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O tempo assim como o espaço é para o homem religioso, não é totalmente

continuo tendo suas pausas sagradas, essas pausas são as festividades e momentos de
grande importância para religião, como Corpus Crist e Blót, esse ultimo sendo um
evento nórdico que ocorria todos os anos na primavera, eram sacrificados animais como
oferenda aos deuses como oferta em troca de prosperidade

Toda festa religiosa é uma reatualização de um evento sagrado de um passado


mítico, que é repetido todos os anos, por consequência, o tempo sagrado é
indefinidamente recuperável, indefinidamente repetível. O tempo sagrado parece não
seguir um rumo “fluir”, esse tempo sagrado mantem se sempre igual sem mudança ou
um fim. ( Você quis dizer que é uma comemoração? Dá uma olhada no primeiro
paragrafo da pagina 44. Essa ultima frase tem que ser reorganizada)

O homem religioso vive em uma espécie de tempo sagrado que é o paradoxal,


um tempo que jaz sempre se reiniciando, parecendo assim como um círculo, tendo ele
uma pausa para os momentos sagrados, saindo de tal modo do tempo comum, chamado
de tempo “profano” aquele que é voltado para os eventos particulares, essa pausa para o
tempo sagrado não participa assim da duração que os procede ou sucede. O homem não
religioso vive em uma espécie diferente de tempo, não tendo para si esse tempo
sagrado, mas possuindo outros tempos, como do trabalho, tempo do descanso e da
diversão.

Os nativos da américa do norte diziam o termo “mundo” como cosmo,


universo, que é igual ao termo “ano”, os yokut diria “o mundo passou” para se referir a
passagem do ano, esse termo transformava a passagem do tempo como um tempo
sagrado, transformando a passagem de um ano como sagrado, o cosmo como um ser
vivo que nasce, cresce e morre no último dia do ano, para renascer no dia seguinte. Na
índia usavam um altar para simbolizar a passagem do ano, “templo do fogo” composto
por trezentos e sessenta tijolos, cada tijolo representa um dia, cada altar representa um
novo ano, cada altar traz a santidade ao mundo, santificando o tempo cósmico.

Mito cosmogônico relata a criação do mundo, o surgimento do cosmo. Na


babilônia, tinhas nos últimos dias do ano um festival onde era contado a história da
criação do cosmo, um ritual que se reatualizava o combate entre o deus Marduk e um
monstro marinho Tiamat, a vitória de Marduk põe fim ao caos criando o cosmo com os
restos de Tiamat. O Combate entre os dois era recenado por grupos de figurantes, o
cerimonial se repete entre os hititas no ano novo, para os egípcios, a luta repetia a
passagem do caos pra o cosmos.

Outros mitos cosmogônicos trazem diferentes surgimentos do cosmo


principalmente da terra, na cultura nórdica, a terra surge com a morte do gigante Ymir,
onde seu corpo vira a terra, os ossos as montanhas e seu sangue os oceanos. Herman
Usener foi o primeiro a explorar a aproximação etimológica entre templum e tempus,
templum seria como o espaço, tempus o temporal, a junção dos dois seria o
espaço-temporal.

Para o homem religioso de culturas arcaicas, a cada ano se tem um novo ano
como um recomeço, cada ano é como se tivesse sido refeito pelo criador, tornando cada
ano santo, sagrado. E isso que os santuários tentam expressar, o tempo sagrado que é
como um círculo, fazendo ressurgir ao final do círculo, ano, ele surgir como algo
sagrado pois é um novo, sagrado e puro, porque ainda não foi usado.

A cada novo ano, o sentido de recomeço trazia pureza para o homem religioso,
um novo começo, onde seus pecados eram limpos, e um novo ano santo recomeça, o
homem também tinha um novo recomeço, se tornando puro e contemporâneo com o
novo tempo. Esse novo tempo se torna o próprio tempo cosmogônico, tornando-se
sagrado, pois a criação do mundo é o momento mais sagrado, o homem religioso
também cria sua cosmogonia, quando constrói uma casa, cidade, seu mundo pessoal,
que também é trazido quando qu1ando precisa de uma boa colheita, ajuda em alguma
guerra.

Uma das mais importantes função do mito é a cura, regeneração do homem, em


Fidji, ritual de ascensão de um novo soberano chamava-se “criação do mundo”, esse
mesmo ritual era realizado em outras ocasiões para curar pessoas, tanto físico como
espiritualmente, o mito cosmogônico polinésio serve para todos os tipos de “criação”, a
recitação do ritual é um reatualização do episódio primordial, e para aquele que recitado
o ritual se torna contemporâneo da cosmogonia.

O tempo fundado pela primária aparição desta realidade, apresenta alguma


importância e alguma função exemplares, que o homem se esforça por reatualizar, a
“primeira manifestação” de qualquer realidade equivale à sua “criação” dos seres
divinos. Ampère reatualização circular das ações fundadoras efetuadas pelos seres
divinos, compõe o calendário sagrado. Qualquer festa desenvolve se sempre no Tempo
original, a reintegração desse tempo original e sagrado que contemporiza o
comportamento humano durante a festa daquele de antes e depois.

Periodicamente, o homem religioso torna-se contemporâneo dos deuses, na


medida em que reatualiza o Tempo primordial no qual se realizaram as obras divinas.
Mesmo fora do tempo festivo, seus gestos imitam os modelos exemplares fixados pelos
deuses e pelos antepassados míticos. Mas essa imitação corre o risco de tornar-se menos
correta, o modelo pode ser mudado e até esquecido.

O homem religioso busca nas reatualizações dos rituais aproximar se dos seres
divinos, essas festividades e a busca para a purificação do mundo e do homem é a busca
de se torna digno desses seres, e assim viver em sua presença,

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