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OS 11 SUPREMOS | Dias Toffoli

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José Antonio Dias Toffoli nasceu no município de Marília,


em São Paulo, no dia 15 de novembro de 1967. Em 1990,
ele se formou em Direito pela Universidade de São Paulo
(USP), dando início à sua carreira de advogado no ano
seguinte.

Em 1993, Toffoli se tornou Consultor Jurídico na Central


Única dos Trabalhadores. Em 1994, assumiu como Asses-
sor Parlamentar do Deputado Estadual Arlindo Chinaglia
do PT, deixando esse posto pelo de Assessor Jurídico da
liderança do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara
dos Deputados em Brasília, posição em que permaneceu
de 1995 a 2000. Neste meio tempo, nos anos de 1994 e
1995, Toffoli prestou concurso para ser juiz substituto

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do Estado de São Paulo, mas foi reprovado em ambas as


tentativas. Ele também atuou como advogado do Parti-
do dos Trabalhadores nas campanhas eleitorais de Lula
em 1998, 2002 e 2006.

Em 2003, assumiu como subchefe da área de assuntos ju-


rídicos da Casa Civil, que estava sob o comando do então
ministro José Dirceu. Nessa época, o presidente do Ban-
co do Brasil, Henrique Meirelles, era alvo de denúncias de
sonegação de patrimônio. Toffoli elaborou uma Medida
Provisória que concedeu a Meirelles status de ministro, o
que garantiu a ele foro privilegiado. A medida era incons-
titucional, pois não preenchia os critérios de urgência,
relevância, necessidade ou racionalidade.

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Depois de Roberto Jefferson denunciar José Dirceu como


mentor do Mensalão, Toffoli foi exonerado do cargo. Em
2007, prestigiado com a confiança do partido, foi no-
meado Advogado-Geral da União, cargo em que obteve
retornos financeiros expressivos para o Estado. Toffoli
permaneceu nesta função até ser indicado por Lula para
o Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro de 2009.

Sua nomeação aconteceu em meio aos julgamentos do


Mensalão. A observância do critério de reputação ilibada
na indicação foi muitas vezes questionada em função do
envolvimento de Toffoli com duas condenações por cri-
mes financeiros.

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Dias Toffoli e seu então escritório de advocacia, Toffo-


li & Telesca Advogados, foram condenados a devolver
R$19.720,00 aos cofres públicos por suposta licitação
ilegal de prestação de serviços de advocacia ao governo
do Amapá. Em 2006, Toffoli foi novamente processado
por outro crime de mesma natureza, também no Amapá,
e foi condenado a devolver 420 mil reais (mais de 1 mi-
lhão de reais em valores atualizados para 2020).

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Em 2009, enquanto concorria ao cargo do STF, Toffoli in-


formou ao Senado Federal que essa condenação estava
suspensa por efeito de um recurso que havia interposto.
Com a suspensão, seu nome passava a atender ao requi-
sito de “reputação ilibada”.

Também foram feitas acusações de descumprimento


ao notório saber jurídico, outro critério para assumir o
cargo de Ministro do STF. Ele não foi aprovado nos con-
cursos para juiz que prestou. A reprovação em concurso
para juiz havia sido motivo para que o STF vetasse outros
candidatos a vagas em tribunais inferiores. Além disso,
Toffoli não possuía sequer mestrado.

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Quando a Corte julgou o PT no caso do Mensalão, advoga-


dos apresentaram ao Senado denúncia contra Toffoli por
crime de responsabilidade. Nessa denúncia, insinuava-se
a relação de Toffoli com José Dirceu e com o PT, uma vez
que ele representava o partido na época em que o esque-
ma de compra e venda de votos ocorria no Legislativo.

A situação do ministro com o julgamento do Mensalão


aparentava ser cada vez mais problemática. À intimidade
com o governo já mencionada, juntaram-se outras denún-
cias que atingiam a reputação do ministro. Em fevereiro
de 2012, em depoimento à Polícia Federal, a advogada
Christiane Araújo de Oliveira declarou que, no período que
antecedeu o escândalo do Mensalão do Distrito Federal,
manteve relações de trocas de favores com várias figu-
ras envolvidas no caso, incluindo Dias Toffoli. Christia-
ne afirmou que, enquanto Toffoli era Advogado-Geral da
União, eles se encontravam e mantinham relações em um
apartamento de Durval Barbosa, operador do esquema
criminoso. Segundo a advogada, em uma ocasião, Toffoli
solicitou um jato oficial do governo para transportá-la. Em
outro desses encontros, conta, entregou a Toffoli grava-
ções comprometendo Durval Barbosa. Toffoli negou todas
as acusações.

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Além das acusações sobre sua relação com o Mensalão, o


nome do ministro foi citado nas delações de Marcelo Ode-
brecht no âmbito da operação Lava Jato. Preso na Lava
Jato, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, revelou que
pagou propina ao irmão de Dias Toffoli, então prefeito de
Marília. Outro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apurava no-
tícias fraudulentas, censurou sites e determinou a retira-
da de matérias que ligavam Toffoli à Odebrecht, sob pena
de multa diária de R$100 mil.

Em 13 de setembro de 2018, Toffoli tomou posse como


novo Presidente do Supremo Tribunal Federal. Antes de
assumir, suspendeu um processo contra o ex-ministro
Guido Mantega, que foi acusado de receber R$50 milhões
da construtora Odebrecht.

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Em 2019, Toffoli determinou que o Banco Central entre-


gasse dados sigilosos de 600 mil pessoas físicas e jurídi-
cas. Tratava-se de informações de inteligência financeira
que haviam sido produzidas pelo antigo COAF nos últimos
três anos.

Em 21 de maio de 2020, ocupando a cadeira de Presidente


do STF, Toffoli suspendeu os efeitos da decisão do Tribunal
de Justiça de Sergipe que permitia a abertura de uma bar-
bearia, apesar de um decreto do Estado estabelecer res-
trições ao funcionamento durante a pandemia.

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Em 27 de julho de 2020, Toffoli deu uma mãozinha para o


governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, ao determi-
nar que a Assembleia Legislativa do Estado formasse uma
nova comissão especial para analisar o processo de Impe-
achment do governador.

Em 29 de julho de 2020, o ministro suspendeu as investi-


gações sobre supostos esquemas de caixa 2 e de lavagem
de dinheiro envolvendo o senador José Serra do PSDB de
São Paulo.

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A aposentadoria de Toffoli acontece em

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