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RISCOS NA INDÚSTRIA

QUÍMICA E PETROQUÍMICA

Aluno: Thamylla Rodrigues Coelho


Professor: Adilson Ribeiro
Disciplina: Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e
Instalações.
Curso: Pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho
Março/2021
Questões:

1) Apresente 02 princípios básicos de segurança considerados na indústria de


processo químico e petroquímico, cite 01 exemplo para cada.

R. Dois dos princípios básicos de segurança considerados na indústria de processo


químico e petroquímico são:
Evitar ou minimizar falhas potenciais - concentra-se em boas práticas de engenharia em
que os projetos de determinados equipamentos, por exemplo, tenham uma maior
resistência em determinadas atividades e suportem o ambiente em que anteriormente já
se tem conhecimento histórico de acidentes; podemos exemplificar com equipamentos
que foram projetados para facilitar o processo de manutenção e inspeção, ou máquinas
que possuem proteção em suas partes móveis, e ainda a necessidade de treinamento dos
colaboradores que irão manipular o equipamento.
Projetar processos e plantas tolerantes a falhas – desvios de processo potenciais que não
tenham impacto relevante à segurança; podemos exemplificar as máquinas que são
projetadas com dispositivos de segurança, que possuem a capacidade de trabalhar em
diferentes ambientes de temperatura e pressão, ou podemos falar que resiste em
possíveis desvios da operação normal, possibilitando outras ações de segurança para
minimizar possíveis acidentes.

2) Qual a primeira etapa do Gerenciamento de Risco e qual deve ser o fluxo para
redução do risco?

R: Primeiramente deve-se realizar a comunicação e consulta. São ações de planejamento


que viabilizam o contato permanente com a estrutura de todo o gerenciamento de risco
com as partes interessadas, sendo internas ou externas a organização. Isso possibilita a
participação e influencia diretamente em todas as concepções e decisões do processo de
gerenciamento de risco.
O fluxo para redução do risco deve seguir:
3) Qual é a hierarquia das medidas de segurança para Segurança de Processos
Químicos e Petroquímicos

R. Temos uma integração entre os princípios básicos e a hierarquia que formam uma
matriz. Mas de modo geral, consideramos que são as medidas intrínsecas, técnicas e
administrativas.
O projeto, primeiramente, deve ser seguro (intrínseco);
Deve-se ter segurança técnica (garantia da integridade do equipamento), que se divide
em segurança ativa e passiva;
E, as medidas de segurança administrativas que podem ser proativas e reativas.

4) Quais são as medidas administrativas possíveis para o controle/mitigação do


risco? Cite 01 exemplo para cada uma delas.

R. As medidas de segurança administrativas são proativas ou reativas, em que as


proativas são relacionadas às verificações anteriores a execução do trabalho, por
exemplo, verificação de válvulas, verificação da matéria-prima, checklists; sobre as
medidas reativas são as respostas em relação a alarmes e desvios, por exemplo, parar a
atividade, desligar o equipamento em que se trabalha no momento, evacuação de um
local para o ponto de encontro definido.

5) Justifique porque podemos liberar as atividades em atmosfera com presença


de explosividade em até 10% (explosímetro calibrado com metano). (Valor da
questão 1,5 pontos).

R.O termo “Gás LEL” vem do inglês (Lower Explosive Limit), e refere-se ao “Limite Inferior
de Explosividade”. Para que uma atmosfera se torne inflamável ou explosiva, temos que
ter uma mistura de oxigênio (presente no ar) com o gás combustível, numa determinada
proporção. Se a atmosfera contiver muito ar e pouco gás, não será explosiva, do mesmo
modo, o contrario. O Limite Inferior de Explosividade é o valor abaixo do qual a mistura
ainda não está apta a se inflamar, ou seja, é o limite onde se pode permanecer em
segurança.
Os equipamentos de detecção de gases combustíveis normalmente são ajustados para
alertar o usuário quando a mistura de ar e gás atinge um valor tal que esteja a 10% deste
limite (alarme baixo), acionando um segundo alarme quando a mistura atingir 20% do Gás
LEL (alarme alto). Ou seja, as atividades são liberadas com atmosfera de explosividade
em até 10%.

6) O que você entende por classificação de área? (Valor da questão 1,5 pontos).
Quais são as áreas classificadas para gases, névoas e poeira?

R. Todo local sujeito a probabilidade da existência ou formação de misturas explosivas


pela presença de gases, vapores, poeiras ou fibras combustíveis misturadas com o ar
necessita de possuir uma classificação de área.
O Estudo de Classificação de Áreas é um método de análise para a classificação do
ambiente e dos equipamentos presentes no processo, de modo a avaliar o potencial risco
de explosão das substâncias combustíveis presentes, de modo a identificar, graduar e
delimitar o risco de formação ou presença de atmosferas explosivas, e servir como
parâmetro para definição das medidas de controle de riscos pertinentes.
As áreas classificadas são divididas em zonas que vão de 0 a 2 (para gases e vapores) e
de 20 a 22 (para poeiras e fibras). Essas codificações diferenciam as áreas classificadas,
no que diz respeito à natureza e frequência.
Definições dos zoneamentos (Gases e Vapores)
Zona 0 – Local onde a ocorrência de mistura inflamável/explosiva por gases ou vapores é
continua ou existe por longos períodos.
Zona 1 – Local onde a atmosfera explosiva está presente em forma ocasional e em
condições normais de operação, sendo normalmente geradas por fontes de risco de grau
primário.
Zona 2 – Local onde a atmosfera explosiva está presente somente em condições
anormais de operação e persiste somente por curtos períodos de tempo, sendo geradas
normalmente por fontes de risco de grau secundário.
Definições de zoneamentos (Poeiras e Fibras)
Zona 20 – Local em que a atmosfera explosiva, em forma de nuvem de poeira, está
presente de forma permanente, por longos períodos ou ainda frequentemente (estas
zonas, igual que gases e vapores, são gerados por fontes de risco de grau contínuo).
Zona 21 – Local em que a atmosfera explosiva em forma de nuvem de pó está presente
em forma ocasional, em condições normais de operação da unidade (estas zonas, igual
que gases e vapores, são gerados por fontes de risco de grau primário).
Zona 22 – Local onde a atmosfera explosiva em forma de nuvem de pó existirá somente
em condições anormais de operação e se existir será somente por curto período de tempo
(estas zonas, igual que gases e vapores, são gerados por fontes de risco de grau
secundário).

7) Qual o Objetivo da Fispq e do sistema GHS?

R. A FISPQ tem como objetivo fornecer informações sobre vários aspectos dos produtos
químicos quanto à segurança, à saúde e ao Meio Ambiente. De acordo com o Decreto nº
2.657 de 03/07/1998, a FISPQ é um documento obrigatório para a comercialização de
produtos químicos, que oferece recomendações sobre medidas de proteção e ações em
situação de emergência, alertando sobre os perigos e possíveis riscos no manuseio de
produtos químicos tóxicos. A FISPQ fornece algumas informações necessárias para a
elaboração de um programa de saúde, segurança e meio ambiente efetivo.
O sistema GHS (Sistema de Classificação e Comunicação dos Perigos - Hazards) possui
o objetivo principal de fornecer informações para proteção da saúde humana e do meio
ambiente.

8) Avalie os riscos de acordo com a FISPQ dos produtos Tolueno, Gasolina,


Monoclorobenzeno. Apresente em forma de tabela, considerando no mínimo 08
itens importantes. (Valor da questão 02 pontos)

R: A avaliação dos riscos pode ser feita de forma qualitativa e quantitativa. Na avaliação
qualitativa podemos identificar os perigos, alguns serão apontados a seguir:

Tolueno: É inflamável e nocivo;


Pode causar irritação no trato respiratório superior; A ingestão pode causar espasmos
abdominais; O contato com a pele causa irritação;
No ar forma misturas explosivas e tóxicas; Na água prejudica a vida aquática; No solo
contamina o lençol freático;
Risco de explosão quando seus vapores são expostos à chama.

Gasolina: Líquido inflamável ;


Corrosão/irritação à pele; Mutagenicidade em células germinativas;
Toxicidade para órgãos - alvo específicos;
Perigo por aspiração ;
Perigoso ao ambiente aquático ;
Risco de explosão em contato com o ar.

Monoclorobenzeno: Liquido e vapor inflamáveis;


Nocivo por ingestão ou inalação, Irritação cutânea; Tóxico a organismos aquáticos;

Na avaliação quantitativa, podemos verificar por aspecto e impacto ao meio em 8 itens:


Caracterização Análise Avaliação
Produto Aspecto Impacto
N/E Fn Fe CA PR S1 E M R S2 P CAT Risco
Vazamento Contaminação do solo E 2 3 2 2 6 5 1 2 8 48 Tolerável
Vazamento Contaminação da água E 2 3 2 1 5 5 1 2 8 40 Tolerável
Derrame Saúde – Irritação no
E 2 4 2 2 6 3 2 1 6 36 Tolerável
Acidental trato respiratório
Derrame Saúde – Inconsciência
E 2 4 2 1 5 5 2 1 8 40 Tolerável
Acidental e morte
Tolueno

Emissão de Alteração da Qualidade


E 1 3 2 2 5 3 1 1 5 25 Tolerável
partículas do Ar
Emissão de Alteração da qualidade
E 1 3 2 2 5 5 1 1 7 35 Tolerável
vapores do Ar - Intoxicação
Manuseio
Saúde - Lesões N 3 5 2 1 6 3 2 1 6 36 Tolerável
inadequado
Exposição ao calor –
Armazenamento
Incêndio e/ou N 3 5 2 1 6 5 1 1 7 42 Tolerável
inadequado
explosões
Vazamento Contaminação do solo E 2 3 2 1 5 2 1 2 5 25 Tolerável
Vazamento Contaminação da água E 2 3 2 1 5 5 1 2 8 40 Tolerável
Derrame Saúde – Irritação no
E 2 4 2 2 6 3 2 1 6 36 Tolerável
Acidental trato respiratório
Derrame Saúde – Inconsciência
E 2 4 2 1 5 5 2 1 8 40 Tolerável
Acidental e morte
Gasolina

Emissão de Alteração da Qualidade


E 5 3 2 2 9 3 1 1 5 45 Tolerável
partículas do Ar
Emissão de Alteração da qualidade
E 5 3 2 2 9 5 1 1 7 63 Moderado
vapores do Ar - Intoxicação
Manuseio
Saúde - Lesões N 5 5 2 1 8 3 2 1 6 48 Tolerável
inadequado
Exposição ao calor –
Armazenamento
Incêndio e/ou N 3 5 2 1 6 5 1 1 7 42 Tolerável
inadequado
explosões
Vazamento Contaminação do solo E 2 3 2 1 5 2 1 2 5 25 Tolerável
Vazamento Contaminação da água E 2 3 2 1 5 5 1 2 8 40 Tolerável
Derrame Saúde – Irritação no
E 2 4 2 2 6 3 2 1 6 36 Tolerável
Acidental trato respiratório
Monoclorobenzeno

Derrame Saúde – Inconsciência


E 2 4 2 1 5 5 2 1 8 40 Tolerável
Acidental e morte
Emissão de Alteração da Qualidade
E 1 3 2 2 5 3 1 1 5 25 Tolerável
partículas do Ar
Emissão de Alteração da qualidade
E 1 3 2 2 5 5 1 1 7 35 Tolerável
vapores do Ar - Intoxicação
Manuseio
Saúde - Lesões N 3 5 2 1 6 3 2 1 6 36 Tolerável
inadequado
Exposição ao calor –
Armazenamento
Incêndio e/ou N 3 5 2 1 6 5 1 1 8 42 Tolerável
inadequado
explosões
N/E = Caracterização dos Aspectos/Impactos quanto a Situação E= Efeito de Impacto
Operacional M= Mitigação aplicada
Fn= Frequência de Exposição Normal R= Repercussão Relativa aos Impactos/Danos
Fe= Frequência de Exposição Emergência S2(E+M+R) = Soma dos Parâmetros
CA=Controle associado aos aspectos/perigos P(S1XS2)= Produto
PR= Percepção de Risco Cat. Risco= Categoria do Risco
S1(Fn+C+PR) = Soma dos Parâmetros

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