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DA LIMINAR
DOS FATOS
DOS FUNDAMENTOS
Com legitimidade amparada no art. 102, § 1° da CRFB/88 a saber:
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a
guarda da Constituição, cabendo -lhe: (...) § 1° A arguição de
descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição,
será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.”
Assim, a presente ADPF funda -se no texto constitucional mencionado, e,
ainda, na previsão do artigo 1º, § único e inciso I da Lei nº 9.882/99: “Art. 1º A
arguição p revista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será
proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e te rá por objeto evitar ou
reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também arguição d e descumprimento de preceito
fundamental: I - quando for relevante o fundamento da controvérsia
constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal,
incluídos os anteriores à Constituição.” A presente ação, nos termo s do
art. 103 , VIII da CRFB /88, ampara a legitimação ativa para seu
ajuizamento, recaindo sobre os que tem direito de propor a Ação Direta
de Inconstitucionalidade, constantes no rol do referido artigo. É sabido
que o texto do art. 2° d a CRFB/88 garante a independência e harmonia
entre o s Poderes , principio este não respeitado pelo legislativo do
município Alfa. Não sendo admitido, ainda, a violação d o art. 22, I, da
CRFB/88, que confirma a competência privativa por parte da União para
legislar sobre direito civil, comercial, penal processual, eleitoral, agrário
marítimo, aeronáutico, espacial e d o trabalho, tendo em vista que a
matéria discutida, ser de direito penal, ocorrendo então violação de princípio
federativo. É sabido, conforme o que prescreve o art. 29, X da
CRFB/88, o julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça , em
acordo com o texto da Súmula Vinculante 46 do STF que rege: “A
definição dos crime s de responsabilidade e o estabelecimento das
respectivas normas de processo e julgamento são de competência
legislativa privativa da União.” Neste sentido observamos o julgado:
“Conforme disposto na Súmula Vinculante 46, a definição do s crimes de
responsabilidade e das respectivas normas de processo e julgamento é
de competência legislativa privativa da União. No que concerne ao regime
pertinente aos Prefeitos Municipais, a referida competência foi exercida
com a edição do Decreto-Lei 201/1967. 13. No caso concreto, a decisão
reclamada reconheceu que o diploma normativo adotado para o
julgamento da parte reclamante foi o Regimento Interno da Câmara
Municipal. A Câmara Municipal prestou informações no mesmo sentido. O
parâmetro normativo utilizado, portanto, é incontroverso. 14 . A Súmula
Vinculante 46, originada da Súmula 722/STF (aprovada em 26.11.2003),
não se presta a servir como fundamento para toda e qualquer alegação
de ofensa às normas federais que definem os crimes de responsabilidade e
as respectivas regras de processo e julgamento. No entanto, trata -se de
caso em que expressamente se admite a utilização de parâmetro
normativo diverso do Decreto -Lei 201/1967. A violação à Súmula
vinculante, portanto , é clara." (Rcl 22034 MC, Relator Ministro Roberto
Barroso, Decisão Monocrática , julgamento em 16.11.2015, DJe de
24.11.2015) Vale se registrar que nem a Constituição Federal nem a lei
cuidaram de definir, com exatidão, o alcance da locução “preceito
fundamental”. Dessa forma, caberá ao hermeneuta constitucional o
cumprimento dessa árdua missão, conforme entendimento j á manifestado
pelo Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento da Questão de
Ordem na ADPF nº 1/RJ. Aqui remeto o trecho da ementa deste julgado:
“Arguição de descumprimento de preceito fundamental. Lei n º 9882, de
3.12.1999, que dispõe sobre o processo e julgamento da referida medida
constitucional. 2. Compete ao Supremo T ribunal Federal o juízo acerca
do que se há de compreender, no sistema constitucional brasileiro, como
prece ito fundamental. 3 . Cabimento da arguição de descumprimento de
preceito fundamental. Necessidade de o requerente a pontar a lesão ou
ameaça de ofensa a prece ito fundamental, e este, efetivamente, ser
reconhecido como tal, pelo Supremo Tribunal Federal.” No entanto, a
despeito de n ão se po der e stabelecer, aprioristicame nte, quais seriam
os preceitos tidos p or fundamentais na Constitu ição Federal, impõe -se
desde já o reconhecimento de a lguns princípios estruturantes do Estado
Democrático de Direito Brasileiro, que se destacam pela importância e p
ela função irradiadora e normogenética no sentido de inspirarem a
criação de outras regras no Ordenamento Jurídico. Sobre o tema , bem
esquadrinha o professor Luís Roberto Barroso: “Embora conserve a fluidez
própria dos conceitos indeterminados, e haja dif iculdade em delimitar em
abstrato o seu conteúdo, e xiste um conjunto de normas que
inegavelmente devem ser abrigadas no domínio d os preceitos fun
damentais. Nessa classe estarão os fundamentos e objetivos da
República, assim como a s decisões políticas estru turantes, todos agrupad
os sob a designação geral d e princípios fundamentais, objeto do Título I
da Constituição (arts. 10 a 4ª). Também os direitos fundamentais se
incluem n essa categoria, o que incluiria, genericamente, os individuais,
coletivos, políticos e sociais (arts. 5º e s.). Aqui se travará, por certo, a
discussão acerca da fundamentalidade ou não de determinados direito s
contemplados na Constituição brasileira, não d iretamente relacionados à
tutela da liberdade ou do mínimo e xistencial. Devem-se a crescentar,
ainda, as normas que se abrigam n as cláusulas pétrea s (art. 6 0, § 4º)
ou delas decorrem diretamente. E, p or f im, os princípios constitucionais
ditos sensíveis (art. 34, VII), que são aqueles que por sua relevância dão
ensejo à intervenção federal. Não se trata de catálogo exaustivo, como
natural, mas de parâmetros a serem testados à vista da s situ ações da
vida real e das arguições que serão apreciada s pelo Supremo Tribunal
Federal.”
DOS PEDIDOS
DAS PROVAS
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ __________.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Cidade, data
ADVOGADO / OAB