Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Oficina de Psicologia
www.oficinadepsicologia.com
Como é que o trauma afecta as suas vítimas?
Muitas vezes questionam-se sobre o que fizeram para que tal acontecesse ou o que
poderiam ter feito para o evitar .
Outros perguntar-se-ão quando como é que se vão curar e porque é que já não
conseguem estabelecer relações próximas com os que lhes são queridos, como se
deixassem de se sentir ligados
É também comum para os que sofrem desta perturbação sentir raiva e frustração por
terem a sensação de que nunca vão voltar a sentir-se bem e questionam-se muitas
vezes sobre o que lhes reserva o futuro.
Estas recordações momentâneas podem gerar apenas alguma ansiedade pelo facto de
estarem relacionadas com o trauma ou podem assumir a forma de flashbacks – que são
experiências de extrema ansiedade em que a pessoa pode acreditar que está de novo
perante a situação de ameaça perdendo o contacto com a realidade à sua volta.
Estes flashbacks são muito perturbadores para a vítima de trauma porque, por um lado,
as recordações activadas são bastante dolorosas e, por outro, por serem imprevisíveis
existe uma aparente incapacidade de controlo sobre eles. Algumas vítimas acreditam
que com este fenómeno estão a “ficar loucas” e evitam partilhar com os familiares e
amigos estas sensações. Esta atitude conduz muitas vezes a um aumento da distância
entre todos os envolvidos, podendo levar a conflitos frequentes, amargura, silêncios e
se durar muito ao desmoronar das relações significativas.
O seu comportamento pode passar a ter um padrão imprevisível, por exemplo, ataques
de choro súbitos, ou de pânico, irritabilidade e explosões de raiva sem razão aparente.
Perdem o interesse por inúmeras actividades que lhes davam prazer e que eram
significativas, a sua auto-confiança é abalada e instala-se um humor depressivo
persistente.
Evite a culpabilização: tranquilize a vítima de que o facto de ela ter estado envolvida
num acontecimento traumático não foi por culpa dela. Por estranho que lhe possa
parecer, muitas vezes as vítimas de trauma questionam-se sobre se a culpa foi delas ou
se poderiam ter feito algo para o evitar. É importante que oiçam “Não estás só,
compreendo-te e a culpa não foi tua”.
Seja paciente e procure ter expectativas realistas: demora tempo para que as
consequências do trauma sejam modificadas, para que a pessoa lide com elas e possa
restaurar um estilo de vida e de relacionamento com os outros satisfatórios. Para poder
ser um bom suporte e ter uma perspectiva optimista terá de compreender que a
recuperação demora alguns meses ou até um pouco mais, dependendo da gravidade do
problema.
Não hesite em procurar ajuda profissional para si ou qualquer outro membro familiar
porque pode ser bastante difícil, por vezes, cuidar ou conviver com alguém que sofre de
perturbação pós-stress traumático.
Mantenha os seus contactos e a sua vida social, evitando isolar-se. Partilhe com outras
pessoas significativas as suas dificuldades e procure apoio nos momentos mais difíceis,
para que não se sinta sozinho(a).
Procure dar suporte mas sem substituir o terapeuta, não exija de si o que não pode dar
e concentre-se naquilo que pode fazer.
Mantenha ou cultive as suas áreas de interesse pessoal que lhe sejam gratificantes,
guardando alguns momentos do dia só para si, para se poder dedicar às mesmas.