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SECRETARIA

MUNICIPAL DE
EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA
PEDAGÓGICA
Escola Municipal Maria de Lourdes Santos Silva
DIVISÃO DE ENSINO-
Turma: 7 ANO ANOS FINAIS
Professora: MARIA EUGENIA CABRAL
Componente curricular: GEOGRAFIA
Período: Nº do Bloco de Atividades: bloco 02

ESTRUTURA DO PLANEJAMENTO QUINZENAL-ENSINO REMOTO


Componente GEOGRAFIA
Curricular

Objetivo

Conteúdo
Estratégia
Material de
Referencia
Estimativa de 18 aulas quinzenais
Ch
OBSERVAÇÃO:

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


DIVISÃO DE ENSINO- ANOS INICIAIS
ESCOLA: MUNICIPA MARIA DE LOURDES SANTOS SILVA

PROFESSOR: MARIA EUGENIA CABRAL SÉRIE: 7º ANO

ALUNO (A): ___________________________________________________________________________

ATIVIDADE DE GEOGRAFIA
Cultura brasileira: da diversidade à desigualdade
A cultura brasileira é diversificada, o que não exclui a evidente desigualdade social. A
desigualdade social, uma característica marcante de nosso país, é atestada pela evidente
hegemonia de uma classe social nos processos de divisão social do trabalho e de divisão da
renda, além de fatores como o acesso à saúde, educação, saneamento e segurança.
Apesar de vasta e ampla, a cultura brasileira torna-se símbolo de status para as elites, que
selecionam arbitrariamente aquilo que deve ou não ser consumido, relegando o que não foi
selecionado para o limbo da produção cultural. Ademais, a nossa rica cultura popular faz
contraste
ao nosso povo, desprovido, muitas vezes, de insumos básicos para a sobrevivência.
É comum escutarmos que o Brasil é um país miscigenado, de cultura vasta e crenças
religiosas sincréticas. De fato, a formação étnica do povo brasileiro ocorreu, primeiramente,
com a miscigenação entre povos africanos, portugueses (que já tinham em sua linhagem
traços de miscigenação entre povos diversos do continente europeu) e indígenas.
Ao longo do tempo decorrido, desde o início da república, o Brasil recebeu imigrantes
italianos, japoneses, alemães e de outros países sul-americanos. Isso somente atesta que,
tomando o significado de cultura por uma concepção geral que envolve os hábitos,
costumes, a culinária, as crenças e o modo de vida geral de um povo, o Brasil é realmente
vasto.
Porém, essa concepção diversa da cultura brasileira pode resultar em um olhar equivocado
quanto à não existência de mazelas sociais, como a desigualdade social, o elitismo cultural
e o racismo.
Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala, aponta sua análise sobre a sociedade colonial
brasileira para um rumo, no mínimo, estranho: ele fala de uma relação harmônica entre
negros e brancos no Brasil Colonial, o que parece ser um eufemismo que relativiza o que
realmente aconteceu – a dominação pura e simples de brancos contra negros.
A miscigenação que Freyre utiliza como dado para atestar a sua teoria nada mais foi que
fruto de abusos sexuais e estupros de homens brancos contra as suas escravas e contra as
mulheres indígenas. Quando se relativiza a dominação branca durante o período colonial,
tende-se a apoiar um racismo estrutural que perdura até hoje.
O elitismo cultural (que apesar de toda a vastidão cultural brasileira, existe por aqui) também
é fator estruturante para a manutenção das desigualdades sociais que privilegiam etnias,
classes sociais e regiões.
Durante muito tempo, a Antropologia formulou teorias que tentaram justificar a existência de
culturas superiores e inferiores, de acordo com o desenvolvimento fenotípico dos povos que
criaram essas culturas. Uma dessas teorias é o darwinismo social, que passou a ser
questionado por Franz Boas, no fim do século XIX, e somente caiu de vez a partir do
estruturalismo de Claude Lévi-Strauss.
Formação e diversidade cultural da população
brasileira

O território brasileiro era habitado, até 1500,


pelos povos nativos, chamados pelos europeus
de índios. Porém, não havia apenas uma tribo ou
uma vertente cultural indígena nas terras que os
povos Tupi chamavam de Pindorama: eram
quatro agrupamentos linguísticos diferentes (Tupi-Guarani, Jê, Caribe e Aruaque). Esses
grupos étnicos eram divididos em milhares de tribos, essas divididas em aldeias. Cada tribo
possuía seus costumes.
Com a captura e escravização dos povos africanos, pudemos observar uma vastidão
cultural semelhante à dos povos indígenas, pois não havia uma só tribo de onde os
portugueses capturavam os africanos ou uma só cultura africana. Os povos africanos eram
vastos, divididos em várias tribos e de várias origens étnicas diferentes, o que conferiu à
formação cultural afro-brasileira uma vastidão e amplitude tão diversa quanto à indígena.
A vinda de povos brancos, de origem europeia, para o Brasil, tanto portugueses (que por si
só já tinham uma origem poliétnica) como a vinda de italianos e alemães, contribuiu para a
miscigenação de nosso povo. No Brasil, surgiu uma cultura ímpar, fruto da forte
miscigenação, que resultou em produtos culturais populares sem igual no mundo.
Há também em nossa terra e na formação de nosso povo o sincretismo religioso devido à
mistura de crenças, o que resultou, por exemplo, no surgimento de uma religião
genuinamente brasileira: a umbanda, que mistura elementos do candomblé e do
kardecismo.
Preconceito cultural no Brasil
Desde o início da colonização, um elitismo cultural reina no Brasil, pois os portugueses viam
a si mesmos como superiores e os povos nativos como inferiores. O trecho transcrito a
seguir atesta essa visão etnocêntrica:
“A língua deste gentio toda pela costa é uma, carece de três letras, não se acha nela f, nem
l, nem r, coisa digna de espanto, porque assim não têm fé, nem lei, nem rei, e desta maneira
vivem sem justiça e desordenadamente”
Mais tarde, quando os africanos começaram a ser escravizados por povos europeus, a
escravidão assentava-se, igualmente, em um etnocentrismo racista e em um elitismo
cultural: os europeus, brancos, julgavam-se superiores aos africanos por seus fenótipos e
por suas características culturais que, no julgamento dos próprios europeus, eram
superiores.
Os europeus tinham um sistema político governamental e com formação estatal, dominavam
a pólvora e a escrita, além de terem moeda e iniciarem o capitalismo mercantilista. Os povos
do sul desenvolveram-se de maneira diferente. Com exceção de alguns povos
mesoamericanos, nativos da África e da América viviam em contato com a natureza e não
estabeleciam relações comerciais nem centralização de poder.
O modo de vida dos nativos africanos e americanos era autossuficiente, e a sua cultura
tinha ganhado contornos diferentes da cultura europeia. A justificação do domínio pela
cultura é um forte elemento do preconceito cultural no Brasil.
Hoje, podemos falar da existência de um elitismo que culmina na discriminação daquelas
pessoas marginalizadas (que estão à margem da sociedade, devido à exclusão social) e em
um racismo estrutural. O racismo estrutural, muito forte no Brasil, é um tipo de racismo
velado e indireto. Ele pode ser manifestado por meio de dados socioeconômicos, como os
que apontam que os negros ganham, em média, 1,2 mil reais a menos que os brancos,
segundo levantamento do IBGEii.
Esse tipo de racismo arrasta-se sorrateiramente desde a abolição da escravidão, que deu a
liberdade por direito aos negros escravizados, mas não deu suporte educacional, econômico
e de assistência básica para que aquela população pudesse organizar a sua vida. Teorias
que apontam para uma democracia racial, como a de Gilberto Freyre, somente reforçaram a
ideia de que estava tudo bem, quando não estava.
Por não possuir um regime de apartheid, como houve nos Estados Unidos, o brasileiro
médio (em especial a população branca) cresceu acreditando que havia oportunidades
iguais para negros, brancos e indígenas, quando, na verdade, nunca houve, e quem sofre
com isso diariamente são os negros de classe baixa. Esses aspectos atestam que existe
uma direta relação entre desigualdade social e diversidade cultural.
Diferença entre diversidade cultural e desigualdade social
Em termos de estrita interpretação, diversidade cultural e desigualdade social são
completamente diferentes. Desigualdade social faz referência à diferença entre as classes
sociais e aos rendimentos de cada classe. Diversidade cultural faz referência à vasta
quantidade de culturas diferentes existentes em um nosso território.
No Brasil, a associação entre os termos “desigualdade social” e “diversidade cultural” é
possível, pois apesar de nossa diversa formação cultural, a exclusão social apresenta-se
como um fator de exclusão que se manifesta, majoritariamente, por meio da diferença entre
as diversas culturas que formam a população brasileira.
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-brasileira-diversidade-desigualdade.htm
Questões:

1- Segundo o texto, como ocorreu a formação étnica brasileira?

2- A cultura brasileira é diversificada, o que não exclui a evidente desigualdade social.


Como essa desigualdade social e apresentada em nosso país?

3- Quais eram os povos que habitavam o território brasileiro até 1500. Quais eram os
agrupamentos linguísticos e como viviam?

4- Faça um breve relato sobre o racismo comentado nesta reportagem.

5- Qual a diferença entre diversidade cultural e desigualdade social?

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