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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação – VREGRAD
Divisão de Assuntos Pedagógicos – DAP
Créditos Teórico / Prático 4,0
Código e Nome da Disciplina J589–
DIREITO ADMINISTRATIVO I
Segundas e Quartas
17h20min – 19h00min
19h00min – 20h40min
Aula 22a
1. Regras constitucionais
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empregados públicos (ocupantes de empregos públicos em regime celetista). Assim, a melhor
interpretação a ser dada à expressão função pública é aquela que a associa com os cargos em
comissão, que são de livre nomeação e exoneração, sem a necessidade de prévia aprovação
em concurso público.
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técnico e burocrático, sem relação de confiança, e que, por este motivo, só poderiam ser
providos por meio concurso público.
No recurso ao STF, o prefeito de Guarulhos sustentou que município atuou dentro da
sua autonomia conferida pela Constituição Federal para criar e extinguir cargos,
organizar sua estrutura administrativa e dispor sobre o regime de seus servidores.
Alegou que a criação dos cargos é necessária à administração, não visa burlar o
princípio do concurso e que suas atribuições não tem natureza técnica. Ressaltou que a
quantidade de cargos está limitada a um percentual convencionado com o Ministério
Público em anterior termo de ajustamento de conduta.
Manifestação
Em sua manifestação apresentada no Plenário Virtual, o ministro Dias Toffoli afirmou
que o tema tratado no recurso tem relevância jurídica, econômica e social, uma vez que
trata dos requisitos para a criação de cargas em comissão, envolvendo a aplicação de
princípios constitucionais tais como o do concurso público, da moralidade pública, da
igualdade, da impessoalidade, da eficiência e da economicidade.
Quanto ao mérito da controvérsia, o relator observou que o STF já se “debruçou sobre
a questão por diversas vezes” e o entendimento da Corte é no sentido de que a criação
de cargos em comissão somente se justifica quando suas atribuições, entre outros
pressupostos constitucionais, sejam adequadas às atividades de direção, chefia ou
assessoramento, sendo inviável para atividades meramente burocráticas, operacionais
ou técnicas. Ele também destacou que, como esses cargos são de livre nomeação e
exoneração, é imprescindível a existência de um vínculo de confiança entre a
autoridade nomeante e o servidor nomeado para o desempenho da atividade de chefia
ou assessoramento.
“Esses requisitos estão intrinsecamente imbricados, uma vez que somente se imagina
uma exceção ao princípio do concurso público, previsto na própria Constituição
Federal, em virtude da natureza da atividade a ser desempenhada, a qual, em razão de
sua peculiaridade, pressupõe relação de fidúcia entre nomeante e nomeado”,
argumentou o relator.
O ministro ressaltou que as atribuições inerentes aos cargos em comissão devem
observar, também, a proporcionalidade com o número de cargos efetivos no quadro
funcional do ente federado responsável por sua criação, além da utilidade pública.
Toffoli salientou que as atribuições dos cargos devem, obrigatoriamente, estar previstas
na própria lei que os criou, de forma clara e objetiva, não havendo a possibilidade de
que sejam fixadas posteriormente. “Daí ser imprescindível que a lei que cria o cargo
em comissão descreva as atribuições a ele inerentes, evitando-se termos vagos e
imprecisos”, enfatizou.
A manifestação do relator quanto ao reconhecimento da repercussão geral foi seguida
por maioria, vencido o ministro Marco Aurélio. No mérito, a posição do ministro Dias
Toffoli pelo desprovimento do RE e pela reafirmação da jurisprudência pacífica da
Corte foi seguida por maioria, vencido, também neste ponto, o Marco Aurélio.
A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte:
a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de
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direção, chefia e assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades
burocráticas, técnicas ou operacionais;
b) tal criação deve pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade
nomeante e o servidor nomeado;
c) o número de cargos comissionados criados deve guardar proporcionalidade com a
necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos
efetivos no ente federativo que os criar; e
d) as atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas, de forma clara e
objetiva, na própria lei que os instituir.
Em decorrência de sua posse na Presidência do STF, o ministro Dias Toffoli foi
substituído na relatoria do RE 1041210 pela ministra Cármen Lúcia.
O inciso VII do art. 37 trata do direito de greve dos servidores públicos. Sendo
norma de eficácia limitada, nunca chegou a ter tratamento legislativo, o que relegou tal direito a
uma tenebrosa incerteza jurídica. Entretanto, ao decidir os Mandados de Injunção 670, 708 e
712, o STF, por unanimidade de votos de seu Pleno, declarou a omissão legislativa do
Congresso Nacional no que se refere à regulamentação do direito de greve do servidor público.
Além disso, por maioria de votos, o Supremo definiu que se aplica ao setor público, no que for
compatível, a lei de greve para o setor privado (Lei 7.783/89).
Ainda no MI 708, ficou decidido que a competência para julgar questões relativas à
greve dos servidores públicos é da Justiça Comum, estadual ou federal, conforme o caso.
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Constituição Federal não permite. 2.Aparente colisão de direitos. Prevalência do interesse
público e social na manutenção da segurança interna, da ordem pública e da paz social sobre
o interesse individual de determinada categoria de servidores públicos. Impossibilidade
absoluta do exercício do direito de greve às carreiras policiais. Interpretação teleológica do
texto constitucional, em especial dos artigos 9º, § 1º, 37, VII e 144. 3.Recurso provido, com
afirmação de tese de repercussão geral: “1 - O exercício do direito de greve, sob qualquer
forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem
diretamente na área de segurança pública. 2 - É obrigatória a participação do Poder Público
em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos
termos do art. 165 do Código de Processo Civil, para vocalização dos interesses da categoria.
(ARE 654432, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE
DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 05/04/2017, PROCESSO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-114 DIVULG 08-06-2018 PUBLIC 11-06-2018)
A Constituição Federal, no inciso XVI do art. 37, estatuiu como regra básica a
proibição da acumulação remunerada de cargos. Em nome do princípio da eficiência e da
moralidade, o texto constitucional deixa claro que o servidor, via de regra, deve se concentrar
em uma única função pública. Mas o próprio texto constitucional prevê casos em que é
possível a acumulação remunerada, desde que haja compatibilidade de horários e seja
respeitado o teto remuneratório do inciso XI do mesmo art. 37. Os casos permitidos são:
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Tribunal de Contas da União. Acórdão 5280/2019 Segunda Câmara (Aposentadoria, Relator Ministro-
Substituto André de Carvalho)
Pessoal. Acumulação de cargo público. Professor. Cargo técnico. Nível médio.
É irregular a acumulação de cargo de professor com de técnico de nível médio para o qual não se exige
qualquer formação específica. O cargo técnico ou científico (art. 37, inciso XVI, alínea b, da Constituição
Federal) é aquele cujas atribuições não possuem natureza eminentemente burocrática ou repetitiva e
para cujo exercício são exigidos conhecimentos técnicos específicos e habilitação legal, não
necessariamente em nível superior. A expressão “técnico” em nome de cargo não é suficiente, por si só,
para classificá-lo na categoria de cargo técnico ou científico a que se refere aquele dispositivo
constitucional.
Tribunal de Contas da União. Acórdão 7591/2021 Primeira Câmara (Pedido de Reexame, Relator
Ministro Vital do Rêgo)
Pessoal. Acumulação de cargo público. Professor. Cargo técnico. Nível médio.
É irregular a acumulação de cargo de professor com de técnico de nível médio para o qual não se exige
qualquer formação específica. O cargo técnico ou científico (art. 37, inciso XVI, alínea b, da Constituição
Federal) é aquele cujas atribuições não possuem natureza eminentemente burocrática ou repetitiva e
para cujo exercício são exigidos conhecimentos técnicos específicos e habilitação legal, não
necessariamente em nível superior. A expressão “técnico” em nome de cargo não é suficiente, por si só,
para classificá-lo na categoria de cargo técnico ou científico a que se refere aquele dispositivo
constitucional.
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A vedação se estende, conforme o inciso XVII, a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.
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Segunda Turma, DJe 28/6/2012. AgRg no AREsp 291.919-RJ, Rel.
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 18/4/2013.
REsp 1.460.331-CE, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. Acd.
Min. Gurgel de Faria, por maioria, julgado em 10/04/2018, DJe
07/05/2018.
Servidor público. Médico do trabalho. Cargo de auditor-fiscal.
Enquadramento. Cumulação com outro vínculo como médico.
Impossibilidade.
O Auditor Fiscal do Trabalho, com especialidade em medicina
do trabalho, não pode cumular o exercício do seu cargo com
outro da área de saúde.
De início, verifica-se que os cargos de Fiscal do Trabalho, Assistente
Social, Engenheiro, Arquiteto e Médico do Trabalho foram
transformados na carreira de Auditor-Fiscal do Trabalho, nos termos
dos arts. 10, § 1º, e 11 da MP n. 1.915-1/1999 e 9º, § 1º, e 10 da Lei
n. 10.593/2002. Aos ocupantes do cargo de Médico do Trabalho, à
época da edição da MP n. 1.915-1/1999, foi concedida a opção de
permanecerem na mesma situação funcional, hipótese em que, se
assim pretendessem, ficariam em quadro em extinção, sendo certo
que a referida escolha, irretratável, deveria ocorrer até 30/09/1999.
As atribuições dos Auditores do Trabalho estão determinadas na MP
n. 1.915-1/1999 e na atual Lei n. 10.593/2002, possuindo natureza
distinta em relação ao cargo de Médico do Trabalho, não se
relacionando as funções do primeiro à prestação de serviços
médicos à população. O fato de haver cargo de Auditor Fiscal com
exigência de pós-graduação na área de medicina do trabalho não
significa que seus ocupantes, obrigatoriamente médicos, estejam
exercendo a medicina propriamente dita e não implicando a
alteração da natureza da carreira de Auditor Fiscal do Trabalho para
a de médico. Nesse diapasão, os servidores da referida carreira são
agentes do Estado que analisam as condições de trabalho, as
situações das empresas, liberando estas ou fazendo-lhes exigências
de ajustes, funções que não são específicas do cargo de médico (art.
11 da Lei n. 10.593/2002). Nesse caminho, verifica-se que não é
possível o enquadramento no cargo de Auditor Fiscal com a
cumulação de um segundo vínculo como médico. Entender de forma
contrária causaria tratamento desigual para aqueles servidores, que,
visando acumular dois cargos de médico da administração pública,
fizeram a opção por permanecer como médico do trabalho (art. 10, §
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2º, da MP n. 1.915-1/1999 e art. 9º, § 2º, da Lei n. 10.593/2002).
Teto constitucional incide em cada cargo nos casos em que é permitida a acumulação,
decide STF
Por decisão majoritária, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) negou provimento a
dois Recursos Extraordinários (REs 602043 e 612975) em que o Estado do Mato Grosso
questionava decisões do Tribunal de Justiça local (TJ-MT) contrárias à aplicação do teto na
remuneração acumulada de dois cargos públicos exercidos pelo mesmo servidor. Os ministros
entenderam que deve ser aplicado o teto remuneratório constitucional de forma isolada para
cada cargo público acumulado, nas formas autorizadas pela Constituição. O tema
debatido nos recursos teve repercussão geral reconhecida.
Tese de repercussão geral
O Plenário aprovou a seguinte tese para efeito de repercussão geral, sugerida pelo relator da
matéria, ministro Marco Aurélio: “Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação
de cargos, empregos e funções, a incidência do artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal,
pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do
teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público”.
Processos relacionados
RE 602043
RE 612975
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ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
PROVIMENTO POR DECISÃO MONOCRÁTICA, COM SUPORTE EM JURISPRUDÊNCIA
DOMINANTE. POSSIBILIDADE. SÚMULA 568/STJ. ACUMULAÇÃO ILEGAL DE CARGOS
PÚBLICOS. DECADÊNCIA. INEXISTÊNCIA.
1. A decisão singular que deu provimento ao recurso especial encontra suporte na Súmula
568/STJ, que autoriza o relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, a dar ou
negar provimento a recurso quado houver jurisprudência dominante acerca do tema (Corte
Especial, DJe 17/3/2016). Precedentes.
2. No mais, o acórdão proferido pelo Tribunal de origem destoou da atual jurisprudência desta
Corte Superior, orientada no sentido de que não ocorre a decadência da Administração
Pública de adotar procedimentos para verificar a acumulação inconstitucional de cargos
públicos.
3. Não cabe ao Superior Tribunal de Justiça, ainda que para fins de prequestionamento,
examinar na via especial matéria constitucional, sob pena de usurpação da competência do
Supremo Tribunal Federal.
(AgInt no REsp 1485521/ES, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
22/05/2018, DJe 30/05/2018)
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eficiência administrativa (artigo 37, caput, da CRFB), uma vez que busca equacionar a
alocação de recursos humanos disponíveis para melhor atender à necessidade de serviços
legalmente especificados.
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