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BANCO DE TALENTOS: FERRAMENTA

PARA MAPEAR O CONHECIMENTO


NAS ORGANIZAÇÕES
Claudia Romani
Iraci Borszcz

RESUMO: Este artigo tem por objetivo analisar o papel da tecnologia da informação nas
organizações como ferramenta auxiliar à implantação de sistemas de gestão do conhecimento.
Relata a experiência do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI/SC no
gerenciatnento de seu capital intelectual, dando destaque ao seu Guia de Competências -fer-
ramenta que possibilita o mapeamento das aptidões e habilidades dos seus colaboradores.
Palavras-chave: Banco de Talentos, Informação, Capital Intelectual
ABSTRACT: Tire objective of this article is to analyze tire role ofthe infotmation technology
imo tire Otganizations as an auxiliou tool to me implementation of the knowledge management
systetns. It registers tire experience of the Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial -
SENAI/SC itz tire management of its itztellectual capital, putting iii evidence a competence
catalog —a tool which allows me enrollment of the skills and abilities ofSENAI's collaborators.
Key Words: Talent's Bank, Wormation, Intellectual Capital

INTRODUÇÃO
ções, eles também permitem uma busca cada
O desenvolvimento da sociedade vem pro- vez mais precisa a bases de dados.
vocando mudanças nos contextos sociais e Pode-se dizer que as bases de dados
organizacionais, marcando a passagem deste contribuem fortemente para a geração do co-
milênio por uma nova revolução: a revolução nhecimento, pois para que ele exista é preciso
digital, também denominada de revolução da ter acesso a dados que são registros, idéias e
informação ou a revolução do conhecimento. fatos. Já a informação é inerente ao homem,
A informação, que há alguns anos era diferen- que através de seus sentidos absorve dados
cial competitivo, hoje está com o acesso cada de seu ambiente. Uma vez processados, esses
vez mais facilitado. Em um único dia podemos dados são transformados em informação e
ter notícias do mundo todo através de jornais esta, sistematizada e processada, é vital para
impressos, do rádio e da televisão. Já a Internet a geração do conhecimento.
aumenta em progressão geométrica o acesso Com a informação cada vez mais acessí-
às informações disponíveis. Se os meios eletrô- vel, o diferencial competitivo passa a ser outro.
nicos revolucionam a distribuição de informa- A busca agora é pela informação que contribui

Claudia Romani
Mestre em administração, pelo Departamento Iraci Borszez
de Ciências da Administração da Universidade Especialistas em Sistemas Automatizados
Federal de Santa Catarina. Arca de Concentração: de-Informação pelo Departamento de
política e gestão institucional. Pós-Graduação em Biblioteconomia da
claudia@sc .senaibr Pontificia Universidade Católica de Campinas.

4ffii CCIApj 11 IN •
para gerar conhecimento. O conhecimento que nhecimento? Como gerenciar de maneira ade-
pode fazer a diferença na hora de conquistar quada o fluxo de informação. Quais seriam tais
°cliente, pode não estar explícito, ou seja, pode habilidades? Como enxergar ouso das técni-
não estar escrito, formalizado. O conhecimento cas pelas pessoas?. Estes são os desafios da
pode estarna experiência profissional dos indiví- gestão do conhecimento, onde a tecnologia de-
duos, o conhecimento tácito. A informação e o sempenha um importante papel, pois ela per-
conhecimento são considerados como um dos mite o armazenamento de dados e informa-
fatores mais importantes no ambiente competiti- ções, disponibilizando-os para os gerentes e
vo das organizações Conhecimento não no sen- colaboradores que deles precisam para gerar
tido abstrato ou teórico, mas aplicado no dia-a- o conhecimento. Um bom exemplo do uso
diadas empresas. Conhecimento sobre seu mer- dessa tecnologia são os bancos de talentos uti-
cado, seus processos, seus clientes, sua lizados para gerenciamento do capital intelec-
tecnologia, seus concorrentes, etc. (Teixeira Fi- tual. Essas bases de dados armazenam infor-
lho, 2000). A informação e o conhecimento são mações sobre as competências das pessoas
os principais componentes de tudo o que é pro- ligadas às organizações.
duzido, comprado ou vendido. Como resultado, Este artigo visa apresentar a experiência
toma-se necessário gerenciá-los e disponibilizá- do Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-
los nas organizações, criando condições de esti- trial - SENAI/SC com a utilização de um Ban-
mular, armazenar, vender e compartilhar o capi- co de Talentos, como uma das formas de
tal intelectual - uma das tarefas mais importantes gerenciamento de seu capital intelectual por
para as empresas se tomarem competitivas. meio do armazenamento de informações das
De acordo com Nonaka; Takeuchi competências de seus colaboradores.
(1997), o desafio é a busca da melhor infor-
mação, informação essa que pode estar na ex- A REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO
periência, no conhecimento tácito. É preciso NA ERA DO CONHECIMENTO
repassar esse conhecimento. De acordo com A produção de informação aumentou
os autores, existem quatro modos de con- consideravelmente a partir da década de 50.
versão de conhecimento: O advento da tecnologia tomou possível a di-
1.de conhecimento tácito em conheci- fusão quase instantânea da informação. A hu-
mento tácito, chamado de socialização; manidade está criando e utilizando idéias e
2. de conhecimento tácito em conheci- imagens a uma velocidade cada vez maior. Em
mento explícito, denominado pelos au- meio a tantas afirmações, é preciso saber dis-
tores, de externalização; tinguir o que são dados, informações, conhe-
3. de conhecimento explícito em conhe- cimento e gestão do conhecimento.
cimento explícito, combinação e; Quando falamos em dado, nos referimos
4. de conhecimento explícito para conhe- ao que se apresenta de imediato, sem ser
cimento tácito, intemalização. contextualizado. Dados "são átomos de ma-
téria-prima a ser trabalhada pelo homem. É o
O que muda no comportamento das pes- nível simbólico irredutível, no qual a codificação
soas para conseguir essa conversão do conhe- alfanumérica nos permite transformar a maté-
cimento? Como efetivamente transformar co- ria-prima de um lado para outro, como tantos
nhecimento tácito em conhecimento explícito, grãos ou sacos de arroz. Os dados são ine-
ou seja, como formalizar, passar para o papel rentes. São granulares. Podem ser armazena-
a experiência profissional de uma pessoa e dos e transportados, a despeito de seu signifi-
repassá-la a outra? Como obter a informação cado." (Albrecht, 1999, p.109). Portanto, os
certa c repassá-la com eficácia, gerando co- dados são matéria-prima para a informação.

22 OffiCe___Apjgal,
De acordo com Costa (1999), dado é um zar, transferir e usar informação dentro de uma or-
conjunto de fatos distintos e objetivos relativos ganização, onde é preciso que as pessoas conhe-
a eventos, é a matéria-prima para a informação çam o patrimônio e o capital intelectual que as
e o auxílio à tecnologia da informação. pertencem, que agreguem valor às informações, a
As informações correspondem aos da- fim de transformá-las em conhecimentos que con-
dos contextualizados. "Disposição dos dados tribuirão para a inovação de processos e produ-
de modo que façam sentido, criando padrões tos, tornando a empresa competitiva, garantindo
e ativando significados na mente das pessoas. assim sua sobrevivência
São as palavras, as ilustrações e os sons, em Ou seja, precisamos de dados para ge-
lugar dos grãos de dados. As informações são rar informação e por meio desta agregarmos
dinâmicas. Existem no nível da percepção hu- valor e gerarmos conhecimento. Porém, ao
mana" (Albrecht, 1999, p. 109). mesmo tempo que a informação é considera-
Para Albrecht (1999, p. 109), conheci- da a força motriz de nossa vida, é considerada
mento é: "conteúdo de valor agregado do pen- também uma terrível ameaça, pois a quantida-
samento humano, derivado da percepção e de cada vez maior de informação que está sen-
manipulação inteligente das informações. Os do gerada passa a exigir compreensão, levan-
conhecimentos são transcendentes. Existem do a maioria das pessoas à ansiedade. Essa
apenas na mente do pensador. São a base de ansiedade por informação é o resultado da dis-
ações inteligentes." Para Moran (1994, p 223), tância cada vez maior entre o que se compre-
conhecimento significa "compreender todas as ende e o que se acha que deve ser compreen-
dimensões da realidade e captar e expressai-essa dido. É a lacuna que existe entre os dados e o
totalidade de forma cada vez mais ampla e inte- conhecimento, e ocorre quando a informação
gral". Podemos dizer que isso ocorre através não diz o que se quer ou precisa saber.
da compreensão e utilização de informações. As pessoas necessitam de diferentes ti-
Tais informações, associadas à prática e às pos de informação durante sua vida. Segundo
tecnologias, resultam no desenvolvimento ou Wurman (1995), esses tipos podem ser divi-
melhoria de uma teoria, processo ou produto, didos de forma simplificada em cinco níveis,
gerando novos conhecimentos. Já para Costa embora aquilo que constitui informação em um
(1999), o conhecimento existe dentro das pes- nível para uma pessoa possa constituir infor-
soas e depende delas para existir. É a mistura mação em nível diverso para outra, como pode
de vários elementos: experiência, valor, verda- ser observado na figura 1.
de fundamental e discernimento (julgamento).
Para Davenport;Prusak (1998), conheci-
mento "É a mistura fluida de experiência
condensada, valores, informação contextuai e
insigth "experimentado", aguai propicia a estru- Informação cultural
tura para avaliação e incorporação de novas ex- Informação noticiosa
Informação de referência
periências e informações, tendo origem e aplica- Informação conversacional
ção na mente dos conhecedores". Para eles "a Informação interna

gestão do conhecimento baseia-se em recursos


existentes, com os quais a sua organização pode
estar contando— uma boa gestão de sistemas de
informação, uma gestão de mudança organizacional
e boas práticas de gestão de recursos humanos."
(Davenport, 1998, p.196). A gestão do conhe- Figura 1: Níveis de Informação
cimento cuida dos processos de localizar, organi- Fonte: Wurman, 1995.

41111CCA
jj- 23
Estes níveis irradiam desde a informação Ciclo do Cerenciamento
mais pessoal, aquela que é essencial para a so-
brevivência física, até a forma mais abstrata de
informação, que abrange os mitos pessoais, de-
senvolvimento cultural e perspectiva sociológica.
O primeiro nível - informação interna - são
as mensagens que governam os sistemas inter-
nos e possibilitam o funcionamento do nosso
corpo; o segundo nível - informa ão rr-si enzij /Lã
IL\I
Értfifigii%
Wr nnsrn
conversacional - são as trocas formais e infor-
mais, as conversas mantidas com as pessoas; o
terceiro nível - informação de referência- aquela
que opera os sistemas do mundo, ciência e
Conhecimento Explícito
larr
tecnologia; o quarto nível, é o da informação
noticiosa - que abrange os eventos da atualida- Figura 2: Ciclo Gerencial, concebido a partir das idéias de
de, a informação transmitida pela mídia sobre Stewart (1998). Fonte: Fernandes (2000)
pessoas, lugares e acontecimentos e finalmen-
te; o quinto é o da informação cultural - menos Como pode ser observado na figura 2, o
quantificável, que abrange história, filosofia e arte. ciclo de gerenciamento do conhecimento cons-
Dos cinco níveis de informações apresen- titui-se, em primeiro momento, do conhecimen-
tados, as organizações, em determinados mo- to tácito do indivíduo a partir do momento que
mentos, necessitam de um determinado nível este indivíduo compõe o sistema de uma or-
de informação, sendo que as mais utilizadas, ganização; ele passa a compartilhar este co-
são as informações de referência. nhecimento, havendo a necessidade por parte
Podemos observar que dados e informa- da organização de identificar os conhecimen-
ções existem em grande quantidade e que com tos existentes, a fim de que os mesmos pos-
os recursos da tecnologia, a disseminação des- sam, após identificados, serem compartilhados
tes tomou-se umatarefarelativamente fácil para
as organizações; porém, gerir o conhecimento com as demais pessoas da organização.
vem sendo considerado um grande desafio para Para isso, as organizações vêm utilizan-
as organizações, levando-se em consideração do a gestão do conhecimento como uma boa
que a maior parte do conhecimento de uma or- prática de gestão, transformando dados em
ganização está em seus talentos humanos e é conhecimento compartilhado.
tácito, passando a ser tão importante quanto o Segundo Sveiby (1998), a gestão do co-
próprio negócio, pois é o elemento essencial nhecimento não é mais uma moda de eficiên-
para sua preservação, consolidação e sucesso. cia operacional. Faz parte da estratégia em-
De acordo com Fernandes (2000), "o presarial. As organizações estão priorizando a
conhecimento tácito é o conhecimento implí- necessidade de construir sua capacidade de
cito, interiorizado, difícil de ser articulado em aprender, através das novas tecnologias de in-
palavras, e por conseqüência, difícil de ser formação e comunicação com extraordinária
transmitido, enquanto que o conhecimento ex- velocidade e capacidade de processamento e
plicito é o conhecimento que se torna facilmente transmissão, que permitem que colaborado-
articulável, sendo passível de transmissão". res das diversas unidades de uma mesma em-
Por isso, é imprescindível para as orga- presa aprendam e troquem experiências entre
nizações explicitar o conhecimento tácito pre- si e com todos aqueles que trabalham em sua
sente através do ciclo de gerenciamento, sede. A tecnologia da informação dá suporte
como mostra a figura. ao desenvolvimento destas atividades.

24
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Independente da natureza e finalidade de
COMO SUPORTE 1NFORMACIONAL cada instituição, é necessário que a informa-
ção esteja organizada de forma adequada para
As organizações estão em constante
ter valor quando necessário. Até meados de
mudança com o objetivo de acompanhar o
1940, a organização da informação só era fei-
desenvolvimento tecnológico e administrati-
ta através de procedimentos manuais. Com a
vo da sociedade, gerando novas configura-
introdução da tecnologia da informação, o
ções organizacionais para se manterem ágeis
mundo dos negócios se alterou de forma
e competitivas.
irreversível, mudando radicalmente a forma
Segundo Fernandes;Alves (1992), a
pela qual as organizações operam.
tecnologia da informação é considerada uma De acordo com McKenna (1995), a
aliada no armazenamento e disponibilização tecnologia da informação "é o motor da de-
de informações, sendo um insumo estratégi- mocracia deste final de século, na qual a indi-
co para as empresas, alterando radicalmente vidualidade é premiada e as pessoas não tole-
a forma pela qual atuam. ram ser peões no xadrez de grandes institui-
Os impactos causados pela revolução ções ou de um mercado de massa".
tecnológica, a partir de meados da década Segundo Zuboff 0988), 8), tecnologia da in-
de 80, estarão colocando a competitividade formação é "uma denominação que reflete a con-
de países em desenvolvimento, como o Bra- vergência de diversas correntes de desenvolvi-
sil, em "xeque". A tendência do uso intensivo mento tecnológico, incluindo microeletrônica, ci-
de tecnologia e conhecimentos muda a ótica ência da computação, telecomunicações, enge-
da competição, dos recursos humanos bara- nharia de software e análise de sistemas" e
tos e da matéria-prima abundante para uma tecnologias de gcrcnciamento do conhecimento,
visão de inovação e dinamismo, passando a Dentre as tecnologias utilizadas para o
existir não mais o trabalhador braçal, mas sim gerenciamento do conhecimento, o foco deste
o "cérebro de obras". trabalho é o Banco de Talentos.
Desta forma, torna-se cada vez mais ne-
cessário que as empresas utilizem os recur- BANCO DE TALENTOS
sos da tecnologia da informação como ferra- O grande desafio da era do conhecimento
menta de suporte às suas atividades, a fim de é como obter um diferencial competitivo por
que possam alavancar c impulsionar os se- meio da aplicação da tecnologia associada às
tores produtivos, fortalecendo a pessoas, a fim de identificar os conhecimentos
competitividade e a projeção dos mercados explícitos e implícitos de cada funcionário. Os
interno e externo. A utilização da tecnologia grupos responsáveis pela gestão de pessoas, na
da informação faz com que as empresas pos- maioria das empresas fazem uso da tecnologia
sam estar melhor organizadas, tendo condi- (banco de dados) somente para automatizar
ções de conhecer a situação interna e as ten- atividades rotineiras do setor de pessoal (folha
dências manifestadas pelo ambiente externo. de pagamento, cálculos salariais, benefícios etc.).
A informação adequadamente No entanto, é necessário conhecer as
estruturada contribui para que a empresa se competências das pessoas, que são conside-
torne mais dinâmica. O uso correto das novas radas um conjunto de conhecimentos, habili-
tecnologias contribui para o aumento das op- dades e atitudes. Mello (1998) define que "os
ções de processamento, acesso e dissemina- conhecimentos explícitos são os quantificáveis:
ção da informação, melhorando a formação, línguas e experiência profissional";
competitividade global das organizações, prin- já os implícitos são relacionados às atitudes
cipalmente em suas áreas fins. das pessoas (seu comportamento).

OCCCIApjrZ, 25
Algumas empresas estão estruturando Assim sendo, pode-se dizer que o Ban-
bases de dados em que, além de dados co de Talentos é uma das principais ferramen-
cadastrais, são registradas informações refe- tas utilizadas para a gestão do capital intelec-
rentes à vida das pessoas dentro das organi- tual. Para transformar dados em informação
zações, utilizando-se de banco de dados in- utilizando-se essa ferramenta, há a necessida-
ternos e recursos da intemet para captar no- de da realização das seguintes atividades:
vos profissionais. • Coleta de dados: reunir dados impor-
Segundo Morais (1998), entende-se por tantes que poderão ser transformados
banco de dados, um conjunto de dados rela- em informação;
cionados entre si. "Na sua criação são defini- • Organização: estruturar os dados de
das as estruturas de dados, isto é, como os forma que possam ser interpretados;
dados são organizados, bem como as regras • Acesso: disponibilizar mecanismos
para a manipulação desses dados, ou seja, em para que os dados possam ser
que condições esses dados podem ser con- acessados; e
sultados ou alterados". • Aplicação: utilização dos dados para
O banco de talentos é um tipo de banco tomada de decisões.
de dados que dispõe de um conjunto de da-
dos sobre pessoas, dados estes que vão des- O papel da tecnologia é dar suporte à
de informações cadastrais (nome, endereço, rede de conhecimento na organização, porém
fone etc.) até informações sobre sua vida pro- a eficiência do Banco de Talentos depende da
fissional (formação acadêmica, experiência agilidade com que as pessoas atualizam e que-
profissional, atividades desenvolvidas e ativi- rem compartilhar suas competências.
dades que estão aptos a desenvolver, idiomas GUIA DE COMPETÊNCIAS: A EXPE-
de domínio etc). O armazenamento destas in- RIÊNCIA DO SENAI/SC
formações pode ser utilizado para várias apli-
cações na organização, desde contratações, O SENAI/SC possui um banco de ta-
promoção de cargos até a identificação de lentos que reúne informações de seus cola-
competências e habilidades. Sendo assim, o boradores e permite a realização de pesqui-
Banco de Talentos deve ser capaz de: sas por nome, área de atuação, Unidade à
qual o especialista está vinculado, formação
Identificar quem é quem dentro das ins- acadêmica, cursos de aperfeiçoamentos re-
tituições e mercado de trabalho; alizados, idioma e serviços realizados ou que
Proporcionar o levantamento de o especialista esta apto a realizar. É chama-
indicadores estatísticos dentro da área do de Guia de Competências. É uma base
de gestão de pessoas, tais como: grau de dados cadastral que reúne informações
de escolaridade dos colaboradores, de todos os especialistas do SENAI, per-
número de colaboradores por área de mitindo pesquisas e estruturação de
atuação, número de colaboradores por curriculum vitae.
setores da organização; número de A primeira versão do guia, foi realiza-
colaboradores capacitados etc.; da em 1996, utilizando-se o software
Permitira estruturação de currículos Microlsis. Tratava-se de uma base de da-
dos colaboradores; dos cadastral, onde constava o nome das
Captar talentos externos para a organi- pessoas, informações sobre sua
zação; capacitação profissional e serviços aptos a
Levantamento histórico dos colabora- realizar. O processo de cadastramento dos
dores dentro da instituição. dados era feito via preenchimento de for-

26 4118CCApilllo
mulário pelos especialistas das 26 Unida- informações que exigem um certo sigilo, mas
des do SENAI/SC e registrados em sua de fundamental importância para o processo
sede, localizada em Florianópolis. A sede de gestão de pessoas.
era quem gerenciava a base e distribuía
O guia na prática
cópias para as Unidades do Estado. Em
1997,0 aplicativo em Microlsis foi substi- Para melhor visualização, a figura a se-
tuído por aplicativo em Access, novos cam- guir ilustra a página inicial do Guia.
pos foram incluídos (atividades desenvol-
vidas e atividades aptas a desenvolver),
mas o processo de atualização e distribui-
ção da base continuou sob a responsabili- Mexa h Pu
: 11 'II
Pigaiiiâ ?ma_ Fent ao_ Caia lepri

dade da Sede.
Em 2000, esse aplicativo foi novamen-
te reestruturado, passando do aplicativo
Access para o aplicativo Lotus Notes, dis- ittit I1 1 11.1.
r4-1
ponível também via Internet. As consultas
estão disponíveis para todos os Departa- Consultas
mentos do SENAI no Brasil, via Internet.
Porém, a atualização e inclusão de dados, JEktosOt!e
.
el) ,SÉ3 Cr"
ce;,),;:rdwrEElin!MtanpAtaanieS
2Emaistm set'Calsals.r¥om:ementenreràs atados cs
somente é permitida para as Unidades que jfkre ;sgi§istudAEMAL rtà s'áD xrnila p"Aish a b'nece
inclito vitaeofflatiíslaSspowdcaskaui ¡a
dispõe de senha. jfcmiOgolóSwe
Doe
Além da identificação de "quem é 1,
quem" no SENAI/SC, este guia permite 3 ,tleakism
to
identificar os serviços prestados pelos es- ■
_ ;:nv4
pecialistas cadastrados (cursos, assessori-
as técnicas e tecnológicas) que inclui da-
dos relacionados à avaliação dos serviços
(qualidade do serviço prestado e compe-
tência técnica do especialista). Este recur-
Oleai
so ajuda na tomada de decisão num pro- tái.1 ri,x »3! , pfrxdwd ee1;ch.ddcas kukend_ t(Etilea
cesso de escolha do especialista, bem como
identifica para quais empresas o SENAI/
SC prestou serviços e quem foi o respon- Figura 3: Página inicial do Guia de Competên-
sável pelo atendimento. cias do SENAYSC
No processo de gestão do conhecimen-
to, o Guia de Competências tem ajudado a
identificar informações relacionadas aos conhe-
cimentos e habilidades dos especialistas, mas
o grande desafio é como identificar as atitudes
desses profissionais—já que se trata de dados
relacionados ao caráter e ética profissional,

CCCA.0 27
O Sistema de navegação foi projetado da
sto &ga &g Iara** Fia~ 10
seguinte forma: no lado esquerdo da janela, tem-
se o menu do sistema. É através dele que se pode s4j
da S(4
z7fr: Pas .PigeS

acessar às visões dos documentos e realizar con- 5gink


sultas e atualizações.
A figura 4 exemplifica a visão de da- ---s- . 'A 4h X Sair :3 Fecd
r-T-
dos quando é feita a busca direta por nome 14 ) I 1
COPATÉa
•-•
Dados Pessoais
do especialista:
Consultas Duns Cadasns

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Ode me 1104 da Sdvra Esterno
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Consultas Dados Pessoais
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Adutor Jár Cedoss CU amenas (47)3403
j 3ses trem SdiFon Nora da 24:2 StesulCreiuma nome da espedalista: Malta Sidra
2~,s Adran2 do Livràrnento SENAWS: -Departamento Rnisnal (49) 339-1

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j,E_ (ET naja (47)348r Figura 5: Modelo de formulário de atualização
Juswes
Arlor Ui Iseja
ASlexéndre :km Areais doa Santa GT Jara gua ch 91
(47) 390-1 ,
(47)2707
dos dados
▪ ssflp.i...
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Abris neth Ca 3ara gua da Sul (47) 3707 Outro tipo de consulta é a Busca Elabo-
Ane,a CU Mira (49)5561
Al,s.sidrP bc,s (libados (49)52y
rada / por Serviço. Esta facilidade permite
--I buscar serviços específicos e especialistas re-
el .

lacionados.
tésil g,n5s inesstAWal cal ;CleufaRonayln1nr
2Su oapS.JSM .30
Este guia tem auxiliado o SENAI/SC no
levantamento de informações de seus especi-
Figura 4: Consulta busca direta por nome do alistas utilizadas para:
especialista Estruturação de currículos utilizados
nos processos de reconhecimentos de
Na figura 5 podemos verificar que o Guia cursos junto ao Ministériode Educação;
possui visões que permitem identificar todos Identificação e escolha de especialistas
os elementos da base de dados, inserindo os para prestação de serviços de asses-
dados e realizando consultas rápidas. Algumas soria técnicas e tecnológicas;
das visões desta base são: dados pessoais dos Seleção de especialista para promo-
especialistas, serviços que o especialista está ção,capacitação e reenquadramento
apto a prestar, formação acadêmica, idioma, de pessoal;
habilidades, experiência profissional, atualiza- Mapeamento do conhecimento das pes-
ção profissional e publicações. soas dentro dainstituição (total de especi-

28 4111CCApjlello
alistas por área de atuação, por forma- DAVENPORT, Thomas H., PRUSAK,
ção acadêmica, por serviços pres- Laurence. Conhecimento empresarial :
tados e aptos a prestar, por domínio como as organizações gerenciam seu capital
de idioma, por Unidade, entre outros); intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
O SENAYSC tem buscado estar entre as FERNANDES, Caroline Brito. A aprendiza-
empresas que utilizam as melhores práticas de gem organizacional nas organizações de
gestão organizacional, destacando cada vez mais conhecimento: uma análise do perfil dos
o capital intelectual de seus colaboradores e o gestores do SENAI/SC. In: Encontro Naci-
onal de Pós-Graduação em Administração,
Guia vem comprovar isto como ferramenta su- 24,2000, Florianópolis. Anais...
porte ao gerenciamento do conhecimento. Florianópolis: UFSC.
CONSIDERAÇÕES FINAIS FERNANDES, Aguinaldo Aragon,
Diante dos impactos causados pela ALVES, Murilo Maia. Gerência estratégi-
tecnologia, as organizações vêm passando ca da tecnologia da informação. Rio de
por uma transição de uma economia industri- Janeiro: LTC, 1992
al para unia economia de informação e do NONAKA, Ikujiro, TAKEUCHI,Hirotaka.
conhecimento, condicionando-as a identificar Criação de conhecimento na empresa:
informações sobre o capital intelectual de como as empresas japonesas geram a
seus colaboradores. dinâmica da inovação. Rio de Janeiro:
Neste sentido, as organizações vêm de- Campus, 1997.
senvolvendo base de dados que possam cri- MAcICENNA, Regis. A revolução da
ar oportunidades de compartilhamento das informação fortalece os consumidores. Folha
competências dos seus colaboradores, trans- Management, n. 2, 21 ago. 1995.
formando estas informações em valioso ins- MELLO, Patrícia Campos. O conhecimento
trumento de apoio para as atividades desen- garante emprego: chegam ao Brasil
volvidas nas organizações. softwares que reúnem informações sobre a
É oportuno ressaltar que a gestão do co- qualificação de funcionários. Gazeta Mer-
nhecimento e a utilização de ferramentas que cantil, 17 jul. 1998. Disponível em: http://
auxiliem a identificação e o compartilhamento www.kmpress.com.br/c0717c8.htm . Aces-
de informações sobre o capital intelectual nas so em: 13 jun. 2001.
organizações, devem ser tratados com bastante MORAIS, Francisco Miguel C. Banco de
atenção, pois é um fator estratégico que irá dados para que? CTAI Revista Eletrônica.
contribuir para a sobrevivência das organiza- Florianópolis v.1., n.1 ., 1998. Disponível enn:
ções, tomado-as ágeis e competitivas. http://www.ctai.rct-sc.br/revista . Acesso cm
21 jul. 2001.
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