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CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ESTRUTURAS DE CONCRETO PROTENDIDO


PROFESSOR: CHRISTIANE BRISOLARA DE FREITAS
ALUNOS: AUGUSTO HUTTNER RECUERO E ALIFER DENZER
KRAUSE

CONCRETO PROTENDIDO

Pelotas
2021
Sumário
Lista de Figuras............................................................................................................................3
Introdução....................................................................................................................................4
Concreto protendido.....................................................................................................................4
História do concreto protendido...................................................................................................4
Concreto protendido no mundo................................................................................................4
Concreto protendido no Brasil..................................................................................................5
Quais os tipos de concretos protendidos.......................................................................................6
Protensão aderente (com aderência posterior)..........................................................................6
Protensão não aderente (cordoalhas engraxadas)......................................................................7
Pré-tensão (fios aderentes).......................................................................................................7
Vantagens e desvantagens do concreto protendido.......................................................................8
Vantagens do concreto protendido...........................................................................................8
Desvantagens do concreto protendido......................................................................................9
Utilização de concreto protendido em pontes e viadutos..............................................................9
Conclusão...................................................................................................................................11
Referências bibliográficas..........................................................................................................12

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Lista de Figuras
Figura 1 - Ponte do Galeão, no Rio de Janeiro, em 1948..............................................................5
Figura 2 - Sistema de protensão aderente.....................................................................................6
Figura 3 - Sistema de protensão não aderente..............................................................................7
Figura 4 – Peça de concreto pré-fabricada para uma ponte..........................................................8
Figura 5 – Ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira.....................................................................9
Figura 6 – Construção ponte Rio-Niterói...................................................................................10
Figura 7 – Ponte Rio-Niterói nos dias atuais..............................................................................11

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Introdução
O concreto é um dos materiais mais utilizados na construção civil, ele está
presente em casas, prédios, pontes, viadutos entre outras tantas obras na qual o concreto
é utilizado. Ao longo do tempo as estruturas das construções foram se tornando mais
esbeltas, com vãos e carregamentos maiores, obrigando o concreto a se tornar mais
resistente para suportar essas cargas.
O concreto é um material com ótima resistência a compressão e baixa resistência
à tração, a baixa resistência à tração se torna um grande problema para estruturas mais
esbeltas, sendo necessária a criação de armaduras com aço para melhorar a resistência a
tração.

Concreto protendido
O concreto protendido é o meio mais utilizado para aumentar a resistência à
tração do concreto. Este método construtivo tem como objetivo melhorar o desempenho
das estruturas utilizando todo o potencial do concreto à compressão, deixando os
esforços de tração para a armadura.
A resistência à tração do concreto é muito menor que a resistência à compressão
do concreto, ficando na ordem de apenas 10%, valor que normalmente é desprezado nos
cálculos estruturais.
O concreto protendido começou a ser desenvolvido ainda no século XVIII, mas
apenas 1928 sofreu uma evolução significativa. Foi Eugène Freyssinet, um engenheiro
civil francês especialista em estruturas que desenvolveu um método que permitia
ultrapassar as limitações da fraca resistência do concreto à tração.
A aplicação da descoberta de Freyssinet veio permitir a construção de
pavimentos e pontes com vãos mais extensos do que aqueles que eram construídos com
a utilização de betão armado.
O concreto protendido é bastante utilizado para a execução de laje protendida,
relevante em estruturas em que os esforços de flexão são elevados, já que este
procedimento é utilizado para que a resistência do concreto seja maior.

História do concreto protendido


Concreto protendido no mundo
A protensão no concreto teve a sua primeira obra realizada na Alemanha em
1919 quando K. Wettstein fabricou painéis de concreto protendidos com cordas de aço
utilizadas para piano. Em 1928 na França, Eugene Freyssinet apresentou o primeiro
trabalho consistente sobre concreto protendido, reconhecendo sua importância na
protensão de armaduras nas construções civis.
O ano de 1950 foi um marco para o concreto protendido no mundo, pois foi
realizada em Paris a primeira conferencia sobre concreto protendido, foi criada a FIP
(Federation Internationale de la Precontrainte) e foi executada a primeira ponte em
balanços sucessivos por Finster Walder. Após esta serie de acontecimentos o concreto
protendido se espalhou pelo mundo.

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Depois os métodos foram sendo aprimorados com a criação das cordoalhas de
fios, bainhas para se colocar os cabos de protensão no interior da seção transversal de
concreto, possibilitando a protensão dos cabos com apoio no próprio concreto
endurecido, a aderência é feita posteriormente com a injeção de argamassa adequada de
cimento.
Na década de 1970, foi consagrada a preferencia por cabos protendidos internos,
constituídos por cordoalhas ancoradas individualmente por meio de cunhas. Este
método de protensão tornou-se o mais competitivo por permitir protensão da ordem de
200 tf a 600 tf, utilizando cabos de grade capacidade.
Em 1978, o Comite Euro-Internacional du Betón (CEB/FIP) publicou o Código
Modelo para Estruturas de Concreto Armado e Concreto Protendido. O Código Modelo
do CEB serve como base para vários países criarem suas próprias normas técnicas.

Concreto protendido no Brasil


O concreto protendido começou a ser utilizado no Brasil no século XX. A
primeira obra a ser executada com a técnica de utilização do concreto protendido, foi à
construção da Ponte do Galeão com 370 metros de comprimento em 1948, que liga a
ilha do fundão á ilha do governador na cidade do Rio de Janeiro - RJ. A técnica para a
construção desta ponte foi toda importada da França, sendo utilizado o sistema
Freyssinet com todas as peças importadas da França.

Figura 1 - Ponte do Galeão, no Rio de Janeiro, em 1948


Em 1949, o sistema não aderente consistia na pintura de dos fios com betume
para depois envolvê-los com uma ou mais camadas de fitas de papel Kraft enroladas
helicoidalmente. Assim, formava-se uma bainha de isolamento, o que garantia o
deslizamento dos fios em seu interior. Com a evolução dos materiais e com a
desenvolvimento em pesquisas as fitas foram substituídas por plástico.
Com o passar dos anos foram adotadas as bainhas metálicas, tubos feitos de
chapa fina de aço que poderiam conter diversos fios de aço de protensão em seu interior

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e que possibilitaram a injeção de uma mistura de cimento, areia e água, pasta protetora
contra a corrosão do aço. Na sequência, com o avanço das técnicas de produção de pasta
e da operação de injeção em si, os projetistas estruturais passaram a considerar essa
pasta não só protetora contra a corrosão, mas também como interveniente na aderência
do aço de protensão à massa de concreto que envolvia a bainha. Surgia a protensão
aderente.
Hoje, no Brasil, a técnica mais popular é a utilização de cordoalhas individuais
engraxadas, que passaram a contar com uma capa tubular de polietileno de alta
densidade, extrudada de forma contínua sobre a cordoalha, promovendo uma perfeita
estanqueidade e eliminando os problemas anteriores de possibilidade de acesso de
agentes corrosivos ao aço.

Quais os tipos de concretos protendidos


Quando o concreto protendido passou a ser utilizado em todo o mundo, surgiram
vários processos de protensão patenteados. Somente a Alemanha chegou a ter 20
processos registrados.
Hoje, são três os tipos de concretos protendidos – ou maneiras de executar a
protensão – existentes: pós-tracionado aderente, pós-tracionado não aderente e pré-
tracionado. A seguir, conheça mais sobre cada um deles.

Protensão aderente (com aderência posterior)


Trata-se de um tipo de concreto protendido no qual o pré-alongamento da
armadura ativa é feito após o endurecimento do concreto. Nesse caso, utilizam-se como
apoio partes do próprio elemento estrutural, criando, posteriormente, aderência com o
concreto de modo permanente, por meio da injeção das bainhas.
A protensão com aderência posterior tem uma larga utilização, sobretudo em
obras como pontes, barragens, grandes reservatórios de água, contenção de taludes e
coberturas de grande vão. Pela flexibilidade, é possível aplicá-la em quase todo o campo
da construção civil.

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Figura 2 - Sistema de protensão aderente

Protensão não aderente (cordoalhas engraxadas)


Assim como o anterior, trata-se de um tipo de concreto protendido no qual o pré-
alongamento da armadura ativa é feito após o endurecimento do concreto. Utilizam-se
como apoio partes do próprio elemento estrutural.
Mas, nesse caso, não é criada aderência com o concreto, e a armadura fica ligada
ao concreto apenas em pontos localizados. É indicado para obras comerciais e
residenciais, nas quais a fundação é do tipo radier.
Esse sistema é feito com cordoalhas de aço engraxadas e plastificadas com uma
camada de PAD (Polietileno de alta densidade), tracionados por equipamentos
hidráulicos e fixados no concreto, como mostra a figura a baixo. Por utilizar cordoalhas
engraxadas não é necessária a utilização de bainhas podendo ser utilizada em estruturas
de menores dimensões e tornando sua execução mais rápida.
As cordoalhas são de fácil manuseio. Elas possuem colocação e fixação sem
dificuldades, sendo facilmente desviadas de obstáculos. Esse processo já é utilizado
desde a década de 60 nos Estados Unidos. No Brasil, foi introduzido em meados de
1996. A execução bem realizada é fundamental para que se alcancem os desempenhos
desejados.

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Figura 3 - Sistema de protensão não aderente

Pré-tensão (fios aderentes)


A pré-tensão consiste no tracionamento das cordoalhas, com uma ancoragem
passiva, antes de realizar a concretagem. Por ser realizado o tracionamento das
cordoalhas antes da concretagem é necessária uma pista de protensão, para esperar a
cura do concreto. Por isso essa técnica é pouco utilizada, pois necessita de uma boa
logística e um canteiro de obras grande.

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Figura 4 – Peça de concreto pré-fabricada para uma ponte

Vantagens e desvantagens do concreto protendido


O concreto protendido pode ser empregado em diversas edificações, desde obras
de arte, como pontes, viadutos, e até em obras de pequeno e médio porte.
Vantagens do concreto protendido
 Possibilidade de grandes vãos, pois a laje de concreto protendido
consegue vencer vãos que o concreto armado usual não venceria.
 Maior variedade de layout no projeto arquitetônico, já que há maior
distância entre os pilares.
 Menor peso estrutural, pois as lajes são esbeltas, fato que diminui o
carregamento da fundação da edificação.
 Economia de concreto e aço, em função da utilização da seção
transversal plena e por serem utilizados aço e concreto de maior resistência.
 Redução do tempo de construção, devido a facilidade de execução e o
reaproveitamento das formas, e também, porque na maioria das vezes não é
necessário a utilização de vigas na estrutura.
 Redução das tensões de tração provocadas pela flexão e pelos esforços
cortantes aplicadas nas lajes.
 Maior controle tecnológico durante a execução.
 Redução de deformações e fissurações.
 Pode ser utilizado para a recuperação e reforço de estruturas
comprometidas.

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Desvantagens do concreto protendido
 Falta de mão de obra especializada.
 Conforme a geometria da estrutura, esta técnica pode ser inviável.
 É preciso concreto de alta resistência, o que nem sempre é possível
conseguir devido ao seu custo mais elevado ou indisponibilidade no local da
obra.
 Boa qualidade do concreto durante a produção, a execução e
compactação, o que necessita maiores cuidados.
 Requer aço de alta resistência, o que custa até 3 vezes mais que o aço
comum utilizado no concreto armado.
 Requer bastante supervisão durante todas as fases da construção.

Utilização de concreto protendido em pontes e viadutos


A protensão é uma técnica utilizada para construir a maioria das pontes e
viadutos de concreto. Caracteriza-se pelo emprego de elementos estruturais de concreto
armado comprimidos por cordoalhas tensionadas que atravessam o interior das peças.
Esse estado de tensões melhora a resistência da estrutura e seu comportamento sob
diversas condições de carga, viabilizando tecnicamente projetos com vãos maiores entre
pilares.
Como exemplo, inaugurada em 2008, a estrutura construída sobre o Rio
Pinheiros, em São Paulo, é composta por duas pontes estaiadas curvas, suspensas por
cabos de aço e um único mastro em formato de ‘X’. Nesta obra, o concreto protendido
foi usado nas vigas pré-moldadas dos vãos de acesso ao trecho estaiado e nas peças
mais esbeltas, como a laje do tabuleiro, que trabalha transversalmente à direção do
tráfego de veículos.
Os vãos dessa laje têm, aproximadamente, a largura da obra (cerca de 15 metros)
e 48 cm de espessura. Para viabilizar a execução dessa espessura, foi preciso usar a
protensão.

Figura 5 – Ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira


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Conforme o engenheiro Mauro Lemos de Faria, da Enescil Engenharia de Projetos ,
engenheiro da empresa responsável, “Se a laje fosse de concreto armado, sua espessura
teria de ser maior e, consequentemente, seria necessário mais concreto. O aumento da
quantidade de concreto geraria um acréscimo de aço nos estais – que suportam o peso
do tabuleiro –, assim como mais fundações e etc.”.
O material também foi aplicado nas peças que receberam solicitações muito
grandes e concentradas, como a parte mais alta dos mastros, onde os cabos dos estais
(144, no total) estão fixados. “A ancoragem, peça que fica na extremidade dos estais,
transmite a força do estai para as paredes do mastro, que é oco.
Essa é uma carga muito grande e concentrada em paredes não muito espessas.
Por isso, elas têm vários cabos de protensão – que funcionam no sentido oposto às
forças dos cabos de estais e garantem que a força de cada estai seja devidamente
passada para o mastro”, esclarece Faria.
Pode ser citada também a Ponte Rio-Niterói, inaugurada em 1974, tem três vãos
centrais, medindo 200, 300 e 200 metros e conta com 950 mil m³ de concreto
protendido, dos quais 150 mil m³ estão submersos nestes trechos, sendo considerada a
maior ponte em concreto protendido do hemisfério sul. Quando foi inaugurada, ocupava
o segundo lugar entre as pontes com maior extensão do mundo, perdendo apenas para a
Causeway, que cruza o lago Pontchartrain nos Estados Unidos. Manteve-se neste posto
até 1985, quando foi inaugurada a Penang, na Malásia. Com 13,29 quilômetros de
extensão, dos quais 8,83 estão sobre as águas da Baía da Guanabara, a ponte é hoje a 11ª
maior do planeta. Seu ponto mais alto, em relação ao nível do mar, encontra-se a 72
metros.

Figura 6 – Construção ponte Rio-Niterói

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Figura 7 – Ponte Rio-Niterói nos dias atuais

Conclusão
Estruturas que se utilizam da técnica do concreto protendido, estão cada vez
mais sendo utilizadas no Brasil graças a sua capacidade de vencer pequenos e grandes
vãos, ter um menor preso estrutural e gerar um custo menor que o concreto armado,
além de ser possível dar uma maior esbeltes as estruturas desenvolvidas.

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Referências bibliográficas
https://www.mapadaobra.com.br/negocios/concreto-protendido-por-que-usa-lo-em-
pontes/#:~:text=Por%20ser%20mais%20resistente%20%C3%A0,corros%C3%A3o
%20das%20armaduras%20%E2%80%93%3B%20e%20projetos
https://www.aecweb.com.br/revista/materias/protensao-viabiliza-pontes-e-viadutos-
com-grandes-vaos/14942
https://www.escolaengenharia.com.br/concreto-protendido/
http://sulprotensao.com.br/noticias_mostra.php?noticia=3
https://civilizacaoengenheira.wordpress.com/2018/10/08/concreto-protendido/
http://impactoprotensao.com.br/historico-da-protensao-no-brasil/
https://www.mapadaobra.com.br/negocios/concreto-protendido-por-que-usa-lo-em-
pontes/?doing_wp_cron=1615415651.6038949489593505859375#:~:text=Por%20ser
%20mais%20resistente%20%C3%A0,corros%C3%A3o%20das%20armaduras
%20%E2%80%93%3B%20e%20projetos
https://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/icone-da-engenharia-rio-niteroi-
completa-40-anos/
https://www.macodesc.com.br/blog/12-12-2017-concreto-protendido-na-construcao/

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