O documento resume um vídeo sobre a trajetória do projeto Usina, que promoveu mutirões autogeridos de habitação social no Brasil nas décadas de 1980 e 1990. Os mutirões priorizavam a participação igualitária e horizontal de todos os envolvidos, incluindo as mulheres. Pesquisas nesses canteiros de obras levaram ao desenvolvimento de novas técnicas construtivas mais adequadas e humanas. Apesar de avanços como o Minha Casa Minha Vida, o Usina defende que a arquitetura sempre
O documento resume um vídeo sobre a trajetória do projeto Usina, que promoveu mutirões autogeridos de habitação social no Brasil nas décadas de 1980 e 1990. Os mutirões priorizavam a participação igualitária e horizontal de todos os envolvidos, incluindo as mulheres. Pesquisas nesses canteiros de obras levaram ao desenvolvimento de novas técnicas construtivas mais adequadas e humanas. Apesar de avanços como o Minha Casa Minha Vida, o Usina defende que a arquitetura sempre
O documento resume um vídeo sobre a trajetória do projeto Usina, que promoveu mutirões autogeridos de habitação social no Brasil nas décadas de 1980 e 1990. Os mutirões priorizavam a participação igualitária e horizontal de todos os envolvidos, incluindo as mulheres. Pesquisas nesses canteiros de obras levaram ao desenvolvimento de novas técnicas construtivas mais adequadas e humanas. Apesar de avanços como o Minha Casa Minha Vida, o Usina defende que a arquitetura sempre
Planejamento Ambiental Urbano – 5º Período – PUC Minas
Ana Cecília Martins
No vídeo “Arquitetura como prática política - 25 anos de experiência da
usina” é relatada a trajetória do projeto usina, o qual comandou os mutirões autogestionados, que revolucionaram a questão da habitação social no Brasil. Esse movimento da autogestão surge com a agregação entre movimentos sociais e assessorias técnicas como a usina,
O arquiteto João Marcos Lopes e seus colegas de curso, enquanto
estudavam na UNICAMP produziram projetos sociais junto com a prefeitura. Após terminarem a faculdade, tocaram alguns desses trabalhos que ainda não tinham sido finalizados e assim surgiu o usina.
Em 1989, Luiza Erundina é eleita prefeita de São Paulo, e inclui a
autogestão na política habitacional, e isto representa a conquista de um direito que era negado. Sendo assim, é exposto que o povo tem condições de comandar a construção, fazê-la com preço baixo e qualidade razoável.
O processo de autogestão, na prática, foi uma conquista do povo, e um
processo de humanização das profissões envolvidas – processo participativo.
Dos anos 90 a 2000, teve-se o laboratório de habitação da Belas Artes e
Unicamp, e se focava em estudar o fazer. Nesses laboratórios, que eram canteiros de obras organizados em mutirões, priorizavam-se os direitos iguais e a horizontalidade. Havia muito espaço para as mulheres no mutirão, e a presença e iniciativa delas é que alavancavam o trabalho. A mulher como autoridade na construção não é algo comum. Mas da forma que tudo aconteceu nesses laboratórios, as mulheres conquistaram uma autonomia, e viram que podiam fazer o que quisessem.
Durante esses mutirões, se fez muita pesquisa sobre uma tecnologia
construída pelas pessoas, e com esse estudo as construções foram evoluindo e sendo feitas de acordo com as necessidades. Quando o COPROMO foi feito, resolveu-se usar a escada metálica, pois posteriormente usava-se a escada de concreto, que atrasava a obra, visto-que era necessário esperar a produção dela terminar em um andar para o superior ser feito. A escada metálica, além de ser mais rápida, funcionava como uma régua vertical e evitava erros construtivos. O canteiro de obras hoje em dia contabiliza mortes e acidentes, pois é mais barato explorar o trabalhador. O modo usado nos mutirões era muito mais humano, mas não é do interesse das construtoras. Não deveria ser assim, o grupo usina mostrou nos mutirões que o arquiteto não tem que pensar apenas o que fazer, mas também como fazer.
E no contexto em que as grandes construtoras comandam as obras
civis, em 2000 surgiu o minha casa minha vida, que era feito por empreiteiras. Os arquitetos do coletivo usina não achavam que a forma que essa política pública acontecia era a melhor forma, mas concordavam que era importante para a população, o bom e velho “melhor que nada”. De toda forma, deixam claro que a luta pela moradia é sempre importante, e que a arquitetura é sempre política. A arquitetura que fazem é uma contrahegemonia, que luta para mudar a prática do canteiro de obras, mudar a relação patrão versus subordinado dentro deles. O usina é um resultado da mobilização.