Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PETRÓLEO
ENGENHARIA DE PETRÓLEO
Novembro 2017
NATAL, RN
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.1
Novembro 2017
NATAL, RN
Igor Lisboa Bezerra ii
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.1
RESUMO
___________________________________________________________________________
Os sistemas de energia fotovoltaica são capazes de capturar a luz solar de forma direta e
produzir corrente elétrica através de painéis solares fotovoltaicos. Esta corrente é conduzida por
controladores de carga e conversores, e pode ser armazenada em baterias ou conectada
diretamente à rede elétrica. No setor de petróleo, os sistemas fotovoltaicos podem ajudar a
produzir energia elétrica para poços de petróleo, convertendo a luz solar em eletricidade através
de células fotovoltaicas. Considerando a importância dos sistemas fotovoltaicos na geração de
energia, o objetivo deste trabalho é idealizar e dimensionar duas unidades de energia solar
fotovoltaica, sendo uma off grid e outra on grid, capazes de atender a demanda elétrica de um
campo produtor de petróleo composto por dez poços que utilizam o bombeio mecânico (BM)
como método de elevação artificial para produção de petróleo. O estudo em questão foi
projetado para um campo de produção localizado no Nordeste do Brasil. Sistemas solares
fotovoltaicos se apresentam como uma excelente alternativa de geração de energia necessária
para alimentar os poços de petróleo estudados em função de sua versatilidade de aplicações.
Neste trabalho 780 painéis (sistema off grid) e 672 painéis (sistema on grid) foram utilizados
para fornecer energia elétrica para motores, de 3 hp, para 10 unidades de bombeio.
ABSTRACT
__________________________________________________________________________
Photovoltaic systems are capable of directly capturing sunlight and producing electric current
through photovoltaic solar panels. This current is driven by current controllers and converters,
and can be stored in batteries or connected directly to the power grid. In the oil sector,
photovoltaic systems can help produce electricity for oil wells by converting sunlight into
electricity using photovoltaic cells. Considering the importance of photovoltaic systems in the
generation of energy, the objective of this paper is to idealize and size two photovoltaic solar
energy units, one off grid and another on grid, capable of meeting the electric demand of a
petroleum field composed of ten wells that use sucker-rods pumping as an artificial lifting
method for the production of hydrocarbons. The study in question was designed for a field of
production located in the Northeast of Brazil. Photovoltaic solar systems present themselves as
an excellent alternative of generation of energy necessary to feed the studied oil wells due to its
versatility of applications. In this work, 780 panels (off grid system) and 672 panels (on grid
system) were used to supply electric power to motors, from 3 hp, to 10 pumping units.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus país, Sonia Maria Lisboa e José Maria Lisboa, e irmã, Sabrina
Lisboa pelo amor incondicional, por sempre buscarem me proporcionar as melhores condições
para o meu desenvolvimento e por me apoiarem em todas as lutas do dia-dia.
Agradeço à minha orientadora, Dra. Cala Maitelli, pela oportunidade de desenvolver
este trabalho, proporcionando meios para meu desenvolvimento profissional, e pela dedicação
para com seus alunos e orientandos.
Agradeço aos meus colegas de curso pelo companheirismo e amizade sempre marcantes
durante todo o período do curso.
E finalmente agradeço a Deus pelo dom da vida.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………….. 1
1.1 Objetivo geral................................................................................................... 2
1.2 Objetivos específicos........................................................................................3
2 ASPECTOS TEÓRICOS………………………………………………………4
2.1 Elevação de petróleo......................................................................................... 4
2.2 Energia solar...................................................................................................16
2.2.1 Energia solar térmica................................................................................... 18
2.2.2 Energia solar fotovoltaica............................................................................ 19
3 MATERIAIS E MÉTODOS………………………………………………….26
3.1 Potência do motor elétrico trifásico................................................................ 26
3.2 Dimensionamento da unidade fotovoltaica autônoma.................................... 28
3.3 Dimensionamento da unidade fotovoltaica conectada à rede......................... 30
3.4 Layout do campo produtor..............................................................................32
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES…………………………………………… 33
4.1 Dimensionamento da potência nominal dos motores elétricos das unidades de
bombeio..................................................................................................................33
4.2 - Dimensionamento de uma unidade solar fotovoltaica autônoma geradora de
energia elétrica....................................................................................................... 35
4.3 - Dimensionamento de uma unidade solar fotovoltaica conectada à rede
geradora de energia elétrica....................................................................................37
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES…………………………………… 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………... 41
ÍNDICE DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
BM - Bombeio Mecânico
CA – Corrente alternada, A
CC – Corrente contínua, A
Energia armazenada no banco – Quantidade de energia elétrica que o banco de baterias é capaz
de armazenar, Wh
Energia consumida – Energia consumida pelo motor elétrico por dia, Wh/dia
UB - unidade de bombeio
1 INTRODUÇÃO
Idealizar e dimensionar duas unidades de energia solar fotovoltaica, sendo uma off grid
e outra on grid, capazes de atender a demanda elétrica de um campo produtor de petróleo
composto por dez poços que utilizam o bombeio mecânico com hastes como método de
elevação artificial para produção de hidrocarbonetos.
2 ASPECTOS TEÓRICOS
Nesta seção são apresentados os aspectos teóricos relevantes para a realização deste
trabalho, no tocante à indústria do petróleo mais especificamente à elevação de hidrocarbonetos,
geração de energia solar fotovoltaica, introduzindo alguns de seus conceitos e características.
• Plunger Lift;
O Gas Lift Contínuo consiste na injeção, a vazão constante, de gás de forma contínua e
controlada, com a finalidade de aerar os fluidos contidos na coluna de produção e assim reduzir
a componente hidrostática das perdas de carga dentro do poço. Possibilitando que a pressão
original do fundo do poço seja capaz de vencer as perdas e elevar os fluidos. No Gas Lift
intermitente, como o próprio nome diz, o gás é injetado de maneira intervalar. Os intervalos
entre os períodos de injeção são definidos pelo tempo que um nível suficiente de líquido se
acumula na coluna de produção. Durante a injeção, um grande volume de gás é injetado abaixo
Vantagens:
É um método de elevação bem conhecido pelo o pessoal de campo em todos os
lugares, simples de operar e analisar;
O projeto de instalação é relativamente simples e possível de ser realizado em
campo;
Sob condições favoráveis, pode ser usado até o fim da vida produtiva do poço
(abandono);
A capacidade de bombeio, dentro dos limites pode ser facilmente alterada de
acordo com mudanças na produção do poço, também é viável a utilização de
mecanismos de controle de bombeamento;
Os componentes do sistema e peças de reposição estão prontamente disponíveis
em todo o mundo;
Desvantagens:
A profundidade de bombeio é limitada, principalmente pela resistência mecânica
do material das hastes;
Gás livre na entrada da bomba reduz drasticamente a produção.
Em poços desviados, o atrito das peças pode levar à falhas mecânicas;
A unidade de bombeio (UB) requer um grande espaço além de ser pesada;
• Contrapesos;
• Caixa de Redução;
• A haste polida;
• A cabeça do poço;
• O motor;
A base pode ser moldada por concreto ou constituída de perfis metálicos. Ela fornece o
alinhamento adequado, com relação ao solo, aos demais componentes da unidade de bombeio.
O tripé pode ser formado por três ou quatro perfis de aço, é o elemento de maior rigidez do
sistema e precisa suportar toda a carga proveniente da haste polida e da maioria dos
componentes existentes abaixo desta. A viga principal ou balancim é apoiada sobre o tripé e
fixada por um mancal, esse componente deve ser rígido o suficiente para suportar em uma de
suas extremidades, de maneira semelhante ao tripé, a carga na haste polida e na outra
extremidade a força transmitida pela biela. Já a cabeça da UB, devido ao seu formato, faz com
que a haste polida tenha sempre um movimento vertical independente da orientação do curso
(descendente ou ascendente) em um instante qualquer. A biela e a manivela transmitem o
movimento da saída do redutor para o balancim. O comprimento do curso da haste polida é
definido pela distância entre o eixo da manivela e o mancal da biela (THOMAS, 2004). Na
Figura 2.2 é apresentada uma unidade de bombeio e seus principais componentes.
Na elevação dos hidrocarbonetos, a força motriz gerada pelo motor é requerida apenas
no curso ascendente, quando o equipamento precisa fornecer energia suficiente para suspender
a coluna de hastes e os líquidos que estão sendo bombeados, diferentemente do curso
descendente quando a coluna cai devido ao seu próprio peso. Essas mudanças alternadas de
demanda energética ocasionam a redução da vida útil do motor.
diâmetro de tubo, mecanismo mais simples e robusto. Entretanto, quando existe a necessidade
de manutenção dos componentes, as manobras de coluna de hastes que são mais simples,
possibilitam apenas a troca do pistão e da válvula de pé, mas quando é preciso substituir a
camisa da bomba ocorre a necessidade de uma intervenção de maior porte no poço com a
utilização de sonda.
As bombas insertáveis são solidárias a coluna de hastes. Na ocasião de sua instalação,
a bomba com todos seus componentes é descida na extremidade da coluna de hastes, o que
permite a substituição completa de todas as suas peças através de uma simples manobra de
coluna de hastes, sem a necessidade de intervenção de uma sonda no poço, no entanto, sua
capacidade de bombeio é reduzida se comparada com a bomba tubular (COSTA, 2008)
As válvulas da bomba de fundo possuem um mecanismo de sede e esfera que é acionado
por pressão. Se a pressão acima da esfera for inferior à pressão abaixo dela a válvula se abrirá,
caso contrário, ocorre seu fechamento. O deslocamento do pistão provocado pelo movimento
de sobe e desce da coluna de hastes varia a pressão na bomba. No movimento ascendente, o
fluido acima da válvula de passeio é comprimido, provocando um aumento na pressão na região
e por consequência o fechamento desta válvula. O inverso acontece na válvula de pé, ocorre a
expansão dos fluidos na região entre as válvulas fazendo cair a pressão até que esta seja menor
que a pressão na zona de sucção da bomba, ocasionando a abertura da válvula de acordo com a
Figura 2.3 a seguir.
Quando o pistão desce, as posições das esferas nas sedes se invertem. A pressão na
região entre as válvulas aumenta até se tornar superior à pressão na zona de sucção, provocando
o fechamento da válvula de pé, como também, se torna maior que a pressão na região acima da
válvula de passeio permitindo sua abertura, como apresentado na Figura 2.4 abaixo.
A energia gerada pelo sol, considerada inesgotável em escala terrestre de tempo, como
fonte de calor e luz é atualmente uma das alternativas energéticas mais promissoras para suprir
a demanda de energia necessária para o desenvolvimento humano. No mesmo contexto, sabe-
se que o sol é responsável pela origem de quase toda as fontes de energia existentes na terra.
(CRESESB, 2014).
O sol participa da geração de eletricidade produzida através de hidrelétricas, fornecendo
energia para a evaporação, que por sua vez origina o ciclo das águas, tornando possível o
represamento de grandes reservatórios de água necessários para geração energética. No caso da
energia eólica, a radiação solar induz a circulação atmosférica em escala global, provocando a
incidência de ventos que fornecem a energia cinética necessária para acionar os aerogeradores.
É também pela a energia do sol que a cana-de-açúcar, realiza a fotossíntese que promove seu
desenvolvimento para depois ser transformada em combustível nas usinas. E por fim, o
petróleo, gás natural e carvão mineral tiveram sua geração através de resíduos de plantas e
animais que se desenvolveram com o auxílio da energia solar.
Em função das suas dimensões continentais, o Brasil, apresenta diferentes
características climáticas, contudo, a média anual de irradiação solar global é bastante uniforme,
com elevadas médias anuais em todo seu território. A irradiação solar global incidente em
qualquer região do país pode variar entre 4,2 e 6,7 kWh/m², os valores mais altos são
encontrados na região semiárida do nordeste brasileiro (Pereira et. al, 2006). A Figura 2.5
mostra o mapa brasileiro de irradiação solar global diária com escala em Wh/m².dia.
Sistemas solares térmicos apresentam diversos usos nos setores residenciais, comerciais
e industriais, como também na geração de energia elétrica. Na indústria do petróleo, dentre
outros usos, o aquecimento solar térmico pode ser aplicado para a geração de vapor que por sua
vez é empregado na injeção em reservatórios que contém nos poros de suas formações rochosas,
óleos mais viscosos, tal uso se define como método de recuperação suplementar de petróleo,
com a finalidade de se aumentar a eficiência na produção.
Células fotovoltaicas são compostas por duas camadas de matérias semicondutores, uma
grade metálica coletora na parte superior e uma base também metálica inferior, ambas
desempenham a função de terminais elétricos que coletam a corrente produzida pela ação da
luz. Células comerciais ainda possuem uma camada de material antirreflexivo utilizada para
evitar a reflexão de raios solares e aumentar a absorção da luz nas células. Sistemas solares
fotovoltaicos podem ser classificados em sistemas isolados, denominados sistemas off grid,
onde a energia gerada é armazenada em baterias, e em sistemas fotovoltaicos conectados à rede
elétrica, estes são chamados de sistemas on grid (VILLALVA, 2015).
Sistemas fotovoltaicos isolados (off grid), também chamados de autônomos, podem ser
empregados em localidades onde não existe atendimento de uma rede elétrica pública, como
por exemplo em zonas rurais, na praia, camping ou em qualquer outro local onde a eletricidade
não esteja disponível. E ainda podem ser usados na iluminação pública, sinalização em estradas,
alimentação de sistemas de telecomunicação, bombeamento de água, carregamento de baterias
de veículos elétricos movidos a energia solar, entre outros (VILLALVA, 2015).
Ainda existem no Brasil muitas localidades não contempladas com o atendimento de
rede de distribuição elétrica. Nesse lugares os sistemas solares autônomos se apresentam como
uma boa alternativa na substituição de geradores de energia, à combustão interna, movidos a
Igor Lisboa Bezerra 20
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo –CEP/CT/UFRN 2017.1
óleo diesel ou gasolina. Reduzindo os ruídos, a geração de gases causadores do efeito estufa e
principalmente eliminando a necessidade de geração de combustível. A Figura 2.9 apresenta
um sistema fotovoltaico instalado em uma comunidade rural.
Sistemas isolados são compostos normalmente por uma placa ou conjunto de placas
geradoras fotovoltaicas, um controlador de carga, uma bateria ou banco de baterias (sistema
armazenador de energia) e de acordo com a aplicação um inversor de tensão. A energia
produzida nas placas é armazenada nas baterias depois de passar pelo controlador de carga, que
promove a correta conexão entre os painéis fotovoltaicos e as baterias, e ainda evita que estas
sejam sobrecarregadas ou descarregadas em demasia, o que influencia na vida útil do
equipamento, alguns controladores mais modernos contam com o rastreamento do ponto de
máxima potência do módulo, buscando o aumento da eficiência do sistema. A utilização de
baterias se justifica porque a geração energética e o consumo nem sempre são simultâneos,
devido ao caráter intermitente da incidência da radiação solar. Dessa maneira, a presença de um
dispositivo armazenador de energia fomenta um fornecimento energético constante e linear para
o consumidor e evita o desperdício nos casos de geração elevada e baixo consumo,
armazenando eletricidade para uso posterior, em ocasião de dias nublados, chuvosos ou no
período da noite (CRESESB, 2014).
Já os sistemas fotovoltaicos conectados à rede (on grid) são aqueles que a eletricidade
produzida é consumida diretamente pela carga consumidora ou, no caso de excedente de
produção, esta é injetada na rede convencional, e posteriormente, quando não mais houver
excedente de geração energética pelos módulos, a energia retorna ao consumidor em forma de
créditos energéticos. Diferentemente dos sistemas fotovoltaicos autônomos, os sistemas
conectados à rede não demandam o uso de baterias, nem de controladores de carga. São
componentes básicos da geração de energia em sistemas fotovoltaicos conectados à rede apenas
os módulos e os inversores (CRESESB, 2014). Como no esquema da Figura 2.11 abaixo.
baseia em um banco de dados alimentado por 350 pontos de coleta espalhados pelo Brasil e
alguns países vizinhos. Dessa forma, em posse de apenas as coordenadas geográficas do local
o usuário tem acesso a dados de irradiação solar diária distribuído ao longo dos doze meses do
ano (VILLAVA, 2015).
Atualmente disseminação da geração da energia solar fotovoltaica, à nível nacional e
internacional, vem contribuindo fortemente com a produção de eletricidade, para a redução da
emissão de gases causadores do efeito estufa na atmosfera e outros danos ambientais
normalmente causados quando se empregam fontes convencionais de geração de energia
elétrica.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
𝑃𝑅𝐻𝑃
𝑃𝑚𝑜𝑡 = 𝜂 (1)
𝑚𝑒𝑐ℎ
Em que,
𝑃𝑚𝑜𝑡 : Potência requerida no eixo do motor, em hp.
𝑃𝑅𝐻𝑃: Potência na haste polida, em hp.
𝜂𝑚𝑒𝑐ℎ : eficiência mecânica da unidade de bombeio.
O valor da eficiência mecânica da unidade de bombeio (𝜂𝑚𝑒𝑐ℎ ) é função da potência
requerida na haste polida (PRHP) e da taxa de torque da caixa redutora, sendo encontrado no
eixo vertical do gráfico da Figura 3.1 a seguir.
Este gráfico, no seu eixo das abscissas, utiliza valores resultantes da Equação (2) abaixo.
4960∗𝑃𝑅𝐻𝑃
𝐸𝑃𝑅 = 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑟𝑒𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟𝑎 (2)
Onde:
𝑃𝑅𝐻𝑃: Potência na haste polida, em hp.
E assim, com o auxílio do gráfico, utilizando as curvas de unidades novas ou
desgastadas, é possível encontrar o valor da eficiência da unidade de bombeio (𝜂𝑚𝑒𝑐ℎ ).
A potência requerida do motor elétrico, trata-se da potência nominal do motor e engloba
as perdas no próprio equipamento e na unidade de bombeio, em hp.
𝑃
𝑃𝑒 = 𝜂𝑚𝑜𝑡 (3)
𝑚𝑜𝑡
Onde:
𝑃𝑒 : Potência requerida no motor elétrico, em hp.
𝑃𝑚𝑜𝑡 : Potência requerida no eixo do motor, em hp.
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 = 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 (𝐴)𝑥 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 (𝑉) (5)
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 = 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 (𝑊) 𝑥 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑠𝑜𝑙𝑎çã𝑜 (ℎ) (6)
𝑊ℎ
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 ( )
𝑑𝑖𝑎
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜𝑠 = 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 (𝑊ℎ) (7)
Nesta etapa, se procede o cálculo da energia que o banco de baterias pode armazenar,
de acordo com a Equação (9).
𝑊ℎ
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎(𝑑𝑖𝑎)𝑥 𝑁º 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑢𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑏𝑎𝑛𝑐𝑜
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑧𝑒𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑜 𝑏𝑎𝑛𝑐𝑜 =
𝑃𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎
(9)
Onde:
𝑃𝐹𝑉 : Potência teórica do sistema fotovoltaico (kWp).
C: Consumo anual de energia (kWh/ano).
Irr: Irradiação solar (kWh/m²/ano).
F: Fator de performance do sistema.
O campo produtor, objeto deste estudo, é composto por dez poços produtores de
petróleo, sendo todos equipados com bombeio mecânico como método de elevação artificial.
Sugere-se dispor os poços dentro da área do campo produtor de modo a formar duas fileiras
com cinco poços em cada, sendo a distância entre os poços de 50 metros e destes para o limite
do campo de 25 metros, de acordo com a Figura 3.2 a seguir.
Dessa forma, foi possível concluir que o campo em análise possui uma área total de
25000 m², formando um retângulo de dimensões de 100 por 250 metros.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Utilizando o valor encontrado (0,333) no eixo das abcissas no gráfico da Figura 3.1,
encontrou-se no eixo vertical, através da curva de uma unidade de bombeio nova, o valor de
0,69 que corresponde a eficiência mecânica da unidade de bombeio (𝜂𝑚𝑒𝑐ℎ ). Como apresentado
na Figura 4.1 a seguir.
E assim, voltando a Equação (1), foi encontrado o valor da potência no eixo do motor
(𝑃𝑚𝑜𝑡 ) de 2,435 hp, conforme apresentado a seguir.
1,68
𝑃𝑚𝑜𝑡 = = 2,435 ℎ𝑝
0,69
2,435
𝑃𝑒 = = 2,70 hp
0,90
Tabela 4.1- Resultados do dimensionamento da potência dos motores elétricos das unidades de
bombeio.
O valor final da potência elétrica requerida para o motor (𝑃𝑒 ), por simplicidade e por
questão de disponibilidade no mercado, foi arredondado para 3 hp, ou se transformado em
Watts, 2237 W.
Para suprir energeticamente um poço do presente estudo foi idealizada uma unidade de
solar fotovoltaica autônoma, de acordo com as equações apresentadas na etapa da
fundamentação teórica. Os resultados do dimensionamento estão descritos na Tabela 4.2
abaixo.
Tabela 4.2 - Resultados do dimensionamento da unidade solar fotovoltaica isolada para um poço.
Dessa maneira, a unidade solar fotovoltaica, a ser utilizada para suprir energeticamente
um poço equipado com bombeio mecânico como método de elevação artificial, é composto por
65 painéis fotovoltaicos e um banco de baterias compostos por 42 conjuntos de 2 baterias em
série cada, por consequência, o sistema solar fotovoltaico idealizado para suprir
energeticamente o campo produtor como um todo, que é formado por 10 poços de petróleo
(assumindo um fator de segurança de 20% para suprir as perdas energéticas nos cabeamentos e
alimentar os sistemas de automação e coleta de dados presentes no poços), é composto por:
Número de painéis fotovoltaicos: 65 painéis x 10 poços x 1,2 = 780 painéis.
Banco de baterias: 42 conjuntos de baterias x 10 poços x 1,2 = 504 conjuntos de baterias.
19596,99 kWh/ano
kWh
1704,55 2 /ano
𝑃𝐹𝑉 = m = 15,33 𝑘𝑊𝑝
0,75
15330 𝑤𝑝
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 = = 55,745 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠
275 𝑤𝑝
Como não é possível fracionar o número de painéis, de acordo com o cálculo acima, são
empregados 56 painéis solares na unidade geradora fotovoltaica conectada à rede elétrica de
energia.
Então, para suprir energeticamente um poço produtor de petróleo equipado com
bombeio mecânico são necessários 56 painéis fotovoltaicos. Todos os resultados obtidos são
apresentados na Tabela a seguir.
Tabela 4.3 - Resultados obtidos do dimensionamento da unidade fotovoltaica conectada à rede para um
poço.
Por consequência, para o campo produtor de dez poços e, como no sistema isolado,
assumindo uma margem de segurança de 20% para cobrir as perdas energéticas, a unidade solar
fotovoltaica conectada à rede é constituída por 672 painéis geradores de energia fotovoltaica.
E, por não haver a necessidade de um sistema de armazenamento de eletricidade, não é preciso
o emprego de um banco de baterias. Segue abaixo a Tabela 4.3 apresentando um comparativo
entre os dois sistemas.
Tabela 4.4 - Comparativo entre os sistemas fotovoltaicos off grid e on grid para o campo produtor.
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
dos poços, tal como, a implementação da metodologia do controle de pump off, citada neste
trabalho.
Também, como recomendação pode-se propor a implementação de sistemas híbridos,
constituídos por equipamentos de energia fotovoltaica e aerogeradores operando
alternadamente com motores a diesel (geradores) para suprir a demanda energética dos campos
produtores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PEREIRA, E. B.; et al. Atlas Brasileiro de Energia Solar. 1. Ed. São José dos Campos:
Swera, 2006,60p.