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Atenção Primária ........................................................................................................................ 31
VIGILÂNCIA SANITÁRIA ................................................................................................................................ 32
CONCEITO ................................................................................................................................ 32
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ..................................................................................................................... 32
CONCEITO ................................................................................................................................ 32
OBJETIVOS............................................................................................................................... 32
FUNÇÕES .................................................................................................................................. 33
TIPOS DE DADOS .................................................................................................................... 33
ROTEIRO PARA INVESTIGAÇÃO EM VE ........................................................................... 33
SISTEMAS DE ABRANGÊNCIA NACIONAL ...................................................................... 34
8 - PROGRAMA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (PACS)............................................................. 34
ATIVIDADES REALIZADAS ............................................................................................................................. 35
FUNCIONAMENTO ....................................................................................................................................... 36
9 - ESTRATÉGIA OU PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA – ESF/PSF............................................................ 36
Princípios Básicos do PSF ............................................................................................................................. 36
Integralidade e hierarquização .................................................................................................................... 37
Territorialização e cadastramento da clientela ........................................................................................... 37
Equipe multiprofissional .............................................................................................................................. 37
Como começou o PSF .................................................................................................................................. 37
Como funciona o PSF ................................................................................................................................... 38
Médico:....................................................................................................................................... 38
Enfermeiro:................................................................................................................................. 38
Técnico/Auxiliar de enfermagem: .............................................................................................. 38
Agente Comunitário de Saúde: .................................................................................................. 38
Cada equipe é capacitada para: .................................................................................................. 38
Como implantar o PSF ................................................................................................................................. 39
10 - DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS ........................................................................................ 39
Estratégias para o controle das doenças crônico-degenerativas ................................................................ 40
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E SEUS AGENTES CAUSADORES ...................................................................... 42
História Natural da Doença ........................................................................................................ 42
Doenças Transmissíveis e Doenças Não Transmissíveis .............................................................................. 43
Os Agentes Causadores de Doenças Transmissíveis ................................................................................... 44
Porta de Entrada, Localização e Porta de Saída. ......................................................................................... 45
TRANSMISSÃO ............................................................................................................................................. 46
CONTROLE ................................................................................................................................................... 47
Herpes.......................................................................................................................................................... 49
Uretrites....................................................................................................................................................... 50
Secreção uretral na uretrite ........................................................................................................................ 50
Candidíase ................................................................................................................................................... 51
3
Cancro .......................................................................................................................................................... 52
Sífilis ............................................................................................................................................................. 52
Histórico....................................................................................................................................................... 52
Estágios e Sintomas ..................................................................................................................................... 53
Linfogranuloma Venéreo ............................................................................................................................. 54
Donovanose ................................................................................................................................................. 54
Vaginose Bacteriana e Vulvovaginites ......................................................................................................... 55
Salpingite Aguda .......................................................................................................................................... 56
Do ponto de vista etiológico, as Salpingites podem-se dividir em:............................................................. 56
Tratar sempre o parceiro sexual.................................................................................................................. 56
12 - RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS ....................................................................................................... 57
12.1. Os Agentes De Doenças Infecciosas Como Parasitas ......................................................................... 58
12.2. Os Agentes Infecciosos no Meio Ambiente ........................................................................................ 60
13 - DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS ............................................................................................. 62
13.1. Noções gerais...................................................................................................................................... 62
13.2. AIDS - síndrome da imunodeficiência adquirida ................................................................................ 62
13.3. Coqueluche ......................................................................................................................................... 66
Introdução................................................................................................................................... 66
13.4. Cólera.................................................................................................................................................. 68
Introdução................................................................................................................................... 68
13.5. Dengue................................................................................................................................................ 71
Conceito ..................................................................................................................................... 71
13.6. Difteria ................................................................................................................................................ 74
Introdução................................................................................................................................... 74
13.7. Doença de Chagas .............................................................................................................................. 76
Introdução................................................................................................................................... 76
13.8. Esquistossomose mansônica .............................................................................................................. 78
Conceito ..................................................................................................................................... 78
13.9. Febre Tifoide ....................................................................................................................................... 80
Conceito ..................................................................................................................................... 80
13.10. Hanseníase........................................................................................................................................ 82
Conceito ..................................................................................................................................... 82
13.11. Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA .................................................................................... 85
Conceito ..................................................................................................................................... 85
13.12. Leishmaniose visceral (calazar) ........................................................................................................ 87
Conceito ..................................................................................................................................... 87
13.13. Malária .............................................................................................................................................. 88
Conceito ..................................................................................................................................... 88
4
13.14. Parasitoses intestinais e helmintíases intestinais............................................................................. 91
Conceito ..................................................................................................................................... 91
13.15. Poliomielite ....................................................................................................................................... 93
Conceito ..................................................................................................................................... 93
13.16. Raiva ................................................................................................................................................. 96
Conceito ..................................................................................................................................... 96
13.17. Sarampo............................................................................................................................................ 99
Conceito ..................................................................................................................................... 99
13.18. Tétano acidental ............................................................................................................................. 101
Conceito ................................................................................................................................... 101
13.19. Tuberculose .................................................................................................................................... 104
Conceito ................................................................................................................................... 104
13.20. Hepatites Virais............................................................................................................................... 106
Conceito ................................................................................................................................... 106
14 - ISOLAMENTO HOSPITALAR ................................................................................................................. 109
14.1. Considerações Gerais: ..................................................................................................... 109
15. ANEXOS ................................................................................................................................................ 113
15.1. Anexo I: Doenças Infecciosas mais Frequentes e Medidas de Isolamento ..................... 113
16 - OUTRAS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS ................................................................................. 118
17 - OUTRAS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS:........................................................................................ 118
18 - IMUNIZAÇÃO ...................................................................................................................................... 119
VACINAÇÃO: CONCEITOS BÁSICOS ............................................................................................................ 120
Fundamentos Imunológicos ..................................................................................................... 120
Fatores próprios das vacinas .................................................................................................... 120
Mecanismos inespecíficos ........................................................................................................ 121
Mecanismos específicos ........................................................................................................... 122
IMUNIDADE CELULAR ................................................................................................................................ 122
IMUNIDADE HUMORAL ............................................................................................................................. 123
Natureza ................................................................................................................................... 124
Composição .............................................................................................................................. 124
18.1 Vacina Contra Tuberculose (BCG)...................................................................................................... 125
Composição e Apresentação .................................................................................................... 125
Idade de aplicação .................................................................................................................... 125
Indicação .................................................................................................................................. 125
Via de administração ................................................................................................................ 126
Esquema ................................................................................................................................... 126
Eventos adversos mais comuns ................................................................................................ 126
Contraindicações ...................................................................................................................... 126
Conservação e validade ............................................................................................................ 126
18.2 Vacina Contra Hepatite B .................................................................................................................. 127
Introdução................................................................................................................................. 127
Composição e apresentação ..................................................................................................... 127
5
Idade de aplicação .................................................................................................................... 128
Via de administração ................................................................................................................ 128
Esquema ................................................................................................................................... 128
Eventos adversos mais comuns ................................................................................................ 129
Contraindicações ...................................................................................................................... 129
Conservação e validade ............................................................................................................ 129
18. 3 Vacina Oral Contra Poliomielite (VOP) ............................................................................................. 129
Composição e Apresentação .................................................................................................... 129
Idade de aplicação .................................................................................................................... 130
Via de administração ................................................................................................................ 130
Esquema ................................................................................................................................... 130
Eventos adversos ...................................................................................................................... 130
Contraindicações ...................................................................................................................... 131
Conservação e validade ............................................................................................................ 131
18.4 Vacina Contra Difteria, Tétano e Coqueluche (Vacina Tríplice DTP - Tríplice Bacteriana) ................ 131
Composição e apresentação ..................................................................................................... 131
Idade de aplicação .................................................................................................................... 131
Via de administração ................................................................................................................ 132
Esquema ................................................................................................................................... 132
Eventos adversos ...................................................................................................................... 132
Contraindicações ...................................................................................................................... 132
Precauções ................................................................................................................................ 133
Conservação e validade ............................................................................................................................. 133
18.5 Vacina Contra Difteria e Tétano (Vacina Dupla Bacteriana).............................................................. 133
Composição e apresentação ..................................................................................................... 133
Idade de aplicação .................................................................................................................... 133
Via de administração ................................................................................................................ 133
Esquema ................................................................................................................................... 134
Vacinação da Gestante ............................................................................................................. 135
Gestante não vacinada .............................................................................................................. 135
Gestante vacinada ..................................................................................................................... 135
Contraindicações ...................................................................................................................... 136
Precaução ................................................................................................................................. 136
Conservação e validade ............................................................................................................ 136
Composição e apresentação ..................................................................................................... 136
Idade de aplicação .................................................................................................................... 137
Via de administração ................................................................................................................ 137
Esquema ................................................................................................................................... 137
Eventos adversos mais comuns ................................................................................................ 137
Contraindicações ...................................................................................................................... 137
Conservação e validade ............................................................................................................ 138
18.6 Vacina Contra Sarampo, Caxumba e Rubéola (Vacina Tríplice Viral) ................................................ 138
Composição e apresentação ..................................................................................................... 138
Idade de aplicação .................................................................................................................... 138
Via de administração ................................................................................................................ 138
Contraindicações ...................................................................................................................... 139
Notas: ....................................................................................................................................... 139
Conservação e validade ............................................................................................................ 139
6
18.7 Vacina Contra Febre Amarela ............................................................................................................ 140
Composição e apresentação ..................................................................................................... 140
Idade de aplicação .................................................................................................................... 140
Via de administração ................................................................................................................ 140
Esquema ................................................................................................................................... 140
Eventos adversos mais comuns ................................................................................................ 140
Contraindicações ...................................................................................................................... 141
Conservação e validade ............................................................................................................ 141
18.8 Vacina Contra Influenza (Gripe) ........................................................................................................ 141
Considerações gerais ................................................................................................................ 141
Composição e apresentação ..................................................................................................... 142
Idade de aplicação .................................................................................................................... 143
Via de administração ................................................................................................................ 143
Esquema ................................................................................................................................... 143
Eventos adversos mais comuns ................................................................................................ 143
Contraindicações ...................................................................................................................... 144
Doenças leves e afebris não contraindicam a aplicação da vacina. ......................................... 144
Conservação e validade ............................................................................................................ 144
18.9 Vacina e Soro Contra Raiva ................................................................................................................ 144
Composição e apresentação ..................................................................................................... 144
Idade de aplicação .................................................................................................................... 145
Via de administração ................................................................................................................ 145
Eventos adversos ...................................................................................................................... 145
Contraindicações ...................................................................................................................... 146
Conservação e validade ............................................................................................................ 147
19 - AÇÕES DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA EM RELAÇÃO A PRODUTOS ALIMENTARES, DOMICILIARES,
MEDICAMENTOS, SERVIÇOS DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE...................................................................... 147
AÇÕES DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA ............................................................................... 147
RECURSOS DA COMUNIDADE PARA AÇÕES COLETIVAS–ESTRATÉGIAS .................................................... 148
As etapas do Programa de Prevenção de Câncer do Colo do Útero (PCCU) são: ..................................... 149
A assistência a essa mulher compreende: ................................................................................ 152
21 - SAÚDE DA CRIANÇA: UMA PREOCUPAÇÃO COLETIVA ....................................................................... 154
O Cartão da Criança como instrumento de vigilância à sua saúde ........................................................... 155
22 - SAÚDE DO ADOLESCENTE ................................................................................................................... 157
O profissional de saúde e o cliente adolescente ....................................................................................... 157
A assistência à saúde do adolescente ....................................................................................................... 158
Atenção ao crescimento e desenvolvimento ............................................................................................ 159
SEXUALIDADE E SAÚDE REPRODUTIVA ..................................................................................................... 160
SAÚDE ESCOLAR DO ADOLESCENTE .......................................................................................................... 162
PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA E MORTES POR CAUSAS EXTERNAS .............................................................. 163
A FAMÍLIA DO ADOLESCENTE .................................................................................................................... 165
23 - SAÚDE DO IDOSO ............................................................................................................................... 165
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ESTRATÉGIAS PARA ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES ESPECÍFICAS DOS IDOSOS .................................. 166
PROMOÇÃO À SAÚDE ................................................................................................................................ 166
PREVENÇÃO DE AGRAVOS ......................................................................................................................... 167
ASSISTÊNCIA AOS IDOSOS ......................................................................................................................... 167
RESUMO DO ESTATUTO DO IDOSO ........................................................................................................... 168
Introdução................................................................................................................................. 168
Desenvolvimento ...................................................................................................................... 168
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS................................................................................................................. 169
DO DIREITO À VIDA .................................................................................................................................... 169
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE. ........................................................................ 169
ALIMENTOS ................................................................................................................................................ 170
DO DIREITO À SAÚDE ................................................................................................................................. 170
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER............................................................................................ 170
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO .............................................................................................. 170
DA HABITAÇÃO .......................................................................................................................................... 171
DOS TRANSPORTES COLETIVOS ................................................................................................................. 171
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO .................................................................................................................... 171
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO ............................................................................................... 171
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO .............................................................................................. 172
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO ......................................................................................... 172
FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO .................................................................................. 172
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS .......................................................................................................... 172
APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE ATENDIMENTO ...................................... 173
DO ACESSO À JUSTIÇA ............................................................................................................................... 173
DO MINISTÉRIO PÚBLICO .......................................................................................................................... 173
DOS CRIMES EM ESPÉCIE ........................................................................................................................... 173
CONCLUSÃO............................................................................................................................................... 174
24 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................... 175
8
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O CAMPO DA SAÚDE COLETIVA
12
3. OBJETIVOS DA SAÚDE PÚBLICA
Regionalização e hierarquização:
Resolubilidade:
15
Descentralização:
História natural da
doença é a denominação dada
ao conjunto de processos
interativos que engloba as inter-
relações do agente, do
suscetível e do meio ambiente
que afetam o processo global e
seu desenvolvimento, desde as
primeiras forças que designam
o estímulo patológico no meio
ambiente, ou em qualquer
outro lugar, passando pela
resposta do homem ao
estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte.
Período de Pré-Patogênese
18
Período de Patogênese
1-Tipos de Prevenção
Primária - quaisquer atos destinados a diminuir a incidência de uma doença numa
população, reduzindo o risco de surgimento de casos novos;
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nível de escolas ou locais de trabalho que visem anular atitudes fóbicas em relação a um
indivíduo infectado pelo HIV . Outro exemplo, a nível da saúde ocupacional seria a
reintegração daquele trabalhador na empresa, caso não pudesse continuar a exercer,
por razões médicas, o mesmo tipo de atividades.
21
Matrícula do paciente no programa.
11. Auxiliar o enfermeiro na execução das visitas domiciliares junto aos doentes e seus
comunicantes, bem como nos estabelecimentos de trabalho destes ou nas escolas.
A principal ação sobre o meio ambiente é o saneamento básico, que tem por
objetivo assegurar um ambiente mais saudável aos indivíduos, através do tratamento da
água, do destino do lixo e do esgoto.
Água: a água utilizada para o consumo humano para ser bebida ou para
preparar alimentos deve ser potável. A água potável deve ter as seguintes características:
ser límpida (pura e clara); ser incolor (não ter cor); ser inodora (não ter cheiro
característico); e ser arejada.
Destino dos dejetos: as fezes podem conter micróbios que, ao serem lançados
ao solo, tornam-se fonte de contaminação para os homens e os animais.
A larva da solitária, por exemplo, pode ser comida pelo boi ou pelo porco e
então o homem, comendo a carne contaminada, pode adquiri-la.
Também as águas de enxurradas espalham estas fezes por todos os locais,
inclusive onde existem plantações de verduras.
Como educadores, compete-nos auxiliar a nossa comunidade, prestando
esclarecimentos e orientando quanto à necessidade de defesa e manutenção da saúde.
É preciso deixar bastante claro, para aqueles que estão recebendo orientação, que só a
explicação do assunto não vai solucionar o problema. É preciso incentivá-los a construir
privadas, a fim de se evitar a disseminação de uma série de doenças.
Existem vários tipos de privadas. Dependendo das condições do solo e dos
recursos da comunidade, uns ou outros são adotados.
23
6.4. Visita domiciliar
A visita domiciliar é um método de assistência à saúde coletiva, o qual leva o
conhecimento ao indivíduo no seu meio, caracterizado pelas relações afetivo-sociais
entre os indivíduos da família.
MODELOS VIGENTES:
Modelo Preventivo: ações de saneamento, vacinação e controle de doenças;
Modelo Curativo: saúde previdenciária.
Década de 70 – reforma sanitária
Consolidado em 1988
24
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Art. 6o: “São direitos sociais a educação, saúde, saúde, trabalho. Lazer,
segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição”.
Art. 195: “A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos estados, distrito federal e dos municípios”.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Universalidade
Integralidade
Hierarquização dos serviços
Descentralização
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Equidade
Participação Social
Lei 8080/90
Lei 8142/90
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NORMAS OPERACIONAIS BÁSICAS (NOBs)
São instrumentos de regulação do processo de descentralização que tratam dos
seguintes aspectos:
1. Definição de responsabilidade
2. Relação entre gestores
3. Critérios de transferência de recursos federais para estados e municípios.
I – NOB 01/91
II – NOB 01/93
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Habilitação pela NOB 96: gestão plena da atenção básica e gestão plena do
sistema municipal;
Definição dos papeis das instancias de governo;
Responsabilidade dos municípios pela saúde integral;
Mudança na lógica de alocação de recursos;
Prioriza a reorganização da atenção básica;
Introduz inovações na gestão dos sistemas: Programação Pactuada Integrada
(PPI);
Piso Assistencial Básico (PAB): montante de recursos, per capita, destinados à
atenção básica;
Incentivos vinculados à Vigilância epidemiológica e sanitária;
PAB variável; incentivo acrescido ao PAB para implantação de programas como
PACS/PSF.
NOAS 01/2001
EMENTA CONSTITUCIONAL No 29
Editada em 13/09/2000;
Assegura a coparticipação da união, Estados, DF e municípios no financiamento
das ações e serviços públicos de saúde;
28
Estabelece percentuais mínimos das receitas de cada um a serem aplicados em
ações e serviços públicos de saúde, até o exercício de 2004;
Resulta no aumento e na maior estabilidade dos recursos destinados à saúde.
29
Estabelecimento de diálogo com a sociedade;
Ampliação e fortalecimento das relações com os movimentos sociais;
Elaboração e publicação da Carta dos Direitos dos Usuários do SUS;
Regulamentação da EC n 29 pelo Congresso Nacional;
Aprovação do orçamento do SUS, composto pelos orçamentos das três esferas de
gestão.
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Pelos princípios do SUS: universalidade, equidade, integralidade, controle
social, hierarquização.
Pelos princípios próprios: acessibilidade, vínculo, coordenação,
continuidade do cuidado, territorialização e a descrição de clientela,
responsabilização, humanização.
Atenção Primária
31
A Atenção ou os Cuidados Primários de Saúde, como entendemos hoje,
constituem um conjunto integrado de ações básicas, articulado a um sistema
de promoção e assistência integral à saúde. (Aleixo,
2002)
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
CONCEITO
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
CONCEITO
OBJETIVOS
32
FUNÇÕES
Coleta de dados;
Processamento de dados coletados;
Análise e interpretação dos dados processados;
Recomendação das medidas de controle apropriadas;
Promoção das ações de controle indicadas;
Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
Divulgação de informações pertinentes.
TIPOS DE DADOS
Demográficos
Ambientais
Socioeconômicos
Dados de morbidade
Notificação de casos/surtos
Dados de mortalidade
Dados de identificação
Dados de anamnese e exame físico
Diagnóstico (suspeitas diagnósticas)
Informações sobre o meio ambiente (exposições)
Informações sobre o ambiente de trabalho (exposições)
Exposições
Busca ativa de casos
Busca de pistas
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SISTEMAS DE ABRANGÊNCIA NACIONAL
DADO INFORMAÇÃO
DADO ÚTIL
ANÁLISE
DECISÃO AÇÃO
34
ATIVIDADES REALIZADAS
Por meios de ações individuais ou coletivas, o agente comunitário de saúde
realiza atividade de prevenção de doenças e promoção da saúde sob supervisão do
gestor local do SUS (a Secretaria Municipal de Saúde).
Ao ACS deverá atender entre 400 e 750 pessoas, dependendo das
necessidades locais, e desenvolverá atividades de prevenção de doenças e promoção da
saúde por meio de ações educativas individuais e coletivas, nos domicílios e na
comunidade, sob supervisão competente, como:
Visita no mínimo uma vez por mês cada família da sua comunidade;
Identificar situação de risco e encaminhar aos setores responsáveis;
Pesar e medir mensalmente as crianças menores de dois anos e registrar a
informação no Cartão da Criança;
Incentivar o aleitamento materno;
Acompanhar a vacinação periódica das crianças por meio do cartão de vacinação
e de gestantes;
Orientar a família sobre o uso de soro de reidratação oral para prevenir diarréia e
desidratação em crianças;
Identificar as gestantes e encaminhá-las ao pré-natal;
Orientar sobre métodos de planejamento familiar;
Orientar sobre prevenção da AIDS;
Orientar a família sobre prevenção e cuidados em situação de endemias;
Monitorar dermatoses e parasitoses em crianças;
Realizar ações educativas referentes ao climatério;
Realizar atividades de educação nutricional nas famílias e na comunidade;
Realizar atividades de educação em saúde bucal na família com ênfase no grupo
infantil;
Supervisionar eventuais competentes da família em tratamento domiciliar e dos
pacientes com tuberculose, hanseníase, hipertensão, diabetes e outras doenças
crônicas;
Realizar atividades de prevenção e promoção da saúde do idoso;
Identificar portadores de deficiência psicofísica com orientação aos familiares para
apoio necessário no próprio domicílio.
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FUNCIONAMENTO
Residir na própria comunidade
Idade mínima de 18 anos;
Saber ler e escrever;
Ter disponibilidade de tempo integral par exercer suas atividades.
1. Introdução
O Ministério da Saúde criou, em 1994, o
Programa Saúde da Família (PSF). Seu principal propósito
é reorganizar a prática da atenção à saúde em novas
bases e substituir o modelo tradicional, levando a saúde
para mais perto da família e, com isso, melhorar a
qualidade de vida dos brasileiros.
A estratégia do PSF prioriza as ações de prevenção, promoção e recuperação
da saúde das pessoas, de forma integral e contínua. O atendimento é prestado na
unidade básica de saúde ou no domicílio, pelos profissionais (médicos, enfermeiros,
auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde) que compõem as equipes
de Saúde da Família. Assim, esses profissionais e a população acompanhada criam
vínculos de corresponsabilidade, o que facilita a identificação e o atendimento aos
problemas de saúde da comunidade.
Diante dos ótimos resultados já alcançados, o Ministério da Saúde está
estimulando a ampliação do número de equipes de Saúde da Família no Brasil. E, para
isso, é fundamental a mobilização das comunidades e dos prefeitos, pois só por
intermédio deles as portas dos municípios se abrirão para a saúde entrar.
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Integralidade e hierarquização
A Unidade de Saúde da Família está inserida no primeiro nível de ações e
serviços do sistema local de assistência, denominado atenção básica. Deve estar
vinculada à rede de serviços, de forma que se garanta atenção integral aos indivíduos e
famílias e que sejam asseguradas a referência e a contra-referência para clínicas e
serviços de maior complexidade, sempre que o estado de saúde da pessoa assim exigir.
Territorialização e cadastramento da clientela
A Unidade de Saúde da Família trabalha com território de abrangência
definido e é responsável pelo cadastramento e o acompanhamento da população
vinculada a esta área. Recomenda-se que uma equipe seja responsável por, no máximo,
4.500 pessoas.
Equipe multiprofissional
Cada equipe do PSF é composta, no mínimo, por um médico, um enfermeiro,
um auxiliar de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários de saúde (ACS).
Outros profissionais - a exemplo de dentistas, assistentes sociais e psicólogos - poderão
ser incorporados às equipes ou formar equipes de apoio, de acordo com as necessidades
e possibilidades locais. A Unidade de Saúde da Família pode atuar com uma ou mais
equipes, dependendo da concentração de famílias no território sob sua
responsabilidade.
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Como funciona o PSF
Atribuições dos membros das equipes:
Médico:
Enfermeiro:
Técnico/Auxiliar de enfermagem:
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demanda, organizada ou espontânea, na Unidade de Saúde da Família, na
comunidade, no domicílio e no acompanhamento ao atendimento nos serviços
de referência ambulatorial ou hospitalar;
Desenvolver ações educativas e intersetoriais para enfrentar os problemas de
saúde identificados.
39
Além disso, os fatores relacionados à sua ocorrência são semelhantes e, em geral,
encontram-se presentes de forma associada.
Entre estes, destacam-se o estresse decorrente da industrialização e do
desenvolvimento econômico, o aumento da idade da população, os distúrbios
dietéticos, a obesidade, o sedentarismo, o consumo de álcool, o tabagismo, a
drogadição, a ocupação ou o trabalho dos indivíduos.
Para reafirmar a importância de desenvolvermos ações com o objetivo de
prevenir e controlar tais doenças, citamos alguns estudos recentemente elaborados que
apontam que a mortalidade proporcional por Diabetes mellitus vem crescendo desde a
metade do século XX em todo o Brasil. Esses estudos registram, ainda, que a hipertensão
arterial estaria relacionada a um aumento da mortalidade devido às doenças cérebro-
cardiovasculares. O desenvolvimento de programas educativos poderia reduzir o
número de internações causadas por doenças crônicas não transmissíveis.
40
Para a captação de clientes diabéticos, podem ser utilizadas estratégias de
campanha de verificação de glicemia capilar ou de verificação de glicosúria.
É importante desenvolver atividades no ambiente domiciliar, porque neste
cenário tem-se a oportunidade de observar a realidade na qual as pessoas vivem e se
relacionam, detectando fatores relacionados à ocorrência de hipertensão e diabetes,
como tabagismo, dieta inadequada, sedentarismo e outros. Assim, é possível discutir
com a clientela as modificações que produzirão benefícios para a saúde.
Uma vez inscritos nas atividades dos programas, os clientes submetem-se a
avaliações periódicas que, além da pressão arterial, incluem verificação de peso corpóreo
e realização de alguns exames complementares, como eletrocardiograma, bioquímica
do sangue, urinálise, solicitados de acordo com o problema apresentado. Os clientes
passam a receber os medicamentos necessários ao controle das doenças (drogas
hipotensoras, hipoglicemiantes orais, insulina injetável), de acordo com a relação de
medicamentos constantes da farmácia básica.
Os tratamentos da hipertensão arterial e do diabetes baseiam se na adoção de
medidas farmacológicas, utilizando-se de drogas, e não farmacológicas, através de dietas
e atividade física, entre outras medidas.
É importante sensibilizar o cliente para a importância da adesão ao tratamento,
garantindo melhores resultados através de atividades coletivas ou individuais de
educação em saúde, seja com discussão em grupos, cartazes, campanhas. A não adesão
ao tratamento é fator decisivo para a piora do estado do cliente, que deve ser informado
quanto à possibilidade de complicações das doenças.
As atividades de educação em saúde em grupo favorecem o esclarecimento de
dúvidas comuns a todos e a reflexão em conjunto sobre os estilos de vida que poderão
trazer maiores benefícios para todos.
Quanto mais descontraídos estiverem os participantes, melhor será o andamento
das atividades. Nesse sentido, as atividades ao ar livre são bem-vindas, pois oferecem
oportunidades de lazer associadas à promoção da saúde.
Nas atividades de acompanhamento aos clientes e educação em saúde, as
seguintes medidas terapêuticas não farmacológicas devem ser abordadas:
– restrição ou eliminação de hábitos pouco saudáveis (alcoolismo, tabagismo,
drogadição);
– necessidade de prática regular de exercícios físicos;
41
– redução do consumo de café;
- ingestão de dieta pobre em sal e gorduras e, no caso do diabetes, restrição do
consumo de carboidratos;
– manutenção de peso corpóreo próximo ao ideal;
– inclusão de atividades de lazer no cotidiano;
– cuidados com os pés dos clientes diabéticos, que devem ser mantidos limpos e secos;
após o banho, os pés devem ser hidratados com uma loção, evitando passa-la entre os
dedos (para evitar a umidade); os pés devem ser atentamente examinados todos os dias,
pesquisando-se a existência de feridas ou cortes não anteriormente percebidos;
preferencialmente, usar sapatos fechados, confortáveis, e sempre examiná-los por dentro
antes de calçá-los; ao observar qualquer alteração na coloração dos pés ou ferimento, tal
fato deve ser notificado ao profissional que acompanha o caso.
– para os diabéticos insulinodependentes: cuidados na conservação e na
autoadministração de insulina.
Os profissionais de enfermagem que atuam nos programas de controle do
diabetes e hipertensão devem desenvolver os seguintes cuidados: verificação da pressão
arterial, aferição do peso para auxiliar no seu controle; realização dos curativos em
clientes diabéticos com lesões; orientação, acompanhamento da autoadministração de
medicamentos via orais ou injetáveis; verificação dos níveis de glicemia capilar;
realização de visitas domiciliares aos clientes faltosos ou necessitados de cuidados
domiciliares; organização e participação das atividades em grupo; organização da
agenda para o retorno dos clientes às consultas necessárias ao seu acompanhamento.
A descrição da estrutura
epidemiológica do agravo compreendendo as
inter-relações entre agente, hospedeiro e
ambiente se define como a história natural da
doença. Deve-se ter presente que os elementos
essenciais, e originariamente derivados do estudo
42
das doenças transmissíveis, podem ser considerados também para outros tipos de
agravos a saúde.
Os fatores pré-existentes ao desencadeamento do processo, ou seja, que
constituí o agravo ou doença é denominado período pré-patogênico. A este se segue a
possibilidade de ocorrência do estímulo que irá desencadear o período patogênico, o
qual por sua vez, poderá ser imediato, como nos acidentes e mediato, como nas
moléstias evolutivas.
Neste último caso segue-se a fase silenciosa, sob o ponto de vista sintomático,
mas, durante a qual evoluem as reações orgânicas até chegarem a se exteriorizar através
das manifestações clínicas, ou seja, o período da incubação ou pré-clínico, a este se
sucede o período clínico, o qual poderá evoluir para uma de três direções, a cura, a
sequela ou a morte. Para o clínico, o doente é o indivíduo com sintomas, e que solicita
atenção médica e sua função é cuidar dos casos que atingem um horizonte clínico.
Para o epidemiologista, que tem como função pesquisar a incidência das
doenças na população e determinar o modo ideal de combatê-las, há interesse em todas
as formas de enfermidades: a clínica, a sub-clínica e a inaparente. Seu interesse maior é
dirigido para os casos que estão abaixo do horizonte clínico, como o caso dos
portadores.
Protozoários -
(micróbios pertencentes ao
reino animal) causam a malária,
a doença de Chagas, a
amebíase, o calazar, a giardíase.
Vírus - micróbios menores que as bactérias e que não são vistos pelos
microscópios comuns. Causa o sarampo, a catapora, a gripe, a rubéola, a poliomielite, a
hepatite, a herpes, a raiva, meningite, febre amarela, etc.
44
seus tecidos, ocorre uma infecção. Por isso, essas doenças são também denominadas de
infecciosas. Grande parte dessas doenças infecciosas são transmissíveis e conhecidas
como doenças contagiosas. Podemos deduzir que todas as doenças contagiosas são
infecciosas, porém nem todas as doenças infecciosas são contagiosas, como por
exemplo, o tétano.
Assim, o hospedeiro é uma pessoa ou animal, inclusive aves e insetos em que
se aloja e subsiste um agente infeccioso. Quando este agente sai do hospedeiro e
infecta outra pessoa ou animal, este hospedeiro passa a ser uma fonte de infecção.
45
outras infecções urinárias.
TRANSMISSÃO
A transmissão de todas estas doenças só ocorre através do contato íntimo com
a pessoa infectada, porque todos os organismos causadores morrem rapidamente se
forem removidos do corpo humano. Apesar da área de contato ser normalmente as
genitais, a prática de sexo anal e oral pode também causar infecções. Gonorréia, sífilis
e infecção clamidial podem ser transmitidas de um portadora grávida ao filho que
está sendo gerado, tanto através do útero como através do parto.
46
CONTROLE
A natureza epidêmica das doenças sexualmente transmitidas as torna de difícil
controle. Algumas autoridades em saúde pública atribuem o aumento no número de
casos destas doenças ao aumento de atividade sexual. Outro fator que também
contribui significativamente é a substituição do uso de camisinha (condom) - que
oferece alguma proteção - por pílulas e diafragmas com métodos anticonceptivos. Os
padrões das doenças sexualmente transmitidas são bastante variáveis. Enquanto a sífilis
e a gonorréia eram ambas epidêmicas, o uso intensivo de penicilina fez com que a
freqüência da sífilis caísse para um nível razoavelmente controlado; a atenção voltou-se
então ao controle da gonorréia, foi quando a freqüência da sífilis aumentou novamente.
Os casos de herpes genital e clamídia também aumentaram durante a década de 70 e
durante o início da década de 80.
Condiloma (HPV)
47
como condilomatose, condiloma acuminado e crista de galo também podem ser
usadas. A exemplo do herpes, o condiloma tem períodos de latência (remissão)
variáveis de um indivíduo para o outro. Causam lesões verrugosas, a princípio
microscópicas e de difícil visualização a olho desarmado, que vão lentamente
crescendo como lesões sobrepostas umas às outras, formando a designação popular
de crista de galo. Podem chegar, em indivíduos com higiene precária, a lesões
coalescentes e grandes como a palma da mão de um adulto. Seu contágio é quase
que exclusivamente sexual (gênito-genital, oro-genital ou gênito-anal) e sua
manifestação depende da imunidade do contaminado.
48
Herpes
Os vírus herpes simples (VHS) tipo 1 e tipo 2 são
ambos da família herpesvirus humanos, a qual ainda inclui
ocitomegalovírus, o Epstein-Barr vírus, varicela zoster vírus
e herpesvirus humanos específicos (Kaposi). A principal
característica dos herpesvírus é a de produzir infecções
latentes, potencialmente recorrentes. A latência se
desenvolve a partir da sobrevivência do material genético
do vírus dentro de células hospedeiras, sem produção de partículas infectantes.
Não existe até o presente momento, cura para qualquer tipo de herpes. Todo o
tratamento proposto visa aumentar os períodos de latência em meses e até anos. A
partir de diagnóstico clínico e laboratorial, medidas higiênicas devem ser tomadas
para o indivíduo e sua/seus parceiros sexuais. Em mulheres grávidas, maiores
cuidados em relação ao feto devem ser adotados, mesmo que o diagnóstico não
tenha sido na gestante e sim no seu parceiro sexual. Este, infectado, deve evitar o
coito durante a gravidez ou fazê-lo de modo seguro.
Lembro aqui que o perigo maior de contágio está nas lesões por recorrência
quando então o indivíduo deve se proteger para não transmitir durante a atividade
sexual.
Uretrites
É a designação genérica para processos inflamatórios ou
infeciosos da uretra (canal que conduz a urina da bexiga para o
meio externo, ao urinarmos) masculina e feminina.
Na maior parte das vezes o urologista vai preferir tratar o casal, mesmo que o
(a) parceiro (a) não apresente sintomas importantes. Como sequelas das complicações
das uretrites mal conduzidas, podemos citar infertilidade e as estenoses de uretra.
50
Candidíase
É a infecção causada pela Cândida albicans, e não é
obrigatoriamente uma DST.
A queixa pode surgir de qualquer dos sexos e como dito acima, é a cândida uma
habitante normal de nosso organismo, desde que não nos agrida. Portanto, não há a
menor possibilidade de erradicá-la definitivamente, uma vez que a adquiriremos
novamente horas após, pela dieta, pelo ambiente, convívio social, sexual, etc. O
tratamento visa principalmente alívio para os sintomas e diminuir a população do fungo
a uma quantidade que não agrida nosso organismo. O tratamento do casal é imperativo
e medidas higiênicas adequadas devem ser adotadas para seu controle efetivo.
51
cândida. Ainda, o uso inadequado
de absorventes ou duchas vaginais possuem papel
importante na recidiva da candidíase da mulher.
Cancro
Também conhecido por cancróide, é uma DST aguda e
contagiosa, que se caracteriza por lesões
genitais ulceradas e dolorosas que evoluem com a supuração
(saída de pus) dos linfonodos (gânglios) inguinais.
Sífilis
Doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e normalmente
transmitida através do contato sexual ou pelo beijo. A infecção através de objetos
contaminados é bastante rara, pois a bactéria morre em contato com o ar. Um feto
carregado por uma portadora de sífilis pode contrair a doença, condição denominada
de sífilis congênita.
Histórico
Acredita-se que a sífilis foi introduzida na Europa em 1493 por um grupo de
marinheiros retornando da primeira expedição de Cristovão Colombo à America. Já no
século XVI, a sífilis tornou-se a maior epidemia pública. O aspirilo, responsável pela
doença, foi descoberto somente em 1905, pelo zoologista alemão Fritz Schaudinn. Em
1906 o bacteriologista alemão August vom Wassermann desenvolveu o primeiro exame
de sangue para diagnosticar a doença. Em 1909 outro bacteriologista alemão, Paul
Ehrlich, desenvolveu o primeiro tratamento efetivo. Em 1943 a penicilina mostrou-se
52
bastante efetiva no combate à sífilis e até hoje continua sendo o medicamento preferido
para o tratamento dessa doença.
Estágios e Sintomas
O primeiro estágio da sífilis é caracterizado por uma pequena lesão, que
aparece na região de contágio, de três a seis semanas após a contração. Os fluidos
oriundos dessa lesão são extremamente infecciosos. Em um segundo estágio, que
manifesta-se cerca de seis semanas mais tarde, ocorre um repentino aparecimento de
lesões. Úlceras doloridas desenvolvem-se na boca, assim como em várias regiões do
corpo; lesões em forma de pequenas protuberâncias, também altamente infecciosas,
podem aparecer na região genital; dores de cabeça, febre e inchamento das
glândulas linfáticas são, algumas vezes, observados. Estes sintomas normalmente
desaparecem de 3 a 12 semanas. A doença entra então em um estágio latente não
apresentando sintomas externos, porém as inflamações podem instalar-se em órgãos
internos. Este estágio latente pode durar de 20 à 30 dias. Em 75% dos casos não
ocorrem outros sintomas além dos já mencionados; entretanto, quando o estágio
final ocorre (sífilis terceira), nódulos enrijecidos podem se desenvolver em tecidos sob
a pele, nos tecidos mucosos e nos órgãos internos. Os ossos são frequentemente
afetados, assim como o fígado, os rins e outros órgãos viscerais. Infecção do coração e
dos principais vasos sanguíneos ocorrem em casos terminais. Em aproximadamente
15% dos casos de sífilis terceira ocorre o que é chamado neurosífilis, representado
pela perda do controle urinário, degeneração dos reflexos e perda da coordenação
muscular, que pode levar à paralisia. Durante este estágio, infecções no trato urinário
podem, em uma gravidez, levar ao aborto ou ao nascimento de uma criança
portadora de sífilis congênita. Crianças afetadas normalmente apresentam sinais
típicos como: testa grande, nariz seliforme e dentes mal formados. Perto da segunda
53
década da vida, tais crianças podem apresentar deterioração no sistema nervoso
central.
O controle da sífilis inclui localizar as pessoas que tiveram contato sexual com
portadores e tratar aquelas cujo contato se deu durante o período de contaminação.
O uso da camisinha oferece alguma proteção contra a sífilis.
Linfogranuloma Venéreo
Etiologia - É causado pela Chlamydia trachomatis;
Tratamento da adenite - repouso e calor local. Quando a adenite for maior que 5
cm, aspirar com agulha de grosso calibre; pode ser feita lavagem com antibiótico.
Donovanose
Etiologia - É causada pela Calymmatobacterium granulomatis , patógeno Gram-,
anaeróbico facultativo;
54
preferencialmente em homossexuais e indivíduos de baixas condições
socioeconômicas;
55
Salpingite Aguda
Etiologia - É causada pela disseminação ascendente, não relacionada a ciclo
gravídico-puerperal ou cirurgias, de microorganismo que, partindo da vagina,
acomete órgãos genitais superiores e/ou estruturas adjacentes (OMS,1986).
Conforme a localização, usa-se a seguinte terminologia:
Tratamento - Deve ser eficaz tanto contra os agentes das DSTs, como contra as
demais bactérias envolvidas, principalmente as anaeróbicas.
Em geral, os agentes infecciosos que penetram pela boca acabam por se localizar
na faringe e nos diversos órgãos do aparelho digestivo, especialmente os intestinos; e os
que penetram através da respiração vão se localizar na laringe, brônquios e pulmões.
Os agentes que infectam os pulmões e a parte superior das vias respiratórias são
expelidos através das pequenas gotas produzidas pelos mecanismos de tosse e espirros,
como também são expulsos através da expectoração. A porta de saída é, portanto, a
própria via respiratória.
Os que se alojam no tubo digestivo saem, em geral, através das fezes. Os que
circulam pelo sangue saem quando se realiza uma punção (por uma agulha de injeção
ou picada de inseto).
56
Os que se localizam na pele, são expelidos devido a lesões (feridas abertas) ou
contato direto com objetos e a pele de outra pessoa. Finalmente, os que se encontram
nas vias genitais e urinárias são eliminados mediante o contato sexual ou pela urina.
57
ser, causando-lhe prejuízo. O dano que ele causa pode ir desde efeitos dificilmente
notados até a morte do hospedeiro, que é o ser vivo que sustenta o parasita.
A relação entre hospedeiro e parasita é o resultado de uma longa adaptação.
O parasita, ao extrair o seu sustento do hospedeiro não pode se esquecer das
consequências desta exploração. Pelo menos o hospedeiro deve viver um tempo
suficiente para que o parasita complete o seu ciclo reprodutivo, um parasita que mata
rapidamente seu hospedeiro corre o risco de morrer antes de se reproduzir.
Causar doenças graves também cria alguns problemas ao parasita (agente
infeccioso), porque as lesões graves, em geral, provocam uma forte reação de defesa do
hospedeiro, que pode levar à eliminação do organismo infectante. O parasita melhor
sucedido é, então, aquele que consegue tudo o que necessita para sobreviver, causando
um mínimo de injúria ao hospedeiro.
Outras formas de relacionamento entre seres vivos são o comensalismo, a
simbiose e a predação.
Na simbiose o benefício é mútuo, há vantagens para os dois seres que se
relacionam. As bactérias do tubo digestivo do homem são um exemplo deste tipo de
associação, pois se alimentam de substâncias ingeridas pelo homem, facilitando o
processo de digestão. O comensalismo é uma relação em que as vantagens são para um
dos seres sem que o outro seja prejudicado. A predação se caracteriza quando um
animal de maior porte se alimenta de outro.
Exemplo: gatos e ratos, ou onças e pacas.
Como as doenças transmissíveis são causadas por seres vivos elas são
exemplos de relação entre estes seres. Assim como os homens se relacionam entre si de
diversas maneiras, pacificamente ou não, harmonicamente ou não, relação de
cooperação ou de exploração, os animais, para cumprirem as suas necessidades básicas
de alimentação e reprodução, têm que se adaptar ao meio ambiente e conviver com
outras espécies.
58
As bactérias, os vírus, os fungos e outros micro-organismos estão em todas as
partes: sobre a roupa, sobre a pele humana, no intestino, nas plantas, na água, no solo;
não há um só lugar onde eles não estejam presentes. Felizmente, para o homem, a
grande maioria desses micro-organismos é inofensiva e, às vezes, muito úteis.
Você sabe que a produção de cerveja, de coalhada, de pão, de sabão e de
outros produtos utiliza a capacidade de fermentação própria a esses pequeninos seres.
O homem faz uso dessas espécies não só para manter-se vivo como para proteger-se.
Por exemplo, extrai dos fungos substâncias, os antibióticos, que combatem as bactérias
de algumas doenças infecciosas.
Dos milhares de espécies de bactérias, fungos e protozoários, somente
algumas são patogênicas, isto é, provocam infecções sérias. Só algumas, portanto, são
parasitas.
Os parasitas prejudicam o homem através de diferentes mecanismos de ação.
Podemos citar alguns:
Em relação aos micro-organismos, não há uma separação total entre os que são
maléficos ao homem e os que lhe são inofensivos. Assim, muitas das bactérias que vivem
normalmente no intestino humano, numa situação de comensalismo, podem provocar
uma infecção bastante prejudicial se chegam a atingir as vias urinárias. Em outras
circunstâncias, as amebas tipo coli, que são geralmente inofensivas vivendo no intestino
do homem normal, podem tomar-se causadoras de doença em pessoas debilitadas e
sem resistência.
Existem inúmeros micro-organismos, patogênicos (quer dizer, causadores de
doenças) que habitam normalmente a boca, a faringe e o tubo digestivo. Eles não
59
chegam a prejudicar o organismo humano porque seu número é pequeno e também
porque existem formas de defesa e de barreira que protegem o corpo contra sua
agressão.
60
Na qualidade de parasitas os organismos patogênicos têm no corpo humano o
ambiente ideal para sua subsistência e multiplicação. Quando saem para o ambiente
externo, geralmente vivem pouco tempo, mas o suficiente para provocar uma
contaminação da água, solo, etc. e alcançar um novo hospedeiro. Existem, entretanto
formas de agentes infecciosos que resistem bastante no ambiente - são os cistos de
protozoários e os esporos de bactérias, semelhante a uma "semente" em sua
durabilidade e resistência.
As condições de umidade e temperatura afetam sensivelmente a sobrevivência
das bactérias no ambiente. A bactéria do tifo resiste 30 dias em fezes, 70 dias em solo
úmido e 15 dias em solo seco. O bacilo da disenteria resiste 8 dias em fezes, 70 dias em
solo úmido e 15 dias em solo seco. De um modo geral, a umidade do solo favorece a
sobrevivência dos agentes patogênicos.
Os ovos de lombrigas e ancilostoma necessitam para seu desenvolvimento de
uma temperatura mínima de 18°C e adequada umidade do solo. Ao contrário, os ovos
de oxiúros desenvolvem-se melhor em clima frio.
Certos microorganismos não suportam a abundância de ar (oxigênio) em seu
ambiente. É o caso das bactérias do tétano e da gangrena, cujos esporos se
desenvolvem bem numa ferida onde haja tecidos mortos e pus. Estes germes têm seu
desenvolvimento impedido pelo fluxo de sangue em tecidos normais e pela presença de
oxigênio. No ambiente, encontram-se geralmente no esterco de gado e de outros
animais, transmitindo por contaminação das feridas e do coto umbilical de recém-
nascidos.
Em resumo, são os seguintes os principais modos de contaminação:
a) Do solo e das terras - pela eliminação direta das fezes no solo, pela irrigação com
água procedente de fontes contaminadas;
b) Da água - pelas fezes e urina eliminadas nas proximidades de poços, riachos,
açudes, lagoas, etc... ou transportadas a partir das fossas e esgotos até esses locais,
através das chuvas e declividade do terreno;
c) Dos alimentos - durante a fase de produção pelo contato com o solo e a água já
contaminados, durante o transporte e armazenamento (por condições
inadequadas de refrigeração), durante a manipulação no comércio e em casa
(mãos e utensílios sujos);
d) Do ar - através da eliminação de pequenas gotas produzidas pela tosse e espirro
61
dos pacientes, que permanecem flutuando no ar durante algum tempo.
Para atender esses objetivos serão abordados, para cada doença, informação
quanto ao agente etiológico, modo de transmissão, período de incubação, período de
transmissibilidade, aspectos clínicos e unidades de enfermagem.
62
Introdução
Etiologia:
Fonte de Infecção:
Período de incubação:
Este período pode oscilar entre seis meses a dois anos. Entretanto a literatura
registra períodos de até dez anos de incubação.
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
63
A transmissão se dá com maior frequência por via sexual; entretanto o vírus já foi
isolado no sêmen, na medula óssea, no sangue, no linfonodos, no cérebro, no plasma,
na urina, na secreção vaginal, no leite materno, no lavado de fluido bronco-alveolar e
em lágrimas, sem valor epidemiológico, de indivíduos portadores do HIV. A transmissão
se dá por relações sexuais, por transfusão sanguínea e de hemoderivados, por via
transplacentária ou do canal do parto, por inoculação do vírus pelo uso de seringas e
agulhas contaminadas.
Distribuição:
Quadro clínico:
A terceira fase, ou AIDS propriamente dita, vai surgindo à medida que o indivíduo
vai perdendo sua imunidade. Manifesta-se por: febre prolongada, emagrecimento
acentuado, astenia, anorexia, poliadinopatias em várias áreas do corpo (axilares,
inguinais etc.), sudorese noturna, tosse com expectoração e diarreias constantes sem
causa aparente. Com a evolução, surgem as infecções oportunistas como o Sarcoma de
Kaposi, os linfomas, as pneumonias por P. Carinii, a candidíase, a tuberculose e o herpes,
entre outras. Nesta fase o paciente evolui até o óbito.
Tratamento:
64
de terceira geração - os inibidores de protease e transcriptase reversa, - vem
revolucionando o tratamento da AIDS.
Profilaxia:
Diagnóstico laboratorial;
Atualmente três testes estão disponíveis no Brasil para pesquisa do vírus. O teste
imunoenzimático ou ELISA, o teste de imuno-fluorescência indireta e o Western blot
(WB)
Cuidados de enfermagem:
65
Desprezar materiais descartáveis após o uso;
Verificar e anotar sinais vitais;
Observar e anotar quantidade e aspecto das evacuações;
Fazer controle diário do peso corporal;
Trocar roupas de cama, sempre que necessário;
Estimular alimentação;
Manter higiene oral e corporal;
Incrementar prescrição de enfermagem e médica.
13.3. Coqueluche
Introdução
Etiologia:
Fonte de infecção:
Período de incubação:
Período de transmissibilidade:
Pode ocorrer desde uma semana após o contágio até três semanas do
aparecimento do período paroxístico. Tem alta transmissibilidade no período catarral.
66
Modo de transmissão:
A transmissão pode ocorrer por contato direto com doentes, pelas gotículas de
secreções da orofaringe ou pelo contato indireto, através de fômites (objetos
recentemente contaminados com secreções).
Distribuição;
A coqueluche tem distribuição universal, com maior incidência nos meses frios do
ano e em crianças na primeira década de vida.
Quadro Clínico:
Tratamento:
Profilaxia:
Vacina DPT (Tríplice), três doses, a primeira aos dois meses a segunda aos quatro e a
terceira aos seis meses, com uma dose de reforço após um ano de idade;
67
Cuidados de Enfermagem:
13.4. Cólera
Introdução
Etiologia
Fonte de infecção:
68
O homem é o único reservatório conhecido. A água e os alimentos contaminados
constituem a principal fonte de infecção. As epidemias ocorrem em consequência da
contaminação do abastecimento de água por excreções de doentes. A doença se
estabelece com o ciclo homem-meio ambiente-homem.
Período de incubação:
A incubação é curta, em média dura três dias, podendo variar de horas a cinco
anos.
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
Suscetibilidade e resistência:
Quadro clínico:
69
Tratamento:
Cuidados de enfermagem:
13.5. Dengue
Conceito
Agente etiológico:
Vetores:
O Aedes aegypti por diversas vezes foi erradicado no Brasil. Desde que foi
reintroduzido no Brasil em 1976, em Salvador em 1977, no Rio de Janeiro, estava então
definitivamente instalado no território brasileiro. Vinte anos depois, este vetor é
encontrado em todos os Estados, exceto Amazonas, Acre e Amapá.
71
Modo de transmissão:
O mosquito tem hábitos diurnos e urbanos. Na sua fase larvária vive em água
limpa acumulada.
Período de incubação:
Período de transmissibilidade:
Este período compreende dois ciclos: o que ocorre no homem e em outro que
ocorre no vetor.
No homem, inicia um dia antes de aparecimento da febre, persistindo até o 6.° dia
da doença (período de viremia).
Suscetibilidade e imunidade:
Distribuição:
Dengue clássico:
72
O primeiro sinal é a febre alta (39°C a 40°C) de início súbito, seguido de cefaléia,
prestação, mialgia, artrologia, anorexia, dor retro-orbitária, náuseas, vômitos, dor
abdominal e cantema máculo-papular. Podendo apresentar prurido cutâneo intenso,
após descamação.
73
13.6. Difteria
Introdução
Etiologia:
Fonte de infecção:
Período de incubação:
Varia de dois a cinco dias, podendo em alguns casos, se alongar por dez dias.
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
A transmissão pode ocorrer por contato direto com doentes ou portadores, pelas
gotículas e secreções, e por contato indireto através de fômites (objetos
contaminados recentemente com secreções) e em leite recentemente colhido.
Suscetibilidade:
74
É uma doença endemoepidêmíca de distribuição universal, acometendo
principalmente crianças de 1 a 6 anos de idade, que têm hábitos precários de higiene.
A forma faringoamidaliana tem início súbito, com mal-estar geral, febre alta,
palidez, anorexia, dor de garganta; presença de placas membranosas na orofaringe;
distúrbios respiratórios, com obstrução mecânica e cianose.
Tratamento:
Profilaxia:
Tríplice (DPT):
1ª dose aos 2 meses de idade;
2ª dose aos 4 meses de idade;
3ª dose aos 6 meses de idade;
4ª dose aos 18 meses de idade;
Reforço aos 4/5 anos de idade;
Reforço a cada 10 anos com a DT.
75
Dupla (DT) > 7 anos:
1.3 dose em qualquer idade;
2ª dose de 4 a 8 semanas após a 1ª;
3ª dose de 6 a 12 meses após a 2ª;
Reforço a cada 10 anos.
Cuidados de enfermagem:
Isolamento rigoroso;
Máscara e avental para todas as pessoas que entrarem no quarto;
Luvas para quem manusear o paciente;
Lavar as mãos, antes e depois de cuidar do paciente e de manusear objetos
contaminados;
Todo material não descartável deve ser descontaminado antes de ser
reprocessado;
Observar respiração e a qualquer alteração comunicar ao médico;
Observar e anotar frequência e volume urinário;
Pesar diariamente;
Observar, durante a alimentação, se o paciente apresenta dificuldade em deglutir;
Manter o paciente em posição de Fowler;
Repouso no leito;
Controlar sinais vitais;
Manter boa higiene corporal;
Incrementar prescrição médica e de enfermagem.
Introdução
76
A infecção ocorre
geralmente à noite, com a
saída do inseto para alimentar-
se, através de picada em áreas
descobertas (face e braço). A
infestação ocorre no
momento da defecação do
inseto no local da picada. A
penetração ocorre muitas
vezes pela escarificação feita
pelo próprio indivíduo no ato
da picada.
Etiologia:
Fonte de infecção:
O homem doente ou animais: cão, gato, tatu, gambá, rato doméstico, rato de
esgoto, morcego, entre outros.
Período de incubação:
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
Distribuição:
Encontra-se em todo o território americano, desde o Sul dos EUA até o Sul da
Argentina e do Chile.
77
No Brasil concentra-se nas zonas rurais, principalmente Minas Gerais e Mato
Grosso. O "barbeiro" tem hábitos domiciliares e vive em casas de "pau-a-pique", não
rebocadas e/ou cobertas de sapé.
Quadro clínico:
Tratamento:
Profilaxia:
Isolamento desnecessário;
Notificação compulsória às autoridades sanitárias locais;
Substituições das casas de barro e "pau-a-pique" por casas de alvenaria;
Uso de telas em janelas e portas;
Uso de mosquiteiros;
Campanhas de dedetização;
Educação sanitária.
Conceito
78
Agente etiológico:
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
Quadro clínico:
79
Podem surgir também dores abdominais, sensação de plenitude gástrica e náuseas.
Outros doentes referem cefaléia, vertigens, perda de peso, instabilidade emocional,
amnésia, insônia, anorexia, azia, irritabilidade etc. Nas formas graves da doença, podem
aparecer hipertensão portal, hipertensão pulmonar, síndrome cianótica e forma tumoral.
Tratamento:
Profilaxia:
Cuidados de enfermagem:
Conceito
80
e contínua, mal-estar, anorexia, com episódios alternados de constipação e diarréia
(fezes líquidas, fétidas, esverdeadas, com aspecto de "sopa de ervilha").
Agente etiológico:
Fonte de infecção:
Período de incubação:
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
Suscetibilidade:
Quadro clínico:
O quadro clínico da febre tifoide inicia-se com febre alta e contínua, cefaléia, mal-
estar geral, torpor, anorexia, esplenomegalia, manchas rosadas no tórax, língua
saburrosa e seca, constipação com intervalos de diarréia.
Tratamento:
81
Profilaxia:
Isolamento entérico;
Tratamento de água; distribuição de cloro e orientação para ferver a água;
Tratamento adequado dos dejetos humanos;
Combate a moscas e insetos;
Orientação para o consumo de leite pasteurizado ou fervido;
Notificação compulsória às autoridades sanitárias locais;
Vacinação: indicada apenas a pessoas que vão viajar para áreas endêmicas.
Cuidados de enfermagem:
Isolamento entérico (IE);
Avental apenas para quem manusear o paciente;
Luvas para tocar material infectante e para manusear o paciente;
Lavar as mãos, antes e depois de tocar o paciente, ou artigos potencialmente
contaminados;
Todo material não descartável deve ser descontaminado antes de ser reprocessado;
Controle de sinais vitais;
Repouso no leito;
Manter o paciente limpo e confortável;
Observar e anotar volume e frequência das excreções;
Oferecer bastante líquido;
Incrementar prescrição médica e de enfermagem.
13.10. Hanseníase
Conceito
82
desenvolvimento da ciência, hoje a hanseníase tem tratamento e cura.
Agente etiológico:
Fonte de infecção:
Período de incubação:
Parece ser um dos mais longos das patologias humanas. Pode variar de dois a
sete anos. Existe relato de período de sete meses como também de dez anos.
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
Suscetibilidade e distribuição:
Quadro clínico:
Tratamento:
Deve ser ambulatorial. Todos os postos de saúde estão disponíveis para efetivar
este tratamento com uma associação de drogas, a Poliquimioterapia, padronizada pela
OMS.
Profilaxia:
Cuidados de enfermagem:
84
13.11. Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA
Conceito
Agente etiológico:
A Leishmania braziliensis é o
agente etiológico da LTA.
Fonte de infecção:
É transmitida ao homem pelos insetos da família dos flebótomos. Até hoje não se
conhece um reservatório único, vários são listados: cães, equinos e roedores domésticos.
Período de incubação:
Modo de transmissão:
Quadro clínico:
85
As lesões da Leishmaniose muco-cutânea estão assim classificadas:
Tratamento:
Profilaxia:
Cuidados de enfermagem:
86
visão turva ou dupla, e comunicar o médico.
Fazer controle rigoroso da diurese;
Fazer higiene oral, antes das refeições com solução de água bicarbonatada;
Conceito
Agente etiológico:
Fonte de infecção:
Período de incubação:
Varia de dois a cinco meses, podendo durar apenas 10 dias ou até 24 meses.
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
Quadro clínico:
Tratamento:
Profilaxia:
13.13. Malária
Conceito
Dos quatro tipos de malária humana, a mais grave é a malária por Plasmodium
falciparum. Os outros três tipos são considerados benignos.
Agente etiológico:
Período de incubação:
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
89
Distribuição e suscetibilidade:
Quadro clínico:
Nos casos mais graves, esta febre se eleva a 39° C, é acompanhada de calafrios,
sudorese e prostração, podendo ocorrer fortes dores musculares e distúrbios do
comportamento (delírios).
Nesta fase, podemos ter o chamado "vômito negro" e urina "cor de coca-cola". O
paciente pode chegar à insuficiência renal.
Tratamento:
Vários medicamentos podem ser usados, entre eles: cloraquina, sulfato de quinina
e outros.
Profilaxia:
Cuidados de enfermagem:
90
Luvas para manusear o paciente e os objetos contaminados;
Lavar as mãos antes e após higienização do paciente;
Todo material não descartável deve ser descontaminado antes do
reprocessamento;
Controlar sinais vitais;
Controlar os picos febris;
Fazer rodízio das punções venosas;
Manter repouso no leito;
Confortar o paciente em casos de delírios;
Trocar as roupas de cama e do paciente, após os acessos febris;
Proporcionar ambiente tranquilo e arejado;
Incrementar prescrição médica e de
enfermagem.
Conceito
Agente etiológico:
a) Helmintíases:
91
Tricocefalíase: é causada pelo Trichocefaius trichiurus. A infestação se dá através
da ingestão de alimentos contaminados.
b) Parasitoses:
Profilaxia:
Cuidados profiláticos:
13.15. Poliomielite
Conceito
Doença infecciosa aguda caracteriza-se por paralisia flácida de início súbito. Suas
manifestações clínicas podem ocorrer desde a forma inaparente, até à paralisia de
grupos musculares, pela destruição de neurônios periféricos e/ou do SNC.
Agente etiológico:
Fonte de infecção:
93
O homem é o único reservatório, principalmente as crianças com infecção
inaparente.
Período de incubação:
Período de transmissibilidade:
O vírus da poliomielite pode estar presente nas secreções faríngeas desde trinta e
seis horas e nas fezes desde setenta e duas horas da infestação. Porém, o período de
maior infectação vai de sete a dez dias antes do início dos sintomas até sete a dez dias
após. O vírus permanece nas fezes por um período de até seis semanas.
Modo de transmissão:
Suscetibilidade e distribuição:
A vacinação veio erradicar a doença, porém todas as pessoas não vacinadas estão
sujeitas a infecção.
Quadro clínico:
94
irritação radicular e rigidez de nuca. Não há presença de paralisias nem de distúrbios da
consciência. A evolução é benigna. Corresponde a 1% das infecções.
Forma paralítica: esta forma clínica permite diagnóstico fácil e acomete 1% das
infecções. A fase paralítica é precedida por período prodrômico de três a cinco dias, com
sinais de infecção abortiva, podendo aparecer febre e convulsões que desaparecem
transitoriamente.
Tratamento:
Profilaxia:
Vacina SABIN: três doses com intervalos de 2 meses ou de, no mínimo, 30 dias, mais
uma dose de reforço em um ano após a última dose;
Campanhas de vacinação têm ação complementar;
Notificação compulsória às autoridades sanitárias locais;
Isolamento entérico.
Cuidados de enfermagem:
Isolamento entérico (uso de luvas para manusear o paciente e objetos
contaminados);
95
Observação contínua;
Repouso no leito;
Evitar injeções intramusculares;
Manter o paciente em posição confortável;
Cuidado com os pés, não deixá-los caídos, usar saquinhos de areia como apoio;
Em dificuldade respiratória, manter o paciente em Fowler;
Mudança de decúbito de 2 em 2 horas;
Colocar os braços em ligeira flexão;
Manter as roupas de cama bem esticadas para evitar desconforto;
Observar e anotar o número e o aspecto das eliminações;
Banho de chuveiro, sempre que o paciente tiver condições;
Na melhora do paciente, levá-lo aos "banhos de sol".
13.16. Raiva
Conceito
Agente etiológico:
Fonte de infecção:
No homem, em média quarenta e cinco dias, podendo variar de alguns dias até
um ano.
Modo de transmissão:
Distribuição e suscetibilidade:
Quadro clínico:
Tratamento:
Profilaxia:
Cuidados de enfermagem:
Isolamento rigoroso;
Máscara e avental para todas as pessoas que entrarem no quarto;
Luvas para quem manusear o paciente;
As mãos devem ser lavadas após tocar o paciente ou artigos potencialmente
contaminados;
Material não descartável deve ser descontaminado antes de ser reprocessado;
Uso de óculos (goggles) quando o paciente apresentar tosse e se estiver entubado
ou traqueostomizado;
Restringir o paciente ao leito;
Evitar ruídos;
Incrementar prescrição médica e de enfermagem;
Higiene somente se necessário;
Aspirar as secreções sempre que necessário;
Etiquetar com "RAIVA" todo o material e roupas usadas no paciente;
Fazer desinfecção terminal após o óbito.
98
13.17. Sarampo
Conceito
Agente etiológico:
Fonte de infecção:
Período de incubação:
É, em média, de dez dias, variando de oito a catorze dias do início do contágio até
o aparecimento dos primeiros sintomas.
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
Suscetibilidade e distribuição:
99
A distribuição do sarampo é universal, sem predomínio de raça ou sexo, embora
se observem maiores índices de complicações no sexo masculino.
Quadro clínico:
Tratamento:
Profilaxia:
Vacinação: primeira dose aos 9 meses, segunda dose adicional a partir dos 12
meses;
Notificação compulsória às autoridades sanitárias locais;
Isolamento respiratório, até cinco dias após o aparecimento do exantema;
Cuidados pessoais de higiene. Cuidados de enfermagem:
Isolamento respiratório;
Máscara para todas as pessoas que entrarem no quarto;
Avental para quem manusear o paciente;
Lavar a mãos antes e depois de tocar o paciente;
Todo material que não for descartável deve ser descontaminado antes do
reprocessamento;
Repouso no leito;
Banho com sabão neutro e água morna pelo menos duas vezes ao dia;
Proporcionar ambiente arejado e livre de corrente de ar;
Higiene dos olhos quatro vezes ao dia;
100
Higiene nasal quatro vezes ao dia;
Higiene oral com água bicarbonatada duas vezes ao dia;
Ensinar o paciente a proteger boca e nariz, sempre que tossir ou espirrar;
Oferecer líquidos com freqüência;
Controlar temperatura;
Incrementar prescrição médica e de enfermagem.
Conceito
Agente etiológico:
Fonte de infecção:
101
Período de incubação:
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
Quadro clínico:
102
Tratamento:
Profilaxia:
Cuidados de enfermagem:
103
13.19. Tuberculose
Conceito
Agente etiológico:
Fonte de infecção:
Período de incubação:
Período de transmissibilidade:
Modo de transmissão:
De pessoa a pessoa, principalmente pelo ar, através das gotículas de Flugge e dos
núcleos de Wells, eliminados pela tosse de pacientes bacilíferos positivos.
Suscetibilidade e distribuição:
104
A distribuição é universal, com maior incidência em crianças até 3 anos,
adolescentes e adultos jovens. Acomete com maior incidência os desnutridos,
alcoólatras e indivíduos imunodeprimidos.
Quadro clínico:
Tratamento:
Profilaxia:
105
Visita domiciliar do Enfermeiro Sanitarista, com a finalidade de estimular o
tratamento ambulatorial;
Quimioprofilaxia dos contatantes;
Vacinação pela BCG, - uma dose a partir do nascimento e um reforço na idade
escolar até 6 anos.
Cuidados de enfermagem:
Conceito
Agente etiológico:
106
b) Hepatite B: vírus da hepatite B (VHB);
c) Hepatite C: vírus da hepatite C;
d) Hepatite D: vírus da hepatite D;
e) Hepatite E: vírus da hepatite E.
Hepatite "A"
A transmissibilidade deste vírus constitui problema sério de Saúde Pública, pois sua
infestação se dá a partir de 2 semanas antes do início dos sintomas até duas
semanas após a doença.
quadro clínico pode passar a sintomáticos ou com poucos sintomas, bem gerais.
Hepatite "B"
Único reservatório deste vírus é o homem. Sua transmissão ocorre pelas relações
sexuais, por agulhas ou instrumentos contaminados com sangue, solução de
continuidade da pele e mucosa, transfusão de sangue e seus derivados e transfusão
perinatal.
107
Quadro clínico é variável, podendo apresentar de formas assintomáticas a formas
graves. Podemos descrevê-las como:
Profilaxia:
Cuidados de enfermagem:
108
casos de vírus "B", manter precauções com sangue e secreções.
14 - ISOLAMENTO HOSPITALAR
Fonte: (adaptado de) Informes Técnicos da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. CADAIS, Ano III, nr. 15.
1991.
14.2 Conceito
110
A rotina de lavar as mãos deve ser cumprida rigorosamente antes de entrar e ao
sair do quarto, e após retirar as luvas, entre um procedimento e outro;
Os artigos devem ser exclusivos do paciente e de preferência descartáveis. Os
artigos reutilizáveis devem ser submetidos à desinfecção. Evitar a entrada de
objetos desnecessariamente, tais como prontuários;
Os EPI devem ser retirados e descartados ou colocados em hamper na saída do
quarto de isolamento. Não é permitida a circulação para outras áreas com os
mesmos.
Lavas, máscaras e aventais são indicados para todas as pessoas que entram no
quarto.
111
*Os núcleos de gotículas, que contêm o bacilo da tuberculose possuem o
diâmetro entre 1 a 5 mícrons e as máscaras comuns não são efetivas em filtrá-los.
Exemplos:
112
15. ANEXOS
113
Até 2 culturas negativas de
secreção nasal e de garganta,
DIFTERIA FARÍNGEA Rigoroso Secreção Respiratória realizadas no mínimo 24 horas
após a suspensão da
terapêutica antimicrobiana
ESTREPTOCCOCIA (Grupo A)
* Respiratória, (faringite, Até 24 horas do início do
Respiratório Secreções Respiratórias
amigdalite, escarlatina, tratamento eficaz
pneumonia).
Durante a doença
-- neonatal Em
situações
especiais
114
paciente imunodeprimido; neste caso, é respiratórias Aquelas suscetíveis, se possível,
indicado se a devem evitar entrar no quarto.
higiene do Observar as recomendações para
-- localizado em paciente Até que todas as lesões estejam
paciente é os comunicantes de varicela
imunocompetente; na fase de crosta.
precária Secreções das lesões
(isolamento
em situações
especiais).
Secreções Respiratórias
Até 24 horas do início do
-- Haemophilus influenza e Respiratório
tratamento eficaz
115
Até 7 dias do início do As pessoas não suscetíveis não
RUBÉOLA exantema. necessitam usar máscaras.
Respiratório Secreções Respiratórias
-- adquirida Gestantes suscetíveis devem evitar
de entrar no quarto
-- congênita Durante a internação (até
Respiratório Secreções Respiratórias
completar 02 anos de idade)
Os comunicantes suscetíveis
devem permanecer isolados, a
116
partir do 10º dia de exposição até
o 21º dia depois da última
exposição.
117
16 - OUTRAS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Os vírus não pertencem a nenhum reino específico são estudados como um caso
à parte. São parasitas intracelulares obrigatórios e somente vistos na microscopia
eletrônica. Não apresentam constituição celular e sim apenas uma cápsula proteica e um
118
ácido nucléico: o DNA ou RNA. Muitas viroses atacam vegetais e animais. Em humanos,
a maioria das viroses ocorre na infância e são de cura espontânea.
As principais são:
1. Gripe e Resfriado Comum: Embora causados por vírus diferentes, seus sintomas
são semelhantes: coriza, obstrução nasal, tosse e espirro; a febre geralmente só
aparece nos casos de gripe. Ambas as doenças são transmitidas por gotículas
eliminadas pelas vias respiratórias. Recomenda-se apenas repouso, boa
alimentação, ingestão de uma grande quantidade de líquidos e se necessário,
antitérmicos e descongestionantes. Se os sintomas persistirem, por mais de uma
semana é necessário consultar um médico;
2. Febre Amarela: É causada por um vírus transmitida pelo mosquito Aedes aegypti,
provocando febre, vômito e lesões no fígado. A profilaxia é feita através do
combate ao mosquito e da vacinação;
18 - IMUNIZAÇÃO
Uma doença ocorre na população como resultada do acúmulo de suscetíveis. O
indivíduo é parte de um grupo e, por isto, a sua resistência e suscetibilidade são fatores
significativos que têm influência sobre a incidência da doença. Estas características
tornam-se mais importantes no caso de agentes infecciosos que se transmitem de uma
pessoa a outra. O agente não consegue se disseminar quando a proporção de pessoas
imunes é elevada. Esta se aplica tanto a populações humanas (imunidades de massa)
como de animais vertebrados (imunidade de rebanho).
Do ponto de vista do controle de doenças específicas, como, por exemplo, o
sarampo no homem ou a raiva no cão, é importante saber, exatamente, que proporção
da população deve ser imunizada para que seja interrompido o processo de expansão
de uma infecção. Os dados disponíveis indicam que 85% de pessoas imunes são
suficientes para cessar a transmissão da difteria, e que a circulação do vírus do sarampo
é interrompida quando 95% dos indivíduos estão imunizados.
Todos os agentes infecciosos possuem propriedades que ajudam a determinar a
ocorrência da doença. Identificando-se, para cada um destes microorganismos,
mecanismos que permitem deter sua disseminação. Um esquema que facilita a
119
compreensão destes mecanismos é a chamada cadeia epidemiológica ou cadeia de
infecção, que pode ser ilustrada por uma corrente, cujos elos representam pontos
importantes no processo de determinação da doença:
Fundamentos Imunológicos
120
obtidas em cultura de bactérias, submetidas a modificações químicas ou pelo calor
(toxóide diftérico e tetânico, por exemplo); vírus vivos atenuados (vacina oral contra a
poliomielite e vacinas contra o sarampo e a febre amarela, por exemplo); vírus inativados
(vacina contra a raiva, por exemplo); frações de vírus (vacina contra a hepatite B,
constituída pelo antígeno de superfície do vírus, por exemplo).
Fatores inerentes ao organismo que recebe a vacina: mecanismos básicos da
resposta imune.
Vários fatores inerentes ao organismo que recebe a vacina podem interferir no
processo de imunização, isto é, na capacidade desse organismo responder
adequadamente à vacina que se administra: idade; doença de base ou intercorrente;
tratamento imunodepressor.
Há dois mecanismos básicos de resposta imune: os inespecíficos e os específicos.
Mecanismos inespecíficos
121
Mecanismos específicos
IMUNIDADE CELULAR
Como resultado da ativação de linfócitos T, dá-se o aparecimento de diversas
subpopulações dessas células: linfócitos T-auxiliares, linfócitos T-supressores, linfócitos T-
citotóxicos, linfócitos T responsáveis pelas reações de hipersensibilidade tardia e
linfócitos T-memória. Os mediadores das respostas dos linfócitos T são substâncias
solúveis de baixo
122
Peso molecular denominada linfocinas. Os linfócitos T-memória são responsáveis pela
conservação da “lembrança” do primeiro contato com o antígeno, fato que proporciona
resposta intensa e imediata, com curto período de latência, num segundo contato
desses linfócitos com o antígeno que determinou o seu aparecimento (resposta
secundária). A imunidade celular é responsável predominantemente pela proteção
específica contra infecções intracelulares, causadas por vírus, bactérias, fungos e
protozoários. Linfócitos T-citotóxicos estimulados são capazes de lisar células infectadas
quando determinantes antigênicos do patógeno se expressam em sua membrana. Lise
de células infectadas também pode ser provocada por citotoxicidade mediada por
anticorpos, cujas células efetoras são os linfócitos K (killer), que correspondem a cerca de
5% dos linfócitos do sangue, providos de receptores para a fração Fc de anticorpos da
classe IgG.
IMUNIDADE HUMORAL
O estímulo antigênico dos linfócitos B determina a formação de clone de
linfócitos B-memória e a transformação de outros linfócitos B em plasmócitos,
responsáveis pela produção de substâncias com estrutura bem definida, com alto peso
molecular, denominadas imunoglobulinas que recebem o nome de anticorpos quando
são capazes de reagir com o antígeno responsável pelo seu aparecimento (imunidade
humoral). As respostas de imunidade humoral são mais duradouras quando há
participação de linfócitos T-auxiliares na ativação de linfócitos B (ou seja, quando os
antígenos são T-dependentes).
Três classes de imunoglobulinas séricas (IgM, IgG e IgA) e as IgA-secretoras
(liberadas na superfície das mucosas dos tratos respiratório, intestinal e genitourinário)
atuam na imunidade contra os agentes infecciosos. Na resposta da imunidade humoral
que se segue ao primeiro contato com o antígeno (resposta primária) há um período de
latência de alguns dias ou algumas semanas entre o estímulo e o aparecimento de
anticorpos séricos: de início aparecem os anticorpos da classe IgM (cujo
desaparecimento geralmente se dá no fim de algumas semanas ou meses), seguidos
pelos anticorpos das classes IgA e IgG.
Os anticorpos da classe IgG são detectados no sangue durante tempo
prolongado, constituindo a sua presença indicação de imunidade ou contato prévio
com o antígeno em questão. A resposta imune humoral primária não depende da
participação da imunidade celular, tímica, sendo por isso denominada T-independente.
123
A resposta humoral secundária, que ocorre no segundo contato com o antígeno,
após curto período de latência, relacionada fundamentalmente com o acentuado
aumento da concentração sérica de IgG, é também denominada resposta do tipo
booster ou anamnéstica. A resposta humoral secundária se traduz por imunidade
rápida, intensa e duradoura e é dependente da participação da imunidade celular,
tímica, sendo, por isso, chamada de T-dependente.
A imunidade humoral e os mecanismos de defesa anti-infecciosos inespecíficos
com que se associa (particularmente a fagocitose e a ativação do sistema complemento
por via clássica) são responsáveis pela neutralização de toxinas e de alguns vírus, pela
opsonização de bactérias capsuladas e pela lise de bacilos gram-negativos entéricos.
Agentes Imunizantes
Natureza
Composição
124
crescimento de contaminantes (bactérias e fungos); estabilizadores (nutrientes) são
adicionados a vacinas constituídas por agentes infecciosos vivos atenuados. Reações
alérgicas podem ocorrer se a pessoa vacinada for sensível a algum desses componentes;
Adjuvantes: compostos contendo alumínio são comumente utilizados para
aumentar o poder imunogênico de algumas vacinas, amplificando o estímulo provocado
por esses agentes imunizantes (toxóide tetânico e toxóide diftérico, por exemplo).
Composição e Apresentação
Idade de aplicação
Indicação
125
Via de administração
Esquema
Contraindicações
Conservação e validade
126
horas. O prazo de validade é indicado pelo fabricante e deve ser respeitado
rigorosamente.
Introdução
Composição e apresentação
127
As vacinas recombinantes licenciadas atualmente são produzidas a partir de
leveduras (levedura de padeiro), nas quais se introduziu um plasmídio contendo o gene
AgHBs. Contêm cinco a 40mg/ml de antígeno (AgHBs), adsorvidos em hidróxido de
alumínio, utilizando-se o timerosal como conservante. Três doses dessa vacina, aplicadas
por via intramuscular, induzem títulos protetores (>10mUI/ml) em mais de 90% dos
receptores adultos sadios e em mais de 95% dos lactentes, crianças e adolescentes de
até 19 anos de idade. Idosos, dialisados e imunodeficientes apresentam resposta
imunológica mais baixa.
A vacina contra hepatite B é apresentada sob a forma líquida, em ampolas
individuais ou frascos-ampola com múltiplas doses.
Idade de aplicação
Via de administração
Esquema
As duas primeiras doses devem ser aplicadas com intervalo de um mês e a terceira
seis meses após a primeira (esquema 0,1,6); o intervalo entre a segunda e a terceira
doses deve ser de, no mínimo, dois meses.
128
Eventos adversos mais comuns
Contraindicações
Conservação e validade
Deve ser conservada entre +2°C e +8ºC. O congelamento inativa a vacina. Depois
de aberto o frasco-ampola de múltiplas doses, a vacina poderá ser utilizada durante até o
final do prazo de validade, desde que tenha sido manipulada com técnicas corretas de
assepsia. O prazo de validade é indicado pelo fabricante e deve ser respeitado
rigorosamente.
Composição e Apresentação
129
Poliovírus tipo III.............. 600.000 CCID 50
(*) CCID = dose infectante para 50% das culturas de células. Contém, além disso,
conservantes (antibióticos) e termoestabilizador (por exemplo cloreto de magnésio e
aminoácidos ou sacarose).
É apresentada sob a forma líquida, habitualmente em um conjunto de frasco,
aplicador e tampa rosqueável, moldados em plástico maleável e resistente, contendo 20
ou 25 doses.
Idade de aplicação
Via de administração
A vacina contra poliomielite deve ser administrada por via oral. Cada dose
corresponde a duas gotas, que equivalem a 0,1ml, ou de acordo com as especificações
de cada fabricante.
Esquema
Esquema em vacinação de rotina: três doses a partir dos dois meses de idade,
obedecendo a um intervalo de 60 dias entre as vacinações. Uma quarta dose deve ser
aplicada aos 15 meses de idade. O intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias.
Eventos adversos
Contraindicações
Conservação e validade
18.4 Vacina Contra Difteria, Tétano e Coqueluche (Vacina Tríplice DTP - Tríplice
Bacteriana)
Composição e apresentação
Idade de aplicação
131
Via de administração
Esquema
Eventos adversos
Contraindicações
132
Precauções
Conservação e validade
Deve ser conservada entre +2°C e +8°C. O congelamento inativa a vacina. Depois
de aberto o frasco-ampola de múltiplas doses, a vacina poderá ser utilizada até o final do
prazo de validade, desde que tenha sido manipulada com técnicas corretas de assepsia.
O prazo de validade é indicado pelo fabricante e deve ser respeitado rigorosamente.
Composição e apresentação
Idade de aplicação
A vacina dupla do tipo infantil DT poderá ser aplicada em menores de sete anos e
a dupla do tipo adulto dT a partir desta idade.
Via de administração
133
Esquema
Vacina dupla do tipo infantil (DT): indicada para crianças com menos de sete anos
de idade para as quais haja contraindicação de receberem a vacina contra a coqueluche
(componente pertussis = P) da vacina tríplice DTP. O esquema de administração é o
mesmo utilizado para a vacina tríplice DTP.
Vacina dupla do tipo adulto (dT): indicada a partir de sete anos de idade a
pessoas que não receberam nenhuma dose da vacina tríplice DTP ou da vacina dupla do
tipo infantil - DT, ou não completaram o esquema básico com uma dessas vacinas, ou
cujo estado vacinal não seja conhecido. É ainda empregada como reforço da vacinação
efetuada com a tríplice DTP ou com a dupla do tipo infantil - DT.
Esquema básico: pode ser adotado um dos seguintes esquemas:
Três doses aplicadas com intervalo de dois meses, mínimo de um mês, entre a
primeira e a segunda, e de seis meses entre a segunda e a terceira (esquema 0, 2,
8);
Três doses aplicadas com intervalos de dois meses, mínimo de um mês (esquema
0, 2, 4).
Por motivos de ordem operacional tem-se optado por um ou outro esquema nas
diferentes regiões do país.
Notas:
1. O aumento do intervalo entre as doses não invalida as anteriores e, portanto, não
exige que se reinicie o esquema;
2. Devem-se considerar válidas as doses da vacina tríplice DTP ou da vacina dupla
do tipo infantil DT aplicadas anteriormente.
134
Vacinação da Gestante
Esquema básico: consta de três doses, podendo ser adotado um dos seguintes
esquemas:
I. As primeiras duas doses com intervalo de dois meses (mínimo de um mês) -
aplicando-se a primeira o mais precocemente possível - e a terceira, seis meses
depois da segunda; caso só haja tempo para aplicação de duas doses, a segunda
deve ser aplicada 20 dias, ou mais, antes da data provável do parto (esquema 0,
2, 8);
II. Três doses, de dois em dois meses (intervalos mínimos de um mês) - aplicando-se a
primeira dose o mais precocemente possível; caso só haja tempo para aplicar
duas doses, a segunda deve ser aplicada 20 dias, ou mais, antes da data provável
do parto (esquema 0, 2, 4). Por motivos de ordem operacional, tem-se optado por
um ou outro esquema nas diferentes regiões do país.
Gestante vacinada
Esquema básico: na gestante que já recebeu uma ou duas doses da vacina contra
o tétano (DTP, DT, dT ou TT) deverão ser aplicadas mais duas ou uma dose,
respectivamente, da vacina dupla tipo adulto (dT), para se completar o esquema básico
de três doses. Essa terceira dose deve ser aplicada 20 dias ou mais antes da data
provável do parto.
Reforços: de dez em dez anos; antecipar a dose de reforço se ocorrer nova
gravidez cinco anos, ou mais, depois da aplicação da última dose. A dose de reforço
deve ser aplicada 20 dias ou mais antes da data provável do parto.
Precaução
Conservação e validade
Deve ser conservada entre +2°C e +8ºC. O congelamento inativa a vacina. Depois
de aberto o frasco-ampola de múltiplas doses, a vacina poderá ser utilizada até o final do
prazo de validade, desde que tenha sido manipulada com técnicas corretas de assepsia.
O prazo de validade é indicado pelo fabricante e deve ser respeitado rigorosamente.
Composição e apresentação
Idade de aplicação
Via de administração
Intramuscular.
Esquema
Contraindicações
Não há, exceto aquelas gerais a todas as vacinas, como doenças graves ou relato
de ocorrência de reação anafilática sistêmica após aplicação de dose anterior.
137
Conservação e validade
Deve ser conservada entre +2°C e +8ºC. O congelamento inativa a vacina. Depois
de aberto o frasco-ampola de múltiplas doses, a vacina poderá ser utilizada até o final do
prazo de validade, desde que tenha sido manipulada com técnicas corretas de assepsia.
O prazo de validade é indicado pelo fabricante e deve ser respeitado rigorosamente.
Composição e apresentação
Idade de aplicação
Via de administração
Subcutânea
Esquema
Dose única.
138
A frequência dos eventos varia de acordo com a cepa vacinal utilizada,
particularmente em relação à vacina contra a caxumba.
Contraindicações
Notas:
Conservação e validade
139
18.7 Vacina Contra Febre Amarela
Composição e apresentação
Idade de aplicação
A partir de seis meses de idade nas áreas endêmicas (onde há casos humanos).
Nas regiões onde há casos de febre amarela entre macacos (áreas enzoóticas ou
epizoóticas), mas não em seres humanos, a vacina é utilizada a partir dos nove meses,
simultaneamente com a vacina contra o sarampo.
Via de administração
Subcutânea
Esquema
Dose única. Reforço a cada dez anos. A vacina contra febre amarela deve ser
aplicada simultaneamente ou com intervalo de duas semanas para as outras vacinas
virais vivas. Excetua-se a vacina oral contra poliomielite, que pode ser aplicada
simultaneamente ou com qualquer intervalo.
140
Contraindicações
Conservação e validade
Considerações gerais
Composição e apresentação
142
Idade de aplicação
Via de administração
Intramuscular ou subcutânea.
Esquema
Dor local, de pequena intensidade, com duração de até dois dias. Febre, mal-estar
e mialgias, mais frequentes em pessoas que não tiveram exposição anterior aos
antígenos da vacina (por exemplo, crianças). Começam seis a 12 horas após a vacinação
e podem persistir durante um ou dois dias.
As vacinas constituídas por vírus fracionados ou por subunidades são menos
reatogênicas do que as de vírus inteiros. Reações anafiláticas são raras, geralmente em
consequência da proteína residual do ovo.
Indicações
No que se refere aos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs), a
Comissão Assessora de Imunizações do Ministério da Saúde estabeleceu as seguintes
prioridades para vacinação:
a. Adultos e crianças com seis meses de idade ou mais, com doença pulmonar ou
cardiovascular crônica e grave, insuficiência renal crônica, diabetes melito
insulinodependente, cirrose hepática e hemoglobinopatias;
143
b. Adultos e crianças com seis meses de idade ou mais, imunocomprometidos ou
VIH-positivos;
c. Pacientes submetidos a transplantes;
d. Profissionais de saúde e familiares que estejam em contato com os pacientes
mencionados anteriormente;
e. Pessoas de 60 anos e mais, por ocasião das campanhas anuais.
Contraindicações
Conservação e validade
Deve ser conservada entre +2ºC e +8ºC. Não pode ser congelada.
Composição e apresentação
Idade de aplicação
Via de administração
Eventos adversos
A vacina contra a raiva pode provocar reações locais (eritema, edema e/ou
prurido); com pequena frequência ocorrem febre, cefaléia, artralgias ou adenomegalia.
As reações desmielinizantes, com acidentes neuroparalíticos (mielite, polirradiculoneurite
ou encefalite) são incomuns em nosso meio. Ocorrendo reações de pequena
intensidade (locais ou sistêmicas) será prescrito analgésico, antitérmico e/ou anti-
histamínico. Havendo reações alérgicas muito intensas ou manifestações sugestivas de
comprometimento neurológico (cefaléia, mialgias, artralgias, diminuição do tônus
145
muscular, parestesia plantar, etc.) - que geralmente ocorrem depois da aplicação de
várias doses ou com a repetição do esquema -, deve-se prescrever medicamento(s)
sintomático(s), suspender a administração da vacina Fuenzalida-Palacios e completar o
esquema com a vacina antirrábica de cultivo celular (ver Norma Técnica de Profilaxia
Antirrábica Humana).
Em relação ao soro antirrábico, reações anafiláticas graves (edema de glote,
hipotensão e, inclusive, choque anafilático) podem ocorrer em indivíduos anteriormente
sensibilizados a proteínas de cavalo. O soro antirrábico também pode provocar reações
locais de caráter benigno (dor, edema e hiperemia transitórios) ou grave (reação de
hipersensibilidade, pouco depois da aplicação, com inflamação e necrose muscular
acompanhadas de febre, artralgias e urticária).
A doença do soro (febre, artralgias, urticária e hipertrofia de gânglios linfáticos)
pode manifestar-se, sete a dez dias depois da injeção, em pessoas já sensibilizadas por
uma ou mais administrações anteriores de soros heterólogos. Por causa do risco de
reações graves determinadas pelo emprego do soro antirrábico, tanto o teste cutâneo
quanto a aplicação da dose total em pessoas com teste de sensibilidade negativo devem
ser efetuados em sala de atendimento onde se disponha de recursos para tratamento
adequado de reação anafilática.
Contraindicações
146
poderá ser administrado, também sob orientação médica, em esquema de
dessensibilização idêntico ao descrito para o soro antitetânico.
Quando necessário, a vacina contra raiva (a do tipo Fuenzalida-Palacios ou
qualquer outra) e o soro antirrábico (ou a imunoglobulina humana antirrábica) devem
ser administrados a pessoas de qualquer idade, sadias ou doentes, mesmo que estejam
grávidas, imunodeprimidas ou em uso de corticosteroides. Durante a vacinação, desde
que possível, deve ser suspenso o uso do corticosteroide ou de outros medicamentos
imunodepressores. Como já foi mencionado, nas pessoas imunocomprometidas,
incluindo os doentes com AIDS, deve-se dar preferência ao uso de vacina contra raiva de
cultivo celular.
Conservação e validade
A vacina e o soro contra a raiva devem ser conservados entre +2ºC e +8ºC, não se
permitindo congelamento. A vacina Fuenzalida-Palacios apresenta aspecto opalescente;
havendo precipitação, deve ser agitada antes do uso e se, depois disso, persistir a
presença do precipitado, a vacina deverá ser desprezada. Deve ser respeitado o prazo de
validade indicado pelo fabricante.
147
Inspeção: Envolve a inspeção de empresas que produzem ou comercializam
produtos ou serviços que podem afetar a saúde da população, como indústrias de
medicamentos, de produtos de limpeza etc.
Medicamentos Envolve a verificação da qualidade, da eficácia e da segurança de
medicamentos, tanto antes da produção, quanto após a comercialização, para verificar a
existência de efeitos colaterais não previstos (a chamada farmacovigilância).
Monitoração da Propaganda: Envolve a fiscalização da propaganda de produtos
relacionados à saúde, como medicamentos, alimentos etc.
Portos, Aeroportos e Fronteiras: Envolve a fiscalização dos produtos, meios de
transporte e viajantes que saem e entram no país por meio de seus portos, aeroportos e
fronteiras.
Produtos para a saúde: Envolve a vigilância de diversos produtos médico
hospitalares, desde seringas até equipamentos de tomografia. Assim como os
medicamentos, a ANVISA acompanha esses produtos desde sua produção até após sua
comercialização, para certificar que estão funcionando de maneira correta (a chamada
tecnovigilância).
Regulação de preços: Envolve a monitoração dos preços de medicamentos e
outros produtos que podem afetar a saúde da população.
Relações Internacionais: Envolve a manutenção de relação da ANVISA com
outros países, como os do MERCOSUL.
Saneantes: Envolve a verificação da qualidade, da eficácia e da segurança de
produtos de limpeza.
Laboratórios: Envolve a fiscalização dos laboratórios que fazem as análises
científicas de produtos sujeitos à vigilância sanitária
Sangue, tecidos e órgãos: Envolve a verificação da qualidade e da segurança de
sangue, tecidos e órgãos para transfusão e transplantes.
Serviços de saúde: Envolve a fiscalização sanitária de hospitais, clínicas etc.
Fumo: Envolve o controle dos produtos de tabaco comercializados no país e o
combate ao tabagismo.
148
20 - SAÚDE DA MULHER
A assistência à saúde da mulher
está organizada num programado
Ministério da Saúde, o Programa de
Assistência Integral à Saúde da Mulher
(PAISM). Este programa prevê a
assistência à mulher deforma integrada,
abordando-se as várias fases de sua
vida, da adolescência à menopausa,
incluindo a assistência ao pré-natal, parto e puerpério (ciclo gravídico-puerperal),
planejamento familiar (ciclo reprodutivo), assistência clínico-ginecológica (prevenção e
controle do câncer ginecológico e de mama e prevenção das DST) e climatério. O
objetivo do programa é melhorar as condições de saúde da mulher e reduzir as taxas de
morbidade e mortalidade maternas.
Na assistência clínico-ginecológica há especial preocupação com a prevenção do
câncer de mama e do câncer cérvico-uterino. A ocorrência destes tipos de neoplasias
expressa a baixa cobertura dos exames preventivos e pouco investimento em atividades
de educação em saúde.
O câncer do colo do útero é uma doença possível de ser prevenida e curada.
Entretanto, em nosso país representa a segunda causa de óbitos por neoplasia em
mulheres, pois 70% dos casos diagnosticados já estão em fases avançadas. Ressalte-se,
ainda, ser uma doença que incide mais em mulheres de baixo nível socioeconômico.
Para reduzir a incidência e a mortalidade por câncer de colo do útero, o Ministério
da Saúde desenvolveu o Programa Nacional de Controle de Câncer de Colo Uterino – o
qual utiliza as estratégias de ações educativas e aumento da qualidade dos serviços
prestados pelo sistema de saúde. Seu público-alvo são as mulheres entre 35 e 49 anos de
idade, consideradas como a população de maior risco.
149
– coleta de material para o exame de Papanicolaou (preventivo ou colpocitológico):
consiste no preparo e orientação prévia da mulher, coleta do esfregaço, processamento
e leitura do esfregaço no laboratório;
– avaliação do resultado, tratamento e acompanhamento do tratamento do câncer de
colo do útero, quando se fizer necessário.
Este programa, como os demais, é operacionalizado pelas unidades básicas de
saúde.
O câncer de mama é um grave problema de saúde pública, responsável por
significativo número de óbitos entre mulheres adultas. É, provavelmente, o câncer mais
temido pelas mulheres, tanto por sua alta freqüência como, sobretudo, pelo impacto
psicológico que provoca, visto envolver negativamente as percepções da sexualidade e
autoestima.
A principal e mais efetiva arma que contra ele dispomos é o seu diagnóstico
precoce mediante realização do autoexame das mamas - procedimento que permite à
mulher participar do controle de sua saúde, uma vez que possibilita a identificação
precoce de quaisquer alterações das mamas.
As questões referentes à saúde reprodutiva da mulher convergem para a
abordagem sobre o exercício responsável do seu direito reprodutivo, como forma de
vivenciar sua sexualidade e ter liberdade sobre a escolha de tornar-se mãe ou não.
O Programa de Planejamento Familiar, do Ministério da Saúde, responsável pelo
desenvolvimento das ações referentes ao ciclo reprodutivo, orienta-se especificamente
por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso igualitário a informações,
meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade, inclusive a
esterilização voluntária - permitida tanto para homens como para mulheres com mais de
25 anos, ou pelo menos com dois filhos, ou quando há risco de vida à saúde da mulher
ou do concepto.
As ações básicas previstas neste Programa preconizam, ainda, que sejam
repassadas informações sobre a anatomia e fisiologia do corpo feminino, métodos
anticoncepcionais, seu funcionamento, vantagens e desvantagens – tudo isto realizado
através de metodologia de práticas educativas e acesso a todos os métodos, para que a
mulher possa fazer a opção que a ela melhor se adeque.
Embora recente, a utilização de estratégias voltadas para a assistência no
puerpério devem ser rotineiramente implementadas, pois neste período há uma
150
concentração de morbimortalidade para a mãe, expressa em distúrbios psíquicos,
infecção vaginal, mastite e doenças circulatórias obstrutivas, entre outros sintomas.
A assistência à saúde da mulher no climatério, visando promover uma vida digna
nesta faixa etária, passou a ser uma necessidade devido ao aumento da expectativa de
vida da população brasileira como um todo - para 75 anos de idade, em média.
Esta fase do ciclo vital feminino indica que a mulher passou da fase reprodutiva, o
que não significa o fim de sua sexualidade. É um período de transformações e ocorre
entre os 40 e 65 anos. O climatério inicia-se gradualmente e está associado a uma série
de alterações em decorrência da perda de atividade dos ovários, causando mudanças
metabólicas (modificações das lipoproteínas), hormonais (queda progressiva dos níveis
de estrogênio), genitais (ressecamento da mucosa vaginal) e psicológicas (depressão),
por exemplo.
Normalmente, não se faz necessário qualquer tratamento para a menopausa, mas
sim acompanhamento às situações que possam oferecer algum risco à mulher ou
impliquem perda de sua autonomia e/ou comprometimento de sua integridade física
(como a predisposição à osteoporose) e emocional (baixa autoestima, receio de “não ser
mais mulher como era antes”).
Como o climatério é um período de transição, é importante ressaltar a atenção
que deve ser dada às questões reprodutivas pelo menos até um ano após a menopausa -
pois uma gestação nessa fase se caracterizaria em risco de vida tanto para a gestante
como para o concepto.
Nesta faixa etária deve-se atentar para o aumento da ocorrência de DST/Aids. Por
não mais se preocupar com a hipótese de uma possível gravidez, a mulher sente-se mais
livre para os relacionamentos sexuais, ficando exposta a adquirir uma DST/Aids caso não
adote comportamento seguro. Outro aspecto é o fato de a mulher viver um
relacionamento duradouro e estável, o que a faz acreditar que não corre o risco de
adoecer. Orientá-la nesta fase é sempre um desafio, pois suas opiniões já estão formadas,
sendo mais difícil mudá-las.
A assistência à mulher vítima de violência sexual tornou-se uma necessidade
devido ao aumento, tanto nos espaços urbanos como nos rurais, da violência contra
homens, mulheres e crianças.
A segurança, assim como a saúde, é dever do Estado, mas há muitas barreiras
para enfrentar tal problema, cujas causas residem principalmente nas condições de
151
desigualdade social e falta dos recursos necessários para reduzir as desigualdades, e de
investimentos na segurança propriamente dita.
Dentre todas as formas, a violência contra a mulher, tanto física quanto sexual,
vem se destacando. Muitas vezes, ocorre dentro de sua própria casa, realizada por
alguém conhecido (pai, marido, irmão, namorado, etc.).
Ao ser procurado por uma mulher que sofreu violência, o profissional de saúde
deve estar capacitado nos programas especiais de atenção, para garantir que o abuso
por ela sofrido gere o mínimo de medo, culpa e baixa autoestima, seja nos aspectos
físicos seja nos psicológicos. Além disso, o serviço de acompanhamento ginecológico e
obstétrico das unidades de saúde deve estar estruturado para realizar as condutas e os
encaminhamentos necessários.
Durante o atendimento, é importante que os profissionais de saúde envolvidos
sejam sensíveis às dificuldades que a mulher apresenta para relatar o acontecido,
havendo inclusive recusa em ser assistida por profissionais do sexo masculino. Cabe
neste momento reforçamos a necessidade de que seja prestado um atendimento
humanizado, valorizando as questões subjetivas expressas pela mulher (sentimentos,
medo, dúvidas, incertezas), procurando proporcionar-lhe
algum conforto para que possa sentir-se menos
constrangida diante de toda a situação em que está
envolvida.
152
– Prevenção da infecção pelo HIV - o médico deve prescrever os medicamentos
antirretrovirais, desde que tomados num período curto (de 24 a 36 horas) após a
exposição;
– Contracepção de emergência - recurso utilizado para evitar a ocorrência de uma
gestação totalmente indesejada, decorrente de um ato de violência sexual. São
prescritos hormônios num prazo de até 72 horas após o ocorrido, para impedir a
implantação, no endométrio, de um possível óvulo fecundado;
– Alívio da dor e tratamento das lesões - são indicados cremes ou pomadas para auxiliar
na cicatrização das lesões, e cuidados para que a cliente se sinta menos desconfortável
após a agressão. Às vezes, faz-se preciso realizar sutura do períneo ou vulva, em
decorrência da violência do ato sexual;.
– Apoio laboratorial - é necessário que a vítima de violência sexual seja acompanhada
para avaliação tanto das repercussões do ato sexual em seu corpo como da eficácia do
tratamento instituído. Periodicamente, devem ser realizadas pesquisas do vírus da
hepatite B e do HIV, e sorologia para sífilis;
– Exame de corpo delito – realizado por profissionais de saúde e por peritos policias,
com coleta de sêmen e de outros materiais biológicos ou não, como cabelo, tecido de
roupa e outros vestígios que possam viabilizar a identificação do agressor, quando este
for desconhecido, constituindo-se em provas do crime.
Apesar de todas as condutas implementadas, se a mulher vier a desenvolver
alguma doença decorrente do ato sexual deve ter a garantia de que receberá
tratamento.
Questão fundamental é a gravidez indesejada decorrente de violência sexual. Este
é um dos poucos casos em que a lei permite a interrupção da gravidez, mas é
aconselhável que a mulher faça este procedimento com, no máximo, até 20 semanas de
gestação; após este prazo pode vir a ter sérias complicações. Caso decida prosseguir com
a gestação, a mulher deve ser encaminhada à assistência pré-natal. Se não quiser
assumir a maternidade da criança, deve ser orientada quanto aos mecanismos
disponíveis para o processo de adoção.
153
21 - SAÚDE DA CRIANÇA: UMA PREOCUPAÇÃO COLETIVA
154
A AIDPI é uma estratégia que visa integrar as ações de promoção de saúde da
criança, por meio da assistência aos aspectos preventivos e curativos. É executada com
uma abordagem por diagnóstico sindrômico, ou seja, realizado considerando os sinais e
sintomas apresentados pela criança e/ou relatados por seus responsáveis.
A principal característica da AIDPI é a “focalização da atenção nas populações de
maior risco e a revitalização do nível primário de atenção, tornando-o mais resolutivo e
capaz de prestar atendimento de qualidade às patologias de maior prevalência na
população infantil”.
Para utilizarem-se desta estratégia, os profissionais de saúde passam por
treinamento específico, o que os torna capazes de avaliar rapidamente todos os
sintomas da criança, sem excluir problemas importantes. Por exemplo, avaliar se a
criança está gravemente doente ou não, se necessitará ser referida a um hospital com
urgência ou se o tratamento pode ser feito no ambulatório ou domicílio.
155
De grande importância, o Cartão da Criança possibilita a identificação de
distúrbios no crescimento pondero-estatural (ganho de peso e altura) através do método
gráfico da “curva de crescimento”.
Quando há alguma alteração na curva, pode-se detectar a ocorrência de
distúrbios nutricionais como baixo peso para a idade, desnutrição calórico-protéica ou
sobrepeso, o que contribui sobremaneira para o planejamento e implementação de
ações que visem controlar estes problemas.
O preenchimento do Cartão da Criança, no gráfico da curva decrescimento de
acordo com a idade, segue as seguintes regras básicas:
– o primeiro peso a ser registrado deve ser o peso ao nascer;
– a pesagem periódica da criança deve ser realizada em uma balança adequada à sua
idade;
– o peso da criança será registrado diretamente no gráfico através de um ponto (·), com
a localização relacionada à idade da criança;
– com as sucessivas pesagens, os pontos são ligados uns aos outros, formando o
desenho da curva do crescimento.
A interpretação da curva é feita de acordo com a forma que adquire com o passar
do tempo: se a curva está subindo, significa que a criança está ganhando peso e
crescendo adequadamente; se a curva não sobe nem desce, o ganho de peso pode
estar estacionado, requerendo a identificação de fatores relacionados a este fato e que
intervenção deve ser feita junto à família; se a curva está descendo, a criança pode estar
caminhando para uma desnutrição ou sofrendo algum agravo que necessita
abordagem imediata, encaminhamento e, às vezes, hospitalização.
Logo abaixo do gráfico de ganho de peso, nos campos onde devemos preencher
a idade da criança quando realizamos a pesagem, há espaço para o registro da
ocorrência de outras doenças no período antecedente ao atendimento na unidade de
saúde ou em outros espaços sociais, como o domicílio, por exemplo. Assim, caso outros
profissionais interessem-se por estas informações poderão obtê-las com facilidade.
Podemos também identificar a situação vacinal da criança mediante avaliação do
calendário vacinal.
156
22 - SAÚDE DO ADOLESCENTE
157
momento em que se estabelecem novas relações do adolescente com ele mesmo, nova
imagem corporal, novas relações com o meio social, com a família e com outros
adolescentes”.
Nesta fase da vida ocorre a definição dos valores, resultando na tomada de
decisões que influenciarão o resto da vida (manifestação sexual, carreira a seguir, projeto
de vida, perspectivas, etc.). Considerando- se tal fato, para auxiliar as futuras opções dos
adolescentes faz se necessário colocar à sua disposição informações que contribuam
positivamente para escolhas saudáveis, de modo que possam, entre outros adolescentes,
tornar-se multiplicadores destas informações.
Além disso, é preciso estimular a sua inserção nos serviços de saúde e em outros
serviços de caráter intersetorial com a educação, esporte, lazer, por exemplo.
Geralmente, há nos serviços de saúde um despreparo profissional e institucional
para oferecer atendimento às necessidades específicas dessa clientela, além da falta de
priorização dos adolescentes enquanto usuários. Consequentemente, as iniciativas de
atenção ao adolescente restringem-se a um atendimento assistencialista/curativo, e não
educativo participativo.
158
abordagens adequadas e que possibilitem um trabalho contínuo de educação em
saúde, no qual o adolescente esteja envolvido não apenas como ouvinte, mas também
possa intervir com sua criatividade e reflexão crítica e, assim, assimilar melhor os
conteúdos.
No quadro a seguir, são listados os principais problemas pertinentes à
adolescência e as prioridades de ação dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), na
tentativa de solucioná-los.
Mortes por causas externas (acidentes de Adolescentes como promotores de saúde, agentes
trânsito, principalmente). multiplicadores (ações integradas com a educação e
serviços de trânsito).
Gravidez não planejada, (de risco e Orientação sexual (descoberta do corpo, novos
precoce), DST/AIDS sentimentos e prazeres, métodos contraceptivos,
relacionamento interpessoal e familiar, autoestima e
relações de gênero), acesso facilitado e continuidade
na dispensação de métodos contraceptivos, com
ênfase na dupla proteção, integração com a
educação para ações educativas em sexualidade e
saúde reprodutiva.
Baixa escolaridade e inserção precoce no Inclusão na escola, capacitação profissional,
mercado de trabalho intervenções no processo de exclusão do mercado
competitivo de trabalho: sua origem na infância
desvalorizada, detecção e tratamento de agravos à
saúde decorrentes de trabalhos insalubres.
159
– conjunto de impressos adequado ao seu acompanhamento - como poucas unidades
de saúde possuem atendimento específico para adolescentes, os prontuários terminam
sendo adaptados para serem utilizados por estes clientes. É importante que a equipe
exercite sua criatividade e, dentro das ações prioritárias para os adolescentes, elabore
instrumentos mais adequados à identificação dos aspectos a serem observados,
relevantes para determinar suas condições de vida e saúde;
Conteúdo padronizado de atividades relativas ao adolescente
Com a implantação do PROSAD, espera-se que os serviços de saúde que prestam
assistência ao adolescente trabalhem com prioridades semelhantes, adequando-se
ao perfil epidemiológico dos adolescentes atendidos, e estruturem seus serviços de
forma a atender oportunamente as necessidades dessa clientela.
Os procedimentos realizados devem envolver os esforços de toda a equipe, de
modo a garantir a obtenção regular de dados sobre o crescimento e desenvolvimento; o
registro das informações, interpretadas segundo parâmetros estabelecidos; busca de
fatores causais para eventuais distúrbios detectados; e manutenção das atividades de
forma a intervir, quando necessário, sobre os fatores capazes de atingir o crescimento e
desenvolvimento.
160
Os profissionais que realizam atendimento aos adolescentes devem conhecer os
fatores associados à expressão da sexualidade e à ocorrência de problemas nesta área.
Assim, será possível planejar ações junto aos adolescentes, na unidade de saúde ou na
comunidade (associações de moradores, escolas, clubes, igrejas), desenvolvendo
atividades educativas que busquem esclarecer as dúvidas mais comuns relativas aos
aspectos da adolescência (sexualidade, trabalho, estudo, relacionamento com os pais,
alimentação, cuidados com o corpo, etc.), para que esta fase não resulte em
repercussões negativas, físicas ou psicossociais.
Há algumas décadas, levantamentos realizados vêm apontando diminuição nas
taxas de fecundidade em todas as faixas etárias. A única exceção ocorre entre as
adolescentes, com maior percentual entre aquelas que têm de 15 a 19 anos de idade – o
que talvez possa ser explicado pelo fato de que apenas 54,1 destas jovens utilizam
algum método contraceptivo, e que muitas o façam de forma incorreta.
Entre 1993 e 1998, observou-se um aumento de 31% no percentual de parto de
meninas de 10 a 14 anos atendidas na rede do SUS. Em 1998, mais de 50 mil
adolescentes foram atendidas em hospitais públicos para curetagem pós-aborto, sendo
que quase três mil delas tinham de 10 a 14 anos.
É bem verdade que nem sempre as gestações na adolescência são indesejadas, o
que indica outra questão a ser enfrentada.
Muitas jovens engravidam em função de um problema social, que é a falta de
perspectiva de vida, baixa autoestima e problemas familiares, como se a gestação
pudesse lhes tornar adultas e independentes mais cedo.
Em todo o mundo diariamente, mais de sete mil jovens – cinco por minuto – são
infectados pelo HIV, perfazendo um total de 2,6 milhões por ano, o que representa a
metade de todos os casos registrados. Estima-se que 10 milhões de adolescentes vivem
hoje com o HIV ou estão propensos a desenvolver a AIDS nos próximos anos.
Aproximadamente, 80% das transmissões do HIV decorrem do sexo desprotegido; e
sabemos que o adolescente preocupa-se mais em evitar a gravidez do que em prevenir
as DST/AIDS. O ideal seria que sempre usassem o preservativo (masculino ou feminino),
que lhes proporciona essa dupla proteção.
Os profissionais de saúde devem estar preparados e sensibilizados para prestar
aconselhamentos a adolescentes de ambos os sexos, de forma que a manifestação da
sexualidade seja discutida de modo responsável e amadurecido. Se nessa discussão for
detectado algum distúrbio físico ou psicológico, deve-se proceder o encaminhamento
161
dos jovens aos serviços que atendem adolescentes – sob as diretrizes do PROSAD - e, se
necessário, aos serviços ligados ao Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher
(PAISM) ou aos serviços de DST/Aids.
A sexualidade é uma forma de expressão de sentimentos, muito particular em
cada indivíduo, que não depende apenas de fatores biológicos (sexo) e deve ser
respeitada. Suas várias formas de manifestação são influenciadas pelos costumes,
cultura, pressões sociais e preconceitos, gerando dúvidas e ansiedade para o
adolescente.
A gravidez na adolescência é considerada um fator que pode desviar os
adolescentes do seu projeto de vida; mas nem sempre é indesejada.
Estudos realizados na Santa Casa de São Paulo apontaram que 47,1% das 384
adolescentes primigestas, quando indagadas, responderam que desejaram ficar
grávidas.
Assim sendo, torna-se imprescindível reexaminar as concepções implícitas nas
abordagens convencionais de prevenção da gravidez na adolescência e reavaliar o
processo de aumento da maternidade/ paternidade entre os adolescentes – gravidez
essa que para alguns adolescentes faz parte do seu projeto de vida, não sendo nem
irresponsável, nem acidental.
162
maternidade dificultariam o progresso da escolarização das mães, afetando a inserção
exitosa no mercado de trabalho, colaborando, assim, para a continuidade do ciclo de
pobreza com todas as más consequências para a qualidade de vida dessas jovens. Os
homens adolescentes, também, carregam o ônus de uma gravidez nãoplanejada
quando assumem a paternidade sem estrutura econômica e às vezes emocional para
cuidar e educar um filho.
Como cerca de 14,45% dos jovens entre 10 e 14 anos e 9,42% dos jovens entre
15 e 19 anos são analfabetos, estes dados significam, em muitos casos, evasão escolar,
aumento do subemprego, baixa remuneração e, ainda, exposição do adolescente ao
risco de sofrer acidentes de trabalho, sem qualquer garantia de benefícios legais.
Principalmente nas grandes cidades, cresce o risco de estes jovens tomarem o
tortuoso caminho da criminalidade, acrescentando mais dados aos já tão altos índices de
violência. Dessa maneira, faz-se necessário um esforço conjunto dos setores saúde,
educação, segurança pública, assistência social, entre outros, no sentido de manter os
jovens envolvidos nas atividades escolares.
É importante que a escola e as unidades de saúde estejam integradas para que se
possa utilizar o espaço escolar a fim de promover atividades de educação e saúde, como
discussões sobre uso de drogas, prevenção de DST e gravidez, e para discutir meios de
melhorar a aprendizagem do aluno adolescente, oferecendo, também, suporte nas
questões ligadas à saúde mental e bucal, por exemplo.
163
Qualquer tipo de violência pode ocorrer no trabalho ou no dia-a-dia e, por mais
absurdo possa parecer, é também no ambiente familiar que adolescentes e crianças
sofrem maus-tratos e violência física, psicológica ou sexual. A violência física e
psicológica, muitas vezes, é usada pelos responsáveis com o pretexto de educar ou
corrigir, e geram traumas que podem acompanhar o adolescente pelo resto de sua vida.
Além de atuarmos junto à sociedade prevenindo a ocorrência da violência
doméstica, devemos estar atentos para detectar os sinais de maus-tratos, para
realizarmos os devidos encaminhamentos, utilizando os meios disponíveis na realidade
local.
No tocante aos acidentes, ocorrem principalmente entre os adolescentes do sexo
masculino, na grande maioria com veículos a motor. Para explicar tal ocorrência são
apontadas características de personalidade dos adolescentes (curiosidade, irreverência,
contestação), interações de fatores psicológicos e sociais, como a influência do grupo
com o qual o jovem convive, a baixa aplicabilidade das leis de trânsito, favorecendo a
idéia de impunidade, e as deficiências do sistema viário.
Partindo-se da ideia de que todo acidente pode ser evitado, deve-se atuar para
prevenir sua ocorrência. Esta ação depende dos esforços de profissionais de várias áreas;
enquanto profissionais de saúde, devemos, com os jovens e seus responsáveis, realizar
trabalhos de educação em saúde divulgando a importância da segurança no trânsito.
Outro grave problema a ser enfrentado é o uso de drogas. Todas as formas de
violência geram um terrível impacto sobre a vida do adolescente e de sua família. No
entanto, a dependência de drogas aproxima ainda mais o jovem de situações que o
expõem à violência, pela própria ilegalidade do tráfico de drogas e dos meios que o
jovem se utiliza para obter a droga que consome.
Em pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde (1996), verificou- se que 80,5%
dos adolescentes já consumiram bebida alcoólica, 28% já fumaram cigarros de tabaco e
22,8% já usaram algum tipo de droga ilícita. Estes mesmos estudos apontam que a maior
incidência de uso de drogas acontece entre adolescentes que trabalham e estudam,
estão atrasados nos estudos em 3 anos ou mais ou têm pais separados ou falecidos,
podendo estar presente mais de uma destas situações. Estes dados nos ajudam a
perceber o quanto os determinantes sociais podem vir a influenciar as condições de
saúde dos adolescentes.
Diante destas afirmativas, o profissional de saúde deve valorizar cada contato com
o adolescente e sua família, seja na unidade de saúde ou comunidade, a fim de
164
identificar precocemente condições que o levariam a se tornar um usuário de drogas
ilícitas ou mesmo lícitas, para tentar intervir sobre estas condições mediante um trabalho
de orientação em saúde e fornecimento de apoio psicológico e emocional.
Estas ações também devem acontecer junto à escola, com captação e troca de
informações sobre as condutas a serem adotadas para a prevenção do uso de drogas
entre os jovens.
A FAMÍLIA DO ADOLESCENTE
A família é um núcleo da comunidade onde nossa atuação pode ser muito
produtiva. Muitos problemas dos adolescentes têm origem nesse contexto e quando
conseguimos detectar e intervir junto a esses fatores a família, muitas vezes, torna-se
elemento facilitador para o êxito das ações.
As famílias apresentam-se de várias maneiras, às vezes distantes do ideal por nós
idealizado. O importante é nos despirmos dos preconceitos e aproveitarmos as
oportunidades, procurando, sempre que possível, envolvê-las nas atividades
desenvolvidas com o adolescente.
23 - SAÚDE DO IDOSO
O despreparo generalizado para lidar com o
envelhecimento reflete-se em alguns indicadores, que
sinalizam a urgente necessidade de mudanças. Os
idosos apresentam o maior índice de hospitalização
por faixa etária e o maior custo médio de
hospitalização no país. As contribuições à Previdência
Social geralmente não se refletem de forma justa nos
benefícios recebidos pelos idosos, fazendo com que
muitos continuem a trabalhar exaustivamente para manter seu sustento.
Para alterar este quadro de rejeição social, faz-se necessária a mobilização de
todos os setores para beneficiar os idosos com a melhoria de sua qualidade de vida,
resgatando sua dignidade e criando oportunidades para que desfrutem de uma vida
ativa na sociedade, junto à sua família, com independência e autonomia. Isto só será
possível através da valorização de suas habilidades e conhecimentos e da adequação
dos recursos disponíveis às suas necessidades.
165
ESTRATÉGIAS PARA ATENDIMENTO ÀS NECESSIDADES ESPECÍFICAS DOS IDOSOS
Na tentativa de criar estratégias para
facilitar a reorganização dos serviços de saúde
para que possam atender às necessidades de
saúde dos idosos, o Ministério da Saúde implantou
o Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso,
o PAISI.
A principal meta a ser alcançada tanto pelo
PAISI como por qualquer outra iniciativa voltada
para os interesses dos idosos é a mobilização da família e da comunidade para que
assumam seu papel no processo de valorização dos idosos.
Os profissionais que desenvolvem atividades na perspectiva da atenção básica
estão mais próximos do conhecimento acerca das condições de vida e saúde destes
idosos, sendo mais fácil identificar quais fatores de risco necessitam de intervenção junto
às famílias e à comunidade. Sob tal ótica, os profissionais de saúde podem executar
atividades de impacto individual ou coletivo, voltadas para a promoção da saúde,
prevenção de agravos e prestação de assistência aos idosos.
PROMOÇÃO À SAÚDE
As atividades ligadas à promoção à saúde dos idosos devem ser realizadas junto a
eles próprios e à sociedade como um todo. Entretanto, faz-se necessário ter a clara idéia
de que um envelhecimento saudável começa hoje, com a adoção de hábitos saudáveis
no presente (adulto jovem) para gerar tranquilidade no futuro. As atividades devem
estar voltadas para a divulgação de informações acerca do processo de envelhecimento
para o idoso, sua família e cuidadores de idosos dependentes.
É importante empenharmos nossos esforços para estimular a reflexão e mobilizar
a sociedade, de forma a facilitar e garantir o acesso e a permanência dos idosos em
todas as atividades físicas, laborativas, etc.
Uma forma criativa de garantir o envolvimento dos idosos em atividades de lazer
é a realização de passeios por locais de visitação pública, como praças, jardins zoológicos
e botânicos, onde poderão desenvolver atividades físicas leves e, ao mesmo tempo,
conhecer novas informações. É importante que os idosos iniciem ou retomem atividades
166
que desenvolviam quando mais jovens, o que traz benefícios à sua saúde como um
todo.
PREVENÇÃO DE AGRAVOS
O envelhecimento é fisicamente caracterizado por uma degeneração gradual e
progressiva dos órgãos, tecidos e metabolismo, acarretando enfraquecimento de muitas
funções. Há também perda de energia e alterações na aparência e condições
psicológicas.
É justamente neste período que se apresentam as repercussões de doenças
crônico-degenerativas, principalmente as relacionadas ao aparelho cardiocirculatório.
Estas repercussões são a principal causa de óbitos entre os idosos, seguidas pelas
neoplasias. Ocorrem ainda em grande freqüência incontinência urinária, instabilidade
postural e quedas, imobilidade, demência e depressão.
As DST também merecem nossa atenção junto à saúde do idoso pois com o
aumento da expectativa de vida e a melhora gradual da qualidade de vida, a ocorrência
dessas doenças vem crescendo nesta faixa etária, cujos conceitos sobre sexualidade são
mais difíceis de trabalhar em virtude de os idosos terem opiniões formadas acerca de
certos temas (como resistência à utilização de preservativos), além da vergonha de
falarem sobre esse assunto.
Queixas frequentes de tontura, alteração da visão ou audição, dores localizadas
ou generalizadas, isolamento social, temperamento instável, pressa para ir ao banheiro,
entre outros, são sinais e sintomas que se percebidos e considerados logo no início
podem determinar uma assistência mais segura ao idoso.
Outra importante atividade de prevenção é a vacinação contra tétano acidental,
gripe e pneumonia, recomendada pela OMS.
Estas vacinas encontram-se atualmente disponíveis em quase todas as unidades
básicas de saúde e, geralmente sob a estratégia de campanha, são utilizadas as vacinas
duplas tipo adulto, anti-influenza e antipneumocócica.
167
necessidades expostas pelos idosos, sua família ou ambos, estando os idosos
dependentes ou não.
Nas ações desenvolvidas pelas equipes dos programas de atenção básica
ampliada, é importante buscar a avaliação das condutas terapêuticas prescritas para
melhorar as condições de saúde dos idosos adoecidos ou dependentes de cuidadores,
estimulando-se o autocuidado, sempre que possível.
Nesse contexto, o auxiliar de enfermagem pode identificar situações de risco para
os idosos, repassando-as à equipe, além de prestar cuidados de enfermagem
necessários. Também pode orientar as modificações que precisam ser feitas no
ambiente, quando possível (retirada de tapetes, iluminação mais adequada, banheiros
mais acessíveis, camas e cadeiras mais altas, etc.), e encaminhar os idosos para
vacinação, após verificação de seu estado vacinal.
Introdução
Desenvolvimento
168
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos
assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 3. º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público
assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único:
A garantia de prioridade compreende:
A preferência na formulação de políticas sociais,
O privilégio para os idosos na destinação de recursos públicos,
A viabilização de formas eficazes de convívio, ocupação e participação dos mais
jovens com os idosos;
A prioridade no atendimento público e privado;
A manutenção do idoso com a sua própria família;
O estabelecimento de mecanismos que esclareçam á população o que é
envelhecimento.
169
§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de
qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
ALIMENTOS
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de
prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da
assistência social.
DO DIREITO À SAÚDE
Art. 15 - O idoso tem atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 2° Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente,
medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses
e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3º Os planos de saúde não podem reajustar as mensalidades de acordo com o
critério da idade. A distribuição de remédios aos idosos, principalmente os de uso
continuado (hipertensão, diabetes etc.), deve ser gratuita, assim como a de próteses e
órteses.
Art. 16. O idoso internado ou em observação em qualquer unidade de saúde tem
direito a acompanhante, pelo tempo determinado pelo profissional de saúde que o
atende.
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO
Art. 27 - É proibida a discriminação por idade e a fixação de limite máximo de
idade na contratação de empregados, sendo passível de punição quem o fizer.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a
idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
Profissionalização para idosos e estimular projetos sócias voltados para maiores de 60
anos.
170
DA HABITAÇÃO
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos
públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria sendo
uma das observações:
A reserva de 3% (três por cento) das unidades residenciais para atendimento aos
idosos.
171
Requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou
domiciliar;
Abrigo em entidade;
Abrigo temporário.
Art. 49. Uns dos princípios que as entidades que desenvolvam programas de
institucionalização de longa permanência deverão adotar é a preservação dos vínculos
familiares.
172
APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE
ATENDIMENTO
Art. 66 O dirigente de instituição de atendimento ao idoso responde civil e
criminalmente pelos atos praticados contra o idoso.
DO ACESSO À JUSTIÇA
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas dos idosos.
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 74. Entre as competências do Ministério Público estão:
Zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais
Assegurados ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais
indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados.
O ministério público, a união, os estados, o distrito federal, os municípios e a OAB
(Ordem de advogados do Brasil) se tornam representantes legais dos idosos em todas as
pendências jurídicas.
173
Art. 98 - Famílias que abandonem o idoso em hospitais e casas de saúde, sem dar
respaldo para suas necessidades básicas, podem ser condenadas a penas de seis meses a
três anos de detenção e multa.
Art. 99- Para os casos de idosos submetidos a condições desumanas, privados da
alimentação e de cuidados indispensáveis, a pena para os responsáveis é de dois meses
a um ano de prisão, além de multa. Se houver a morte do idoso, a punição será de 4 a
12 anos de reclusão.
Art. 104 Qualquer pessoa que se aproprie ou desvie bens, cartão magnético (de
conta bancária ou de crédito), pensão ou qualquer rendimento do idoso é passível de
condenação, com pena que varia de um a quatro anos de prisão, além de multa.
CONCLUSÃO
Sabemos que o maior legado que podemos deixar para as gerações que estão se
constituindo é a educação voltada para o respeito aos direitos humanos. Só é possível
uma harmonia que escapa da violência, dos maus-tratos na infância e na velhice, dos
salários indignos, das piores condições de sobrevivência, do sofrimento e do abandono
social quando existir o respeito e a valorização do outro, da natureza e da humanidade.
Diz o provérbio chinês:
“Aquele que garante o bem-estar dos outros garante o próprio”.
A velhice deve ser considerada como a idade da vivência e da experiência, que
jamais devem ser desperdiçadas. O futuro será formado por uma legião de indivíduos
mais velhos e se não estivermos conscientes das transformações e preparados para
enfrentar esta nova realidade, estaremos fadados a viver em uma civilização solitária e
totalmente deficiente de direitos e garantias na terceira idade. O Estatuto do Idoso é a
concretização de um sonho para milhões de idosos que vivem na miséria e no
abandono.
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24 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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