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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ

JULIA PURCINELLI MELO COSTA


TAUANE KETHELEEN DA CUNHA SOUZA
THYAGO BORELLA FERREIRA

ATIVIDADE ALELOPÁTICA DO EXTRATO DE Hymenaea courbaril L. E


ANÁLISE DE INTERAÇÃO FRENTE À Staphylococcus aureus,
Escherichia coli E Pseudomonas aeruginosa

SANTO ANDRÉ
2020
1INTRODUÇÃO

1.1 Metabólicos secundários em vegetais

As plantas são organismos eucariontes,

fotossintetizantes, multicelulares, com

diferenciação de tecidos. Além disto,

acreditasse que as plantas terrestres

tenham surgido de um grupo ancestral de


algas verdes, por conta da existência de

várias características que as aproximam,

como presença de parede celular

composta principalmente por celulose e a

existência de clorofilas a e b. Na

passagem evolutiva das algas verdes para

as plantas terrestres, surgiram algumas

características que se mantiveram por

seleção natural, pois se revelaram

adaptativas à vida no ambiente terrestre,


possibilitando a expansão das plantas

nesse ambiente. (LOPES, 2004).

Os metabólitos primários são

compostos responsáveis pelo crescimento

e no desenvolvimento dos vegetais, isto

inclui açúcares, aminoácidos, ácidos

graxos, lipídeos e nucleotídeos, proteínas,

polissacarídeos, membranas, DNA e RNA.

Os metabólitos primários são compostos

que todas as plantas produzem diferente

dos metabólitos secundários que são


altamente espécie-específico. (TAIZ et al.,

2017).

Os vegetais produzem grande variedade

de compostos orgânicos que não

apresentam função direta no crescimento

e desenvolvimento da planta. Estas

substâncias são chamadas de metabólitos

secundários e podem ser restritas a uma

espécie vegetal ou grupo de espécies.

Estes produtos metabólicos secundários

protegem as plantas contra os herbivoria e


infecção por microrganismos patogênicos,

também podem atrair animais

polinizadores e como agentes na

competição planta-planta. Estes

metabólicos secundários podem ser

divididos em três grupos quimicamente

distintos: terpenos, compostos fenólicos e

compostos nitrogenados. (TAIZ; ZEIGER,

2006).

As plantas produzem grande

quantidade de compostos fenólicos e por


conta disto apresenta uma variedade de

funções nos vegetais. Muitos agem como

compostos de defesa contra herbivoria e

patógenos ou reduzindo o crescimento de

plantas competidoras adjacentes. Duas

rotas metabólicas básicas estão

envolvidas na síntese dos compostos

fenólicos: a rota do ácido chiquímico que

participa na biossíntese da maioria dos

fenóis vegetais e a rota do ácido malônico

é uma fonte importante de produtos


secundários fenólicos em fungos e

bactérias. (TAIZ; ZEIGER, 2006).

Os vegetais liberam no ambiente

compostos metabólicos primários e

secundários através das folhas e raízes,

os efeitos desses compostos nas plantas

próximas constituem o campo da

alelopatia, assim uma planta pode reduzir

o crescimento das plantas vizinhas e

obtendo maior chance de acesso à luz,


água e aos nutrientes proporcionando sua

maior adaptação evolutiva. (TAIZ; ZEIGER,

2006).

Os isoflavonóides constituem um grupo

de flavonóides no qual a posição de um

anel aromático (anel B) está invertida, são

encontrados principalmente em

leguminosas e apresentam potente ação

inseticida e outras apresentam atividade

antiestrogênica. Os isoflavonóides

apresentam uma ação fitoalexinas,


compostos antimicrobianos sintetizados

em resposta à infecção por fungos e

bactérias, podem limitar a propagação do

patógeno invasor, estes metabólicos

secundários se acumulam em torno do

local de infecção. (TAIZ; ZEIGER, 2006).

No geral as fitoalexinas não estão

presentes nas plantas antes da infecção,

são sintetizadas muito rapidamente após o

ataque do microrganismo devido à

ativação de novas rotas biosintéticas.


Embora as fitoalexinas acumulem-se em

concentrações tóxicas aos patógenos em

bioensaios, o significado desses

compostos para a defesa da planta intacta

não é completamente compreendido. (TAIZ

et al., 2017).

Uma planta quanto sobrevive ao ataque

de um patógeno, muitas vezes apresenta

um aumento na sua resistência a ataques

subsequentes em qualquer outra região da

planta e apresenta proteção contra uma


grande variedade de espécies de

patógenos, este fenômeno é chamado de

resistência sistêmica adquirida (SAR).

(TAIZ et al., 2017).

A ação dos aleloquímicos tem sido

usada pelos humanos como alternativa ao

uso de inseticidas, herbicidas e

defensivos agrícolas. A maioria dessas

substâncias é originada do metabolismo

secundário, porque a competição das

plantas por nutrientes, durante toda a sua


evolução, promoveu o desenvolvimento de

vias Biosintética onde são produzidos e

acumulados diversos metabólitos

secundários. Outro fator que estimulou a

produção dessas substâncias é o

consumo dos vegetais pela herbivoria ou

até mesmo insetos, vírus e bactérias,

sendo uma resposta defensiva contra

esses organismos. É importante que no

ambiente esses aleloquímicos tenham

acúmulo em quantidade suficiente para


que possam afetar outros organismos,

principalmente outras plantas, mantendo-

se constante ou liberado continuamente,

causando efeitos persistentes. A

quantidade de produtos produzidos

depende da espécie, constituição e idade

do tecido vegetal e intensidade de

lavagem. (FÁVERO; PAVAN, 1997).


1.2 Plantas medicinais

Na década de 90, a Organização

Mundial de Saúde (OMS) divulgou que 65-

80% da população dos países em

desenvolvimento dependiam das plantas

medicinais como única forma de cuidado

básico da saúde. Mesmo com o avanço da

medicina, encontramos muitos registros

de vários procedimentos clínicos

tradicionais utilizando este recurso. Para a


população carente que não consegue ter

acesso a procedimento clínicos

avançados, o único recurso possível é

utilizar das plantas medicinais. (VEIGA

JUNIOR; PINTO, 2005).

As plantas medicinais têm sido um

recurso utilizado por várias populações,

principalmente as pessoas de baixa renda.

Este tipo de planta é comercializado em

feiras livres, mercados populares e

encontradas em quintais residenciais. As


observações populares sobre o uso e a

eficácia deste recurso terapêutico,

contribuem de forma relevante para a

divulgação destas virtudes, por conta dos

efeitos medicinais que produzem, apesar

de nem sempre terem seus constituintes

químicos conhecidos (MACIEL et al.,

2002).

1.3 Jatobá-verdadeiro
O jatobá-verdadeiro (Hymenaea

courbaril L.) é uma árvore nativa do Brasil,

pode atingir de quinze a vinte metro de

altura, de copa ampla e densa, o tronco é

próximo de um cilindro podendo atingir

um metro de diâmetro. As folhas

(Ilustração 1) compostas bifoliadas, de

folíolos coriáceos de seis a quatorze

metros de comprimento. Os frutos

(Ilustração 1) são legumes curtos

indeiscentes de até treze centímetros de


comprimento, de cor marrom escura,

contendo de três a oito sementes de cor

marrom, envoltas por uma substância

farinácea, prefere solos argilosos e

úmidos. (GRANDI, 2014).

Ilustração 1 - Fruto e folha do jatobá

Fonte: Grandi, 2014. p. 712


O jatobá-verdadeiro (Hymenaea

courbaril L.) é uma árvore da família das

fabáceas. É uma espécie arbórea que

ocorre do Piauí ao norte do Paraná na

floresta semidecídua. Pouco exigente em

fertilidade e umidade do solo, geralmente

ocorre em terrenos bem drenados. Nas

folhas, sua forma do limbo é elíptica, ápice

acuminado, base redondeada, superfície

glabra, folhas compostas geminadas e sua


filotaxia são opostas. (CARVALHO

FILHO  et al., 2003).

Segundo Grandi (2014), na composição

química do jatobá temos terpenos e

compostos fenólicos com propriedades

antimicrobianas, antifúngicas,

moluscicidas. Os compostos químicos são

ácido copálico, brasilcopálico, flavonoides

(astilbina, β-sitosterol, β-bourboneno, αδ-

cadineno, cariofileno, capaeno e

cubebeno). (GRANDI, 2014).


Segundo Branco (2016), o jatobá é

considerado para os indígenas latino-

americano como árvore sagrada, utilizada

em rituais para ajudar a clarificar,

equilibrar e apaziguar a mente. Além disto,

o jatobá tem pequenas e abundantes

flores melíferas sendo um grande atrativo

para as abelhas nativas da espécie

Tetragonisca angustula, que produzem um

mel medicinal muito utilizado para

problemas respiratórios. A casca e as


folhas do jatobá são consideradas

medicinais e possuem propriedades

terapêuticas que incluem ações

adstringente, antibacterianas, antifúngicas

e anti-inflamatórias com indicações para

problemas respiratórios como a asma,

bronquite, rinite além dos problemas

gastrointestinais como úlceras, gastrite,

azia e refluxo e utilizada para cistites,

retenção hídrica e cálculo renal. (BRANCO,

2016).
A madeira possui alta durabilidade. A

resina de jatobá, conhecida como

jutaicica, também pode ser usada como

remédio. Antigamente, em tempos de

guerra, as tribos indígenas usavam a

resina na ponta da flecha para atear fogo

nas casas dos inimigos. Além disso, o

jatobazeiro fornece fruto comestível

(Fotografia 1). (SHANLEY; MEDINA, 2005).


Fotografia 1 – Fruto de jatobá

A resina do jatobá é utilizada com

incenso e verniz, a casca é utilizada como

chá para tratamento de problemas

respiratórios, gastrointestinais, problemas

urinários e cálculo renal. A semente e fruto

do jatobá é rico em cálcio, fósforo, ferro,


potássio, magnésio e vitamina C, das

sementes é tirado a farinha, rica em amido

com uso culinário em doçaria e fabricação

de pães e bolos diversos, as sementes

também pode ser usados em vitaminas de

frutas para organização mental e a

purificação dos sentimentos. (BRANCO,

2016).

1.4 Staphylococcus aureus


O Staphylococcus leva este nome pelo

fato dos cocos gram-positivos crescer em

um padrão que se assemelha a um cacho

de uvas, a maioria tem 0,5 a 1,5 μm de

diâmetro, é imóvel e capaz de crescer em

uma variedade de condições, aeróbia e

anaeróbia, na presença de concentração

elevada de sal e em temperaturas que

podem variar entre 18 ºC a 40 ºC. Podem

ser encontradas na pele e nas membranas


mucosas dos seres humanos. (MURRAY;

ROSENTHAL; PFALLER, 2014).

O Staphylococcus aureus (Fotografia 2)

coloniza as narinas, é mais virulento e

conhecido do gênero, patogênicos sendo

responsáveis por um amplo espectro de

doenças sistêmicas, de gravidade

considerável incluindo infecções da pele,

tecidos moles, ossos e trato urinários e

infecções oportunistas. Esta espécie é

caracterizada pela presença de coagulase,


proteína A e ribitol ácido teicoico espécie-

específico com resíduos de N-acetil

glicosamina (polissacarídeo A). A

transmissão pessoa a pessoa através de

contato direto ou exposição a fômites

contaminados. (MURRAY; ROSENTHAL;

PFALLER, 2014).
Fotografia 2 – Staphylococcus aureus

Fonte: Tortora; Funke; Case, 2012. p. 318

1.5 Escherichia coli

A Escherichia coli (Fotografia 3) é o

mais comum e importante membro do

gênero Escherichia, esta bactéria está

associada a gastroenterite e infecções


extra intestinais, são bacilos gram-

negativos, anaeróbios facultativos mais

comum no trato gastrointestinal,

fermentadores e oxidase-negativos. A

maioria das infecções é endógena

(microbiota normal do paciente), embora

as que causam gastrenterite sejam

geralmente adquiridas exogenamente.

(MURRAY; ROSENTHAL; PFALLER, 2014).


Fotografia 3 - Escherichia coli

Fonte: Tortora; Funke; Case, 2012. p. 276

As bactérias do gênero Escherichia coli

são habitantes normais do intestino

grosso dos vertebrados, incluindo

humanos, e sua presença é benéfica, pois


ajuda na produção de certas vitaminas e

participa da digestão de alimentos que não

seriam digeridos sem a sua presença.

Contudo, a linhagem chamada de E. coli

O157:H7 causa diarreia sanguinolenta

quando cresce no intestino. Essa

linhagem foi identificada em 1982 e, desde

então, tem sido tratada como um problema

de saúde pública. Atualmente, é uma das

principais causas de diarreia no mundo.

Em 1996, cerca de 9.000 pessoas no Japão


ficaram doentes e sete morreram como

resultado de uma infecção por E. coli

O157:H7. (TORTORA; FUNKE; CASE,

2012).

1.6 Pseudomonas aeruginosa

A Pseudomonas aeruginosa (Fotografia

4) é um bacilo gram-negativo pequeno,

não fermentador, arranjado tipicamente

aos pares, relacionado aos patogênicos


oportunistas de plantas, animais e seres

humanos, são aeróbicos obrigatórios,

oxidantes da glicose, necessidades

nutricionais simples com cápsula

polissacarídica mucoide. Doenças incluem

infecções do trato respiratório, trato

urinário, pele e tecidos moles, olhos,

ouvidos, bem como bacteremia e

endocardite. Podem colonizar

transitoriamente os tratos respiratórios e

gastrointestinal de pacientes
hospitalizados, particularmente aqueles

tratados com antibióticos de amplo

espectro, expostos a equipamentos de

terapia respiratório ou hospitalizados por

longos períodos. (MURRAY; ROSENTHAL;

PFALLER, 2014).

Fotografia 4 - Pseudomonas aeruginosa


Fonte: Murray; Rosenthal; Pfaller, 2014. p.

511

Pseudomonas aeruginosa é um dos

principais agentes de infecção nosocomial

em hospitais brasileiros, onde diversos

estudos têm associado sua presença a

uma disseminação clonal da espécie. A

importância clínica da infecção por  P.

aeruginosa caracteriza-se pela expressão

de múltipla resistência a antibacterianos,


associada a uma difícil erradicação da

doença, consequentemente com elevados

índices de morbidade e mortalidade. Esse

microrganismo pode apresentar

resistência natural ou adquirida a grande

número de antibióticos utilizados na

prática clínica. O intercâmbio de material

genético, que ocorre de forma natural intra

ou interespécies entre os bacilos Gram-

negativos, é apontado como um dos

responsáveis pela aquisição de


determinantes de resistência. Assim, a

capacidade que  P. aeruginosa  possui de

tornar-se resistente durante o tratamento

ao antibiótico é inerente à espécie e

muitas vezes, inevitável. (NEVES et al.,

2011).

2OBJETIVO

2.1 Objetivo geral


Identificar a capacidade de inibição dos

microrganismos Staphylococcus aureus,

Escherichia coli e Pseudomonas

aeruginosa, pelo extrato das folhas do

Hymenaea courbaril e testar sua

capacidade de inibição de sementes de

alface crespa, alface Hanson, beterraba

maravilha, cenoura Nantes e rúcula

cultivada.
2.2 Objetivos específicos

 Observar a presença de substâncias

antibióticas nas folhas do Hymenaea

courbaril através da inibição dos

microrganismos Staphylococcus aureus,

Escherichia coli e Pseudomonas

aeruginosa.

 Verificar a concentração do extrato mais

eficaz para essa inibição nos

microrganismos testados.
 Obter informações sobre a alelopatia da

planta, analisando a germinação de

sementes das espécies indicadoras

Lactuca sativa var. crispa (alface crespa),

Lactuca sativa var. capitata (alface

Hanson), Beta vulgaris (beterraba

maravilha), Daucus carota (cenoura

Nantes) e Eruca sativa (rúcula cultivada).


3MATERIAL E MÉTODOS

Trabalho de pesquisa experimental,

utilizando uma determinada amostra de

folhas de uma árvore de Jatobá localizada

no campus do colégio da Fundação Santo


André para observar a atividade

alelopática e inibitória do crescimento

bacteriano, de forma quantitativa e

qualitativa.

3.1 Material botânico

Foi realizado coletas das folhas de

Hymenaea courbaril (Fotografia 5) de um

espécime localizado no prédio Colégio

(Fotografia 6), dentro do Centro


Universitário Fundação Santo André, onde

também foi realizado a pesquisa, no

laboratório de microbiologia e no

laboratório de botânica do Centro

Universitário Fundação Santo André, SP.


Fotografia 5 - Folha e fruto de Jatobá do

Colégio da Fundação Santo André


Fotografia 6 - Árvore de Jatobá do Colégio

Fundação Santo André

3.2 Extrato da planta

Para obtenção do extrato, foi retirado

folhas no centro do galho da árvore. Em

seguida, as folhas são lavadas em água

destilada para eliminação de resíduos que


podem influenciar nos testes, depois estas

folhas são secas e pesadas (Fotografia 7).

Fotografia 7 - Folhas de jatobá depois da

lavagem e sendo secas

São utilizadas 100 gramas das folhas

frescas em 400 mL de água destilada,

obtendo-se uma concentração de 0,25g de


folhas/mL. Com o auxílio de um

liquidificador, as folhas são trituradas

durante dez minutos com 400 mL de água

destilada e adiciona-se 2,4 mg de ácido

ascórbico, obtendo-se uma concentração

de vitamina C igual a 0,006 mg/mL. A

adição de ácido ascórbico evita a oxidação

das folhas no processo de trituração; essa

oxidação libera compostos fenólicos que

interferem na germinação das sementes, o

que pode afetar os resultados. Depois o


extrato passa por um processo de

filtragem, passando por peneira

(Fotografia 8), gaze (Fotografia 9), filtro

qualitativo com bomba a vácuo (Fotografia

10) e membrana filtrante, com poro de 0,45 μm,

também em bomba de vácuo, para esterilização

(Fotografia 11). O extrato é, então,

acondicionado em frascos de cor âmbar e

mantido congelados até o uso para os biotestes.


Fotografia 8 – Filtragem pela peneira

Fotografia 9 - Filtragem por gaze


Fotografia 10 - Filtragem por filtro qualitativo
Fotografia 11 - Filtragem com poro de 0,45 μm

3.3 Teste de esterilidade do extrato, salina 0,9% e

água destilada

Para a validação dos resultados obtidos é

necessário a confirmação de que não há fatores


que possam interferir com os resultados. Nesse

caso é necessário que as amostras do extrato de

Jatobá, de salina 0,9% e de água destilada esteja

estéreis. Para isso, uma placa de Petri contendo

ágar nutriente é dividida em quatro setores,

conforme o desenho 1.

Desenho 1 – Placa dividida em 4 setores para o

teste de esterilidade

CN-E = Controle negativo –

Extrato. Nesse setor, é semeado


o extrato das folhas de jatobá,

utilizando uma alça de

inoculação.

CN-M = Controle negativo –

Meio. Esse setor serve para o

controle da esterilidade do meio

de cultura.

CN-S = Controle negativo –

Salina Nesse setor, é semeada a

solução salina (NaCl 0,9%),

utilizando uma alça de


inoculação. CN-A = Controle

negativo – Água destilada. Nesse

setor, é semeada a água

destilada, utilizando uma alça de

inoculação.

Após a semeadura, a placa é incubada a 37ºC

por 24 horas. A seguir, é observado se a placa de

Petri não apresenta contaminação.

3.4 Teste de alelopatia


Foram realizadas testes semanais, cada um

com dez placas de Petri, sendo elas: cinco com

sementes irrigadas com três mL de água

destilada, sendo uma placa para cada espécie de

semente; cinco com sementes irrigadas com três

mL de extrato, sendo uma placa para cada

espécie de semente. Na base de cada placa, é

colocado o papel filtro e sobre o papel são

colocadas 30 sementes (Fotografia 12).


Fotografia 12 - Teste de alelopatia

Após a irrigação com água ou extrato, as

placas são mantidas em estufa a 37º com

iluminação artificial da própria estufa

(Fotografia 13). Após uma semana, é registrado

o número de sementes germinaram.


Fotografia 13 - Estufa com iluminação artificial

Para calcular a porcentagem de germinação,

foram comparadas quantidades de sementes que

germinaram na presença do extrato e das

sementes que germinaram na presença de água

destilada.
Para calcular a porcentagem de inibição da

germinação, foram contadas quantas sementes

foram semeadas (160 de cada espécie) e quantas

germinaram, tanto para as placas com água

destilada como para as placas com extrato, sendo

aplicada a fórmula a seguir.

Número de sementes germinadas comextrato de jatobá


%Inibição=100− ∙ 100
Número de sementes germinadas comágua destilada
3.5 Teste de viabilidade das bactérias

As bactérias Staphylococcus aureus,

Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa são

obtidas da bacterioteca, do Centro Universitário

Fundação Santo André, no laboratório de

biologia/microbiologia. Foram utilizadas as

amostras bacterianas discriminadas no quadro 1.

Quadro 1 - Microrganismos e seu número ATCC

MICRORGAN ATCC OBSERVAÇÕ


ISMO ES
Staphylococcu S018 Coco gram +

s aureus
Escherichia E004 Bacilo gram -

coli
Pseudomonas NEWP 0053 Bacilo gram -

aeruginosa

As bactérias são semeadas separadamente, em 5

mL de caldo nutriente e incubadas a 37ºC por 24

horas. A seguir, as culturas em caldo nutriente

são semeadas em uma placa de Petri contendo

ágar nutriente, com auxílio de uma alça de


inoculação. A placa é incubada a 37ºC por 24

horas, para o teste de viabilidade das bactérias.

3.6 Teste de inibição bacteriana

Após a semeadura das placas de ágar

nutriente com as três bactérias em estudo, para o

teste de viabilidade, foi realizado o teste de

inibição bacteriana. Para isso, alíquotas de 2 mL

de extrato de folha de jatobá estéril foram

pipetadas em 3 tubos de ensaio contendo 2 mL de


caldo nutriente estéril. A seguir, as culturas 24 h

a 37 oC em caldo nutriente de Staphylococcus

aureus, Escherichia coli e Pseudomonas

aeruginosa foram semeadas com auxílio de uma

alça de inoculação de 10 uL, sendo repicada uma

alçada de cada cultura em cada um dos três

tubos. O controle foi realizado da mesma

maneira, mas substituindo o extrato de folha de

jatobá por 2 mL de salina estéril. Foi preparado,

também, mais um tubo controle, contendo extrato

de jatobá. Os sete tubos foram incubados a 37oC,


por 24h. Após esse período, foi verificada a

presença de turvação nos tubos.

3.7 Contagem de unidades formadoras de

colônias - UFC

Para contar as unidades formadoras de

colônias (UFC) foram feitas diluições seriadas

das culturas em caldo (tubos teste e tubos

controle) da seguinte maneira: uma alíquota de

100 μL de cada cultura foi transferida para um


tubo eppendorf contendo 900 μL de solução

salina estéril, obtendo-se uma diluição de 1/10

(10-1). Após homogenização, uma alíquota da

diluição 1/10 foi transferida para um segundo

tubo eppendorf, contendo 900 μL de salina

estéril, obtendo-se a diluição de 1/100 (10-2). E

assim sucessivamente até o 10º eppendorf,

quando a diluição foi de 10-10 (Fotografia 14).


Fotografia 14- Eppendorf com a diluição seriada

Alíquotas de 100 μL das diluições 10-6, 10-7,

10-8, 10-9 e 10-10 dos tubos teste e tubos controle

foram plaqueadas, com auxílio de uma alça de

Drigalski, em placas contendo ágar nutriente

(Fotografia 15). As placas foram incubadas a


37ºC, por 24h. Após a incubação, foi realizada a

contagem de colônias.
Fotografia 15 - Plaqueamento
3.8 Quantificação de inibição do crescimento

bacteriano

Após o teste de inibição, os tubos contendo

extrato bruto foram utilizados para montagem de

uma diluição seriada com a finalidade de contar

o número de Unidades Formadoras de Colônias

(UFC) em cada amostra e compará-las com o

número de UFC da amostra com salina para

quantificar o grau de inibição.


O cálculo da porcentagem de inibição do

crescimento bacteriano será feito utilizando a

seguinte fórmula:

Número de colônias crescidas emextrato


% de inibição=100− ∙ 100
Número de colônias crescidas emsolução salina

Para a contagem das colônias foi utilizado o

contador de colônias (Fotografia 16) para obter

uma melhor precisão na quantidade de colônias.


Fotografia 16 - Contador de colônias
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Teste de esterilidade do extrato, salina 0,9% e

água destilada

Observando a placa de teste de esterilidade,

podemos contatar que não houve crescimento de

qualquer tipo de colônia microbiana na placa,

comprovante a esterilidade do extrato, salina

0,9% e água destilada (Fotografia 17).


Fotografia 17 - Teste de esterilidade do extrato,

salina 0,9% e água destilada.

4.2 Teste de alelopatia


Os resultados do teste alelopático mostraram

que houve inibição da germinação das sementes

das espécies indicadoras de rúcula cultivada

(Fotografia 18), cenoura Nantes (Fotografia 19),

alface Hanson (Fotografia 20) e alface crespa

(Fotografia 21), porém a beterraba maravilha

(Fotografia 22) houve estimulou para seu

crescimento. Para verificar a porcentagem exata

do potencial alelopático da Hymenaea courbaril

L., foi feita uma análise estatística, no qual


foram contadas quantas sementes germinaram

em cada placa.

Fotografia 18 - Sementes de rúcula cultivada

germinada em água destilada e extrato de jatobá


Fotografia 19 - Sementes de cenoura Nantes

germinada em água destilada e extrato de jatobá


Fotografia 20 - Sementes de alface Hanson

germinada em água destilada e extrato de jatobá


Fotografia 21 - Sementes de alface crespa

germinada em água destilada e extrato de jatobá


Fotografia 22 - Sementes de beterraba

maravilha germinada em água destilada e extrato

de jatobá

Os dados obtidos foram aplicados em uma

fórmula que resultou na porcentagem de inibição

em cada espécie testada. Esses dados foram

dispostos em tabelas (Tabela 1 a Tabela 5) e em


gráfico (Gráfico 1) para uma melhor visualização

dos resultados.
Tabela 1 - Acompanhamento geral do teste de

germinação com sementes de alface crespa

Semente
Semente %
Semen s
Data de s Inibiçã
tes germina
semeaçã germina o da
semea das com
o das com germin
das água
extrato ação
destilada
11/10/20

19 10 06 00
10/03/20 30 11 05
20
17/03/20

20 30 18 10
02/09/20

20 30 30 25
09/09/20

20 30 30 24
01/10/20

20 30 15 26
Total 160 110 90
%

germina

ção 68,75% 56,25% 18,18%


Tabela 2 - Acompanhamento geral do teste de

germinação com sementes de alface Hanson

Semente
Semente %
Semen s
Data de s Inibiçã
tes germina
semeaçã germina o da
semea das com
o das com germin
das água
extrato ação
destilada
11/10/20

19 10 10 01
10/03/20

20 30 28 15
17/03/20 30 28 27
20
02/09/20

20 30 28 30
09/09/20

20 30 30 30
01/10/20

20 30 29 25
08/10/20

20 30 23 12
Total 190 176 140
%

germina

ção 92,63% 73,68% 20,45%


Tabela 3 - Acompanhamento geral do teste de

germinação com sementes de cenoura Nantes

Semente
Semente %
Semen s
Data de s Inibiçã
tes germina
semeaçã germina o da
semea das com
o das com germin
das água
extrato ação
destilada
11/10/20

19 10 00 00
10/03/20

20 30 17 03
17/03/20 30 22 11
20
19/08/20

20 30 12 11
02/09/20

20 30 30 10
09/09/20

20 30 28 06
01/10/20

20 30 26 06
08/10/20

20 30 29 13
Total 220 164 60
%

germina

ção 74,55% 27,27% 63,41%


Tabela 4 - Acompanhamento geral do teste de

germinação com sementes de rúcula cultivada

Semente
Semente %
Semen s
Data de s Inibiçã
tes germina
semeaçã germina o da
semea das com
o das com germin
das água
extrato ação
destilada
11/10/20

19 10 09 00
10/03/20

20 30 29 05
17/03/20

20 30 26 13
02/09/20

20 30 27 02
09/09/20

20 30 30 04
01/10/20

20 30 26 06
08/10/20

20 30 24 13
Total 190 171 43
% 90% 22,63% 74,85%

germina
ção

Tabela 5 - Acompanhamento geral do teste de

germinação com sementes de beterraba

maravilha

Semente
Semente %
Semen s
Data de s Estimul
tes germina
semeaçã germina ação da
semea das com
o das com germina
das água
extrato ção
destilada
11/10/20 10 07 04
19
10/03/20

20 30 12 19
17/03/20

20 30 25 24
19/08/20

20 30 19 20
02/09/20

20 30 07 27
09/09/20

20 30 15 21
01/10/20

20 30 10 10
08/10/20

20 30 08 19
Total 220 103 144
%

germinaç

ão 46,82% 65,45% 28,47%

No caso das sementes de beterraba maravilha,

como ocorreu um estímulo à germinação das

sementes, foi utilizada a seguinte fórmula para

calcular a porcentagem desse estímulo:

Número de sementes germinadas emágua destilada


% de estimulo de germinação=100− ∙ 100
Número de sementes germinadas em extrato de jatobá
Gráfico 1 - Porcentagem de germinação das

sementes no extrato e água destilada


100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0
Alface crespa Alface Hanson Beterraba Cenoura Nantes Rúcula cultivada
maravilha

Extrato de Jatobá Água destilada

Analisando o gráfico e as tabelas, verifica-se

que o extrato conseguiu inibir a germinação das

sementes cenoura Nantes em 63,41% e rúcula

cultivada em 74,85%. Já frente às sementes de

alface Hanson a inibição do extrato foi de

20,45% e em sementes de alface crespa foi de


18,18%. A germinação das sementes de beterraba

maravilha não foram inibidas pelo extrato das

folhas e sim estimulada em 28,47%.

Nos testes realizados por Goltara e Negrão

(2018) sobre alelopatia com Coffea arabica L.

teve inibição de germinação de 65,40% com

alface e 36,23% com rúcula, tendo maior efeito

com as sementes de alface. Comparando com os

testes realizados com Hymenaea courbaril L.,

apresentou 18,18% de inibição com a alface, uma

inibição menor comparando com Coffea arabica


L. e 74,85% de inibição com a rúcula, uma

inibição maior comparando com a Coffea

arabica L. (GOLTARA; NEGRÃO, 2018).

Os testes de Januário (2017) sobre alelopatia

com Pinus elliottii Engelm teve inibição de

germinação de 70% com alface e 100% com

rúcula, tendo maior efeito com sementes de

rúcula. Comparando com os testes realizados

com Hymenaea courbaril L., apresentou 18,18%

de inibição com a alface, uma inibição bem

menor comparando com Pinus elliottii Engelm e


74,85%, uma inibição bem menor comparando

com Pinus elliottii Engelm. (JANUÁRIO, 2017).

Nos testes realizados por Silva (2016) sobre

alelopatia com Archontophoenix alexandrae ela

apresentou 37,65% de germinação para alface e

-1,61% de germinação para rúcula. Comparando

com os testes realizados com Hymenaea courbaril

L., apresentou 18,18% de inibição com a alface

resultado maior comparando com o resultado

obtido com e Archontophoenix alexandrae e

74,85% de inibição com a rúcula um maior


resultado do que com Archontophoenix

alexandrae (SILVA, 2016).

4.3 Teste de viabilidade das bactérias

Observando a placa de teste de viabilidade

(Fotografia 23 a 25) podemos constatar que as

cepas eram viáveis.


Fotografia 23 – Teste de viabilidade da

Escherichia coli
Fotografia 24 - Teste de viabilidade de

Staphylococcus aureus
Fotografia 25 – Teste de viabilidade da

Pseudomonas aeruginosa

4.4 Teste de inibição bacteriana

Observando os tubos de ensaio com extrato

(Fotografia 26) e tubos de ensaio com salina


0,9% (Fotografia 27) podemos ver a turvação no

extrato e na salina.

Fotografia 26 - Tubos de ensaio com extrato


Fotografia 27 - Tubos de ensaio com salina 0,9%

4.5 Quantificação de inibição

O teste de inibição bacteriana mostrou que

não houve inibição do crescimento de


Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e

Staphylococcus aureus, e sim, estímulo ao

crescimento bacteriano. Para a contagem de

colônias, foi realizada a diluição seriada dos

tubos e depois o Plaqueamento, após 24 horas foi

contado o número de colônias que cresceram na

placa (Fotografia 28 a 33).

Para o cálculo das taxas de estímulo ao

crescimento bacteriano, foi utilizada a fórmula a

seguir:
Número de colônias crescidas em solução salina
% de estímulo=100− ∙100
Número de colônias crescidas emextrato de jatobá

Fotografia 28 - Placas de Escherichia coli e

extrato
Fotografia 29 - Placas de Escherichia coli e

salina
Fotografia 30 - Placas de Pseudomonas

aeruginosa e extrato
Fotografia 31 - Placas de Pseudomonas

aeruginosa e salina
Fotografia 32 - Placa de Staphylococcus aureus

e extrato
Fotografia 33 - Placa de Staphylococcus aureus

e salina
Os dados foram dispostos em tabelas (Tabela

6 a Tabela 8) em gráfico (Gráfico 2) para uma

melhor visualização dos resultados.


Tabela 6 - Acompanhamento geral do teste de

inibição com Escherichia coli.

% de
Número
Número Estímulo
de
de ao
Diluiç colônia
Data colônias crescimen
ão s na
no to
salina
extrato bacterian
0,9%
o
01/10/20 03 243 98,77%
−10
10

20
Tabela 7 - Acompanhamento geral do teste de

inibição com Pseudomonas aeruginosa.

% de
Númer
Númer Estímulo
o de
o de ao
Diluiç colônia
Data colônia crescimen
ão s na
s no to
salina
extrato bacterian
0,9%
o
17/09/202 95 353
−6
10

0
17/09/202 10−7
82 268

0
17/09/202 10−8
91 157

0
17/09/202 10−9
22 147

0
17/09/202 10−10
27 138

0
Média: 63 213 70,43%
Tabela 8 - Acompanhamento geral do teste de

inibição com Staphylococcus aureus.

% de
Número
Número Estímulo
de
de ao
Diluiç colônia
Data colônias crescimen
ão s na
no to
salina
extrato bacterian
0,9%
o
01/10/20
−6
10

20 21 196
01/10/20 10−7

20 15 173
01/10/20
−8
10

20 14 247
01/10/20
−9
10

20 04 116
01/10/20
−10
10

20 04 86
Média: 12 164 92,7%
Gráfico 2 - Número de colônias em salina 0,9% e

extrato de jatobá.

300

250

200

150

100

50

0
Escherichia coli Pseudomonas aeruginosa Staphylococcus aureus

Número de colônias na salina 0,9% Número de colônias no extrato de jatobá

Analisando o gráfico e as tabelas, pode-se

observar que o extrato não conseguiu inibir a

Escherichia coli pois na diluição 1010 de E. coli

cultivada em caldo nutriente e salina apenas 03


colônias se desenvolveram, enquanto na mesma

diluição da E. coli cultivada em caldo nutriente e

extrato de jatobá ocorreu o desenvolvimento de

243 colônias, ou seja, o extrato de jatobá

estimulou o desenvolvimento das colônias

bacterianas e não a sua inibição, podemos

também observar que o extrato não conseguiu

inibir Pseudomonas aeruginosa pois a média

cultivada em caldo nutriente e salina foi apenas

63 colônias enquanto na mesma diluição de P.

aeruginosa cultivada em caldo nutriente e


extrato de jatobá ocorreu o desenvolvimento de

em média 213 colônias, ou seja, o extrato de

jatobá estimulou o desenvolvimento das colônias

bacterianas e não a sua inibição, o mesmo

acontece com a Staphylococcus aureus pois a

média cultivada em caldo nutriente e salina foi

apenas 12 colônias enquanto na mesma diluição

de S. aureus cultivada em caldo nutriente e

extrato de jatobá ocorreu o desenvolvimento de

em média 164 colônias, ou seja, o extrato de

jatobá estimulou o desenvolvimento das colônias


bacterianas e não a sua inibição, isto demonstra

que existe uma possibilidade do extrato de jatobá

possui componentes nutritivos que servem como

nutrientes paras as bactérias.

Nos testes realizados por Silva e Souza (2018)

sobre inibição utilizando Allium cepa L. Pera

(cebola pera) teve inibição de 100% frente à

Staphylococcus aureus e 78% frente a

Escherichia coli e na Allium cepa L. Roxa

(cebola roxa) apresentou 93% de inibição frente


a Staphylococcus aureus e 42% na Escherichia

coli. Comparando com os testes realizados com

Hymenaea courbaril L. apresentou -1266,67% de

inibição, bem menor comparado com Allium

cepa L. Pera e Allium cepa L. Roxa e -8000% de

inibição, bem menor comparado com Allium

cepa L. Pera e Allium cepa L. (SILVA; SOUZA,

2018).

Os testes de Januário (2017) sobre inibição

utilizando Pinus elliottiiEngelm teve inibição de

11,2% frente à Escherichia coli e 97,9% de


inibição frente a Staphylococcus aureus.

Comparando com os testes realizados com

Hymenaea courbaril L. apresentou -1266,67% de

inibição, bem menor comparado com Pinus

elliottiiEngelm e -8000% de inibição, bem menor

comparado com Pinus elliottiiEngelm.

(JANUÁRIO, 2017).

Nos testes realizados por Goltara e Negrão

(2018) sobre inibição utilizando Coffea arabica

L. teve porcentagem de inibição de 50,38% frente

a Escherichia coli e 29,27 frente a


Staphylococcus aureus. Comparando com os

testes realizados com Hymenaea courbaril L.

apresentou -1266,67% de inibição, bem menor

comparado com Coffea arabica L. e -8000% de

inibição, bem menor comparado com Coffea

arabica L. (GOLTARA; NEGRÃO, 2018).


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O extrato das folhas de Hymenaea courbaril

L. apresentou potencial alelopático, inibindo a

germinação das sementes das espécies

indicadoras Daucus carota (cenoura) e Eruca

sativa (rúcula cultivada), porém em relação a

Lactuca sativa var. crispa (alface crespa) e


Lactuca sativa var. capitata (alface Hanson) não

apresentou tanto potencial comprando com a

Daucus carota e Eruca sativa. A Beta vulgaris

(beterraba maravilha) não apresentou potencial

alelopático, ao contrário houve um grande

estímulo em sua germinação fazendo com que

crescesse mais sementes no extrato de Hymenaea

courbaril L.

O contato do extrato das folhas de Hymenaea

courbaril L. com as bactérias Escherichia coli,

Staphylococcus aureus e Pseudomonas


aeruginosa não apresentou inibição, nos teste de

inibição as bactérias cresceram bem mais neste

contato com o extrato do que em relação a salina

0,9%, demostrando que não houve inibição.


REFERÊNCIAS

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medicinal. Uso da casca e das sementes. 2016.

Disponível em:

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ARRIGONI-BLANK, Maria de Fátima; BLANK,

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JANUÁRIO, Suelen Regina.  Atividade

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Centro Universitário Fundação Santo André,

Santo André, 2017.


LOPES, Sônia.  Bio: volume único. São Paulo:

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