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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

POLÍTICAS PÚBLICAS EM EDUCAÇÃO


PROF.: ZACARIAS
JOÃO ANGELO TUPPER GIL

RESUMO DO CAPÍTULO 9

O capítulo 9 trata do Ideb ,segundo a perspectiva dos gestores e docentes na rede


municipal da Paraíba. Além disso, a relação que esses têm com o PAR, Plano de Metas
Compromisso Todos pela Educação e o PDE. O estudo consistiu em três etapas:a primeira
consistiu numa análise da produção acadêmica sobre a reforma da educação na segunda
década de 1990; a segunda, uma pesquisa documental sobre a política federal educacional; a
terceira ,trata-se de um questionário aplicado junto aos professores e gestores. As autoras,
Andréia Ferreira da Silva e Melânia Mendonça Rodrigues, frisam que o objetivo não é
apontar deficiências e falhas na política educacional abordada, mas notar seus efeitos e suas
transformações. Até porque se restringe a um município e não à totalidade Nacional.
Sobre a política de avaliação da qualidade educacional é explicitado que
existem diversos conceitos sobre a qualidade, baseando-se em alguns estudos específicos de
Oliveira, Dourado e Santos (2004); são eles: condições de oferta de ensino; a gestão e a
organização do trabalho escolar; a formação e a profissionalização do professor; e o acesso, a
permanência e o desempenho escolar. Com essa concepção conceitual se aceita que a
qualidade da educação não pode ser “medida por meio de provas estandardizadas.” (2010).
A avaliação como instrumento de resposta sobre a qualidade da educação faz
parte de uma política nacional orientada por políticas internacionais no período de
globalização do capital. A partir desse contexto, “a função do Estado consistiria em estimular
a produção de uma educação de qualidade diferenciada, mediante a instituição de mecanismo
de sua medição, de publicização dos resultados, e o estímulo à competição.” (2010)
A incorporação dessa avaliação externa no cotidiano escolar foi o grande
desafio do Estado, a tática de implementação foi baseada na descentralização das políticas na
esfera federal e a divisão dessas responsabilidades com os estados e municípios, além do
empresariado. A avaliação era o instrumento centralizador e balizador no controle federal de
qualidade. Exemplos dessas avaliações são: Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb), 1990; Exame Nacional de Cursos ou Provão, 1997; Exame Nacional do Ensino
Médio, Enem, 1998/2009; Prova Brasil, 2005; Provinha Brasil, 2007; Sinaes, 2004.
Essas avaliações fazem parte do PDE, esse que tem três eixos bases sobre a
política educacional. São: o fortalecimento do papel regulador do Estado nas políticas
educacionais e , ao mesmo tempo, o aumento das responsabilização das unidades
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subnacionais pelos resultados dessas políticas; ênfase no processo avaliativo de qualidade de
educação, fomentando a crença nesse sistema de mensuração; e financiamento.
O Ideb é realizado bienalmente e foi inaugurado em 2005, as notas são de 0 a
10, e supõe-se que até 2022 a média nacional seja de 6,0; padrão de qualidade dos países
desenvolvidos. O PAR, nesse contexto, age nas escolas como diagnosticador das
deficiências que a escola teve para não obter um bom resultado, ele adéqua as ações aos
objetivos do plano. Antes de começar a investigação na Paraíba, é importante ressaltar a
diversidade cultural do Brasil no processo de desenvolvimento educacional, como afirmam as
autoras:
“A análise dos resultados das avaliações da educação básica realizadas nesses
municípios, e seus Idebs, não pode desconsiderar as condições socioeconômicas e culturais
deles, nem o fato de que o acesso à permanência na escola é uma realidade recente para a
grande parte da população. As dificuldades existentes para a expansão da educação básica e
para garantia das condições adequadas de seu funcionamento constituem um desafio maior do
que em outras regiões do País, sobretudo nas Regiões Sudeste e Sul.”
Os resultados das pesquisas sugerem que a publicização do Ideb tem interferido
na organização escolar e no trabalho docente, apesar da maior parte dos profissionais,
conhecer superficialmente, ou não conhecer, os objetivos do Ideb e do PAR. A mudança na
organização em torno da preparação para prova, a fim de elevar as notas não tem significado
propriamente uma melhoria na qualidade educacional, mas,sim,pode corresponder a uma
ameaça à formação do aluno; que se limitaria as habilidades exigidas nas provas. Além de um
possível estreitamento do currículo a essas avaliações e a afirmação das desigualdades
cognitivas regionais.
Apesar dos riscos, a maioria dos profissionais acredita que o processo proporciona
a melhoria da qualidade da educação, raras exceções questionaram. Acreditam também que
vem contribuindo para um maior comprometimento, entre os profissionais das escolas e a
comunidade, pela melhoria da educação. Com as palavras das autoras, o sintoma percebido
nos municípios é de que:
“... as respostas priorizam, sobretudo, o voluntarismo dos profissionais e a crença,
pelo menos para uma parte significativa, de que depende deles a melhoria da qualidade da
educação.”

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