrente 4

x46= massa do componente 6 na corrente 4


F4

Se na corrente 4 houver só 6 componentes, então:


x41 + x42 + x43 + x44 + x45 + x46 = 1

Etapas para efectuar os BM


1. Representar esquematicamente o processo
(diagrama de sequência)
2. Identificar as correntes de entrada e saída
3. Identificar todos os componentes envolvidos e
numerá-los
4. Identificar as restrições e escrever as equações
respectivas
5. Fazer a contagem Nv e Ne e determinar Nd
6. Identificar as variáveis de projecto e ver se é
necessário arbitrar alguma (normalmente, pode ter
que se arbitrar o caudal de alimentação)

7
Rendimento/ Eficiência (!) do processo
! Dá ideia acerca do que se consegue face ao
objectivo.

Ex. Pretende extrair-se o máximo possível do componente 2 de


uma corrente de alimentação de caudal F1; este componente
vai ser extraído para a corrente de extracto F3.

Então, ! = x32 * F3 * 100


x12 * F1

NOTA: pode ser considerada uma equação de restrição

Unidade de extracção
optimizada (Fig. 28.4 dos apontamentos)

Concentração de soluto

En
Rn

S
Comprimento da unidade

8
Unidade de extracção
optimizada (Fig. 28.4 dos apontamentos)

fluxo em contra-corrente
En/2+1 S

n/2+1 n
Rn/2 Rn
fluxo em co-corrente
En/2+1 En
1 2 n/2
F Rn/2

Unidade de extracção
optimizada (Fig. 28.4 dos apontamentos)
Legenda do esquema do anterior:

F- corrente de alimentação
S - corrente de solvente inicial
Ei - corrente de extracto à saída da célula i
Ri - corrente de refinado à saída da célula i
En - extracto final
Rn - refinado final

9
BM a um extractor simples

S E

F extractor R

F - caudal de alimentação componente 1 - soluto


S - caudal de solvente componente 2 - restante (sólido)
R - caudal de refinado componente 3 - solvente
E - caudal de extracto

BM a extractor
! Nº variáveis:

NV = NS * (1 + NC) + NR =
4 * (1 + 3) + ?

! Nº equações:

NE = NC+ NS + N’R = 3 + 4 + ?

10
Equação de restrição
característica do extractor
xE1 xR1
= K* , sendo 0 < K < 1
xE1 + xE3 xR1 + xR3 =

"Quando K = 1, significa que as soluções da corrente


de extracto e da corrente de refinado têm a mesma
composição, i.e. atingiu-se o equilíbrio entre o
extracto e o refinado à saída do extractor

"Geralmente, considera-se que xE1 + xE3 = 1,


i.e. o extracto não arrasta sólidos

BM a extractor
! Nº variáveis:
NV = NS * (1 + NC) + NR = 4 * (1 + 3) + 1 = 17

! Nº equações:
NE = NC+ NS + N’R = 3 + 4 + 1 = 8

! Nº variáveis de projecto:
Nd = 9 : normalmente xS2 =0, xE2 =0 e ainda (exemplo) F, xF1,
xF3, K, xS1, xR1, xR3, ou
podem ser dadas mais equações de restrição

11
Outras equações de restrição
possíveis para o extractor

! O refinado arrasta 40% (exemplo) de solução:


xR1 + xR3 = 0,40

" O sólido do refinado arrasta 30% (exemplo) de


solução:
xR1 + xR3 = 0,30 * xR2

Dois extractores em série


(tendo ambos alcançado o equilíbrio)

Concentração de soluto na
solução F - alimentação
F S1, S2 - solventes
E1, E2 - extractos
R - refinado final

E1 R
S1 E2
S2
0 1 Nº de extractores
2

12
Dois extractores em série
(figura anterior)

F5 F6
F4 F7
1 2
F1 F2 F3

F1 - alimentação
F4, F6 - correntes de solvente (podem não ter a mesma composição)
F5, F7 - correntes de extracto
F3 - refinado final (mais pobre em soluto que F2)

BM a dois extractores em série


(figura anterior)
! Nº variáveis:

NV = NST * (1 + NC) + NU * NR

NST = NU * NS - Nlig = 2 * 4 - 1 = 7

! Nº equações:

NE = NU * NC + NST + NU * N’R

13
BM a dois extractores em série
(figura anterior)
! Nº variáveis:

NV = 7 * (1 + 3) + 2 * 1 = 30

! Nº equações:

NE = 2 * 3 + 7 + 2 * 1 = 15

" Nd = 15: x42 =0, x52 =0, x62 =0, x72 =0 e ainda (por exemplo) F1, x11,
x13, K11=1, K21=1, x41, x61, x21, x22, x31, x33
(um dos dados pode ser substituido por uma das eq. do slide 2).

Dois extractores em co-corrente


(não tendo o primeiro alcançado o equilíbrio)
Perfil de concentração de soluto na solução das correntes dentro dos extractores

Concentração de soluto na
solução F - alimentação
F S - solvente
E2 - extracto final
R2 - refinado final

R1
R2

E1 E2
S
0 1 2 Nº de extractores

14
Dois extractores em co-corrente
(figura anterior)

F4 F5 F6
1 2
F1 F2 F3

F1 - alimentação
F4 - corrente de solvente
F6 - corrente de extracto (mais rico em soluto que F5)
F3 - refinado final (mais pobre em soluto que F2)

BM a dois extractores em
co-corrente (figura anterior)
! Nº variáveis:

NV = NST * (1 + NC) + NU * NR

NST = NU * NS - Nlig = 2 * 4 - 2 = 6

! Nº equações:

NE = NU * NC + NST + NU * N’R

15
BM a dois extractores em
co-corrente
! Nº variáveis:

NV = 6 * (1 + 3) + 2 * 2 = 28

! Nº equações:

NE = 2 * 3 + 6 + 2 * 2 = 16

" Nd = 12: x42 =0, x52 =0, x62 =0 e ainda (por exemplo)
F1, x11, x13, K11, K13, K21, K23, x41, x31
(neste caso K11, K13, K21, K23 são diferentes de 1).

Dois extractores em contra-corrente


Perfil de concentração de soluto na solução das correntes dentro dos extractores

Concentração de soluto na
solução F - alimentação
F S - solvente
E1 - extracto final
R2 - refinado final

R1
E1 R2

E2 S
0 1 2 Nº de extractores

16
Dois extractores em contra-corrente
(figura anterior)

F6 F5 F4
1 2
F1 F2 F3

F1 - alimentação
F4 - corrente de solvente
F6 - corrente de extracto (mais rico em soluto que F5)
F3 - refinado final (mais pobre em soluto que F2)

BM a dois extractores em
contra-corrente (figura anterior)
! Nº variáveis:

NV = NST * (1 + NC) + NU * NR

NST = NU * NS - Nlig = 2 * 4 - 2 = 6

! Nº equações:

NE = NU * NC + NST + NU * N’R

17
BM a dois extractores em
contra-corrente
! Nº variáveis:

NV = 6 * (1 + 3) + 2 * 2 = 28

! Nº equações:

NE = 2 * 3 + 6 + 2 * 2 = 16

" Nd = 12: x42 =0, x52 =0, x62 =0 e ainda (por exemplo)
F1, x11, x13, K11, K13, K21, K23, x41, x31
(neste caso K11, K13, K21, K23 são diferentes de 1).

Dois extractores em contra-corrente


(ambos em equilíbrio)
Perfil de concentração de soluto na solução das correntes dentro dos extractores

Concentração de soluto na
solução F - alimentação
F S - solvente
E1 - extracto final
R2 - refinado final

R1
E1
R2
E2
S

0 1 2 Nº de extractores

18
Dois extractores em contra-corrente
(figura anterior)

F6 F5 F4
1 2
F1 F2 F3

F1 - alimentação
F4 - corrente de solvente
F6 - corrente de extracto em equilíbrio com a corrente de refinado F2
F5 - corrente de extracto em equilíbrio com a corrente de refinado F3
F3 - corrente de refinado final

BM a dois extractores em
contra-corrente (figura anterior)
! Nº variáveis:

NV = NST * (1 + NC) + NU * NR

NST = NU * NS - Nlig = 2 * 4 - 2 = 6

! Nº equações:

NE = NU * NC + NST + NU * N’R

19
BM a dois extractores em
contra-corrente em equilíbrio
! Nº variáveis:

NV = 6 * (1 + 3) + 2 * 1 = 26

! Nº equações:

NE = 2 * 3 + 6 + 2 * 1 = 14

" Nd = 12: x42 = 0, x52 = 0, x62 = 0 e ainda (por exemplo) F1, x11,
x13, K11= 1, K21= 1, x41, x31, x33, x21

Factores que influenciam a eficiência da


extracção sólido-líquido ou líquido-líquido

" solvente adequado: com afinidade para o soluto a


remover (entre várias possibilidades, deve atender-se ao
par qualidade do produto final - custos do solvente e/ou
sua recuperação

" área/ volume de contacto (elevados) entre as correntes


envolvidas

" tempo de residência no extractor (mínimo necessário


para promover o contacto)

20
OU Destilação fraccionada

Condensador
Destilado

"A corrente líquida desce na coluna


Alimentação
" A corrente de vapor sobe na coluna

Cauda
Ebulidor

OU Destilação fraccionada
! Cada prato, se aí se estabelecer o equilíbrio líquido-
vapor, é designado um andar de equilíbrio:

Pvi
! Lei de Raoult: yni = xni
P
(misturas ideais)
n - nº do andar
i - nº do componente
yni - fracção molar do componente i na corrente de vapor
xni - fracção molar do componente i na corrente de líquido
Pvi - pressão de vapor do componente i na corrente de vapor
P - pressão total na coluna

21
OU Destilação fraccionada
Desvio da lei de Raoult

Pvi
yni = " xni
P

" é o coeficiente de actividade que traduz o


desvio da idealidade

OU Destilação fraccionada
Relações entre as composições das correntes líquidas e de vapor
ao longo da coluna

V2
2 y21 = K21 x21
L2 V1
1 y11 = K11 x11
L1

Componente 1 é um componente exemplo


• se 1 é muito volátil Kn1 >1
• se 1 é pouco volátil Kn1<1

22
BM a um andar de equilíbrio (1)
! Nº variáveis:

NV = 3 * (1 + n) + n = 3 + 4n

! Nº equações:

NE = n + 3 + n = 3 + 2n

" Nd = 2n : L2, x21, x22, ... X2n-1, K11, K12 ... K1n

O.U. Vaporização-flash

V
corrente de vapor
P
F T
Câmara flash
corrente de
alimentação
L
corrente líquida

23
O.U. Vaporização-flash
! A alimentação é, geralmente, uma mistura de
componentes voláteis que se pretende
separar em duas fases, ficando a de vapor
mais rica no(s) mais volátil(eis)

! Supondo (1) o componente mais volátil

BM a uma câmara-flash
Se a alimentação é uma mistura binária
(2 componentes)

! Nº variáveis:

NV = 3 * (1 + 2) + 2 =11

! Nº equações:

NE = 2 + 3 + 2 = 7

" Nd = 4 : K1, K2 , F, xF1

24
O.U. Vaporização-flash
Diagrama de fases para uma mistura binária

Teb2 P
a b V
T L F

Teb1

0 xL1 xF1 y1 1
fracção molar do componente 1

Diagrama de fases
mistura binária

! Aplica-se a regra da alavanca:

V a xF1 - xL1
= =
F ab y1 - xL1

que está de acordo com a eq. BM parcial ao componente 1

25
BM a uma câmara-flash
! Admitindo a lei de Raoult:
B1
10(A1- C1 + T
)
Pv1
K1 = = ,
P P

sendo A1, B1, C1 constantes da eq. Antoine,


relativas ao componente 1

BM a uma câmara-flash
! Assim, se K1 e K2 não forem dados, terão de ser
conhecidas as constantes de Antoine para os 2
componentes e, ainda, a P e a T no interior da
câmara; K1 e K2 podem, assim, ser calculados

! Na realidade, NR = 3 * 2 + 2= 8, Nv = 17
e Nd = 10: A1, B1, C1, A2, B2, C2, P, T, F, xF1

26
BM a câmara flash
Mistura binária

V y1
y2
P
F T
Câmara flash
xF1
xF2 L x
L1
xL2

BM a câmara flash
Mistura binária

Se as variáveis de projecto forem: k1, k2 , F, xF1


Ordem de resolução:
y1 = k1 * xL1
y2 = k2 * xL2 xL1 + xL2 = 1
(1) y1 + y2 = 1 k1 * xL1 + k2 * xL2 = 1

k1 * xL1 + k2 * (1 - xL1) = 1

1 - k2
xL1 =
k1 - k2

27
BM a câmara flash
Mistura binária

Se as variáveis de projecto forem: k1, k2 , F, xF1


Ordem de resolução (continuação):

(2) xL2 = 1 - xL1 e (3) y1 = k1 * xL1


(4) y2 = 1 - y1

V xF1 - xL1
(5) # = = (fracção de alimentação vaporizada)
F y1 - xL1
(6) L=F-V
(nota: xF2 = 1 - xF1)

Operações com reacção


! Reactores químicos

(i) Informações em equações químicas

Ex. Redução da magnetite

$
Fe3O4 (s) + 4H2(g) 3Fe (s) +4H2O (g)

28
Redução da magnetite

! 4 compostos estáveis
! A magnetite pode ser reduzida numa atmosfera de
H2
! A reacção é reversível
! A pressão não tem praticamente efeito sobre o
rendimento
! A reacção é endotérmica
! 1000 kg de magnetite podem dar origem no máximo
a 724 kg de ferro

Operações com reacção


! Reactores químicos
(ii) Acerto da estequiometria de uma
equação química

Ex:
%1Fe (CrO2)2 + %2O2 + %3Na2CO3 %4Fe2O3 + %5Na2CrO4 + %6CO2

%1 a %6 não são conhecidos e pretende-se determiná-los

29
Reacções químicas
! Balanços aos átomos:
Fe: %1 + 2%4 = 0
Cr: 2%1 + %5 = 0
Na: 2%3 + 2%5 = 0
C: %3 + %6 = 0
O: 4%1 + 2%2 + 3%3 + 3%4 + 4%5 + 2%6 = 0

%reagente < 0
%produto > 0
Todos os %i devem ser inteiros

Cálculo dos coef. estequiométricos


Resolução de um sistema possível simplesmente indeterminado,
em que um dos % terá que ser arbitrado.

Matriz completa do sistema:


%1 %2 %3 %4 %5 %6
!1 0 0 2 0 0 0$
# &
#2 0 0 0 1 0 0&
#0 0 2 0 2 0 0&
# &
#0 0 1 0 0 1 0&
#"4 2 3 3 4 2 0&%

NOTA: a última coluna é a dos termos independentes

30
Cálculo dos coef. estequiométricos
Resolução do sistema pelo método da
eliminação Gaussiana:

%1 %2 %3 %4 %5 %6
"1 0 0 0 0 1/20%
$ '
$0 1 0 0 0 7 /8
0'
$0 0 1 0 0 1 0'
$ '
$0 0 0 1 0 !1/4 0'
$#0 0 0 0 1 !1 0'&

Cálculo dos coef. estequiométricos


A matriz pode ser reconvertida em sistema:
%1 + 1/2 %6 = 0 %1 = & 1/2 %6
%2 + 7/8 %6 = 0 %2 = & 7/8 %6
%3 + %6 = 0 %3 = & %6
%4 & 1/4 %6 = 0 %4 = 1/4 %6
%5 & %6 = 0 %5 = %6

Encontra-se o menor múltiplo comum aos denominadores das fracções


que relacionam os coeficientes % e atribui-se esse nº a %6.

%6 = 8; %1 = &4; %2 = &7; %3 = &8; %4 = 2; %5 = 8

4Fe(CrO2)2 + 7O2 + 8Na2CO3 2Fe2O3 + 8Na2CrO4 + 8CO2

31
BM com reacção
[entra] = [sai] + [reage] + [acumula]
Estado estacionário: [acumula] = 0
Então, [sai] = [entra] - [reage], que é o
que se pretende calcular

F1 Reactor F2
químico

BM com reacção
! Exemplo 1
F1 e F2 são caudais molares; o composto A é
introduzido no reactor com um inerte (p.ex.
em solução aquosa)

A B+C != 1

32
BM com reacção
! Exemplo 1

Inerte: X2I . F2 = X1I . F1


A: X2A . F2 = X1A . F1 - ! . X1A . F1 = 0
B: X2B . F2 = X1B . F1 + ! . X1A . F1
C: X2C . F2 = X1C . F1 + ! . X1A . F1

Todos os X têm de ser fracções molares


X1B = X1C = 0

BM com reacção
! Exemplo 1

Inerte: X2I . F2 = X1I . F1


A: X2A . F2 = 0 X2A = 0
B: X2B . F2 = X1B . F1 + ! . X1A . F1 X2B . F2 = X1A . F1
C: X2C . F2 = X1C . F1 + ! . X1A . F1 X2C . F2 = X1A . F1

Todos os X têm de ser fracções molares, porque os


balanços são baseados na estequiometria da reacção;
X1B = X1C = 0

33
BM com reacção
! Exemplo 1

Se F1 e F2 forem caudais mássicos e x fracções mássicas,


então:

Inerte: x2I . F2 = x1I . F1


A: x 2A = 0
MM(B)
B: x 2B . F2 = . x1A . F1
MM(A)

MM(C)
C: x2C . F2 = . x1A . F1
MM(A)

BM com reacção
! Exemplo 2
F1 e F2 são caudais molares; o composto A
reage com o composto B para dar C e D

2A +3B 4C + D !< 1

34
BM com reacção
! Exemplo 2
Se B for o reagente limitante, pode reescrever-se a eq.:

2/3A +B 4/3C + 1/3D

! é sempre relativo ao reagente limitante,


i.e., aquele que se esgota primeiro

BM com reacção
! Exemplo 2

A: X2A . F2 = X1A . F1 - 2/3. ! . X1B . F1


B: X2B . F2 = X1B . F1 - ! . X1B . F1
X2B . F2 = (1 - !) . X1B . F1
C: X2C . F2 = X1C . F1 + 4/3 . ! . X1B . F1
D: X2D . F2 = X1D . F1 + 1/3 . ! . X1B . F1

35
Reacções químicas
Relembrando que: %reagente < 0
%produto > 0
Todos os %i devem ser inteiros

dn j
Para: reagentes rj = < 0 (mol/ s)
dt
dn
produtos rj = j > 0 (mol/ s)
dt
Sendo j o composto, reagente que está a ser consumido ou
produto que se está o formar e rj a velocidade de consumo ou
de formação, respectivamente.

Reacções químicas
Velocidade de reacção: r
1 dn j
r= (mol/ s)
! j dt
Como ! é relativo ao reagente limitante e é +:

# A .r
!="
x1A .F1

Relembrando que F1 é a corrente de alimentação cuja


fracção molar X1A do reagente limitante.

36
Exercício de aplicação
! Produção de CO a partir de CH4 (apontamentos teóricos)

1 dn3 1
a) (3) H2 ; r3 = 6 mol/h !r= = .6 = 2 mol/h
!3 dt 3

(1) CH4; r1 = %1 . r = -1 . 2 mol/h = - 2 mol/h

A taxa de consumo de CH4 é de 2 mol/h.

b) X21. F2 = X11. F1 + %1 . r = 0.25 . 20 - 2 = 3 mol/h

O caudal de saída de CH4 é de 3 mol/h.

Exercício de aplicação
! Combustão do C3H8 (apontamentos teóricos)

a) F2 = # . F1

b) O caudal de ar, F2, tem de estar em quantidade superior à mínima


estequiométrica para garantir
a combustão completa do C3H8 :

0,21 . F2 > 5 . F1 ! # > 23,8

37
BM ao queimador

(1) C3H8 : X31 . F3 = F1 + (-1). r ! 0 = F1 - r ! r = F1


(2) O2 : X32 . F3 = X22 . F2 + (-5). r = X22 . # . F1 - 5. F1
(3) CO2 : X33 . F3 = 0 + 3. r = 3. F1
(4) H2O : X34 . F3 = 0 + 4. r = 4. F1
(5) N2 : X35 . F3 = X25 . F2 = X25 . # . F1

X32 + X33 + X34 + X35 = 1 e X22 + X25 = 1

BM ao queimador
Caudal da corrente dos produtos de combustão:

(2) + (3) + (4) + (5) : F3 = (# + 2) . F1

Composição da corrente dos produtos de combustão:

(2) X32 = (0,21 . # - 5) / (# + 2)


(3) X33 = 3 / (# + 2)
(4) X34 = 4 / (# + 2)
(5) X35 = 0,79 . # / (# + 2)

Nota: X32 > 0 (o reagente limitante é o C3H8)

38
Balanços energéticos
Maioria dos processos industriais contínuos
+
processos descontínuos a pressão constante,
em que o trabalho, que não o de expansão,
é desprezável:

Q = $ (mH)

O calor fornecido ao processo iguala


a variação de entalpia

Balanços energéticos

H é relativa a um estado de referência:


p.ex. o estado de referência do vapor de água é
água líquida a 0ºC e 1 atm (H=0)

Cálculo da entalpia de uma corrente de vapor a


120 °C e 1 atm?

39
Balanços energéticos
H , vapor de H2O a 120 °C e 1 atm
120ºC
calor sensível
!100°C
cP,vap.dT

calor latente !v (100°C)


calor sensível 100ºC

H=0 , H2O líq. a 0 °C e 1 atm !0°C


cP,líq.dT

100ºC 120ºC
H= !0°C
cP,líq.dT + !v (100°C) + !
100°C
cP,vap.dT

Balanços energéticos
Notas:

calor latente ! calor sensível

T2
"T1
cP,líq.dT ! cP,liq. .(T2 # T1 ) , sobretudo se (T2 - T1)

T2
! T1
cP,líq.dT
cP,liq. =
T2 " T1

40
Permutador de placas

Vantagens
! Flexibilidade: capacidade facilmente aumentada pela adição de placas
! Manutenção fácil: desmontagem fácil
! Pode aquecer-se/ arrefecer-se a 1°C de diferença da temperatura da corrente
agente, c/ custos menores que outros tipos de permutador
! Higiénico para aplicações alimentares
! Possibilidade de recuperação de energia: pasteurização

Inconvenientes
" Custo de equipamento elevado face ao permutador tubular
" Direccionado para produtos pouco viscosos (µ < 5 Pa.s) e
c/ partículas em suspensão de dimensão reduzida (' < 0,3 cm)

Permutadores de contacto indirecto


(placas; tubular); perfis de temperatura

Fluxo em contra-corrente Fluxo em co-corrente


T T
T’1
T1
T’2

T2

l l
$T ~ const. $T
T1 < T’1
T2 < T’2

41
BE a um permutador de
contacto indirecto
F2 F2
T4 T3
Q
F1 F1
T1 T2

h1.F1 + h3 .F2 = h2 .F1 + h4 .F2 ! Q = (h2 " h1 ).F1 = (h3 " h4 ).F2
$ T2 (°C ) c dT " T1 (°C ) c dT & .F = $ T3 (°C ) c dT " T4 (°C ) c dT & .F
% #0°C P, F1 #0°C P, F1 ' 1 % #0°C P, F2 #0°C P, F2 ' 2
( ) (
~ cP, F . T2 " T1 .F1 = cP, F 2 . T3 " T4 .F2
1
)

BE a um permutador de
contacto indirecto
F2 F2
T4 T3
Q
F1 F1
T1 T2

Se não se conhecer cP,F1 mas cP dos Nc componentes da corrente 1:

$ Nc Nc
' $ T3 (°C ) '
& # x1i "0°C cP,i dT ! # x1i "0°C cP,i dT ) .F1 = % "0°C cP, F2 dT ! "0°C cP, F2 dT ( .F2
T2 (°C ) T1 (°C ) T4 (°C )

% i=1 i=1 (
Nc

( ) ( )
~ # x1i .cP,i . T2 ! T1 .F1 = cP, F 2 . T3 ! T4 .F2
i=1

42
Permutador de contacto directo
(infusão de vapor)
y1=1 V (P, Tv)
(1) água
y2=0 (2) outros

F1 (T1) F2 (T2)
x11 x21
x12 x22

Nv = 3. (1+2) = 9
Ne = 2 + 3 = 5
Nd = 4: F1, x11, y1, V (se V não for conhecido,
tem de se saber Tv; além destas,
P tem de ser conhecida para o BE)

BM a um permutador de
contacto directo (infusão de vapor)
y1=1 V
(1) água
y2=0 (2) outros

F1 F2
x11 x21
x12 x22

F2 = F1 + V
x12 = 1 - x11
x21 = x12 . F1 / F2
x22 = 1 - x21

43
BE a um permutador de
contacto directo (infusão de vapor)
V, P, Tv
y1=1 (1) água
y2=0 (2) outros

F1,T1 F2,T2
x11 x21
x12 x22

h1.F1 + H v .V = h2 .F2

( x .c
11 P,1,liq. ) (
+ x12 .cP,2 .T1.F1 + H v .V = x21.cP,1,liq. + x22 .cP,2 .T2 .F2 )
Tv >Teb (P) ! Vvapor _ sobreaquecido !
Teb (°C ) Tv ( K )
! Hv = # 0°C
cP, H O,líq.dT + "v (Teb ) + #
2 Teb ( K )
cP, H O,vap.dT
2

Tv (°C )
Tv = Teb (P) ! Vvapor _ saturado ! H v = # 0°C
cP, H O,líq.dT + "v (Tv )
2

Exercício de aplicação (6.5)


(1) sólidos
V
(2) água

a) LeV? F= 144 lb/h


xF1=0,109
x .F 0,109.144
L = F1 = lb / h
x L1 0,401
L
= 39,14lb / h xL1=0,401

V = F ! L = (144 ! 39,14)lb / h = 104,86lb / h

44
Exercício 6.5 (Exercícios propostos)
(1) sólidos W
V, T
(2) água
TW,e= 250°F
P
b) W? F T= 105°F

L.hL + V .HV ! F.hF TF= 60°F


W=
"HW
TF TF
Tref = TF # hF = x F1.$ cP,1,s dT + (1 ! x F1 ).$ cP, H O,liq dT = 0
Tref Tref 2

T T
L, T
hL = x L1.$ cP,1,s dT + (1 ! x L1 ).$ cP, H O,liq dT =
TF TF 2

( ) (
= 0,401.cP,1,s + (1 ! 0,401).cP, H O,liq .(T ! TF ) = 0,401.0,5 + 0,599.1 .
2
Btu
) lb.°F (105 ! 60)°F = 35,98
Btu
lb

Exercício 6.5 (Exercícios propostos)


T
Hv = #
Tref
cP, H O,liq dT + !v (T ) = cP, H O,liq .(T " TF ) +!v (T ) =
2 2

Btu 2406,73kJ / kg
= 1.(105 ! 60) + = 1079,71Btu / lb
lb 2,326kJ / Btu

2706,3 " 503,71


$HW = !v (250°F ) = !v (121°C) = = 946,94Btu / lb
2,326

W=
(39,14.35,98 + 104,86.1079,71) Btu / h = 121lb / h
946,94Btu / lb

45

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