Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Instalações Rurais
Guiiti Shimizu página 09
______________________________________________________________________________
Capítulo 2
Saneamento Básico para Propriedades Rurais
Luciana S. e Souza página 43
______________________________________________________________________________
Capítulo 3
Lincenciamento Ambiental de Atividades Florestais
Milton Ivo Carnevali página 69
______________________________________________________________________________
Capítulo 4
Orientações para o Manejo de Áreas de Cultivos de Algodão no
Estado de Mato Grosso visando a Proteção Ambiental.
Antonio Brandt Vecchiato
Eliana Freire Gaspar de Carvalho Dores
Oscarlina Lúcia dos Santos Weber página 83
______________________________________________________________________________
Gilson Ferrúcio Pinesso¹
Na década de 70, no início das atividades de agricultura no cerrado brasileiro, haviam poucas informações
sobre assuntos ambientais. A grande preocupação era ocupar, plantar e crescer. E assim também aconteceu a
ocupação do cerrado de Mato Grosso. Antes uma terra sem valor e hoje com uma grande e pujante produção
agrícola, mas também com seus problemas, muitos deles originados pela falta de conhecimento quando da
ocupação. Outros pela falta de recursos e também pelo descaso de alguns proprietários e governos. Porém, o
Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) entende que muito ainda pode ser feito ou corrigido, e com a im-
plementação do projeto de Diagnóstico Ambiental e Técnico o que se pretende é apresentar aos cotonicultores
do Mato Grosso, dentre as atividades executadas por esses, algumas que podem ser melhoradas, de acordo
com as legislações e pesquisas vigentes. Assim, o objetivo deste manual é para que o produtor tenha uma fonte
de consulta adicional, a fim de que, se assim o quiser, possa se adequar às normas atuais.
Entendemos que não se muda uma estrutura de uma sede de fazenda do dia para a noite, porque
as dificuldades econômicas e técnicas devem ser levadas em conta, e isso cabe apenas ao proprietário decidir
quando e como fazê-lo. Mas algumas têm certa emergência, pois são de maior gravidade com relação a riscos
ao meio ambiente, e ações urgentes certamente evitarão que se tenham maiores custos com multas e outros
aborrecimentos como paralisação de atividades em momento inoportuno. Mas outras ações, simples como
o destino adequado do lixo, podem se iniciadas de imediato, sem elevado aumento de custo e com grandes
vantagens para o meio ambiente.
Não se pretende, com as plantas e recomendações constantes neste manual, substituir o engenheiro
ou qualquer profissional da área, que entendemos como fundamental, mas apresentar sugestões sobre as várias
estruturas que estão exemplificadas, assim como, um resumo sobre legislação ambiental, e também algumas
recomendações originadas de pesquisas executadas em Mato Grosso, e que certamente são importantes ob-
servar em uma propriedade agrícola.
Ao se consultar as diversas fontes observou-se que muitas vezes as normas não são claras sobre como
e onde deve-se construir uma ou outra estrutura. E quando existem, muitas vezes, são pouco didáticas. Assim,
buscou-se profissionais atuantes nos diversos setores para desenvolver as sugestões constantes no manual,
procurando sempre atender a realidade encontrada nas propriedades agrícolas.
Esperamos que este manual tenha bom uso entre os produtores do Mato Grosso, e que, a despeito das di-
versas agruras do setor, possam continuar contribuindo cada vez melhor com o desenvolvimento do nosso Estado.
_______________________
¹Economista, Presidente do Instituto Mato-grossense do Algodão.
Capítulo 1
Instalações Rurais
Guiiti Shimizu1
1. Introdução
O capítulo 1 apresenta a infra-estrutura necessária em uma propriedade rural que deverá ser construída
dentro das normas, e passar pela aprovação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA/MT, que emitirá
as licenças.
O decreto nº. 807 de 11 de outubro de 2007 dispõe sobre o prazo de validade das licenças ambientais.
A validade das licenças ambientais expedidas pela SEMA fica definida em observância aos seguintes
prazos mínimos:
I - Licença prévia: mínimo de 3 (três) anos;
II - Licença de instalação: mínimo de 3 (três) anos;
III – Licença de operação: mínimo de 3 (três) anos;
IV – Licença ambiental única: mínimo de 8 (oito) anos;
V - Licença de operação provisória: mínimo de 3 (três) anos.
2. Áreas de vivência
O empregador rural deve disponibilizar à seus funcionários as áreas de vivência, que são:
a) instalações sanitárias;
b) locais para refeição;
c) alojamentos, quando houver permanência de trabalhadores no estabelecimento nos períodos entre as jorna-
das de trabalho;
d) local adequado para preparo de alimentos (caso haja trabalhadores alojados);
e) lavanderias (caso haja trabalhadores alojados).
_______________________
¹
Engenheiro Civil e Economista; Especialista em Projetos de Viabilidade. Consultor, Rondonópolis/MT.
Você sabia?
Nas frentes de trabalho devem ser disponibilizadas instalações sanitárias fixas ou móveis compostas de va-
sos sanitários e lavatórios, na proporção de um conjunto para cada grupo de quarenta trabalhadores ou fração.
4. Refeitórios
Os locais para preparo de refeições devem ser dotados de lavatórios, sistema de coleta de lixo e insta-
lações sanitárias exclusivas para o pessoal que manipula alimentos, e não podem ter ligação direta com os
alojamentos.
Você sabia?
Em todo estabelecimento rural deve haver local ou recipiente para a guarda e conservação de refeições,
em condições higiênicas, independentemente do número de trabalhadores.
Nota do autor: a seguir desenhos ilustrativos para refeitório com capacidade para 40 pessoas.
VARANDA
PISO CERÂMICO
7,255 m²
COZINHA
PISO CERÂMICO
BANH. 21,190 m²
PISO CERÂMICO
3,540 m²
DESPENSA
PISO CERÂMICO
4,425 m²
REFEITÓRIO
PISO CERÂMICO
63,210 m²
LAVABO
PISO CERÂMICO
3,455 m²
BANH. VARANDA
PISO CERÂMICO PISO CERÂMICO
2,400 m² 8,720 m²
PLANTA BAIXA
sem escala Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
11
__________________________
Capítulo 1
Capítulo 1
__________________________
CAIBRO DE 5X6 cm
FORRO DE PVC
FORRO DE PVC
COZINHA VARANDA
BANH.
REFEITÓRIO COZINHA
CORTE BB
sem escala Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
ELEVAÇÃO
sem escala Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
COBERTURA
sem escala Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
Os alojamentos devem:
a) ter camas com colchões, separadas por no mínimo um metro, sendo permitido o uso de beliches, limitados a
duas camas na mesma vertical, com espaço livre mínimo de cento e dez centímetros acima do colchão;
b) ter armários individuais para guarda de objetos pessoais;
c) ter portas e janelas capazes de oferecer boas condições de vedação e segurança;
d) ter recipientes para coleta de lixo;
e) ser separados por sexo.
Nota do autor: a seguir desenhos ilustrativos para dois tipos de alojamentos para 32 lugares.
VARANDA VARANDA
PISO CIMENTADO PISO CIMENTADO
2,94 m² 2,94 m²
ÁREA VARAL
PISO CIMENTADO
6,26 m²
2,915 m²
2,915 m²
2,915 m²
2,915 m²
BANH.
BANH.
BANH.
BANH.
PISO CERÂMICO
PISO CERÂMICO
PISO CERÂMICO
PISO CERÂMICO
2,915 m²
2,915 m²
2,915 m²
2,915 m²
BANH.
BANH.
BANH.
BANH.
PISO CERÂMICO
PISO CERÂMICO
PISO CERÂMICO
PISO CERÂMICO
QUARTO 4 QUARTO 7 QUARTO 8
PISO CIMENTADO PISO CIMENTADO PISO CIMENTADO
11,505 m² 11,505 m² 11,505 m²
ÁREA VARAL
PISO CIMENTADO
QUARTO 3 6,26 m²
PISO CIMENTADO
11,505 m²
VARANDA VARANDA
PISO CIMENTADO PISO CIMENTADO
2,94 m² 2,94 m²
CAIBRO DE 5X6 cm
FORRO DE PVC
FORRO DE PVC
QUARTO 5 QUARTO 7
CORTE AA
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
CORTE BB
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
ELEVAÇÃO C
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
ELEVAÇÃO E
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
Desenho 10. Modelo de alojamento com capacidade para 32 pessoas (Elevação E).
ELEVAÇÃO D ELEVAÇÃO F
sem escala sem escala
COBERTURA
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
Você sabia?
ÁREA VARAL
PISO CIMENTADO
6,26 m²
2,915 m²
2,915 m²
BANH.
BANH.
PISO CERÂMICO
PISO CERÂMICO
SALA DE TV
PISO CIMENTADO
2,915 m²
2,915 m²
QUARTO 3 QUARTO 4 QUARTO 7 QUARTO 8
BANH.
BANH.
PISO CIMENTADO PISO CIMENTADO PISO CIMENTADO PISO CIMENTADO
PISO CERÂMICO
PISO CERÂMICO
11,505 m² 11,505 m² 11,505 m² 11,505 m²
ÁREA VARAL
PISO CIMENTADO
6,26 m²
VARANDA
PISO CIMENTADO
VARANDA 5,08 m² VARANDA
PISO CIMENTADO
PISO CIMENTADO 2,94 m²
2,94 m²
PLANTA BAIXA
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
Desenho 13. Modelo de alojamento com sala de TV, com capacidade para 32 pessoas (Planta Baixa).
__________________________
Capítulo 1
Capítulo 1
__________________________
6. Lavanderias de EPI
As lavanderias devem ser instaladas em local coberto, ventilado e adequado para que os trabalhadores
alojados possam cuidar das roupas de uso pessoal. Devem ser dotadas de tanques individuais ou coletivos e
água limpa.
Importante:
O empregador deve disponibilizar a água potável e fresca em quantidade suficiente nos locais de trabalho.
A água potável deve ser disponibilizada em condições higiênicas, sendo proibida a utilização de copos coletivos.
Nota do autor: a seguir fluxograma de entrada e saída dos trabalhadores na propriedade rural.
FLUXO DE ENTRADA
CHEGADA DOS
TRABALHADORES
FLUXO DE SAÍDA:
CHEGADA DO CHEGADA DO
TRABALHO TRABALHO
Vindo das atividades Vindo das atividades
diárias diárias
VESTIÁRIO LAVANDERIA DE
RETIRADA DE EPI
Deixar o uniforme e trocar Deixar o EPI para ser EPI
por vestuário deixado no lavado Lavar com sabão neutro,
início da atividade secar à sombra e deixar
preparado para a jornada
seguinte
BANHO
VESTIÁRIO
Colocar o vestuário
deixado no início da
atividade
SAÍDA DO
TRABALHO
Nota do autor: a seguir desenhos ilustrativos para construção de uma lavanderia de EPI.
ÁREA DE BANHO
BANH. PISO CERÂMICO ÁREA LIMPA
2,37 m² PISO CIMENTADO
PISO CIMETADO
2,22 m² 4,03 m²
ÁREA SUJA
PISO CIMENTADO
6,62 m² VARANDA
PISO CIMENTADO
6,01 m²
F
Cesto de
roupa suja
VARANDA
PISO CIMENTADO
5,99 m² ÁREA DE SECAR ROUPA
LAVANDERIA PISO CIMENTADO
PISO CIMENTADO 9,39 m²
3,70 m²
BANH.
PISO CIMENTADO
2,31 m²
Desenho 14. Modelo de lavanderia de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) com capacidade de
até 10 pessoas (Planta Baixa).
__________________________
Capítulo 1
Capítulo 1
__________________________
Cesto de
roupa suja
CORTE AA
sem escala Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
FORRO DE PVC
BANH. CHUVEIRO
ÁREA SUJA ÁREA LIMPA VARANDA
Pisos e paredes de
Vaso sanitário, Mictórios, materiais laváveis Varanda coberta
na proporção de na proporção de
1 p/ 20 trabalhadores 1 p/ 10 trabalhadores Chuveiro, na proporção de 1 p/ 10 trabalhadores
CORTE BB
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
ELEVAÇÃO C ELEVAÇÃO D
sem escala sem escala
ELEVAÇÃO E ELEVAÇÃO F
sem escala sem escala
COBERTURA
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
SUMIDOURO
PARA
LAVANDERIA
PLANTA DE SITUAÇÃO
sem escala
TAMPA DE VISITA
TAMPA DE CONCRETO
PEDRA BRITADA 1
PLANTA BAIXA CALCÁRIO OU CAL VIRGEM
CARVÃO VEGETAL
sem escala PEDRA IRREGULAR
CORTE
Obs.: Para vaso sanitário, lavatório e chuveiro, sem escala
fazer um sumidouro com revestimento de tijolos
e tampa.
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
7. Moradias
Sempre que o empregador rural fornecer aos trabalhadores moradias familiares, estas deverão possuir:
a) capacidade dimensionada para uma família;
b) paredes construídas em alvenaria ou madeira;
c) pisos de material resistente e lavável;
d) condições sanitárias adequadas;
e) ventilação e iluminação suficientes;
f ) cobertura capaz de proporcionar proteção contra intempéries;
g) poço ou caixa de água protegido contra contaminação;
h) fossas sépticas, quando não houver rede de esgoto, afastadas da casa e do poço de água, em lugar livre de
enchentes e a jusante do poço.
Você sabia?
As moradias familiares devem ser construídas em local arejado e afastadas, no mínimo, cinqüenta metros
de construções destinadas a outros fins.
É proibida, em qualquer hipótese, a moradia coletiva de famílias.
O empregador rural que tiver a seu serviço, nos limites de sua propriedade, mais de cinqüenta trabalhadores
de qualquer natureza, com família, é obrigado a possuir e conservar em funcionamento escola primária, inteira-
mente gratuita para os menores dependentes, com tantas classes quantos sejam os grupos de quarenta crianças
em idade escolar.
O empregador rural deve afastar as gestantes das atividades com exposição direta ou indireta a agrotóxi-
cos imediatamente após ser informado da gestação.
É vedado o trabalho em áreas recém-tratadas, antes do término do intervalo de re-entrada estabelecido
nos rótulos dos produtos, salvo com o uso de equipamento de proteção recomendado.
É vedada a entrada e permanência de qualquer pessoa na área a ser tratada durante a pulverização aérea.
O empregador rural deve fornecer instruções suficientes aos que manipulam agrotóxicos, adjuvantes e
afins, e aos que desenvolvam qualquer atividade em áreas onde possa haver exposição direta ou indireta a esses
produtos, garantindo os requisitos de segurança previstos na legislação vigente.
O empregador rural deve proporcionar um programa de capacitação sobre prevenção de acidentes com
agrotóxicos a todos os trabalhadores expostos diretamente. Deve ser feita a partir de materiais escritos ou audio-
visuais e apresentado em linguagem adequada aos trabalhadores e assegurada a atualização de conhecimentos
para os trabalhadores já capacitados.
O empregador rural deve disponibilizar a todos os trabalhadores informações sobre o uso de agrotóxicos
no estabelecimento, abordando os seguintes aspectos:
a) área tratada: descrição das características gerais da área da localização, e do tipo de aplicação a ser feita, in-
cluindo o equipamento a ser utilizado;
b) nome comercial do produto utilizado;
c) classificação toxicológica;
d) data e hora da aplicação;
e) intervalo de reentrada;
f ) intervalo de segurança/período de carência;
g) medidas de proteção necessárias aos trabalhadores em exposição direta e indireta;
h) medidas a serem adotadas em caso de intoxicação.
Você sabia?
CALÇADA
RAMPA
ÁREA DE DEPÓSITO
PISO CIMENTADO
32,49 m²
VESTIÁRIO
PISO CIMENTADO
5,18 m² Manter caixa de madeira contendo
PROJEÇÃO DOS
EXAUSTORES EOLICOS areia, calcário e serragem, para uma
emergência com incêndios
CORTE AA
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
ESTRUTURA METÁLICA
LÂMPADA
ELEMENTO VAZADO
RAMPA DE CONCRETO
CORTE BB
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
ELEVAÇÃO COBERTURA
sem escala sem escala
Você sabia?
55
140
85
Exemplo 1
sem escala Piso impermeável com dimensões
Caixa com grade (30 x 30 x 30 cm) suficiente para abrigar veículos e equipamentos
1400
100
85
30 30 30
250
80
30 30
85
CANALETA EM "U"
( 5 x 5 cm )
1550
LAVADOR
ÁREA 217,00 m²
1200
CANALETA EM "U"
( 5 x 5 cm )
PLANTA BAIXA
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
Aspectos construtivos:
a) a caixa separadora de óleo deve ser coberta por medida de segurança, com tampão ou grade, desde que seja
facilmente removível, visando facilitar a limpeza periódica;
b) a altura do tubo de saída de inspeção deve ser adequada para atender a necessidade de desnível entre o
ponto de lançamento e o corpo receptor, devendo a altura máxima do tubo, ser de no máximo 5 cm abaixo do
tubo de entrada;
c) na parte lateral da caixa separadora de óleo (B), deve-se localizar um tubo de drenagem para remoção periódica
da camada de óleo flutuante. Pode-se prever a construção de uma caixa para a coleta deste óleo, ou sua remoção
por meio de balde;
d) o uso de uma cesta de palha, colocada na caixa de inspeção, auxilia a retenção de óleo que por ventura não
tenha sido retido nas caixas separadoras de óleo A e B;
e) o óleo retido na caixa separadora de água e óleo será estocado em tambores e posteriormente encaminhado
para empresas retificadoras.
Sugestão de dimensões do sistema de separação de água e óleo – SAO, conforme desenho 25.
Caixa de Areia:
Largura = L = 1,20 metros
Comprimento = C = 1,20 metros
Altura útil = HU = 0,60 metros
Altura total = HT = 1,00 metro
Caixa Separadora B:
Largura = L = 0,42 metros
Comprimento = C = 1,20 metros
Altura útil = HU = 0,40 metros
Altura total = HT = 1,00 metro
Altura entrada = HE = 0,30 metros
Altura saída = HS = 0,20 metros
Caixa de Passagem:
Largura = L = 1,00 metros
Comprimento = C = 0,60 metros
Altura total = HT = 1,00 metro
10 10 10 10 10 10 10
120 30 120 10 30 120 30 60
100
42
120
DRENO DO ÓLEO
DRENO DO ÓLEO
CAIXA CAIXA
SEPARADORA A SEPARADORA B CAIXA DE
CAIXA DE AREIA
DRENO DO ÓLEO PASSAGEM
60
60
SUMIDOURO
60
40
30
20
60
45
30
CORTE
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
Dimensões do Sumidouro:
Altura = h = 3,5 metros
Largura = Comprimento = 2,52 metros
Camada de material de fundo = 0,80 metros
Pedra irregular = 0,20 metros
Carvão vegetal = 0,20 metros
Calcário ou cal virgem = 0,20 metros
Pedra britada nº. 01 = 0,20 metros
O piso do lavador deverá ser dimensionado em função dos tamanhos dos veículos e equipamentos a lavar.
TAMPA DE TAMPA DE
CONCRETO VISITA
10
252
96
270
TAMPA DE
VISITA
360
252
60
96 60 96
BRITA 1
CALCÁRIO
96
20
CARVÃO
20
PEDRA
20
IRREGULAR
20
PLANTA 10 252 10
sem escala
CORTE
sem escala
Dimensionar a profundidade
conforme o nível de lençol freático
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
O sistema de contenção será composto por uma bacia de contenção com sistema de coleta de águas;
caixa de areia; separador de água e óleo (SAO).
Dimensionamento da bacia de contenção:
CAIXA DE AREIA
SEGUE P/
em função do volume do tanque de
Caixa com grade armazenamento mais 10%
(30 x 30 x 30 cm)
Piso impermeável
6 6
128 32 48 173 48
incl. 1%
6
incl. 1%
32
ILHA DE ABASTECIMENTO
E DESCARGA
ÁREA 20,00 m²
incl. 1%
incl. 1%
TANQUE DE DIESEL
160
138
61
incl. 1% CAP. 15.000 LITROS
CANALETA EM "U"
incl. 1%
32
(5 x 5 cm)
ALTURA DA BACIA = 0,50 m
6
282
PLANTA BAIXA
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
Caixa de Areia
Comprimento = 1,00 metro
Largura = 0,70 metros
Altura útil = 0,60 metros
ÁGUA E ÓLEO
10
20
70
10
PLANTA CORTE
sem escala sem escala
15
15
SOLO NATURAL
TUBO PVC 100 mm TUBO PVC 100 mm
40
80
100
101
81
CHICANA
10 30 10 162 10 30 10
262
PLANTA CORTE
sem escala sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
8,40
incl. 3%
1,05
DESCONTAMINADOR
PISO DE CONCRETO
BOMBA
6,30
A A
2,63
RESERVATÓRIO
CAIXA DE CAIXA DE
PASSAGEM 1.000 LITROS
1,05
1,05 2,10 1,05
PORTÃO TELA MALHA 5x5 cm
incl. 3% 0,08
ARAME FARPADO MOURÃO DE CONCRETO
1,31
PLANTA
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
0,55 0,09
1,10
8,82 0,06
ÁGUAS PLUVIAIS 1,10 2,21 1,10
ÁGUAS CONTAMINADAS 0,55
CORTE AA
sem escala
Desenho meramente ilustrativo, passível de alterações.
OBS: * O FUNDO DO RESERVATÓRIO DE DECANTAÇÃO (3) E
RESERVATÓRIO DE CONTENÇÃO E EVAPORAÇÃO (7)
DEVEM SER IMPERMEABILIZADOS COM GEOMEMBRANA, LEGENDA
POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE (PEAD) DE UM MILÍMETRO 1. PÁTIO DE LAVAGEM
DE ESPESSURA. 2. CAIXA DE SEPARAR ÁGUA DA CHUVA COM LAVAGEM
* O CONCRETO DEVERÁ SER FCK 25 MPa OU SUPERIOR NO 3. RESERVATÓRIO DE DECANTAÇÃO
PÁTIO DE LAVAGEM (1) E NO FUNDO DO RESERVATÓRIO DE 4. CONJUNTO MOTOBOMBA
DECANTAÇÃO (3). 5. RESERVATÓRIO DE OXIDAÇÃO
* PLACAS DE PERIGO DEVEM SER COLOCADAS EM VOLTA 6. OZONIZADOR C/ CAPACIDADE MÍNIMA DE 1GR OZÔNIO/h
DA CERCA. 7. RESERVATÓRIO DE CONTENÇÃO E EVAPORAÇÃO
O ozonizador previsto na alínea b, do inciso anterior, deverá funcionar por um período mínimo de seis
horas, para cada carga de quatrocentos e cinqüenta litros de restos e sobras de agrotóxicos remanescentes da
lavagem e limpeza das aeronaves e equipamentos.
Dentro do reservatório de oxidação, deverá ser instalada a saída do ozonizador, na sua parte inferior,
para favorecer a circulação total e permanente da água de lavagem e com dreno de saída na parte superior do
reservatório de oxidação.
Na escolha do tipo coberto, cuja função é evitar o acúmulo de água das chuvas, a estrutura do telhado
será com pé-direito de um metro e a cobertura terá sua parte externa pintada da cor preta, com objetivo de au-
mentar as temperaturas internas do tanque e do efluente ali retido, potencializando sua evaporação, ficando
vedada a utilização de telhas de amianto.
Ao redor do reservatório de retenção, deverá ser construída uma proteção para evitar a entrada de água
por escorrimento superficial.
O sistema de segurança do reservatório de retenção e evaporação deverá conter obrigatoriamente placas
indicativas, em locais visíveis, com o símbolo internacional que represente produtos tóxicos e perigo. Conforme
o Art. 7º. da Instrução Normativa nº. 2, de 03 de janeiro de 2008 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
tecimento.
Qualquer alteração na construção do pátio de descontaminação e no seu sistema de descontaminação
das aeronaves deverá ser previamente aprovada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA).
Obs: O projeto normatizado pelo MAPA prevê reservatório de contenção e evaporação com a cobertura e sem.
2,00 m
0,50
0,50
4,00 m
(obs.: pintada externamente de preto)
0,20 1,00
2,00 m 2,00 m 2,00 m 2,00 m
1,50 m
TELA MALHA 5 x 5 cm
PORTÃO
PLANTA CORTE AA
sem escala sem escala
BRASIL. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT, NBR 17505. Armazenamento de Líquidos Inflamáveis
e Combustíveis.
BRASIL. Associação Nacional de Defesa Vegetal. Manual de usos correto e seguro de produtos fitossanitários
agrotóxicos.
Luciana S. e Souza1
1. Apresentação
Saneamento básico é o conjunto de ações sócio-econômicas que têm por objetivo alcançar níveis de
salubridade ambiental, por meio de abastecimento de água, coleta e disposição de resíduos sólidos e esgotos
com a finalidade de proteger e melhorar as condições de vida e preservar o meio ambiente.
Este manual divulga, com base na legislação, alguns procedimentos adotados para a implementação do
saneamento básico em propriedade rural.
O abastecimento de água potável para consumo humano é essencial para a saúde humana. A solução
mais adequada é oferecida pelos sistemas públicos devido a aspectos funcionais, técnicos e econômicos.
Em zonas rurais existe um grande número de habitações não alcançadas pelo sistema público urbano e por
isso são abastecidas por sistemas individuais em que o ônus do suprimento recai sobre o dono da propriedade.
Os sistemas individuais compreendem soluções isoladas, de pequena capacidade e geralmente consis-
tem no aproveitamento de água de poços, águas superficiais e águas de chuva. Na maioria dos casos a água é
fornecida por poços comuns.
Você sabia?
Que mais de 97% da água que cobre o globo é demasiado salgada para beber ou para sustentar os
frágeis ecossistemas dependentes da água doce, que representa apenas uns escassos 2,5%?
______________________________________
1
Engenheira Sanitarista, Drª Engenharia Ambiental. Professora da Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá/MT.
As formas de captação da água podem ser em função do manancial, podendo ser utilizadas superfície
de coleta (água de chuva); caixa de tomada (nascente de encosta); galeria filtrante (fundo de vales); poço raso
(lençol freático); poço tubular profundo (lençol subterrâneo) e tomada direta de rios, lagos e açudes (mananciais
de superfície). A Figura 1 ilustra as formas de captação da água.
As águas subterrâneas são consideradas as águas que ocorrem naturalmente ou artificialmente no sub-
solo, compreendendo os lençóis freático e profundo, susceptíveis de extração e utilização pelo homem, tendo sua
captação feita através de poços rasos ou profundos, galerias de infiltração ou pelo aproveitamento das nascentes.
É obrigatória a obtenção da licença da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) para obras de
captação de água subterrânea, com profundidade superior a 50 metros e diâmetro a partir de 4 polegadas,
podendo ser renovável a cada 5 anos.
O uso das águas subterrâneas estaduais dependerá da autorização administrativa da SEMA. Para a licença,
serão necessárias análises de qualidade de água com no mínimo os seguintes parâmetros: pH, condutividade
elétrica, temperatura da água, coliformes fecais e totais, turbidez, dureza total, alcalinidade total, Sólidos Totais
dissolvidos (STD), Nitrato (NO3), Cloreto (Cl) e Ferro Total (Fe).
Os poços e outras obras de captação de águas subterrâneas deverão ser dotados de dispositivos que
permitam a coleta de água na boca do poço e medida do nível da água. A Figura 2 ilustra a construção de um
poço para captação de água.
A construção do poço só será viável se houver indícios de água subterrânea na área pretendida e pos-
sibilidade de ser atingido o lençol.
As referidas condições poderão ser determinadas por meio de métodos científicos e emprego de tecnologia
apropriada. Na área rural, entretanto, e para o tipo de poço em questão, bons resultados serão obtidos através
de algumas indicações de ordem prática aliadas à experiência dos moradores da área. Algumas observações
podem ser feitas antes de se determinar a locação do poço, por exemplo:
(a) Verificar se há poços escavados na área, sua profundidade, quantidade e características da água fornecida;
(b) Obter informação com os moradores da comunidade e do poceiro local sobre o tipo de solo;
(c) Verificar a profundidade do lençol, qual a variação da quantidade de água nas épocas de seca e de chuva;
(d) Verificar se o terreno é fácil de perfurar, saber se o solo é argiloso ou arenoso, ou pode-se recorrer à sondagem;
(e) Observar que as águas subterrâneas normalmente correm em direção aos rios e lagos e perpendicularmente
a eles. Geralmente seguem a mesma disposição da topografia do terreno. Contudo, há exceções, razão pela
qual é conveniente conhecer os níveis da água nos diversos poços da área; certos vegetais, como a carnaúba,
seguem o rastro da água e são, assim, indicadores de mananciais subterrâneos
A época adequada para escavação do poço é no período de estiagem, pois no tempo chuvoso os tra-
balhos tornam-se muito difíceis e até mesmo inviáveis.
Durante a construção, todo cuidado de segurança deve ser tomado por aquele que estiver trabalhando
no poço; não se deve penetrar no seu interior, sem ter meios de escape e sem a estabilidade das paredes.
A escavação poderá ser manual usando-se ferramentas comuns: picareta, cavadeira, enxadão, etc. ou,
também, através de trados, se o tipo de terreno for favorável.
O poço deverá ter o formato cilíndrico, com diâmetro mínimo de 90 centímetros. A profundidade
será a necessária para atingir o lençol freático, porém, não inferior a três metros, que é a altura mínima do
Água superficial para captação é toda parte de um manancial que escoa na superfície terrestre, compreenden-
do os córregos, ribeirões, rios, lagos e reservatórios artificiais, os seguintes critérios devem ser considerados:
• A captação deve ser localizada em trecho reto ou próximo à margem externa do curso de água;
• Devem ser reduzidas ao mínimo as alterações no curso de água como conseqüência da implantação da obra,
em face de possibilidade de erosão ou assoreamento;
• O projeto deve prever acesso permanente à captação;
• O nível de água nos períodos de estiagem e enchente devem ser considerados;
• Estudo do monitoramento da bacia, para localização de fontes poluidoras em potencial.
3. Coleta e disposição dos resíduos sólidos domiciliares
Os resíduos sólidos - comumente denominados lixo - são materiais dos mais diversos tipos (inertes, minerais,
orgânicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, como folhas, galhos, terra, areia, os quais podem ser
parcialmente utilizados, gerando proteção à saúde pública e economia de recursos naturais.
As medidas tomadas para a solução adequada do problema dos resíduos sólidos têm, sob o ponto de
vista sanitário, o objetivo de prevenir e controlar doenças a eles relacionadas. Visa também o bem-estar da popu-
lação, ocasionado por uma comunidade limpa.
Você Sabia?
Além dos fatores acima citados, a correta gestão dos resíduos tem também importância sócio-econômica,
pela possibilidade de reutilização (reciclagem), produção de composto orgânico e/ou produção de ração ani-
mal, de modo que a solução do problema constitui ganho para a comunidade.
Nota do IMA:
O produtor deve avaliar o custo-benefício em se construir um depósito de resíduos sólidos na proprie-
dade ou levá-lo diretamente ao aterro sanitário mais próximo, pois o acompanhamento profissional em aterros
sanitários será mais freqüente, além de que é melhor para a preservação do meio ambiente, utilizar aterros
sanitários ao invés de vários depósitos de resíduos sólidos nas propriedades.
Deve-se separar os materiais recicláveis e aproveitar os materiais orgânicos.
A correta gestão dos resíduos sólidos deve conter as etapas de acondicionamento, coleta, e transporte
dos resíduos.
Acondicionamento
O acondicionamento é de responsabilidade da população. Inadequado ou impróprio oferece os meios
para proliferação principalmente de moscas, ratos e baratas.
O acondicionamento de resíduos domiciliares pode ser feito em recipiente plástico, metálico de borracha
ou em saco plástico.
Coleta
A coleta representa cerca de 50 à 80% do custo de operação de limpeza pública.
De um modo geral a coleta e transporte devem garantir que toda a população em questão seja atendida e que ten-
ha regularidade da coleta (periodicidade, freqüência e horário) de modo a se adequar às necessidades da comunidade.
Os tipos de coletores são: carroça de tração animal, caçamba tipo basculante, caminhão compactador,
carreta/trator, entre outros.
Em pequenas comunidades ou comunidades rurais, para minimizar o custo com coleta, pode-se utilizar
as estações de transferência ou de transbordo.
As estações de transferência servem para reduzir o percurso dos transportes coletores, resultando em
Transporte
O transporte dos resíduos pode ser feito em duas etapas:
• Da propriedade rural para a estação de transferência, de responsabilidade de cada produtor. Podendo ser
utilizados tratores com carretas acopladas ou veículos de tração animal;
• Da estação de transferência para o destino final, de responsabilidade de toda a comunidade ou município.
• Redução por compactação: Redução mecânica por compactação do volume do lixo produzido, geralmente
efetuado no local do destino final.
Redução da produção que é uma das formas de se tentar reduzir a quantidade dos resíduos sólidos gerada
combatendo o desperdício de produtos, energia e de alimento.
• Reutilização: Existem inúmeras formas de reutilizar os objetos, até por motivos econômicos; como exemplo,
escrever nos dois lados da folha de papel, usar embalagens retornáveis e reaproveitáveis e reaproveitar embala-
gens descartáveis para outros fins.
• Reciclagem: É uma série de atividades e processos, industriais ou não, que permitem separar, recuperar e
transformar os materiais recicláveis componentes dos resíduos sólidos urbanos. Essas atividades têm duas impor-
tantes funções: reduzir os resíduos para disposição final e reintroduzir os resíduos no ciclo produtivo.
A primeira etapa da reciclagem é a separação e classificação dos diversos tipos de materiais, que devem ser
separados, no mínimo, em lixo úmido e secar para posteriormente serem reciclados segundo sua classificação:
- Lixo úmido ou matéria orgânica: destinado à compostagem;
- Lixo seco (inerte): destinados às usinas de reciclagem.
Composto
Dito de maneira científica, o composto é o resultado da degradação biológica da matéria orgânica, em
presença de oxigênio do ar, sob condições controladas pelo homem. Os produtos do processo de decomposição
são: gás carbônico, calor, água e a matéria orgânica “compostada”.
O composto possui nutrientes minerais tais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre,
que são assimilados em maior quantidade pelas raízes além de ferro, zinco, cobre, manganês, boro e outros
que são absorvidos em quantidades menores e, por isto, denominados de micronutrientes. Quanto mais diver-
sificados os materiais com os quais o composto é feito, maior será a variedade de nutrientes que poderá suprir.
Os nutrientes do composto, ao contrário do que ocorre com os adubos sintéticos, são liberados lentamente,
realizando a tão desejada “adubação de disponibilidade controlada”. Em outras, palavras, fornecer composto às
plantas é permitir que elas retirem os nutrientes de que precisam de acordo com as suas necessidades ao longo
de um tempo maior do que teriam para aproveitar um adubo sintético e altamente solúvel, que é arrastado pelas
águas das chuvas.
Outra importante contribuição do composto é que ele melhora a “saúde” do solo. A matéria orgânica
compostada se liga às partículas (areia, limo e argila), formando pequenos grânulos que ajudam na retenção
e drenagem da água e melhoram a aeração. Além disso, a presença de matéria orgânica no solo aumenta o
número de minhocas, insetos e microorganismos desejáveis, o que reduz a incidência de doenças de plantas.
Na agricultura agroecológica a compostagem tem como objetivo transformar a matéria vegetal muito
fibrosa como palhada de cereais, capim já “passado”, sabugo de milho, cascas de café e arroz, em dois tipos de
composto: um para ser incorporado nos primeiros centímetros de solo e outro para ser lançado sobre o solo,
como uma cobertura. Esta cobertura se chama “mulche” e influencia positivamente as propriedades físicas,
químicas e biológicas do solo.
Dentre os benefícios proporcionados pela existência dessa cobertura morta no solo, destacam-se:
• Estímulo ao desenvolvimento das raízes das plantas, que se tornam mais capazes de absorver água e nu-
trientes do solo;
• Aumento da capacidade de infiltração de água, reduzindo a erosão;
• Mantém estáveis a temperatura e os níveis de acidez do solo (pH);
Biologia na compostagem
A compostagem cria as condições ideais para os processos de decomposição que acontece na natureza.
Ela requer o seguinte material:
• Resíduos orgânicos: jornais, folhas, grama, restos de cozinha (frutas, vegetais), materiais de madeira;
• Terra: fonte de microorganismos;
• Água;
• Ar: fonte de oxigênio.
Durante a compostagem, os microorganismos da terra se nutrem dos resíduos orgânicos (contendo
carbono) e os decompõem em suas menores partes. Isto produz um húmus rico em fibras, contendo carbono,
com nutrientes inorgânicos como nitrogênio, fósforo e potássio. Os microorganismos decompõem o material
através da respiração aeróbica e, portanto, precisam de oxigênio do ar. Eles também precisam de água para
viver e multiplicar. Através do processo da respiração, os microorganismos liberam dióxido de carbono e calor
e as temperaturas dentro das pilhas de compostagem podem atingir de 28°C a 66°C. Se a pilha ou recipiente
de compostagem for ativamente cuidada, remexida e regada com água regularmente, o processo de decom-
posição e formação da compostagem final pode acontecer em apenas duas ou três semanas (do contrário,
poderá levar meses).
Fazendo a compostagem
Para realizar a compostagem, deve-se fazer o seguinte:
• Escolher um lugar para a pilha de compostagem;
• Escolher uma estrutura;
• Adicionar os ingredientes;
• Cuidar e alimentar a pilha de compostagem;
• Colher o composto acabado para uso.
Pode-se construir recipientes para compostagem mais complicados feitos de cerca de arame, madeira ou
blocos de concreto. Elas podem ser estruturas simples, de um só compartimento, no qual se adiciona novos ma-
teriais na parte de cima, remexe o composto freqüentemente e colhe o fertilizante pronto na parte de baixo.
Elas também podem ser estruturas com vários compartimentos (três, por exemplo) nos quais se adiciona o
material novo a um deles, transfere o composto parcialmente completado para o do meio e move o composto final
para o último compartimento. Uma tampa deverá cobrir para minimizar o excesso de água da chuva e reduzir o
espalhamento pelo vento. Muitos tipos de recipientes para compostagem já estão disponíveis comercialmente.
A escolha depende inteiramente do esforço e gastos que se deseja dedicar ao projeto, bem como a quanti-
dade de fertilizante que se deseja fazer. Da mesma forma, os regulamentos locais podem ditar que tipo de recipi-
ente poderá ser usado.
Cuidados e alimentação
• Adicione novas camadas de material de compostagem na parte de cima junto com terra fresca;
• Regue o recipiente de compostagem regularmente para manter o composto umedecido;
• Remexa o composto todos os dias ou a cada dois dias, para assegurar o fornecimento adequado de oxigênio;
• Com alguns recipientes, elimina-se a necessidade de remexer o composto, inserindo canos de PVC perfurados
dentro dos recipientes para ter um fornecimento regular de ar.
À medida que se adiciona novas camadas e remexe o composto, pode-se misturar novas camadas de
lixo intacto com camadas parcialmente decompostas. O material quase acabado assentará no fundo porque as
partículas são menores.
Você Sabia?
Alguns sinais de que sua pilha de compostagem estará funcionando adequadamente são:
• Não cheira mal: ela deve ter um cheiro doce de terra;
• É quente: significa que microorganismos estão “fermentando” a matéria orgânica e eventualmente, pode-se
ver algum vapor saindo da pilha, especialmente em uma manhã fria; pode ser que se veja algumas bolhas de
gás na pilha, porque o dióxido de carbono vai sendo liberado quando os microorganismos fazem seu trabalho.
Importante
Aqui estão alguns parâmetros que podem ser usados para avaliar o final da compostagem:
• Temperatura: depois de remexer a pilha, meça a temperatura. Se estiver abaixo de 38°C, provavelmente já está pronto.
• Aparência: o material parece pelo menos 50% decomposto? Pode-se reconhecer alguma coisa nele parecida
com o lixo que foi colocado?
• Tamanho: o volume do composto foi reduzido de 50% a 75%?
• Cor: está marrom escuro ou preto?
• Textura: está macia ou esfarelada?
• Cheiro: cheira como terra?
Quando a compostagem terminar, o fertilizante estará pronto para ser usado. Os fertilizantes podem
fazer o seguinte:
• Melhorar a estrutura do terreno no seu jardim ou quintal;
• Aumentar a atividade dos micróbios da terra;
• Enriquecer os nutrientes da terra;
• Melhorar a química do seu solo, particularmente o grau de acidez (pH);
• Isolar as alterações na temperatura da terra em volta de plantas e árvores;
• Melhorar a resistência a insetos e doenças das plantas e árvores do seu jardim.
A maioria dos praticantes de compostagem caseira usa seu produto final em volta da própria casa, das árvores
ou jardins. Alguns deles vendem ou doam seus compostos finais a creches locais ou outros jardineiros vizinhos.
Após a máxima redução possível dos resíduos sólidos, por meio dos processos de redução, reutilização e
reciclagem, ainda sobram materiais que necessitam de um destino final adequado.
A disposição final adequada do lixo pode influir na qualidade do meio ambiente e na saúde do homem
(saúde pública), além da preservação dos recursos naturais.
Você sabia?
Que alguns otimistas acreditam que as garrafas de plástico demorem cerca de 300 anos ou mais para se
decomporem naturalmente? E que as garrafas ou vasilhames de vidro não sofrem processo de deterioração natu-
ral num período inferior a 5000 anos?
Para a disponibilização dos resíduos sólidos em aterros sanitários é preciso garantir o acesso de veículos
ao local e atender a alguns cuidados com o tipo de terrenos descritos a seguir:
(a) Em terrenos baixos e planos usa-se o sistema de trincheiras: a terra retirada das próprias valas servem para
recobrimento. As trincheiras devem ter no mínimo 0,75m de profundidade e a largura e comprimento em função
do volume do lixo a ser confinado;
(b) Em terrenos de encosta, não muito altos quando se deixa ampliar o platô, nivela-se o terreno e a própria terra
do topo servirá para o recobrimento do lixo enterrado;
(c) Em aterro de pântanos e lagoas, a terra para recobrimento deverá vir de lugar próximo.
Os resíduos sólidos podem ser disponibilizados em aterro simples, tendo comprimento variável com
largura e profundidade proporcionais à quantidade de lixo a ser aterrado. Os requisitos básicos são:
(a) Ter uma área determinada;
(b) Ficar a uma distância de 200 m dos corpos d’água;
(c) Os ventos predominantes devem ser no sentido cidade-vala;
(d) Estar a uma distância de 5 km dos aglomerados populacionais (para comunidades com população inferior
a 20.000 habitantes;
(e) manter a área cercada;
(f ) fazer a impermeabilização de fundo.
Os resíduos sólidos devem ser depositados no interior da vala utilizando veículo e fazer compactação man-
ual (conforme Figura 5). No final do expediente, fazer cobertura de 15 cm de terra, retirada da escavação da vala.
Dentre os resíduos gerados pelas atividades agrícolas, as embalagens de agrotóxicos, herbicidas e in-
seticidas requerem cuidado especial. De acordo com a norma NBR-10004 da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) esses resíduos são classificados como resíduos especiais e exigem maiores cuidados no seu
acondicionamento, transporte, tratamento e destino final.
Importante:
Essas embalagens são classificadas como resíduos perigosos e apresentam riscos ao meio ambiente e
exigem tratamento e disposição especiais, ou que apresentam riscos à saúde pública e somente podem ser
dispostos em aterros construídos especialmente para tais resíduos, ou devem ser queimados em incineradores
especiais.
Por isso é importante a destinação final correta para as embalagens vazias dos agrotóxicos para diminuir
o risco para a saúde das pessoas e de contaminação do meio ambiente.
A legislação federal (Lei Federal n° 9.974 de 06/06/00 e Decreto n° 4.074 de 08/01/02) disciplina a
destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos e determina as responsabilidades para o agricultor, o
revendedor, o fabricante e para o Governo na questão de educação e comunicação. O não cumprimento
Os usuários deverão:
a) Preparar as embalagens vazias para devolvê-las nas unidades de recebimento;
• Embalagens rígidas laváveis: efetuar a lavagem das embalagens (Tríplice Lavagem ou Lavagem sob Pressão);
• Embalagens rígidas não laváveis: mantê-las intactas, adequadamente tampadas e sem vazamento;
• Embalagens flexíveis contaminadas: acondicioná-las em sacos plásticos padronizados.
b) Armazenar na propriedade, em local apropriado, as embalagens vazias até a sua devolução;
c) Transportar e devolver as embalagens vazias, com suas respectivas tampas e rótulos, para a unidade de re-
cebimento indicada na Nota Fiscal pelo canal de distribuição, no prazo de até um ano, contado da data de sua
compra. Se, após esse prazo, remanescer produto na embalagem, é facultada sua devolução em até 6 meses
após o término do prazo de validade;
d) Manter em seu poder, para fins de fiscalização, os comprovantes de entrega das embalagens (um ano), a
receita agronômica (dois anos) e a nota fiscal de compra do produto.
Você sabia?
Que no Brasil, cerca de 80% dos esgotos das casas e 70% dos efluentes não tratados (indústrias) são
jogados diretamente nos rios, lagos e mares sem tratamento adequado?
A caixa de gordura tem como função separar a gordura da água antes de lançar a água na rede de es-
goto primário, evitando a colmatação dos sumidouros e obstrução das tubulações. A caixa de gordura pode ser
quadrada ou cilíndrica. A Figura 6 ilustra uma caixa de gordura quadrada. O dimensionamento da caixa de gordura
pode ser feito pela Tabela 3.
Tabela 3. Dimensionamento da caixa de gordura.
A fossa séptica é uma forma de tratamento a nível primário, isto é, remove a matéria orgânica que com-
põe os sólidos em suspensão sedimentáveis. Os tanques são basicamente decantadores, em que, os sólidos
sedimentáveis são removidos para o fundo, permanecendo nestes um longo e suficiente tempo (alguns meses)
para a sua estabilização.
Nestas unidades, o esgoto sanitário sofre a ação das bactérias anaeróbias, microorganismos que só atuam
onde não circula o ar. Durante o processo, depositam-se, no fundo do tanque, as partículas minerais sólidas
(lodo) e forma-se, na superfície do líquido, uma camada de espuma ou crosta constituída de substâncias mais
leves que contribui para evitar a circulação do ar, facilitando a ação das bactérias.
A fossa séptica é a unidade mais indicada para realizar esse tratamento nas instalações individuais de
pequena capacidade. Esta unidade é de fácil construção e operação. A sua eficiência de remoção pode alcançar
60 a 70%, entretanto o efluente da fossa séptica pode conter elevado número de organismos patogênicos. Por
isso o tratamento complementar é recomendável.
A Figura 7 apresenta uma fossa séptica de câmara única.
d’água
(medidas em cm)
O volume útil total do tanque séptico deve ser calculado pela equação 1.
V=1000 + N(CT + KLf ) (equação 1)
Em que,
V é o volume útil, em litros;
N é o numero de pessoas ou unidades de contribuição;
C é a contribuição de despejos líquidos. Em geral para habitantes permanentes de uma residência de padrão
médio pode-se adotar uma contribuição de esgoto de 130 litros/dia, conforme Tabela 4;
Lf é a contribuição de lodo fresco. Em geral para habitantes permanentes de uma residência de padrão médio
pode-se adotar uma contribuição de lodo fresco de 1litro/dia.;
T é o período de detenção, em dias que pode ser adotado em função da Tabela 5;
K é a taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de lodo fresco.
Para a região de Mato Grosso, pode-se considerar um intervalo de limpeza de 2 anos, temperatura ambi-
ente no mês mais frio de 20°C, tem-se K de 97 dias, conforme Tabela 6.
Tabela 4. Contribuições unitárias de esgotos (C) e de lodo fresco (Lf ) por tipo de prédio e de ocupante.
Fonte: NBR7229 (ABNT, 1993).
Tabela 6. Taxa de acumulação total de lodo (K) em dias, por intervalo entre limpezas e temperatura do mês
mais frio. Fonte: NBR7229 (ABNT, 1993).
• As fossas sépticas devem ser construídas em lugar de fácil acesso a uma distância nunca inferior a 15 m de
poços e mananciais de água;
• A construção deve ser feita com material impermeável e duradouro, como concreto, alvenaria, cimento-amian-
to, cerâmica, aço revestido e plástico;
• A construção deve ser feita com material impermeável e duradouro, como concreto, alvenaria, cimento;
• A cobertura das fossas deve ser constituída por laje de concreto, com peças removíveis ou dispositivos de
inspeção;
• Deve ser considerada a ventilação das fossas sépticas, por meio das canalizações para possibilitar a saída dos
gases formados a partir da decomposição do esgoto;
• A fossa séptica pode ser construída com câmara única, câmaras sobrepostas e de câmara em série;
• A profundidade útil varia entre os valores mínimos e máximos recomendados;
• Diâmetro interno mínimo de 1,10 m;
• Largura interna mínima de 0,80 m;
• Relação comprimento: largura (para tanques prismáticos retangulares) mínimo 2:1, máximo 4:1.
4.3.1 Dimensionamento
4.4 Sumidouro
Os sumidouros devem ter as paredes revestidas de alvenaria de tijolos, assentes com juntas livres, ou
de anéis (ou placas) pré-moldadas de concretos convenientemente furados e ter enchimento no fundo, de
cascalho, pedra britada.
As dimensões do sumidouro são determinadas em função da capacidade de absorção do terreno, devendo
ser considerado como superfície útil de absorção a do fundo e das paredes laterais até o nível de entrada do eflu-
ente da fossa séptica. A Figura 10 apresenta um sumidouro cilíndrico.
4.4.1 Dimensionamento
Nota. Os dados se referem numa primeira aproximação aos coeficientes que variam segundo o tipo dos
solos não saturados. Em qualquer dos casos é indispensável a confirmação por meio dos ensaios de infiltração
do solo.
• Os sumidouros devem ser construídos com paredes de alvenaria de tijolos, assentes com juntas livres, ou de
anéis (ou placas) pré-moldados de concreto, convenientemente furados;
• As lajes de cobertura dos sumidouros devem ficar ao nível do terreno serem de concreto armado e dotados de
abertura de inspeção com tampão de fechamento hermético, cuja menor dimensão seja de 0,60 m;
• Devem ter no fundo, enchimento de cascalho, coque ou brita n° 3 ou 4, com altura igual ou maior que 0,50 m;
• As lajes de cobertura dos sumidouros devem ficar ao nível do terreno, construídas em concreto armado e
dotados de abertura de inspeção de fechamento hermético, cuja menor dimensão será de 0,60 m;
• Quando construídos dois ou mais sumidouros cilíndricos, os mesmos devem ficar afastado entre si de um
valor que supere três vezes o seu diâmetro e nunca inferior a 6 m.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 7229 Projeto, construção e operação de sistemas de
tanques sépticos. Set, 1993. 15 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 12244 Construção de poço para captação de água
subterrânea 6 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 12209 Projeto de estações de tratamento de esgoto
sanitário 1992, 12 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 12213 Projeto de captação de água de superfície para
abastecimento público. Abr, 1992. 5p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 12212 Projeto de poço para capação de água sub-
terrânea. Abr, 1992. 5 p.
James, Barbara. Lixo e reciclagem / Barbara James; Tradução Dirce Carvalho de Campos; revisão técnica José
Carlos Sariego. – São Paulo: Scipione, 1997. – (Coleção preserve o mundo).
Lima, Luiza Mário Queiroz. Lixo Tratamento e Biorremediação. – São Paulo : Hemus, 1995.
Manual de Saneamento. 3ª ed. – Brasília: Ministério da Saúde : Fundação Nacional de Saúde, 1999.
PHILIPPI JÚNIOR, Arlindo, org. Saneamento do Meio. São Paulo, FUNDACENTRO, Universidade de São Paulo.
Faculdade de Saúde Pública. Departamento de Saúde Ambiental, 1992.
1. Introdução
O meio ambiente é direito fundamental do cidadão assegurado pela Constituição Federal em seu art.
225. “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações”. Portanto, cabe tanto ao governo quanto a cada indivíduo o dever de
protegê-lo.
De acordo com o art. 23, incisos VI e VII da Constituição Federal, é competência comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente, combater a poluição em qualquer de
suas formas, e preservar as florestas, a fauna e a flora. Em se tratando de licenciamento, essa competência
comum foi delimitada pela Lei Federal 6.938/81, de 2 de setembro de 1981, que determinou que a tarefa de
licenciar fosse, em regra, dos Estados, cabendo ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) uma atuação supletiva, ou seja, substituir o órgão ambiental em sua ausência ou omissão.
Cabe também ao IBAMA a responsabilidade pelo licenciamento de atividades e obras com significativo impacto
ambiental, de âmbito nacional ou regional, além do licenciamento de exploração de florestas e formações
sucessoras quando se tratar especificamente de:
• Florestas públicas de domínio da União;
• Unidades de conservação criadas pela União;
• Exploração de florestas e formações sucessoras que envolvam manejo ou supressão de espécies enquadradas
no Anexo II da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de
Extinção – CITES;
• Exploração de florestas e formações sucessoras que envolvam manejo ou supressão de florestas e formações
sucessoras em imóveis rurais que abranjam dois ou mais estados;
• Supressão de florestas e outras formas de vegetação nativa em área maior que:
a) dois mil hectares em imóveis rurais localizados na Amazônia Legal;
b) mil hectares em imóveis rurais localizados nas demais regiões do país;
• Manejo florestal em área superior a cinquenta mil hectares.
No Estado de Mato Grosso desde o ano de 2000 deu-se início ao processo de descentralização do licen-
ciamento de atividades florestais da esfera federal para a esfera estadual com a celebração do “Pacto Federativo
de Gestão Ambiental Descentralizada e Compartilhada”, que objetivou um melhor desempenho nas competên-
cias constitucionais de proteção ao meio ambiente. Dessa forma, os empreendedores rurais devem atualmente
recorrer à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) para solicitar o licenciamento de sua atividade rural.
______________________________________
1
Engenheiro Florestal. Consultor em Atividades Florestais, Rondonópolis/MT.
O licenciamento ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente que atua pre-
ventivamente sobre a proteção do meio ambiente, compatibilizando sua preservação com o desenvolvimento
econômico-social e os direitos constitucionais.
De acordo com a legislação do Conselho Nacional do Meio Ambiente, a Resolução CONAMA nº 237/97,
de 19 de dezembro de 1997, conceitua o licenciamento ambiental como: “Procedimento administrativo pelo
qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendi-
mentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, ou
aquelas que, sob qualquer forma, podem causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso”.
Baseado neste conceito pode-se afirmar que a licença ambiental é uma autorização emitida pelo órgão
público competente e concedida ao empreendedor para que este exerça seu direito à livre iniciativa, desde que
atendida às precauções requeridas, a fim de resguardar o direito coletivo ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado. Devido à natureza autorizativa da licença ambiental, esta possui caráter incerto, uma vez que existe a
possibilidade legal de sua cassação caso as condições estabelecidas pelo órgão ambiental não sejam cumpridas.
No país como um todo o licenciamento é composto por três tipos de licenças, sendo elas: Licença Prévia
(LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO), cada uma referindo-se a uma fase distinta do em-
preendimento.
No Estado de Mato Grosso, para facilitar o licenciamento de atividades agropecuárias e florestais, foi criada
na legislação ambiental (art. 19, inciso IV da Lei Complementar nº 38/95, de 21 de novembro de 1995) a Licença
Ambiental Única – LAU, que é exclusiva para atividades agropecuárias e substitui a LP, LI e LO, autorizando de uma
só vez a localização, implantação e a operação de atividades de uso do solo. O Licenciamento Ambiental Único
também evita a repetição de vistorias de campo para a emissão da licença, agilizando muito mais o processo.
Atualmente o licenciamento ambiental é cobrado pelos agentes financeiros, que exigem a LAU antes de
aprovar créditos.
De acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97, de 19 de dezembro de 1997, no que se refere aos
empreendimentos de exploração florestal e atividades agropecuárias, necessitam de licença ambiental as ativi-
dades de:
• Serraria e desdobramento de madeira;
• Preservação de madeira;
• Fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada;
• Fabricação de estruturas de madeira e de móveis;
• Fabricação de celulose e pasta mecânica;
• Fabricação de papel e papelão;
• Fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada;
• Beneficiamento de borracha natural;
• Fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de pneumáticos;
O contexto para a elaboração dos projetos depende das características e da situação ambiental de cada
propriedade. Deverá ser considerada a tipologia vegetal, mas não somente devido ao quantitativo de ARL (Área
de Reserva Legal) a ser mantido em cada propriedade, mas às suas características no que se refere aos produtos
florestais.
No projeto de LAU deve ser detalhadamente descrita a situação da Área de Reserva Legal (ARL) e da
Área de Preservação Permanente (APP), informando, principalmente, se existe afloramento rochoso, se ocorreu
exploração seletiva de vegetação primária ou secundária, bem como o estágio de sucessão desta. Informar
ainda sobre as características do relevo da propriedade, uma vez que, caso este se apresente ondulado ou for-
temente ondulado, poderá ser necessária à vetorização de APP nas áreas de encostas com declividade acima de
45o, topo de morros, serras, bordas dos tabuleiros e chapada, conforme dispõe o art. 38 da Lei Complementar nº
38/95, de 21 de novembro de 1995.
Todas as informações relacionadas à propriedade devem constar numa carta imagem a ser apresen-
tada, cuja elaboração deve seguir o roteiro da Coordenadoria de Geoprocessamento da SEMA.
4. ...Revendo conceitos
Área de Preservação Permanente – APP: A definição de área de preservação permanente está prevista no
art. 58 da Lei Estadual Complementar nº 38/95, de 21 de novembro de 1995, que dispõe sobre o Código Estadual
do Meio Ambiente:
“art. 58. Consideram-se de preservação permanente, no âmbito estadual, as florestas e demais formas de vegetação
situadas:
a) ao longo de qualquer curso d’água, desde o seu nível mais alto, em faixa marginal, cuja largura mínima será:
1- de 50 m (cinqüenta metros), para os cursos d’água de até 50 m (cinqüenta metros) de largura;
2- de 100 m (cem metros), para os cursos d’água que tenham de 50 m (cinqüenta metros) a 200 m (duzentos
metros) de largura;
3- de 200 m (duzentos metros), para os cursos d’água que tenham de 200 m (duzentos metros) a 600 m (seis-
centos metros) de largura;
4- de 500 m (quinhentos metros), para cursos d’água que tenham largura superior a 600 m (seiscentos metros).
b) ao redor das lagoas ou lagos e reservatórios d’água naturais ou artificiais, represas hidrelétricas ou de uso
múltiplo, em faixa marginal, cuja largura mínima será de 100 m (cem metros);
c) nas nascentes, ainda que intermitentes, nos chamados“olhos d’água”, qualquer que seja sua situação topográ-
fica, nas veredas e nas cachoeiras ou quedas d’água, num raio mínimo de 100 m (cem metros);
d) no topo dos morros, montes e serras;
e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45 (quarenta e cinco) graus;
f ) nas bordas dos tabuleiros e chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 m
Exemplo:
Fonte: SEMA/MT.
5. Importante!!!
As matas ciliares atuam como barreira física, regulando os processos de troca entre os sistemas ter-
restres e aquáticos, desenvolvendo condições propícias à infiltração. Sua presença reduz significativamente a
possibilidade de contaminação dos cursos d’água por sedimentos, resíduos de adubos, defensivos agrícolas,
conduzidos pelo escoamento superficial da água no terreno.
Área de Reserva Legal – ARL: O conceito de reserva legal é dado pelo Código Florestal, em seu art. 1º, § 2º,
inciso III, inserido pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, sendo: “área localizada no interior
de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos
recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao
abrigo e proteção de fauna e flora nativas”.
A Reserva Legal é pré-requisito para a exploração da floresta ou outra forma de vegetação nativa
existentes no imóvel rural, devendo, para isso, seu titular averbá-la com antecedência junto à matrícula do
imóvel no Registro de Imóveis da circunscrição respectiva, antes da supressão da mata. A finalidade da aver-
bação da Reserva Legal na matrícula do imóvel é dar publicidade à reserva legal, para que futuros adquirentes
saibam onde estão localizados, seus limites e confrontações, uma vez que podem ser demarcados em
qualquer lugar da propriedade. E a lei determina que, uma vez demarcados, fica vedada a alteração de sua
destinação, inclusive nos casos de transmissão, a qualquer título, nos casos de desmembramento ou de
retificação de área.
Considerando o Estado de Mato Grosso, segue-se o que determina a Medida Provisória nº 2.166/01,
art.16, incisos I e II, que a título de reserva legal sejam mantidos, no mínimo, 80% na propriedade rural situada
em área de floresta localizada na Amazônia Legal e, 35% na propriedade rural situada em área de cerrado na
Amazônia Legal.
A melhor localização para a ARL é aquela contínua às reservas das propriedades vizinhas, às unidades de
conservação ou terras indígenas e, preferencialmente, contemplando as hidrografias existentes na propriedade e
formando um único bloco.
No que se refere ao computo de APP em ARL o mesmo somente é permitido para as propriedades inseri-
das em áreas de floresta, desde que não implique em conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo, e
quando a soma da vegetação nativa em área de preservação permanente e reserva legal exceder a 80% (art. 16,
Lei 4.771/65, de 15 de setembro de 1965). Caso a propriedade esteja inserida em tipologia de cerrado ou nas duas
tipologias vegetais (cerrado e floresta), fica vedado o computo de APP para atingir o percentual de ARL.
Sempre que a propriedade estiver totalmente ou parcialmente inserida em área de vegetação de contato
(transição) o requerente poderá solicitar vistoria “in loco” da SEMA para confirmação da tipologia. Contudo, não
sendo possível a determinação desta como floresta ou cerrado, a ARL deverá atingir 80% (Portaria nº 112/07, art.1º,
parágrafo único).
Lembrando que a ferramenta disponível para a SEMA verificar a tipologia da propriedade é o mapa do
RADAMBRASIL.
Projeto de Exploração Florestal – PEF: para obtenção de autorização para corte seletivo do material lenhoso
existente na área passível de abertura o requerente deve apresentar junto ao processo de licenciamento o PEF –
Projeto de Exploração Florestal, que deve ser elaborado conforme o roteiro específico da SEMA. Após a exploração
da área o proprietário poderá requerer a autorização de desmatamento, que consiste no corte raso da vegetação
para a utilização do terreno para as atividades de pecuária, agricultura ou reflorestamento, devendo o mesmo
estar previsto no cronograma do projeto de exploração.
Atualmente é vedada a emissão de AEF - Autorização de Exploração Florestal - para os proprietários cujo
imóvel possuir AEP + ADS superior a 1.000,00 ha, sendo necessário, em casos como este, a apresentação do
Diagnóstico Ambiental, de acordo com a Lei Complementar 308/08, de 25 de janeiro de 2008.
Cabe mencionar que, caso o processo se tratar de área de posse inserida em terras devolutas estaduais,
a aprovação do Plano de Exploração Florestal está condicionada à publicação, no Diário Oficial, do resultado da
Licitação Pública a favor do interessado no processo de regularização fundiária. Caso o processo se tratar de área
de posse inserida em terras arrecadadas federais, a aprovação do Plano de Exploração Florestal está condicionada
à apresentação da Certidão emitida pelo órgão fundiário competente, acompanhada da Planta de Medição devi-
damente aprovada.
A recuperação in “loco” pode ser feita através da condução da regeneração natural, do enriquecimento
ou plantio de mudas, conforme já abordado no PRAD. A compensação pode ser feita em outra propriedade par-
ticular ou em Unidade de Conservação, enquanto que a desoneração somente pode ser realizada em Unidade
de Conservação.
Tanto na compensação como na desoneração a área ofertada para a regularização de reserva legal
deve possuir a mesma tipologia vegetal e estar localizada na mesma bacia hidrográfica, conforme dispõe o
inciso II, art. 62 da Lei Complementar nº 232/05, de 21 de dezembro de 2005. Vale ressaltar que, pelo Código
Florestal, a modalidade de compensação é permitida somente para os proprietários rurais que tenham efetuado
a conversão do uso do solo até 14 de dezembro de 1998:
“art. 44-C. O proprietário ou possuidor que, a partir da vigência da Medida Provisória no 1.736-31 de 14 de dezem-
bro de 1998, suprimiu total ou parcialmente florestas ou demais formas de vegetação nativa, situadas no interior
de sua propriedade ou posse, sem as devidas autorizações exigidas por lei, não pode fazer uso dos benefícios
previstos no inciso III do art. 44.”
“III – compensar a reserva legal por outra área equivalente em importância ecológica e extensão, desde que
pertença ao mesmo ecossistema e esteja localizada na mesma microbacia, conforme critérios estabelecidos em
regulamento.”
No que se refere à modalidade de desoneração de ARL em Unidade de Conservação (UC) a mesma é
atualmente autorizada mesmo que a conversão do uso do solo tenha ocorrido após 14 de dezembro de 1998,
com amparo do Parecer no 12 da Sub-Procuradoria Geral de Meio Ambiente (SUB-PGMA/SEMA).
As propriedades localizadas na zona de amortecimento de Unidades de Conservação, ou seja, num raio
de 10 km no entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas
e restrições específicas com o intuito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade, são passíveis de
análise específica efetuada por técnicos da Coordenadoria de Unidades de Conservação da SEMA, com emissão
8. Sobreposição de propriedades
A cobrança pelos serviços realizados pela SEMA está estabelecida pela Lei nº 8.418/05, de 28 de
dezembro de 2005, e depende das condições da propriedade rural no que diz respeito ao quantitativo de
área desmatada (ADS), de área a ser explorada (AEP), de área de reserva legal degradada (ARLD) e de área de
preservação permanente degradada (APPD) existentes, conforme a fórmula abaixo:
Pr (UPF) = 5 + 0,07 x (ADS – APPD – ARLD) + (0,09 x AEP) + (0,5 x APPD) + (0,2 x ARLD)
Onde:
UPF = Unidade Padrão Fiscal;
ADS = Área Desmatada;
APPD = Área de Preservação Permanente Degradada;
ARLD = Área de Reserva Legal Degradada;
AEP = Área a ser Explorada.
• 24 UPFs referentes à vistoria técnica realizada por técnicos da SEMA para conferência “in loco” do projeto de
exploração florestal como pré-requisito para autorizar a exploração;
• 8 UPFs referentes a publicação do TAC se existir na propriedade APPD à recuperar;
• 6 UPFs referentes ao termo de averbação de reserva legal que é cobrado por matrícula das propriedades
maiores que 150 ha;
• Honorários do responsável técnico, cujo valor varia de um para outro profissional e região onde está localizado
o imóvel rural;
• Demais despesas com documentação do processo, como autenticação de cópias, reconhecimento de firma
de assinaturas e publicação em jornais sobre o pedido da LAU.
O Licenciamento de Propriedades Rurais no Estado de Mato Grosso é amparado por uma série de legislações,
sendo as principais:
• Código Florestal Brasileiro – Lei 4.771 de 15/09/1965;
• Medida Provisória nº 2.166-67 de 24/08/01;
• Lei Complementar nº 38 de 21/11/1995 que dispõe sobre o Código Estadual de Meio Ambiente;
• Lei Complementar nº 232 de 21/12/2005 que altera o Código Estadual do Meio Ambiente;
• Lei Complementar nº 233 de 21/12/2005 que dispõe sobre a Política Florestal do Estado de Mato Grosso;
• Decreto nº 8.188 de 10/10/2006 que regulamenta a Gestão Florestal do Estado de Mato Grosso;
• Instrução Normativa nº 05 de 24/11/2006 que disciplina os procedimentos administrativos de licenciamento
ambiental das propriedades rurais no Estado de Mato Grosso.
Entretanto, sobre este conjunto de leis uma cadeia de alterações e regulamentações foi realizada,
outras tantas leis foram criadas, destacando-se:
• Portaria nº 99 de 20/08/2007 que relaciona os documentos necessários para os projetos de Licenciamento Am-
biental Único, Plano de Exploração Florestal, Plano de Manejo Florestal Sustentado de Uso Múltiplo, Averbação
de Reserva Legal de Propriedades Intactas, Projeto de Plantio Florestal, Levantamento Circunstanciado e Plano
de Corte a serem protocolados na SEMA.
São considerados habilitados para elaborar e executar projetos de licenciamento de propriedades rurais,
bem como projetos de recuperação e compensação de áreas degradadas somente os profissionais de engenharia
florestal (Decreto 8.188/06, de 10/10/2006) e os engenheiros agrônomos formados até 1973.
Até aproximadamente o ano de 2005 a validade da LAU era de um ano. Atualmente o prazo de validade
passou a ser de 08 anos.
No projeto de renovação de LAU não existe a necessidade da apresentação das cópias dos documentos
do proprietário que já estão no processo, salvo quando houver alteração na titularidade do imóvel. Mas, caso a
emissão da primeira licença tenha sido emitido também o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ou AEF/AD,
deverá ser apresentado o relatório técnico de acompanhamento do PRAD e o laudo técnico pós desmate. Já para
o caso de haver Termo de Compromisso de Compensação (TCC) no processo de LAU, esta somente será renovada
caso o projeto de compensação esteja finalizado.
PINTO, Neusa B. Revolução no Cerrado: O nó da madeira. 135 ed. Cuiabá: FAMATO, 2004.
MARGULIS, Sergio. Causas do Desmatamento da Amazônia Brasileira. 1 ed. Brasília:Banco Mundial, 2003.
CARVALHO, Jose Carlos de. Ministério do Meio Ambiente. Desmatamento: Informativo técnico 1. 1 ed.
Brasília:IBAMA, 2002 a. Ministério do Meio Ambiente: Reserva Legal: Informativo técnico 2. Brasília: IBAMA, 2002
b.CAMPOS, DIOGO LEITE. 1985. Ambiente e Responsabilidade Civil. Porto Alegre. Revista da Associação dos
Juizes do RS, 33: 95/112.
MACHADO, PAULO AFONSO LEME. 1980. Florestas de Preservação Permanente e o Código Florestal Brasileiro.
São Paulo. Justitia, 42(109): 139-158.
LC no 233 de 21/12/2005 que dispõe sobre a Política Florestal do Estado de Mato Grosso.
Decreto no 8.188 de 10/10/2006 que regulamenta a Gestão Florestal do Estado de Mato Grosso.
1. Introdução
Este texto tem por objetivo apresentar orientações aos produtores com relação ao manejo da cultura do
algodão, visando a proteção ambiental, e em última instância a sustentabilidade da cultura. Destaca-se que a
maior parte das observações, aqui apresentadas não se restringem à cultura do algodão e podem ser aplicadas
a qualquer atividade agrícola.
Para que as orientações apresentadas sejam compreendidas com relação aos processos físicos e quími-
cos que ocorrem numa cultura, inicialmente serão discutidos esses processos com relação aos fenômenos que
os determinam.
A movimentação da água nos terrenos, além de ser responsável pela manutenção dos ecossistemas, é
um importante fator que pode desencadear processos erosivos e contribuir para a distribuição de poluentes
no ambiente. Assim, é fundamental compreender como ela se processa para propor medidas de controle de
impactos ambientais.
A água de chuva, ao cair na superfície dos terrenos, tem papel preponderante nas possibilidades de con-
taminação do ambiente por agrotóxicos, podendo alterá-lo de maneira significativa em prejuízo da vida.
A Figura 1 ilustra de maneira esquemática, os caminhos percorridos pelas águas num terreno, antes de
atingir o oceano, e iniciar um novo ciclo.
Engenheira Agrônoma, Dra em Agrônomia. Professora Departamento Solos e Engenharia Rural, UFMT, Cuiabá/MT.
3
_____________________________________________
1
Funcionamento hídrico - conjunto de processos de movimentação da água no solo (infiltração da água no solo e escoamento superficial e sub-
superficial da água)
Grande parte da produção agrícola de Mato Grosso provém de monoculturas em áreas produtivas situadas
em extensas superfícies aplainadas de relevos tabulares e de colinas amplas, em Chapadas pertencentes ao Planalto
dos Guimarães, Planalto dos Parecis e outros. As condições de relevo suave favorecem a mecanização e o controle
da erosão com técnicas simples de conservação, porém, exigindo, após os primeiros anos de cultivo, correção da
acidez do solo e fertilização.
Três situações de alta criticidade à erosão, onde sérios problemas já são observados, merecem destaque.
As cabeceiras de drenagens2 e fundos de vale são locais muito suscetíveis às erosões, onde ravinas3 (Figu-
ra 4) e boçorocas4 (Figura 5) se instalam logo após o desmatamento. Isto se deve à existência, nesses locais, de
intensa atividade da água condicionada a aumentos bruscos de declividade, e de concentração de fluxos d’água
subterrâneos provenientes das áreas mais elevadas das vertentes. Aqui se incluem ecossistemas muito sensíveis
de campos úmidos e/ou veredas, onde além das condições hidráulicas mencionadas, ocorrem solos hidromórfi-
cos muito sensíveis ao desenvolvimento de“piping”5 (Figura 6). São áreas de preservação permanente, conforme
a Lei nº 7.803 de 18.7.1989 e o Código Ambiental do Estado de Mato Grosso (Lei Complementar nº 38, de 21 de
novembro de 1.995), mas que necessitam de critério técnico para a sua delimitação. A prevenção dos processos
erosivos exige a manutenção, nesses locais, da vegetação nativa, sendo recomendável sua extensão numa faixa
superior de contorno.
________________________
2
Cabeceira de drenagem - se refere a uma área, geralmente côncava, de captação de águas, a montante da nascente de uma drenagem (curso d’água).
3
Ravina - A erosão em sulco e em ravina ocorre devido exclusivamente ao escoamento superficial concentrado das águas sobre o terreno, formando
incisões facilmente visíveis em campo, diferenciando-se simplesmente pela dimensão em profundidade dessas incisões: erosão em sulcos, quando
em pequenas incisões (máximo de 50 cm); erosão em ravinas, quando superiores a 50 cm de profundidade.
4
Boçorocas - A erosão em boçoroca corresponde a um estágio mais avançado e complexo de erosão, cujo poder destrutivo local é superior ao das
outras formas, e, portanto, de mais difícil contenção. Na boçoroca atuam, além da erosão causada pelo escoamento superficial das águas, a erosão
interna do solo causada pelo escoamento sub-superficial das águas que infiltram no terreno, e/ou pelo escoamento do lençol freático.
5
“piping” - tubo subterrâneo provocado pelo transporte de partículas pela água. Está sempre associado à erosão em boçoroca.
As bordas de platôs e escarpas são locais de mudanças bruscas de declividades com presença de rupturas
nítidas de declive, situadas nos limites das Chapadas. Nesses locais, os solos são normalmente pouco espessos a
rasos com presença comum de camadas superficiais e/ou sub-superficiais de concreções ferruginosas ou pedra
canga (plintita, em pedologia), ou de afloramentos rochosos. Essas características do meio físico tornam esses
locais mal drenados, favorecendo a ocorrência de surgências d’água e de cabeceiras de drenagem. Assim, são
locais de concentração de fluxos d’água superficiais, e sub-superficiais, altamente suscetíveis aos diferentes
processos erosivos.
Após o desmatamento, sulcos e ravinas se instalam com relativa facilidade, e dependendo do gradi-
ente hidráulico das águas subterrâneas podem desenvolver boçorocas. São áreas que devem ser preservadas,
protegidas pelo Código Ambiental do Estado, mas que necessitam ser delimitadas por critérios técnicos.
Neossolos Quartzarênicos (ou Areias Quartzosas segundo a antiga Classificação Brasileira de Solos) são
solos muito erodíveis, cujos processos erosivos se desenvolvem a partir de pequenas concentrações das águas
de escoamento superficial. Este solo é essencialmente arenoso, praticamente sem coesão entre as partículas e
com baixíssima estabilidade de agregados, impondo altas taxas de erosão mesmo em pequenos escoamentos
das águas de chuva. Áreas de ocorrência desses solos devem permanecer protegidas por cobertura vegetal
durante o período de chuvas, não sendo aptas a culturas anuais, mas a pastagens, desde que as vertentes não
sejam muito declivosas. Essas áreas ocorrem em grandes extensões das Chapadas, associadas a Latossolos de
textura média, exigindo controle rigoroso de campo.
Entende-se por agroquímicos toda substância química utilizada na agricultura, seja para controle fitossanitário,
seja para adubação. O termo agrotóxico é aqui utilizado considerando a definição apresentada na Lei n. 7802 de
1979. Grande parte do que será discutido neste item se refere a agrotóxicos, entretanto outros componentes da for-
mulação dos agrotóxicos bem como os componentes dos fertilizantes, tais como metais pesados, podem sofrer os
mesmos processos.
Uma vez usado na agricultura, os agroquímicos passam por diversos processos que podem levar à sua
completa degradação ou à sua distribuição nos vários compartimentos ambientais. Ao conjunto destes proces-
sos, denomina-se dinâmica ambiental.
Agroquímicos (agrotóxicos, fertilizantes) podem entrar no ambiente aquático por diversos caminhos, sen-
do que as fontes principais são provavelmente o uso na agropecuária, esgoto industrial e municipal e o controle
de ervas aquáticas e insetos. Enquanto esgoto e controle de ervas aquáticas envolvem aplicação direta no meio
aquático, os agroquímicos usados na agropecuária geralmente seguem rotas indiretas.
pulverização
degradação precipitação aplicação
aplicação biológica direta
erosão e
direta no solo efluentes
carreamento
industriais
fotólise
esgotos
volatilização municipais
solo absorção por
organismos lavagem de materiais
agrotóxico agrotóxico
adsorvido dessorvido
decomposição lixiviação
química
água subterrânea
Figura 7. Vias de entrada dos agrotóxicos no ambiente terrestre, atmosférico e aquático e mobilização a partir
do solo
Uma vez no solo, o agrotóxico pode ter diferentes destinos: ser adsorvido6 a partículas do solo, permanecer
dissolvido na água presente no solo, volatilizar-se7 , ser absorvido pelas raízes das plantas ou por organismos
vivos, ser lixiviado8 ou carreado9 pela água das chuvas ou sofrer decomposição10 química ou biológica. Assim,
a mobilização do agrotóxico a partir do solo poderá ocorrer através do carreamento pelas águas das chuvas, por
erosão, lixiviação ou volatilização. Estes processos geralmente ocorrem simultaneamente.
______________________________________
6
Adsorção – processo de acúmulo de uma substância em uma superfície sólida, neste caso, do agrotóxico nas partículas do solo.
7
Volatilização – mudança da fase sólida ou líquida para a fase gasosa
8
Lixiviação – processo de movimentação vertical do agrotóxico ao longo do perfil do solo, pela ação da infiltração da água.
9
Carreamento superficial – movimentação superficial do agrotóxico adsorvido às partículas do solo ou dissolvidos em água, nas águas de enxurradas.
10
Decomposição – degradação da substância pela ação de agentes biológicos ou de processos químicos, resultando em outras substâncias com
propriedades físicas e químicas diferentes.
______________________________________
11
Zona não saturada ou zona de aeração – nesta zona, os vazios (poros) do solo estão preenchidos com água e ar, enquanto na zona saturada estes
vazios estão completamente preenchidos com água.
12
Pressão de vapor – É a pressão em que o vapor de uma substância está em equilíbrio com sua fase líquida, numa dada temperatura, em um
sistema fechado. Mede a volatilidade de uma substância. Quanto maior a pressão de vapor maior a volatilidade, ou seja, maior a tendência de
passar para a fase gasosa.
Os fatores que influenciam o destino dos agrotóxicos no ambiente a partir de seu local de uso são dividi-
dos em três grupos: (1) informações sobre o uso do produto;(2) características ambientais do local estudado e
(3) propriedades físico-químicas do princípio ativo.
Além da forma de aplicação do agrotóxico, outros parâmetros como intensidade, freqüência e concen-
tração aplicada são também importantes para a sua distribuição no ambiente, pois representam a quantidade
do produto que está sendo lançada que, em última instância, terá relação com a quantidade de agrotóxico que
se dissipa no ambiente.
A formulação afeta a distribuição inicial do produto químico, enquanto o efeito em longo prazo será
função das propriedades da molécula do ingrediente ativo. A formulação é um dos fatores que tem efeito sig-
nificativo sobre o carreamento e lixiviação dos agrotóxicos. Os pós-molháveis, por permanecerem na superfície
do solo, são particularmente suscetíveis ao transporte. Formulações líquidas podem ser mais rapidamente trans-
portadas do que as granulares.
O modo de aplicação afeta o local inicial de deposição do agrotóxico. A aplicação à folhagem deixa depósitos da
substância que são vulneráveis à volatilização e fotólise13 , ficando menos disponíveis para carreamento e lixiviação.
Dentre as características ambientais que mais influenciam a dinâmica dos agrotóxicos no ambiente pode-se
citar: clima (temperatura ambiente, pluviosidade, intensidade de luz solar e ventos); propriedades físicas e químicas
do solo (teor de matéria orgânica e argila, pH, umidade, atividade biológica, compactação e cobertura vegetal) e do
meio aquático, topografia da região em estudo e características da biota local (atividades biológicas em geral).
As condições climáticas têm uma contribuição óbvia, porém não facilmente quantificável, para a dis-
tribuição dos agrotóxicos em um dado ecossistema. Altas temperaturas favorecem a volatilização e a dessorção14
(liberação) dos compostos das partículas do solo. As chuvas podem provocar a deposição dos produtos pre-
sentes na atmosfera e causar o carreamento superficial quando os solos estão saturados ou a lixiviação pela
infiltração da água da chuva. A intensidade, duração e quantidade de chuva, bem como o momento da precipi-
tação em relação à aplicação do produto influenciam o carreamento superficial e a infiltração no solo. Picos de
concentração em águas superficiais ocorrem logo após eventos de chuva de alta intensidade.
______________________________
13
Fotólise – quebra da molécula de uma substância pela ação da luz solar.
Dessorção – processo inverso da adsorção, onde a substância adsorvida se separa da partícula sólida, ficando dissolvida na água presente no solo.
14
_________________
15
Hidrossolubilidade – solubilidade em água.
16
Lipossolubilidade – solubilidade em solventes orgânicos.
17
Hidrólise – quebra da molécula pela ação da água.
Meia-vida – tempo necessário para que a concentração inicial de um agrotóxico no solo seja reduzida à metade.
18
A Figura 8 ilustra os processos aos quais um agrotóxico pode ser submetido quando se encontra em um
ambiente aquático.
volatilização ar
fotólise fotólise água
solo direta sensibilizada
adsorção
agrotóxico agrotóxico associado
dissolvido dessorção
ao particulado
absorção ou
degradação ingestão degradação
hidrólise biológica hidrólise
biológica precipitação
biota absorção ou
morte ou ingestão
excreção
difusão
adsorção sedimento
agrotóxico agrotóxico
dissolvido dessorção associado
Os agrotóxicos dissolvidos na água podem ter diferentes destinos: ser adsorvidos pelos sedimentos, de-
gradados por microrganismos, absorvidos por organismos ou diluídos nos oceanos. No ambiente aquático,
os agrotóxicos presentes no sedimento de fundo têm maior probabilidade de sofrer degradação pela ação de
microrganismos do que aqueles dissolvidos em água devido a menores concentrações de microrganismos na
coluna d’água do que no sedimento.
Por outro lado, o sedimento pode ser um compartimento de acúmulo de agrotóxicos no ambiente aquáti-
co nos locais mais favoráveis à sedimentação, sendo, portanto, um bom indicador da entrada destas substâncias
neste ambiente.
4. Recomendações aos produtores
Em estudo de monitoramento de resíduos de agrotóxicos em áreas de cultura de algodão, foram detectados diver-
sos agrotóxicos na água de escoamento superficial, no sedimento carreado e no leito dos córregos, nas águas do lençol
freático e da chuva (Dores et al., 2006).
Durante o período de monitoramento foram evidenciadas maiores concentrações dessas substâncias nas épocas
de chuva, que coincidem também com o período de aplicação mais intensa dos agrotóxicos. Os picos de concentração dos
agrotóxicos ocorreram após chuvas intensas, diminuindo ou desaparecendo depois do período das chuvas, principalmente
nas águas superficiais. Detectou-se também que a ocorrência de resíduos de agrotóxicos em águas e sedimento do escoa-
mento superficial tem alta correlação com a contaminação de água superficial e sedimento de fundo.
Importante:
Obviamente, quanto mais freqüentes e em maiores dosagens forem as aplicações dos agrotóxicos, maior
o risco de contaminação ambiental. Deste modo, visando à redução deste risco, sugere-se:
• adotar o manejo integrado de pragas e doenças;
• plantar cultivares de algodão mais tolerantes à virose e, portanto, menos exigentes em agrotóxicos para
controle de pulgão. A substituição gradual de cultivares tradicionalmente usadas, pelas mais novas, desde que
mantenha os níveis de produtividade e de qualidade de fibra, deveria ser estimulada, no sentido da garantir a
qualidade ambiental e a sustentabilidade das atividades agrícolas algodoeiras;
Com relação à escolha das moléculas a serem usadas nos controles de pragas, doenças e plantas daninhas, já exis-
tem no mercado agrotóxicos mais seguros ao ambiente e à saúde humana.
No monitoramento realizado em áreas de cultura de algodão, identificaram-se os agrotóxicos com
maior potencial de contaminação do ambiente aquático e detectados com maior freqüência e/ou maiores
níveis em um ou mais compartimentos ambientais, aqui relacionados, em ordem alfabética: aldicarb, carbo-
furan, clorpirifós, diuron, endosulfan, metolaclor, monocrotofós, metil paration e teflubenzuron. O endosulfan
foi o produto detectado com maior freqüência e maior concentração em águas superficiais.
Considerando-se sua elevada toxicidade para o ambiente aquático, recomenda-se:
• substituir o endosulfan por outras moléculas menos tóxicas e menos persistentes;
• evitar o uso dos ingredientes ativos acima relacionados, principalmente nas situações de solo e de manejo
que sejam potencialmente mais vulneráveis à contaminação de águas superficiais e subterrâneas;
Não se deve deixar de destacar a importância do programa de recolhimento de embalagens usadas
vazias para a redução da contaminação ambiental por agrotóxicos. Mato Grosso tem se destacado como um
dos estados onde tem sido recolhida maior porcentagem das embalagens usadas. A adesão a esse programa
é essencial para evitar acidentes e contaminação por vazamentos de restos de produtos, além de retirar da pro-
priedade embalagens não-degradáveis. Os produtores de qualquer porte não devem reutilizar embalagens de
agrotóxicos em outras atividades, devendo procurar locais que façam o recolhimento desses recipientes para o
descarte seguro.
Em resumo, os critérios de identificação de áreas mais sensíveis à contaminação e erosão, bem como
algumas medidas emergenciais para a redução de riscos estão apresentados na Tabela 1.
Isto posto, fica evidente que há necessidade de detalhar o zoneamento agroecológico com relação às
áreas mais sensíveis visando a proteção dos recursos hídricos e o ordenamento equilibrado da ocupação territo-
rial, garantindo assim a sustentabilidade econômica e ecológica da atividade agrícola.
Brasil - Lei n. 7.802, de 12 de julho de 1989 - Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a em-
balagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização,
a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagem, o registro, a classificação, o controle, a
inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências
Brasil - Lei n. 9974 de 6 de junho de 2000 - Altera a Lei 7802/89, que dispõe sobre a pesquisa, a experimen-
tação, a produção, a embalagem, rotulagem, o transporte, o armazenamento, a utilização, a importação, a
exportação, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e
dá outras providências.
Brasil - Lei nº 4.771 de 15 de setembro de 1965 - Código Florestal Brasileiro (sofreu diversas alterações den-
tre elas pelo Decreto n. 5975 de 30 de novembro de 2006 e pela lei 7.803 de 18 de julho de 1989).
Brasil - Lei nº 7.803 de 18 de julho de 1989 – Altera diversos artigos do Código Florestal, dentre eles o artigo 2º
que define as áreas de preservação permanente.
DORES, E. F. G. C.; MONNERAT, R. G.; PRAÇA, L. B.; SUJII, E. R.; VECCHIATO, A. B. (2006). Algodão e proteção am-
biental. In: Algodão: pesquisas e resultados para o campo. Org por MORESCO, E. 1 ed. Cuiabá: Facual, v. 2, pp.
360-390.
Mato Grosso - Lei Complementar nº 38, de 21 de novembro de 1.995 – Código Ambiental do Estado de Mato
Grosso.
Mato Grosso - Lei n° 6.945, de 05 de novembro de 1997 – Sistema Estadual de Recursos Hídricos.
MIGLIORINI, R. B.; BARROS NETA, M. A. P.; DUARTE, U. Aqüífero Guarani: educação ambiental para a sua
preservação na região do Planalto dos Guimarães. Cuiabá: Entrelinhas, ABAS, 2007. 80 p.
Portaria Normativa IBAMA N° 84, de 15 de outubro de 1996, classifica os agrotóxicos quanto ao potencial de
periculosidade ambiental baseiando-se nos parâmetros bioacumulação, persistência, transporte, toxicidade a
diversos organismos, potencial mutagênico, teratogênico, carcinogênico.