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ELETRODINÂMICA

“Receptores Elétricos”

Professor Isaac Vieira


RECEPTOR ELÉTRICO
Definição
Dispositivo que transforma energia elétrica em outra
modalidade de energia, desde que não seja exclusivamente
em energia térmica (calor). São exemplos de receptores:
liquidificadores, batedeiras, ventiladores, motores elétricos,
entre outros.
Dica!
São classificados como ideais aqueles receptores que não
possuem resistência interna. Nesse caso, toda a energia
que eles consomem do circuito é integralmente convertida em
energia útil, o que significa que seu aproveitamento é
de 100%. Porém, em situações reais, tal receptor não existe.
No dia a dia, é possível observar que, após algum tempo de
funcionamento, o motor elétrico de um ventilador ou
de uma batedeira de bolo se aquece, fenômeno explicado pelo
efeito Joule, o qual ocorre devido à resistência interna.
Assim, esses dispositivos dissipam parte da energia total
disponibilizada em calor.
Representação de um Receptor real
+
r’ - E’

i
Ou

O receptor pega a corrente no seu potencial mais


alto (+) e passa para o potencial mais baixo (-).
FORÇA CONTRAELETROMOTRIZ (E’ ou ε’)

A f.c.e.m representa a energia elétrica que cada


unidade de carga da corrente fornece ao receptor, ou
seja, é a ddp ÚTIL do RECEPTOR.

E’
U’
Equação característica dos
receptores reais
Como o potencial elétrico expressa a quantidade de
energia por carga, conclui-se que os receptores
promovem reduções do potencial elétrico no circuito, ou
seja, o potencial no polo de entrada da corrente é maior
que o potencial no polo de saída.
Parte da queda do potencial no receptor é provocada pela
força contraeletromotriz, que está relacionada à energia
consumida pelo receptor e à carga elétrica que passou por
ele.
A razão entre a energia consumida pelo receptor (para
realização de trabalho útil) e a carga elétrica que passou pelo
receptor define a força contraeletromotriz (fcem). A fcem
representa a queda de potencial útil que provoca realização de
trabalho pelo dispositivo: é simbolizada por ε’ e sua unidade
no SI é o volt (V).

No entanto, além da queda de potencial provocada pela fcem,


em um receptor elétrico, há ainda a queda de potencial
provocada pela resistência interna.
A ddp total (U’) em um receptor, que representa a queda de
potencial provocada pelo receptor entre seus dois terminais (A e B), é
igual à força contraeletromotriz (ε’)somada à ddp “desperdiçada”
pela resistência interna (U’r). Lembrete! U’r = r’ . i
Assim: U’ = ε’+ U’r  U’ = ε’+ i . r’ (Equação característica do
receptor real).
Na equação acima, U’ representa a diferença de potencial nos
terminais do receptor(tensão total), medida em volt (V), ε’é a força
contraeletromotriz(tensão útil), que também é uma ddp medida em
volt (V), r’indica a resistência interna, em ohm (Ω), e i é a
intensidade de corrente elétrica, em ampère (A).
Conclusão: A queda de potencial total aplicada por um receptor (U’) é igual
à soma da fcem(ε’) com a queda de potencial na resistência interna (U’r).
Curva característica dos receptores reais - Gráfico
A equação de um receptor real, assim como a de um gerador,
também pode ser analisada como uma função afim U’(i):
U’(i) = ε’+ i . r’

Nessa função:
- a força contraeletromotriz ε’ representa o coeficiente linear da
reta, a posição na qual a reta intercepta o eixo das ordenadas;
- o termo +r’indica o coeficiente angular, associado à inclinação da
reta (inclinada para cima).
Dica!
De acordo com o diagrama, quando o circuito está aberto, não há
passagem de corrente elétrica (i = 0) pelo receptor e,
consequentemente, a força contraeletromotriz é igual à diferença
de potencial (U’ = ε’).
Potência de receptores elétricos
Para um receptor, há três tipos de potências envolvidas: a potência
dissipada (PD) devido à resistência interna; a parte correspondente à energia
efetivamente aproveitada para fazê-lo cumprir a tarefa a que se destina,
denominada potência útil (PU); e, por fim, a potência total (PT) por ele
consumida, que é a soma das potências útil e dissipada:
PT = PU + PD (1).
Como em dispositivos elétricos a grandeza potência pode ser determinada
pelo produto entre ddp (U’) e intensidade de corrente que (i) o atravessa
(P’ot = i · U’), é possível multiplicar por “i” todos os elementos que fazem
parte da equação do receptor e obter suas respectivas potências. Assim:

Comparando as equações 1 e 2, podemos perceber que:


Rendimento de receptores elétricos()
Devido à dissipação de energia na resistência interna, apenas
parte da potência e, consequentemente, da energia elétrica
recebida pelo receptor é efetivamente aproveitada. Assim, a
grandeza física denominada rendimento () permite calcular o
percentual da potência total que é realmente utilizado para
cumprir a tarefa a que o receptor se destina.
O rendimento elétrico ( ) de um receptor é dado pela relação
entre a Potência útil fornecida ao circuito externo e sua potência
total gerada. Em situações reais, a potência útil é menor que a
potência total, pois a força contraeletromotriz (ε’) é
menor que a ddp (U’) nos terminais do receptor. Como
consequência, o rendimento sempre será um número
compreendido entre zero e um (0   1), implicando
um percentual de aproveitamento inferior a 100%.
Dica! O rendimento pode ser expresso em
porcentagem.
Dicas!
1) Num circuito, onde temos gerador, resistor e receptor,
como componentes (figura abaixo); o gerador será o elemento
que possuirá maior valor de tensão (ε) e, portanto irá impor o
sentido da corrente elétrica (polo negativo para o positivo –
sentido real). No circuito em questão, perceba que ε > ε’.
2) Em um circuito simples, formado por gerador-receptor ou
por um gerador (ε , r), um receptor (ε’, r’), um resistor (R) e
por fios de ligação de resistência elétrica desprezível, podemos
utilizar a fórmula que representa a lei de Pouillet para
determinarmos a intensidade de corrente elétrica do circuito.

Para um circuito gerador-receptor:

A lei de Pouillet para o circuito gerador-receptor-resistor é


dada por:
Obs: Se o circuito simples for constituído por geradores,
receptores e resistores, a intensidade da corrente elétrica será
dada por:
EXERCITANDO...
Ex1) Qual será a força contraeletromotriz de um receptor
elétrico que possui resistência interna de 2 Ω, quando
submetido a uma ddp de 200 V e percorrido por uma
corrente elétrica de 20 A?
a) 160
b) 150
c) 140
d) 120
e) 100
Resp. A
Ex2)(Mackenzie SP) O vendedor de um motor elétrico de
corrente contínua informa que a resistência interna desse
motor é 1,0 Ω e que o mesmo consome 30,0 W, quando
ligado à d.d.p. de 6,0 V. A força contraeletromotriz
(f.c.e.m.) do motor que ele está vendendo é:
a) 6,0 V
b) 5,0 V
c) 3,0 V
d) 1,0 V
e) 0,8 V
Resp d).
Ex3) (UPE) Um motor elétrico sob tensão 220 V é
alimentado por uma corrente elétrica de 10 A. A potência
elétrica útil do motor é de 2000 W. Assinale a alternativa
que corresponde à força contraeletromotriz, em volts, à
resistência interna do motor, em ohms, e ao rendimento
elétrico do motor, respectivamente.
a) 200; 2; 0,80
b) 200; 2; 0,91
c) 400; 4; 1
d) 400; 4; 0,80
e) 400; 4; 1,5
Resp. b)

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