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DL 123 2009
DL 123 2009
13 de Maio, o artigo 11.º-A, com a seguinte redac- 3 — São revogados a alínea d) do n.º 1, o n.º 2 do ar-
ção: tigo 8.º e o n.º 2 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 8-B/2002,
de 15 de Janeiro.
«Artigo 11.º-A
4 — É revogado o n.º 1 do artigo 26.º do Decreto-Lei
Comunicações obrigatórias n.º 263-A/2007, de 23 de Julho.
1 — É oficiosa e gratuitamente comunicado aos ser-
viços da administração tributária e da segurança social, Artigo 18.º
por via electrónica, o conteúdo dos seguintes actos res- Produção de efeitos
peitantes a entidades inscritas no FCPC que não estejam
sujeitas no registo comercial: 1 — A alteração ao artigo 52.º do Código do Registo
Comercial prevista no artigo 3.º do presente decreto-lei
a) Inscrição inicial; produz efeitos desde 31 de Dezembro de 2008.
b) A mudança da firma ou da denominação; 2 — O artigo 11.º do presente decreto-lei produz efeitos
c) A alteração da localização da sede, do domicílio desde 1 de Janeiro de 2009.
ou do endereço postal; 3 — Os artigos 5.º e 6.º do presente decreto-lei produ-
d) A dissolução e o encerramento da liquidação. zem efeitos desde 31 de Março de 2009.
os vários agentes do processo tendente à operacionalização O capítulo II incide especificamente sobre a construção
de redes de comunicações electrónicas. de infra-estruturas. Neste regime destacam-se diversos
Neste contexto, no capítulo I estabelece-se que a conces- aspectos.
sionária do serviço público de telecomunicações continua Desde logo, reafirma-se, nos termos da Lei das Comuni-
sujeita ao regime, mais exigente, que resulta da Lei das cações Electrónicas, aprovada pela Lei n.º 5/2004, de 10 de
Comunicações Electrónicas, aprovada pela Lei n.º 5/2004, Fevereiro, o direito de utilização do domínio público para
de 10 de Fevereiro, e das medidas adoptadas pelo ICP- a implantação, passagem ou atravessamento necessários à
-ANACOM no contexto do artigo 26.º daquela lei, não se instalação de sistemas, equipamentos e demais recursos,
aplicando a esta, por isso, o regime do presente decreto-lei através de procedimentos transparentes, céleres e não dis-
no que se refere ao acesso a condutas, postes, outras instala- criminatórios e adequadamente publicitados.
ções e locais detidos ou geridos por aquela. Salvaguarda-se, Um outro aspecto relevante é o da harmonização de
porém, a aplicação, à concessionária do serviço público procedimentos, especialmente no relacionamento dos
de telecomunicações, das disposições do presente decreto- operadores com as autarquias locais, o que se reveste de
-lei relativas à disponibilização de informação e cadastro importância inquestionável para eliminar incertezas e en-
das suas infra-estruturas, nos termos das regras e com as traves à instalação de infra-estruturas aptas ao alojamento
exigências do sistema de informação centralizado (SIC) de redes de nova geração. Nesta medida, estabelece-se que
previstas no capítulo IV. Até à implementação efectiva do a construção de infra-estruturas adequadas ao alojamento
SIC, o ICP-ANACOM, enquanto autoridade reguladora de redes de comunicações electrónicas está sujeita ao pro-
nacional, adapta os termos de disponibilização de informa- cedimento de comunicação prévia à câmara municipal
ção sobre o acesso a condutas, postes, outras instalações previsto no regime jurídico da urbanização e edificação.
e locais por parte da concessionária do serviço público Fixam-se, também, de forma taxativa as possíveis reac-
de telecomunicações, de maneira a coordená-los com o ções à comunicação prévia e prevê-se que os elementos
SIC. instrutórios que devem ser apresentados com a comunica-
Noutra perspectiva, excluem-se do âmbito de aplica- ção prévia são fixados por portaria a publicar nos termos
ção, pela sua especial natureza e fins a que estão afectas, do n.º 4 do artigo 9.º do regime jurídico da urbanização
as redes privativas dos órgãos políticos de soberania, do e edificação.
Ministério da Defesa Nacional, das forças e serviços de No que respeita às taxas devidas pelos direitos de pas-
segurança, de emergência e de protecção civil. sagem nos bens do domínio público e privado municipal,
O presente decreto-lei fixa, igualmente, os princípios o presente decreto-lei remete para a Lei das Comunicações
Electrónicas, aprovada pela Lei n.º 5/2004, de 10 de Fe-
gerais enformadores de todo o regime, a saber, os princípios
vereiro, a qual prevê a taxa municipal de direito de passa-
da concorrência, do acesso aberto, da não discriminação,
gem (TMDP). Porém, e em cumprimento dos princípios
da eficiência e da transparência.
constitucionais aplicáveis, é clarificado que neste âmbito
Os capítulos II, III e IV dirigem-se ao fomento da cons-
não podem ser exigidas outras taxas, encargos ou remu-
trução, instalação e acesso a infra-estruturas aptas ao alo-
nerações pelos direitos de passagem, evitando-se, assim,
jamento de redes de comunicações electrónicas — numa a duplicação de taxas relativas ao mesmo facto.
abordagem tecnologicamente neutra — em bens detidos Desta forma procura-se a racionalização das interven-
por entidades da área pública, abrangendo neste âmbito ções nos espaços públicos, reduzindo o número de situa-
não apenas o Estado, as Regiões Autónomas e as autar- ções de obra em via pública e possibilitando uma redução
quias locais, as entidades que estão sujeitas à sua tutela, dos encargos com a construção de infra-estruturas aptas ao
ou superintendência, e que exerçam funções administra- alojamento de redes de comunicações electrónicas, sem
tivas, independentemente da sua natureza empresarial, sobrecarregar as entidades que promovem a construção.
bem como, as empresas públicas, concessionárias ou ou- O capítulo III — relativo ao acesso a infra-estruturas —
tras entidades que detenham infra-estruturas instaladas contém um conjunto de disposições destinadas a assegurar
no domínio público do Estado, Regiões Autónomas e o acesso aberto a infra-estruturas já existentes e a construir
das autarquias locais. Estabelece-se, assim, uma regra de que, pelas suas características, estão aptas ao alojamento
acesso aberto e não discriminatório a condutas, postes e de redes de comunicações electrónicas, na linha do que
outras instalações pertencentes a entidades que, operando foi preconizado pela Resolução do Conselho de Ministros
noutros sectores, são detentoras de redes de condutas de n.º 120/2008, de 30 de Julho.
significativa importância. Este direito só encontra limite perante a inaptidão das
Com este regime pretende-se operar a remoção ou atenu- infra-estruturas para alojamento de redes de comunicações,
ação de barreiras à construção de infra-estruturas destina- quando a utilização das infra-estruturas inviabilize o fim
das ao alojamento de redes de comunicações electrónicas, principal para que as mesmas foram criadas, quando im-
sendo previstas normas que, igualmente, visam facilitar a plique o incumprimento de obrigações de serviço público
coordenação das intervenções no subsolo, nomeadamente assumidas pelas entidades em causa, ou quando naquelas
pela obrigatoriedade de anunciar a realização de obras que condutas não exista espaço disponível em consequência
viabilizem a construção de infra-estruturas aptas ao alo- do seu estádio de ocupação, podendo ser condicionado ao
jamento de redes de comunicações electrónicas e admitir respeito das instruções técnicas e de segurança estabeleci-
a associação de empresas deste sector a esta intervenção. das pelas entidades detentoras das infra-estruturas ou do
Paralelamente, procede-se à criação de um sistema de in- bem dominial onde estas se encontrem.
formação centralizado (SIC) no qual se contém informação O acesso a infra-estruturas consagrado neste capítulo
sobre o cadastro das infra-estruturas detidas pelas acima deve ser assegurado em condições de igualdade, transpa-
mencionadas entidades da área pública e pelos operadores rência e não discriminação e mediante condições remu-
de comunicações electrónicas. neratórias orientadas para os custos.
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O efectivo exercício do direito de acesso nos termos projecto e instalação destas infra-estruturas, à semelhança
definidos neste decreto-lei pressupõe a implementação do que existe hoje para as infra-estruturas de telecomuni-
de um sistema de informação centralizado (SIC), que é cações em edifícios (ITED).
tratado no capítulo IV. Estabelecem-se regimes distintos no que respeita à
O SIC conterá a informação considerada relevante para propriedade, gestão e acesso, consoante as ITUR sejam
assegurar quer o direito de utilização do domínio público públicas ou privadas.
tutelado pelo capítulo II, quer o direito de acesso a condutas Assim, em matéria de propriedade e gestão das ITUR
e outras infra-estruturas aptas ao alojamento de redes de públicas, estas integram o domínio público municipal,
comunicações electrónicas previsto no capítulo III. cabendo aos respectivos municípios a sua gestão e con-
O SIC tem uma importância basilar para assegurar o servação, em conformidade com as normas fixadas no
acesso aberto e eficaz, por parte de todas as empresas de presente decreto-lei.
comunicações electrónicas, às infra-estruturas aptas ao Para este efeito, sobre o proprietário e demais titulares
alojamento das respectivas redes em conformidade como de direitos reais sobre o prédio a lotear recai a obrigação de
que preconizou a Resolução do Conselho de Ministros ceder gratuitamente ao município as ITUR nele instaladas.
n.º 120/2008, de 30 de Julho. Trata-se, portanto, de um Uma vez integradas no domínio público municipal, podem
instrumento absolutamente estratégico no contexto do os respectivos municípios delegar em entidade autónoma
desenvolvimento de redes mas cuja utilidade ultrapassa por si seleccionada nos termos do Código dos Contratos
o sector das comunicações electrónicas, podendo ser um Públicos a gestão e conservação das ITUR. A jusante, os
poderoso auxiliar ao nível do planeamento de outras redes procedimentos que venham a ser definidos pelos municí-
e do ordenamento do território. pios com vista ao acesso às ITUR públicas por parte das
Esta componente estratégica imporá, naturalmente, que empresas de comunicações electrónicas devem ser trans-
sejam adoptadas todas as regras necessárias a impedir o parentes, céleres, não discriminatórios e adequadamente
acesso não autorizado às informações que nele se conte- publicitados, devendo as condições aplicáveis ao exercício
nham e que sejam consideradas confidenciais. do direitos de acesso obedecer aos princípios da transpa-
Através do SIC será possível aceder à informação sobre rência e não discriminação, nos termos do capítulo III.
os procedimentos e condições de que depende a atribuição Quanto às ITUR privadas, estas integram as partes co-
de direitos de passagem, informações dos anúncios de muns dos conjuntos de edifícios e são detidas em compro-
construção de novas condutas e outras infra-estruturas priedade por todos os condóminos, cabendo à respectiva
aptas ao alojamento de redes de comunicações electrónicas, administração a sua gestão e conservação, em conformi-
informação completa e geo-referenciada de todas as infra- dade com o regime jurídico da propriedade horizontal e
-estruturas aptas ao alojamento de redes de comunicações
o regime proposto.
electrónicas, detidas por entidades da área pública e por
Neste contexto, é de realçar a identificação das situ-
empresas de comunicações electrónicas e informações
ações em que os proprietários ou as administrações dos
sobre os procedimentos e condições aplicáveis ao acesso
conjuntos de edifícios se podem opor à instalação de uma
e utilização de cada uma das referidas infra-estruturas.
Paralelamente, tanto as entidades da área pública, como infra-estrutura de telecomunicações para uso individual por
as empresas de comunicações electrónicas, ficam obrigadas qualquer condómino, arrendatário ou ocupante legal.
à elaboração de cadastros com todas as infra-estruturas Em matéria de acesso impõe-se aos promotores das
que detenham e que sejam aptas ao alojamento de redes obras, aos municípios e às entidades por si designadas
de comunicações electrónicas. As entidades adstritas a um (ITUR públicas) bem como aos proprietários e às admi-
dever de acesso às suas infra-estruturas devem, ainda, im- nistrações dos conjuntos de edifícios (ITUR privadas), a
plementar um procedimento de resposta célere e não discri- obrigação de garantir o acesso aberto, não discriminatório
minatório a pedidos de informação por parte das empresas e transparente das empresas de comunicações electrónicas
de comunicações electrónicas sobre tais infra-estruturas. às ITUR, para efeitos de instalação, conservação, reparação
O SIC possibilitará também que o ICP-ANACOM possa e alteração das infra-estruturas.
assegurar uma supervisão atenta e eficaz do cumprimento Ainda aqui cumpre distinguir o regime de acesso às
das obrigações previstas no presente decreto-lei. ITUR públicas, onde pela instalação de cablagem e ocu-
O SIC assenta num princípio de partilha de informação pação pode ser devida uma remuneração (orientada para
e de reciprocidade, a ele podendo aceder as entidades que os custos), e o acesso às ITUR privadas, que não pode ser
assegurem o cumprimento das obrigações de informação condicionado ao pagamento de qualquer contrapartida
que o integram. financeira, ou de outra natureza, por parte dos proprietá-
O capítulo V define, pela primeira vez e em cumprimento rios ou administrações dos conjuntos de edifícios, sendo
do determinado na Resolução do Conselho de Ministros ainda proibida a celebração de acordos de exclusividade
n.º 120/2008, o regime jurídico aplicável às infra-estruturas de acesso e nulo qualquer acordo que, em desrespeito pelo
de telecomunicações em loteamentos, urbanizações e con- regime fixado, venha a ser celebrado.
juntos de edifícios (ITUR). Prevê-se um regime para os técnicos ITUR (projectis-
Do seu regime destacam-se diversos aspectos. tas, instaladores, entidades formadoras), em grande parte
Estabelece-se o princípio de obrigatoriedade de cons- alinhado com o enquadramento e as soluções que agora
trução das ITUR em fase de loteamento ou de urbaniza- se propõem para os técnicos ITED.
ção, distinguindo-se duas realidades: i) as ITUR públicas, O capítulo VI estabelece o regime aplicável às infra-
situadas em áreas públicas, as quais são obrigatoriamente -estruturas de telecomunicações em edifícios (ITED) e
constituídas por tubagens; e ii) as ITUR privadas, situadas neste contexto consubstancia uma evolução do enquadra-
em conjuntos de edifícios, as quais são constituídas por mento definido pelo Decreto-Lei n.º 59/2000, de 19 de
tubagem e cablagem. Para ambos os casos prevê-se que o Abril, actualmente em vigor.
ICP-ANACOM venha a emitir regras técnicas relativas ao Neste enquadramento, destacam-se diversos pontos.
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Prevê-se a obrigatoriedade da instalação de fibra óptica nomeadamente as disposições que, por força da mesma, são
no âmbito das ITED, a qual acresce à obrigatoriedade de aplicáveis ao acesso a condutas, postes, outras instalações
instalação de cobre e de cabo coaxial que já hoje vigora. e locais detidos pela concessionária do serviço público de
Para além disso, procede-se à redefinição do regime de telecomunicações.
habilitação dos técnicos ITED (projectistas e instaladores). 3 — À concessionária do serviço público de telecomu-
No enquadramento agora proposto não só se remete para as nicações não se aplica o regime previsto no capítulo III do
associações públicas de natureza profissional a identifica- presente decreto-lei, continuando a reger-se pelo regime
ção dos técnicos que considerem habilitados ao exercício disposto na Lei das Comunicações Electrónicas, aprovada
da actividade de projectista ou instalador ITED, como se pela Lei n.º 5/2004, de 10 de Fevereiro, no que respeita
faz recair sobre essas mesmas associações a responsabi- ao acesso a condutas, postes, outras instalações e locais
lidade de proceder à actualização de conhecimentos dos por aquela detidos.
técnicos nelas inscritos. Num cenário de migração para 4 — O regime previsto no presente decreto-lei não se
novas tecnologias como o que se vive presentemente, e aplica às redes privativas dos órgãos políticos de soberania,
com o particular destaque dado à expansão da fibra óp- do Ministério da Defesa Nacional, ou sob sua responsa-
tica, estas acções de formação revestem-se de particular bilidade, às redes das forças e serviços de segurança, de
importância. emergência e de protecção civil, sem prejuízo da possibili-
É também previsto o regime aplicável às alterações das dade de estas entidades, querendo, poderem disponibilizar
ITED instaladas. Neste contexto, é de realçar, de forma acesso às infra-estruturas aptas ao alojamento de redes
idêntica ao regime das ITUR privadas, a fixação das si- de comunicações electrónicas que detenham, nos termos
tuações em que os proprietários ou as administrações dos previstos no presente decreto-lei.
edifícios se podem opor à instalação de uma infra-estrutura
de telecomunicações para uso individual por qualquer Artigo 2.º
condómino, arrendatário ou ocupante legal.
Em sede de regime transitório, ou seja, até à entrada Âmbito de aplicação
em vigor do novo manual ITED, prevêem-se as regras As disposições dos capítulos II, III e IV aplicam-se:
aplicáveis tendo em vista o duplo objectivo de promover a
instalação de fibra óptica nos edifícios e evitar a monopo- a) Ao Estado, às Regiões Autónomas e às autarquias
lização das infra-estruturas ITED pelo primeiro operador. locais;
O presente decreto-lei vem pois dar execução à neces- b) A todas as entidades sujeitas à tutela ou superinten-
sidade clara de definição do enquadramento aplicável ao dência de órgãos do Estado, das Regiões Autónomas ou
desenvolvimento e investimento por parte de investidores das autarquias locais, que exerçam funções administrati-
ou operadores de comunicações electrónicas em redes de vas, revistam ou não carácter empresarial, bem como às
nova geração, mas também para o funcionamento de um empresas públicas e às concessionárias, nomeadamente
mercado que se quer concorrencial. as que actuem na área das infra-estruturas rodoviárias,
Todos são chamados a intervir. Autarquias locais, ope- ferroviárias, portuárias, aeroportuárias, de abastecimento
radores, comerciantes e instaladores, fabricantes e, na- de água, de saneamento e de transporte e distribuição de
turalmente, consumidores de serviços de comunicações gás e de electricidade;
electrónicas, no sentido de levar mais longe o caminho do c) A outras entidades que detenham ou explorem infra-
investimento na sociedade de informação. -estruturas que se integrem no domínio público do Estado,
O presente decreto-lei foi submetido a consulta pú- das Regiões Autónomas e das autarquias locais.
blica.
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Re- Artigo 3.º
giões Autónomas, a Associação Nacional de Municípios
Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias. Definições
Assim: 1 — Para os efeitos do disposto no presente decreto-lei
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- entende-se por:
tituição, o Governo decreta o seguinte:
a) «Acesso», disponibilização de infra-estruturas físicas,
incluindo edifícios, condutas, postes, caixas, câmaras-de-
CAPÍTULO I -visita, armários e instalações para alojamento, instalação
Objecto, princípios e definições e remoção de sistemas de transmissão, equipamentos ou
recursos de redes de comunicações electrónicas, bem como
Artigo 1.º para a realização de intervenções correctivas e desobs-
truções;
Objecto b) «Armário de telecomunicações de edifício» (ATE),
1 — O presente decreto-lei estabelece o regime aplicá- dispositivo de acesso restrito, onde se encontram alojados
vel à construção de infra-estruturas aptas ao alojamento os repartidores gerais, que permitem a interligação entre as
de redes de comunicações electrónicas, à instalação de redes de edifício e as redes das empresas de comunicações
redes de comunicações electrónicas e à construção de electrónicas, ou as provenientes das infra-estruturas de te-
infra-estruturas de telecomunicações em loteamentos, ur- lecomunicações em loteamentos, urbanizações e conjuntos
banizações, conjuntos de edifícios e edifícios. de edifícios (ITUR);
2 — O disposto no presente decreto-lei não prejudica c) «Conjunto de edifícios», conjunto de edifícios con-
o regime aplicável às redes e serviços de comunicações tíguos funcionalmente ligados entre si pela existência de
electrónicas previsto na Lei das Comunicações Electró- partes comuns afectas ao uso de todas ou algumas uni-
nicas, aprovada pela Lei n.º 5/2004, de 10 de Fevereiro, dades ou fogos que os compõem, independentemente de
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estarem ou não constituídos em regime de propriedade p) «Projecto técnico simplificado», projecto técnico,
horizontal; no âmbito do ITED, respeitante apenas à tecnologia que
d) «Conduta», tubo ou conjunto de tubos, geralmente se pretende instalar;
subterrâneos, ou dispostos ao longo de vias de comuni- q) «Rede de comunicações electrónicas», os sistemas
cações, que suportam, acondicionam e protegem outros de transmissão e, se for o caso, os equipamentos de co-
tubos (subcondutas) ou cabos de comunicações electró- mutação ou encaminhamento e os demais recursos que
nicas; permitem o envio de sinais por cabo, meios radioeléc-
e) «Direito de passagem», faculdade de aceder e utili- tricos, meios ópticos ou por outros meios electromag-
zar bens do domínio público, para construção, instalação, néticos, incluindo as redes de satélites, as redes terres-
alteração e reparação de infra-estrutura apta ao alojamento tres fixas (com comutação de circuitos ou de pacotes,
de redes de comunicações electrónicas ou para reparação incluindo a Internet) e móveis, os sistemas de cabos
de cabos, sistemas, equipamentos ou quaisquer outros de electricidade, na medida em que sejam utilizados
recursos ou elementos de redes de comunicações elec- para a transmissão de sinais, as redes utilizadas para a
trónicas; radiodifusão sonora e televisiva e as redes de televisão
f) «Empresa de comunicações electrónicas», entidade por cabo, independentemente do tipo de informação
que, nos termos da Lei das Comunicações Electrónicas, transmitida;
aprovada pela Lei n.º 5/2004, de 10 de Fevereiro, oferece r) «Rede de tubagens ou tubagem», conjunto de tubos,
redes ou serviços de comunicações electrónicas acessíveis calhas, caminhos de cabos, caixas e armários, destinados
ao público; à passagem de cabos e ao alojamento de dispositivos e
g) «Fogo», fracção de um edifício que forma uma uni- equipamentos;
dade independente, esteja ou não o edifício constituído em s) «Rede pública de comunicações electrónicas», rede
regime de propriedade horizontal; de comunicações electrónicas utilizada total ou parcial-
h) «Infra-estruturas aptas ao alojamento de redes de mente para o fornecimento de serviços de comunicações
comunicações electrónicas», rede de tubagens, postes, electrónicas acessíveis ao público;
condutas, caixas, câmaras-de-visita, armários ou edifí- t) «Remuneração do acesso», o valor a pagar pelas em-
cios, respectivos acessórios e quaisquer infra-estruturas presas de comunicações electrónicas acessíveis ao público
associadas que sejam passíveis de ser utilizadas para o pela utilização das infra-estruturas instaladas aptas para
alojamento ou manutenção de cabos de comunicações alojamento de redes de comunicações electrónicas, para
electrónicas, equipamentos ou quaisquer recursos de redes efeitos de instalação, alojamento, reparação e remoção
de comunicações, bem como dispositivos de derivação, de cabos;
juntas ou outros equipamentos necessários à transmissão u) «Repartidor geral de edifício» (RGE), dispositivo
conforme com o regulamento de infra-estruturas telefó-
de comunicações electrónicas naquelas redes;
nicas de assinante (RITA), aprovado pelo Decreto Regu-
i) «Instalador», pessoa singular ou colectiva habilitada
lamentar n.º 25/87, de 8 de Abril, com funções idênticas
a proceder à instalação e alteração de infra-estruturas de
ao ATE;
telecomunicações, de acordo com os projectos, bem como
v) «Sistemas de cablagem tipo A», sistemas de ca-
executar trabalhos de conservação das mesmas em lotea- blagem, incluindo antenas, para a recepção e distribui-
mentos, urbanizações, edifícios e conjuntos de edifícios, ção de sinais sonoros e televisivos por via hertziana
nos termos do presente decreto-lei; terrestre;
j) «Instrução técnica», o conjunto de regras e proce- x) «Sistema de informação centralizado (SIC)», sistema
dimentos previstos nos capítulos II e III da presente lei que assegura a disponibilização de informação relativa às
relativos à elaboração dos projectos e à instalação das infra- infra-estruturas de comunicações electrónicas, nos termos
-estruturas aptas para alojamento de redes de comunicações do artigo 24.º
electrónicas ou à instalação de redes em infra-estruturas já
existentes, estabelecidas pela entidade a quem cabe a sua 2 — Para efeitos da alínea i) do número anterior, nas
administração e gestão; infra-estruturas associadas incluem-se ramais de acesso a
l) «Manual ITED», conjunto das prescrições técnicas de edifícios e restantes infra-estruturas que forem indispen-
projecto, instalação e ensaio, bem como das especificações sáveis à instalação, remoção, manutenção ou reparação
técnicas de materiais, dispositivos e equipamentos, que de cabos de comunicações electrónicas nas condutas e
constituem as infra-estruturas de telecomunicações em subcondutas.
edifícios (ITED), a aprovar pelo ICP-ANACOM;
m) «Manual ITUR», conjunto das prescrições técnicas de Artigo 4.º
projecto, instalação e ensaio, bem como das especificações
técnicas de materiais, dispositivos e equipamentos, que Princípios gerais
constituem as ITUR, a aprovar pelo ICP-ANACOM; 1 — O regime previsto no presente decreto-lei obedece
n) «Obras», a construção, reconstrução, alteração, re- aos princípios da concorrência, do acesso aberto, da igual-
paração, conservação, restauro, adaptação e beneficiação dade e não discriminação, da eficiência, da transparência,
de imóveis bem como das infra-estruturas abrangidas pelo da neutralidade tecnológica e da não subsidiação cruzada
presente decreto-lei; entre sectores.
o) «Projectista», pessoa singular ou colectiva habili- 2 — O ICP-ANACOM deve, no âmbito de aplicação do
tada a proceder à elaboração de projectos de instalação e presente decreto-lei, e em matérias de interesse comum,
alteração de infra-estruturas de telecomunicações em lote- cooperar, sempre que necessário, com as autoridades e
amentos, urbanizações, conjuntos de edifícios e edifícios, serviços competentes, nomeadamente com as entidades
nos termos do presente decreto-lei; reguladoras sectoriais.
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do direito de acesso obedecer aos princípios da transparên- conservação, reparação e alteração, nos termos do presente
cia e da não discriminação, nos termos do capítulo III. decreto-lei, sem prejuízo do direito à reparação por even-
8 — Os procedimentos referidos no número anterior tuais prejuízos daí resultantes.
são obrigatoriamente aplicáveis pelas entidades a quem 2 — O acesso e a utilização, pelas empresas de co-
os municípios deleguem a gestão e conservação das ITUR municações electrónicas, às ITUR privadas não pode ser
nos termos do n.º 5. condicionado à exigência de pagamento de qualquer con-
9 — A conservação da cablagem instalada pelas empre- trapartida financeira ou de outra natureza por parte dos pro-
sas de comunicações electrónicas é da sua responsabili- prietários e administrações dos conjuntos de edifícios.
dade, devendo para esse fim os municípios, ou as entidades 3 — São proibidas e nulas as cláusulas contratuais que
por si designadas, permitir-lhes o acesso. prevejam a exclusividade de acesso às ITUR instaladas,
sendo obrigatoriamente resolvidos ou reduzidos os contra-
Artigo 32.º tos que hajam sido celebrados em momento anterior ao da
Propriedade, gestão, conservação e alteração das ITUR privadas entrada em vigor do presente decreto-lei e que contenham
cláusulas de exclusividade no acesso às ITUR.
1 — As ITUR que integram conjuntos de edifícios são 4 — No caso de a entidade gestora das ITUR públicas
detidas em compropriedade por todos os proprietários ser, simultaneamente, uma entidade que presta serviços
cabendo-lhes a si, ou à respectiva administração, caso de comunicações electrónicas, esta apenas pode iniciar a
exista, a sua gestão e conservação, em conformidade com prestação de serviços aos clientes abrangidos pela ITUR
o regime jurídico da propriedade horizontal e com o pre- que gere a partir do momento em que tenha procedido à
sente decreto-lei. publicação das condições previstas no presente artigo e
2 — As administrações ou os proprietários dos conjun- nos n.os 7 e 8 do artigo 31.º
tos de edifícios, consoante se encontrem ou não em regime
de propriedade horizontal, devem zelar pelo bom estado Artigo 34.º
de conservação, segurança e funcionamento das ITUR, su-
portando os encargos decorrentes da reparação de avarias, Remuneração pelo acesso às ITUR públicas
sem prejuízo do disposto no n.º 1 do artigo seguinte. Pela instalação de cablagem e pela ocupação das ITUR
3 — Os proprietários ou as administrações dos con- públicas é apenas devida a taxa prevista no artigo 106.º
juntos de edifícios só podem opor-se à instalação de uma
da Lei das Comunicações Electrónicas, aprovada pela Lei
infra-estrutura de telecomunicações para uso individual
n.º 5/2004, de 10 de Fevereiro, aplicando-se o disposto nos
por qualquer proprietário, condómino, arrendatário ou
ocupante legal nos seguintes casos: n.os 4 e 5 do artigo 13.º do presente decreto-lei.
associações públicas de natureza profissional que os con- e) Orçamento baseado na espécie e quantidade de tra-
siderem habilitados para o efeito; balhos constantes das medições;
b) As pessoas colectivas que tenham a colaboração de f) Outros elementos estruturantes do projecto, no-
pelo menos um engenheiro electrotécnico ou de um en- meadamente, fichas técnicas, plantas topográficas, es-
genheiro técnico com a especialidade de electrotecnia quemas da rede de tubagem e cablagem, quadros de
inscritos em associações públicas de natureza profissional dimensionamento, cálculos de níveis de sinal, esquemas
que os considerem habilitados para o efeito. de instalação eléctrica e terras das infra-estruturas, aná-
lise das especificidades das ligações às infra-estruturas
2 — As associações públicas de natureza profissional de telecomunicações das empresas de comunicações
referidas na alínea a) do número anterior devem disponi- electrónicas.
bilizar ao ICP-ANACOM, nos termos a acordar, informa-
ção relativa aos técnicos que consideram habilitados para 2 — Nas situações previstas na alínea b) do n.º 1 do
realizar projectos ITUR. artigo 37.º, o projecto só pode ser subscrito por técnico
3 — Compete às associações públicas de natureza pro- habilitado.
fissional assegurar que os técnicos nelas inscritos e habi-
litados para efeitos do presente decreto-lei como técnicos SECÇÃO IV
ITUR actualizem os respectivos conhecimentos.
Instalação das ITUR
Artigo 38.º
Artigo 40.º
Obrigações do projectista ITUR
Instalador ITUR
Constituem obrigações do projectista ITUR:
1 — A instalação e a conservação das ITUR devem ser
a) Elaborar os projectos de acordo com o artigo seguinte efectuadas por instalador habilitado nos termos e condições
e as normas técnicas aplicáveis; previstas no presente capítulo.
b) Disponibilizar ao promotor da obra o termo de res- 2 — Compete ao promotor da obra escolher o insta-
ponsabilidade previsto no artigo 36.º; lador.
c) Assegurar, por si ou por seu mandatário, o acompa-
nhamento da obra, assinalando no respectivo livro de obra Artigo 41.º
o andamento dos trabalhos e a qualidade de execução da
mesma, bem como a confirmação final, obrigatória, no Qualificações do instalador ITUR
respectivo livro, de que a instalação se encontra de acordo 1 — Podem ser instaladores ITUR:
com o projecto.
a) As pessoas singulares que disponham das qualifi-
Artigo 39.º cações fixadas na alínea a) do n.º 1 do artigo 37.º e cuja
associação pública de natureza profissional lhes reconheça
Elementos do projecto técnico ITUR habilitação adequada para o efeito;
1 — O projecto técnico ITUR deve incluir obrigatoria- b) As pessoas singulares que disponham das seguintes
mente os seguintes elementos: habilitações:
a) Informação identificadora do projectista ITUR que i) Os detentores de qualificação de dupla certificação,
assume a responsabilidade pelo projecto, nos termos do obtida por via das modalidades de educação e formação
artigo 36.º, nomeadamente com indicação do número de do Sistema Nacional de Qualificações, que integrem uni-
inscrição em associação pública de natureza profissio- dades de formação de curta duração ITUR que respeitam
nal; os conteúdos definidos no Catálogo Nacional de Quali-
b) Identificação da operação de loteamento, obra de ficações.
urbanização, ou conjunto de edifícios a que se destina, ii) Os técnicos de áreas de formação de electricidade
nomeadamente da sua finalidade; e energia e de electrónica e automação que tenham fre-
c) Memória descritiva contendo, nomeadamente: quentado com aproveitamento unidades de formação de
curta duração ITUR integradas no Catálogo Nacional de
i) Descrição genérica da solução adoptada com vista Qualificações;
à satisfação das disposições legais e regulamentares em c) As pessoas colectivas que tenham a colaboração
vigor; de pelo menos um técnico com as qualificações exigi-
ii) Indicação das características dos materiais, dos ele- das nas alíneas a) do n.º 1 do artigo 37.º ou do presente
mentos de construção, dos sistemas, equipamentos e redes número.
associadas às instalações técnicas;
iii) Pressupostos que foram considerados, nomeada- 2 — Podem ainda ser instaladores, apenas para as ITUR
mente as características dos interfaces técnicos de acesso públicas, as pessoas singulares ou colectivas cuja habi-
de redes públicas de comunicações electrónicas; litação para o efeito lhes seja reconhecida pelo Instituto
iv) Características técnicas a que devem obedecer os Nacional da Construção e do Imobiliário, I. P. (InCI, I. P.),
equipamentos, materiais e componentes que irão ser uti- nos termos do regime jurídico aplicável ao exercício da
lizados na infra-estrutura; actividade de construção.
3 — Compete às associações públicas de natureza
d) Medições e mapas de quantidade de trabalhos, dando profissional assegurar que os técnicos nelas inscritos
a indicação da natureza e quantidade dos trabalhos neces- e habilitados para efeitos do presente decreto-lei como
sários para a execução da obra; técnicos ITUR actualizem os respectivos conhecimentos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de Maio de 2009 3267
4 — É interdita a ocupação dos espaços e tubagens por b) Quando o edifício já disponha de uma infra-estrutura
qualquer meio que não se justifique tendo em conta os de telecomunicações para uso colectivo que permita asse-
serviços a prestar e a tecnologia a disponibilizar. gurar os mesmos serviços e a mesma tecnologia.
5 — O cumprimento do disposto no número anterior
recai sobre o dono da obra, o instalador, a empresa de 2 — Nas situações em que os proprietários ou as admi-
comunicações electrónicas ou, quando aplicável, sobre a nistrações dos edifícios decidam não proceder à instalação
administração do edifício. da infra-estrutura de telecomunicações referida na alínea a)
do número anterior ou em que decorrido o prazo previsto
SECÇÃO II na mesma alínea a referida infra-estrutura de telecomuni-
cações não esteja disponível, e caso sobre eles não recaia
Regime de propriedade, gestão e acesso das ITED o encargo de suportar os custos decorrentes da alteração
a efectuar sobre a infra-estrutura existente, os proprietá-
Artigo 62.º rios ou a administração do edifício só se podem opor à
Propriedade, gestão e conservação das ITED realização da alteração pretendida mediante deliberação
de oposição de condóminos que representem pelo menos
1 — As ITED pertencem ao proprietário do edifício. dois terços do capital investido.
2 — As ITED, que nos termos do regime da propriedade 3 — Para efeitos do regime previsto no presente artigo,
horizontal integrem as partes comuns dos edifícios, são a assembleia de condóminos que apreciar a proposta de
detidas em compropriedade por todos os condóminos, alteração da infra-estrutura deve ser convocada, nos termos
cabendo a sua gestão e conservação às respectivas admi- previstos no Código Civil, pelo condómino interessado ou
nistrações dos edifícios. em representação do arrendatário ou ocupante legal que
3 — As ITED que integram cada fracção autónoma são pretende aceder ao serviço de comunicações electrónicas
da propriedade exclusiva do respectivo condómino. acessíveis ao público.
4 — Nas situações em que a proposta de alteração da
Artigo 63.º infra-estrutura seja comunicada à administração do edifício
Acesso aberto às ITED depois da convocação de uma reunião da assembleia de
condóminos deve a mesma ser aditada à ordem de trabalhos
1 — Os proprietários e as administrações dos edifícios e para esse efeito notificada aos convocados, até cinco dias
estão obrigados a garantir o acesso aberto, não discrimina- antes da data da reunião.
tório e transparente das empresas de comunicações elec- 5 — É obrigatória a desmontagem da infra-estrutura de
trónicas às ITED, para efeitos de instalação, conservação, telecomunicações para uso individual sempre que cumu-
reparação e alteração nos termos do presente decreto-lei,
lativamente:
sem prejuízo do direito à reparação por eventuais prejuízos
daí resultantes. a) Seja instalada infra-estrutura de telecomunicações
2 — O acesso às ITED que integram as partes comuns para uso colectivo que permita assegurar a mesma tecno-
dos edifícios nos termos do número anterior não pode ser logia e os mesmos serviços da infra-estrutura individual;
condicionado ao pagamento de qualquer contrapartida b) Seja comprovada a existência de danos para terceiros,
financeira ou de outra natureza por parte dos proprietários causados pela instalação efectuada.
ou administrações dos edifícios.
3 — São proibidas e nulas as cláusulas contratuais que
SECÇÃO III
prevejam a exclusividade de acesso às ITED instaladas,
sendo obrigatoriamente resolvidos ou reduzidos os contra- Projectos técnicos de ITED
tos que hajam sido celebrados em momento anterior ao da
entrada em vigor do presente decreto-lei e que contenham Artigo 65.º
cláusulas de exclusividade no acesso às ITED.
Obrigatoriedade de projecto técnico de ITED
4 — As empresas de comunicações electrónicas que já
se encontrem a prestar serviços num determinado edifício 1 — A instalação das ITED definidas no artigo 58.º
não podem, por qualquer modo, directa ou indirectamente, obedece a um projecto técnico elaborado por um projec-
dificultar ou impedir a utilização das ITED por parte de tista, de acordo com o disposto no presente decreto-lei e
outras empresas de comunicações electrónicas. no manual ITED.
2 — A instalação de infra-estruturas de telecomunica-
Artigo 64.º ções promovida pelos serviços ou organismos da admi-
Condições para a alteração das infra-estruturas nistração directa ou indirecta do Estado, no exercício de
de telecomunicações instaladas em ITED competência estabelecida por lei, rege-se pelo presente
decreto-lei.
1 — Os proprietários ou as administrações dos edifí- 3 — O ICP-ANACOM pode publicar modelos de pro-
cios só podem opor-se à instalação de uma infra-estrutura jectos técnicos a serem seguidos em determinados tipos
de telecomunicações para uso individual por qualquer de instalação.
condómino, arrendatário ou ocupante legal nos seguintes
casos:
Artigo 66.º
a) Quando, após comunicação desta intenção por parte Termo de responsabilidade pelo projecto ITED
de um condómino, arrendatário ou ocupante legal, proce-
derem à instalação de uma infra-estrutura de telecomunica- 1 — Os projectos técnicos a que alude o artigo anterior
ções para uso colectivo que permita assegurar os mesmos devem ser instruídos com declaração dos projectistas le-
serviços e a mesma tecnologia no prazo de 60 dias; galmente habilitado que ateste a observância das normas
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de Maio de 2009 3271
gerais e específicas constantes das disposições legais e para a Qualificação, I. P., a quem compete a gestão e a
regulamentares aplicáveis. actualização do Catálogo.
2 — A declaração a que alude o presente artigo reveste
a natureza de um termo de responsabilidade dispensando Artigo 69.º
a apreciação prévia dos projectos por parte dos serviços
Obrigações do projectista ITED
municipais.
3 — Compete ao ICP-ANACOM aprovar o modelo 1 — Constituem obrigações do projectista ITED:
do termo de responsabilidade a que se refere o presente
artigo. a) Elaborar projectos de acordo com o artigo 70.º e as
normas técnicas aplicáveis;
Artigo 67.º b) Disponibilizar ao dono da obra o termo de respon-
sabilidade previsto no artigo 66.º;
Qualificação do projectista ITED c) Assegurar, por si ou por seu mandatário, o acompa-
1 — Podem ser projectistas ITED: nhamento da obra, assinalando no respectivo livro de obra
o andamento dos trabalhos e a qualidade de execução da
a) Os engenheiros electrotécnicos e os engenheiros mesma, bem como a confirmação final, obrigatória, no
técnicos com a especialidade de electrotecnia inscritos respectivo livro, de que a instalação se encontra de acordo
em associações públicas de natureza profissional que os com o projecto.
considerem habilitados para o efeito;
b) Os técnicos de áreas de formação de electricidade 2 — As pessoas colectivas inscritas como projectistas
e energia e de electrónica e automação, e os técnicos de- devem ainda comunicar ao ICP-ANACOM qualquer al-
tentores de certificação de curso técnico-profissional, com teração nos respectivos quadros técnicos.
módulos ITED, com número de horas e conteúdos idênticos
aos previstos para a formação habilitante, que se encontrem Artigo 70.º
inscritos no ICP-ANACOM como projectistas ITED na
data de entrada em vigor do presente decreto-lei; Elementos do projecto técnico ITED
c) As pessoas colectivas que tenham pelo menos a 1 — O projecto técnico ITED deve incluir obrigatoria-
colaboração de um engenheiro electrotécnico ou de um mente os seguintes elementos:
engenheiro técnico com a especialidade de electrotecnia
inscritos em associações públicas de natureza profissional a) Informação identificadora do projectista ITED que
que os considerem habilitados para o efeito. assume a responsabilidade pelo projecto, nos termos do
artigo 66.º, nomeadamente com indicação do número de
2 — Os projectistas ITED referidos na alínea b) do nú- inscrição em associação pública de natureza profissio-
mero anterior encontram-se habilitados a subscrever pro- nal;
jectos ITED em edifícios com uma estimativa orçamental b) Identificação do edifício a que se destina, nomeada-
global da obra até à classe 2 de alvarás de construção. mente a sua finalidade;
3 — Os engenheiros técnicos com especialidade de c) Memória descritiva contendo, nomeadamente:
electrotecnia estão habilitados a subscrever projectos ITED
em edifícios com uma estimativa orçamental global da obra i) Descrição genérica da solução adoptada com vista
até à classe 5 e os engenheiros electrotécnicos em todas as à satisfação das disposições legais e regulamentares em
classes de alvará de construção. vigor;
4 — As associações públicas de natureza profissional ii) Indicação das características dos materiais, dos ele-
referidas na alínea a) do n.º 1 do presente artigo devem mentos de construção, dos sistemas, equipamentos e redes
disponibilizar ao ICP-ANACOM, nos termos a acordar, associadas às instalações técnicas;
informação relativa aos técnicos que consideram habili- iii) Pressupostos que foram considerados, nomeada-
tados para realizar projectos ITED. mente as características dos interfaces técnicos de acesso
5 — Compete às associações públicas de natureza pro- de redes públicas de comunicações electrónicas;
fissional assegurar que os técnicos nelas inscritos e habi- iv) Características técnicas a que devem obedecer os
litados para efeitos do presente decreto-lei como técnicos equipamentos, materiais e componentes que irão ser uti-
ITED actualizem os respectivos conhecimentos. lizados na infra-estrutura;
Artigo 77.º
SECÇÃO IV
Formação habilitante de projectista e instaladores ITED
Instalação das ITED
1 — A formação habilitante para efeitos de renovação
Artigo 73.º como projectista e instalador ITED no ICP-ANACOM,
nos termos dos artigos 67.º e 74.º, é ministrada por enti-
Instalador ITED dades formadoras do Sistema Nacional de Qualificações,
1 — A instalação, a alteração e a conservação das ITED nos termos do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 396/2007,
devem ser efectuadas por instalador habilitado nos termos de 31 de Dezembro, ou por outras entidades formadoras
e condições previstas no presente capítulo. designadas pelo ICP-ANACOM.
2 — Compete ao dono da obra escolher o instalador. 2 — Os cursos de formação ministrados pelas entidades
referidas no número anterior devem respeitar os conteúdos
Artigo 74.º programáticos e a duração das unidades de formação de
curta duração em ITED previstas no Catálogo Nacional
Qualificações do instalador ITED de Qualificações.
Artigo 78.º
1 — Podem ser instaladores ITED:
Registo de entidades formadoras ITED
a) As pessoas singulares que disponham das qualifi-
cações fixadas na alínea a) do n.º 1 do artigo 67.º e cuja 1 — Ao registo como entidade formadora ITED, bem
associação pública de natureza profissional lhes reconheça como à respectiva emissão, revogação e alteração, aplica-
habilitação adequada para o efeito; -se o regime previsto nos artigos 45.º a 48.º
b) As pessoas singulares que disponham das habilitações 2 — Para efeitos da alínea c) do artigo 47.º, compete
referidas nas alíneas b) do artigo 41.º e que solicitem ao ao ICP-ANACOM revogar o registo quando constatar a
ICP-ANACOM a respectiva inscrição como instalado- violação de alguma das obrigações previstas nas alíneas a),
res; b) e c) do artigo seguinte.
c) As pessoas colectivas que tenham a colaboração de
pelo menos um técnico com as qualificações exigidas nas Artigo 79.º
alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 67.º Obrigações da entidade formadora ITED
2 — Compete às associações públicas de natureza pro- Constituem obrigações da entidade formadora ITED:
fissional assegurar que os técnicos nelas inscritos e habi- a) Ministrar cursos habilitantes ITED, bem como cur-
litados para efeitos do presente decreto-lei como técnicos sos de actualização com os conteúdos programáticos e as
ITED actualizem os respectivos conhecimentos. durações, definidos nos termos do n.º 2 do artigo 77.º;
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de Maio de 2009 3273
Artigo 82.º
SECÇÃO VIII
Divulgação de informação relativa às ITED
Taxas relativas às ITED
Compete ao ICP-ANACOM disponibilizar no seu sítio
na Internet a seguinte informação: Artigo 86.º
a) Projectistas inscritos; Taxas devidas ao ICP-ANACOM no âmbito das ITED
b) Instaladores inscritos;
c) Entidades formadoras registadas; 1 — Estão sujeitos a taxa:
d) Instalações certificadas. a) A inscrição no ICP-ANACOM dos instaladores re-
feridos no artigo 75.º, bem como a respectiva renovação;
SECÇÃO VI b) O registo das entidades formadoras e a sua renovação.
ITED dos edifícios construídos 2 — Os montantes das taxas referidas no número ante-
rior são fixadas por portaria do membro do Governo res-
Artigo 83.º ponsável pela área das comunicações, constituindo receita
Alteração de infra-estruturas em edifícios do ICP-ANACOM.
com certificado ITED 3 — Os montantes das taxas referidas no n.º 1 são
determinados em função dos custos administrativos de-
1 — A alteração das infra-estruturas de telecomuni- correntes dos actos de inscrição, registo ou respectivas
cações em edifícios que dispõem de certificação com renovações.
base em especificações ITED ou com base em espe-
cificações RITA, nomeadamente para a instalação de
fibra óptica, deve ser precedida de projecto técnico CAPÍTULO VII
simplificado, elaborado por projectista, e instalada por Fiscalização e regime sancionatório
instalador, devidamente habilitados, de acordo com o
manual ITED. Artigo 87.º
2 — Nos casos referidos no número anterior, o projec-
tista e o instalador devem emitir termos de responsabili- Prestação de informações
dade e entregá-los ao dono de obra ou administração do 1 — As entidades abrangidas pelo âmbito do presente
condomínio, aos condóminos requerentes da instalação e decreto-lei devem prestar ao ICP-ANACOM todas as in-
ao ICP-ANACOM, no prazo de 10 dias a contar da res- formações relacionadas com a sua actividade relativa às
pectiva conclusão. obrigações previstas no presente decreto-lei.
3274 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de Maio de 2009
2 — Para efeitos do número anterior, as entidades de- l) O incumprimento das decisões proferidas pelo ICP-
vem identificar, de forma fundamentada, as informações -ANACOM relativas aos diferendos previstos no n.º 5 do
que consideram confidenciais e devem juntar, caso se artigo 22.º;
justifique, uma cópia não confidencial dos documentos m) A violação da obrigação de comunicação dos acordos
em que se contenham tais informações. com vista à partilha de infra-estruturas, prevista no n.º 2
3 — Os pedidos de informações do ICP-ANACOM do artigo 23.º e no artigo 98.º;
devem obedecer a princípios de adequação e de proporcio- n) A inobservância das determinações de partilha de
nalidade ao fim a que se destinam e devem ser devidamente recursos previstas nos n.os 3 e 5 do artigo 23.º, bem como
fundamentados. das medidas condicionantes previstas no n.º 6 do mesmo
4 — As informações solicitadas devem ser prestadas artigo;
dentro dos prazos, na forma e com o grau de pormenor o) O não cumprimento das obrigações estabelecidas
especificados no pedido de informação do ICP-ANACOM, nos n.os 1, 2 e 4 do artigo 24.º bem como o incumprimento
podendo ser estabelecidas as condições e a periodicidade das decisões do ICP-ANACOM proferidas nos termos do
do seu envio. n.º 5 do artigo 24.º;
p) A inobservância das obrigações previstas no n.º 3 do
Artigo 88.º artigo 24.º e no n.º 2 do artigo 25.º;
q) A obtenção de remuneração pela reutilização dos
Fiscalização do cumprimento do presente decreto-lei
documentos ou informações do SIC, em violação do n.º 4
1 — Compete ao ICP-ANACOM a fiscalização do cum- do artigo 26.º;
primento do disposto no presente decreto-lei, através dos r) Não cumprimento das obrigações de informação pre-
seus agentes de fiscalização ou de mandatários devida- vistas no artigo 96.º, nos termos e prazos estabelecidos.
mente credenciados pelo conselho de administração, sem
prejuízo das competências atribuídas a outras entidades. 2 — Sem prejuízo de outras sanções aplicáveis, no âm-
2 — Os encargos decorrentes da realização de dili- bito do regime ITUR constituem contra-ordenações:
gências de fiscalização para verificação do cumprimento
das obrigações previstas nos capítulos V e VI do presente a) A não instalação das infra-estruturas obrigatórias
decreto-lei, nomeadamente vistorias, análise de projecto, previstas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 29.º;
emissão de pareceres e ensaios de materiais, são suporta- b) A não instalação das infra-estruturas obrigatórias
dos pelos agentes responsáveis pelas não conformidades previstas no n.º 2 do artigo 29.º;
detectadas com as normas legais ou técnicas aplicáveis. c) O incumprimento, em fase de projecto, instalação
ou utilização da infra-estrutura, das obrigações de sigilo
das comunicações, segurança ou não interferência entre
Artigo 89.º
as infra-estruturas de cablagem instaladas, como previsto
Contra-ordenações e coimas no n.º 3 do artigo 29.º;
1 — Sem prejuízo de outras sanções aplicáveis, no âm- d) O incumprimento da obrigação de utilização da infra-
bito do regime aplicável à construção de infra-estruturas -estrutura instalada nas situações previstas no n.º 1 do
aptas ao alojamento de redes de comunicações electrónicas, artigo 30.º;
à instalação de redes de comunicações electrónicas e ao e) A ocupação de espaços e tubagens em desrespeito
SIC, constituem contra-ordenações: pelo disposto nos n.os 2 e 3 do artigo 30.º;
f) A definição de procedimentos de acesso às ITUR e
a) O incumprimento das disposições relativas aos proce- das condições aplicáveis ao exercício do direito de acesso,
dimentos de atribuição de direitos de passagem em domínio em desrespeito do regime previsto nos n.os 7 e 8 do ar-
público estabelecidas nos n.os 1, 2 e 3 do artigo 6.º; tigo 31.º;
b) O incumprimento da obrigação de disponibilizar no g) O incumprimento da obrigação de acesso fixada no
SIC a informação prevista no n.º 6 do artigo 7.º; n.º 9 do artigo 31.º;
c) O incumprimento da obrigação estabelecida nos n.os 1 h) A oposição à instalação de uma infra-estrutura de
e 3 do artigo 9.º; telecomunicações para uso individual fora das situações
d) A inobservância da obrigação de publicitar e manter previstas nas alíneas a) ou b) do n.º 3 e do n.º 4 do ar-
actualizadas as instruções técnicas nos termos do n.º 1 do tigo 32.º;
artigo 11.º; i) A violação das obrigações nos termos e condições
e) O incumprimento das obrigações de acesso estipu- previstas nos n.os 1 e 4 do artigo 33.º;
ladas no artigo 13.º; j) A exigência de pagamento ou de qualquer contrapar-
f) O incumprimento das decisões proferidas pelo ICP- tida financeira ou de outra natureza, por parte dos proprie-
-ANACOM nos termos do artigo 16.º; tários e administrações dos conjuntos de edifícios para
g) O incumprimento das obrigações das entidades deten- permitir o acesso às ITUR privadas, em violação do regime
toras das infra-estruturas aptas ao alojamento de redes de previsto no n.º 2 do artigo 33.º;
comunicações electrónicas estabelecidas no artigo 17.º; l) A violação do princípio da orientação para os custos na
h) O incumprimento das decisões proferidas pelo ICP- fixação da remuneração prevista no n.º 1 do artigo 34.º;
-ANACOM nos termos do n.º 3 do artigo 19.º, bem como m) O incumprimento da decisão proferida pelo ICP-
da obrigação prevista no n.º 5 do artigo 19.º; -ANACOM no âmbito do procedimento previsto no n.º 3
i) O incumprimento da obrigação de publicitar e man- do artigo 34.º, bem como o incumprimento da obrigação
ter actualizadas instruções técnicas prevista no n.º 1 do de prestação de informação estabelecida no mesmo nú-
artigo 21.º; mero;
j) A violação da obrigação de remoção de cabos, equi- n) O incumprimento da obrigação de disponibilização
pamentos ou quaisquer elementos de rede, prevista no de informação ao ICP-ANACOM, nos termos previstos
n.º 3 do artigo 22.º; no n.º 2 do artigo 37.º;
Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de Maio de 2009 3275
b) Publicitar e comunicar ao ICP-ANACOM, no prazo de empresas com poder de mercado significativo e con-
de 30 dias a contar da data da publicação do presente sequente imposição de obrigações.
decreto-lei, as instruções técnicas previstas no n.º 1 do
artigo 10.º, aplicáveis à construção ou a qualquer inter- Artigo 98.º
venção sobre as infra-estruturas. Comunicação de acordos de partilha
2 — As entidades referidas no artigo 2.º do presente No prazo máximo de 30 dias após a data da publicação
decreto-lei devem, no prazo de 30 dias a contar da data do presente decreto-lei, as empresas de comunicações
da publicação do presente decreto-lei: electrónicas devem dar cumprimento à obrigação de co-
municação prevista no n.º 2 do artigo 23.º, relativamente
a) Comunicar ao ICP-ANACOM: aos acordos que já tenham celebrado com outras empresas
i) As infra-estruturas aptas ao alojamento de redes de com vista à partilha de condutas, locais ou recursos, ins-
comunicações electrónicas que detenham ou cuja gestão talados ou a instalar.
lhes incumba, nos termos previstos na alínea a) do ar-
tigo 17.º; Artigo 99.º
ii) As entidades e pontos de contacto junto dos quais Regras para implementação do SIC
devem ser solicitadas as informações sobre infra-estruturas
aptas ao alojamento de redes de comunicações electrónicas No prazo de 60 dias a contar da data da publicação do
e apresentados pedidos de acesso e utilização daquelas presente decreto-lei, o ICP-ANACOM deve concretizar
infra-estruturas; os elementos mínimos referidos no n.º 2 do artigo 24.º,
bem como os termos e formato da informação referidos
b) Publicitar e comunicar ao ICP-ANACOM os pro- no n.º 3 do artigo 24.º e no n.º 4 do artigo 25.º
cedimentos e condições de acesso e utilização das infra-
-estruturas aptas a alojar redes de comunicações electró- SECÇÃO II
nicas, nos termos da alínea c) do artigo 17.º;
c) Publicitar e comunicar ao ICP-ANACOM as instru- Disposições transitórias relativas aos capítulos V e VI
ções técnicas previstas no n.º 1 do artigo 21.º, aplicáveis à
instalação de equipamentos e sistemas de redes de comu- Artigo 100.º
nicações electrónicas nas infra-estruturas que detêm; Aplicação do regime às ITUR
d) Comunicar ao ICP-ANACOM quais as empresas de
comunicações electrónicas que à data da publicação do 1 — Até 30 dias após a publicação do aviso previsto no
presente decreto-lei se encontram já instaladas nas infra- n.º 2 do artigo 106.º, no que se refere ao manual ITUR, as
-estruturas cuja gestão lhes incumba. alterações a efectuar nas infra-estruturas de telecomunica-
ções em ITUR privadas, nomeadamente para a instalação
3 — No prazo máximo de um ano após a data da defi- de fibra óptica, devem prever espaço para a instalação
nição dos elementos previstos no artigo 99.º, as entidades de equipamento e cablagem de fibra óptica, respectiva
referidas no artigo 2.º, as empresas de comunicações elec- entrada e ligação a infra-estruturas de telecomunicações já
trónicas e as entidades que detenham infra-estruturas aptas existentes por mais do que uma empresa de comunicações
ao alojamento de redes de comunicações electrónicas que electrónicas.
sejam utilizadas por estas, devem disponibilizar no SIC 2 — Para efeitos do número anterior, devem existir
toda a informação prevista no artigo 25.º as interligações com espaços adequados à passagem do
4 — Enquanto o SIC não estiver em funcionamento, número de cabos de fibra óptica necessários, adaptados
os anúncios de realização de obras previstos no n.º 1 do ao número de edifícios existentes.
artigo 9.º devem ser comunicados ao ICP-ANACOM que 3 — O regime previsto nos números anteriores aplica-se
fica obrigado a divulgá-los simplificadamente no seu sítio igualmente às ITUR privadas cujos processos de licencia-
na Internet, com indicação da entidade promotora e do mento, autorização ou comunicação prévia venham a ser
ponto de contacto. entregues nos serviços camarários após a data de entrada
em vigor do presente decreto-lei e até 30 dias após a data
Artigo 97.º de publicação do aviso previsto no n.º 2 do artigo 106.º,
no que se refere ao manual ITUR.
Regime transitório de aplicação à concessionária 4 — As ITUR públicas cujos processos de licencia-
do serviço público de telecomunicações
mento, autorização ou comunicação prévia venham a ser
1 — Até à implementação efectiva do SIC, o ICP- entregues nos serviços camarários após a data de entrada
-ANACOM, enquanto autoridade reguladora nacional, em vigor do presente decreto-lei e até 30 dias após a data
adapta os termos de disponibilização de informação sobre de publicação do aviso previsto no n.º 2 do artigo 106.º,
o acesso a condutas, postes, outras instalações e locais por no que se refere ao manual ITUR, devem possuir tuba-
parte da concessionária do serviço público de telecomu- gem devidamente adaptada à instalação de cablagem de
nicações, por si emitidos ao abrigo do n.º 4 do artigo 26.º fibra óptica, bem como de cablagem de pares de cobre e
da Lei das Comunicações Electrónicas, aprovada pela Lei coaxial, por mais do que uma empresa de comunicações
n.º 5/2004, de 10 de Fevereiro, de maneira a coordená-los electrónicas.
com o SIC. 5 — O regime relativo ao projecto e à instalação das
2 — O disposto no número anterior não afasta a apli- ITUR previsto no capítulo V é obrigatório para as opera-
cabilidade do regime previsto na Lei das Comunicações ções de loteamento e obras de urbanização cujos processos
Electrónicas, aprovada pela Lei n.º 5/2004, de 10 de Fe- venham a ser entregues nos serviços camarários 30 dias
vereiro, em matéria de análise de mercados, identificação após a data de publicação do aviso a que se refere o n.º 2
3278 Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de Maio de 2009
do artigo 106.º relativo ao manual ITUR, sem prejuízo das pretendam oferecer serviços de comunicações electrónicas
obrigações previstas nos n.os 3 e 4 do presente artigo. baseados na tecnologia de fibra óptica.