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CONCEPÇÃO DE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS DE BT

Avaliação da potência previsível


As potências mínimas a considerar no dimensionamento de uma instalação de utilização deverá ser
fixada de acordo com as necessidades e condições de exploração dos respectivos locais.
Uma solução prática consiste num compromisso entre a potência instalada (soma das potências de todos
os receptores existentes ou imediatamente previsíveis) e o regime de exploração previsto (potência
realmente utilizada), tendo em atenção a evolução da instalação (montagem a prazo de novos
equipamentos).
O cálculo da potência a contratar necessita do conhecimento de 3 tipos de coeficientes:
 Coeficiente de utilização (Ku);
 Coeficiente de simultaneidade (Ks);
 Coeficiente de evolução de cargas (Ke).
O coeficiente de utilização Ku caracteriza o regime de funcionamento de um receptor e traduz a relação
entre a potência utilizada e a potência nominal instalada.
Podemos estimar este factor através da tabela seguinte:
Receptores Coeficiente de Utilização Ku
Iluminação 1
Aquecimento 1
Motores 0,3 a 0,75
Tomadas Conforme a utilização
O coeficiente de simultaneidade Ks caracteriza o regime de utilização da instalação, o que implica o
conhecimento detalhado da mesma e dos seus modos de exploração.
Tipo de Utilização Coeficiente de Simultaneidade Ks
Iluminação 1
Ar condicionado 1
Aquecimento eléctrico 1
Tomadas (N = nº de tomadas/circuito) 0,1 + 0,9/N
Aparelhos de cozinha 0,7
Ascensores e monta-cargas
Motor mais potente 1
Motor seguinte 0,75
Restantes motores 0,6
O coeficiente de evolução de cargas Ke caracteriza a margem de ampliação da potência instalada, tendo
também em atenção a eventual alteração dos coeficientes de simultaneidade.
O valor a estabelecer deverá resultar da avaliação feita na instalação considerando, entre outros factores,
a evolução de mercados e produtos, a evolução tecnológica, aspectos tarifários, etc.
O valor final da potência a contratar será dado pela expressão:
Pinst
Pc = .K . K .K
cosφ u s e
Em que:
Pc = Potência a Contratar em kVA;
Pinst = Potência Instalada em kW;
cos  = Factor de Potência Global;
Ku = Coeficiente de Utilização;
Ks = Coeficiente de Simultaneidade;
Ke = Coeficiente de Evolução de Cargas.
O Factor de Potência global considera-se normalmente como sendo 0,84 a não ser que se consiga
calculá-lo com mais exactidão.
O coeficiente de evolução das cargas considera-se como sendo de 1,2 a 1,3 (20 a 30% para futuros
aumentos de potência).
Conclusões
Para cálculo de um projecto, a potência instalada (soma das potências de todos os receptores existentes)
é a Potência Activa (ou Potência Absorvida) e não a Potência Útil.
Relação entre Potências
Pu Pu
P = Pa = Pu + Pd = Pu/ = Pmec/  ¿ Pa =
Pt ❑
Em que:
P = Potência Activa em kW;
Pa = Potência Absorvida em kW;
Pu = Potência Útil em kW, (CV ou HP após conversão para kW);
Pmec = Potência Mecânica em kW;
Pn = Potência Nominal em kW;
Pd = Potência Dissipada em kW;
 = Rendimento;
I = Intensidade em Amp.;
In = Intensidade Nominal em Amp.;
Uc = Tensão Composta (400 V).
P Pu/¿ Pmec /¿
P = √ 3∗Uc∗I∗cos φ  I = I= ¿I= ¿
√ 3∗Uc∗cos φ √ 3∗Uc∗Cosφ √ 3∗Uc∗Cosφ
Pn
Pn = √ 3∗Uc∗¿∗cos φ  ¿=
√3∗Uc∗Cosφ
Nota: Pu ou Potência Útil, é a potência produzida pela máquina,  é o rendimento da máquina, P é a
Potência Activa, Pa a Potência absorvida (consumida) pela máquina e Pd é a potência dissipada pela
máquina.

Nos motores:
kW é a Potência Útil em kW
 é o Rendimento do motor
Conversões:

1 CV (Cavalo Vapor) = 0,735 kW  1 kW = 1,360 CV


1 HP (House Power) = 0,746 kW  1 kW = 1,341 HP

Nota Final: Para calcular a potência instalada (Potência Activa) numa instalação com muitos motores
podemos considerar o valor do  como sendo um valor médio de 0,85 (85%) e um cos  de 0,93 (quando
corrigido).

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