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ACESSÓRIOS Especificações de correntes especiais e cabos de aço

CRANE
ANO VIII NO 66 R$ 25,00 manuseio, movimenTAÇÃo e TRANSPORTE de cargas e materiais

BRASIL
PLANO DE RIGGING
Conceitos, metodologia e
importância dos projetos
de içamento

CASES
Estrutura para BRT e
galeria de transportador
de minério

PLATAFORMAS
INDICADORES Causas de acidentes
Levantamento de custos com cestas aéreas e
para balizar preços de locação cestos acoplados

DICAS Estabilidade dos guindastes sobre pneus e esteiras


CRANE
BRASIL Nesta edição
COMPARTILHAMENTO
Ao concluir esta edição da Crane 4 TELESCÓPIO
Brasil, estamos certos de ter cum- Plataforma digital no
prido, mais uma vez, o dever, sem- mercado de locação
pre presente em nossas ações, de
veicular informação qualificada aos 8 SEGUROS
Como evitar surpresas
profissionais do mercado em que nas apólices Imagem de Capa: IPS
estamos inseridos. Isso depente, é Engenharia de Rigging
claro, de dedicação diária por parte de nossa equi- 10 PLANOS DE RIGGING
pe. Mas, sobretudo, da colaboração de especialistas, O que é preciso saber sobre
que se dispõem a empenhar um pouco de seu tem- projetos de içamento (Parte 1)
po, para compartilhar conhecimento, em proveito de
todo o segmento. Temos procurado orientar a temá-
16 IÇAMENTO
Estrutura de 257 t para
tica da revista, desde o seu início – e lá se vão mais BRT no Rio de Janeiro
de 10 anos – para assuntos de interesse prático, do
dia a dia dos nossos leitores, em suas empresas. Já 18 AMARRAÇÃO
há algum tempo, temos um importante aliado nes- Especificação técnica de
se sentido, nas estatísticas de buscas em nossos cabos de aço
websites. Assim, através das chamadas métricas, 20 OFFSHORE
definimos a pauta de cada edição, com base nessa Lingas e cabos de
demanda real. altíssima resistência
Por exemplo, nos últimos meses, temos percebido
uma procura incessante por informações detalhadas 21 REVISTA HD
sobre planos de rigging e especificações técnicas
sobre acessórios de içamento e movimentação de
22 TECNOLOGIA
GIS, na Itália, e Fenatran,
cargas. E isso foi contemplado aqui e o será mais em São Paulo
adiante. Como também o interesse muito grande por
maiores detalhes sobre o Anexo XII da NR12 que re- 24 PLATAFORMAS
gulamenta o uso de cestas aéreas e cestos acoplados Acidentes com cestas aéreas
em guindastes. Para não falar de novas tecnologias e cestos acoplados
e dos “cases”, operações desafiadoras e bem suce- 26 INSPEÇÃO
didas, sempre, um referencial importante – que, Periodicidade versus
além do mais, contribuem para valorizar empresas Grau de Risco
e profissionais junto aos potenciais contratantes e à
sociedade de um modo geral. 27 GRUAS
Guindastes de torre
Wilson Bigarelli, na mineração
editor@cranebrasil.com.br
28 ERGONOMIA
?

A busca do conforto por


CRANE Brasil & R evis ta HD trás da robustez
São publicações da Editora Facto dirigidas aos
profissionais da área de movimentação e manuseio de cargas, 29 IÇAMENTO
construtoras, indústrias, projetistas, órgãos públicos, transportadoras, Montagem de galeria para
locadoras, distribuidores e usuários de equipamentos. transportador de correias
Redação: Rua Pereira Stéfano, 114, conjunto 911,
CEP 04144-070 - Brasil – São Paulo (SP), (11) 3477-6768 30 DICAS
Editor-Chefe: Wilson Bigarelli (MTB 20.183) Estabilidade de guindastes
Móveis (Parte 3)
editor@cranebrasil.com.br
Redação: Tébis Oliveira (Editora), Fernando Rezende e Marisa Santos 31 ACESSÓRIOS
Editor de Arte(Crane Brasil): Moacyr MW Diferenciais de correntes
Editor de Arte(Revista HD): Ari Maia para elevação de cargas
Fotografia: Gildo Mendes
Publicidade: 33 INDICADORES
Taís Malta (gerente comercial) Custos para balizar preços
tais@cranebrasil.com.br
de locação
(11) 3477-6768 34 INFOCRANE
Tudo por um fio de nylon

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Por R edação Crane Brasil

PLATAFORMA DE
integração operacional da Wework Labs e da Farm – que é o
braço de aceleração do Google na América Latina,

O BobTon é uma startup que desenvol-


veu, nos últimos dois anos, uma plata-
forma inovadora e inédita no mercado de
que também é parte societária.
Basicamente, a plataforma faz a integração
tecnológica entre contratantes e locadores de
? equipamentos. O BobTon, que tem à frente equipamentos. Documentos são trocados pela
profissionais experientes do segmento, como plataforma agilizando os processos internos de
Telescópio

Alessandro Vivian, realiza a cotação, contrata- homologação e mobilização. Os dados coletados


ção e a gestão operacional para a locação de alimentam o sistema de faturamento, eliminando
equipamentos de movimentação. Incluindo controle de divergências e dando transparência ao processo. A pla-
BDE’s, medição e controle de manutenção, dentre outras taforma já integrou contratantes de vários segmentos,
funções. Tudo através do BobChip um aparelho de teleme- como CC INFRA (construção), AngloGold Ashanti (minera-
tria. Hoje, o BobTon está rodando na versão 2.0. e já tem ção) e VLI (transporte ferroviário). Na outra ponta, já es-
cadastrados, de plataformas e empilhadeiras a guindastes tão cadastradas locadoras como
de 220 t. O BobTon conta com sistema de armazenamento a Passaredo, Cordeiro e Ferezin,
e segurança da Amazon, estrutural do Bradesco e técnico dentre outras.

RUMO assume
Fotos: Divulgação

concessão da Norte-Sul
BRASIL

4
CRANE

TADANO amplia
linha com DEMAG
A Tadano já responde pela linha Demag. Aquisição envol-
veu US$ 215 milhões e foi concluída dia 1º de agosto.
Meta é tornar-se líder global em equipamentos de elevação.
A afirmação é de Koichi Tadano, presidente e CEO da Tadano.
“Ampliamos mercado, adicionamos guindastes treliçados
sobre esteiras e aumentamos capacidade da linha AT.”
Linhas de equipamentos de elevação da Tadano chegam
agora a 80 modelos. Os treliçados têm capacidade de iça-
A Rumo assumiu a concessão dos tramos central e sul da
Ferrovia Norte-Sul. Empresa ganhou o leilão realizado
em 28 de março, pela Agência Nacional de Transportes Ter-
mento de 400 a 3.200 t. Por outro lado, a capacidade má- restres (ANTT). Maior operadora ferroviária do País, aguarda
xima de elevação da Tadano chega a 1.200 t com os 15 mo- agora renovação antecipada da Malha Paulista. Assinatura
delos AT da Demag. A linha Demag complementa a linha da do contrato contou com a presença de diversas autorida-
Tadano Faun GmbH (TFG). Transição será harmoniosa, para des. Dentre as quais, o presidente Jair Bolsonaro, e o minis-
integração de clientes, distribuidores e fornecedores. “Busi- tro da infraestrutura, Tarcísio Freitas. “Estamos aguardando
ness as Usual” é a mensagem da Tadano para os clientes da o parecer final do Tribunal de Contas da União”, diz João
Demag. Como subsidiária do Grupo Tadano, Demag passará Alberto Abreu, presidente da Rumo. Com isso, a maior ope-
a chamar-se Tadano Demag GmbH. Seu CEO é Jens Ennen, radora ferroviária do país irá investir R$ 7 bilhões. O que irá
executivo com histórico de liderança no setor. criar um corredor comercial inédito na América do Sul.

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QUANDO O SUCESSO
É SUA ÚNICA OPÇÃO

Conheça o maior guindaste terreno acidentado sobre 2 eixos!


Especificações do Guindaste Dimensões

Cap. Içamento Comp. Lança Comp. Jib Altura Max. Raio Max. Comprimento Comp. Transp. Largura Altura
Lança/Lança+Jib Lança/Lança+Jib

www.tadano.com
Por R edação Crane Brasil

COMPRA e venda de equipamentos


?
A Gordon Brothers, grupo internacional que atua na com-
pra e venda de ativos industriais, reforçou sua equipe
no Brasil. Gustavo Attencia assumiu a diretor comercial e in-
dustrial. Sua missão é identificar oportunidades nos setores
Telescópio

da agricultura, mineração, siderurgia. Gustavo é engenheiro


mecânico e conhece o mercado de equipamentos. Ele parti-
cipou diretamente do processo de compra e comissionamen-
to de aproximadamente 2.300 equipamentos do Consórcio
Construtor Belo Monte, no Pará. Ou seja, foi responsável pela
desmobilização do canteiro e venda dos equipamentos uti-
lizados no empreendimento.Segundo Gustavo Attencia, a
Gordon Brothers pode comprar os ativos e revendê-los. Ou
estabelecer uma parceria com seus proprietários, compar-
tilhando riscos e os lucros da venda. “Tudo irá depender da
necessidade do cliente: se ele precisa de liquidez imediata ou
pode aguardar um tempo.”
BRASIL

6
A LIEBHERR ATUALIZA 10.000 guindastes
CRANE

A locadora australiana MCG Cranes recebeu em julho o guindaste Liebherr LTM 1350-6.1, de
350 t, do centro de reparos da Liebherr, em Ehingen. Com essa unidade, a fábrica alemã tota-
liza 10 mil guindastes usados, remanufaturados e atualizados em suas instalações. O LTM 1350-6.1
é o maior guindaste AT da frota do MCG e será usado para montar e desmontar seus guindastes
de torre. Nesse update, a locadora encomendou, entre outros recursos, a incorporação de um con-
trole remoto no equipamento.
Fotos: Divulgação

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Demag®
AC 300-6
© Terex Cranes Germany GmbH 2019. Demag é uma marca comercial da Demag IP Holdings GmbH.

Mais alto e para além.


Eleve seus negócios a um nível mais alto com o novo Demag AC 300-6. Ele é capaz
de atingir alcance e força inigualáveis, como levantar 15 t até a ponta da sua
lança de 80 m. Para quem deseja versatilidade, o AC 300-6 pode ser adaptado
para as mais variadas necessidades e tarefas, sendo o menor dos guindastes da
linha Demag AC com uma lança auxiliar articulada. A lança auxiliar articulada
HAV e muitos dos seus componentes são intercambiáveis com os guindastes
Demag de 5 eixos – otimizando o seu investimento e reduzindo a quantidade
de sobressalentes que você precisa manter à mão.

Above. Ahead. Always.


?

CONTRATEI O SEGURO:
Seguro

posso ficar tranquilo?


Por A lberto Garufi*

A proteção do patrimônio
é uma importante etapa,
mas não exime ninguém
de boas práticas, como não
garante que as apólices
contemplem tudo

O
que exatamente eu aca- mas, para indenizá-lo de “evento da- daste, como são transportados, o
BRASIL

bo de contratar ? Quais noso”, decorrente de “acidente”. O que ocorre se precisar trabalhar so-
são meus reais direitos? termo “acidente” é utilizado quando bre uma plataforma flutuante. Se
Que tipo de surpresa eu vou ter da o “evento danoso” ocorre de forma o guindaste pode operar dentro do
8 empresa a qual me fidelizei? Pare- súbita, imprevista e exterior ao bem porto, pode ser içado ou transporta-
ce tudo um mistério, que somente atingido. do em balsa? E se o acidente ocorrer
CRANE

será revelado na hora de eventual Se a empresa não registra as manu- na montagem? Está amparado em
acidente.Se você é um deles, ou se tenções, se ela não comprova a qua- sua apólice? Será que tudo isto está
sente como um deles, talvez esta seja lificação e formação de seus opera- contemplado em sua apólice?
uma ótima oportunidade de falar- dores, se ela não demonstra que fez E finalmente, repense a forma
mos sobre o tema. um planejamento de “rigging”, en- como contrata sua seguradora. Fo-
Esta revista tem, como temas re- tão pode se preparar para ter muita car tão somente no custo que ela
correntes, artigos técnicos que falam dor de cabeça para receber eventual apresenta não a qualifica como me-
sobre a segurança, a qualificação prejuízo. lhor, ou pior.
dos profissionais, a importância das Mais do que nunca, as empresas O importante é se ela entende
manutenções e o planejamento das precisam entender que não haverá sua operação, qualificando-se como
operações, com o objetivo de miti- espaço no mercado de seguros para uma parceira na hora de uma neces-
gar e reduzir as incidências de aci- quem não está apto em atender as sidade. Na próxima edição, vamos
dente – e, tudo isso, vem de encon- questões de segurança. falar especificamente sobre o con-
tro às exigências das seguradoras. Não menos importante é a figura trato de seguro, suas coberturas e
Esse é o primeiro passo para que de seu consultor na formalização do como você deve solicitar seu seguro
as apólices de seguro não pareçam contrato de seguro. Fale com seu na hora de fazer a sua cotação.
um redemoinho de pegadinhas e consultor, procure explicar como é
truques para se evitar uma eventual a sua atividade, especificando a ele * Alberto Garufi é
indenização. como são efetuadas suas operações, Engenheiro Mecânico e Consultor de Seguros,
Atente-se que, no entendimento para que ele possa analisar se as co- especializou-se em seguros
da seguradora, as apólices não estão berturas ofertadas na apólice não para máquinas e equipamen-
tos. Trabalhou nas multinacio-
lá para recompensar ou reembol- são inadequadas ou insuficientes. nais Marsh e Zurich. Sugestões
sar o segurado por negligenciar as Ele sabe o que é uma operação e comentários enviar para
premissas de uma operação segura, conjunta? Como se monta um guin- alberto@garufiseguros.com.br
PLANEJAMENTO
de içamento e
movimentação
de carga
? (parte 1)
Rigging

Por R edação Crane Brasil


Consultoria: Camilo Filho, Alexandre Vaccari, Leonardo Scalabrini,
Diego Silva, Leonardo Roncetti, e Wildes Larcher Neto (*)

O que é Plano de Rigging,


quando ele é obrigatório, quantos
equipamentos envolve, quando
BRASIL

recorrer a terceiros e como


colabora na redução de custos
10

N
ão há dúvida de que a palavra Um Plano de Rigging deve conter, gência ou não por parte do contratante
“rigging” remonta aos anti- no mínimo, as seguintes informações: dos serviços. Há quem diga, inclusive,
CRANE

gos veleiros – sendo o “rigger” Dados Gerais da Operação (Em- como Leonardo Roncetti, que um
o marujo que preparava as cordas para presa, Local, Área, Carga, Número “projeto de içamento” (expressão
a lona ou o tecido para o mastro. Tan- da ART); que ele considera mais completa
to que, até hoje, na tradução do inglês, Detalhamento Operacional (Guin- do que plano de rigging) é obriga-
significa cordame, ajuste ou arranjo. A daste, Raio, Lança, Capacidade Efetiva tório, sim, em “qualquer situação”.
expressão “Plano de Rigging”, que é o de Içamento, % Utilização, Fatores de Ele alerta que qualquer atividade de
que nos interessa aqui, deriva do “Ri- Segurança, Velocidade do Vento); engenharia, implícita e legalmente, exi-
gging Plan” e do “Lifting Plan” norte- Estudos de Rigging (Tensões e For- ge projeto e planejamento, e isso inclui
-americanos combinados. Ou seja, a çar Resultantes, Detalhamento dos também as operações de elevação de car-
metodologia de amarração da carga e Materiais e Acessórios de Içamento); gas. A diferença está na complexidade e
dos materiais e acessórios que deverão Patolamento (Cargas Exercidas pelas frequência das operações.
ser utilizados – e o içamento em si. Isto Patolas, Área de Patolamento, Resis- “Se for uma operação complexa, vai
é, o planejamento do içamento e mo- tência exigida do solo/terreno). exigir um projeto mais complexo e
vimentação da carga. Tabelas de Cargas Utilizadas; e De- específico. Se for uma operação roti-
É o documento formal que represen- senhos da Operação (Vistas Superior e neira, o projeto é feito uma única vez
ta todo o planejamento da operação Frontal/Lateral do início e fim da ope- e utilizado sempre que a operação for
de movimentação de carga que será ração de içamento). realizada. Em caso de acidente e perícia
realizada. A função básica de um Plano de engenharia, mesmo que o içamento
de Rigging é, através de desenhos e cál- OBRIGATORIEDADE tenha sido simples, é muito difícil uma
culos, dimensionar os equipamentos Se não há uma norma específica no empresa se justificar se não tiver um
e acessórios adequados ao trabalho, e Brasil exigindo um Plano de Rigging projeto de içamento”.
identificar os riscos,estabelecendo me- em operações de içamento, não é por Cabe, evidentemente, a um espe-
didas mitigatórias para que este risco se isso que ele não seja obrigatório em cialista avaliar o quanto a operação
mantenha em um nível aceitável. muitas situações – independente da exi- é rotineira ou complexa. Segundo

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Leonardo Scalabrini, para QUADRO 1
determinar a obrigatorie- (a) U m guindaste realizando um içamento
dade da elaboração de um que exceda 85% da sua capacidade tabela-
Plano de Rigging é necessá- da, considerando-se ainda a sua posição e
rio avaliar uma série de fatores, como o configuração durante o içamento.
peso, volume e geometria da carga a ser (b) Um içamento múltiplo.
içada, bem como variáveis relacionadas (c) Um içamento de pessoas em uma pla-
à altura de içamento, conhecimento do taforma de trabalho sendo içada ou presa a
centro de gravidade, forma de amarra- um guindaste ou um guincho.
ção, condições climáticas e ambientais, (d) Um içamento no qual o C.G. muda du-
proximidade de interferências críticas rante o içamento.
e quantidade de guindastes. “Esses são (e) Um içamento no qual o comprimento
apenas alguns exemplos. Contudo, é de uma ou mais pernas da lingada muda du-
importante destacar que cada atividade rante o içamento.
possui uma complexidade específica, e (f) Um içamento executado por um guin-
caberá ao Rigger avaliar a necessidade daste ou guincho embarcado em uma balsa
de elaboração do Plano de Rigging”. O flutuando, que exceda 75% de sua capacida-
ideal, diz ele, é utilizar uma matriz com de tabelada.
pontuação dos fatores referidos que im- (g) Um içamento próximo de redes ener-
plicará na exigência (ou não) do Plano gizadas ou tubulações vivas, principalmente
de Rigging. com fluidos perigosos.
(h) O içamento de uma carga que esteja
IÇAMENTOS CRÍTICOS submersa.
Camilo Filho também re- (i) Um içamento sobre áreas industriais
comenda que, mesmo os em operação, usinas atômicas, áreas ur-
içamentos mais simples ou com baixo banas, edifícios e etc., que não podem ser
fator de utilização do guindaste, sejam evacuados.
verificados e documentados com um (j) O içamento de um equipamento de va-
formulário, para garantir que aconteçam lor agregado muito alto ou de difícil reposi-
dentro dos padrões de segurança e dos ção na cadeia produtiva.
limites do equipamento e do pessoal. k) Içamento onde o cliente tem seus próprios
Ou seja, não é necessário um plano de critérios da necessidade do plano de rigging.
rigging formal nessas condições, mas há As situações citadas por Camilo Filho
de se ter um mínimo de planejamento. resumem o que os especialistas do setor
“Existe um ditado que diz ‘quem falha consideram içamentos críticos e, por-
em planejar, está planejando a falha!’. tanto, complexos e nada rotineiros. A
Esse ditado cabe muito bem na mo- grande maioria das empresas,
vimentação de carga”. Em seus 38 lembra Wildes Larcher Neto,
anos de experiência no setor, ele já exige a elaboração do plano
identificou uma série de situações em de rigging (planejamento de-
que o Plano de Rigging é necessário talhado e formalizado) para
(Quadro 1), embora ressalte que existem operações enquadradas em “Içamento
outras, que também não podem prescin- Crítico” e um planejamento simplifica-
dir de um bom plano. “Se você tem um do e formalizado para operações enqua-
planejamento do trabalho, documenta- dradas em “Içamento Normal”.
do (plano de rigging) e que foi compar- “Essa classificação de içamento (nor-
tilhado com a equipe, é quase como ter mal ou crítica) é dada através de uma
uma apólice de seguro de que o içamen- análise de risco realizada pelas próprias
to ocorrerá sem imprevistos”. empresas”, diz ele. Há, no entanto,
alguns critérios previamente conhe-
cidos pelos especialistas para estabele-
cer se um içamento é crítico ou não.
(Quadro 2):

? QUADRO 2
O peso total da carga excede 75 ou 85%
Rigging

da capacidade de trabalho (considerando a


carga bruta);
Dois ou mais guindastes serão usados no
içamento;
Trabalhos próximos a redes elétricas
energizadas;
No caso de desmontagem, onde o centro
de gravidade e peso são duvidosos;
O içamento será realizado com carga sub-
BRASIL

mersa ou guindaste sobre balsa; EQUIPAMENTOS


O içamento está sendo executado numa Um Plano de Rigging pode referir- seria necessário um guindaste de es-
área industrial em operação; -se a um ou vários equipamentos. teiras de grande capacidade. Tendo
12 O içamento está sendo executado numa Como diz Leonardo Scalabrini , o em vista o custo, optou-se por usar
área habitada que não pode ser evacuada; que determina o Plano de Rigging é dois guindastes telescópicos. Como
CRANE

A carga contém substâncias pressurizadas; a carga. Assim, se para o içamento de eles não têm capacidade de pegar e
Liberação significativa de produtos quími- uma carga for necessária a utilização montar diretamente, há que se fa-
cos ou outros materiais perigosos ou outras de dois ou quatro guindastes, por zer um reposicionamento das vigas
condições indesejáveis; exemplo, todas as configurações dos para depois sim iça-lás até os pilares.
Trabalho de içamento em cotas negativas, guindastes utilizados devem ser deta- Nesse caso, é preciso fazer o plano da
A carga exige cuidados de manuseio espe- lhadas no Plano de Rigging. Poderá remoção e o da instalação das vigas.
ciais em razão de seu formato pouco usual, haver um desdobramento em mais Outro exemplo, que pode ajudar a
tamanho, peso, folgas geométricas, fragili- planos se, por exemplo, houver a ne- ilustrar, é o trabalho com duas má-
dade e outros fatores incomuns; cessidade de indicar separadamente o quinas de esteiras, andando e giran-
A carga contém líquidos ou outros mate- acesso e montagem destes guindastes do com a carga suspensa. Neste caso,
riais (totais ou parciais) sobre os quais pode utilizados. como há mudança de raio e deslo-
haver deslocamento do centro de gravidade; Como lembra Leonardo Roncetti, camento, é preciso mostrar, nas di-
O içamento exige outros equipamentos além Plano de Rigging não é um desenho ferentes fases do trabalho, que estão
do guindaste. Ex.: Pórticos, guinchos, etc; e, sim, um conjunto de documen- sendo atendidos todos os critérios de
A carga é de alto valor; tos que transmitem as informações segurança e parâmetros operacionais.
O operador de guindaste não tem linha de necessárias à execução do içamento. Em resumo, diz Diego Silva,
visão e não consegue ver a carga que será içada; Portanto, vai depender de cada ope- não há uma quantidade máxima
A carga não pode ser recolocada no solo ração, visto que há casos em que os de guindastes em um Plano de
depois de ser içada; guindastes devem estar totalmente Rigging, e nem de planos de rig-
Içamento de pessoas (neste caso o guin- sincronizados. ging em uma operação. “Quan-
daste não deve operar com mais de 50% de Camilo Filho exemplifica: na mon- to mais complexa a operação,
sua capacidade); tagem de um viaduto, as vigas foram mais complexa será sua documenta-
Com base em sua experiência profissional, fabricadas em um determinado lo- ção. O importante é que tudo seja
o operador de guindaste acredita que o iça- cal e para iça-lás diretamente do seu exposto no plano de içamento, item
mento é crítico; ponto de fabricação para os pilares, a item, guindaste a guindaste”.

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BRASIL
TERCEIRIZAÇÃO
Quando a empresa contratada para
um içamento não tem a expertise ne-
cessária, evidentemente, é preciso re- 13
correr a terceiros. “Se não tiver alguém

CRANE
para fazer a gestão da atividade, inspe-
cionar equipamentos, ter visão espacial
do trabalho, já é um motivo para ter
uma assessoria de rigging”, diz Diego
Silva. O problema é essa mesma em-
presa reconhecer que, em seus quadros,
ela não conta com “um corpo técnico
habilitado, ferramental ou informação
adequada para a execução de um Plano
de Rigging” e, portanto, deve subcon-
tratar um especialista”, como re-
comenda Alexandre Vaccari. Isso
dependerá, na prática, do desafio
que a empresa tem pela frente.
“O projeto das operações de
içamento pode tornar-se com-
plexo, sendo também cheio de par-
ticularidades que, se não atendidas,
podem gerar acidentes. Sugere-se que,
se a empresa não tem experiência, seja lidade do projeto é imprescindível para locadoras de guindastes quanto para
assistida por um engenheiro”, diz Le- que não haja conflitos de interesses”. empresas de engenharia, construção e
onardo Roncetti. Nesse ponto, é importante notar, montagem. No Quadro 3, Leonardo
Terceirizar a atividade também é que a opção de contratar ou não uma Scalabrini mostra, em ambos os casos,
importante, segundo Wildes Larcher empresa especializada em rigging é quando realmente é necessário recor-
Neto, “em situações onde a imparcia- uma questão que se coloca tanto para rer a terceiros.
?
Rigging
BRASIL

14
CRANE

LOCADORAS 3.Quando não possuem guindastes pró- tros casos, a contratante tem expe-
1.Quando não possui departamento in- prios para utilização. riência, como, por exemplo, uma
terno de elaboração de Planos de Rigging. 4.Quando a elaboração do Plano de Ri- locadora de guindastes, onde sua
2.Quando ocorre uma demanda específi- gging envolve cálculos específicos de dis- influência no plano de rigging deve
ca para elaboração de Planos de Rigging em positivos de içamento (balancins, vigas), ser maior”.
grande volume. cálculos do centro de gravidade da carga, De um modo geral, diz Camilo
3.Quando a elaboração do Plano de Ri- locais com ação do vento consideráveis. Filho, “para o sucesso do projeto,
gging envolve cálculos específicos de dis- o contratante tem que andar par e
positivos de içamento (balancins, vigas), CONTRATANTE passo com a empresa de consultoria
cálculos do centro de gravidade da carga, Leonardo Roncetti lembra que que está encarregada do seu plane-
locais com ação do vento consideráveis. o nível de envolvimento do con- jamento, fornecendo informação
tratante varia bastante. “Ele pode de qualidade, precisa e a tempo”.
ENGENHARIA/CONSTRUÇÃO/ não ter experiência alguma, como No mesmo sentido, Leonardo Sca-
MONTAGEM uma empresa que contrata uma labrini lembra que o contratante é
1.Quando não possui departamento in- única vez o içamento. Nesse caso, corresponsável em um Plano de Ri-
terno de elaboração de Planos de Rigging. o envolvimento vai ser baixo, e as gging, “uma vez que existem infor-
2.Quando em processo de orçamento de decisões devem ser tomadas pelo mações que ele deve validar, como,
grandes concorrências. engenheiro de içamento. Em ou- principalmente, a resistência do ter-

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reno/solo que rece- segurança, a otimização do tamanho
berá o guindaste”. e capacidade dos guindastes, é uma
O envolvimento, das premissas de elaboração do Pla-
aliás, é fundamen- no de Rigging”, diz Leonardo Sca-
tal desde o início. labrini. Ou seja, os equipamentos
“Em uma concor- serão dimensionados corretamente,
rência, o contratante evitando aplicações errôneas, como
deve disponibilizar a utilização de mais equipamentos
o máximo de in- que o necessário ou também equi-
formações possíveis
e quantitativos do
pamentos superdimensionados ou
em configuração desnecessária, ge-
Elaboração de
processo para elabo- rando aumentos nos custos logís- PLANOS de RIGGING
ração dos planos de ticos, por exemplo. “O estudo de
rigging desejados”. rigging também analisa ‘janelas’ do
“O envolvimento projeto, que permitem otimizar o Supervisão Técnica
do contratante se dá
na decisão da estra-
número de equipamentos”, acres-
centa Camilo Filho. de Içamentos
tégia de rigging a ser “Com um bom planejamento”,
seguida, visto que,
em primeiro ins-
diz Wildes Larcher Neto, “ é possí-
vel detalhar cada fase da operação,
Treinamentos de
tante, o responsável
pelo planejamento
antecipando situações que possam
afetar o cronograma das atividades
RIGGERs e
de rigging apresenta e, consequentemente, acarretando OPERADORES
algumas opções viá- em custos adicionais – como, por
veis tecnicamente”, exemplo, hora/ máquina, hora/
complementa Wildes homem e produção, dentre outros.” Inspeção e Laudos
Larcher Neto. Há
escolhas a serem fei-
Um outro aspecto não deve ser es-
quecido. Como lembra Leonardo em Guindastes
tas nesse momento. Roncetti, os custos decorrentes “de
Como, por exemplo,
uso de guindastes
acidentes e futuros processos judi-
ciais e de indenizações”, também
Consultoria
telescópicos ou tre- podem ser evitados com um bom
liçados, içamento
conjugado com dois
plano de rigging. Software CranePRO®
guindastes simultâneos, remoções * Camilo Filho
técnicas com utilização de pórticos (especialista em içamentos pesados e consul-
tor da IPS Engenharia de Rigging),
hidráulicos ou estruturas provisórias Alexandre Vaccari
em andaimes tubulares. E indicação (supervisor de treinamento da Terex Latin
das adequações necessárias para cada America),
opção sugerida. Tais como a retira- Leonardo Scalabrini
(diretor da Crane Engenharia),
da de interferências, construção de Diego Silva
apoios ou dispositivos. “Com essas (Diego Alves, diretor da A.G.S. Engenharia
opções, o contratante analisa o im- de Rigging e Treinamento, Leonardo Roncetti
pacto causado pelas adequações, (diretor da TechCon Engenharia), e
Wildes Larcher Neto
os custos para cada opção e define (responsável técnico pela Desperte Engenharia).
qual a estratégia mais interessante”.
Nas próximas edições da Crane Brasil, outros
OTIMIZAÇÃO aspectos envolvendo elaboração de Planos de
Não há dúvida que um Plano de Rigging serão abordados. Tais como: qualifi-
Rigging pode ser um fator impor- cação de pessoal responsável, documentação,
tante para a redução de custos. Mas, softwares e tecnologias embarcadas, suporte de
fabricantes e estrutura de uma área de rigging. CRANE ENGENHARIA
exatamente, por quê? “Ao lado da
(31) 2515-8700
(31) 99136-3015
contato@crane.eng.br
www.crane.eng.br
?
Movimentação
DE ESTRUTURA DE 257 T
Içamento
BRASIL

16
CRANE

A
Guindastes Tatuapé reali- Por R edação Crane Brasil operacional de 26 m, foi utilizado
zou, na madrugada de 13 Guindaste Treliçado Esteiras Manito-
para 14 de julho, o içamen- woc M 18.000, de 750 t, tendo como
to, e a colocação em sua base defini- Operação realizada equipamento auxiliar o guindaste te-
tiva, de uma estrutura metálica com lescópico Liebherr LTM 1220-5.2, de
257,18 t, para a obra do BRT, no bair-
na madrugada 220 t. O transporte dos contrapesos
ro do Caju, no Rio de Janeiro (RJ). A atendeu projeto de e acessórios de cada guindaste foi fei-
mobilização e o início dos serviços foi to com 40 conjuntos transportadores
feita com antecedência de 37 dias, a
implantação do BRT Randon (Extensiva 3E), para 28 t, e
partr do dia 6 de junho. A contratan- no bairro do Caju, sete pranchas 4E da mesma marca,
te foi a Brafer Construções Metálicas, com capacidade para 60 t.
tendo como cliente final o Consórcio
na cidade do Um importante diferencial ofereci-
Trans-Brasil. Na operação, com raio Rio de Janeiro do pela Guindastes Tatuapé foi a cola-

JULHO-AGOSTO 2019 ACESSE WWW.CRANE BRASIL .COM.BR


boração no detalhamento de todos os pela concorrência.” um ajudante sinalizador (guindaste
estudos de rigging para o projeto. Os De acordo com ele, não houve ne- principal) e um ajudante sinalizador,
equipamentos relacionados na solução nhum tipo de contratempo. A mon- para o guindaste auxiliar. Além de um
técnica apresentada também foram tagem e desmontagem dos guindastes supervisor operacional, um técnico de
decisivos, segundo Marcelo Monteiro, foi feita em 235 horas e a operação de rigging e um mecânico para o atendi-
gerente comercial da Guindastes Ta- içamento, como previsto, foi executada mento do pacote de serviços. Confor-
tuapé. “A flexibilidade e seus atributos em 35 horas corridas. Para cada equi- me o plano de manutenção preventiva,
(acessórios e tabela de cargas) eram su- pamento, a empresa deslocou, além do técnicos (deslocados da matriz) realiza-
periores aos equipamentos oferecidos operador, quatro ajudantes técnicos e ram a manutenção periódica.

BRASIL
17

CRANE
?
Especificação técnica tico do cabo na entrega não deve ser
superior a 5% do diâmetro nominal
do cabo. O diâmetro prático do cabo

DOS CABOS DE AÇO muda dependendo da carga aplicada.


Portanto, o diâmetro efetivo do cabo
Amarração

deve, em casos críticos, ser medido em


O que é preciso considerar no momento da reposição um cabo carregado com 5% da resis-
tência à ruptura calculada.
para evitar escolhas erradas e, consequentemente,
aumentar o risco de falhas e acidentes 3) Classes de cabos de aço
Por F ernando Fuertes (*)
Por L eonardo Roncetti * Os cabos de aço são divididos em

H
á uma grande variedade de ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA dois grupos básicos:
equipamentos de movimen- 1) Comprimento (em metros) NÃO RESISTENTES À ROTAÇÃO (ROTATIVOS)
tação de cargas que utilizam O comprimento do cabo de aço for- Principais Classes Convencionais
cabos de aço. A demanda das indús- necido, sem nenhuma carga, deve ser 6x19+AACI, 6x36+AACI
trias ao longo dos últimos anos exigiu equivalente ao comprimento especifi- Principais Classes Especiais - Compactados
máquinas mais velozes, maiores, mais cado, sujeito às seguintes tolerâncias: 8x19+ACCI, 8x36+AACI
leves, com maior carga de trabalho e ≤ 400m = 0 a +5%; RESISTENTES À ROTAÇÃO (NÃO ROTATIVOS)
ruptura, além de maior performance e > 400 m e ≤ 1000 m: 0 a +20m Principais Classes Convencionais Principais
tecnologia. Para tal, foram necessários > 1 000 m: 0 a +2% 18x7, 34(M)x7
investimentos em pesquisa e desen- Classes Especiais - Compactados
volvimento por parte dos fabricantes 2) Diâmetro nominal (em mm) 35(W)x7
BRASIL

de cabos de aço, buscando o aumento O diâmetro prático do cabo de aço Dentro de cada classe temos as cons-
de performance e da carga de ruptura, deverá ser medido com o paquímetro truções onde basicamente teremos a va-
através da otimização das construções corretamente posicionado nas pernas riação do número de arames por perna.
18 de cabo, ligas de aço e processos de fa- do cabo de aço, de acordo com as ilus- O uso de cabos rotativos ou não rota-
bricação, dentre outros. A norma téc- trações abaixo: tivos dependerá da concepção do projeto
nica internacional de fabricação dos ca- da máquina. Pelo fato de termos arames
CRANE

bos de aço é a ABNT NBR ISO 2408. torcidos entre si formando pernas e, na
Todos esses equipamentos possuem sequência, as pernas torcidas sobre uma
ou deveriam possuir, em sua docu- alma formando o cabo, naturalmente, ao
mentação ou manual de operação, os aplicarmos tensão no cabo acabado, ha-
certificados de fabricação dos cabos de verá uma tendência de distorção no sen-
aço originais. Esses certificados contêm tido contrário ao da torção inicial. Esse
as especificações técnicas completas fenômeno poderá ser cancelado com o
para a futura reposição. Muitas empre- equilíbrio de torque – o que é consegui-
sas não acessam ou não possuem esses do através do emprego de cabos de aço
documentos e, no momento da falha Devemos distinguir o diâmetro no- que possuam sentido de torção opostos.
do componente, recorrem ao merca- minal e o diâmetro prático dos cabos. Fato esse que ocorre muito em pon-
do munidas apenas do diâmetro ou de O diâmetro nominal do cabo de aço é tes rolantes industriais e em guindastes
uma foto do cabo instalado no equipa- um valor teórico acordado para o di- móveis portuários sob pneus, onde são
mento – colocando em risco a operação âmetro do menor círculo circunscre- empregados cabos com torção esquerda e
pela possível substituição errônea do vendo as pernas externas. O diâmetro direita simultaneamente, porém sem so-
produto original. Muitos profissionais prático do cabo é o diâmetro do menor breposição de camadas no tambor. Nos
usuários também não estão atualizados círculo que envolve todas as pernas ex- guindastes de lança telescópica, utiliza-se
tecnicamente para realizar a inspeção e ternas, conforme medido no próprio apenas um cabo de aço no tambor prin-
a devida manutenção destes produtos, cabo. A faixa de tolerância para o di- cipal, porém do tipo não rotativo (resis-
elevando desta forma o risco de falhas e âmetro prático do cabo é especificada tente à rotação). Neste caso, o equilíbrio
a substituição prematura dos mesmos. em normas nacionais e internacionais. de torque é obtido no próprio projeto e
A inspeção dos cabos de aço instalados De acordo com a norma ABNT NBR construção do cabo, onde temos a alma
em equipamentos deverá ser realizada ISO2408, está entre 0% e + 5% (para com torção em um sentido e as pernas
em conformidade com a norma ABNT diâmetros nominais de cabo ≥ 8mm) externas no sentido oposto, conforme a
NBR ISO 4309. Isso significa que o diâmetro prá- ilustração a seguir.

JULHO-AGOSTO 2019 ACESSE WWW.CRANE BRASIL .COM.BR


Nos cabos de torção regular, o sentido todos os arames que compõem o cabo)
de torção dos arames das pernas é oposto multiplicada pela resistência à tração no-
ao sentido de torção das pernas do cabo e minal do cabo de aço. A carga mínima
nos cabos de torção Lang, o sentido de tor- de ruptura do cabo de aço é a força de
ção dos arames das pernas é equivalente ao ruptura calculada do cabo multiplicada
sentido de torção das pernas do cabo. pelo fator de rotação.
Cabo de aço
resistente à rotação
Cabos de torção regular ou lang à es- A carga real de ruptura de um cabo
querda possuem as pernas perfazendo o de aço é a resistência à ruptura do cabo,
4) Tipos de alma sentido anti-horário (Z) e cabos de tor- conforme determinado em um teste de
As almas têm a função de dar apoio ção regular ou lang à direita possuem as tração. Um novo cabo de aço deve atin-
e sustentação para as pernas externas. pernas perfazendo o sentido horário (S). gir uma força de ruptura real igual ou
Evoluíram em sua construção com o Vantagens dos cabos de torção regular: superior à resistência mínima à ruptura.
passar dos anos e atualmente são um - Melhor estabilidade estrutural; A resistência à ruptura de um cabo de
importante componente do produto - Um maior número de fios partidos é permitido; aço pode ser maior, aumentando a área
final agregador de performance e carga - Fácil identificação de fios partidos. metálica do cabo (por exemplo, usan-
de ruptura. Nos cabos de alta perfor- do pernas com fatores de enchimento
mance, são comumente compactadas e Vantagens dos cabos de torção lang: maiores ou compactando as pernas),
plastificadas para se evitar o contato me- - Melhor contato nas ranhuras das polias; aumentando a resistência à tração dos
tálico direto com as pernas dos cabos, a - Melhor resistência á abrasão; fios individuais ou aumentando o fator
penetração de agentes externos tal como - Melhor comportamento em tambores com de rotação do cabo. Isso também pode
água, poeira, terra, preservando o lubri- enrolamento multicamada. ser alcançado melhorando as condições
ficante original em seu interior e melho- de contato entre os elementos de cabo

BRASIL
rando a estabilidade estrutural do cabo. 6) Tipo de acabamento usando um preenchimento de plástico.
AF – Alma de fibra (sisal) (polido ou galvanizado) A norma ABNT NBR ISO 2408 traz
AA – Alma de aço (perna de cabo de aço) Cabos de aço com acabamento polido as principais construções de cabo e suas
AACI – Alma de aço formada por cabo independente não possuem tratamento anticorrosivo. tabelas de carga de ruptura mínima efe- 19
AACI Plast – Alma de aço formada por cabo Cabos de aço com acabamento galvani- tiva por faixa de resistência dos arames.
independente plastificada zado passam pelo processo de galvaniza- Trata-se de valores mínimos aceitáveis,

CRANE
AACI CompPlast – Alma de aço formada por cabo ção eletrolítica e possuem uma camada porém a carga de ruptura poderá variar
independente compactada plastificada de zinco que garante proteção adicional entre diversos fabricantes, á depender da
contra a corrosão. tecnologia empregada e diferentes tipos
de matéria-prima.
7) Faixa de resistência dos arames
AACI (1770-IPS, 1960-EIPS, 2160-EEIPS); 9) Tipo de acabamento das extremidades
Compactada e A resistência à tração de um arame é Existem diversos tipos de acabamento
Plastificada definida como a força máxima de tração para as extremidades dos cabos de aço.
que um arame pode suportar na direção Em guindastes de lança telescópica, em
5) Tipo e sentido de torção longitudinal sem quebrar, dividido pela geral as extremidades são fixadas na la-
Há dois tipos de torção: seção transversal do arame. A força de teral do tambor com um soquete tipo
REGULAR OU LANG. tensão nominal de um arame é um valor cunha e a outra extremidade possui um
teórico, e a força de tensão real do ara- “end stop” que é encaixada em um so-
Torção Torção
me não deve cair abaixo da resistência à quete de engate rápido ou também apli-
regular lang
tração nominal e só deve excedê-lo em ca-se o soquete cunha no moitão. Há
limites definidos. Cabos de aço com outros tipos de terminações disponíveis
resistência à tração nominal dos arames e é de extrema importância mencionar a
1770 N / mm2, 1960 N / mm2 e 2160 correta especificação técnica e seus deta-
N / mm2 são comumente usados. lhes dimensionais.
Ilustrações: Verope AG

* Fernando Fuertes, é
8) Carga de ruptura mínima efetiva (tf); engenheiro, especialista com
A resistência à ruptura calculada de mais de 20 anos de experiência
um cabo de aço é definida como a se- em operações de movimenta-
ção e transporte de cargas com vários cursos de
ção transversal metálica de um cabo de especialização e inspeção feitos no Brasil e no ex-
aço (a soma das seções individuais de terior. Atualmente é gestor técnico na Amarração
Serviços de Inspeção, Treinamento e Consultoria
Técnica. Sugestões e comentários enviar para fer-
nando@amarracaodecargas.com.br
Por L eonardo Roncetti *
?

LINGAS
Offshore

ESPECIAIS
para
içamento offshore

Foto: DSM Dyneema


( PARTE 1)
BRASIL

Fibras de altíssima resistência despontam como importante alternativa


para superar desafios atuais no segmento
20

C
om a evolução da ciência dade dos guindastes ou guinchos. coeficiente de atrito, que pode ser
CRANE

dos materiais e a necessida- Para o mesmo caso, o peso próprio desvantagem em algumas operações;
de de içamentos e instala- do cabo de aço pode representar baixa resistência à altas temperaturas
ções submarinas em profundidades até 40% do peso içado, deman- e possível ressonância em instalações
cada vez maiores, a indústria offsho- dando equipamentos maiores; alta de águas profundas.
re busca vencer os desafios com resistência à fadiga; resistência aos As aplicações das lingas e cabos
tecnologia. Entre elas está o uso de raios ultravioleta, produtos quími- com fibras de HMPE são vastas, tais
lingas e cabos de fibras especiais, cos e água salgada; alta resistência como: instalação de equipamentos
fabricados com HMPE (High mo- à abrasão e corte – diferentemen- submarinos no leito do mar, utilizan-
dulus polyethylene) ou polietileno te das fibras convencionais, o que do-se guindaste ou guincho, onde o
de alta densidade molecular, substi- permite vida útil longa, baixo co- peso do cabo, que pode ter até 3 mil
tuindo os cabos sintéticos comuns. eficiente de atrito, fácil inspeção, metros de comprimento praticamen-
O HMPE dá origem a uma fibra manutenção e reparo. te não vai contribuir para o peso da
de altíssima resistência e leveza, e Como qualquer tecnologia nova, carga içada; utilização direta como
quando utilizada na fabricação de há desafios a serem vencidos. Tais cabo do guindaste; utilização como
cabos para lingas ou cabos de tração como: cultura e consolidação do linga de içamento para qualquer apli-
direta, traz grandes vantagens no uso cabo de aço, pois hoje há domínio cação, sendo mais leves que as lingas
em içamento offshore ou instalação técnico na aplicação do mesmo pe- de cinta têxtil convencionais.
de equipamentos no fundo do mar. los engenheiros e ótima previsão do * Leonardo Roncetti, é
Entre as vantagens tem-se: resis- desempenho; necessidade de consoli- engenheiro doutorando
tência equivalente ao cabo de aço dação de normas técnicas internacio- em içamento offshore pela
com peso sete vezes menor, tornan- nais com especificações mínimas; ne- COPPE-UFRJ, mestre em
estruturas offshore pela
do-a muito mais fácil de manusear; cessidade de equipamentos especiais COPPE-UFRJ, e diretor da
peso neutro ou flutuação na água, para recolher e lançar o cabo com TechCon Engenharia e Consultoria.
portanto, não consomem capaci- compensação ativa de heave; baixo Contatos: leonardo@techcon.eng.br

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REVISTAHD.COM.BR

Nº 43 – ANO VI – R$ 25,00

UMA PUBLICAÇÃO

Tecnologia

GIS’2019
ENCONTRO ITÁLIA NA
A medieval Piacenza sedia, de 3 a 5 de outubro, evento internacional
de elevação, transporte e movimentação portuária

FENATRAN’2019 PLATAFORMAS

Salão dos Transportes em São Paulo Saiba por que acidentes com cestas aéreas
promete superar todas as expectativas e cestos acoplados contiuam a ocorrer
Tecnologia HD por»Redação HD

DUAS FEIRAS PARA O SETOR


EM OUTUBRO
GIS, na Itália, e Fenatran, em São Paulo, representam boas oportunidades de
negócios, parcerias e atualização em novas soluções de transporte

Em outubro, serão realizadas duas importantes fei-


ras de veículos e equipamentos. No início do mês,
ocorre, de 3 a 5 de outubro, a GIS’2019, na cidade
de Piacenza, no norte da Itália. Uma feira média,
sem a grandiosidade de Bauma, mas que reunirá
370 marcas e bastante propícia a novos negócios –
não somente na aquisição de equipamentos, como
também para identificação de tendências e estabe-
lecimento de parcerias com fabricantes europeus e
asiáticos. Entre os dias 14 e 18 de outubro, no São
Paulo Expo, é a vez da Fenatran’2019, principal ex-
posição de transporte da América Latina, que será
realizada conjuntamente com a Movimat’2019.
A GIS’2019 (Giornate Italiane del Sollevamento e dei FENATRAN 2019 – O 22º Salão Internacional do
Transporte Eccezionali) tem a vantagem de reunir Transporte Rodoviário de Cargas (FENATRAN) deste
também fornecedores de equipamentos de eleva- ano também promete não desapontar os visitan-
Acima, vista da
ção de cargas, além de industriais e portuários e de área externa tes. Com aumento de 30% de marcas expositoras,
transporte pesado. Não somente marcas globais, da GIS italiana; de 350 para mais de 450 marcas, a expectativa da
como Liebherr, Tadano, XCMG, Manitowoc e Terex. Fa- abaixo, a organização é reunir 60 mil visitantes – um cresci-
Fenatran
bricantes de porte médio também estarão presen- mento de 13% em relação à última edição do evento.
tes – inclusive com lançamento de veículos e mo- A novidade será o chamado “Fenatran Experience”.
tores diesel com misturas controladas de gasóleo Em uma área de 20 mil m2, será instalada uma pis-
e gás natural (GNV ou metano comprimido, GNL) ou ta para que os interessados possam fazer um test
gás natural líquido, GLP, biometano e Syngas. Have- drive com os caminhões apresentados no evento.
rá também uma área para apresentação de veículos
guiados automaticamente.
Uma feira na Europa sempre tem o inegável apelo de
unir o turismo ao trabalho. Para quem tiver disponibili-
dade e puder dar uma “escapada” do dia a dia, Piacen-
za é um prato cheio, em todos os sentidos. É uma cida-
de medieval, de clima ameno nessa época do ano (de
14 a 26º), a 3,5 horas de trem ou 4 horas de carro de
Roma. No próprio evento, também terão lugar as en-
tregas dos prêmios de melhores empresas de traba-
lho em altura, elevação de cargas e transporte pesado.

22 | REVISTA HD • JUL/AGO ACESSE REVISTAHD.COM.BR


Também haverá lugar para apresentação e debate distribuição, atacado, varejo e comércio eletrônico
das transformações por que tem passado a indús- interessados em produtos, serviços, soluções,
tria automotiva global. O uso da eletromobilidade e conteúdo e o que há de mais moderno no mercado
de combustíveis alternativos ao diesel, caminhões para eficiência dos processos logísticos e intra lo-
elétricos, conectados e autônomos são alguns dos gísticos. Outro evento paralelo é o Congresso SAE
destaques para a 2ª edição do New Mobility. Brasil, mostrando pesquisas e desenvolvimentos
Quem estiver na Fenatran poderá conferir no mes- em sistemas de propulsão, direção autônoma, efi-
mo espaço as novidades da MOVIMAT. Salão Inter- ciência energética, sistemas avançados de assis-
nacional da Logística Integrada, reúne os princi- tência ao motorista (ADAS) e sistemas inteligentes
pais compradores da indústria e dos setores de de transporte (ITS).

NOVA GERAÇÃO DE SEMIRREBOQUES


A Goldhofer também estará presente na GIS 2019. Na área externa, a fabricante alemã irá destacar a nova geração de semirreboques. Não
somente o semirreboque rebaixado MPA 4, como também o modelo multiuso STZ-VP com pneus de 245 mm. No primeiro caso, o maior
destaque é o sistema hidráulico de elevação do MPA 4. Com sua baixa altura de carga e robustez, o semirreboque MPA 4 é indicado para
transportar cargas úteis elevadas, em particular equipamentos de construção, componentes de usinas e segmentos de guindastes. Duas
peças também podem ser transportadas com segurança e economia em um mínimo de espaço no deck.
No STZ-VP 2, o diferencial é a robustez, características de curvas superiores, áreas de deck mais longas e baixo peso morto. Foi projetado
para transporte pesado em rotas com terreno variado e seções estreitas, incluindo itens altos, como caldeiras e escavadeiras.
Já o STZ-VP 8, com deck em dois níveis, e também com seção muito baixa (perfil de 200 milímetros) é indicado para o transporte de car-
gas e máquinas elevadas. Com uma carga de quinta roda permitida de até 40 t e baixo peso morto, o engate rápido e o desacoplamento do
bogie dianteiro o equipamento é mobilizado rapidamente para a operação.

FAMÍLIA THP / SL
IMBATÍVEL
“COMBINABILIDADE”
O VEÍCULO EM UM RELANCE

» Momento de flexão alto e carga por eixo de


até 45 t, dependendo dos requerimentos
legais e operacionais
» Eixos pendulares com comprovada tecnologia
de anel com rolamento de esferas
» Total compatibilidade com todos os
componentes da família SL
» O modelo certo da família para cada
operação
» Módulo heavy-duty mais vendido
em todo o mundo

JUL/AGO • REVISTA HD | 23
Plataformas por»Wilson Bigarelli

ACIDENTES COM CESTAS


AÉREAS E CESTOS ACOPLADOS
Por negligência ou falta de informação, Anexo XII da NR12 ainda não é
amplamente cumprido e, o pior: faltam equipamentos adequados no país

Investimentos privados em distribuição têm gerado, (http://bit.ly/2ypOd5K). E isso vinha acontecendo


nos últimos anos, um aumento significativo na deman- principalmente por negligência na realização de
da por serviços de eletrificação. Grandes grupos inter- ensaios e inspeções rotineiras nos equipamentos
nacionais aportaram no Brasil, em decorrência das pri- previstos no mesmo Anexo XII da NR12. Passados
vatizações, e mesmo as concessionárias públicas têm dois anos, Carvalho diz que “houve uma evolução
recorrido cada vez mais à terceirização de serviços. nesse sentido, mas ainda tímida para o tamanho do
Diante desse cenário, é importante avaliar, em nome problema nacional”.
da segurança, os recursos técnicos disponíveis e a Especialista e referência nacional, Hélio Carvalho,
qualificação do pessoal envolvido nessas operações. hoje consultor, depois de 35 anos de atividades na
Em termos regulamentares, o país está bem ampa- Área de Ferramentas e Equipamentos de Trabalho da
rado desde 2011, quando foi publicado o Anexo XII da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais), está
Norma Regulamentadora Nº 12, que trouxe uma série sempre atento a essa questão e recebe informações
de exigências aplicáveis à construção e manutenção regulares sobre acidentes envolvendo cestas aéreas
de cestas aéreas, cestos acoplados a guindastes e Falha estrutural e cestos acoplados. O que lhe permite estabelecer
e falta de
cestos suspensos – equipamentos largamente uti- um quadro comparativo. “Tivemos conhecimento de
inspeções
lizados no Setor Elétrico. E, mais ainda, a partir de e ensaios sete acidentes gravíssimos com cestas em 2017. Em
2016, quando o Anexo XII foi revisado e aperfeiçoou rotineiros: 2018, foram cinco acidentes e, em 2019, já temos um
as exigências de ensaios também para os guindas- as principais relato em março”. Felizmente, nenhum deles com
causas
tes com cestos acoplados – uma alternativa bastante vítimas fatais, mas com algo em comum: o colapso
usual às cestas aéreas nessa atividade. estrutural do equipamento.
O engenheiro mecânico, Hélio Domingos R. Carva- A falha estrutural, em razão da deficiência de projeto
lho, Coordenador da Comissão de Estudos de Cestas e construção, (máquina mal projetada ou mal cons-
Aéreas da ABNT, já alertava em artigo publicado na truída) e a falta de inspeções e ensaios rotineiros,
edição 54 da Crane Brasil, em agosto de 2017, que, são de longe (80%) as duas principais causas dos
a despeito do Anexo XII, os “acidentes continuavam acidentes. A terceira causa, evidentemente, é a falha
a ocorrer com cestas aéreas e cestos acoplados”. operacional. Ao contrário do que acontece com guin-

24 | REVISTA HD • JUL/AGO ACESSE REVISTAHD.COM.BR


dastes, por exemplo, onde a maioria dos acidentes bilitados (engenheiros mecânicos) da própria empre-
tem como fator determinante erros operacionais e de sa, os ensaios de emissão acústica requerem recur-
supervisão. Erros humanos, em suma. No caso das sos e pessoal técnico especializado. E tem havido um
cestas aéreas ou cestos acoplados, em que o proble- incremento nesse segmento, segundo Hélio Carva-
ma é a deficiência da máquina e a falta de ensaios ro- lho. “Hoje, já são três as empresas que fazem esse
tineiros, os acidentes, a princípio, poderiam ser mais tipo de ensaio ( Pasa-Mistras, Fasc e Pro-Acustica) e a
facilmente evitados. Mas, não é bem assim. própria Abendi (Associação Brasileira de Ensaios não
Hélio Carvalho:
A começar pelos equipamentos disponíveis no mer- Destrutivos e Inspeções) está intensificando os trei-
fabricantes
cado brasileiro. Nesse ponto, Hélio Carvalho é categó- nacionais namentos nessa área”.
rico e sugere que os fabricantes de cestas aéreas no deveriam fazer Especificamente sobre o ensaio de emissão acústica,
Brasil façam uma auditoria no projeto de seus equi- uma auditoria no as normas são as seguintes: ABNT NBR 16601– En-
projeto de seus
pamentos – pois, em seu entender, não atendem a equipamentos saio não destrutivo - Emissão acústica – Proce-
todos os requisitos técnicos para um trabalho desse dimento para ensaios em guindastes articulados
tipo. “Eu próprio só recomendo hoje equipamentos hidráulicos com ou sem cesto acoplado; ABNT NBR
importados. De empresas como a Versalift, Altec e a 16593 – Ensaio não destrutivo - Emissão acústica –
Terex americana (as três com representantes no Bra- Procedimento para ensaio em cestas aéreas isoladas
sil). A linha Sky, da Ritz, fabricada em Betim (MG), era e não isoladas.
um bom equipamento, mas, infelizmente, foi descon-
tinuada. Não temos registro de nenhum acidente com CONSCIENTIZAÇÃO
esses equipamentos”. Em junho e agosto de 2018, Hélio Carvalho ministrou
curso para mais de 50 auditores do Ministério do
ENSAIOS E INSPEÇÕES Trabalho. A atividade de fiscalização para ele é deci-
Em relação aos ensaios e inspeções, previstos desde siva para que a regulamentação seja cumprida e os
a publicação do Anexo XII, em diferentes intervalos acidentes sejam mitigados. E essa fiscalização pode
de tempo – frequente (mensal), periódico (anual) ser feita tanto pelos auditores (que precisam receber
e eventual (de quatro em quatro anos) – houve um treinamento específico), quanto pelos contratantes
avanço importante no final de 2018. Por iniciativa do e usuários dos equipamentos. “É preciso que cada
Grupo de Trabalho de Emissão Acústica para Cestas empresa tenha um padrinho dessa metodologia, uma
Aéreas e Guindastes, da ABNT, passou-se a exigir um pessoa que levante essa bandeira e, assim, a adesão
menor intervalo de tempo nos ensaios (de emissão é muito maior.”
acústica) para equipamentos mais antigos, com Ele acredita que a regulamentação não é seguida, em
mais de 12 anos de operação. Basicamente, nesses parte por falta de informação em relação ao Anexo XII.
Fiscalização é
ensaios, são colocados sensores na máquina toda. decisiva para Mas também em grande parte por negligência. E o
Aplica-se uma sobrecarga e, nas ondas de som gera- que os acidentes primeiro passo, sem dúvida, cabe ao contratante dos
das, ficam evidenciados problemas estruturais, como sejam mitigados serviços. “É preciso ter mão firme, como era nosso
trincas, por exemplo. caso na CEMIG e como é também na COPEL (Paraná)
“Eu, pessoalmente, defendo que esses ensaios sejam e na CPFL (São Paulo), por exemplo. A fiscalização
realizados com menor periodicidade. Mas a comissão da contratante deve exigir os laudos das inspeções
entendeu que ainda são poucas as empresas creden- e ensaios rotineiros e também os que demostram
ciadas para esse tipo de teste, então o prazo menor a adequação das máquinas em geral em relação ao
foi aplicado somente aos equipamentos mais anti- Anexo XII da NR12 . O que não pode acontecer é uma
gos”, diz Carvalho. Realmente, ao contrário de outros contratante, até por desconhecimento, aceitar mui-
ensaios – elétrico, pressão, retorquiamento, dentre tas máquinas só por serem novas e que, no entanto,
outros – que podem ser feitos por profissionais ha- não atendem a NR12”

JUL/AGO • REVISTA HD | 25
?
PERIODICIDADE
X
Inspeções

GRAU DE RISCO
em acessórios de içamento
Por W ildes Larcher Neto *

Rotina de inspeções deve ser estabelecida com base em estudo, considerando-se


a aplicação, o ambiente, a frequência de uso e outros fatores similares

N
ormalmente as normas regulamentadoras e técnicas visto no decorrer deste artigo.
determinam que a frequência das “inspeções com- Essa periodicidade não deve ser determinada aleatoriamente.
BRASIL

pletas” não pode ser superior a 1 ano. Isso não quer É recomendado que seja realizado um estudo com base em
REFERÊNCIA NORMATIVA: ABNT NBR 15637 -1 – 2017

dizer que estas não devem ser realizadas em períodos infe- uma análise do grau de risco e que este seja formalizado justi-
riores. A periodicidade deve ser determinada por profissional ficando a decisão. O resultado é obtido por meio da soma dos
26 legalmente habilitado com a devida anotação de responsa- pontos (p) da análise dos parâmetros da “Tabela 1” para cada
bilidade técnica, considerando-se a aplicação, o ambiente, a variável, obtendo-se o grau de risco “Tabela 2” e, consequente-
frequência de uso e outros fatores similares, como pode ser mente, a periodicidade da inspeção “Tabela 3”.
CRANE

A pontuação é definida pelo profissional legalmente habilitado responsável pelo estudo.


OPERAÇÃO: Condições de opera- tem cantos vivos, no entanto o risco responsável pelo estudo, levando em
ção que podem causar uma rápida taxa está controlado por meio do uso de consideração o histórico da empresa
de degradação do acessório, conside- proteções permanentes na carga ou no (operações realizadas) e a quantidade de
rando fatores como cantos vivos, agres- acessório. movimentações planejadas.
sividade do ambiente, acomodação dos APLICAÇÃO: Uso do acessório na Esta classificação deve ser determina-
pontos de pega, etc. operação de movimentação de carga. da entre:
Multiuso: Acessórios utilizados em dis- Alta
Agressivo: Cargas com cantos vivos, tintas operações de movimentação. Média
pontos de pega/ancoragem abrasi- Específico: Acessórios que são utiliza- Baixa
vos/cortantes, presença de produtos dos rotineiramente, operando sempre a
* Wildes Larcher Neto, é
químicos que possam causar degra- mesma carga e com o mesmo tipo de Engenheiro Mecânico, pós graduado
dação/corrosão, temperaturas extre- movimentação. em estruturas metálicas e especialista
mas (próximas das faixas-limites), etc. FREQUÊNCIA: Avaliação referente à em içamentos pesados, com vasta
experiência em projetos, consultoria, assessoria e
quantidade de operações que o acessó-
treinamentos voltados à movimentação de carga
Normal: Agressividade não existente rio exerce em um determinado período pesada. Atualmente é o responsável técnico da
ou está controlada por meio da espe- de tempo. Critério a ser determinado DESPERTE ENGENHARIA. Sugestões e co-
cificação do produto; exemplo: a carga pelo profissional legalmente habilitado mentários para wildes@desperte.eng.br

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?

Gruas
Guindastes melhor solução técnica e financeira para seus
clientes, seja para a unidade de mineração que
mineradoras. Nossa experiência de sucesso com
a aplicação de guindastes de torre em grandes

de torre NA estuda construção ou manutenção da sua planta,


seja para a empresa de montagem industrial ou
obras, em especial infraestrutura com diversas
usinas hidroelétricas, refinarias etc. destaca os

MINERAÇÃO
locação de equipamentos contratada para aten- seguintes pontos:
der uma demanda da mineração. • A confiabilidade nos nossos equipamentos que
CRANE Brasil: É vantajoso para solicitam poucas interferências para manutenção
Liebherr avança no mercado uma mineradora adquirir guindastes • A tecnologia dos nossos equipamentos, que
de torre na fase de obras? Ou só va- possibilita acesso remoto e identificação de even-
com oferta de equipamentos em lerá a pena se ela tiver uma demanda tuais erros à distância pela própria Liebherr o que
condições de atender aos vários de manutenção que justifique? agiliza muito o suporte ou eventual atendimento
Meirelles: São muitas as van- • Os treinamentos oferecidos pela Liebherr que
içamentos previstos – da construção tagens na aplicação de guindastes permitem aos usuários uma melhor operação dos
ao final de vida útil das minas de torre na construção industrial, em seus guindastes de torre e eventuais interferên-
especial o alcance do equipamento, a cias técnicas
Por W ilson Bigarelli
precisão na movimentação de cargas • A experiência da nossa assistência técnica, seja

N
os últimos anos, os guindas- e a baixa interferência com no entorno. inicialmente por telefone ou presencialmente
tes de torre Liebherr vêm No caso da mineração, a manutenção é um fa- • O estoque e disponibilidade de peças de reposição
sendo utilizados em diver- tor que vem a somar com essas vantagens. Assim CRANE Brasil: Como a Liebherr
sas minas na América do Sul, tanto na e no geral, os guindastes de torre que foram con- também atua na mineração (com outras linhas
implementação do empreendimento, siderados para manutenção entram em operação de produtos), está prevista uma sinergia com a
como na manutenção posterior da pró- já na fase de construção e na sequência agregam área de Mininig?
pria mina e de suas instalações de pro- ainda mais produtividade, durante a efetiva ope- Meirelles: Certamente, essa sinergia já faz
cessamento mineral. Os modelos 1250 ração da planta quando os guindastes de torre parte do grupo Liebherr.
HC 50, 1000 EC-H 40 e 630 EC-H, são utilizados nas manutenções periódicas e re- CRANE Brasil: Esses guindastes
amparados por um amplo pacote de correntes de um sistema produtivo contínuo. torres oferecidos para a mineração têm configu-
serviços, estão mobilizados em várias CRANE Brasil: Quais são as moda- rações particulares ou são os mesmos de aplica-
minas do Chile e do Peru. Na entrevista lidades de contrato oferecidas pela Liebherr? ção mais geral?
abaixo, Luiz Meirelles, gerente de ven- Meirelles: A Liebherr dispõe no Brasil de Meirelles: As aplicações dos guindastes de
das de Guindastes de Torre da Liebherr uma completa estrutura para o melhor atendi- torre variam, porém, o equipamento pode ser
Brasil, mostra como a marca tem se po- mento dos seus clientes e parceiros: o mesmo. A configuração do equipamento vai
sicionado nesse mercado, quais os mo- • Produção (fábrica) de guindastes de torre depender da necessidade da aplicação ou obra
delos de negócio que tem oferecido e as • Assistência técnica completa, com serviços e nesse aspecto os guindastes de torre são ex-

BRASIL
vantagens de aplicação do equipamen- através de um corpo técnico com muitos anos tremamente flexíveis em altura, alcance, fixo ou
to, inclusive na mineração brasileira. de experiência para atendimento presencial ou móveis sobre trilhos dentre outras configurações
CRANE Brasil: Qual a vantagem suporte por telefone e peças. especiais.
em se utilizar guindastes de torre. Guin- • Consultoria técnica através do departamento CRANE Brasil: Essa linha para
27
dastes móveis não seriam mais versáteis? Tower Cranes Solutions para otimização das apli- mineração inclui modelos automontáveis? Ou, a

CRANE
Meirelles: Guindastes de torre e guindastes cações e projetos especiais cada montagem e desmontagem, haverá neces-
automotivos (móveis) são equipamentos comple- • Centro de treinamento para formação de ope- sidade de equipamentos auxiliares?
mentares e não concorrentes. O peso da carga, a radores e técnicos em manutenção dos guindas- Meirelles: A mineração, assim como toda e
quantidade de levantamentos (repetitividade), a tes de torre qualquer obra de construção industrial absorve Luiz Meirelles,
gerente de
disposição da obra (acessos, obstáculos, área dis- Desta forma, seja qual for a necessidade, a muito bem os guindastes de torre automontá- vendas de
ponível etc.), a disponibilidade do equipamento Liebherr está apta e pronta a oferecer a melhor Guindastes
veis, principalmente por causa da mobilidade e de Torre da
e outros inúmeros fatores irão definir o melhor modalidade. operação em locais confinados, quando os guin- Liebherr Brasil
equipamento para o trabalho. Por isso não é pos- CRANE Brasil: A Liebherr tem uma dastes de torre têm vantagem pelo porte reduzi-
sível estabelecer uma regra para cada aplicação. estrutura de suporte centralizada em sua fábrica. do, princípio de montagem ou sobrepõem a área
CRANE Brasil: A Liebherr admite a Como garantir o atendimento local que, nesse caso, desejada.
Foto: Divulgação

hipótese de atender à mineração através de pres- pode durar todo o tempo de vida útil da mina? Os guindastes de torre automontáveis dispen-
tadores de serviço. Ou o foco é a venda direta para Meirelles: Considerando-se as dimensões sam um equipamento auxiliar para sua monta-
as mineradoras? do Brasil, o atendimento é realmente um grande gem, realizando inclusive a própria montagem
Meirelles: O foco da Liebherr é oferecer a desafio, e não se trata de uma particularidade das do seu contrapeso.
bancos NCS (New Construction

A busca do
Seats) e temos atualizado pe-
? riodicamente para atender as
constantes evoluções. A maior

conforto
parte desses produtos é im-
Ergonomia

portada, mas já temos tecno-


logia e “know-how” suficiente

POR TRÁS DA para fornecer estes bancos no


mercado nacional, a preços
competitivos, pois tem tecno-

ROBUSTEZ logia similar ao mercado de ca-


minhões pesados.
Os assentos possuem suspen-
Por W ellington A. S. de Lima são pneumática integrada com
bolsas de ar para apoio lombar
O assento do motorista ou e apoio lateral das costas, onde
do operador é um fator há um compressor já integrado
ao banco com alimentação 24V.
importante na Pode ser controlada a altura do
produtividade e banco com variação de 70mm
(opcional 100 mm), e com me-
tem passado por uma mória da regulagem, ou seja,
BRASIL

evolução constante mantém a posição após desligar


e ligar o sistema pneumático, além

D
urante o estudo mais de poder regular o fator de amorte-
28 profundo em sistemas cimento.
anti-vibrantes, traba- São recursos importante a regula-
lhando em empresas do segmen- Banco NCS gem do ângulo de inclinação e pro-
CRANE

(New ConstructionSeat)
to, inclusive como Rigger, e durante fundidade do assento, mantas de
com Sistema de 4 pontos de restrição
o mestrado, foi possível vivenciar o aquecimento no assento e encosto,
quanto os requisitos NVH (Noise, até os testes para simular as piores ajuste de encosto, ajuste longitudinal
Vibration and Harshness), ruído, condições de uso possíveis e ainda de trilho, amortecimento horizontal
vibração e aspereza, são hoje parâme- assim manter sua integridade e con- ajustável, apoios de braço opcionais
tros prioritários dentro da indústria, forto. Além do que, a relação frequên- com rebatimento e ajuste de ângulo.
devido à grande exigência do consu- cia x amplitude das excitações que E, claro, adaptação para painel de
midor por uma melhor dirigibilidade cada banco possui nestas aplicações, controle que normalmente são agre-
e conforto. são distintas devido ao respectivo gados ao banco para que, após todos
No mercado de máquinas não é uso do veículo. os ajustes feitos para melhor adapta-
muito diferente. Os distúrbios dinâ- Fatores como amortecimento, esta- ção do usuário, ainda seja mantido a
micos básicos causados por motores bilidade transversal e longitudinal e acessibilidade aos comandos do equi-
de combustão interna, devido à ex- folgas em diversas direções são cada pamento.
plosão do combustível no cilindro e vez mais cobrados pelos fabricantes,
a força de inércia e torque causada no sentido de se melhorar a qualida- * Wellington A. S. de Lima, é
pela rotação em veículos de passeio, de do produto, e nos obrigam a testar engenheiro mecânico gradua-
são muito piores, quando associados estes produtos com parâmetros rígi- do pela UNICSUL, RIGGER,
possui MBA em Gerencia-
a condições externas de trabalho, es- dos em dispositivos de vibração, du-
mento de Projetos pela FGV e
trutura, atuações de cilindros hidráu- rabilidade e excitação dos produtos. é certificado PMP (Profes-
licos – e todo mecanismo necessário Normas especificas regem a regula- sional Management Professional) pelo PMI
em um guindaste em operação, por mentação destes produtos e diferen- (Project Management Institute). Atua como
engenheiro de desenvolvimento de bancos na
exemplo. ciam alguns pontos para homologa-
ISRINGHAUSEN Brasil e como Gestor de
As diferenças são enormes e vão ção, de acordo com país ou região. Projetos Voluntário no PMI-SP.
desde as normas que os homologam Em 2011, foi lançada a linha de Contato: engwellingtonlima@hotmail.com

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Montagem de galeria
EM MINERAÇÃO
?

Içamento
Fotos: Divulgação
A Planejamento e içamentos
Transnacional respondeu por vas para a movimentação..
mais uma importante etapa Primeiro, a posição do guindaste Lie-
do principal empreendimento simultâneos superam bherr LTM 1500-8.1 em relação ao ta-
brasileiro de minério de ferro, em fase desafios de mais uma lude e, em segundo, o giro máximo que

BRASIL
de expansão em Canaã dos Carajás, no o cavalete de ancoragem “Y” deveria
sudoeste do Pará. Em apenas dois dias etapa do maior projeto realizar, para que não houvesse colisão
(4 e 5 de julho), a empresa realizou o de minério de ferro em com a estrutura do prédio que iria rece-
içamento e montagem de uma galeria do ber parte da galeria. Luna explica que, 29
transportador de correias com peso de expansão no país após a fixação parcial da carga em um
48 t. A operação envolveu 9 equipamen- dos pontos, o guindaste deveria realizar

CRANE
tos em trabalho simultâneo: Liebherr 75C | 1 x Link Belt HTC-8675 II |1 x uma angulação de 6° da carga no sen-
LTM 1500-8.1, Link Belt HTC-8675 II, TADANO GR-600EX (cavalete) | 3 x tido do ponto de fixação de nível mais
SANY STC 800, XCMG QAY 220, (2) Plataformas elevatórias JLG 1250 AJP baixo, para que houvesse o encaixe e,
SANY STC 75C, TADANO GR-600EX (encaixe do cavalete na galeria). posteriormente, o torqueamento dos
(RT), (3) Plataformas elevatórias JLG 1250 Segundo Napoleão Luna, Diretor parafusos. A configuração do guindaste
AJP, com alcance de 42 m, e (2) pranchas Comercial e Operações da Transna- Liebherr LTM 1500-8.1 foi definida
retas Facchini de 4 eixos (14.0 m). cional, o planejamento e a estratégia em T3Y3, com comprimento de lança
Os içamentos para essa estrutura de pré-montagem da Galeria TR- de 47.3 metros, cavalete de ancoragem
foram realizados em 3 etapas: -1085KS-05 foram fundamentais para “Y” com angulação de 15° e 165.0 to-
1) Galeria (base) : 48,0t. Equipa- o sucesso da operação. “A solução pro- neladas de contrapeso. Dentro do pla-
mento: Liebherr LTM 1500-8.1; posta influenciou diretamente no perí- nejamento, também foi definido como
2) Galeria (lança – 1° parte) : 34,0t odo de trabalho do guindaste princi- iria ser a rota dos colaboradores com as
+ içamento do cavalete de ancoragem pal, reduzindo a carga horária em todas cordas guias, por se tratar de uma área
da galeria : 14,0t. Equipamentos: 1 x as operações em 35%, com a conclusão de aclive e declive elevados, o risco com
Liebherr LTM 1500-8.1 (galeria) + 1 x satisfatória em todos os serviços”. essa ação foi mitigado. Leandro Freire,
SANY STC 800 e 1 x Link Belt HTC- Os planos de rigging para as 3 eta- Coordenador Técnico da Transnacio-
8675 II (cavalete) | 2 x Plataformas pas de içamento foram elaborados pela nal, diz que a mobilização de equipa-
elevatórias JLG 1250 AJP - Alcance equipe da Transnacional. Definidas as mentos foi facilitada pelo fato da em-
42.0m (encaixe do cavalete na galeria); áreas a serem construídas, para patola- presa contar com base em Parauapebas
3) Galeria (lança – 2° parte) : 77 t mento do guindaste de 500 toneladas e e em Canaã dos Carajás. “Já tínhamos
+ içamento do cavalete de ancoragem alocação final da galeria no solo – para guindastes, empilhadeiras, pranchas e
da galeria : 22 t. Equipamentos: 1 x que fosse realizada antecipadamente a guindautos no site e os mesmos foram
Liebherr LTM 1500-8.1 e 1 x XCMG compactação necessária do terreno, fo- aproveitados para a pré-montagem e
QAY 220 (galeria) + 2 x SANY STC ram estabelecidas duas questões decisi- montagem das estruturas”.
a
E Agor
Camilo
???
Estabilidade dos
guindastes móveis (PARTE 3)
A análise em separado dos subconjuntos principais
?
Por C amilo Filho* oferece uma perspectiva diferente sobre equilíbrio
Dicas

A
ntes de avançarmos como tanques de combus-
no nosso assunto so- tível, hidráulicos e etc.
bre a estabilidade dos É normal para um guin-
guindastes móveis, necessita- daste montado sobre cami-
mos analisar o guindaste em nhão, usar a vantagem do
si. Se desmembrarmos o guindaste em O CAVALO, CAMINHÃO, CHASSI comprimento do transportador para
seus subconjuntos de massa princi- OU CARBODY (no caso de máqui- ajudar a melhorar a estabilidade e ga-
pais, e olhá-lo como é construído, te- nas de esteira), é o elemento respon- nhar capacidade operando pela parte
remos uma perspectiva diferente sobre sável pelo deslocamento do guindas- traseira da máquina. Mas, quando
equilíbrio, do que teríamos se olhásse- te, basicamente seu transportador. você gira a superestrutura e trabalha
mos para a máquina como um todo. Dependendo do tipo, normalmente “de lado”, você perde esse aumento
BRASIL

Dessa forma, vamos desmembrá-lo. inclui a cabine de condução, rodas/ de estabilidade/capacidade devido
Existem três componentes básicos esteiras, caixa de patolas e etc. Ele à diminuição da alavanca exercida
nos guindastes móveis: SUPERES- é projetado para transportar a su- pelos sub conjuntos pesados, que se
30 TRUTURA, TRANSPORTADOR E perestrutura giratória do guindaste. encontram na parte frontal do chassi
LANÇA. Cada um desses componen- O CG irá variar no chassi do cava- ( motor, transmissão, eixos) – resul-
tes tem seu centro de gravidade (CG) lo dependendo da direção da lança. tando numa estabilidade menor em
CRANE

definido, e cada um dos componentes Embora o próprio CG do chassi na relação a operação pela traseira.
afetará o centro de gravidade dessas realidade não mude, a localização do O mesmo raciocínio se aplica aos
mesmas partes combinadas, quando CG em relação à linha de centro de guindastes auto propelidos (RT).
da montagem final do guindaste. montagem é afetada pela direção a Alguns fabricantes fornecem tabe-
qual a superestrutura é rotacionada. las diferenciadas por quadrantes
Quando a lança está alinhada com o de operação onde, no caso do RT,
comprimento do chassi transporta- essas tabelas têm mais capacidade
dor, o CG do transportador estará à no quadrante frontal, uma vez que
frente dos eixos traseiros. Quando a o motor e a transmissão, localiza-
lança estiver perpendicular ao com- dos na traseira do guindaste,
A SUPERESTRUTURA OU“UPPER” primento do transportador (como atuam como um “contrapeso
é uma plataforma giratória do equipa- quando operando de lado) o CG es- auxiliar”, se é que assim po-
mento na qual está montado o guin- tará praticamente centrado no eixo demos dizer.
cho, sistema de giro, contrapeso(s) e longitudinal do transportador (as-
demais itens da maquinaria operacio- sim são feitos os cálculos para dis- LANÇA O terceiro
nal, além da cabine de operação. A tribuição de cargas no chassi), tais componente a con-
superestrutura normalmente suporta
siderar. É claro
o contrapeso do guindaste na parte
que ela também
traseira e a lança ou outro acessório na
frente (perfuratriz, bate-estacas e etc.).
O CG da superestrutura permanecerá CARBODY
na mesma posição relativa, indepen-
dentemente de como o guindaste está
posicionado.

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CORRENTES É muito
importante
?

Acessórios
para içamento utilizar correntes
que atendam
e amarração aos requisitos
normativos,
tem seu CG. No entanto, confor-
me você aumenta ou diminui o
de cargas tanto quanto
seu comprimento, no caso de um aos critérios
guindaste hidráulico, você altera
o CG da lança. Claro que o CG dimensionais,
de um guindaste de lança treliçada como os
permanecerá inalterado, a menos
que um jib ou outro acessório seja testes de
montado na lança. fabricação
Quando nós adicionamos a todas
estas possibilidades de configuração
de lança, as variações de ângulos que
a lança pode fazer, notamos que,
como a lança sobe e abaixa através de
um arco, os CG’s se aproximam ou
se afastam do eixo de tombamento.
Quando juntamos as características
de extensão e retração das lanças hi-
dráulicas com o movimento da lança
através de um arco, temos uma situa-
ção de risco, onde, se não for seguida
a tabela de carga à risca, pode levar
ao tombamento do guindaste.
É bom lembrar que a tabela de car-
ga contém todos os parâmetros para Por E lias de Lima Oliveira *
uma operação segura, NUNCA de-
vemos ignorá-la!

A
s correntes apresentam inú- As correntes para içamento e amar-

BRASIL
* Camilo Filho é meras vantagens com relação ração de cargas são classificadas por
engenheiro mecânico, a outros meios de içamento grau de qualidade, os quais podem
especialista em iça- em muitas operações. São extrema- ser grau 2, 5, 8, 10 ou 12. O grau
mentos pesados, com mente resistentes a intempéries e a can- de qualidade representa o limite de 31
mais de 38 anos de
tos vivos, além da maior flexibilidade, resistência do material com o qual a
CRANE

experiência em ope-
rações com guindastes e movimentação
tornando seu manuseio e armazena- corrente é fabricada.
de carga. Com vários cursos na área fei- mento mais fácil e ergonômico. A Carga Máxima de Trabalho
tos no exterior, é responsável por vários As correntes usadas para operações (CMT) equivale a 0,25 vezes a carga
trabalhos de grande envergadura no de içamento e amarração de cargas se- de ruptura mínima (CRM) e a carga de
Brasil e no exterior. Atualmente é con- guem critérios rigorosos nos processos prova de fabricação (MPF) deve ser 2,5
sultor da IPS Engenharia de Rigging de fabricação e nunca devem ser con- vezes da CMT e ser aplicada em todos
e membro da ACRP (Association of fundidas com as correntes comuns. os elos da corrente. Além de atender ao
Crane & Rigging Professionals-USA). A norma ABNT NBR ISO 3076 es- requisito de limite de resistência, deve-
Sugestões e comentários enviar para
tabelece os requisitos de fabricação e -se também considerar o alongamento
camilofilho@hotmail.com.
dimensionais para as correntes. mínimo antes da ruptura.
?
Tensões nominais e alongamento para
Acessórios

cada grau de qualidade de correntes


Grau de qualidade 2 5 8 10 12
Tensão de ruptura σ1 200 500 800 1000 1200
Tensão de teste σ2 125 312 500 625 750
Tensão de trabalho σ3 50 125 200 250 300
Alongamento (%) 20 20 20 25 25
Ensaio de dobramento também é re-
querido, onde o elo deve suportar um do-
bramento lateral correspondente a 80%
do diâmetro nominal da corrente. [2]
Quanto a resistência a fadiga, a
corrente deve suportar, pelo menos,
20.000 ciclos com 50% de sobrecar-
ga nominal.
Para existir compatibilidade entre os
acessórios de montagem dentre diferen-
BRASIL

tes fabricantes, a norma EN 818-2 esta-


belece tamanhos padrões das correntes,
Fotos: Divulgação

mas em casos de tamanhos especiais,


32
devem respeitar as mesmas proporções
das dimensões padrões. [3]
CRANE

Outra característica muito impor-


tante para as correntes de içamento e
amarração de cargas é sua marcação. COMO DIFERENCIAR REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Corrente COMUM 1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
Elas devem ser marcadas, pelo menos,
TÉCNICAS. NBR ISO 3076: Correntes de elos
a cada 20 elos ou 1 m, o que for me- curtos de aço de secção circular para elevação
nor, com a marca do fabricante, rastre- Corrente de cargas – Correntes de tolerância média para
abilidade e grau de qualidade. [2] PARA IÇAMENTO E AMARRAÇÃO DE CARGAS lingas de correntes – Grau 8: Referências. Rio
Para garantir a segurança nas ope- de Janeiro, p. 24. 2012.
rações de içamento e amarração de 2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉC-
cargas é muito importante utilizar as Corrente para içamento e NICAS. NBR ISO 1834: Correntes de elos curtos
correntes que atendam aos requisitos amarração de cargas para elevação de cargas – Condições gerais de
normativos, tanto quanto aos critérios Marca do Fabricante aceitação. Rio de Janeiro, p. 12. 2005.
dimensionais, como os testes de fabri- Grau de Qualidade 3. DEUSTCHES INSTITUT FÜR NURMING
cação. Por isso, é muito importante (2008). DIN EN 818-2 – Short link chain for
Código de Rastreabilidade lifting purposes – Safety – Part 2: Medium
conhecer a procedência das correntes. Elo Curto – pn=3 x dn tolerance chain for slings – Grade 8.

* Elias de Lima Oliveira é


Elo de Corrente Engenheiro de Soldagem pela
Soldado Escola Politécnica da Universi-
dade de São Paulo. Engenheiro
Mecânico pela Universidade
Diâmetro máximo da solda ds máx. = 1,1 x dn de Mogi das Cruzes, Licen-
ciado em Matemática pela
Passo nominal pn = 3 x dn Universidade de Mogi das Cruzes e Supervisor
Largura interna mínima w1 = 1,3 x dn de Engenharia da RUD Correntes Industriais
Ltda. elias.oliveira@rud.com.br
Largura externa máxima w2 = 3,7 x dn
(11) 98974-6495

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?

Indicadores
Por R edação Crane Brasil
VALORES REFERENCIAIS

Referencial de
Equipamentos EMPILHADEIRA
Capacidade Período Parâmetros técnicos
2,5 TON P/HORA R$ 78,75

custos DE LOCAÇÃO
4,5 TON P/HORA R$ 91,60
7,0 TON P/HORA R$ 125,30
10 TON P/HORA R$ 182,40
10 anos; Valor residual 25% a 40%, 12 TON P/HORA R$ 219,12
Os dados apurados

BRASIL
conforme equipamento; Remunera- 15 TON P/HORA R$ 233,82
são para serviço “spot”. ção de Capital; Reposição do Veículo; AJUDANTE EXTRA PARA GUINDASTE
Para efeito de cálculo, Salários + Encargos + Hora Extra + Período Parâmetros técnicos
Benefícios; Licenciamento + DPVAT P/HORA R$ 30,42 33
foram considerados + IPVA; Seguro; Rastreador; Peças e AJUDANTE EXTRA PARA REMOÇÃO
alguns parâmetros para Acessórios para Manutenção; Kit Fer-

CRANE
Período Parâmetros técnicos
ramental para Remoção; Pneus; Com- P/HORA R$ 38,02
a formação dos custos bustível; Lubrificantes;e Lavagem. EQUIPE DE REMOÇÃO
fixos e variáveis Vale ressaltar que os valores que cons- Período Parâmetros técnicos
tam nesta planilha não incluem impos-

D
P/HORA R$ 248,85
epois de inúmeras reuniões, tos (somente PIS e COFINS), margem
a Diretoria de Especialidade EQUIPE DE REMOÇÃO TUBULAR
de lucro, pedágio, mobilização e hospe- Período Parâmetros técnicos
de Máquinas e Equipamen- dagem de pessoal, taxas por generalida-
tos, do SETCESP (Sindicato das em- P/HORA R$ 379,16
des ou qualquer outra taxa por serviços
presas de transporte de cargas de São adicionais, que deverão ser cobrados Equipamentos GUINDASTE ARTICULADO
Paulo e Região) decidiu, em comum parte. Este estudo representa os custos Capacidade Período Parâmetros técnicos
acordo com empresas de locação de diretamente ligados ao transportes e/ 10 TON P/HORA R$ 105,50
equipamentos e remoção de cargas, re- ou locação de máquinas e equipamen- 20 TON P/HORA R$ 113,31
alizar um estudo de custos que pudesse tos industriais, entretanto, há diversas 30 TON P/HORA R$ 126,57
balizar a formação de preços na presta- atividades inerentes à atividade princi- 45 TON P/HORA R$ 135,38
ção desses serviços. Esse referencial bá- pal e que não são cobertas pelos com- 60 TON P/HORA R$ 162,22 Observações:
sico foi estabelecido pelo IPTC (Insti- ponentes tarifários. Nestes casos, deve- 100 TON P/HORA R$ 271,91
tuto Paulista do Transporte de Carga). -se complementar o custo devido com Equipamentos GUINDASTES Todos com
A priori, todos os custos apurados a cobrança das generalidades, que são Capacidade Período Parâmetros técnicos mínimo de
são para serviço “spot”, uma situação compostas dos seguintes itens: Laudo 25 TON P/HORA R$ 246,87 10 horas.
de mercado que envolve o serviço ime- ART - Anotação de Responsabilidade 30 TON P/HORA R$ 266,63
diato. E, para efeito de cálculo, foram Técnica; Emissão de AET - Autorização 50 TON P/HORA R$ 283,60 Faturamento
considerados alguns parâmetros para Especial de Trânsito; Taxa de Escolta; 60 TON P/HORA R$ 348,80 15 dias.
a formação dos custos fixos e variá- Vistoria de Trajeto; Despesas com Li- 70 TON P/HORA R$ 361,15
veis dessa atividade. São eles: Valor de cenças; Estudos de Rigging; e Seguro 80 TON P/HORA R$ 368,12 Referência:
Equipamento Novo; Depreciação em por Operação Isolada. 90 TON P/HORA R$ 526,33 junho/2019
?
Infocrane

Por W ilson Bigarelli

TUDO POR UM FIO de nylon


A
Bolbi – Movimentação de Cargas foi escolhida composição de três sistemas aéreos (teleféricos de carga e de
BRASIL

para restabelecer o ramal do Transportador de pessoas/montadores), como um guindaste de cabos, para o


Correias de Longa Distância (TCLD) do maior lançamento dos cabos portantes (definitivos) além da mon-
complexo mineral da região central do Estado de Minas tagem dos componentes da ponte ao longo do vão. Nas
34 Gerais. Transpor um desnível de 100 m de profundidade próximas edições da Crane Brasil, todos os detalhes dessa
e pouco mais de 300 m de extensão, sem a menor possi- solução inovadora.
CRANE

bilidade de acesso ao fundo do vale, tornou-se algo factí-


vel a partir da “pedra fundamental” do projeto: um fio de
nylon de 0,6 [mm] de diâmetro conduzido por um drone.
A partir de então, outros fios de nylon e cabos de aço cada
vez mais espessos foram lançados sobre as torres, traciona-
dos e controlados por guinchos e máquina lançadora na
Fotos: Divulgação

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CRANE
MAIO-JUNHO
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2019
Estatísticas referente à feira:
Considerada uma das maiores exposições de
mineração da América Latina, a EXPOSIBRAM
reúne em 2019 centenas de empresários, 95% dos espaços
comercializados.

330
representantes de organizações governamen-
mais de
tais e privadas em um só lugar. expositores

Participe do Congresso Brasileiro de Mineração


Convidados já confirmados:

Richard Neil McLellan Tito Martins Tom Butler Paul N. Worsey


CEO Mosaic CEO Nexa Resources CEO, International Council on Missouri University of Science
Mining and Metals (ICMM) and Technology, Discovery
Channel “The Detonators”

PRAZO DE INSCRIÇÃO COM DESCONTO: 31/07/2019


Desconto para grupos de estudantes: visando atender as solicitações das Universidades a Diretoria do
IBRAM está concedendo aos estudantes de graduação de uma mesma Universidade que fizerem a
inscrição em conjunto, 1 inscrição isenta de pagamento a cada 4 inscrições pagas.

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