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HISTÓRIA
São Luiz do Paraitinga, 2010: a memória entre destroços. Escorada por ripas de madeira, as paredes que não caíram do casario colonial
resistem ao tempo, depois da tempestade e da inundação do rio Paraitinga, em 2010, que provocou o desabamento da Igreja Matriz e muitas
casas coloniais, seculares. A História não está apenas na evolução, nas construções de arranha-céus, pontes, mansões, shoppings, estradas,
usinas e megalópoles. Está, sobretudo, no que fica para trás, atropelado pelo progresso, pela omissão das autoridades em “acidentes” como
em São Luiz do Paraitinga ou em Mariana, naqueles que morrem ou sobrevivem às guerras que matam com armas modernas. Como disse
Walter Benjamin, o anjo da História abriu as suas asas e foi colhido por uma tempestade, voando de costas, com a boca dilatada e os olhos
escancarados, vendo acumular-se ruínas até o céu, sem poder despertar os mortos e reunir os vencidos que marcham para o futuro.
(Fotos: R. Felipe).
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CAM de História - Caderno de Atividades Mater - 2º E. Médio - 1ºSemestre /2020
Sumário
INTRODUÇÃO (I)
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Temas deste número - 1º Semestre: de “1) R – Aspectos da Atualidade e suas origens
históricas” até “2) 2T - Brasil: da fuga da Família Real à Independência”.
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Livro didático:
Volume Único para todo o Ensino Médio:
360° HISTÓRIA, SOCIEDADE & CIDADANIA. Alfredo Boulos Jr. Volume Único –
Ensino Médio, Editora FTD, S. Paulo, 2019.
1890-1914 – No tempo das certezas. Angela da Costa e Lilia Schwarcz. Cia. das Letras,
2002.
Jornais e revistas: Boletim Mundo, Carta Capital, Época, O Estado de S. Paulo, Folha de
S. Paulo,O Globo, Isto É, Le Monde Diplomatique Brasil, etc.
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CAM de História - Caderno de Atividades Mater - 2º E. Médio - 1ºSemestre /2020
INTRODUÇÃO
Como disse Adélia Prado, “as palavras não são inocentes”. Há diferença entre
falar que o Brasil foi descoberto, em 1500, achado, invadido ou, então, em 22 de
abril, ocorreu “um encontro de culturas”. Entre buscar entender esta ou aquela
versão, ficamos com todas, a partir de uma narrativa que não foge à análise
comprometida com uma determinada perspectiva histórica, mas não teme avaliar
todas as outras.
Uma perspectiva humanista que respeita a alteridade, que tem empatia pelo outro
e busca entender o presente como o resultado de um processo histórico, bem
como de suas próprias escolhas. As que são possíveis diante das restrições que
são impostas e contra as quais, cotidianamente, procura-se lutar, buscando a
liberdade de uma vida sem preconceitos raciais, sociais de gênero, enfim, que
coloque a ciência em um plano ético, como forma de superar a ignorância.
1930: há 90 anos, Getúlio Vargas, após perder uma eleição fraudada, chegou
ao poder, pelas armas. O movimento foi apoiado, de forma majoritária, pelos
estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. Washington Luís,
ironicamente conhecido como o “paulista de Macaé (RJ)” foi deposto, não
podendo transferir a faixa presidencial para o seu aliado Júlio Prestes.
Terminava a “República Velha” no Brasil.
Companhia Vale do Rio Doce, criada por Vargas e privatizada, em 1997, por
FHC, foi a protagonista da tragédia, em razão de sua negligência.
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Questões de reflexão
1. Os temas da lista de efemérides serão distribuídos pela sala. Caberá a você um, sobre o qual deverá
dissertar, trabalhando com os conceitos de permanência e mudança na História, analisando as
continuidades e as transformações no processo histórico (responder ao final do CAM).
2. Escolha outro tema que considere importante comemorar em 2020. Disserte a respeito, explicando
a etimologia da palavra “comemoração” – dando sentido à ideia de comemorar uma tragédia, que
pode ter resultado no sofrimento ou mesmo na morte de pessoas (às vezes, milhares, milhões de seres
humanos).
3. A partir de uma das fotos acima – que retratam algumas das principais efemérides de 2020 –
disserte sobre a atualidade do assunto, depois de anos ou décadas.
3) O século XIV foi marcado pelas guerras, fome e a peste negra. Esta relação
continua vigente. Ou seja, ainda hoje as guerras provocam fome e, como afirma
o ditado popular, “depois da fome a peste come”. Escreva a respeito, utilizando
um conflito atual como referência para comparar o presente com o passado,
revelando continuidade ou ruptura (mudança).
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CAM de História - Caderno de Atividades Mater - 2º E. Médio - 1ºSemestre /2020
9). Lutero, fundador do Protestantismo, criou uma nova Igreja como uma
alternativa cristã à corrupção da Igreja Católica, que vendia indulgência e
supostas relíquias sagradas. Hoje, as Igrejas Protestantes ou Evangélicas,
sobretudo as neopentecostais (Universal do Reino de Deus, Renascer,
Internacional da Graça de Deus, Igreja Mundial do Poder de Deus, etc.) são
coerentes com a sua origem? Outro aspecto, particularmente no Brasil, é a
criação de uma Bancada Evangélica de deputados, procurando interferir em
decisões políticas em um Estado que é laico. Uma vez eleitos, tal pressão pela
aprovação de demandas específicas dos religiosos é legítima? Comente a
respeito.
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Feudalismo
Sistema de organização econômica, política e social da Europa Ocidental durante a Idade
Média. Com as invasões bárbaras e a desagregação do Império Romano a partir do século V, a Europa inicia
profunda reestruturação, marcada por descentralização do poder, ruralização e emprego de mão-de-obra servil.
Com começo e fim graduais, o sistema feudal tem sua origem mais bem situada na França setentrional dos séculos
IX e X e seu desaparecimento no século XVI.
Apesar de constituir um sistema fechado, que chega ao fim com a revisão de quase todos os
seus valores pelo Renascimento, o feudalismo é um dos alicerces do Estado ocidental
moderno. Os grandes conselhos de reis e de seus feudatários são os ancestrais diretos dos
modernos parlamentos.
Influência da Igreja – A Igreja Católica integra-se ao sistema feudal por meio dos mosteiros, que reproduzem a
estrutura dos feudos. Transforma-se também em grande proprietária feudal, detém poder político e econômico e
exerce forte controle sobre a produção científica e cultural da época.
Almanaque Abril, 2012
Expansionismo Marítimo
Objetivo inicial: novo caminho marítimo para as Índias.
Fatores:
Superação da crise do século XIV: falta de terras, mercadorias e esgotamento das minas;
Monopólio “italiano” no Mediterrâneo e, depois, seu fechamento pelos turcos (tomada de Constantinopla).
Pioneirismo Português:
precoce formação de Portugal [XII];
Revolução de Avis [1383/1385] - D. João I/Inf. D. Henrique;
burguesia mercantil, fruto da posição geográfica de Portugal na rota das especiarias;
experiência náutica/”Escola” de Sagres: “Navegar é preciso, viver não é preciso”.
Périplo africano: [1415] Ceuta, Cabo Bojador, Tormentas [1488], Índias [1498] e Brasil/Índias [1500].
Concorrente: Espanha (circunavegação)
1492: Colombo chega na América Central
Tratados: Bula Inter-coetera (Papal) [ 1493] e Tordesilhas [1494]
O RENASCIMENT0
1. CONCEITO:
- movimento cultural (artístico, literário, filosófico e científico) ocorrido na Europa Ocidental, principalmente na Itália, na
transição do feudalismo para o capitalismo (séc. XIV, XV e XVI).
2. RENASCIMENTO CULTURAL:
- movimento urbano, comercial e burguês.
- negação da cultura medieval: “Idade das Trevas” e “Longa Noite de Mil Anos”.
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- anticlerical e antiescolástico.
- oposição à cultura religiosa e teocêntrica medieval.
3. O PIONEIRISMO ITALIANO:
+ Fatores:
- desenvolvimento comercial, urbano e burguês.
- a atuação dos mecenas: patrocinadores das artes e ciências os Médicis (Florença) e os Sforza (Milão).
- o classicismo: presença da cultura clássica.
- a presença dos sábios bizantinos.
- influência dos árabes.
A REFORMA
1. CONCEITO
- Movimento de ruptura da unidade da Igreja Cristã na Europa Ocidental no século XVI marcado pelo surgimento de
novas religiões cristãs (igrejas protestantes).
2. SIGNIFICADO:
- foi um movimento religioso de adequação aos novos tempos capitalistas.
- representou no campo espiritual um ajustamento de ideais e valores às transformações socioeconômicas da Europa.
3. MOTIVOS:
- contradições decorrentes do universalismo da Igreja e dos interesses dos nascentes Estados Nacionais.
- conflito entre o poder temporal e o espiritual.
- excessiva interferência da Igreja nos assuntos internos dos Estados europeus.
+ Interesse da nobreza e da burguesia nas terras da Igreja.
+ Necessidade de uma nova ética econômica mais adequada à época da transição (nova teologia):
- a ética cristã escolástica condenava a usura, o comércio, o lucro e defendia o “justo preço”..
+ O confronto entre dois sistemas teológicos:
- o tomismo (São Tomás de Aquino): livre arbítrio, boas obras, o “justo preço”.
- teologia agostiniana (Santo Agostinho): predestinação, fé.
+ Crise moral da Igreja:
- despreparo da maioria dos membros do clero.
- determinados “abusos” do clero: venda de indulgências, relíquias e cargos.
- a opulência e o luxo do alto clero.
+ desenvolvimento do capitalismo e da burguesia.
· Causa Imediata: a venda de indulgências (absolvição papal a pecados cometidos).
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4. O INÍCIO DA REFORMA:
· O Luteranismo:
+ Alemanha: parte do Sacro Império Romano Germânico, região feudal, incipiente comércio, 1/3 do território pertencia a
Igreja, desejo de autonomia em relação a Roma.
· Martinho Lutero:
- monge agostiniano e professor da Universidade de Wittenberg (na Saxônia).
em 1517, revoltou-se com a venda de indulgências (realizada na Alemanha pelo dominicano João Tetzel a mando do
papa Leão X que queria recursos para a construção da Basílica de São Pedro).
as 95 Teses: condenava a venda de indulgências e alguns dogmas da Igreja e criticava o sistema clerical dominante.
· Reação da Igreja:
em 1520 por meio de uma bula o papa Leão X condenou Lutero e intimou-o a se retratar: Lutero queimou a bula papal.
Lutero foi excomungado e obrigado a se submeter a um tribunal secular: o imperador Carlos V não teve condições de
punir Lutero em função de sua popularidade e do apoio dos príncipes.
Na Dieta de Worms (1521), Lutero foi condenado como herege: Lutero negou-se a se retratar e com o apoio da nobreza
não foi punido (refugiou-se no castelo do príncipe da Saxônia) traduziu a Bíblia latina para o alemão.
Na Dieta de Spira (1529), tentou-se conter o luteranismo (tolerar a doutrina luterana nas regiões convertidas, mantendo,
porém,a proibição no restante do país), havendo protestos (daí o nome de protestantes).
Na Dieta de Augsburgo (1530), o desacordo originou sérias lutas entre o imperador (Carlos V) e os nobres (Liga de
Smalkade): guerra de religião.
· Confissão de Augsburgo: escrita por Lutero e o teólogo Felipe Melanchton fundamentava a doutrina luterana:
Extinção da hierarquia eclesiástica.
apenas dois sacramentos: batismo e comunhão.
Bíblia como fonte de fé e livre exame.
salvação obtida exclusivamente pela fé.
uso das línguas nacionais.
supressão do celibato e das imagens (ícones).
submissão da Igreja ao Estado.
negação da transubstanciação (transformação do pão e vinho em corpo e sangue de Cristo) e aceitação da
consubstanciação (o pão e o vinho quando abençoados são as mesmas substâncias, obtendo-se, porém,a presença sagrada,
divina).
- Estados do Norte da Alemanha, Dinamarca, Noruega, Suécia, regiões bálticas.
· Paz de Augsburgo (1555): estabelecia que a religião dos súditos seria aquela professada pelo príncipe princípio: cujus
Regis ejus religio (“tal príncipe, sua religião”).
· Revolta Camponesa (1524-1525):
liderada por Thomas Müntzer e Florian Geyer.
caráter nitidamente antifeudal.
composta pelos anabatistas influenciados pelas idéias luteranas.
milenarismo: crença popular que dizia que Cristo voltaria uma segunda vez, combatendo os males e instituindo o reino
de Deus na terra, com a duração de mil anos, e no fim haveria a ressurreição dos mortos e o Juízo Final.
os anabatistas acreditavam,também, no estabelecimento de uma sociedade igualitária, justa e sem hierarquia.
Lutero condenou violentamente esses camponeses, movendo contra eles uma guerra sem trégua, o que demonstrava o
seu comprometimento com a nobreza alemã.
violenta repressão por parte dos príncipes alemães.
5. A EXPANSÃO DA REFORMA:
· O Calvinismo:
+ a Suíça: região de próspero comércio e independente do Sacro Império Romano Germânico iniciou a Reforma
protestante com Urich Zwinglio guerra civil Paz de Kappel (autonomia religiosa as regiões do país).
+ João Calvino: francês.
“Instituição da religião cristã”.
pregação e controle da vida religiosa, moral e política dos cidadãos.
+ Doutrina Calvinista:
extinção da hierarquia eclesiástica.
apenas dois sacramentos: comunhão e batismo.
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6. A CONTRA-REFORMA:
· Conceito: movimento de reação da Igreja Católica diante do avanço do protestantismo.
teve um caráter conservador e violento.
também chamada de Reforma Católica.
· Momentos:
+ Companhia de Jesus (1534):
criada pelo militar espanhol Inácio de Loyola em moldes militares.
os jesuítas dedicaram-se a educação e a difusão do catolicismo (América, África e Ásia)
+ Concílio de Trento (1545):
negou qualquer valor às doutrinas protestantes.
criou os Seminários e o Catecismo.
proibiu a venda de indulgências.
manteve a doutrina católica: salvação pela fé e boas obras, o culto à Virgem Maria e aos santos, a existência do
purgatório, a infalibilidade do papa, o celibato do clero, a hierarquia eclesiástica e a indissolubilidade do casamento, 7
sacramentos, Bíblia como fonte de fé e interpretação pela igreja, uso do latim.
criou o INDEX: índice de livros proibidos livros religiosos e obras científicas e culturais dificultou o progresso
cultural e científico.
+ Inquisição:
Tribunal do Santo Ofício.
criada na Idade Média.
tinha por finalidade combater as heresias.
prisões, torturas e mortes.
· Significados:
não eliminou o protestantismo, mas conseguiu contê-lo.
anulou as principais causas do movimento reformista.
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COLONIZAÇÃO E BARBÁRIE
1) 1T - COLONIZAÇÃO: OS . . . . .
ESPANHÓIS, OS INGLESES E A . . . .
CRIAÇÃO DO “NOVO” MUNDO...
3) Os astecas, maias, incas são denominados como ”os povos de alta cultura da
América Pré-Colombiana”. Faça uma pesquisa sobre a organização política,
social e econômica, sobre a sua cultura material destes povos, e disserte
concordando ou discordando da premissa apresentada, tendo como referência
os demais povos da América.
Metrópole - País que domina a colônia nos planos políticos, econômicos e cultural.
Regra fundamental:
A colônia só podia produzir aquilo que a metrópole não tinha condições de fazer. Estava proibida
de competir com a metrópole. Sendo ele permitido sendo-lhe apenas assegurar sua riqueza.
3. (G1) Explique por que entre os povos pré-colombianos havia aqueles que eram mais
submissos às condições naturais do que as civilizações asteca, maia e inca.
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2) 1T – BRASIL: DA “PRÉ-HISTÓRIA” . À
COLONIZAÇÃO
Antropofagia
Tamoios, tupinambás, guaranis: antropofagia (ritual mágico x preconceitos x polêmicas – infundir temor
ao inimigo, apreciação da carne humana e complementação alimentar de proteínas)
Divisão – sangue para as velhas, órgãos genitais para as mulheres, intestinos para as crianças e massa
encefálica para os jovens
Cultura
Troncos lingüísticos: tupi, jê, aruaque e caraíba. Língua geral: tupi
Tupis-guaranis – agricultura : preconceito contra os Jês (“tapuias” – selvagens)
Coivara: queimada - Cultivo: mandioca, feijão, abacaxi, mamão, amendoim, bananas, etc.
Estrutura sócio-política
Não havia a propriedade privada, exceto dos instrumentos de trabalho e peças de uso pessoal
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ATIVIDADES
1. (G1) Justifique com suas palavras a seguinte frase da música:
"Todo dia, era dia de índio, mas agora ele só tem o dia 19 de abril".
(Baby Consuelo ou Baby do Brasil)
3. (G1) A coleta e o transporte do pau-brasil era um trabalho demorado e difícil que os portugueses não
conseguiam fazer sozinhos.
Responda:
a) Quem colaborou com os portugueses na extração do pau-brasil?
b) O que os índios receberam dos portugueses em troca de seu trabalho na coleta e transporte do pau-
brasil? Que nome recebe esse tipo de troca?
c) Explique o que eram as feitorias e como elas eram utilizadas na época da exploração do pau-brasil.
5. A árvore de pau-brasil era frondosa, com folhas de um verde acinzentado quase metálico e belas flores
amarelas. Havia exemplares extraordinários, tão grossos que três homens não poderiam abraçá-los. O
tronco vermelho ferruginoso chegava a ter, algumas vezes, 30 metros(...)
Náufragos, Degredados e Traficantes
(Eduardo Bueno)
Em 1550, segundo o pastor francês Jean de Lery, em um único depósito havia cem mil toras.
Disserte acerca das diferentes concepções de riqueza para os europeus e para os indígenas.
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2) Por que muitos católicos tratam as “demais” religiões como seitas (umbanda,
candomblé, islamismo, etc.) ? Comente a respeito.
4) Há uma corrente da sociologia que afirma que no Brasil, desde a época colonial,
formou-se uma convivência harmoniosa entre as raças, sobretudo em comparação à
América Inglesa. Nos EUA, por exemplo, é notória a segregação racial –
particularmente no sul. Explique em que argumentos esta tese, defendida por autores
como G. Freyre e Sérgio Buarque de Holanda, é sustentada. Depois, opine a respeito:
há democracia racial no Brasil?
como herói, pois perdeu um braço lutando contra os “invasores” flamengos. E disse
que perderia o outro, lutando pelo “el rey”... Ambos negros, mas lutando de lados
opostos. Na época, o Brasil era de Portugal. Mas, Portugal era da Espanha (“União”
Ibérica). Quanto aos negros, salvo exceções como Calabar e Henrique Dias, eram
escravos... Que diferença lutar do lado de um ou outro escravizador? Qual o sentido
de chamar Calabar de traidor e Henrique Dias de herói neste contexto? Disserte a
respeito.
6) Minas terra do ouro e dos diamantes. E da fome!!! Como foi possível isso acontecer?
8) “Chico Buarque e Rui Guerra, num momento crítico da nossa história recente, se
dispuseram a enfrentá-lo (o tema da traição) para alegoricamente discutir também os
violentos métodos então praticados para a imposição de lealdades à ditadura. Pagaram
um alto preço pela ousadia, pois Calabar sofreu uma das mais torpes formas de censura
até então conhecidas”. (Iná Camargo Costa – pesquisadora de teatro e dramaturga.
Folheto da peça “Calabar – Breviário”, de Heron Coelho)
Por que uma peça que faz referência ao século XVII foi proibida na década de 1970,
em pleno final do século XX? Argumente a respeito.
Pau-Brasil:
tinturaria
feitorias/nomadismo
índios/escambo
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Açúcar
início da colonização
condições ecológicas do Brasil
experiência portuguesa na produção e comércio
escravidão negra - baixa produtividade (quantidade)
participação holandesa: financiamento da produção, refinamento, comércio
intraeuropeu
latifúndio monocultor
mercado externo
Administração Colonial
Tomé de Souza
Men de Sá (1558-1572):
Fundação de São Sebastião do Rio de Janeiro (Estácio de Sá, sobrinho de Men). Missões
jesuíticas “pacificam” os índios. Expulsão dos franceses. (Obs.: Estácio de Sá e morto, com
uma flexada no olho, em uma batalha contra os índios e franceses. Uma parte dos índios,
os temiminós - chefiados por Araribóia - apoiou Estácio de Sá).
Saldo: 2000 índios mortos e 4000 escravizados.
- Câmaras Municipais (formada pelos “homens bons”, os fazendeiros) - poder forte até
1642, quando - após se libertar da Espanha (União Ibérica - 1580/1640), Portugal criou o
Conselho Ultramarino (1642).
A Colonização do Brasil
“Povoamento” do Brasil , Colonização de Exploração e valorização das novas terras >>
investimento na produção agrícola >> acumulação capitalista.
Sistema Colonial: Área Periférica (Colônia) sustenta a Área Central (Metrópole) >>
Colonização de Exploração.
“Pacto” Colonial: imposição do monopólio comercial.
Características da Colônia de exploração: latifúndio, mão de obra escrava, economia
voltada para o mercado externo, produção agrícola (produtos primários) e monocultura.
Escravidão Africana
Historiografia Tradicional: negro como escravo para substituir o índio que não se
adaptava e recebia proteção dos jesuítas.
Historiografia Crítica: negro – fator de dupla acumulação capitalista para os europeus
(Tráfico + Trabalho Gratuito).
Captura do negro: briga de tribos rivais ou uso de violência pelo europeu.
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Viagem: nos “Tumbeiros” (40 a 50% da “carga” chegava a morrer). Outro motivo:
banzo.
Sobrevivência no Brasil: 7 a 10 anos.
Negro descartável: o senhor de engenho era obrigado a comprar escravos do mercador,
para que este lhe comprasse toda a safra de açúcar.
Escravo: “mãos e pés do senhor de engenho”. Em troca do seu trabalho recebia três
“pês”: “pau (para andar na linha), pano (para se vestir) e pão (para resistir ao trabalho)”
- Frei Antonil.
Resistência: suicídio, aborto, assassinato de feitores, capitães-do-mato e senhores,
fugas e formação de quilombos, etc.
Quilombo de Palmares (Alagoas) – comércio com os moradores vizinhos. Arrasado
em 20/11/1695 (Domingos Jorge Velho, bandeirante).
Tortura aos negros: salgamento das feridas, castração, corte do seio, quebra dos dentes,
corte de seios, etc.
Democracia racial: mito >>> Miscigenação x Estupro.
Invasões holandesas
(Fonte: Almanaque Abril)
No século XVII, os holandeses realizam tentativas de se estabelecer no Nordeste brasileiro, no Maranhão (1641),
na Bahia (1624) e em Pernambuco (1630). As invasões são um empreendimento ligado aos interesses do
mercantilismo europeu na América colonial. O objetivo é recuperar para a Holanda o comércio de açúcar e de
escravos no Brasil, fortemente prejudicado durante o domínio espanhol (1580-1640).
Os holandeses, tradicionais parceiros dos portugueses no comércio de açúcar e escravos, têm seus interesses
profundamente prejudicados em 1580, quando uma crise sucessória leva à passagem do trono português para a
Coroa espanhola. Rivais dos espanhóis, os holandeses são proibidos de aportar em terras portuguesas e perdem os
privilégios no comércio de açúcar. Em 1621, o governo e as companhias privadas holandesas formam a Companhia
Holandesa das Índias Ocidentais, misto de empresa comercial, militar e colonizadora, para ocupar as terras
canavieiras, controlar a produção dos engenhos e recuperar seus lucrativos negócios na América e na África.
Investidas –A primeira invasão ocorre em maio de 1624, quando uma frota armada da companhia ataca e ocupa
Salvador. Esse domínio, contudo, dura pouco. No ano seguinte, forças luso-espanholas chegam, com 52 navios e
mais de 12 mil homens, e provocam a rendição holandesa. Em 1627 é feita nova tentativa frustrada contra
Salvador. Depois dos ataques à Bahia, os invasores investem contra Pernambuco, capitania igualmente rica e
menos protegida. Em fevereiro de 1630, uma esquadra de 56 navios chega ao litoral pernambucano, e seus homens
ocupam Olinda e Recife. A resistência da população, organizada pelo governador da capitania, Matias de
Albuquerque, em torno do Arraial do Bom Jesus e de Porto Calvo (Alagoas), dificulta a consolidação do controle
holandês. A partir de 1632, com a ajuda de um mulato pernambucano, Domingos Fernandes Calabar, os
estrangeiros avançam contra as fortalezas do litoral e os principais redutos de resistência brasileira no interior.
Calabar combate os invasores no início das investidas, mas muda de lado em 1633, acreditando que o domínio
holandês seria mais benéfico que o português. Sem os reforços prometidos por Portugal e Espanha, Matias de
Albuquerque retira-se para a Bahia em 1635. A luta nativa limita-se à guerrilha em alguns pontos de Pernambuco e
capitanias. vizinhas. Em ataque contra Porto Calvo, Calabar é preso e executado como traidor. Entre 1637 e 1641,
os holandeses consolidam seu poder sobre toda a região entre o Ceará e o rio São Francisco.
Maurício de Nassau –Para administrar e expandir seus domínios no Brasil, a companhia envia para Pernambuco
João Maurício de Nassau, em 1637. Dotado de espírito renovador e tolerante nos campos político e religioso,
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Nassau ganha a simpatia dos proprietários de terra com medidas concretas de estímulo à recuperação de engenhos e
plantações. Ele realiza obras de urbanização no Recife, amplia a lavoura açucareira, desenvolve fazendas de gado e
assegura a liberdade de culto. Traz como colaboradores uma equipe de cientistas e promove estudos de história
natural, astronomia, meteorologia e medicina. É ele também o responsável pela vinda de artistas, como os pintores
Frans Post, e Albert Eckhout, primeiros a retratar as paisagens e cenas do cotidiano brasileiro. Sua administração
termina em 1644, quando desavenças com a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais o fazem voltar para a
Europa.
Insurreição Pernambucana –Insatisfeita com os lucros vindos de Pernambuco, a companhia dificulta o crédito aos
proprietários de terra, que se rebelam em 1645, na chamada Insurreição Pernambucana. A Holanda abandona
Pernambuco em 1654. Em 1661, o Tratado de Paz de Haia reconhece formalmente a soberania portuguesa sobre
a vila do Recife.
Entradas
expedições oficiais - século XVI
Expedição autorizada por Martim Afonso de Souza (busca de ouro) - 80 mortos -
confronto com os índios
Gabriel Soares de Souza (Tratado Descritivo do Brasil) -na busca de metais, morreu
de impaludismo antes de chegar no rio S. Francisco.
Bandeiras
Expedições particulares - século XVII
S.Vicente - açúcar (mas, sem o sucesso do Nordeste), agricultura de subsistência
(milho e mandioca) - POBREZA - Bandeiras (índios/ouro)
S. Paulo - fora do comércio mercantil português - POBREZA - Bandeiras
Monções - Tietê - rio que corre para o interior - comércio
Ouro de Lavagem
Brás Cubas (S.Vicente); Jerônimo Leitão (Curitiba); Fernão Dias e Borba Gato (rio
das Velhas - MG)
Caça ao índio
domínio holandês - NE/África
Sudeste - escravização de índios
índios caçavam índios, sob a liderança dos bandeirantes
Ciclo do Ouro
Solução da Metrópole para a crise do açúcar, após a expulsão dos holandeses.
Declínio da caça ao índio e aumento da pobreza, em meados do século XVII.
Antônio Rodrigues Arzão (Pioneiro) - em 1693 - ouro nas Minas Gerais em grande
quantidade (rio das Mortes).
Borba Gato (1700 - Sabará) e Bartolomeu Bueno da Silva Fº (filho de Anhangüera) -
1726, Goiás.
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Contrato
captura de escravos foragidos
repressão aos quilombos (Domingos Jorge Velho - usava a língua geral, destruiu
Palmares)
20 de Novembro - Dia da Consciência Negra
Tratados de Limites
1681 - Lisboa - Espanha reconhece Sacramento para Portugal
1715 - Utrecht - após ter tomado Sacramento, a Espanha a devolve para Portugal
1750 - Madri - Espanha recebe Sacramento de Portugal e Portugal recebe Sete Povos
da Espanha.
• Guerra Guaranítica - os jesuítas espanhóis se recusam a sair das Missões
Revoltas Nativistas
Aclamação de Amador Bueno - SP/1641
• Amador Bueno é aclamado rei, porém não aceita. Paulistas queriam continuar
comercializando com a região do Prata, o que ficou ilegal após o fim da União
Ibérica.
Beckman - MA/1684
• Senhores de engenho se revoltam contra a Cia de Comércio do Maranhão, em
razão do desabastecimento de escravos africanos e a proibição da escravização
dos índios
Revoltas Nativistas
Emboabas - MG/1709
• paulistas contra os “forasteiros”, que também queriam explorar o ouro
Mascates - PE/1709
• senhores de engenho de Olinda contra os comerciantes de Recife, a quem
devem e que querem transformar Recife em cidade e capital
Filipe dos Santos - MG/1720
• em Vila Rica, proprietários de minas contra as Casas de Fundição e a cobrança
do quinto
Revoltas Emancipacionistas
lugar da forca, e nela morra morte natural, para sempre, e que depois de morto, lhe seja cortada a cabeça e
levada a Vila Rica, aonde, em lugar mais público dela, será pregada em um poste alto, até que o tempo a
consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos e pregados em postes pelo caminho de Minas, no
sítio da Varginha e das Cebolas, onde o réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores
povoações, até que o tempo também o consuma. Declaram o réu infame, e seus filhos e netos, tendo-os, e
os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e
salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono
pelos bens confiscados, e no mesmo chão se levantará um padrão, pelo qual se conserve em memória a
infâmia deste abominável réu."
Leitura da Sentença dos Inconfidentes, de Eduardo de Sá. Dos “rebeldes”, apenas Tiradentes foi
enforcado, em 21/04/1792.
Tiradentes
(1746-21/4/1792). Joaquim José da Silva Xavier. São João del Rey, órfão de mãe aos 9, de pai aos 11.
Soldado do Regimento dos Dragões de Minas Gerais, exerceu os ofícios de tropeiro, minerador e dentista.
Preso em 1789 ao ser descoberta a conspiração. O processo contra os inconfidentes se arrasta até 1792,
quando saem as sentenças dos réus: 11 são condenados à forca, os demais à prisão perpétua e ao açoite
em praça pública. OBS: Apelidos - Repúblico, Gramaticão. Deflorou jovem de 16 anos. Militares não
podiam usar barba. Condenados tinham a cabeça raspada.
Inconfidência Mineira
Contra a dominação colonial ocorrida no final do século XVIII em Minas Gerais.
Elite social e intelectual mineira. Exceto alferes Tiradentes, líder popular da luta pela independência.
Fatores Econômicos
- Final do XVIII, mineração entra em declínio (esgotamento). Dificuldades: quintos, desde 1740, essa
cota está fixada em 100 arrobas (1.500 kg) de ouro anuais.
- Empobrecimento das vilas é resultado da dominação portuguesa, da opressão fiscal e da corrupção.
- 1785 – D. Maria, a Louca, proibe a produção de manufatura no Brasil. Importação ($$$$ > Portugal).
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Derrama – No início de 1789, Visconde de Barbacena, anuncia a derrama para arrecadar 596 arrobas
(8.940 kg) de ouro.
- Revolta: intelectuais, advogados e poetas, Tomás Antônio Gonzaga (ouvidor), Alvarenga Peixoto
(bacharel, juiz e propr.) e Cláudio Manuel da Costa (banqueiro e minerador), os padres Luís Vieira,
Rolim e Toledo, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade e o alferes Joaquim José da
Silva Xavier, o Tiradentes.
- Participam dos encontros os contratadores portugueses Joaquim Silvério dos Reis, Domingos de
Abreu Vieira e outros.
Fatores ideológicos
- Baseados em teorias iluministas (Montesquieu, Rousseau, Diderot), idéias liberais e republicanas, eles
defendem a independência da colônia, moeda própria, a instalação de indústrias e a fundação de
universidades. Capital: São João Del Rey, Presidente TAG, Bandeira – Triângulo Sant. Trindade,
Abolição (apenas Tiradentes e Peixoto), Branqueamento e Univ. em Vila Rica.
- Independência dos EUA (Thomas Jefferson recusa ajuda pedida por José Joaquim da Maia).
ATIVIDADES
1. (Unicamp) "E se o castigo for frequente e excessivo, ou se irão embora, fugindo para o mato, ou se matarão por
si, como costumam, tomando a respiração ou enforcando-se, ou procurarão tirar a vida aos que lhe dão tão má,
recorrendo se for necessário a artes diabólicas, ou clamarão de tal sorte a Deus, que os ouvirá e fará aos senhores o
que já fez aos egípcios, quando avexavam com extraordinário trabalho aos hebreus, mandando as pragas terríveis
contra suas fazendas e filhos." (Padre Antonil, CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL,1710)
a) Quais eram as formas de resistência dos negros à escravidão citadas por Antonil?
b) Qual o tipo de argumento utilizado por Antonil para convencer os senhores a não se excederem nos castigos?
2. (Unicamp) Celso Furtado, estudando a história econômica do Brasil, afirma que esta se divide em ciclos
econômicos desde o período colonial.
a) Defina ciclo econômico. b) Cite dois desses ciclos e situe-os em seus respectivos períodos históricos.
3. (Fuvest) "A sede insaciável do ouro estimulou a tantos a deixarem suas terras e a meterem-se por caminhos tão
ásperos como são os das minas, que dificultosamente se poderá dar conta do número das pessoas que atualmente lá
estão. " (André João Antonil, CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL POR SUAS DROGAS E MINAS)
Que conseqüências teve a corrida do ouro do final do século XVII e início do XVIII descrita no texto?
4. (Vunesp) "Com a grande propriedade monocultural, instalou-se no Brasil [Colonial] o trabalho escravo... [estes]
elementos são correlatos e derivam das mesmas causas" (Caio Prado - HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL)
Apoiando-se na empresa colonial açucareira do litoral nordestino, faça uma análise dos principais fatores que
contribuíram para a forte correlação entre os três elementos básicos indicados no texto acima.
5. (Fuvest) No Nordeste brasileiro colonial, compare as áreas açucareira e pastoril no que se refere à economia e à
sociedade.
6. (Vunesp) A solução dada à questão dinástica portuguesa, após o desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer-
Quibir (1578) repercutiu na Europa e no ultramar. Considere a fase de união das Monarquias Ibéricas (1580-1640)
e relacione as conseqüências no Brasil.
7. (Vunesp) A empresa agrícola inerente à colonização portuguesa continua como fator do subdesenvolvimento
atual do Brasil e de outros países. Esclareça o que é a "plantation" e explique as razões de sua escolha pelos
colonizadores lusitanos.
8. (Ufc) Os Bandeirantes paulistas foram responsáveis pela interiorização e expansão do projeto colonial português.
Suas expedições visavam ao aprisionamento de índios, com a finalidade de transformá-los em mão-de-obra
escrava, e a metais preciosos para seu enriquecimento pessoal ou da Coroa portuguesa.
a) Diga como eram chamadas as expedições conduzidas pelos bandeirantes.
b) Apresente pontos de divergência, presentes na Historiografia Brasileira, a respeito da ação dos Bandeirantes.
9. (Unicamp) Entre 1580 e 1640, Portugal enfrentou uma delicada situação política: de um lado, passou a pertencer
à União Ibérica e, de outro, viu os holandeses dominarem Pernambuco, através da Companhia das Índias
Ocidentais, a partir de 1630.
a) O que foi a União Ibérica? b) Dê três motivos para a invasão holandesa no Brasil.
10. (Vunesp) "E se a lição foi aprendida/a vitória não será vã./Neste Brasil holandês,/Tem lugar para o português
e para o Banco de Amsterdam." (Chico Buarque e Rui Guerra. CALABAR, 1973.) Baseando-se nos versos da
peça de teatro CALABAR, responda: a) O que era o "Brasil holandês"? b) Por que os autores afirmam que
no Brasil havia lugar "para o português e para o Banco de Amsterdam"?
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A BURGUESIA NO PODER
1) 2T – MUNDO: A CRISE DO ANTIGO
REGIME – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL,
ILUMINISMO E REVOLUÇÕES
BURGUESAS (INGLATERRA, FRANÇA E
EUA)
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
1. Economia industrial
. Necessidade em função da demanda criada pela Revolução Comercial
. Revolução Industrial - conjunto de transformações que alteraram a vida na Europa ocidental durante a
segunda metade do século XVIII e quase todo o século XIX
. Evolução do processo produtivo: artesanato, manufatura e maquinofatura
2. Fases
. Primeira (1760-1860) - restrita à Inglaterra. Utilização do carvão, ferro, fabricação de tecidos e máquina
a vapor
. Segunda (1860-1900) - difusão pela Europa, EUA e Japão. Aço, eletricidade e produtos químicos.
3. Pioneirismo inglês
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. Intenso comércio marítimo, acúmulo de capitais, matéria prima (algodão e lã), reservas de carvão,
cercamentos, mão de obra barata
4. Conseqüências
. Exploração do operário, fome e movimento operário
. Manifesto Comunista, de K. Marx e F. Engels
. Doutrina Social da Igreja - Rerum Novarum (Papa Leão XIII)
. Urbanização, divisão crescente do trabalho, meios de transporte e comunicação
ILUMINISMO E LIBERALISMO
Corrente de pensamento, também chamada de Ilustração, dominante no século XVIII, especialmente na
França, sua principal característica é creditar à razão a capacidade de explicar racionalmente os
fenômenos naturais e sociais e a própria crença religiosa. A razão humana seria então a luz (daí o nome
do movimento) capaz de esclarecer qualquer fenômeno. Representa a hegemonia intelectual da visão de
mundo da burguesia européia e, assim, rejeita as tradições e ataca as injustiças, a intolerância religiosa e
os privilégios típicos do Antigo Regime, abrindo caminho para a Revolução Francesa. Tem início no
Renascimento, com a descoberta da razão como chave para o entendimento do mundo, e seu ponto alto no
século XVIII, o Século das Luzes, difundido nos clubes, salões literários e nas lojas maçônicas. Fornece o
lema principal da Revolução Francesa: "Liberdade, igualdade, fraternidade".
Contexto histórico - O Iluminismo surge em uma época de grandes transformações tecnológicas, com a
invenção do tear mecânico, da máquina a vapor, entre outras. É o período que marca o fim da transição
entre feudalismo e capitalismo.Características principais- O iluminismo é deísta, isto é, acredita na
presença de Deus na natureza e no homem e no seu entendimento através da razão. É anticlerical, pois
nega a necessidade de intermediação da Igreja entre o homem e Deus e prega a separação entre Igreja e
Estado. Afirma que as relações sociais, como os fenômenos da natureza, são reguladas por leis naturais.
Visão do homem- Para os teóricos do Iluminismo o homem é naturalmente bom e todos nascem iguais. É
corrompido pela sociedade, em conseqüência das injustiças, opressão e escravidão. A solução é
transformar a sociedade, garantindo a todos a liberdade de Expressão e culto e fornecendo mecanismos de
defesa contra o arbítrio e a prepotência.
Organização da sociedade- Deve ser norteada pelo princípio da busca da felicidade. Cabe ao governo
garantir os "direitos naturais": liberdade individual, direito de posse, tolerância, igualdade perante a lei. A
doutrina do liberalismo político substitui a noção de poder divino pela concepção do Estado como criação
do homem e entregue ao soberano mediante um contrato, o contrato social. Como a idéia de contrato
implica sua revogabilidade, abre as portas para diversas formas de governo.
Formas de governo - Alguns iluministas, como Montesquieu e Voltaire, têm como modelo a monarquia
inglesa. Outros, como Rousseau, preferem uma república com fundamentos éticos.
Precursores dos iluministas - Os principais são René Descartes (1596-1650), matemático e filósofo
francês, defensor do método lógico e racional para construir o pensamento científico; e Isaac Newton
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(1642-1727), cientista inglês, descobridor de várias leis físicas, entre elas a lei da gravidade. Para
Newton, a função da ciência é descobrir leis universais e enunciá-las de forma precisa e racional.
Filósofos do Iluminismo - Os principais são John Locke (1632-1704); Voltaire, pseudônimo de François-
Marie Arouet (1694-1778); Jean-Jacques Rousseau (1712-1778); Montesquieu, como é conhecido o
escritor francês Charles Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu (1689-1755); e Denis
Diderot (1713-1784). John Locke é considerado o "pai do Iluminismo". Representa o individualismo
liberal contra o absolutismo monárquico. Para Locke, o homem, ao nascer, não possui qualquer idéia e
sua mente é como uma tábula rasa. O conhecimento, em decorrência, é adquirido por meio dos
sentidos, base do empirismo, e processado pela razão. Voltaire critica violentamente a Igreja e a
intolerância religiosa e é o símbolo da liberdade de pensamento. Defende uma monarquia que garanta as
liberdades individuais, sob o comando de um soberano esclarecido. Rousseau propõe um Estado
governado de acordo com a vontade geral do povo e capaz de oferecer igualdade jurídica a todo s os
cidadãos. Montesquieu prega a separação dos poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciário,
como forma de proteger as garantias individuais. Diderot, ao lado do físico e filósofo Jean Le Rond
d‟Alembert
(1717-1783), organiza uma enciclopédia que pretende reunir o conhecimento científico e filosófico da
época. Por essa razão os iluministas também são conhecidos como "enciclopedistas".
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) nasce em Genebra, na Suíça, mas se transfere para a França. É o
iluminista mais radical, precursor das idéias socialistas, ao contestar a propriedade privada, e do
romantismo, ao afirmar o primado dos sentimentos sobre a razão. Fica órfão de mãe aos 10 anos de idade,
é abandonado pelo pai, de origem calvinista, e entregue aos cuidados de um pastor. Em sua obra mais
conhecida, O contrato social, defende um Estado voltado para o bem comum e a vontade geral,
estabelecido em bases
democráticas. No Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens (1755), outra de suas obras,
realça os valores da vida natural e critica o mundo civilizado. Para Rousseau o homem nasce bom e sem
vícios - o bom selvagem - mas depois é pervertido pela sociedade civilizada. Defende a pequena
burguesia e inspira os ideais da Revolução Francesa. No livro Emílio apresenta seu projeto educacional
para manter o homem b om. Tem cinco f ilhos, todos entregues a orfanatos.
John Locke (1632-1704) filósofo inglês, precursor do Iluminismo. Estuda medicina, ciências naturais e
filosofia em Oxford, principalmente as obras de Bacon e Descartes. Participa da Revolução Inglesa, em
1688. Passa vários anos na França e na Holanda. Volta à Inglaterra quando Guilherme de Orange sobe ao
trono. Representante do individualismo liberal, em sua principal obra, Ensaio sobre o entendimento
humano, de 1690, propõe que a experiência é a fonte do conhecimento, que depois se desenvolve por
esforço da razão.
A Enciclopédia - É planejada em 1750 por Diderot e pelo físico e filósofo Jean Le Rond d‟Alembert
(1717-1783), sob o título Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, das artes e dos ofícios. Sua
publicação sofre violenta campanha contrária da Igreja e de grupos políticos afinados com o clero. Entre
1751 e 1772 são publicados 17 volumes de texto e 11 de pranchas de ilustração. É de inspiração
racionalista e materialista, propõe a imediata separação da Igreja do Estado e combate às superstições e às
diversas manifestações do pensamento mágico, entre elas as instituições religiosas. Sofre intervenção da
censura e
condenação papal, mas acaba por exercer grande influência no mundo intelectual e inspira os líderes da
Revolução Francesa. Os mais importantes colaboradores são: Montesquieu e Voltaire (literatu), Condillac
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e Condorcet (filosofia), Rousseau (música), Buffon (ciências naturais), Quesnay e Turgot (economia),
Hol bach (química), Diderot (história da filosofia), D‟Alembert (matemática).
Teorias econômicas - Aplicado à vida social e política, o Iluminismo produz duas correntes de
pensamento, a fisiocracia e o liberalismo econômico. Fisiocratas - São contrários à intervenção do Estado
na vida econômica. O mais importante representante da escola fisiocrata é François Quesnay (1694-
1774), médico francês que defende a existência de um poder natural em ação nas sociedades, que não
deve ser contrariado por leis e regulamentos. É partidário de um capitalismo agrário, com o aumento da
produção agrícola,
única solução para gerar riquezas para uma nação.
Liberalismo econômico - Seu principal inspirador é o economista escocês Adam Smith, considerado o pai
da economia política, autor de O ensaio sobre a riqueza das nações, obra fundamental da literatura
econômica. Ataca a política mercantilista por ser baseada na intervenção estatal e sustenta a necessidade
de uma economia dirigida pelo jogo livre da oferta e da procura de mercado, o laissez-faire. Para Adam
Smith, a verdadeira riqueza das nações está no trabalho, que deve ser dirigido pela livre iniciativa dos
empreendedores. O
liberalismo econômico recebe, posteriormente, a colaboração do sociólogo e economista inglês Thomas
Robert Malthus e do economista inglês David Ricardo.
Adam Smith (1723-1790), mais importante teórico do liberalismo econômico no século XVIII, nasce na
Escócia e estuda em Glasgow e Oxford. Em 1751 é nomeado professor de lógica na Universidade de
Glasgow e, no ano seguinte, assume a cátedra de filosofia moral. Publica Teoria dos sentimentos morais
em 1759. Viaja à França e Suíça e, em 1763, entra em contato com os fisiocratas. Volta à Escócia e
publica sua obra principal, Ensaio sobre a riqueza das nações (1776). Prega a não-intervenção do Estado
na economia e um Estado limitado às funções de guardião da segurança pública, mantenedor da ordem e
garantidor da propriedade privada. Defende a liberdade contratual, pela qual patrões e empregados são
livres para negociar os contratos de trabalho.
Thomas Robert Malthus (1766-1834) estuda em Cambridge e é ordenado sacerdote da Igreja Anglicana
em 1797. Em 1805 passa a lecionar economia política em Haileybury e vive como um modesto vigário
rural. Ganha celebridade com a teoria exposta em Um ensaio sobre o princípio da população, de 1798,
elaborada de acordo com as estatísticas da época. Segundo Malthus, a produção de alimentos cresce em
progressão aritmética e a população em progressão geométrica, gerando fome e miséria das grandes
massas. A natureza corrige essa desproporção por meio das guerras e epidemias, que reduzem a
população. Malthus recomenda ao governo antecipar-se à natureza negando assistência social às
populações, especialmente hospitais e asilos. Às populações, aconselha a abstinência sexual como forma
de diminuir os índices de natalidade.
David Ricardo (1772-1823) nasce em Londres, filho de judeus espanhóis, e, aos 21 anos, converte-se ao
cristianismo. Ganha dinheiro e prestígio profissional em negócios realizados na bolsa de valores. Sob a
influência da leitura casual de Adam Smith passa a estudar detalhadamente as questões monetárias. Em
Princípios de economia política e tributação expõe suas principais idéias econômicas. É o pioneiro na
exigência de rigor científico nos estudos econômicos e analisa os aspectos mais significativos do sistema
capitalista de
produção.
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DESPOTISMO ESCLARECIDO
As idéias racionalistas e iluministas influenciam alguns governantes absolutistas, que pretendem governar
segundo a razão e o interesse do povo, sem abandonar, porém, o poder absoluto. Os mais célebres são:
Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; o marquês de Pombal, ministro português; e Carlos III, da
Espanha. Eles realizam reformas que ampliam a educação, garantem a liberdade de culto, estimulam a
economia, fortalecem a igualdade civil, uniformizam a administração pública, introduzem a separação dos
poderes judicial e executivo, mas mantêm a servidão da gleba e a autocracia, aguçando as contradições
sociais e políticas.
Governo de Frederico II, da Prússia - Acontece de 1740 a 1786. Influenciado principalmente pelas idéias
de Voltaire, permite liberdade de culto aos prussianos e torna obrigatório o ensino básico. Acaba com a
tortura aos criminosos e organiza novo código legal. Permite a liberdade de expressão e estimula a
construção e o desenvolvimento da indústria. Apesar dessas mudanças, a Prússia mantém o regime feudal.
Governo de Catarina II, da Rússia - No poder de 1762 a 1796 e, apesar de manter contato com muitos
filósofos do Iluminismo, muda muito pouco a estrutura social e econômica da Rússia. Constrói escolas e
hospitais e estimula a influência da cultura francesa na vida cultural do país. Autoriza a liberdade de culto
e submete a Igreja ortodoxa ao Estado. A situação dos servos, porém, só piora, principalmente quando os
proprietários conseguem ter o direito de condená-los à morte.
Governo de José II, da Áustria - Pode ser considerado o padrão de déspota esclarecido. Governa de 1780
a 1790 e nesse período acaba com a escravidão no país e a liberdade de culto religioso e garante emprego
aos não-católicos. Promove a igualdade de todos perante a lei e às tarifas e reorganiza a estrutura de
organização do Império. Introduz o serviço militar obrigatório e moderniza o Exército.
Marquês de Pombal (1699-1782), como é conhecido Sebastião José de Carvalho e Melo, estadista
português que se destaca pela atuação como déspota esclarecido durante o governo de dom José I. Estuda
direito, história e política. É nomeado secretário dos Negócios Estrangeiros de dom José I em 1750 e, em
pouco tempo, adquire poderes absolutos por quase 30 anos. Fortalece o monopólio comercial e equilibra a
balança comercial portuguesa. Reconstrói Lisboa, destruída pelo terremoto de 1755, e transforma a
capital em uma cidade moderna. Expulsa os jesuítas de Portugal e das colônias por se
oporem às suas reformas educacionais. Abre Portugal para a influência do Iluminismo. Moderniza o
ensino, cria a Imprensa Régia, bibliotecas e indústrias. Regulamenta o salário dos camponeses e o
tamanho das propriedades rurais. Contestado por praticamente toda a nob reza e pelas elites coloniais é
obrigado a se demitir com a morte de dom José I, em 1777.
REVOLUÇÕES INGLESAS
A Independência
Reagindo contra as leis coloniais, a burguesia organizou o processo de independência. A declaração
formal de independência deu-se em 4 de julho de 1776 (Thomas Jefferson - 2º Congresso da
Filadélfia)
ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO
No final do século XVIII a França é ainda um país agrário mas com industrialização incipiente. A
burguesia acumula dinheiro e começa a ambicionar também o poder político. A sociedade está dividida
em três grupos básicos. O clero é o Primeiro Estado, a nobreza, o Segundo, e os cerca de 95% restantes da
população, que inclui desde ricos comerciantes até camponeses, formam o Terceiro Estado. E é este
último que, estimulado pelos ideais iluministas de liberdade e igualdade, se revolta contra os privilégios
da minoria. Desde o
reinado de Luís XIV, o "Rei Sol", a França encontra-se carregada de dívidas decorrentes das guerras de
conquista da monarquia e da manutenção de uma corte pomposa, rodeada de uma nobreza parasitária.
Nobreza - Formada por 2,5% de uma população de 23 milhões de habitantes. Não paga impostos e tem
acesso aos cargos públicos. Subdivide-se em: alta nobreza, cujos rendimentos provêm dos tributos
senhoriais, pensões reais e dos cargos na corte; nobreza rural, que possui direitos de senhorio e de
exploração agrícola; e nobreza burocrática, de origem burguesa, com altos postos administrativos.
Clero - Engloba 2% da população total e também é isento de impostos. Apresenta um grande desnível
entre o alto clero, de origem nobre e grandes rendimentos provenientes das rendas eclesiásticas, e o baixo
clero, de origem plebéia, reduzido à subsistência.
Terceiro Estado - Formado por 95% da população, engloba a burguesia, os artesãos, o proletariado
industrial e o campesinato. A burguesia é composta por fabricantes, banqueiros, comerciantes, advogados,
médicos. Os burgueses têm poder econômico, principalmente por meio da indústria e das finanças, mas é
igualada ao povo, dentro do Terceiro Estado, sem direito de participação política, liberdade econômica e
ascensão social.
Reinado de Luís XVI - Começa em 1774, num quadro de agravamento da crise financeira e das tensões
sociais. O rei Luís XVI nomeia o fisiocrata Turgot para ministro da Fazenda com a missão de realizar
reformas que detenham a crise financeira. Mas as tentativas são barradas pela ação das classes
privilegiadas. Em 1788, diante da bancarrota do Estado, o rei convoca a Assembléia dos Estados Gerais.
ESTADOS GERAIS
Constituídos por representantes dos três Estados, são convocados em 1788 depois de 174 anos de
inatividade. A convocação resulta do fracasso da Assembléia dos Notáveis, reunida pela monarquia em
1787 para resolver a crise financeira. Formada principalmente por nobres, a Assembléia dos Notáveis
recusa qualquer reforma contra seus privilégios. Para a Assembléia dos Estados Gerais são eleitos 291
deputados do clero, 270 da nobreza e 610 do Terceiro Estado, dos quais a maioria é burguesa.
Os Estados Gerais começam seus trabalhos em maio de 1789. A divisão no clero e na nobreza reforça o
Terceiro Estado, que pretende ir além das reformas financeiras pretendidas pela monarquia. Para garantir
sua maioria, a nobreza quer que a votação seja feita por classe. O Terceiro Estado quer a votação por
cabeça e consegue, para esse propósito, o apoio dos representantes do baixo clero e da pequena nobreza.
A disposição da burguesia em liquidar o absolutismo e realizar reformas políticas, sociais e econômicas
conduz, em junho de 1789, à proclamação em Assembléia Constituinte.
QUEDA DA BASTILHA
Em julho de 1789 a população se envolve ativamente nas mudanças preconizadas pela Assembléia
Constituinte. Revoltas populares em Paris e no interior, causadas inicialmente pelo aumento do preço do
pão, culminam no dia 14 com a tomada da Bastilha, prisão que simboliza a tirania absolutista. O
governador da prisão e os guardas são massacrados pelo povo e todos os prisioneiros são libertados.
Formam-se a Guarda Nacional, com milícia de
cidadãos, e as comunas como novas divisões administrativas. Grande parte da nobreza emigra. Em 4 de
agosto de 1789 a Constituinte abole o sistema feudal.
Declaração dos Direitos do Cidadão - É aprovada pela Assembléia Constituinte em 26 de agosto de 1789,
inspirada na declaração norte-americana, e diz que a propriedade privada é inviolável e sagrada. Também
institui a igualdade jurídica e a liberdade pessoal para todos os homens de todas as regiões do mundo.
CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA
Guerra contra a Áustria - A adesão pública do rei à nova Constituição é acompanhada por conspirações
em defesa dos direitos monárquicos. O rei tenta fugir, em junho de 1791, para comandar a escalada
contra-revolucionária sob a proteção da Áustria. A família real é presa durante a fuga e o povo passa a
exigir medidas mais radicais contra a nobreza e o clero. Em abril de 1792 a direita patrocina a declaração
de guerra à Áustria, apoiada pela corte, como
uma possibilidade de volta ao poder. Austríacos e prussianos aliam-se e invadem a França, mas são
derrotados pela participação das massas populares, chamadas de sans-culottes por não usarem, como os
nobres, os calções curtos com meias.
COMUNA DE PARIS
Formada em agosto de 1792, no auge dos movimentos populares contra a monarquia e em defesa de Paris
frente a invasão austríaca. Os sans-culottes armados, tendo à frente Marat, Hebert, Jacques Roux,
Robespierre e Danton, assumem o governo da cidade e organizam as guardas nacionais.
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Massacre de setembro - A guerra contra a Áustria resulta em mais manifestações e levantes populares em
Paris em agosto e setembro de 1792. O povo invade a Assembléia, onde a família real está refugiada, e
exige o extermínio da realeza. Apavorados, os deputados votam a supressão do rei e a convocação de
nova assembléia: a Convenção Nacional. Aristocratas, clérigos monarquistas e presos comuns são
executados em massa.
CONVENÇÃO NACIONAL
Estabelecida entre 1792 e 1795, divide-se em três grandes blocos: a Montanha, constituída pelos
jacobinos, que ocupam os lugares mais altos da Câmara; os girondinos, que ocupam os lugares
intermediários; e a Planície, composta pela maior parte dos deputados, que ocupa a parte baixa. Esses
blocos também têm divergências internas.
Girondinos - Representantes da alta burguesia, defendem posições moderadas. Querem preservar seu
poder econômico e temem que as camadas populares assumam o controle da Revolução.
Jacobinos - Pequena e média burguesia e proletariado urbano, que assumem posições mais radicais em
benefício das classes oprimidas. Sentam-se à esquerda da Assembléia e são liderados por Robespierre e
Saint-Just.
REPÚBLICA
É proclamada em setembro de 1792. Institui um Conselho Executivo como governo formado por
pequenos burgueses, mas depende das decisões da Convenção para implantar uma política definida. O rei
Luís XVI é julgado e condenado. Em 21 janeiro de 1793 é decapitado na guilhotina. Províncias
francesas sublevam-se contra o governo central girondino e exércitos às
mãos da pequena burguesia do partido jacobino e dos sans-culottes. A situação
de emergência garante o apoio da maioria da Convenção às medidas radicais
propostas pelos jacobinos.
Calendário republicano - Com a instalação da República, a Convenção adota um novo calendário com o
objetivo de valorizar o movimento e dessacralizar o "novo" mundo francês, eliminando qualquer
conteúdo cristão. O calendário é oficializado em 1793 e considera o dia 22 de setembro de 1792 como
marco inicial. O ano passa a ter 12 meses de 30 dias contados segundo as datas das estações do ano ou
das colheitas. Cada mês tem três semanas e um feriado a cada dez dias. Os cinco dias que restam de
defasagem a cada ano são os feriados patrióticos chamados de sanscullottides. As igrejas são apedrejadas
e
destruídas e as festas religiosas substituídas por comemorações da Revolução.
Meses republicanos - São contados a partir de 21 de setembro e não coincidem com os do calendário
gregoriano, que será retomado por Napoleão Bonaparte em 1805. O primeiro mês é vindimário, mês da
vindima seguido de brumário, mês da neblina (bruma); frimário, mês da geada; nivoso, mês da neve;
pluvioso, mês das chuvas; ventoso, mês dos ventos; germinal, mês da germinação; floreal, mês das flores;
pradial, mês das pradarias; messidor, mês da colheita; termidor, mês do calor; frutidor, mês das frutas.
PERÍODO DO TERROR
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É como fica conhecido o período (1793-1794) no qual os jacobinos se organizam para defender a
Revolução. Sob o comando de Robespierre a Constituição é suspensa e são criados o Comitê de Salvação
Pública e o Tribunal Revolucionário, encarregado de prender e julgar os traidores da Revolução. Esses
órgãos descambam depois para a conspiração e execução na guilhotina de membros do próprio partido
jacobino, confundindo inimigos e
aliados. O Terror executa tanto radicais, como Hebert, quanto moderados, como Danton e Desmoulins. A
Comuna aprisiona e guilhotina 22 líderes girondinos. Milhares de pessoas morrem, entre elas o químico
Lavoisier. Robespierre concentra poderes ditatoriais, apoiado pelos jacobinos. Em 49 dias manda para a
guilhotina 1.400 pessoas. Com a ameaça de morte pairando sobre todos, os membros da Convenção se
voltam contra o ditador.
Comitê de Salvação Pública - Entre fevereiro e maio de 1793 aumentam as ameaças internas e externas à
Revolução. Para defendê-la, a Convenção adota leis contra os nobres e membros do clero e cria o Comitê
de Salvação Pública, composto por Robespierre, Danton, Desmoulins, Saint-Just e Marat. A pedido dos
girondinos, a Assembléia nomeia o Comitê de Doze para controlar a Comuna de Paris e evitar excessos.
A burguesia e a aristocracia estimulam uma onda de assassinatos e movimentos contra-revolucionários.
Os sans-culottes armados cercam a Assembléia e obrigam a Convenção a prender a bancada girondina e
os membros do Comitê dos Doze e decretar uma nova Constituição, de caráter
democrático, que estende às camadas populares os direitos políticos.
Georges-Jacques Danton (1759-1794), filho de família burguesa, forma-se em direito em Paris e torna-se
advogado do Conselho do Rei. Membro destacado da Sociedade dos Amigos dos Direitos do Homem,
juntamente com Robespierre, que dá origem ao Clube dos Cordeliers e, mais tarde, ao partido jacobino.
Orador talentoso, destaca-se na Assembléia Constituinte e na Convenção em defesa dos interesses dos
pequenos burgueses e dos sans-culottes (artesãos e operários). Participa do Comitê de Salvação Pública
em 1793, mas adota posições moderadas e é acusado, no Período do Terror, de conspirar contra o
regime. É preso, julgado sem direito a defesa e condenado à morte. Na hora de ser guilhotinado pede ao
carrasco que mostre sua cabeça ao povo.
Robespierre (1758-1794). Uma das figuras mais importantes da Revolução Francesa, Maximilien
François Marie Isidore de Robespierre forma-se em direito e logo começa a fazer carreira política.
Destaca-se pela firmeza e pela forma radical como defende suas idéias, influenciadas por Jean-Jacques
Rousseau. Defende plataformas revolucionárias para a época, como o sufrágio universal, eleições diretas,
educação gratuita e obrigatória e imposto progressivo segundo a renda. É um dos fundadores do partido
jacobino. Torna-se o principal dirigente do Comitê de Salvação Pública durante o Período do Terror,
marcado pela repressão violenta de qualquer crítico ao novo regime. Em julho de 1794 é vencido e preso
pelos dissidentes. Na prisão tenta se suicidar mas morre na guilhotina, poucos meses depois de Danton.
9 Termidor - Em julho de 1794 (dia 9 do mês termidor) Robespierre e Saint-Just são presos e depois
guilhotinados. Os girondinos, que desde o início do Período do Terror haviam se omitido para salvar as
próprias cabeças, reaparecem para instalar a alta burguesia no poder. A Convenção passa a ser comandada
pelo Pântano, grupo formado por ricos burgueses que querem ampliar sua atuação política.
Reação termidoriana - Depois de 9 Termidor os clubes jacobinos são fechados e é redigida uma nova
Constituição, que institui um governo de cinco diretores eleitos pelo Legislativo - o Diretório. Os
deputados se organizam em duas câmaras: o Conselho dos Anciãos e o Conselho dos 500.
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DIRETÓRIO
18 BRUMÁRIO
CONSULADO
O Consulado é o período de 1799 a 1804, no qual Napoleão promulga uma nova Constituição, reestrutura
o aparelho burocrático e cria o ensino controlado pelo Estado. Em 1801 declara o Estado leigo, com a
subordinação do clero às autoridades seculares. Em 1804 promulga o Código Napoleônico, que garante a
liberdade individual, a igualdade perante a lei, o direito à propriedade privada, o divórcio e incorpora o
primeiro código comercial. Em 1805 a França volta a adotar o calendário gregoriano. Napoleão realiza
um governo ditatorial, com censura à imprensa e repressão policial, com o apoio do Exército.
IMPÉRIO
Após um plebiscito, Napoleão coroa-se imperador, em 1804, com o nome de Napoleão I. Intervém em
toda a Europa, derrotando as tropas austríacas, prussianas e russas, e passa a controlar a Áustria, Holanda,
Suíça, Itália e Bélgica. Avança na Espanha mas enfrenta resistência de guerrilheiros locais. Temendo a
expansão napoleônica, a família real portuguesa foge em 1808 para o Brasil, sua colônia na América. Em
1812 o Império Napoleônico incorpora 50 milhões dos 175 milhões de habitantes do continente europeu e
introduz as reformas burguesas nos demais países da Europa, quebrando as estruturas
feudais remanescentes. Impõe o sistema métrico decimal, implanta o direito moderno e difunde
amplamente as idéias de liberdade e igualdade da Revolução Francesa.
Bloqueio Continental - É decretado por Napoleão, em 1806, contra a Inglaterra, após a derrota dos
exércitos franceses em Trafalgar, na Espanha. A França proíbe que qualquer país europeu abra seus
portos ao comércio com a Inglaterra. O objetivo é enfraquecer os ingleses e reservar o mercado
continental europeu às manufaturas francesas. O bloqueio recebe a adesão da Espanha e da Rússia em
1807. Portugal, aliado da Inglaterra, recusa-se a aderir e é invadido pelas tropas francesas.
Campanha da Rússia - Em 1812, a pretexto de punir o abandono do Bloqueio Continental pela Rússia,
Napoleão declara guerra a Moscou, mas a campanha, em pleno inverno, é um desastre. Diante da
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iminência da invasão o governador russo ordena que as pessoas abandonem Moscou e incendeia a cidade.
O Exército napoleônico encontra apenas destroços. Dos 600 mil homens, sobram cerca de 37 mil para
fazer a retirada.
QUEDA DE NAPOLEÃO
A derrota de Napoleão na Rússia incentiva a formação de uma coalizão reunindo russos, ingleses,
espanhóis, prussianos, suecos e austríacos contra a França. Em 1813, os exércitos aliados conseguem
derrubar o sistema napoleônico e libertar a Alemanha, a Holanda e o norte da Itália. Em 1814 tomam
Paris e formam um governo provisório, dirigido por Talleyrand, que depõe Napoleão. Ele abdica do posto
do imperador e exila-se na ilha de Elba, que obtém como principado. Os Bourbon retornam ao poder e
entronizam Luís XVIII, irmão de Luís XVI (guilhotinado durante a Revolução Francesa).
Em março de 1815 Napoleão organiza um exército e volta à França para restaurar seu governo
prometendo agora defender ideais democráticos. As tropas do rei Luís XVIII, enviadas para conter o
avanço de Napoleão, acabam se unindo ao ex-imperador, que chega a Paris como herói e toma o trono. A
família real foge mas as nações vizinhas, lideradas pela Inglaterra, se mobilizam para derrubá-lo
novamente. Depois de cem dias no poder, Napoleão é derrotado na Batalha de Waterloo, na Bélgica.
Preso pelos ingleses, é deportado para a ilha de Santa Helena, no meio do Atlântico, onde morre em 5 de
maio de 1821.
Luís XVIII retoma o poder em 1815.
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3) “Independência do Brasil: para inglês ver...” Qual o sentido deste título (de
um livro de Lilia Schwarcz e Miguel Paiva) para abordar a emancipação
política formal do Brasil? Justifique a sua resposta.
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participou de importantes acontecimentos: os tratados de comércio com a Inglaterra (1810), que por
muito tempo atrasaram a
industrialização do Brasil; a elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarve (1815); a morte da
rainha e a ascensão do regente como rei D. João VI; a vinda da missão artística francesa (1817); a
anexação da Banda Oriental do Uruguai (Província Cisplatina); e a eleição de representantes brasileiros
para as Cortes Constitucionais Portuguesas, logo depois do retorno do soberano a Portugal, deixando no
Rio, como regente, o príncipe herdeiro D. Pedro.
Proclamação da Independência
Acontecimento político que determinou a separação entre a colônia do Brasil e a metrópole portuguesa.
D. Pedro, príncipe regente do Brasil, representou para a aristocracia rural a chance de uma independência
sem traumas. Em janeiro de 1822, pressionado por D. João VI para voltar a Portugal e por um abaixo-
assinado para permanecer no Brasil,
D. Pedro decide não abandonar a colônia, rompendo com a corte portuguesa. Quatro meses depois,
aprofunda-se a cisão: qualquer decreto das cortes só seria executado após as ordens do príncipe. Mas,
como Portugal queria manter o Brasil sob seu domínio, D. Pedro, que se encontrava em viagem nas
proximidades do rio Ipiranga, em São Paulo, proclamou a independência a 7 de setembro de 1822. Bahia,
Maranhão e Pará, com juntas governantes de maioria portuguesa, só reconhecem a independência em
meados do ano seguinte, depois de muitos conflitos entre a população e os soldados portugueses.
Processo de independência
Durante a regência de D. Pedro ficou claro que as cortes portuguesas queriam recolonizar o Brasil,
incentivando com essa atitude os movimentos separatistas, principalmente depois do Dia do Fico (9 de
janeiro de 1822), quando D. Pedro, pressionado pelo povo, desobedeceu as ordens de retornar a
Portugal. Em seguida, o regente nomeou um ministério onde se destacava a figura de José Bonifácio de
Andrada e Silva, que, com sua
influência sobre D. Pedro, dirigiu o príncipe para a causa da independência. A maçonaria, que apoiava a
independência, conferiu a D. Pedro o título de Defensor Perpétuo do Brasil. Em seguida ele enfrentou as
cortes, que queriam reduzir a sua autoridade. Quando voltava de São Paulo, onde fora resolver conflitos
surgidos no governo da província, recebeu
de José Bonifácio novas ordens vindas de Lisboa. Era 7 de setembro de 1822, estava às margens do
riacho Ipiranga, e nada satisfeito com o conteúdo das mensagens deu o célebre grito "Independência ou
Morte". Chegou ao Rio uma semana depois e foi recebido com comemorações.
Atividades: Vestibulares
02.A maior razão brasileira para romper os laços com Portugal era:
a) evitar a fragmentação do país, abalado por revoluções anteriores;
b) garantir a liberdade de comércio, ameaçada pela política de recolonização das Cortes de
Lisboa;
c) substituir a estrutura colonial de produção e desenvolver o mercado interno;
d) aproximar o país das repúblicas platinas e combater a Santa Aliança;
e) integrar as camadas populares ao processo político e econômico.
04.(UCSAL)
I. Aparecimento do capitalismo industrial em substituição ao antigo e decadente
capitalismo comercial.
II. Tradução em dois planos do processo capitalista: abertura das áreas coloniais à troca
internacional e eliminação dotrabalhoescravo.
III. Transferência da família real para o Brasil e abertura dos portos.
a) eliminação da importação
b) decadência da mineração
c) colonização portuguesa
d) independência política
e) expansão territorial
Resolução:
01. C 02. C 01. A 02. B
05. A
03. E 04. D 06. B
07. D 08. C
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