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APOSTILA

12 PASSOS
UMA INTERPRETAÇÃO A PARTIR DA ESPIRITUALIDADE CRISTÃ

Luís Carlos Kuchenbecker


luis-c-k@hotmail.com
INTRODUÇÃO AOS 12 PASSOS
A pessoa que toma a decisão de seguir o programa de acolhimento numa Comunidade Terapêutica,
sente a necessidade de mudanças na sua vida. Essa pessoa possui um problema muito grave: a
dependência química. Seu anseio é alcançar novamente uma vida sóbria e equilibrada – esse é o alvo
da sua recuperação. Mas não é através de um passe de mágica que se chega até esse alvo. Existe um
longo caminho que separa o ponto de partida do ponto de chegada. Esse caminho é o processo de
recuperação.
 Para o grupo discutir: Quais as diferenças entre uma solução instantânea para determinado
problema e uma solução através de um processo?
Através do estudo dos 12 Passos, é oferecida a orientação necessária para que o dependente químico
consiga atravessar todo o caminho do processo de recuperação.
Apesar das muitas diferenças particulares entre a situação de um de outro, há também diversos pontos
em comum na trajetória de todas as pessoas que enfrentam o problema da dependência química. Além
disso, muitas outras pessoas já passaram por um processo de recuperação. Milhões de pessoas já
fizeram esse percurso e conseguiram chegar até o alvo da vida sóbria e equilibrada. Se deu certo para
eles, também poderá dar certo para quem hoje está buscando a recuperação.
Portanto, este material quer contribuir para a compreensão dos passos que muitos já seguiram para
chegar até o alvo da recuperação.
Os 12 Passos já estão sendo praticados desde 1935. Naquele ano os norte-americanos William Wilson
(Bill) e o Dr. Robert Smith (Dr. Bob) deram início ao trabalho hoje famoso dos AA – Alcoólicos
Anônimos. Por causa de sua dependência do álcool, Bill esteve hospitalizado em 1934. Ali no
hospital, ele passou por uma experiência espiritual que acabou com seu desejo de beber. Nos meses
seguintes, ele procurou ajudar outros alcoólatras a também pararem de beber. O primeiro que seguiu o
método de Bill foi um médico, conhecido por Dr. Bob. Os dois juntos elaboraram os 12 Passos para a
recuperação do alcoolismo.
Os 12 Passos foram elaborados a partir da compreensão de vários princípios de vida que Deus tem
revelado na Bíblia, não só para pessoas dependentes químicas, mas para todo ser humano. O Bill e o
Bob não inventaram nada novo. Eles apenas organizaram alguns princípios bíblicos para definir uma
sequência lógica para o processo da recuperação.
O que é interessante para nós, é que a forma como estão organizados os princípios bíblicos nos 12
Passos nos ajuda a descobrir qual é o primeiro passo que deve ser dado. Depois mostra qual é o passo
seguinte, orientando-nos numa sequência lógica, de modo que a pessoa só pode dar um determinado
passo se ela já tiver dado todos os passos anteriores. Além disso, ensina que é preciso dar todos os
doze passos para se chegar à vida sóbria e equilibrada. Não se deve parar no meio do caminho.
Em 1953, surgiu o trabalho dos Narcóticos Anônimos. Eles adotaram os mesmos doze passos dos AA,
pois naquela época já estava comprovada a eficiência do método. Atualmente, os AA e os NA
continuam usando os 12 Passos, mas afrouxaram muito o conceito de Deus. O poder divino ou poder
superior que eles buscam não se restringe ao Deus da Bíblia. Nesse sentido, houve um desvirtuamento
em relação ao que pensavam os autores dos 12 Passos originais.
Este material baseia-se na convicção de que existe apenas um Deus verdadeiro; é o Deus que se
revelou a nós através da Bíblia e da vida de Jesus Cristo. Portanto, queremos estudar e praticar os 12
Passos sempre em submissão à vontade desse Deus revelada nas Escrituras Sagradas.
Cada um dos 12 Passos envolvem uma decisão, envolvem uma mudança, assim como o passo que
decidimos dar com as nossas pernas nos fazem mudar de lugar e nos levam a um alvo.
 Para o grupo discutir: Qual a importância de conhecermos e seguirmos princípios de vida,
para alcançarmos a recuperação da dependência química?
Para fins de estudo, os 12 Passos podem ser organizados em 4 grupos, de acordo com o assunto
principal que eles abordam.

No do Passos do Assunto Principal do Grupo


Grupo Grupo
1 1a3 Relacionamento com Deus
2 4a7 Relacionamento com o próprio eu
3 8e9 Relacionamentos com outras pessoas
4 10 a 12 Aprimoramento dos relacionamentos tratados nos passos anteriores

 Para o grupo compartilhar: A seguir, serão apresentados alguns depoimentos de pessoas que
também enfrentaram o problema da dependência química. Após a leitura de cada depoimento,
o grupo poderá comentar sobre os pontos em comum nas experiências dos dependentes
químicos, comparando suas próprias experiências com as experiências apresentadas no
depoimento.
1. “No início foi divertido usar. Para nós, o uso se tornou um hábito e finalmente foi necessário
usar para sobreviver. O progresso da doença não era evidente para nós. Continuávamos no
caminho da destruição, sem saber para onde nos levava. Éramos dependentes químicos e não
sabíamos.”
2. “Através das drogas, tentávamos evitar a realidade, a dor e a miséria. Quando passava o
efeito das drogas, percebíamos que ainda tínhamos os mesmos problemas e que estavam
piorando. Procurávamos alívio, usando de novo e mais uma vez, mais drogas e com mais
frequência.”
3. “Chegamos a um ponto em nossas vidas em que nos sentimos uma causa perdida. Tínhamos
pouco valor para a família, para os amigos ou no emprego. O fracasso tinha se tornado nossa
maneira de viver e a autoestima já não existia. Talvez o sentimento mais doloroso de todos
fosse o desespero.”
4. “À medida que o sentimento de auto aversão crescia, precisávamos usar mais e mais para
mascarar nossos sentimentos. Estávamos doentes e cansados de dor e encrenca. Estávamos
assustados e tentávamos fugir do nosso medo.”
5. “Quando mentimos, trapaceamos ou roubamos, nós nos desmoralizávamos diante de nossos
próprios olhos. Já bastava de autodestruição. Quando nada mais aliviava a nossa paranoia e
medo, chegamos no fundo do poço, prontos a pedir ajuda.”
6. “Reconhecemos que não usávamos as drogas – elas nos usavam. Descobrimos que a nossa doença só
pode ser detida através da abstinência. Uma é demais e mil não bastam.”

A seguir um depoimento de pessoas que alcançaram o alvo da recuperação: “Que mudança na nossa
maneira de ser! Sabemos que o tratamento funciona. O programa nos convenceu de que nós
precisávamos nos modificar, em vez de tentar modificar as pessoas e situações à nossa volta.
Descobrimos novas oportunidades. Encontramos um sentido de autoestima. Perdemos o nosso medo
do desconhecido. Somos libertos.”

PALAVRA DE ENCORAJAMENTO: “Não fiquem com medo, pois estou com vocês; não se
apavorem, pois eu sou o seu Deus. Eu lhes dou forças e os ajudo; eu os protejo com a minha forte
mão.” ISAÍAS 41:10
PRIMEIRO ADMITIMOS que éramos impotentes perante o álcool/drogas e que
PASSO tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.
“Pois eu sei que o que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza
humana. Porque, ainda que a vontade de fazer o bem esteja em mim, eu não
Romanos 7:18
consigo fazê-lo”.

ADMITIR é o verbo que resume qual é a decisão que devemos tomar no 1o Passo para conseguirmos
mudar o nosso jeito de viver. Precisamos tomar a decisão de admitir a nossa IMPOTÊNCIA.
Impotência = falta de poder. Quem está na dependência química tem falta de poder para “tocar” a vida
sem fugir da realidade. Essa falta de poder se manifesta em relação a questões bem básicas da vida
humana:
1) relacionar-se de modo saudável com as outras pessoas;
2) lidar de modo equilibrado com os sentimentos (depressão, solidão, revolta, medo, culpa, baixa
autoestima).
A expressão chave do versículo que serve de base para o 1 o Passo (Romanos 7:18) é: EU NÃO
CONSIGO. Quem chegou à dependência química, além de não conseguir sozinho parar de se
drogar/alcoolizar, não consegue mais enfrentar a realidade sozinho.
O 1o Passo não é ir para frente; é parar. É parar de andar tentando sair “dessa” através de seu próprio
esforço. O 1o Passo é desistir – desistir de lutar sozinho contra um gigante muito mais forte do que
você.
 Para compartilhar: Experiências do grupo em relação à decisão de desistir de lutar sozinho
contra a dependência química.
Antes de dar o 1o Passo, você precisava de uma substância química para alterar artificialmente os
sentimentos que a realidade causava em você. E por alguns instantes isso dava certo. Mas era uma
mudança artificial e passageira. É como naquele conto de fadas da Cinderela.
Ninguém pode mudar a sua própria realidade da noite para o dia. Isso só acontece no mundo da
fantasia. Mesmo que a Cinderela tivesse ganhado sozinha na mega-sena, ela não conseguiria mudar o
seu jeito de ser de uma hora para outra. Não bastaria usar um belo vestido e uma coroa de princesa
para ela conseguir superar o seu complexo de inferioridade e sua depressão, para sufocar suas mágoas
contra a madrasta. Isso leva tempo e não se cura com dinheiro, bens materiais ou prazeres. É
necessário um longo processo de tratamento do caráter. A mudança tem que acontecer de dentro para
fora. Essa mudança de caráter só acontece de fato, quando deixamos Deus transformar o nosso jeito
de ser. Isso não é fantasia. Isso é um milagre de Deus. Deus opera esse milagre quando nós estamos
dispostos a ouvir e a obedecer a sua Palavra.
O 1o Passo é admitir que você foi enganado por uma “fada” e que na vida real você está fracassado. É
admitir que precisa buscar uma ajuda real para aprender a viver dentro da realidade. A fada da droga
nunca poderá lhe dar uma vida que vale a pena, simplesmente porque ela é pura fantasia. O namoro
com a droga jamais acabará num casamento feliz. A fantasia da droga foi criada pelo diabo para
arrastar muitas pessoas para longe do céu, para longe de Deus, para longe da verdadeira felicidade.

 Para o grupo discutir: Quais são as semelhanças entre o mundo da fantasia e o uso das
drogas/álcool?
Podem surgir algumas dificuldades ou empecilhos para você conseguir dar o 1o Passo:

 1) O orgulho egoísta protesta contra a ideia de impotência pessoal e desistência de controle. Mas
somente quando você aprender a cultivar a humildade, surgirá a esperança de uma recuperação
verdadeira. Para trocar o orgulho por humildade, você precisa se olhar no espelho. Lá dentro do
espelho você vai enxergar uma pessoa com atitudes vergonhosas, com hábitos que prejudicam a sua
própria vida e também a vida das outras pessoas com quem ele convive. Você consegue se orgulhar
dessa pessoa que está ali dentro do espelho?

 2) O medo de mudar de vida também pode impedir alguém de admitir o seu fracasso. Apesar de
não ter mais motivo algum para se orgulhar do seu jeito vergonhoso de viver, você acabou se
acostumando com essa vida. A confusão se tornou algo normal. Surge o receio de que não tem mais
como colocar as coisas em ordem. Você acha melhor ficar com a dor e os problemas que conhece tão
bem, em vez de ter que enfrentar situações desconhecidas para alcançar um novo estilo de vida.

 3) Outra dificuldade é a negação. Muitos dependentes negam que seu problema seja tão sério a
ponto de estar fora de seu controle. Prefere-se usar óculos com lentes cor-de-rosa. Através dessas
lentes parece que a vida não está tão ruim e se tem a ilusão de que as coisas um dia vão melhorar.
Essa ilusão já levou muitos até a morte.

 4) Outro empecilho é quando o dependente procura se justificar. Ele pensa e fala que está nesta
situação por causa dos seus pais, ou da sua esposa, ou do patrão, ou das amizades, ou de uma doença,
ou desemprego, ou da pobreza. São mil razões externas; o problema nunca é visto como estando
dentro dele. Ele também usa os óculos com lentes cor-de-rosa. Ele se ilude pensando que abandonar
os pais, a esposa, os amigos vai resolver o seu problema. Ele vai embora de casa, mas os problemas
vão junto com ele, pois estão dentro dele.
Para conseguir dar o 1o Passo é preciso reconhecer essas dificuldades e procurar superá-las.
Geralmente esses obstáculos permanecem por muito tempo impedindo o dependente químico de
buscar ajuda fora de si próprio. Em muitos casos, esses obstáculos só são derrubados, quando se chega
a um estágio lastimável que leva ao desespero (fundo do poço).
O fundo do poço pode se apresentar sob três aspectos:
1. Um poço de natureza física: problemas graves de saúde (doença, acidentes) ou perda de bens e
dinheiro (dívidas).
2. Um poço de natureza emocional: crise conjugal, confronto com familiares, prisão,
desemprego, tentativa de suicídio.
3. Um poço de natureza espiritual: sentimento de que está longe de Deus, alma vazia e sedenta.
O 1o Passo é o alicerce para todos os outros passos. É um primeiro exame sobre o estágio onde se
encontra a sua vida. Através desse exame você pode descobrir e aceitar que sua vida está
desgovernada. Aceitar isso não é fácil.
No início do processo de recuperação é comum a pessoa experimentar confusão, tristeza, insônia e um
sentimento de crise. São reações normais às fortes lutas interiores pelas quais ela está passando. No
início do tratamento as dificuldades podem até ser maiores que antes. Mas se o dependente perseverar
na caminhada da recuperação, ele vai chegar a experimentar a vida sóbria e equilibrada, que antes
parecia ser impossível de se alcançar.
SEGUNDO Viemos a ACREDITAR que um Poder Superior a nós mesmos poderia
PASSO devolver-nos a sanidade.

Filipenses 2:13 “Porque Deus é quem efetua em vocês tanto o querer como o realizar,
segundo a Sua boa vontade”.

O 1o Passo é tomar consciência da triste realidade de que você está preso, preso ao desejo compulsivo,
e de que você não tem nenhuma condição de sair dessa prisão sozinho. Quando você chega ao fundo
do poço, há duas opções: olhar para dentro de si e render-se à depressão e ao desespero ou olhar para
cima e descobrir que existe alguém disposto a oferecer a mão que você precisa.
O 2o Passo é descobrir que existe um caminho de libertação. Dar o 2o Passo é ficar sabendo que
alguém com poder muito superior pode nos tirar do fundo do poço. Ele está esperando que façamos
nossa parte: ACREDITAR  confiar que Ele pode e quer nos ajudar.
No 2o Passo, Deus entra na jogada. Ele encontra você não na igreja, mas lá no fundo do poço. Não é
você que vai ao encontro dele; é Ele que vem ao seu encontro. O 2o Passo talvez seja a primeira vez na
vida em que você teve um encontro com Deus. É como quando você conhece alguém e começa uma
nova amizade. Para quem já se relacionava com Deus e depois se afastou, o 2 o Passo é o início da
reconciliação com o amigo.
Podem surgir algumas dificuldades ou empecilhos para alguém que quer dar o 2o Passo:
1) Uma primeira dificuldade é a pessoa achar que não tem fé, que não consegue acreditar. Mas,
ninguém pode dizer que não tem fé. Cada pessoa consegue acreditar numa série de coisas que ela não
domina. Quando embarcamos num avião, precisamos acreditar que aquele aparelho é capaz de manter
um voo seguro e nos levar até onde queremos, mesmo sem entendermos nada de aviação.
Quem chegou a ser um dependente químico é porque teve fé que o álcool ou a droga era uma coisa
boa. Conseguiu acreditar numa mentira, apesar de ter sentido na pele o grande mal que essas
substâncias fazem na sua vida. Por muito tempo o adicto alimentava a esperança de que daria para
viver bem com a droga. Fé numa canoa furada.
O 2o Passo é a chance de sair dessa canoa furada e de embarcar num barco seguro. A Bíblia está cheia
de exemplos de pessoas que deram esse 2o Passo. Elas abandonaram a canoa furada de uma vida
dominada pelos próprios desejos e entraram no barco seguro de uma vida submissa a Deus. Essas
pessoas não se decepcionaram com Deus.
2) Outra dificuldade para dar o 2o Passo é achar que é possível viver sem Deus. Mas todas as pessoas
têm fé em algum “deus”. Aquela pessoa ou aquela coisa que toma o primeiro lugar na nossa vida é o
nosso deus. A bíblia deixa claro que existe um só Deus verdadeiro. Só Ele deve ocupar o primeiro
lugar na nossa vida. Mas o ser humano é capaz de colocar outras coisas em 1 o lugar, e colocar Deus
fora da jogada da sua vida.
Quais são os falsos deuses que algumas pessoas escolhem?
1. Outras pessoas, objetos, ideias ou instituições que valorizamos acima de tudo : pais, filhos,
cônjuge, pastor, ídolo do esporte ou do cinema, santos, imagens, amuletos, seitas, nosso time,
etc.
2. Nós mesmos: quando achamos que nós somos mais importantes que tudo; quando toda a nossa
vida está voltada a satisfazer nossos próprios desejos e necessidades; quando não conseguimos
confiar na ajuda de mais ninguém, a não ser no nosso próprio esforço. Este deus se manifesta
através do egocentrismo, do narcisismo e do orgulho.
3. Agentes viciadores, ou seja, tudo aquilo que nos faz viver como escravos trabalhando para
satisfazer desejos dominadores: drogas ou álcool, comida, dinheiro ou poder, fama ou
reconhecimento, carreira profissional, boas obras, legalismo, perfeccionismo, religiosidade.
4. A superioridade da humanidade. Nenhuma outra criatura tem tanto poder e inteligência como o
ser humano. Essa superioridade nos fascina e desperta em nós o desejo de confiar nas
capacidades humanas acima de tudo. O homem realmente é capaz de muitas coisas, mas ele não
é capaz de tudo, ele não é deus. Basta um exemplo: o homem não consegue derrotar a morte; por
mais que a medicina e a tecnologia avancem curando várias doenças, um dia cada pessoa vai
morrer. Só o Deus Eterno tem poder para dar a vida e para ressuscitar a vida depois da morte,
como Ele fez depois que Jesus foi crucificado na cruz. João 11: 25-26.
3) Outra dificuldade surge quando temos uma visão deformada de Deus. Ninguém nunca viu Deus
face a face. Para entendermos como Ele é, precisamos associá-lo a uma ideia conhecida. As ideias
mais frequentes que temos de Deus são compreendê-lo como um pai ou uma autoridade. Mas pode
acontecer que nós só tenhamos conhecido um pai ausente ou muito autoritário; e também tenhamos
uma imagem negativa das autoridades humanas que conhecemos – elas talvez sejam impotentes ou
muito tiranas e cruéis. Se tivermos essa imagem distorcida de Deus, é preciso corrigir essa visão. E
para isso é importante conhecermos a vida de Jesus nos evangelhos. JOÃO 14: 8-9.
4) A maior dificuldade para darmos o 2o Passo pode ser a nossa teimosia, ou indiferença ou rebeldia
contra Deus. Às vezes, o sofrimento é o único caminho capaz de nos ensinar a confiar não em nós e
sim em Deus. 2 CORÍNTIOS 1: 8-10
Quando nos tornamos abertos ao agir de Deus, aos poucos a serenidade começará a substituir nossa
ansiedade. Vão surgir então pequenos sinais de melhora e gradativamente a vida vai se encaminhando
para um novo rumo. Não esperem resultados instantâneos e grandiosos. A luta não irá acabar tão
cedo. Mas a grande diferença é que você não precisa mais lutar sozinho, sem chance nenhuma de
alcançar a vitória.
TERCEIRO Decidimos ENTREGAR nossa vontade e nossa vida aos cuidados
PASSO de Deus e de Seu Filho Jesus Cristo, que a nós se revelaram através
da Bíblia.
Romanos 12:1
“Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina,
peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como sacrifício
vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a Ele”.

O 3o Passo nos leva de uma fé que estava apenas no mundo dos nossos pensamentos para uma fé que
passa a envolver de modo bem prático toda a nossa vida. O 3 o Passo é o passo da entrega da nossa
vida para os cuidados de Deus. Abandonamos o volante e o entregamos para Deus. A partir de agora é
Ele quem dirige a nossa vida.
Jesus nos convida a pararmos de confiar em nós mesmos. Para começar uma nova vida, é preciso
antes desistir da velha maneira de viver. Na velha vida, você tinha o volante na sua mão; na nova vida,
você entrega todo o volante nas mãos de Deus. Isto significa que contar com a ajuda de Deus para sair
da dependência química, requer confiança em Deus e obediência a Deus. Você precisa confiar que Ele
vai dirigir a sua vida com segurança. Você precisa obedecer a Deus, acompanhando Ele pelos
caminhos por onde ele decidir te levar.
De agora em diante, são os desejos de Deus que você vai atender; pois os desejos dele promovem a
vida. Entregar-se para Deus não é exigir que ele satisfaça os desejos que você tem. Para dar o 3 o
Passo, você precisa desistir da sua auto-suficiência, rebeldia e incredulidade.
O 3o Passo é o passo mais importante de todos: é a nossa entrega a Deus. Acontece uma vez de forma
especial, mas depois tem que ser repetida diariamente. MATEUS 11: 28-30
QUARTO Fizemos minuciosa e destemida AVALIAÇÃO moral de nós
PASSO mesmos.
“Examinemos seriamente o que temos feito e voltemos para o
Lamentações 3:40
Deus Eterno”.

Até aqui estudamos o primeiro grupo dos 12 passos. Temos visto que cada passo envolve uma
DECISÃO. Essas decisões precisamos tomar para conseguirmos alcançar a recuperação. Os 3
primeiros passos são decisões que temos que tomar para mudar nossa forma de relacionamento com
Deus, de modo a alcançar a harmonia entre Deus e nós.
Saber quais são os 3 passos, ainda não quer dizer que você já tenha tomado a decisão de colocá-los em prática.
Isto é uma questão bem pessoal.
 É importante lembrar: A recuperação só vai se construindo quando os passos são
praticados.
Nós vamos iniciar agora o estudo sobre o segundo grupo de passos, que está mais relacionado com
mudanças para alcançarmos a harmonia com nosso próprio eu.
O 4o Passo é fazer uma avaliação moral, ou inventário moral, ou autoanálise. Como é para ser essa
autoanálise? Minuciosa (em detalhes) e destemida (coragem para não esconder nada).
Fazer uma autoanálise é parecido com fazer uma arrumação no nosso guarda-roupa:
1) Vamos dar uma olhada para ver o que tudo tem lá dentro do guarda-roupa.
2) Vamos decidir o que vale a pena guardar e em que lugar colocar essas coisas úteis.
3) Vamos decidir o que não vale a pena guardar, o que é inútil, e o que vamos fazer com essas
coisas imprestáveis.
Para quem se encontra dentro do ciclo da dependência química, geralmente a vida virou uma grande
confusão. É como se o guarda-roupa estivesse com as roupas todas bagunçadas. Você quer encontrar
uma camisa limpa para sair, mas não consegue achar. Você só encontra ali no armário roupas sujas,
rasgadas e amassadas. Parece que todas as roupas estão fora do lugar apropriado. Desse jeito fica
muito difícil viver. Mas se você se dispuser a fazer uma arrumação nessa confusão, a vida vai voltar a
ser agradável.
Quando fazemos nossa autoanálise, iremos trazer à tona várias lembranças do nosso passado, boas e
ruins. Em alguns momentos, isso vai se tornar desagradável e até vai nos causar dor. Mesmo assim,
precisamos continuar. Nós temos que colocar o guarda-roupa em ordem, temos que livrar a nossa vida
da confusão.
Quem tem um espinho no dedo, fica incomodado com a dor até que o espinho saia. Na hora de tirar o
espinho, a dor vai até aumentar, mas depois que o espinho saiu, vem o alívio. Valeu a pena passar pela
dor para poder arrancar o espinho. Fazer a avaliação moral pode provocar uma dor maior, mas depois
da dor virá o alívio.
Analisando o nosso passado, teremos melhores condições de entender nosso atual estilo de vida.
Depois disso, seremos mais capazes para escolher um estilo de vida melhor para o nosso futuro.
Fazendo a autoanálise estaremos nos conhecendo melhor. É como se colocar diante de um espelho
para se conhecer. Imaginem se não existisse espelho! Nunca saberíamos como é a nossa fisionomia.
No 4o Passo usamos um espelho que permite conhecermos como somos por dentro, como é o nosso
caráter. Quando alguém se olha no espelho, pode perceber se ele fica bem de barba ou não, se fica
bem de cabelo curto ou comprido. Aí é possível melhorar a sua imagem, o seu exterior. Olhando-nos
no espelho da autoavaliação, poderemos melhorar nosso interior, nosso caráter.
De modo bem prático, fazer o 4o Passo é pegar uma caneta e um papel e fazer um registro por escrito
das nossas qualidades positivas e negativas. Não é só pensar ou falar sobre essas qualidades. É
colocar no papel. Isso vai nos ajudar a ter uma compreensão mais clara e objetiva sobre o nosso
caráter.
Para dar o 4o Passo é importante pedirmos a ajuda de Deus. Devemos pedir que Ele nos ajude a
revelar todas as nossas qualidades positivas e negativas. Devemos pedir que Deus nos conceda
coragem para sermos profundos e sinceros, mesmo quando tivermos que tocar nas feridas que nos
causam dor. Devemos pedir que Deus torne essa auto-análise proveitosa para alcançarmos uma vida
saudável.
Se você já deu o 3o Passo, você sabe que não estará sozinho ao dar o 4 o Passo. Não estamos em
condições de arrumarmos sozinhos o nosso guarda-roupa. Precisamos da orientação de Deus para
saber avaliar o que convém guardar e o que convém jogar fora. Só Deus sabe como colocar a nossa
vida de novo em ordem.
Existem diversas maneiras de se fazer esse registro escrito das qualidades do nosso caráter. Pode ser
feito através de um relato espontâneo ou seguir um roteiro dirigido. Nós vamos adotar a segunda
forma.
 Hoje vamos identificar quais são as áreas mais importantes para a nossa autoanálise, através de um
questionário próprio para isso.
 O registro escrito do nosso 4o Passo consistirá nas nossas respostas a um outro questionário mais
detalhado. Esse questionário servirá como roteiro dirigido para a nossa reflexão sobre as qualidades
positivas e negativas do nosso caráter.
A seguir iremos analisar características básicas de alguns sentimentos que poderemos encontrar
dentro do nosso “guarda-roupa”.

MEDO/ANSIEDADE
CARACTERÍSTICAS ANTÍDOTO
1.Dificuldade em confiar nos outros e em si mesmo; CONFIANÇA EM DEUS
2. Preocupação, impaciência, incerteza, desespero; “Entreguem todas as suas preocupações a Deus, pois
3. Sentir-se ameaçado e inseguro; Ele cuida de vocês”. I PEDRO 5:7
4. Dificuldade em enfrentar situações novas.
CULPA
CARACTERÍSTICAS ANTÍDOTO
1. Sentir-se sujo, condenado, frustrado, inferior e CONFESSAR E ARREPENDER-SE
inadequado;
2. Sentir-se esgotado por carregar um grande peso “Então eu te confessei o meu pecado e não escondi a
emocional; minha maldade. Resolvi confessar tudo a ti, e tu
3. Hipocrisia, ao se tentar esconder esse sentimento; perdoaste todas as minhas faltas.” SALMO 32:5
4. Pode gerar uma auto-imagem negativa.
AMARGURA E RESSENTIMENTO
CARACTERÍSTICAS ANTÍDOTO
1.Sentir-se zangado, magoado ou ultrajado por causa de OFERECER O PERDÃO
atitudes de outras pessoas, por um período prolongado de
tempo;
2. Dificuldade em aceitar e perdoar o ofensor; “Perdoem uns aos outros, se alguém de vocês tem
3.Tendência a ser pessimista, sempre vendo e lembrando o alguma queixa contra alguém”. I COLOSSENSES
lado negativo de tudo; 3:14
4. Tendência a condenar os outros.
DEPRESSÃO
CARACTERÍSTICAS ANTÍDOTO
1.Sentir-se constantemente triste, cansado, abatido e ESPERAR PELA AJUDA DE DEUS
desanimado;
2. Ter desejos de sumir ou morrer; “Por que estou tão triste e desanimado? Eu porei a
3. Sentir-se sem energia e entusiasmo; minha esperança em Deus”.
4. Pessimismo e desesperança. SALMO 43:5
QUESTIONÁRIO DO 4º PASSO

1. Em I Coríntios 15: 10, Paulo escreveu: “Pela graça de Deus sou o que sou, e a graça que ele me deu não
ficou sem resultado. Ao contrário, tenho trabalhado muito mais do que todos os outros apóstolos. No entanto,
não fui eu quem fez isso, e sim a graça de Deus que trabalhou comigo”. Graças a Deus, nossa vida não é só
problemas! Vamos responder às cinco perguntas abaixo que nos ajudam a lembrar a herança positiva que Deus
concedeu na nossa vida.
1.1 Quais são as coisas boas ocorridas na infância/adolescência que contribuíram para o seu caráter?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________

1.2 Quais atitudes ou habilidades positivas têm surgido por meio de suas dificuldades?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
1.3 Faça uma lista de suas habilidades, talentos, dons e qualidades positivas de seu caráter:
1. 4. 7.
2. 5. 8.
3. 6. 9.
1.4 Quais são as coisas positivas que você tem se permitido desfrutar nos últimos meses?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
1.5 Quais são as mudanças e passos positivos que você está conseguindo dar durante seu tratamento?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________

2. Faça uma lista das pessoas que o machucaram (ou ainda o machucam) de forma significativa:
Nome Tipo de vínculo Nome Tipo de Vínculo
1 5
2 6
3 7
4 8

3. Voltando à lista acima, circule o número correspondente ao nome das pessoas que lhe trazem (ou trouxeram)
algum tipo de dor que ainda não está resolvida.
4. Quais são as coisas ruins ocorridas na infância/adolescência que prejudicaram o seu caráter?
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
5. Faça uma lista das suas atitudes que mais prejudicaram sua vida nos anos mais recentes:
1. 5.
2. 6.
3. 7.
4. 8.
6. Veja sua lista na pergunta 5 e coloque a letra “P” ao lado do número correspondente às atitudes que mais
parecem ter suas raízes no PECADO (desobediência à vontade de Deus) e a letra “F” ao lado do número das
atitudes que lhe parecem ser resultado de FERIDAS internas causadas pelo pecado de outros ou por
circunstâncias que você não podia controlar.

7. Assinale com um “X” os sentimentos abaixo que você identificou na sua autoavaliação.
( ) 1. Medo/ ( ) 2. Culpa ( ) 3. Amargura/
Ansiedade Ressentimento
( ) 4. Depressão ( ) 5.___________________ ( ) 6. ___________ _____
8. Faça comentários distintos para cada um dos sentimentos assinalados acima, revelando suas
atitudes recentes que demonstram esse sentimento. Durante seus comentários procure mencionar:
a) [QUEM] = as pessoas envolvidas;
b) [POR QUE] = os motivos que provocaram esse sentimento;
c) [RESULTADO] = de que forma esse sentimento está prejudicando a sua vida;
d) [RELAÇÃO COM ÁLCOOL/DROGAS] de que forma esse sentimento está relacionado a sua
dependência química (ele é causa e/ou consequência?).

9. Explique quais as dificuldades que você enfrentou ou está enfrentando para usar o “antídoto” contra
cada um dos sentimentos assinalados.

 Comece a responder as questões 8 e 9 nesta folha e, se necessário, continue seus comentários em folhas a
parte.
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QUINTO CONFESSAMOS perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser
PASSO humano, a natureza exata de nossas falhas.

Tiago 5:16 “Confessem os seus pecados uns aos outros e façam oração uns pelos
outros, para que vocês sejam curados”.

No 5o Passo nós vamos mostrar o que sobrou depois da “arrumação do nosso armário” feita no 4o
Passo. Não iremos esconder na gaveta de baixo as roupas estragadas e imprestáveis. Vamos deixá-las
do lado de fora do armário e admitir perante Deus, perante nós mesmos e perante outra pessoa, que até
agora as nossas falhas estavam causando confusão na nossa vida.
Em primeiro lugar, começamos a ser honestos com Deus. Através de uma conversa franca com
Deus, revelamos a Ele todo o conjunto de nossas falhas, que detectamos durante o 4 o Passo. Não
precisamos fazer isso para que Deus possa tomar conhecimento dos nossos erros. Ele já os conhece
muito bem. Mas isso nem sempre está claro para nós. Quando revelamos a Deus a nossa vida errada,
então nós tomamos consciência de que Ele está por dentro de tudo o que temos feito.
Pode ser que até agora tenhamos nos escondido da realidade de nossos problemas, chegando até a
culpar Deus por eles. Mas, no momento em que reconhecemos diante de Deus: “Pai, pequei contra ti”,
abrimos a porta para experimentarmos o amor e o perdão de Deus. Esse amor e esse perdão são
fundamentais para a nossa recuperação.
Em segundo lugar, passamos a ser honestos conosco mesmos. Iniciamos essa nova atitude ao
desenvolver a nossa auto-avaliação no 4o Passo. Antes disso era comum usarmos máscaras para
esconder nossos verdadeiros problemas. Por causa disso nós mesmos já não sabíamos qual era o nosso
verdadeiro “eu”.
No 5o Passo, nós vamos tirar um tempo a sós para ler em voz alta o que nós escrevemos no 4 o Passo.
Depois de pronunciarmos (e ao mesmo tempo ouvirmos) o relato honesto da nossa vida, poderemos
ter uma compreensão mais clara sobre o nosso verdadeiro “eu”. Esse é um momento significativo da
nossa vida! Poderemos aproveitar essa oportunidade para refletirmos sobre as mudanças que
gostaríamos de ver no nosso próprio caráter.
Em terceiro lugar, começamos a ser honestos também com outra pessoa. Compartilhar nossa
história com outra pessoa pode parecer traumático. Nosso costume era não nos expor, nunca deixando
outros saberem de nossos medos e fraquezas. O 5 o Passo é a saída do nosso isolamento e solidão.
Requer que nos humilhemos e sejamos totalmente honestos.
Precisamos escolher com cuidado a pessoa com quem vamos compartilhar. Deve ser alguém que
ouvirá com compaixão e compreensão, não condenando ou julgando. Normalmente, não deve ser
nosso cônjuge ou alguém de nossa família, porque essa pessoa está emocionalmente envolvida com o
nosso passado.
Podemos destacar 4 resultados positivos do 5o Passo:
1. Nossa auto-aceitação aumenta ao confessarmos nossos problemas. A confissão é um passo
indispensável no processo de recuperação, mesmo que não consigamos compreender bem o seu papel.
2. Podemos sentir grande alívio emocional depois de desabafar sobre os sentimentos que nos
mantinham presos e nos impediam de desfrutar a alegria e a liberdade.
3. Tomamos mais um passo quanto a sermos sinceros. Neste momento, provavelmente pela primeira
vez, revelaremos para outra pessoa os nossos segredos e feridas mais profundos.
4. Vícios, feridas e pecados nos isolam de outras pessoas e de Deus. Ao compartilhar este passo,
quebraremos as barreiras que temos construído.
SEXTO PRONTIFICAMO-NOS inteiramente a deixar que Deus
PASSO removesse todos esses defeitos de caráter.

Tiago 4:10 “Humilhem-se diante do Senhor, e Ele os porá numa posição


de honra”.

Depois de confessarmos os nossos defeitos de caráter no 5o Passo, o passo mais lógico que devemos
tomar em seguida é QUERER nos livrar desses defeitos. Já sabemos que sozinhos não temos
condições de remover esses defeitos (1o Passo). Mas aprendemos a confiar toda a nossa vida aos
cuidados de Deus (3o Passo). Ele tem o poder e a vontade de nos ajudar no processo de mudança do
nosso caráter.
Nesse momento, é muito importante que continuemos a ser honestos conosco mesmos. Precisamos
refletir se realmente estamos dispostos a deixar que Deus tire todos os nossos defeitos, inclusive
aqueles nossos “vícios menores”. Geralmente estamos “cegos” quanto a alguns de nossos defeitos. Os
grandes são óbvios, mas os secundários podem surgir com força, no espaço vazio que aparece quando
os problemas maiores são eliminados. Precisamos pedir a ajuda de pessoas que nos conhecem bem,
para indicar áreas que não enxergamos.
As mudanças de caráter são o resultado de um esforço mútuo: Deus nos dá a direção e o poder; nós
comparecemos com a vontade, a fé e a obediência. Deus nunca nos impõe a sua presença.
Precisamos convidá-lo a entrar em nossas vidas, encorajados pela certeza de que Ele nunca nos
abandonará, nem abusará de nós.
Esse processo não acontece de uma vez, especialmente porque demoramos muitos anos para
desenvolver padrões de comportamento errados. Eles não vão desaparecer da noite para o dia. Temos
que ser pacientes enquanto Deus nos faz pessoas com um caráter novo. O processo, em certo sentido,
leva a vida toda, mas nos prontificarmos para essa mudança é o começo do novo estilo de vida que
estamos assumindo.
SÉTIMO Humildemente ROGAMOS a Deus que nos livrasse de nossas
PASSO imperfeições.

1 João 1:9 “Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para
perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”.

Durante os seis primeiros passos, tomamos consciência de nossos problemas, examinamos


honestamente nossas vidas, revelamos aspectos de nós mesmos antes ocultos e ficamos prontos para
mudar nossas atitudes. O 7o Passo é a oportunidade de nos dirigirmos a Deus e pedir-lhe que nos livre
das imperfeições do nosso caráter.
Ao rogar a Deus que elimine nossas imperfeições, faremos bem em lembrar que Ele dá a graça
diretamente a nós por meio da oração e reflexão na Bíblia, mas também através de outras pessoas.
Pastores, professores, médicos e terapeutas podem todos ser instrumentos da graça divina. Nossa
disposição de buscar ajuda externa é indicação clara de nossa vontade de mudar de vida.
Ao rogarmos para que Deus nos livre das nossas imperfeições, é importante que as apresentemos
individualmente e especificadamente. Não é necessário apresentá-las todas de uma só vez. O
importante é confiar que Deus ouviu você e vai lhe atender! Talvez você não sinta nem perceba
nenhuma mudança imediata depois de orar. Porém creia que Deus ouviu o seu pedido e agirá junto
com você para eliminar as imperfeições do seu caráter.
OITAVO FIZEMOS UMA RELAÇÃO de todas as pessoas que tínhamos
PASSO prejudicado E NOS DISPUSEMOS a reparar os danos a elas
causados.
Lucas 6:31
“Façam aos outros a mesma coisa que querem que os outros
façam a vocês”.

A autoanálise que fizemos no 4o Passo revelou que nosso comportamento impróprio causou danos não
somente a nós, mas também às pessoas que nos são importantes. Agora precisamos nos preparar para
assumir a responsabilidade pelos nossos atos e corrigir nossos erros.
O trabalho do 8o e 9o Passos vai melhorar o nosso relacionamento conosco mesmos, assim como o
relacionamento com as outras pessoas. Começaremos a nos liberar do isolamento e da solidão. Para
darmos esses passos é fundamental que tenhamos disposição para consertar os danos que causamos
aos outros.
No 8o Passo, examinaremos nossos erros em relação às pessoas que ferimos. Nossa intenção é fazer
um ajuste de contas para curar o passado e para que Deus possa transformar o presente.
A preparação para reparar nossos erros é uma tarefa difícil. Novamente, sentimentos incômodos
podem vir à tona, à medida que lutamos contra atitudes do passado. Para muitos, será difícil admitir
erros. Nosso padrão tem sido acusar os outros e revidar de maneira incorreta. Assim que consentimos
em olhar para nós mesmos, veremos que em muitos casos nós demos continuidade à destruição
iniciada por outros. Um ciclo vicioso de rancores e ódios foram sendo criados; ignoramos nossos
problemas dirigindo nossa atenção aos problemas das pessoas com quem convivemos.
É necessário pedir perdão e perdoar a nós mesmos para ultrapassar antigos ressentimentos.
Desenvolver a capacidade de se perdoar é um importante elemento para a recuperação. Para isso,
primeiro precisamos aceitar a responsabilidade pelos prejuízos causados e, em seguida, reparar os
erros com dignidade e respeito. Pedir perdão sem reparar nossos erros não resulta em verdadeira
reconciliação.
Para corrigir nossos erros passados, devemos ter vontade de enfrentá-los, registrando por escrito os
danos que causamos. Ao fazer a lista de pessoas a quem prejudicamos, devemos pensar somente nos
passos que precisamos tomar, mesmo que elas rejeitem nossa aproximação. Em alguns casos, pessoas
dessa lista se sentirão amargas em relação a nós e talvez relutem contra essa tentativa de aproximação.
É possível que tenham um profundo ressentimento e não tenham vontade de se reconciliar conosco.
Independentemente da aceitação, devemos perdoar e pedir perdão. Lembramos que a lista que fizemos
é principalmente para o nosso benefício, mais do que para o benefício daqueles a quem prejudicamos.
Para restaurar um relacionamento que foi quebrado em virtude de termos ferido ou pecado contra
alguém, existem três passos a seguir: arrepender-se, pedir perdão e fazer restituição.
1o) ARREPENDIMENTO: Com o coração quebrantado, reconhecemos que maltratamos Deus e
outras pessoas. Nós admitimos que não somos apenas vítimas, mas também tornamo-nos instrumentos
para ferir outros. Precisamos meditar sobre a dor que provocamos, para que o nosso arrependimento
não seja simplesmente intelectual e frio.
2o) PEDIR PERDÃO: É provável que não tenhamos o hábito de pedir perdão quando maltratamos
alguém. Para alcançarmos o alvo da vida sóbria e equilibrada, precisamos aprender a desenvolver
corretamente esse hábito. Primeiramente, vejamos algumas maneiras erradas, que devem ser evitadas
ao se pedir perdão:
a) “Me perdoe, mas...” Esse “mas” elimina seu pedido de perdão e ressalta sua justificação
por suas ações. Quem está pedindo perdão precisa evitar confrontar qualquer erro da outra
pessoa. É preciso deixar que a outra pessoa espontaneamente reconheça que também errou e
decida pedir-lhe perdão. O correto é não acusar, nem se justificar.
b) “Desculpe se eu machuquei você.” O pedido de desculpas é muito diferente do pedido de
perdão. O primeiro não inclui uma admissão de pecado. O pedido de desculpas só é válido
quando nossa falta não provocou um “machucado” em outra pessoa – por exemplo, se nos
atrasamos para um compromisso ou se interrompemos uma conversa. Mas quando houver
pecado, o correto é pedir perdão, não pedir desculpas.
c) “Me perdoe, se ofendi você...” A palavra “se” coloca a responsabilidade na pessoa
ofendida. O pensamento embutido no pedido é o seguinte: “Se você é tão fraco e sensível que
acabou se ofendendo, tudo bem, eu peço perdão.” Desta forma, a pessoa que está pedindo
perdão não está verdadeiramente assumindo sua culpa. O correto é assumir a responsabilidade
pelo que fizemos.
d) “Me perdoe qualquer coisa”; ou “Me perdoe pelo que fiz” (sem especificar o que foi
feito). Essas expressões escondem nosso pecado. É necessário nomear nosso pecado. O correto
é pedir um perdão específico.
e) “Oh, que coisa! Machuquei você, não é? Me perdoe!”Ao reconhecer que ferimos alguém,
não devemos pedir perdão instantaneamente, como se fosse uma coisa insignificante. Ainda
que paremos para refletir apenas de cinco a dez segundos, devemos pensar sobre a dor que
causamos e expressar um coração dolorido por haver machucado o outro. Se não
conseguirmos comunicar nossa dor, o perdão que nos será estendido poderá ser barato, só da
boca para fora. O correto é demonstrar um coração dolorido pelo que fez.
3o) FAZER RESTITUIÇÃO: este aspecto será tratado em detalhes no 9o Passo.
QUESTIONÁRIO DO 8º PASSO

1. Faça uma relação das pessoas ou relacionamentos mais danificados por você. Isso pode incluir seus
pais, parentes, cônjuge, namoradas, filhos, amigos, colegas de trabalho/escola/igreja, vizinhos, entre
outros.
Nome Tipo de vínculo Nome Tipo de Vínculo
1 5
2 6
3 7
4 8

2. Esclareça quais foram os danos que você causou para cada uma das pessoas (ou grupos)
identificados acima. Repita o nome delas na frente de cada um dos seus comentários (Se necessário,
continue noutra folha):
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3. Se você continua tendo problemas quanto a pedir perdão a alguém da sua lista, anote o nome
abaixo e indique qual é o problema.
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4. Você incluiu o seu próprio nome da lista das pessoas que você tem prejudicado? Provavelmente
não existe ninguém que tem sido tão prejudicado por suas atitudes quanto você mesmo! Você sente
que tem perdoado a si mesmo? Explique.
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NONO FIZEMOS REPARAÇÕES diretas dos danos causados a tais
PASSO pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse
prejudicá-las ou a outrem.
Mateus 5:23-24 “Se você for ao altar para dar a sua oferta a Deus e se lembrar ali
de que o seu irmão tem alguma queixa contra você, deixe a oferta
diante do altar e vá logo fazer as pazes com o seu irmão. Depois
volte e dê a oferta a Deus”.

No 8o Passo nos dispusemos a reparar os danos a todas as pessoas que tínhamos prejudicado. No 9 o
Passo seremos mais restritos e específicos quanto à definição de quem são as pessoas a quem vamos
fazer reparações e quando. As primeiras pessoas da lista devem ser nosso cônjuge e membros
próximos de nossa família.
Em alguns casos, só poderemos compartilhar parte do que fizemos, porque abrir todo o jogo acabaria
prejudicando a outros. Por exemplo, se fizemos algo errado junto com outras pessoas, não cabe a nós
as expor.
Em outros casos, o reparo da relação terá que ser postergado. Talvez a dor da outra pessoa seja tão
grande e recente que uma conversa sobre o assunto só traria mais dor, possivelmente acompanhada de
uma raiva terrível. Também pode ser que nós ainda precisemos resolver alguma ira ou ressentimento
antes de estarmos livres para oferecer reparo do dano que causamos.
Existem, ainda, algumas pessoas que não devemos contatar, porque isso só abriria uma relação que
deve permanecer fechada. É o caso, por exemplo, de alguém que foi viciado em sexo e está pensando
em fazer reparo para companheiros dos velhos tempos. Da mesma forma não devemos abrir o jogo
com pessoas que seriam mais prejudicadas do que ajudadas por nosso esforço.
Vejamos agora o caso de adultério. O exame desse caso nos dará dicas para outras situações. Existem
alguns princípios importantes que podem nos orientar:
1. Devemos falar a verdade; não devemos mentir (Efésios 4: 15, 25). Uma mentira geralmente requer
outras para se manter. E uma vez descoberta, nosso cônjuge não terá nenhuma razão para acreditar
mais em nossa palavra. Essa perda de confiança pode ter seqüelas tão grandes ou maiores do que a
confissão da traição.
2. Devemos agir em amor, fazendo o que é melhor para o outro, não pensando em nosso próprio bem
em primeiro lugar.
3. O círculo de pessoas envolvidas na transgressão deve ser também o da confissão. A confissão não
precisa passar por pessoas que não sabiam da transgressão e não foram atingidas por ela.
4. Devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados. Geralmente a pessoa traída já suspeita
da infidelidade. O pecado do adultério criou um muro que separa o casal. Se não confessarmos,
Satanás pode ganhar outra brecha, a do medo de que nosso cônjuge venha a descobrir nosso pecado.
Será muito melhor confessarmos do que ele descobrir nosso pecado através de terceiros.
É recomendável que a pessoa que traiu seu cônjuge busque a orientação de Deus, bem como uma
orientação pastoral sobre a confissão de seu pecado. É preciso levar em consideração o estado
emocional do cônjuge, pois o impacto que ele irá sofrer após a confissão pode abalá-lo a ponto de não
conseguir recuperar-se. Nesse caso, convém postergar a confissão até que a saúde emocional do
cônjuge seja restaurada a ponto de permitir a confissão e a reconciliação.
A pessoa que pecou não pode fazer nenhuma exigência a seu cônjuge, nem a do perdão. O perdão
verdadeiro possivelmente demorará. Não pode ser forçado. O cônjuge terá que passar por um tempo
de luto e dor.
A pessoa que pecou tem que render seus direitos conjugais quanto ao ato sexual. O infiel perdeu seus
direitos. Agora terá que aguardar seu cônjuge estar disposto a restituir-lhe o direito perdido. Quem
pecou terá de ser muito paciente e demonstrar verdadeiros frutos de arrependimento. Muitas vezes
ajuda se houver um acordo para que qualquer mudança na relação física fique nas mãos da pessoa
traída. Nesse caso, a pessoa que traiu não tomará nenhuma iniciativa, a fim de não forçar ou abusar
emocionalmente de seu cônjuge.
Aquele que traiu deve pensar em outras formas de restituição. Algumas possibilidades podem incluir:
5. começar a sair juntos semanalmente;
6. sempre voltar direto do trabalho para casa, comprometendo-se a ligar para o cônjuge quando
estiver saindo. Isto demonstra respeito, amor, valorização do cônjuge para não permitir que
nenhuma brecha surja de novo no casamento;
7. ler junto com o cônjuge literatura sobre restauração dos laços matrimoniais.
Se você tiver algo para confessar, mas não sabe se vai prejudicar mais do que ajudar, compartilhe com
seu conselheiro ou outra pessoa de confiança, revendo os princípios e a exemplificação acima para
procurar discernir os propósitos de Deus.
Além de sabedoria quanto à forma e o momento no qual confessar, o 9o Passo exige coragem,
perseverança e senso de justiça e santidade. Uma crescente confiança dentro de nós nos levará a saber
que estamos prontos para consertar as situações. Assim que ficarmos mais corajosos e seguros, será
mais fácil falar honestamente do nosso comportamento antigo e admitir, para os outros, que nós temos
causado sérios danos a eles.
Sentiremos uma nova paz e serenidade, quando pedirmos perdão àqueles que prejudicamos, fazendo-
lhes os reparos necessários. Isso inclui restituir os danos causados, na medida do possível. Por
exemplo: se você roubou, devolver; se difamou alguém, voltar às pessoas que ouviram seu malfalar e
confessar seu pecado a elas, tentando resgatar a reputação da pessoa cujo nome você manchou. Tais
reparos nos liberam do sentimento de culpa e nos dão até maior saúde física e emocional.
Podem surgir alguns pensamentos que tentem nos desviar desse 9o Passo.
“Ainda não é a hora certa de fazer isso.” Podemos adiar achando desculpas infinitas para não encarar
aqueles que nós temos prejudicado. Devemos ser honestos conosco mesmos e não adiar nada por
causa do medo. Nossa prontidão em aceitar as conseqüências de nosso passado e assumir a
responsabilidade para a restauração do bem-estar daqueles que nós prejudicamos é o coração do 9 o
Passo.
“O que passou, passou.” Racionalizamos achando que nosso passado ficou para trás e que não há
necessidade de trazer esses problemas à tona. Fantasiamos que não é necessário consertar erros do
passado, que simplesmente precisamos alterar nosso comportamento atual. É verdade que alguns de
nossos atos do passado devem ser postos de lado, sem nenhuma confrontação, mas quanto mais
pessoas e situações pudermos rever, melhor. Isso nos ajudará a progredir mais rapidamente na
caminhada para uma nova vida de paz e serenidade.
DÉCIMO CONTINUAMOS fazendo a autoavaliação e, quando estávamos
PASSO errados, nós o admitíamos prontamente.

I Coríntios 10:12 “Assim aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para
não cair”.

Nos primeiros nove passos, colocamos “nossa casa” em ordem e desenvolvemos a capacidade de
mudar alguns dos nossos padrões de comportamento destrutivo. Agora iremos aumentar nossa
habilidade de formar hábitos novos e saudáveis, tanto em nossa vida particular quanto na forma como
nos relacionamos com outras pessoas. O 10o Passo nos leva a firmarmo-nos num novo estilo de vida.

Esse novo estilo de vida se caracteriza por vivermos livres!

 Vivermos livres das garras do passado. Agora é possível vivermos livres da escravidão
emocional; livres de falar palavras que machucam; livres dos ressentimentos que nos fizeram agir
de forma desequilibrada; livres dos velhos hábitos disfuncionais que perturbavam nossas vidas;
livres de carregar mentiras e segredos. Enfim, agora podemos viver livres da nuvem escura que
nos acompanhava.

 Vivermos livres para desfrutar da vida de modo saudável no presente e no futuro . Agora é
possível vivermos livres para expressarmos nossas emoções com sinceridade e sem machucar
outras pessoas; livres para viver de forma equilibrada e sã; livres para desenvolver hábitos
saudáveis; livres para falar palavras de sabedoria e de acordo com a verdade. Enfim, agora
podemos viver livres para andar na luz.

Esse novo estilo de vida envolve três hábitos fundamentais:

2. O hábito de enfrentar dificuldades com a confiança de que Deus está no controle de tudo . Para
desenvolver esse hábito, precisamos perseverar na prática dos Passos 1, 2 e 3.

3. O hábito da auto-avaliação. Reconhecemos que nunca estamos “prontos”, ou seja, sempre


temos traços do nosso caráter que precisam ser melhorados. A auto-avaliação é um exame de
nossos pontos fortes e fracos, e de nossas motivações e comportamentos. Pode ser um exame
“relâmpago” ao final de cada dia, e também um exame mais minucioso de tempos em tempos.
Para desenvolver esse hábito, precisamos perseverar na prática dos Passos 4, 5, 6 e 7.

4. O hábito de reconhecer nossas falhas em nossos relacionamentos e pedir perdão . Isso requer
que examinemos diariamente como foi o nosso dia e que nos dispusemos a fazer as reparações
necessárias para com as pessoas que prejudicamos. O erro que cometemos não importa tanto
quanto o que fazemos depois dele. Temos aprendido que depois do erro é preciso seguir os
seguintes passos: reconhecer o erro, arrepender-se, confessar, pedir perdão e fazer reparação.
Para desenvolver esse hábito, precisamos perseverar na prática dos Passos 8 e 9.

Depois que conseguimos caminhar até o 9o Passo, pode facilmente surgir a tentação de confiarmos na
nossa auto-suficiência. Podemos achar que temos todas as respostas e que não precisamos mais
continuar com os 12 Passos. Precisamos resistir à tentação de abandonar essa caminhada. É preciso
reconhecer que os sucessos que obtivemos somente podem ser mantidos se estivermos prontos a
praticar os 12 Passos diariamente durante o resto de nossas vidas.
DÉCIMO Procuramos, através da oração e da meditação, MELHORAR
PRIMEIRO nosso contato consciente com Deus, rogando apenas pelo
conhecimento de Sua vontade em relação a nós e por forças
PASSO
para realizar essa vontade.

“Habite ricamente em vocês a Palavra de Cristo”.


Colossenses 3:16

Nos Passos 1 a 3, reconhecemos que o nosso “carro” não nos oferecia nenhuma segurança e que não
tínhamos as mínimas condições de consertá-lo sozinhos. Por isso, procuramos a ajuda de um
“mecânico” competente e de confiança.
Nos Passos 4 a 9, passamos por um processo parecido com o de um carro levado para a oficina para
alguns reparos sérios que deveriam ter sido feitos há muito tempo. Dedicamos tempo e energia para
restaurar nosso “motor”.
Nos Passos 10 e 11, temos a oportunidade de manter nosso “motor” em boas condições, através da
dedicação de tempo para regularmente fazer a manutenção e cuidar de nosso “carro” restaurado.
Aprendemos a reconhecer os problemas, corrigi-los prontamente e continuar procurando maneiras
para melhorar nosso viver sóbrio e equilibrado.
Na medida em que estivermos dispostos a investir na manutenção necessária, veremos que
nossas vidas funcionarão bem.
O 11o Passo nos leva a firmarmo-nos em nosso relacionamento com Deus, que é a base do nosso
novo estilo de vida.
O escritor A. W. Tozer afirma que “todos os nossos problemas surgem de um conceito errado de
Deus”. Somente depois que compreendermos o quanto Deus nos ama e se importa com os detalhes de
nossa vida, teremos um desejo profundo de conversar com Ele. Somente depois que reconhecermos
que Deus nos perdoou totalmente, deixaremos de sentir vergonha e receio de estar em Sua presença.
Em Apocalipse 21:3-4, lemos a preciosa promessa que Deus irá cumprir no futuro: “Deus vai morar
com os seres humanos. O próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos olhos
deles todas as lágrimas. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor. As coisas velhas já
passaram”.

Enquanto aguardamos essa época em que Deus vai morar junto conosco, temos a nossa disposição
duas formas de nos comunicarmos diretamente com Deus:

1) Desenvolvendo o hábito da oração: Numa definição simples, oração é conversar com Deus.
Durante essa conversa você pode agradecer pela ajuda que Deus tem dado diariamente. Você
também pode pedir a ajuda de Deus para enfrentar as dificuldades que surgem dia a dia. Você
pode interceder pela ajuda de Deus para outras pessoas necessitadas. Nessa conversa, você
pode simplesmente contar para Deus como foi o seu dia, como estão seus sentimentos, desejos
e planos, tal qual se costuma fazer com os amigos íntimos. Você também pode engrandecer a
Deus pelo Seu caráter perfeito e pelas Suas obras maravilhosas.

2) Desenvolvendo o hábito da meditação na Bíblia : Meditação é um pensamento sério, profundo


e focalizado. Deus deseja comunicar para nós os seus pensamentos. Ele pode usar diversas
maneiras para esse fim, mas a maneira mais comum é através da Sua Palavra. “Toda a
Escritura Sagrada é inspirada por Deus e útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir
as faltas e ensinar a maneira certa de viver”. (2 Timóteo 3:16)
DÉCIMO Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes
SEGUNDO passos, procuramos TRANSMITIR esta mensagem a outros e
PRATICAR estes princípios em todas as nossas atividades.
PASSO
“Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma transgressão,
Gálatas 6:1 vocês que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão.
Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado”.

Chegamos! O último passo! Parece o fim, mas é o começo. É o começo de uma vida orientada não
segundo nossas necessidades, feridas e problemas, mas orientada para ajudar outras pessoas em suas
dificuldades.
Chegou a hora de nos direcionarmos a estender a mão para pessoas que lutam com dependências
emocionais e ações viciadoras ou compulsivas. Durante nossa caminhada até aqui, nós recebemos
ajuda e aceitação que, agora podemos passar para outros.
Quando chegamos nessa último passo, depois de conseguirmos superar muitos de nossos problemas
antigos, podem surgir novas tentações e dificuldades. Se não estivermos sensíveis ao Espírito Santo
e conscientes dessas tentações, podemos cair de novo. Vamos verificar algumas delas:
1) Ser levados pelo desânimo momentâneo. Sempre existirão altos e baixos, ainda que a prática
regular dos 12 Passos permita evitar os excessos que conhecemos no passado. Ao mesmo tempo,
não devemos levar muito a sério quando temos momentos ou dias de mal-humor e supor que
estamos voltando para os vales profundos do passado. Devemos procurar ajuda imediatamente e
nos firmar nos hábitos do novo estilo de vida.
2) Cair no orgulho de pensar que não existe nenhuma seqüela de nossos problemas do
passado. Não devemos esquecer que nossas fraquezas do passado sempre serão áreas de
vulnerabilidade. Em nossa presunção, podemos supor que não precisamos mais ter cuidado quanto
a essas fraquezas.
3) Sucumbir à tentação de dominar outras pessoas carentes. Podemos acabar manipulando e
controlando as pessoas que estamos tentando ajudar, ao invés de liberá-las com nosso amor,
aceitação e apoio. Às vezes, entramos numa co-dependência com elas, mantendo-as numa relação
de dependência para nos sentirmos importantes e significantes.
4) Cair na tentação de deixar outras pessoas cuidarem de nós. Corremos o risco de manipular
outras pessoas para assumirem responsabilidades que são nossas. Se elas não corresponderem às
nossas expectativas, acabamos amargurados com elas. Outro risco é encontrarmos pessoas
dominadoras e nos submetermos a elas, ao invés de assumirmos responsabilidades por nossas
próprias vidas.
5) Esquecer que estamos num processo contínuo de crescimento. O fato de termos
conseguido superar vários problemas do passado, pode nos levar a afrouxar nosso empenho pela
continuidade da recuperação.
6) Ficar inconformados com nossas circunstâncias. Podemos imaginar que, por termos feito os
12 Passos, não devemos mais ter problemas. Pensamos que as dificuldades devem sumir
completamente: desemprego, problemas de saúde, dificuldades financeiras, desavenças familiares,
etc.
Ao experimentar um despertar espiritual, este é confirmado e aprofundado quando transmitimos a
outros o que Deus fez em nós. Só retemos o que entregamos para outros. Se você quiser reter e
aprofundar a sua recuperação, você precisa compartilhar com outros o que Deus fez, e está fazendo
em sua vida. A sua história de recuperação pode ajudar outros que estão presos onde você estava.
Você está disposto a deixar que Deus o use para ajudar a libertar outras pessoas?
Nós conhecemos de dentro para fora como são os relacionamentos e as famílias disfuncionais;
também conhecemos intimamente a luta para lidar com feridas e traumas emocionais. Deus tem
permitido que por meio dos nossos sofrimentos cheguemos a entender as outras pessoas que sofrem,
podendo nos identificar com elas de uma forma que outras pessoas não conseguiriam. E por meio de
nossa jornada na direção da recuperação, entendemos também como estender esperança para aqueles
que ainda estão presos.
A última parte do 12o Passo afirma que procuramos praticar os princípios dos 12 Passos em todas as
nossas atividades. Isso quer dizer que, se fomos transformados espiritualmente, as pessoas irão
enxergar isso em nossos tratos financeiros, em nossos relacionamentos, em nosso contato com a
vizinhança, em nossa conduta sexual, em nosso desempenho profissional e assim por diante.
Gradativamente, nossa transformação será evidente em todas as áreas de nossas vidas.

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