Você está na página 1de 8

Neste espaço irei procurar expressar um pouco mais do que venho a algum tempo observando sobre o Ego na

capoeira, que, aliás, será tema para um livro que pretendo trabalhar futuramente.

Infelizmente tenho que admitir que na capoeira o ego se tornou algo patológico com configurações de
epidemia.

Mas por que? Será que a prática da capoeira passou a produzir um estado egóico nos seus seguidores? Ou seria
parte do processo de auto-superação atual da prática capoeirista, a qual produziria como efeito colateral uma
espécie auto-estima exacerbada e patológica no individuo?

Ou será ainda uma conseqüência natural do fato que os capoeiristas têm que fazer frente ao injusto mundo dos
dominadores?

Veja que nessa última hipótese, a “culpa” seria da questão política enfrentada como parte do processo libertário
desenvolvido pelos capoeiristas, pelo menos dos capoeiristas que original e historicamente eram pessoas das
camadas mais baixas da população, massacrados por anos e anos de dominação inicialmente dos brancos, mais
tarde a burguesia, como costumam se referir os marxistas e os ativistas mais panfletários.

Hoje isso se converteu e foi incorporado pelo discurso da classe média praticante de capoeira, a qual dispõe
sempre de acesso à toda sorte de mídia e, com isso, temos tais explicações sempre convincentes, usadas como
arrazoados para posturas questionáveis, como o individualismo, o narcisismo e o próprio egoísmo, para
acobertar e proteger a tantos de nós mesmos de qualquer forma de cobrança, de crítica ou de responsabilidade
por atos tão degradantes que encontramos na capoeira.

Para não ficar parecendo um estudo acadêmico de teorias baseadas em hipóteses dificilmente verificáveis no
nosso meio, alguém poderia perguntar onde e como se manifesta esse tal de EGO...?

É impressionantemente presente esse fenômeno. Podem crer. O culto de si mesmo seja qual for a forma que
isso se manifesta, é manifestação do ego...

• Muitas questões que existem dentro da capoeira, como incompatibilidades entre pessoas ou grupos, via de
regra é produto de algum ego declarado o sutilmente ocultado através dos discursos politizados que descrevi
acima.
• A formação negativa ou deformada de muitos capoeiristas que se comportam de modo deselegante ou mal-
educado nas rodas, seja cantando (via de regra desafinados ou gritando igual a pavão solteiro!), muitas vezes
quando existem outros mais graduados ou mestres na roda; as vezes exigindo privilégios nos eventos, como
participar da roda dos graduados ou de mestres. Querendo ser dispensados das taxas e pagamentos pelos cursos
ou camisetas. É ego.
• O desrespeito a novatos, deixando-os muitas vezes horas nas filas das rodas sem chance de jogar, insensíveis a
isso. É ego.
• Tirar um mestre mais antigo que está na roda jogando, impedindo-o de ter sua liberdade de escolher quando
sair da roda. É ego.
• Tentar subjugar ou agredir outro capoeirista, ou um companheiro, do mesmo grupo ou de outro, muitas vezes
violentamente, apenas por uma atitude inconsciente ou pela falta de técnica em do novato em um movimento,
tenha ou não atingido-o, desde que pareça que o mesmo ameace o graduado. É ego.
• Impedir que uma pessoa seja reconhecida em seu talento para ocultar um possível concorrente ou alguém que
possa lhe fazer sombra, agora ou futuramente. É ego.
• Dar uma aula exibindo seus próprios atributos e performances, sem respeitar os limites dos iniciantes ou
pessoas em situações de inferioridade por qualquer razão. É ego.
• Ocupar uma roda que tenha muitas pessoas e querer jogar n vezes enquanto muitos não tiveram chance de
jogar nenhuma. É ego.
• Se gabar de agressões que cometeu, se auto-elogiar, se gabar de talentos que tenha, ou que ache que tenha. É
ego.
• Se colocar sempre em primeiro lugar nas coisas, imaginando-se dotado de privilégios e se achar um ser
superior em relação a outras pessoas, independentemente da graduação. É ego.
• Inflamar-se para contar vantagens pessoais e se colocar como um super-dotado em qualquer terreno. É ego.
• Negar a oportunidade a outras pessoas, impondo sua autoridade ou fazendo exigências descabidas. É ego.
• Criticar gratuitamente pessoas tentando fazer com que eles percam o seu prestigio ou o seu brilho perante
outras, gratuitamente, ou até por razões justificáveis. É ego.
• Se olhar no espelho e se sentir uma pessoa maior ou melhor que os outros. É ego, além de ser uma estupidez
mórbida...
• Tentar aparecer em qualquer momento e em particular nos momentos que existem pessoas ou situações como
filmagens fotografias, autoridades, mestres mais antigos, etc.. É ego.

Logicamente que isso poderia ir muito mais longe...! Mas só estou tentando ilustrar as situações em que os egos
se manifestam na capoeira.

E o que vemos sobre isso é muito mais na direção do discurso do tipo: temos que nos impor... Capoeira é
valente... Ninguém pode segurar um capoeira... Eu sou mais eu... Entre inúmeras outras bobagens, pelo menos
para os dias de hoje.

Talvez tudo isso fosse válido como argumento e motivação dos capoeiristas do passado que tinham, eles sim,
razões para chutar o balde das regras sociais... Nós, hoje, nas condições que temos a maioria dos grupos,
composto na maioria por participantes de classe média...? A esses não caberia esse discurso.

Mas, tem uma coisa mais triste ainda em relação ao dito cujo.

O ego é uma forma de sofrimento. É o sofrimento da insegurança. É a não resolução de conflitos interiores. É o
problema que não entendemos como problema. É viver do passado, do que já fomos ou fizemos. É desconhecer
a realidade das coisas. É se sentir com necessidade de afirmação o tempo todo, sendo, portanto um estado de
espírito onde temos sempre que provar alguma coisa a alguém... É sem dúvida uma dimensão sem brilho da
alma humana.

Tudo bem, nada ou ninguém pode mesmo deter esse processo. A não ser que os próprios capoeiristas percebam
no que isso está convertendo a prática da capoeira. Se vermos os aspectos negativos dessas posturas, talvez a
gente comece a enfrentar ou pelo menos a deixar clara nossa indignação frente a isso.

Os ditos valentes, por exemplo, na maioria das vezes são superegos ensimesmados e exacerbados querendo
provar sua superioridade frente a pessoas menos graduadas, fora de forma, inocentes, pacíficas, fisicamente
menores, etc... O ego nesse caso é uma receita muito usada para esvaziar a entrada de novatos nos grupos.
Depois ainda não sabemos por que a capoeira diminuiu tanto o efetivo de seus participantes.

Em outras palavras, estou afirmando que a capoeira, utilizada pela classe média em particular está produzindo
muitos efeitos colaterais negativos em sua prática. Esse efeito em grande parte se caracteriza pela exacerbação
do ego no individuo.

É claro que muitos da camada mais baixa também sucumbem a esse mal. Ninguém escapa do vírus do egus
patologicus urbanus, para dar um nome pomposo a esse fenômeno. Não dá para esquecer que a explosão da
comunicação promovida pela globalização faz chegar a todos os rincões sociais as influências produzidas nos
grandes centros. Como diz Caetano Veloso: Bomba de Hidrogênio, luxo para todos! Representando a
propagação das piores coisas entre todas as camadas da população.

Assim temos no caso da capoeira, o direito inalienável de qualquer um se tornar um insensível bombado, ou um
horrível valente de galera que todo mundo sabe exatamente o que é... Isso é o subproduto do desenvolvimento
de uma egoficação em massa, que é o que permite e estimula a propagação da epidemia do ego na capoeira.

A capoeira provavelmente até a metade do século XX se assentava nas camadas mais baixas economicamente
da população.

As periferias, subúrbios, áreas de favelas urbanas, entre outros espaços da população menos favorecida da
sociedade é que representavam os capoeiristas. Isso logicamente mudou, a classe média foi assumindo a
capoeira, inicialmente de modo discreto, mas desde o final da década de cinqüenta houve uma incorporação de
uma massa muito grande dessa classe nos movimentos da capoeira.

Facilmente podemos refletir que capoeiristas da classe economicamente mais baixa da sociedade raramente
teriam como chegar até o exterior como professores de capoeira. Esse caminho teve que ser aberto por
representantes da classe média, obviamente.

Portanto, o discurso que era originalmente legitimo dentro da capoeira, da opressão e da luta de classes, foi
sendo apropriado em cadeia, no processo de aculturação da capoeira pela classe média que o reempacotou e
devolveu, criando o que o meu amigo Jota Bamberg, o Mestre Angoleiro chama de prateleira da capoeira,
difundida através da mídia às massas dos capoeiristas de todos os níveis sociais.

A entrada da classe não-escrava na prática da capoeira é muito bem explorada no trabalho de Letícia Vidor de
Sousa Reis, estudo publicado no livro O mundo de pernas para o ar, Ed. Publisher Brasil, ano de 2000, onde a
autora demonstra inclusive que a própria legislação que nos parece sempre ser uma forma do governo de
combater a capoeira pura e simples, na verdade guardava uma certa dose de controle das ações da polícia, que
tinha autoridade para prender e punir os capoeiristas, e depois foi sendo (a polícia) obrigada a produzir um
processo de julgamento antes da punição, esvaziando assim uma autoridade que a referida policia tinha, a
revelia de qualquer processo penal...

Isso demonstra que a até mesmo os mecanismos sociais de combate ou de controle da capoeira e seus efeitos
sociais negativos – conflitos de maltas, roubos e espancamentos de pessoas, ameaças a autoridades, etc., tinham
no fundo uma outra faceta, que era justamente a de abrigar e proteger os eventuais representantes não-escravos
capoeiristas que fossem presos praticando a proibida arte da capoeira.

Mais tarde, muitos capoeiristas dos guetos de cidades como o Rio de Janeiro ou Salvador (não necessariamente
nessa ordem) polemizaram posições politicamente, muitos se incorporando ao próprio banido Partido
Comunista (ver o caso do Mestre Onça Tigre, que ensinou Teoria Marxista no PC), esse debate foi estimulado
por diversos outros capoeiristas de expressão por volta do final da primeira metade do século XX, conforme
muitos capoeiristas como Mestre Decânio, o próprio finado Mestre Onça-Tigre, Mestre Traíra e o próprio
Mestre Bimba, que teve muitos alunos da classe média, universitários e outros da alta sociedade.

Mestre Onça-Tigre dizia sempre com uma dose de lirismo por sua veia comunista incorrigível que a capoeira
teria sido o primeiro partido político no Brasil...

Sem nossas justificativas politizadas, talvez teríamos que ter uma certa dose de expiação através de nossa
consciência ou de valores morais mais profundos, mais humanos, mais crítico-reflexivos, mais corajosos e mais
coerentes com nossos limites, até mesmo para estabelecer novos desafios no andar da carruagem do
aprendizado da capoeira, para a própria capoeira, como novo marco de seu crescimento teórico, moral ou
filosófico, ou simplesmente para que a Capoeira possa se soerguer rumo aos níveis mais elevados do
conhecimento humano, alçando talvez o status de um conhecimento profundo e respeitável em todas as
camadas das comunidades e até das elites pensantes do planeta.

Mas a capoeira não desenvolveu dentre seus praticantes como lema natural essa ponderação, esse cuidado com
os limites do ego. Isso parece antes ser parte das reflexões desnecessárias de pensadores orgânicos da
capoeira... Felizmente muitos estão se alinhando a essa proposta, visando ampliar as produções filosóficas na
capoeira... Proposta em primeiro plano deste blogg aqui...

Quero deixar claro que todas essas reflexões estão fechadas, sempre, através de uma interrogação.

Resolvidos em nosso problema egóico, poderemos crescer em nossa aceitabilidade e no respeito social para
conosco, os capoeiristas, seres extremamente competentes em sua emancipação crítico-reflexiva, cujo limite é
produto talvez e exclusivamente da falta de novos horizontes para percorrer ou novas perspectivas para a
ascensão de nosso espírito de guerreiros para os umbrais de uma maior competência espiritual...

Mas admito por uma conveniência estratégica e pela produção prévia de um álibi para as minhas reflexões
inconclusas que o tema é muito delicado.
É como cortar na própria carne com o requinte de um estripador, a gente ter que remoer coisas como os efeitos
negativos da capoeira, ainda que estejam sendo tratados com o firme propósito de elevar os níveis de nossas
percepções e nossa relação com a arte da capoeira e o mundo em que nos cerca, tanto o que nos coloca dentro
dela, como o mundo em nossa volta, ou como também a volta do mundo, como dissemos quando nos referimos
ao andar da capoeira em seu mundo simbólico e físico, no crescimento de sua técnica, de seus conhecimentos,
de seus praticantes e defensores, e na sua ocupação de espaços, que já nos surpreende e muito... Mas queremos
mais... como disse Toni Vargas em seu trabalho junto com Nestor Capoeira: queremos que a capoeira vá para
fora do planeta...!

Também vale recorrer ao Mestre Pastinha, quando ele dizia que o “seu fim é inconcebível ao mais sábio dos
mestres”, acredito que se referindo ao conjunto das possibilidades que a capoeira abriga, dentro e fora da roda...

Pela complexidade do tema, que já havia iniciado com o meu texto A faca de dois gumes do ego na capoeira,
passei muito tempo buscando uma maneira de lidar com isso e não ofender ninguém. Mas infelizmente parece
impossível!

Muito difícil é controlar essa onda eterna de egos comandando as coisas!

Mas vamos seguindo...


In this space I will seek to express a little more than I have been observing for some time about the ego in
poultry, which, incidentally, will be the theme for a book I want to work in the future. Unfortunately I have to
admit that in capoeira ego became something pathological with epidemic settings.

But why? Does the practice of capoeira began to produce an ego state in his followers? Or was it part of the
process of self-overcoming current practice of capoeira, which produce a species as a side effect self-esteem
and exacerbated in pathological individual? Or even a natural consequence of the fact that Capoeira have to
face the unjust rulers of the world?

Note that this last hypothesis, the "guilt" of the issue would be addressed as part of the political process
developed by the libertarian capoeira, capoeira that at least the original and historically were people of lower
strata of the population, massacred for years and years of domination of the initially White, later the
bourgeoisie, as they refer to the Marxist activists and pamphleteers more.

Today it has become and was incorporated by the discourse of middle-class practitioner of capoeira, which
always has access to all sorts of media and, therefore, such explanations have always convincing reasonings
used as questionable for positions such as individualism, narcissism and selfishness, to cover up and protect
many of ourselves from any form of collection, criticism or liability for acts so debased that we found in
poultry.

To not look like a scholarly study of theories based on assumptions difficult to verify in our midst, one might
ask where and how this manifests itself in such EGO ...? It's amazingly this phenomenon. Believe me. The cult
of himself in whatever form it manifests itself, is a manifestation of ego ...

Many issues that exist within the poultry, such as conflicts between individuals or groups, usually is the product
of some self declared subtly hidden through politicized discourses I have described above. The formation of
many negative or deformed capoeiristas that behave discourteous or rude to the wheels, is singing (usually
screaming out of tune or equal to single peacock!), Often when there are other more senior or masters at the
wheel, the sometimes requiring privileges at the event, as part of the wheel of the graduates or teachers.
Wanting to be exempted from fees and payments for courses or shirts. It's ego.

Failure to newcomers, often leaving them hours in queues of wheels with no chance of playing, insensitive to
this. It's ego. Take an older master who is playing on the wheel, preventing them from having their freedom to
choose when you leave the wheel. It's ego. Trying to subdue or harm another capoeira, or a companion, the
same group or another, often violently, only by an unconscious attitude or lack of technique in the beginner into
a movement, or have not reached it, since it appears that it threatens the graduate. It's ego.

Prevent a person is recognized in his talent to hide a possible competitor or someone who can make you
shadow, now or hereafter. It's ego. Giving a lecture by displaying their own attributes and performance, without
respecting the limits of the beginners or people in situations of inferiority for any reason. It's ego. Occupy a
wheel that has many people and want to play n times as many have had no chance to play. It's ego.

Boast that committed aggression, self-praise, boast talents that have, or who thinks it has. It's ego. If you always
put first things, imagining themselves to be endowed with privileges and if you find a being superior to the
others, regardless of graduation. It's ego. Ignite to tell personal advantage and to position itself as a super-gifted
on any terrain. It's ego. Denying the opportunity to other people, imposing his authority or making unreasonable
demands. It's ego.

Free to criticize people trying to make them lose their prestige or their brightness before other, for free, or even
for justifiable reasons. It's ego. If you look in the mirror and feel a person bigger or better than the others. It's
ego, besides being a morbid stupidity ... Trying to appear at any time and particularly in moments that there are
people or situations such as shooting photos, authorities, teachers, older, etc. .. It's ego.

Of course it could go much further ...! But I'm just trying to illustrate situations where the egos are manifested
in poultry. And what we see on this is much more toward the kind of discourse: we have to impose ... Capoeira
is brave ... Nobody can hold a poultry ... I'm more me ... Among many other blunders, at least for today.
Maybe all this was a valid argument and motivation of capoeira in the past they had, they yes, reasons to kick
the bucket to social ... Today, we have the conditions that most groups, composed mostly of middle-class
participants ...? To these would not fit this discourse. But there is something even sadder about to say whose.

The ego is a form of suffering. It is suffering from insecurity. It is not the resolution of inner conflicts. You do
not understand the problem as a problem. It's living past, we once were or did. You ignore the reality of things.
You feel in need of affirmation all the time, and thus a state of mind where we always have to prove something
to someone ... It is certainly a dull dimension of the human soul.

Okay, nothing or nobody can even stop this process. Unless capoeiristas ourselves realize what this is
converting the practice of capoeira. If we see the negative aspects of these positions, maybe we start to face or
at least clarify our outrage against this claim. The sayings of valor, for example, in most cases are self-absorbed
and exacerbated superegos wanting to prove themselves superior to people less graduated, out of shape,
innocent, peaceful, physically smaller, etc ... The ego here is a recipe very used to empty the entry of
newcomers to the groups. Then we do not know why capoeira has so diminished the effective of its
participants.

In other words, I'm saying that poultry used for the middle class in particular is producing many negative side
effects in their practice. This effect is largely characterized by the exacerbation of the individual ego. Of course
many of the lower layer also succumb to this evil. Nobody escapes the virus egusi patologicus Urbanus, to give
a fancy name for that phenomenon. We can not forget that the explosion of communication fostered by
globalization is reaching all corners of social influences produced in large centers. As Caetano Veloso:
Hydrogen Bomb, luxury for all! Representing the spread of the worst things of all sections of the population.

Thus we have in the case of poultry, the inalienable right of anyone to become an insensitive pumped, or an
awful brave of guys that everybody knows exactly what it is ... This is the byproduct of the development of a
egoficação mass, which is what allows and encourages the spread of the epidemic in poultry of the ego.
Capoeira probably until the middle of the twentieth century was based on the lower rungs of the economic
population.

The outskirts, suburbs, urban slum areas, among other places the population underprivileged of society, that
represented the capoeira. This of course changed, the middle class has been taking capoeira, initially in a
discrete way, but since the end of the fifties there was an incorporation of a large mass movements in this class
of poultry. We can easily think that capoeira class economic bottom of society rarely have landed on the outside
as teachers of capoeira. This path had to be opened by representatives of the middle class, obviously.

Therefore, the legitimate speech that was originally in the coop, oppression and class struggle was being
appropriated in jail, in the process of acculturation of capoeira by the middle class that has repackaged and
returned, creating what my friend Jota Bamberg, Master Angoleiro calls shelf poultry and spread through the
media to the masses of capoeira from all levels of society.

The entry of non-slave class in capoeira is very well explored in the work of Vidor Leticia de Sousa Reis, a
study published in the book world upside down, Ed Publisher Brazil, 2000, where the author shows including
that the law itself that always seems to be a form of government to combat poultry pure and simple, in fact kept
a certain amount of control the actions of the police, who had authority to arrest and punish the capoeira, and
then was being (the police) required to produce a process of trial before punishment, thus deflating an authority
that that police had, in absentia for criminal prosecution ...

This demonstrates that even the social mechanisms to combat or control of capoeira and its negative social
effects - conflicts of gangs, robberies and beatings of people, threats to authorities, etc.. Had another facet in the
background, which was exactly the to house and protect any non-slave capoeiristas representatives who were
prisoners practicing the forbidden art of capoeira.

Later, many of capoeiristas ghettos of cities like Rio de Janeiro or Salvador (not necessarily in that order)
politically polarize positions, many are incorporating the banned Communist Party itself (see the case of OZ
Master Tiger, who taught Marxist Theory on PC) this debate has been spurred by several other capoeiristas of
expression around the end of the first half of the twentieth century, as many as Capoeira Mestre Decânio, the
very late-Ounce Master Tiger, and even Master Traíra Mestre Bimba, who had many students in the class
media, academics and other high society.

Master Jaguar Tiger always said with a dose of lyricism for its incorrigible communist vein that the poultry
would have been the first political party in Brazil ... Without our justifications politicized, perhaps we would
have a certain amount of atonement through our conscience or moral values are deeper, more human, more
critical and reflective, more courageous and more consistent with our limits, even to set new challenges in the
floor the coach learning the poultry into the poultry itself as a new theoretical framework for their growth,
moral or philosophical, or simply that Capoeira can be uplift towards the higher levels of human knowledge,
perhaps elevating the status of a thorough knowledge and respected in all strata of the community and even the
elite thinkers on the planet.

But poultry has not developed among its practitioners as their motto this natural balance, this concern with ego
boundaries. It seems rather to be part of the reflections of thinkers unnecessary organic poultry ... Fortunately
many people are lining up to this proposal, to amplify the philosophical productions in poultry ... Proposed in
the foreground of this blogg here ... Let me make clear that all these reflections are closed forever, through an
interrogation. Solved problem in our ego, we grow in our social acceptability and respect toward us capoeiristas
beings extremely competent in their emancipation critical-reflexive, whose limit is the product and perhaps
only the lack of new horizons for travel or new perspectives for ascension of our warrior spirit to the threshold
of a higher spiritual power ...

But I admit to a strategic convenience and the production of an alibi prior to my arguments that the unresolved
issue is very delicate. It's like cutting our own flesh with the finesse of a ripper, we have to brood on things like
the negative effects of poultry, although they are being treated with the firm intention to raise the standards of
our perceptions and our relationship with the art of capoeira and the world around us, which puts us both in it,
as the world around us, and also around the world, as we said when we refer to the floor of the poultry in their
physical and symbolic world, the growth of its technique, its knowledge, its practitioners and advocates, and its
occupation of space, once surprising and very ... But we want more ... as Toni Vargas said in his work with
Nestor Capoeira, capoeira want to go off the planet ...!

Also please refer to the Master Pastinha, when he said that "its purpose is inconceivable to the wisest of
teachers," I believe that referring to all the possibilities that the poultry houses, inside and outside of the
wheel ... Due to the complexity of the topic, which had already started with my text The double-edged sword of
self in capoeira, I spent much time looking for a way to deal with it and not offend anyone. But unfortunately it
seems impossible! Is very difficult to control this eternal wave of egos running things! But we are following ...

Você também pode gostar