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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

DEPARTAMENTO DE APOIO, PRODUÇÃO E SAÚDE ANIMAL CAMPUS DE


ARAÇATUBA
CURSO DE MANEJO DE PASTAGENS
Prof. CECILIO VIEGA SOARES FILHO, Eng. Agr. MESTRE EM NUTRIÇÃO
ANIMAL E PASTAGENS
SETEMBRO - 1997 ARAÇATUBA - SP
1
1. INTRODUÇÃO:
Nas regiões tropicais, a produção animal é, praticamente, dependente de pastagens. No
trópico brasileiro, a evolução do tempo tem mostrado uma crescente mudança das
pastagens naturais para as cultivadas, como se verifica no Estado de São Paulo, o qual
apresenta cerca de 80% de sua área de pastagens ocupada pelas cultivadas.
Tradicionalmente, nas regiões do Brasil a exploração das pastagens naturais é feita de
forma extrativismo, proporcionando dessa maneira, a degradação progressiva da
pastagem. Em decorrência disso, observa-se uma busca contínua de novas e até
milagrosas gramíneas forrageiras para substituir aquelas que foram utilizadas, sem no
entanto, preocupar-se em corrigir os problemas que levaram à queda da produtividade da
pastagem. Provavelmente, os problemas estão na fertilidade dos solos e no manejo das
pastagens. No Brasil, os solos sob pastagens são predominantemente os Ultissolos e os
Oxissolos, os quais apresentam sérias limitações de fertilidade. Os teores das bases
trocáveis, Ca, Mg e K, e os de P são baixos e os de Al trocável e de Mn disponível são
elevados. Dessa forma, a adubação apresenta efeito marcante sobre a pastagem,
melhorando o ganho/ha e, principalmente, a sua persistência, mesmo para as espécies
adaptadas à baixa fertilidade do solo. A importância dos elementos essenciais para o
estabelecimento das plantas forrageiras em ecossistemas de pastagens e para a sua
produtividade tem sido amplamente demonstrada. Em particular, nas condições tropicais,
cuidados especiais com a correção da acidez do solo, com o fornecimento de cálcio e de
magnésio e com a carência de fósforo constituem-se recomendações usuais na fase de
implantação das pastagens, enquanto que um suprimento adequado de nitrogênio,
potássio e enxofre é necessário para a manutenção da produtividade das forrageiras. Esta
apostila tem por objetivos descrever os seguintes temas: principais espécies forrageiras
para pastagens, correção e adubação do solo, recuperação/e ou renovação de pastagens,
estabelecimento de pastagens e manejo de pastagens.
2 - ESPÉCIES FORRAGEIRAS PARA PASTAGENS: 2.1. GRAMÍNEAS:
Brachiaria decumbens 1 - NOME COMUM - capim-braquiária decumbens. 2 - ORIGEM
- África tropical. Primeira introdução no Brasil feita através do antigo IPEAN, hoje
CPTU/EMBRAPA, em 1952. A partir de 1965 disseminou-se rapidamente nos serrados
brasileiros. 3 - EXIGÊNCIAS - baixa exigência em fertilidade do solo e precipitação
anual acima de 800 mm 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação.
2 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - pode atingir de 50-70 cm. é perene,
herbácea, prostrada. Pode emitir raízes adventícias (estolonífera), é bastante agressiva. É
bastante empregada com a finalidade de impedir a erosão. 6 - MANEJO - para pastejo
controlado, a entrada dos animais deve ser com a gramínea em torno de 30 a 40 cm de
saída quando este porte for reduzido a 10-15 cm, com período de descanso de 30-35 dias.
Para pastejo continuo procurar manter a vegetação com porte de cerca de 20 cm. 7 -
CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação da águas - 1.5 UA/ha. Estação da seca - 0.7
UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 15 a 18 ton MS/ha/ano. 9 - RESISTÊNCIA - não tolera
solos argilosos, secas prolongadas, ataque de cigarrinhas e percevejos. Rebrota após o
fogo, tem regular resistência ao frio e pisoteio. A fotossensibilização hepatógena sempre
esteve associada com esta gramínea. 10 - MULTIPLICAÇÃO - Pode ser feita por
sementes ou por mudas. Por sementes gasta-se em torno de 5 a 10 kg/ha para plantio a
lanço ou 3 kg/ha S.P.V. As sementes tem dormência de 6 meses e para plantio anterior a
este período pode-se empregar a quebra de dormência com ácido sulfúrico comercial
concentrado por 15 minutos e posterior lavagem, prática que aumenta a porcentagem de
germinação. 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 4 a 7,5% PB e 50 a 55% DIVMS. 12 -
CONSORCIAÇÃO - Dificil em função do vigor vegetativo desta gramínea. 13 -
CONTROLE DA CIGARRINHA - O problema do ataque de cigarrinha nestas pastagens
preocupa os pecuaristas. Existe o combate biológico com o inimigo natural desta
cigarrinha que é o fungo metarrhizium anizopliae. O controle quimico é perigoso e , em
caso de ser empregado, evitar o uso de clorados que dão problemas na carne e leite. Os
fosforados podem ser aplicados com critério, observando de 7 a 10 dias de intervalo de
aplicação. Outra alternativa é a diversificação de forrageiras na propriedade.
Brachiaria radicans 1 - NOME COMUM - TANNER GRASS , Brachiaria do brejo. 2 -
ORIGEM - África. 3 - EXIGÊNCIAS - Pouca quanto a fertilidade do solo. Adaptação
excelente em solos úmidos, ou seja, mal drenadas. 4 - RENDIMENTO - 9 t MS/ha/ano. 5
- PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Rizomatosa, estolonifera, hastes finas e
flexiveis prostadas, folhas lisas e verde-brilhantes. Panícula com 6-12 racemos. 6 -
COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 7.0% de PB na MS 7 - MULTIPLICAÇÃO - Via
vegetativa, ou seja, através de mudas. 8 - PROBLEMAS: Foi observado intoxicação de
animais mantidos em regime de pastejo exclusivo nesta espécie de gramínea. Os sintomas
apresentados pelos animais são perda de peso, hematúria (sangue na urina) e morte de
animais. A intoxicação observada foi causada por nitratos e nitritos . Esta gramínea
constitui-se no hospedeiro predileto do Blissus leucopterus (chinch bug), percevejo que
causa sérios danos em gramíneas. Em função destes problemas foram tomadas medidas
governamentais para impedir o uso de áreas com este brachiaria, transito e multiplicação.
Os infratores estavam sujeitos a punição determinada pelo regulamento da defesa
sanitária vegetasl (portaria do MA de no. 822, de 11/10/76).
Brachiaria humidicula
3 1 - NOME COMUM - capim-quicuio da Amazônia, capim-agulha. 2 - ORIGEM -
África. A partir de 1973 tornou-se muito importante na Amazônia Brasileira. 3 -
EXIGÊNCIAS - Pouco exigente em fertilidade do solo. 4 - UTILIZAÇÃO - pastejo. 5 -
PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, ereta, rizomatosa e estolonífera. 6 -
MANEJO - Entrada dos animais com 25 cm de altura e saída com 10 cm. Período de
descanso de 30 dias. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 1.2 UA/ha.
Estação das seca - 0.6 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 12 a 15 t MS/ha/ano. 9 -
RESISTÊNCIA - Boa resistência a seca, pisoteio e cigarrinha. 10 - MULTIPLICAÇÃO -
Sementes e mudas. 3 kg/ha S.P.V. Sementes apresentam dormência de 1 ano. 11 -
COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 5 a 7% PB e 45 a 50% DIVMS. 12 - CONSORCIAÇÃO -
amendoim forrageiro. 13 - VANTAGENS SOBRE A DECUMBENS - os eqüinos não
rejeitam esta braquiária e esta apresenta maior resistência a cigarrinha do que a
decumbens.
Brachiaria dictyoneura 1 - NOME COMUM - Capim-dictioneura 2 - ORIGEM - África 3
- EXIGÊNCIAS - Baixa exigência em fertilidade do solo 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e
Fenação 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, ereta, estolonifera e
rizomatoza, difere da brachiaria humídicula por ser cespitosa, enquanto esta é fortemente
estolonifera. 6 - MANEJO - Entrada dos animais com 25-30 cm de altura e saída com 10-
15 cm de altura. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 1.2 UA/ha.
Estação das seca - 0.6 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 10 a 12 ton MS/ha/ano. 9 -
RESISTÊNCIA - Boa a seca, pisoteio e cigarrinha. 10 - MULTIPLICAÇÃO - Através de
mudas e sementes. 2.5 kg/ha S.P.V. 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 5 a 9% de PB e 45
a 50% de DIVMS. 12 - CONSORCIAÇÃO - centrosema, calopogônio, amendoim
forrageiro. 13 - CULTIVARES - lLANERO CIAT, IAPAR 56.
Brachiaria ruzizieneis 1 - NOME COMUM - Ruziziensis, capim congo 2 - ORIGEM -
Congo 3 - EXIGÊNCIAS - Pouco exigente em fertilidade do solo 4 - PORTE E HÁBITO
DE CRESCIMENTO - Esta brachiaria é muito semelhante a decumbens; atinge até 1.0-
1.5 m, é perene, estolonifera e apresenta grande perfilhamento. As plantas são verde-
amareladas. 5 - RESISTÊNCIA - baixa resistência a geadas e secas. Suporta bem pastejo.
Tem menor rendimento por área que a decumbens. É sensível ao ataque da cigarrinha. 6 -
MULTIPLICAÇÃO - pode ser feito por mudas e por sementes. Por sementes deve-se
observar o período de dormência, que ocorre após colheita que é de 12 meses ( em
condições ambientais). Floresce uma vez por ano (abril). 7 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA
- 6.% de PB na MS.
4 8 - RENDIMENTO - até 12 t/ha/ano de massa seca. e 10 a 20% menos produtiva do
que a brachiaria decumbens.
Brachiaria Brizantha 1 - NOME COMUM - capim brizantão, branquirão 2 - ORIGEM -
África 3 - EXIGÊNCIAS - Média exigência em fertilidade do solo. 4 - UTILIZAÇÃO -
Pastejo e Fenação 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - é mais ereta que a
decunbens e pode atingir 1.0 a 1.2 m (touceiras), é menos vigorosa para gramar que as
anteriores, pois não é estolonifera, sendo Rizomatosa e perene. 6 - MANEJO - Entrada
dos animais com 50-60 cm de altura e saída dos animais com 25-30 cm. Período de
descanso de 35 dias. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 1.8 UA/ha.
Estação da seca - 0.9 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 16 a 18 t MS/ha/ano 9 -
RESISTÊNCIA - Boa a seca, corte, cigarrinha 10 - MULTIPLICAÇÃO - sementes, 3
kg/ha S.P.V. 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 9 a 10% de PB e 50 a 60% de DIVMS 12
- CONSORCIAÇÃO - calopogônio, amendoim forrageiro e estilosantes mineirão. 13 -
CULTIVARES - Marandu. Panicum maximum, cv. TOBIATÃ CICLO VEGETATIVO -
Perene, semi-ereto ALTURA - 2.5 m UTILIZAÇÃO- Pastoreio direto
DIGESTIBILIDADE - Boa CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 2.0 UA/ha nas
águas e 1,2 UA/ha na seca. PRODUÇÃO DE MASSA SECA - 28 t/ha/ano.
ACEITAÇÃO POR EQUINOS - média RESISTÊNCIA A SECA - Boa PROTEÍNA
BRUTA NA MS - 10% RESISTÊNCIA A CIGARRINHA - Boa RECOMENDAÇÕES:
Tipo de Solo - Fertilidade média a alta QUANTIDADE DE SEMENTES: Para plantio - 2
kg de SPV/ha. Panicum maximum, cv. IAC - CENTAURO CICLO VEGETATIVO -
perene, cespitoso, precoce ALTURA - 1.0 m UTILIZAÇÃO - Pastoreio direto, Fenação
DIGESTIBILIDADE - Excelente CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 1.2
cabeças/ha/ano PRODUÇÃO DE MASSA SECA - 20 t/ha/ano ACEITAÇÃO POR
EQUINOS - Excelente RESISTÊNCIA A SECA - Boa
5 PROTEÍNA NA MS - 15% RESISTÊNCIA A CIGARRINHA - Boa
RECOMENDAÇÕES: Tipos de solo - Fertilidade média a alta QUANTIDADE DE
SEMENTES: 2 kg/ha de SPV. Panicum maximum, cv. IAC - CENTENÁRIO CICLO
VEGETATIVO - perene, cespitoso ALTURA - 2.20 m UTILIZAÇÃO - Pastoreio direto,
Fenação DIGESTIBILIDADE - Excelente CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 1.2
cabeças/ha/ano PRODUÇÃO DE MASSA SECA - 15 t/ha/ano ACEITAÇÃO POR
EQUINOS - Boa RESISTÊNCIA A SECA - Boa PROTEÍNA NA MS - 9 A 10%
RESISTÊNCIA A CIGARRINHA - Boa RECOMENDAÇÕES: Tipo de solo -
Fertilidade média, tolerante ao Al QUANTIDADE DE SEMENTES: 2 kg/ha de SPV.
Panicum maximum, cv. TANZÂNIA - 1 CICLO VEGETATIVO - Perene, cespitoso
ALTURA - 1.30 m UTILIZAÇÃO - Pastoreio direto, Fenação DIGESTIBILIDADE -
Excelente CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 2,0 cabeças/ha/ano PRODUÇÃO
DE MASSA SECA FOLIAR - 26 ton/ha/ano ACEITAÇÃO POR EQUINOS - Boa
RESISTÊNCIA A SECA - Boa PROTEÍNA NA MS - 13% RESISTÊNCIA A
CIGARRINHA - Boa RECOMENDAÇÕES: Tipos de Solo - Fertilidade média a alta,
cerrado. QUANTIDADE DE SEMENTES: 1,6 kg/ha de SPV. DESEMPENHO
ANIMAL: Em trabalho conduzido pelo CNPGC durante três anos de pastejo, a cv.
Tanzânia foi superior às cvs. Tobiatã e Colonião, tanto em ganho por animal quanto em
ganho por área. O ganho diário por cabeça foi, em média, 720 g nas águas e 240 g na
seca. Para as taxas de lotação 2,3 (novilhos de 250 kg de peso vivo) no Tanzânia, 2,5 no
Tobiatã e 2,1 no Colonião, as médias anuais de ganhos em peso foram, respectivamente,
520, 450 e 420 g/cab/dia. Os ganhos/ha/ano foram de 446 kg (Tanzânia), 414 kg
(Tobiatã) e 324 kg (Colonião, em solo LVE-distrófico, fase cerradão e textura argilosa,
com uma adubação mínima de estabelecimento. Em área corrigida e adubada, esta nova
cultivar tem mostrado boa aceitabilidade pelos bezerros, com ganhos de peso superiores
aos obtidos na braquiária brizantha cv Marandu. PRODUÇÃO E QUALIDADE: O
Tanzânia produziu 60% mais que o Colonião e 15% menos que o Tobiatã em parcelas
sob cortes manuais. Na seca, produziu 10,5% do total anual, apresentou 80% de folhas
durante o ano, e produziu 26 t/ha/ano de matéria seca foliar,
6 resultados esses semelhantes ao Tobiatã mas muito superiores ao Colonião. Os teores
de proteína bruta nas folhas e colmos foram 16,2 e 9,8% respectivamente, semelhantes so
Colonião e Tobiatã e sem grandes variações ao longo do ano. As touceiras da cultivar
Tanzânia são pastejadas por igual, devido ao porte médio e pequena lenhosidade dos
colmos, o que não ocorre com o Colonião ou Tobiatã, que apresentam rejeição de
consumo após o florescimento. Panicum maximum, cv. VENCEDOR CICLO
VEGETATIVO - Perene, cespitoso ALTURA - 1.60m UTILIZAÇÃO - Pastoreio direto,
Fenação DIGESTIBILIDADE - Excelente PRODUÇÃO DE MASSA SECA - 24
t/ha/ano CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 1.8 cabeças/ha/ano ACEITAÇÃO
POR EQUINOS - Excelente RESISTÊNCIA NA SECA - Boa PROTEÍNA NA MS - 11
a 14% RESISTÊNCIA A CIGARRINHA - Boa RECOMENDAÇÕES: Tipos de solo -
Fertilidade média, tolera alumínio tóxico em solos de cerrado. QUANTIDADE DE
SEMENTES: 2 kg/ha de SPV. MANEJO E UTILIZAÇÃO: Em função do
desenvolvimento inicial, o primeiro pastejo do capim Vencedor poderá ser realizado 90 a
100 dias após o plantio. Em pastagem consorciada, o manejo de formação deverá ser com
pastejo leve, em torno de 100 dias após plantio. É resistente ao pastejo, suportando
lotações médias de 2,5 unidades animal/hectare (UA/ha) e 1,5 UA/ha na seca. O ganho de
peso diário por cabeça nas águas é de 700 g e de 300 g na seca. Recomenda-se retirar os
animais da pastagem quando a mesma atingir 20 cm de altura. O capim Vencedor não
seca totalmente durante a estação seca, e não se recomenda deixá-lo atingir altura
superior a 1 metro no início desta estação. Panicum maximum, cv. MOMBAÇA CICLO
VEGETATIVO - Perene, cespitoso ALTURA - 1.65 m UTILIZAÇÃO - Pastoreio direto
DIGESTIBILIDADE - Boa CAPACIDADE SUPORTE/LOTAÇÃO - 2,3 UA/ha/ano
PRODUÇÃO DE MASSA SECA FOLIAR - 33 ton/ha/ano RESISTÊNCIA A SECA -
Boa PROTEÍNA NA MS - 13% RESISTÊNCIA A CIGARRINHA - Boa
RECOMENDAÇÕES: Tipos de Solo - Fertilidade média a alta, cerrado QUANTIDADE
DE SEMENTES: 2 kg/ha de SPV. AVALIAÇÃO SOB PASTEJO: Em experimento
conduzido no CNPGC durante três anos sob um sistema flexível, as cultivares Mombaça
e Tobiatã permitiram ambas, 14 dias de pastejo e 60 dias de descanso, durante o período
seco. Durante as águas, no entanto, a cv. Tobiatã possibilitou 12 dias de pastejo e 37 dias
de descanso, enquanto a cv. Mombaça, 14 dias de pastejo e 35 dias de descanso. Estes
resultados propiciaram estimativas da capacidade de suporte destas cultivares, que foram:
Tobiatã 2 UA/ha e Mombaça 2,3 UA/ha. Esta diferença deve-se à
7 maior porcentagem de folhas apresentadas pela cv. Mombaça, que foi, em média,
durante o ano, 47%, e para a cv. Tobiatã, 38%. No IAPAR, Etação Experimental de
Paranavaí, PR, as cultivares Mombaça, Tanzânia e Tobia tã apresentaram,
respectivamente, taxas anuais de lotação (médias de três anos) de 2.39, 2.14 e 2.20
UA/ha, com ganhos em peso de 736, 554 e 558 kg de peso vivo/ha/ano, respectivamente
(IAPAR, 1996). Pennisetum purpureum 1 - NOME COMUM - capim-elefante, capim-
cana. 2 - ORIGEM - África (Rodésia). 3 - EXIGÊNCIAS - Bastante exigente em
fertilidade e não adapta-se em solos úmidos. 4 - UTILIZAÇÃO - Pode ser empregado
para pastejo, forragem p/ corte e ensilagem. Apresenta boa aceitabilidade. Para ensilar
este material é conveniente que se adicione juntamente em material rico em carboidratos
como cana-de-açúcar,melaço, sorgo, milho, etc. Esta adição é necessário em função do
baixo teor de carboidratos que apresenta o capim elefante. 5 - PORTE E HÁBITO DE
CRESCIMENTO - Esta gramínea cespitosa, perene, pode atingir até 6 m de altura, sendo
muito comum 3 - 4 m; porém a maioria de suas variedades deve ser cortada com 1.3 a 1.8
m(60 dias), ocasião em que são mais tenras. 6 - MANEJO - Para o pastejo controlado
recomenda-se a entrada dos animais com 1.50 m e saída com 40-50 cm, o que pode ser
conseguido com períodos de ocupação de 1-3 dias e descando de 35-45 dias. Para
bovinos de leite utilizar 70 m2/vaca/dia. O manejo alto impede o desenvolvimento de
invasoras e favorece a rebrota. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - 5 a 6 UA/ha no
período da águas e 1.5 UA/ha na seca. 8 - RENDIMENTO - é comum conseguir 20-25
t/ha em 1 corte, o que deve ser feito a mais ou menos 20 cm do solo, quando a forrageira
apresenta 1.30-1.50m de altura. O rendimento anual pode ultrapassar a 180 t/ha/ano em 5
cortes. Para fins de planejamento, toma-se por base a produção de 20 t/ha/corte. O que
seria suficiente para manter 10 vacas, ministrando-se 20 kg/vaca/dia. 9 - RESISTÊNCIA
- é uma gramínea bastante rústica, suportando bem o pisoteio, com relativa resistência ao
frio, fogo e queima com geadas. É sensível ao ataque de cigarrinha. 10 -
MULTIPLICAÇÃO - em função de baixa produção de sementes viáveis, a multiplicação
por frações de colmo ou colmos inteiros é mais empregada. Se o colmo for segmentado,
cada parte deve conter de 3 a 5 gemas (olhos). As mudas devem ser retiradas de culturas
com mais de 100 dias, plantadas em sulcos de 15 a 20 cm de profundidade, espaçados de
0.5 a 1.0m, com pouca cobertura de terra. O gasto de mudas está em torno de 2 a 4 t/ha,
sendo empregada a proporção de 1.10, ou seja, 1 ha de cultura fornece muda para 10 ha.
As mudas, uma vez colhidas, se forem mantidas à sombra, suportam até 20 dias de
transporte. 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 13-15% de PB e 65-70% DIVMS 12 -
CULTIVARES - Mineiro, cameroon, Porto Rico, Vrukwonea, Napier, Taiwan A-148,
Roxo.
Digitaria decumbens 1 - NOME COMUM - capim-pangola. 2 - ORIGEM - África do Sul.
3 - EXIGÊNCIAS - É uma gramínea exigente em fertilidade do solo e precipitação acima
de 700 mm/ano. 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação.
8 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, estolonífero e prostrado. 6 -
MANEJO - Para pastejo controlado, colocar os animais na pastagem quando esta
apresentar cerca de 30 cm e retirá-los quando baixar para 15 cm. O período de descanso
não deve ser inferior a 30 dias. No pastejo contínuo procurar manter três pastagens com
mais ou menos 20 cm. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 2,0
UA/ha. Estação da seca - 1,0 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - Pode produzir 30-40 t/ha/ano
de massa verde, sendo realizadas 3 a 4 cortes ou 10-12 ton MS/ha/ano para o rendimento
de feno. 9 - RESISTÊNCIA - Pouca resistência a geada, boa a seca; pode apresentar
ataque de nematóides, cochonilha, cigarrinha e doenças viróticas. Vírus do enfezamento
do pangola (PSV) acabaram com esta gramínea em algumas regiões brasileiras. 10 -
MULTIPLICAÇÃO - É feita através de mudas ou estolões empregando espaçamento
variável de acordo com a disponibilidade de mudas. É comum espaçamento de 0,5 a1.0 m
entre sucos e 0,3 a 0,5 m entre mudadas. Para fins de calculo considera-se que 1 hectare
de pangola fornece muda para 10 hectares. O plantio por muda pode ser também a lanço,
ou seja, distribuição das mudas no solo e posteriormente fazendo uma gradagem leve,
sendo que, por este processo, o gasto de mudas é maior. A multiplicação por sementes
inviável, apresenta grande número de sementes estéreis e com isso baixo valor cultural.
11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 7 a 8% de PB e 60 a 65% de DIVMS. 12 -
CONSORCIAÇÃO - Estilozantes, soja perene, siratro, centrosema, pueraria. 13 -
CULTIVARES - Pangola, transvala, survenola. Cynodon dactylon cv Coast-cross n. 1 1 -
NOME COMUM - Capim estrela, coast-cross-1, bermuda. 2 - ORIGEM - África . 3 -
EXIGÊNCIA - Exige solo com boa fertilidade. 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação. 5
- PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, estolonifero, rizomatoso. 6 -
MANEJO - Entrada dos animais com 25-30 cm de altura e saída com 10 cm de altura,
período de descanso de 30 dias. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas -
2,5 UA/ha. Estação da seca - 1,0 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 15 a 18 t MS/ha/ano 9 -
RESISTÊNCIA - Boa e seca, tolera frios e pisoteios. 10 - MULTIPLICAÇÃO - Através
de mudas. 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 10 a 12% de PB e 55 a 60% de DIVMS 12 -
CONSORCIAÇÃO - amendoim forrageiro. Cynodon nlemfuensis cv Tifton-68 1 -
NOME COMUM - Capim Tifton-68. 2 - ORIGEM - Cruzamento de duas gramas da
África Tropical. Foi criada pela Universidade da Georgia - EUA, em 1984. 3 -
EXIGÊNCIA - Exige solo com boa fertilidade. 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo. 5 - PORTE
E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, estolonifero, e não apresenta rizomas. 6 -
MANEJO - Entrada dos animais com 25-30 cm de altura e saída com 10 cm de altura,
período de descanso de 30 dias.
9 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 2,0 UA/ha. Estação da seca -
1,0 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 10 a 15 t MS/ha/ano. 9 - RESISTÊNCIA - Média a seca
e tolera pisoteios. 10 - MULTIPLICAÇÃO - Através de mudas. 11 - COMPOSIÇÃO
QUÍMICA - 14 a 15% de PB e 55 a 60% de DIVMS. 12 - CONSORCIAÇÃO -
amendoim forrageiro. Cynodon sp cv Tifton-85 1 - NOME COMUM - Capim Tifton-85.
2 - ORIGEM - Cruzamento de duas gramas da África Tropical. Foi criada pela
Universidade da Georgia - EUA, em 1992. 3 - EXIGENCIA - Exige solo com boa
fertilidade. 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação. 5 - PORTE E HÁBITO DE
CRESCIMENTO - Perene, estolonifero, e apresenta rizomas. 6 - MANEJO - Entrada dos
animais com 25-30 cm de altura e saída com 10 cm de altura, período de descanso de 30
dias. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 2,5 UA/ha. Estação da seca
- 1,0 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 15 a 18 t MS/ha/ano. 9 - RESISTÊNCIA - Boa a seca,
ao frio e resiste aos pisoteios. 10 - MULTIPLICAÇÃO - Através de mudas. 11 -
COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 12 a 13% de PB e 55 a 60% de DIVMS. 12 -
CONSORCIAÇÃO - amendoim forrageiro. Cynodon dactylon cv Florakirk 1 - NOME
COMUM - Capim Florakirk. 2 - ORIGEM - Cruzamento de duas gramas da África
Tropical. Foi criada pela Universidade da Georgia - EUA, em 1994. 3 - EXIGÊNCIA -
Exige solo com boa fertilidade. 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação. 5 - PORTE E
HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, estolonifero, e apresenta rizomas. 6 - MANEJO
- Entrada dos animais com 25-30 cm de altura e saída com 10 cm de altura, período de
descanso de 30 dias. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação das águas - 2,5 UA/ha.
Estação da seca - 1,0 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 14 a 16 toneladas MS/ha/ano 9 -
RESISTÊNCIA - Boa a seca, ao frio e resiste aos pisoteios 10 - MULTIPLICAÇÃO -
Através de mudas 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 11 a 12% de PB e 55 a 60% de
DIVMS 12 - CONSORCIAÇÃO - amendoim forrageiro. Paspalum notatum cv. Tifton-9
1 - NOME COMUM - Pensacola Tifton-9. 2 - ORIGEM - Cruzamento de Paspalum pela
Universidade da Georgia - EUA, em 1995. 3 - EXIGÊNCIA - Exige solo com média a
baixa fertilidade.
10 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação. 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO -
Perene, semi-ereta e rizomatosa. 6 - MANEJO - Entrada dos animais com 25-30 cm de
altura e saída com 10 cm de altura, período de descanso de 30 dias. 7 - CAPACIDADE
DE SUPORTE - Estação das águas - 1,5 UA/ha. Estação da seca - 0,8 UA/ha. 8 -
RENDIMENTO - 12 t MS/ha/ano. 9 - RESISTÊNCIA - Boa a seca, cigarrinha ao frio e
resiste bem ao pisoteio animal. 10 - MULTIPLICAÇÃO - 1,5 kg/ha de SPV. 11 -
COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 11% de PB e 50 a 55% de DIVMS. 12 -
CONSORCIAÇÃO - amendoim forrageiro.
Pennisetum americanum O capim Milheto é uma gramínea anual, originária da África,
com hábito de crescimento ereto com excelente produção de perfilhos e vigorosos
rebrotes após cortes ou pastejos. O ciclo da planta é de aproximadamente 130 dias. Tem
como características principais a de vegetar bem em terras pobres, arenosas e alta
resistência à seca, porém não tolera solos mal drenados ou encharcados. O Milheto
também é conhecido como Pasto Italiano, assemelha-se aos sorgos forrageiros por seu
porte ereto, possui folhagem tenra e abundante, os talos são ligeiramente adocicados
proporcionando uma boa palatabilidade, prestando-se, indiferentemente, para cobertura
do solo no Sistema de Plantio Direto, para corte, pastoreio direto, silagem e colheita dos
grãos para rações. Está plenamente adaptado as condições climáticas do Brasil Central,
com sua produção e produtividade diretamente proporcional a fertilidade do solo,
temperatura e disponibilidade de água. Temperaturas elevadas associadas a
disponibilidades hídricas adequadas permitem elevadas taxas de crescimento das plantas,
aumentando expressivamente a oferta de forragem. É imprescindível que a temperatura
ambiente no momento do plantio seja superior a 20 C. Apresenta resposta excepcional a
fertilidade e/ou adubação do solo. Não tem limitações a solos ácidos ou com baixos
teores de matéria orgânica. Por ser uma planta de origem tropical responde
eficientemente a adubação nitrogenada. No plantio deve ser semeado a uma profundidade
de 2 a 4 cm, com espaçamento de 20 cm entre linhas utilizando-se 15 a 20 kg/ha de
sementes ou 22 kg/ha quando o plantio for à lanço. A variedade conhecida como pasto
italiano caracteriza-se por apresentar uma espigueta pequena e ciclo de produção mais
curto. Deve-se optar por variedades tardias como o milheto africano que apresenta uma
espigueta maior e ciclo de produção mais longo, sendo assim o período de utilização é
maior (variedade BN-2). Nos estados de São Paulo e Mato Grosso, a semeadura deverá
ocorrer de setembro a março. Quando o plantio for no início da estação das chuvas
podese misturar com a semente da braquiária, sendo assim, pastoreia-se o milheto até o
final do mês de fevereiro e depois veda-se a pastagem para a braquiária crescer e formar a
pastagem. O plantio do milheto tem sido utilizado com bastante sucesso em áreas de
recuperação de pastagens em que se deseja voltar com o mesmo capim. Assim, efetua-se
a correção e adubação do solo e semeia-se o milheto. O preparo do solo é realizado com
grade rome para não enterrar a sementeira. Geralmente tem-se optado pelo plantio de
inverno, semea-se o milheto após a colheita da soja e/ou milho fornecendo assim
pastoreio nos períodos da seca.
11 O Milheto pode ser cortado diversas vezes durante uma única estação chuvosa,
produzindo de 8 a 12 t/ha de massa seca por ano em condições de boa disponibilidade de
água e fertilidade do solo. Quanto mais tardio for realizado o plantio menor será a sua
produção. Em pastejo direto o Milheto deve ser utilizado quando as plantas atingem 40 a
50 cm de altura, e deve-se deixar um resíduo mínimo de 25 cm de altura do solo. A
lotação animal média utilizada é de 5 a 7 an./dia/ha, o que proporciona um ganho de peso
ao redor de 800-900 g/an./dia. Para vacas em lactação apresenta um potencial de até 12
kg/an./dia. O milheto para ensilagem apresenta o inconveniente de apresentar baixo teor
de matéria seca no momento do corte (15%), o ideal é no mínimo 30% de MS. A
recomendação é que se faça um pré-murchamento do capim e/ou adicionar aditivos para
aumentar o teor de matéria seca. Estes aditivos podem ser adicionados a base de 5-6%,
como exemplo temos o MDPS, farelo de trigo, farelo de arroz, cama de frango, polpa de
citrus e/ou aditivo biológico (bactérias lácticas). Os pecuaristas mais evoluídos já estão
usando o milheto com excelentes resultados na engorda de bois e recria de bezerros, com
ganhos que chegam a 900 g/cab/dia, a campo, sem qualquer suplementação. Os
produtores de leite estão utilizando o milheto porque aumenta a produção de leite do
rebanho. Um exemplo de utilização do milheto em pastejo contínuo na Fazenda
Remanso, Rio Brilhante (MS), por um período de 114 dias, com uma lotação animal
média de 4,8 cab/ha (3,0 U.A./ha), obtiveram um ganho de peso médio de 850 g/cab/dia,
resultando em uma produtividade de 470 kg de PV/ha. O benefício econômico destes
resultados apresentados ficou ao redor de R$ 115,00 por hectare (Kichel. 1995). O capim
milheto é mais uma alternativa para quem quer aumentar a produtividade animal e o
desfrute na pecuária de corte e leite.
12 Avena strigosa 1 - NOME COMUM - Aveia preta. 2 - ORIGEM - Europa. 3 -
EXIGÊNCIAS - As aveias vegetam numa grande variedade de solos mas preferem os
argilosos e limosos onde não haja estagnação de água. O solo deve ser em preparo para
melhor desenvolvimento da cultura. São menos sensíveis à acidez do solo do que o trigo
(desenvolvemse bem em solos com pH entre 5 a 7).Vegetam bem em regiões com
temperatura de 19oC até zero graus. 4 - UTILIZAÇÃO - Forragem oferecida aos animais
do cocho, mesmo sem picar; silagem; feno; pastejo direto (com critério - 2 a 3 horas por
dia, geralmente em faixas rotacionais). Apresenta ótima aceitação pelos animais. 5 -
PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - A aveia é gramínea anual (ciclo médio de
180 dias), cespitosa, altura de até 1.5 m, tenra e suculenta. Nas aveias branca e amarela os
colmos são grossos e suculentos e as folhas largas e verde-escura. Na preta os colmos são
finos e as folhas estreitas e verde-escuras. 6 - MANEJO - Na região do estado de São
Paulo a aveia é plantada entre 15/03 a 30/04 e 50 a 60 dias após se faz o primeiro corte, a
10 cm de altura do solo. Após um período de 35-45 dias se faz um segundo corte, a 15
cm do solo e, após igual período, se faz um terceiro corte a 5 cm do solo. É comum não
se fazer um terceiro corte já que o rendimento de massa verde deste é pequeno. Neste
caso, faz-se o pastejo direto. Nas condições do Brasil central a cultura é conduzida com
irrigação, em sulcos ou aspersão. A adubação de plantio deve ser feita de acordo com a
analise do solo. Responde extremamente bem à adubação nitrogenada em cobertura,
utilizando-se comumente 20 kg/ha de N, 35 dias após o plantio e a mesma dose repetida
após o primeiro e segundo cortes. 7 - RENDIMENTO - 50-60 ton/ha de massa verde, 5-6
t/ha de feno e 1-1.5 t/ha de grãos. 8 - RESISTÊNCIA - Boa resistência e baixa
temperatura. Problemas de doenças e insetos. 9 - MULTIPLICAÇÃO - Sementes 60
kg/ha de sementes. 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 15 a 17% de PB, 0,54% Ca e
0,25% de P. 11 - CONSORCIAÇÃO - Ervilhaca, serradela, trevo branco, chicharo. 12 -
CULTIVARES - Aveia preta comum, Aveia preta IAPAR-51.
Andropogon gayanus 1 - NOME COMUM - capim-andropogon, capim-gamba. 2 -
ORIGEM - África Ocidental (Shika-Nigéria). 3 - EXIGÊNCIAS - Boa tolerância a solos
ácidos; pouco tolerante em fertilidade do solo; vegetam bem em altitude abaixo de 2.300
m; precipitação anual acima de 750 mm. 4 - UTILIZAÇÃO - Pastejo e Fenação. 5 -
PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, cespitoso e mais de 2m de altura.
Apresenta folhas abundantes com pilosidade aveludada, coloração verde azulada e um
estreitamento tipico na base, assemelhando-se a um pecíolo. 6 - MANEJO - Em pastejo
deve ser utilizado na altura compreendida entre 30 a 70 cm. Para produção de sementes
deve ser cortado ou pastejado 90 - l20 dias antes da floração para não acamar, o que
dificulta grandemente a colheita. 7 - CAPACIDADE DE SUPORTE - Estação águas - 2
UA/ha. Estação seca - 1 UA/ha. 8 - RENDIMENTO - 40 a 60 t/ha/ano de massa verde,
15 a 18 t de MS/ha/ano. 9 - RESISTÊNCIA - Boa seca, corte, fogo e cigarrinha. 10 -
MULTIPLICAÇÃO - através de semnetes, gastando-se 8 a 10 kg/ha de sementes puras
viáveis - SPV.
13 11 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 6 a 10% PB e 50-55% DIVMS. 12 -
CONSORCIAÇÃO - Calopogônio, estilosantes mineirão. 13 - CULTIVARES -
Planaltina (CPAC) e Baeti (EMBRAPA-São Carlos).
2.2. LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS
Calopogonium muconoides 1 - NOME COMUM - Calopogonium, enxada verde. 2 -
ORIGEM - América do Sul tropical. 3 - EXIGÊNCIAS - Pouco exigente em fertilidade
do solo, solo ácido. Sua adpatação é melhor em regiões tropicais com umidades e
temperaturas elevadas, ou seja, regiões com precipitações de 1.200 mm/ano. 4 -
UTILIZAÇÃO - Pastejo em consorciação com gramíneas ou mesmo cultura pura-banco
de proteínas. Na fase vegetativa é de baixa aceitação pelos animais, porém quando mais
velho é mais consumido, pois a gramínea se encontra seca. També é utilizado na forma
de feno. 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, de ciclo curto, morrendo
com secas prolongadas, porem de ressemeadura naturais. Apresenta hastes finas, rasteiras
e volúveis, com intensa pilosidade marron clara, que também está presente nas folhas,
inflorescências e frutos bastante semelhante a soja perene e kuduzu tropical. As folhas
são pequenas e de coloração azulada. 6 - MANEJO - O pastejo normal nos meses quentes
e chuvosos beneficia o calopogoniun, na consorciação, já que ele nesta época é rejeitado
pelos animais. Entretanto do mesmo que as demais leguminosa herbacias tropicais, ele
não tolera altas cargas animais. 7 - RENDIMENTO - 40 a 50 t/ha/ano de massa verde. 8 -
RESISTÊNCIA - Baixa a seca e temperaturas baixas e mediana ao encharcamento. 9 -
MULTIPLICAÇÃO - Através de sementes que devem ser escarificadas, inoculadas com
inoculante do grupo 1 e peletizadas com fosfato natural. Gasta-se de 10 a 12 kg/ha de
sementes na formação de cultivo solteiro cujo o espaçamento entre fileiras é de 0,4 a 0,5
m. 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 16,5% de PB na MS em forragem nova com cerca
de 60 dias de crescimento. 11 - CONSORCIAÇÃO - Andropogon, setarias, jaraguá,
braquiária, vencedor.
Glycine wightii 1 - NOME COMUM - Soja perene. 2 - ORIGEM - Asiática. 3 -
EXIGÊNCIAS - Exigente em fertilidade do solo, destacando-se a necessidade de fósforo.
Desenvolve-se melhor em solo com pH em torno de 6 e em locais com precipitações
acima de 700 mm/ha. 4 - UTILIZAÇÃO - Pode ser empregada para pastejo, Fenação,
forragem verde e mistura a massa para ensilar. Am soja perene é pouco aceitável e tem
boa digetibilidade. 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Esta leguminosa é
hábito rasteiro, trepadeira, com hastes finas e em alguns casos pode enraizar-se pelas
hastes (estolonífera). 6 - MANEJO - O principal cuidado, não só para a soja perene como
para todas as leguminosas de hábito rasteiro, é no caso de consorcio; não deixar a
gramínea abafar a leguminosa. Para o emprego em regime pastejo, cultura exclusiva, não
deixar a pastagem ser rebaixada a menos de 15 cm pelo animais. Alterar o pastejo
evitando que os animais se alimentem de leguminosas exclusiva por período longos, e
que pode causar distúrbios gástricos. O pasto está em condições
14 de receber animais, com 120 a 150 dias (exclusivo) e 60 a 90 dias (em consórcio). No
pastejo controlado colocar os animais na pastagem com 25 a 30 cm e saída com 10 a 15
cm. 7 - RENDIMENTO - Quando utilizada para feno pode render 10 t/ha/ano m 3 cortes.
Para produção de massa verde pode render de 30 a 40 t/ha/ano de 3 a 4 cortes. 8 -
RESISTÊNCIA - É mais tolerante ao frio do que siratro e centrosema; tem razoável
resistência a seca, porem é susceptível ao ataque de pragas e doenças. 9 -
MULTIPLICAÇÃO - É multiplicada por sementes escarificadas que podem ser
inoculadas ou não, dependendo da possibilidade de execução desta prática. O gasto de
semente é variável em função do valor cultural, podendo empregar a relação 210/VC=kg
de sementes por ha. Para plantio exclusivo gasta-se de 6 a 8 kg de sementes/ha, no
espaçamento de 0,5 m entre linhas. 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 17% de PB na MS.
11 - CONSORCIAÇÃO - Gordura, setária, Rhodes. 12 - CULTIVARES - Tinaroo,
comum, cooper, glanova. TINAROO - É considerada de florescimento tardio em relação
as cultivares cooper e comum. Exige clima quente com precipitação acima de 760 mm de
chuvas anuais. COMUM - Floresce de abril a setembro, exigindo em torno de 700 mm de
precipitação anual e é susceptível à geada e fogo. COOPER - Precoce em relação a
glanova e tinaroo, tem boa resistência a seca e é mais tolerante a solos ácidos que a
tinaroo e comum. GLANOVA - Época de florescimento semelhante a tinaroo, fica verde
durante o inverno (boa resistência a seca). CLARENCE - Precoce, tal como a comum e
cooper. 6 - MANEJO - Quando associada, evitar o abafamento de leguminosa pela
gramínea. No caso de empregar esta leguminosa para fenar, fazer o corte rente ao solo. 7
- RENDIMENTO - Pode proporcionar em 3 cortes o rendimento de 35 a 40 ton/ha/ano de
massa verde. A produção de sementes pode chegar a 300-400kg/ha. 8 - RESISTÊNCIA -
É susceptível a doença como milho e oídio. Não resiste a seca e nematóides. 9 -
MULTIPLICAÇÃO - Através de sementes que podem ser inoculadas com inoculante do
grupo cowpea, gastando-se 10-12 kg/ha de sementes em espaçamento de 0.5 m entre
linhas (plantio exclusivo). 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 16 a 18% de PB na MS. 11 -
CONSORCIAÇÃO - setária, panicum, outras. Arachis pintoi 1 - NOME COMUM -
Amendoim forrageiro 2 - ORIGEM - América Central e do Sul 3 - EXIGÊNCIAS - Esta
leguminosa não é muito exigente em fertilidade do solo, desenvolvendo-se bem em
regiões com precipitação média anual acima de 800 mm 4 - UTILIZAÇÃO - Pode ser
empregada para pastejo (consorciação ou na forma de banco de proteína), apresentando
boa aceitabilidade. 5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - pode atingir 0,20 a
0,40 m e, quando sob efeito de pastejo, apresenta-se prostrado. É planta estolonifera,
prostrada, muito ramificada, perene. 6 - MANEJO - Quando empregado em pastejo,
evitar o rebaixamento excessivo. Quando utilizado em consórcio, evitar o abafamento
pela gramínea. O porte da cultura favorável ao porte é em torno de 25 a 35 cm, quando a
planta já tem bom valor forrageiro e ainda boa digestibilidade. 7 - RENDIMENTO - Pode
produzir de 9 a 12 t/ha/ano de massa seca.
15 8 - RESISTÊNCIA - Boa resistência à seca e a solos ácidos; desenvolve-se bem em
solos de cerrados; não tolera geada. 9 - MULTIPLICAÇÃO - Através de sementes. A
inoculação das sementes deve ser com inoculante que contenha rizóbium do grupo
Arachis. O gasto de sementes é de 4 a 6 kg/ha. A multiplicação pode ser por mudas
(estacadas enraizadas). no espaçamento de 0.5 x 0.5m. 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA -
Apresenta de 18 a 22% de PB na MS. 11 - CONSORCIAÇÃO - O amendoim forrageiro
pode ser empregado para associação com andropogon, gramas bermudas, braquiárias e
outras. 12 - CULTIVAR - Amarilo. Stylosanthes guianensis var. vulgaris cv. Mineirão 1 -
NOME COMUM - Estilosantes mineirão. 2 - ORIGEM - Minas Gerais. 3 -
EXIGÊNCIAS - Esta leguminosa não é muito exigente em fertilidade do solo (excelente
adaptação a solos ácidos e de baixa fertilidade, mas responde bem à adubação. 4 -
UTILIZAÇÃO - Pode ser empregada para pastejo (consorciação ou na forma de banco de
proteína) e adubação verde, apresentando boa aceitabilidade. 5 - PORTE E HÁBITO DE
CRESCIMENTO - Pode atingir 2,50 m de altura e, quando sob efeito de pastejo,
apresenta-se prostrado. É uma planta semi-ereta e perene. 6 - MANEJO - Quando
empregado em pastejo, evitar o rebaixamento excessivo que pode eliminar a coroa que se
eleva com facilidade. Quando utilizado em consórcio, evitar o abafamento pela gramínea.
O porte da cultura favorável ao porte é em torno de 50 a 60 cm, quando a planta já tem
bom valor forrageiro e ainda boa digestibilidade. Apresenta alta persistência sob pastejo
em pastagens puras ou consorciada com gramíneas. Quando consorciada com capim
Andropogon em Planaltina (DF), proporcionou ganhos de 800 g/animal/dia na estação
das águas e 150 g na seca. Em consumo puro, na época das águas, proporcionou ganhos
de 550 g/animal/dia, superando aquele obtido com gramíneas como braquiária
decumbens e brizantha, na região de Campo Grande, MS. No período da seca, na região
de Planaltina, o consumo puro da cultivar Mineirão proporcionou ganhos de 200
g/animal/dia. 7 - RENDIMENTO - Pode produzir de 11 a 13 t/ha/ano de massa seca. 8 -
RESISTÊNCIA - Boa resistência a pragas e doenças, grande resistência ao pastejo e
pisoteio, boa à seca; não tolera geada e solos alagados. 9 - MULTIPLICAÇÃO - A
maioria das sementes do Mineirão é impermeável à água e, portanto, não germina de
imediato, quando plantada. Por isso, antes do plantio, precisa ser escarificada po.
Processo Térmico: mergulhar as sementes em água a 80oC por 10 minutos. Retirar e
secar à sombra. A inoculação das sementes deve ser com inoculante que contenha
rizóbiois do grupo Stylosanthes. O gasto de sementes é de 1,5 a 2 kg/ha de sementes
puras viáveis, para espaçamento de 0.5m entrem linhas. Para o plantio em consórcio, a
lanço ou em linhas, emprega-se de 2 a 4 kg/ha. A multiplicação pode ser por mudas
(estacadas enraizadas). no espaçamento de 0.5 x 0.5m. 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA -
Apresenta de 12 a 18% de PB na MS. 11 - CONSORCIAÇÃO - O estilosanthes mineirão
pode ser empregado para associação com andropogon, jaraguá, braquiárias e outras.
Medicago sativa 1 - NOME COMUM - Alfafa 2 - ORIGEM - Oriente Médio
16 3 - EXIGÊNCIAS - É uma planta de origem temperada, porém apresenta uma enorme
gama de variações genéticas com variedades cultivares adaptadas aos climas temperado,
subtropical e tropical. É extremamente exigente em fertilidade do solo, sendo a
leguminosa mais adaptada a solos neutros ou alcalinos (pH 6,5 a 7,5); entretanto ela pode
crescer em solos moderadamente ácidos. Requer solos férteis, textura média, bem
estruturada, profundos e permeáveis, com boa porcentagem de matéria orgânica.
Cultivada desde 200 a 3.000 m acima do nível do mar; porém sua melhor adaptação fica
entre 700 a 2.800 m de altitude. Tem alta exigência por P.K.S.Mo. B. e Zn. quando
cortada freqüentemente para produção de feno. 4 - UTILIZAÇÃO - Forragem verde e
conservada (feno e silagem), pastejo direto, concentrado, alimento humano, adubo verde.
5 - PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Perene, herbácea, ereta, sistema radicular
profundo 6 - MANEJO - Plantio feito em Out/Nov, no Brasil Central, 90 a 120 dias após
já faz o primeiro corte (estádio de florescimento), a 5-7 cm do solo. A cada 30-35 dias se
fazem cortes subsequentes (50% de florescimento - produção de feno), dando 5 a 8 cortes
por ano. A duração da cultura depende do manejo direto, às vezes, só é possível a
utilização após a sua efetivação no campo (1.5 a 2.0 anos). No Brasil Central ela é
cultivada sob irrigação. 7 - RENDIMENTO - Variável em função do solo, clima, tratos
culturais, variedades, etc. Podem-se citar os seguintes dados de produção: 5 a l8 ton/ha de
MS, 18 a 30 t/ha/ano MV, 8 a 10 t/ha/ano de feno. Estas são provenientes de fecundação
cruzada, sendo a atividade de insetos polinizadores extremamente importantes. Floresce
no outono e produz sementes no inverno. 8 - RESISTÊNCIA - Boa a temperatura baixas
e geadas. Após a fase de plântula ela resiste bem à seca desde que não muito prolongada.
Não tolera solos pobres, ácidos, arenosos e mal drenados. Também é bastante atacada por
pragas e doenças. 9 - MULTIPLICAÇÃO - Por sementes que devem ser escarificadas,
inoculadas com rhizobium, especifico e peletizadas com calcário e hiperfosfato,
Semeadura com semeadeira de forragens (Terence, Natal, Brillion) em linhas espaçadas
de 20-30 cm e 2 a 5 cm de profundidade. Neste caso gastam-se 15 a 25 kg/ha de
sementes. Na consorciação a quantidade de sementes que se usa é de cerca de 5 kg/ha.
Plantio em março/abril e setembro na região sul e setembro/novembro no Brasil Central.
O solo deve ser muito bem preparado. 10 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA - 15 a 20% de PB
na MS 11 - CULTIVARES - Crioula, Moapa. CUF-101, Florida -77
Leucaena leucocephala 1 - NOME COMUM - Leucena. 2 - ORIGEM - América
Tropical. 3 - EXIGÊNCIAS - Requer solos bem drenados. Não tolera solos ácidos. 4 -
UTILIZAÇÃO - Pastoreio, Fenação e farinha de Leucena. 5 - PORTE E HÁBITO DE
CRESCIMENTO - Perene, arbustiva, ereta. 6 - MANEJO - O plantio da leucena
geralmente é feito no inicio da estação chuvosa e a quantidade de sementes necessária ao
plantio de 1 ha variará com o espaçamento a ser adotado. O plantio poderá ser manual ou
mecanizado e as sementes são distribuídas em sulco ou cova, na profundidade de 1.5 cm.
Melhores resultados no estabelecimento da leucena são obtidos quando se realiza o
plantio de outubro a novembro, os plantios em janeiro resultam em atraso no
desenvolvimento das plantas. Antes de se realizar o plantio é sempre conveniente
proceder ao teste de germinação. Se for constatada uma percentagem de germinação
inferior a 70% recomenda-se então a escarificação das sementes. Alguns métodos
existem, mas ainda poderá ser recomendado aquele
17 em que as sementes são colocadas em água quente (80oC), durante 2 minutos, e em
seguida proceder à rápida secagem (quebra de dormência). A inoculação é pratica que se
segue a escarificação antes do plantio. A peletização das sementes poderá ser feita
principalmnete quando o plantio é realizado em terras ácidas e assim se cria uma proteção
às bactérias. Desde que se faça qualquer uma ou todas as práticas de preparo, as sementes
devem ser mantidas a sombra e semeados tão logo seja possível. Com o propósito de se
obter plantas com caules mais finos, recomenda-se aumentar a densidade de plantio e
então pode-se usar covas distanciadas de 30 cm e espaçamento de 1.0 entre linhas com 3
sementes por cova. Quando o plantio é mecânico, deve-se colocar 8 a 10 sementes por
metro de sulco. O corte das plantas deverá ser feito quando o objetivo é submeter as
plantas ao pastejo direto e assim se recomendam o espaçamento de 2 a 3 m entre linhas, e
covas distanciadas de 1 m na linha e 3 sementes por cova. Neste segundo exemplo,
gastar-se-a menor quantidade de semente, 5 a 7 kg/ha. Espaçamentos maiores poderão ser
usados (até 5 metros entre linhas) quando a leucena é plantada em faixas em pastagens já
formadas com gramíneas, visando a utilização do pastejo de gramínea e leguminosa. O
método de propagação mais fácil tem sido o semeio direto. Com a finalidade de se evitar
um possível ataque de pragas as plantas muito novas, tem-se algumas vezes, optado pelo
transplante. Neste caso, as sementes são semeadas em sacos plásticos, e, quando as
plantas atingirem 15 a 20 cm, elas serão transplantadas para o campo. Em Banco de
proteína, onde o pastejo ocorrerá no período da seca, o espaçamento de 3 metros entre
linhas facilitará a movimentação dos animais dentro da área e as práticas culturais. A
utilização de leucena, através do pastejo, requer um sistema racional de uso. Geralmente,
a leucena é semeada em áreas de pastagens já formadas de gramíneas e então animais
terão a oportunidade de, quando exercerem o pastejo, se alimentar de gramíneas e
leguminosas. O consórcio gramíneaxleucena tem sido recomendado desde muitos anos,
todavia, ainda hoje é motivo de pesquisas e no Brasil muito pouco se sabe e se faz com
repeito ao manejo de leguminosas arbustivas. Os capins Guiné, pangola e brachiaria são
gramíneas adequadas para se consorciar com a leucena. A leucena pode ser utilizada
como pasto de suplemento para a produção de leite e carne, e nesse caso a ;área semeada
será então dividida e quatro ou mais sub-areas, utilizadas em rotação com outra pastagem
cultivada ou uma pastagem natural. A leucena deverá ser pastejada levemente até que a
planta se apresente com uma boa estrutura. Inicialmente deve ser pastejada com 1.5 m de
altura e novamente pastejada quando atingir 75 cm com objetivo de provocar
ramificações laterais da base. No segundo ou terceiro ano as plantas devem estar
adequadas para o pastejo normal a ser realizado mum sistema rotacionado. Os intervalos
entre pastejos podem ser aumentados ou diminuidos conforme a época, e dependendo do
desenvolvimento da planta. Sendo o pastejo realizado no período da seca, torna-se
conveniente, no inicio da estação chuvosa, o corte das hastes deixadas pelos animais. O
corte poderá ser feito a 20 cm da superfície do solo para provocar rebrota. A fim de
calcular a área de leucena a ser plantada é necessário estimar o rendimento de matéria
seca por ha e o consumo de matéria seca por animais/dia. Os fatores que podem limitar a
utilização desta leguminosas podem ser resumidos em: estabelecimento muito lento.
18
Cajanus cajan 1 - NOME COMUM - Guandu 2- ORIGEM - América tropical 3
-EXIGÊNCIAS - não tolera geadas. Precipitação acima de 625 mm/ano. Solos bem
drenados e média fertilidade 4 - UTILIZAÇÃO - Pastoreio, feno e adubo verde 5 -
PORTE E HÁBITO DE CRESCIMENTO - Bianual, ereto e arbustivo. 6 - MANEJO - O
plantio do guandu deverá ser feito em outubro/janeiro, sendo que o plantio não deve ser
retardado para evitar diminuição na altura das plantas. A época de plantio, a variedade, o
tipo de solo e a finalidade da cultura diferenciarão na densidade, espaçamento e
profundidade de plantio. Deve-se usar o espaçamento de 2 a 3 metros entre linha, com
seis sementes por metro. Usando-se esta densidade, serão gastos 4,5 kg de sementes por
ha. O plantio com maior espaçamento poderão ser usados, principalmente quando o
objetivo é cortar as plantas para serem fornecidas no cocho. Em plantios mais densos,
com 1.5 m entre fileiras, serão gastos 8 a 10 kg de semente/ha. Os tratos culturais são
sempre importantes e feitos logo no inicio de estabelecimento. A semeadura poderá ser
feita em sulcos ou em covas. As sementes de guandu não apresentam problemas de
dormência. Apesar do guandu ser do grupo das leguminosas promiscuas, ou seja, aqueles
que nodulam com grande número de estirpes de Rhizobium, é recomendável que se faça
a inoculação através de inoculantes comerciais, os quais possuem estirpes de bactérias
selecionadas para guandu e eficientes na fixação de nitrogênio. O guandu poderá ser
utilizado para pastejo conforme trabalhos que já vem sendo conduzidos em diversos
instituições de pesquisa de vários países. Porém apresenta baixa sobrevivência sob
pastejo, mesmo quando sob baixa freqüência de desfolha. A utilização desta leguminosa
como forragem verde cortada seria, provavelmente, mais vantajosa que o pastejo direto.
Novilhos com dois anos de idade, mantidos em pastagens de guandu durante o período
experimental de 100 a 120 dias, ganharam 22 a 45 por cabeça a mais do que aqueles
mantidos em pastagens de gramíneas. A rebrota do guandu na primavera, após o primeiro
pe

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