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16/02/2024

Estudos no Novo Testamento III

Papyrus 13 – Biblioteca Britânica


Prof. Me. Sandro Pereira 1

Introdução
1. Objetivo: Hebreus, Tiago, Pedro, João, Judas e Apocalipse.
2. Modificação na ordem canônica: Judas com Pedro.
3. João em conjunto.
4. “Epístolas Gerais” ou “Católicas”.
5. Mencionam os destinatários em termos gerais.
a) Duas exceções: II e III João.
b) Hebreus, muitos não a consideram Epístola.

Introdução
1. Principal: conteúdo e mensagem.
2. O que? os escritores quiseram transmitir para seus
primeiros leitores.
3. Depois: aplicados nas comunidades de nossos dias.
4. Conheça o texto bíblico.

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Hebreus
1. Diversas perguntas devem ser feitas.
2. Muitas não posem ser respondidas com certeza.
3. Podem ser sugeridas algumas respostas, desde que seja
vista a possibilidade de sustentá-las com bom senso.
4. Autor: não sabemos.
5. Destinatários: não sabemos.
6. Nossa ignorância não é impedimento para uma boa
compreensão do valor teológico e espiritual.

Hebreus
“a única resposta adequada, dada pela fé cristã a essas
perguntas, é que o próprio Deus é seu Autor primário”. [...] os
cristãos “de todos os séculos são os leitores divinamente
desejados para este texto”.
Davidson, 1997, p. 1345.

Hebreus
Por intermédio deste texto Deus tem falado e continua falando
ao seu povo por meio de seu Espírito.
Em todos os aspectos, essa é uma das obras mais notáveis do NT.
Conscientemente retórica, cuidadosamente elaborada, habilmente
redigida em grego primoroso e apaixonadamente entusiasta de
Cristo, Hebreus oferece um número excepcional de inesquecíveis
noções que modelaram o cristianismo subsequente. (BROWN,
2004, p. 891).
• Muito do que se pretende saber sobre Hebreus é um enigma.

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Autoria
1. O escritor não se identifica.
2. Chamar de carta ou epístola já é bastante controverso.
3. Introdução de um livro; desenvolvimento em forma de
sermão – parênese – e termina em forma de carta.
4. Cuidado ao fazer afirmações ou chegar a conclusões
precipitadas.

Autoria
1. Tertuliano: atribui a Barnabé. Carece de testemunho.
a) Epístola de Barnabé – séc. II – estilo alegórico.
2. Clemente: Paulo escreveu em hebraico; Lucas traduziu para
o grego.
3. Orígenes: os pensamentos originais são de Paulo, a forma
de escrita e a linguagem final não.
4. Conexões ao nome de Paulo contribuíram para que lhe
fosse conferida autoridade apostólica.

Autoria
1. Muitas cópias: “A Epístola de Paulo aos Hebreus”.
2. Texto mais antigo: Beatty Papyrus II p46 (início séc. III) –
Hebreus faz parte da obra paulina, logo depois de
Romanos.

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Autoria
1. Igreja Ocidental: aceitação mais lenta da autoria paulina.
2. Alexandria e Roma: nas listas oficiais do final do século IV e
começo do século V, Hebreus fazia parte do “corpo paulino”.
3. Gradualmente o nome de Paulo foi introduzido no título da
obra, aparecendo já na Vulgata.
4. Outras sugestões: Apolo, Silas, Áquila (ou Prisca e Áquila) e
Filipe, o evangelista.
5. Lutero: Apolo era a sugestão mais aceita (At 18.24-28).
6. Maioria dos eruditos: não aceita a autoria paulina.
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Autoria
1. Eusébio de Cesaréia (HE vi. 25.11.14): “quem escreveu a
epístola só Deus sabe certamente”.
2. B. F. Wescott: qualquer tentativa de colocar um nome para
o autor é devida à “má vontade de confessar francamente
nossa ignorância sobre uma questão que excita nosso
interesse”.

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Autoria
Talvez seja mais sábio contentar-se em dizer “não sabemos”
e,
“satisfazer-nos com a ironia de que o orador mais sofisticado
e o mais elegante teólogo do NT é um desconhecido: Para
empregar sua própria descrição de Melquisedec (Hb 7,3), o
escritor de Hebreus permanece sem pai nem mãe, nem
genealogia”.

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Autoria
1. Qualidade do grego e domínio das Escrituras em grego -
judeu-cristão com boa educação helenística e algum
conhecimento das categorias filosóficas gregas.
2. Estilo hermenêutico alegórico: paralelos em Fílon e na
interpretação alexandrina.
3. Autoria “não-apostólica” (2.2-4).

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Origem
1. Origem: mais desconhecida ainda.
2. Única pista explícita (13.24).
3. Presença de judeus romanos em Jerusalém durante o
Pentecostes (At 2.10).
4. A saudação em 13.24 e o pedido em 13.19, quando
associados a libertação de Timóteo (13.23-24) parece
sugerir que o autor estava em Roma.
5. Não podemos afirmar ao certo.

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Data
1. Destinatários: 2ª. geração de cristãos (2.3).
2. 10.25; 12.4: a igreja estava sendo provada (Nero? Guerra
Judaica?).
3. Timóteo foi encarcerado, depois solto (13.23).
4. Entre os anos de 66 e 69 d.C., quando os judeus de
Alexandria e da Palestina se rebelaram contra o governo de
Roma.
5. Limite: I Clemente 36.1-5 – (final de 90 – eco a Hb 1.3-5, 7,
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6. Data mais sugerida: entre 60 e 90 d.C.
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Destinatários
1. Documentos mais antigos: “Aos Hebreus”.
2. Tertuliano (c. 200) conheceu o título latino, Ad Hebraeos.
3. Hebreu? israelita de nascimento e, segundo a religião, um
descendente de Abraão; da Palestina, de outro lugar?
4. Os crentes ainda não haviam resistido até o sangue (12.4).
5. Em Jerusalém houve perseguições cruéis (Estevão).
6. Os irmãos de Jerusalém eram pobres.
7. Impressão que eram ricos (13.1-2, 16 ; 6.10).

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Destinatários
1. Conjecturas: judeus cristãos helenistas da diáspora.
2. Por volta do ano 200, o titulo “Aos Hebreus” aparece no
Beatty Papyrus II (p46).
3. Este documento já estava em uso no Egito e no Norte da
África.
4. Nenhum outro título jamais apareceu.

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Destinatários
1. Desde a região de Jerusalém até Roma podem ser tidas
como comunidades destinatárias.
2. Comunidades cristãs de quase todas as cidades do mundo
antigo, em um ou outro período, vêm sendo sugeridas
como destinatários de Hebreus.

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Texto
1. Manuscritos mais importantes são Alexandrinos.
2. A tradição bizantina é representada pelos Unciais K e L
(século IX) e diversos minúsculos posteriores.
3. Ocidente: maior destaque D (Códice Claromontano, século
VI) e Antiga Latina.
4. O texto está bem preservado.
5. Gênero literário: começa como um tratado continua como
um sermão e termina como uma epístola.
6. Excessivo uso de alegoria.

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Aceitação no Cânon
1. Não há uma lista formal de critérios que a Igreja primitiva
usava para determinar quais livros fariam parte do NT.
2. Três critérios principais.
1) Apostolicidade.
2) Concordar com os ensinamentos tradicionais cristãos.
3) Amplamente usado igrejas e reconhecido pelas igrejas
como um livro de autoridade.

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Aceitação no Cânon
1. Atanásio (cartas de Páscoa 367 d.C.): primeira pessoa
conhecida a listar os 27 livros que encontramos hoje no NT.
2. Testemunhos: Marcião (c. 140), Muratório (c. 170),
Barocócio (c. 206), Apostólico (c 300), Celtenhão (c. 360),
Atanásio (c. 367), Diatessaron – de Taciano – (c. 170),
Antiga Latina (c. 200), Códice Sinaitico (c. 325), Antiga
Siríaca (c. 400), Nicéia (c. 325-40), Hipo (393), Cartago (397)
e, novamente, Cartago (419).

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Aceitação no Cânon
1. Hebreus: Códice Sinaítico, Atanásio; Concílio de Cartago
(397, repetindo-se em 419).
2. Classificação:
1) Homologoumena: aceito logo de início;
2) Pseudepígrafos: escritos falsos (autoria);
3) Antilegomena: autenticidade questionada por alguns
dos pais da igreja. Não foram reconhecidos de forma
universal por volta do século IV;
4) Apócrifos: “canonicidade temporal e local”, mas nunca
receberam um reconhecimento amplo ou permanente.
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Aceitação no Cânon
1. Hebreus: a anonimidade do autor.
2. Por volta do século IV, sob a influência de Jerônimo e de
Agostinho, o texto de Hebreus recebeu seu lugar definitivo
dentro do cânon.

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Propósito
1) Relacionado a quem eram os destinatários.
2) Não podemos examinar o propósito sem pressupor algumas coisas a
respeito dos destinatários e vice-versa.
3) Escrito para cristãos.
4) Conhecidos pelo autor:
a) Generosos (6.10); mas imaturos (5.11-14).
b) Estava inteirado da perseguição (10.32-24; 12.4).
c) Planejava visitá-los depressa (13.19-23).

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Propósito
1) Propósito: que os leitores se mantivessem firmes em sua
confissão (3.6, 14; 4.14; 10.23).
2) Repreensão aos que não se reuniam o bastante (10.24-25).
3) Perigo de cair no pecado (3.12-14).
4) Muitos estudiosos: grupo de judeus cristãos; começavam a
considerar o retorno ao judaísmo como uma forma de escapar
das perseguições (apostasia (6.4-9; 10.26-31).

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Propósito
1) Cita o AT grego como uma pessoa que pressupõe o mesmo
conhecimento de seus leitores e que, além disso, estes
últimos reconheciam a autoridade dessas Escrituras.

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Propósito
[...] tornar seus leitores plenamente cônscios, [...] da admirável revelação
e salvação dada por Deus aos homens, na pessoa de Cristo; [...] do
verdadeiro caráter celestial e eterno das bênçãos assim livremente
oferecidas e apropriadas pela fé; [...] dar-lhes plena consciência do lugar
de sofrimento e paciente persistência (mediante a fé) no presente caminho
terreno até o alvo do propósito de Deus, conforme demonstrado na
experiência e na obra do Capitão de nossa salvação e na disciplina de Deus
aplicada a todos os Seus filhos. [...] proporcionar-lhes consciência do
terrível julgamento que certamente sobrevirá a qualquer que, conhecendo
tudo isso, rejeitar tal revelação em Cristo. [...] o propósito complementar
do escritor é impeli-los a agir de conformidade com esse conhecimento.
(DAVIDSON, 1997, p. 1347).
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Propósito
Apostasia: Deserção, rebelião. O termo clássico grego
apostasia traz à mente um contexto político ou militar e
refere-se à rebelião contra a autoridade estabelecida. Na
maioria das versões em português a palavra apostasia (ARC 5;
ARA 2; NVI 2) aparece como uma referência à rebelião contra
o Senhor. É uma ideia bem presente. No AT o maior pecado
nacional de Israel, é a idolatria, ou o abandono do culto ao
Senhor (Êx 20.3; Dt 6.5,14; 29.14-28).

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Esboço Conforme o Conteúdo


1.1 – 2: Fórmula Introdutória
1.4, 13: Superioridade de Jesus como Filho de Deus
1.4 – 2.18: em relação aos anjos
3.1 – 4.13: em relação a Moisés
4.14 – 7.28: Superioridade do sacerdócio de Jesus
8.1 – 10.18: Superioridade do sacrifício de Jesus e seu
ministério no tabernáculo celeste, inaugurando uma nova
aliança

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Esboço Conforme o Conteúdo


10.19 – 12.29: Fé e paciência: utilidade da obra sacerdotal de Jesus
10.19 – 39: Exortação a tirar proveito do sacrifício de Jesus
11.1 – 40: Exemplos de fé do AT
12.1 – 13: Exemplo do sofrimento de Jesus e da disciplina do
Senhor
12.14 – 29: Advertência contra a desobediência por meio de
exemplos do AT
13.1 – 19: Injunção sobre a ação
13.20 – 25: Conclusão: bênção e saudações

A centralidade de Hebreus tem seu foco em Jesus Cristo e sua


superioridade.
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Estudos no Novo Testamento III

Papyrus 13 – Biblioteca Britânica


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Conteúdo
1) Tema geral: a supremacia incontestável do Filho de Deus.
2) O sacerdócio de Cristo é “melhor” que aqueles recomendados
na Lei Mosaica.
3) O propósito da revelação antecedente foi uma forma de
apontar para Cristo e para as bênçãos dele provenientes.
4) Tema da supremacia: repetidas vezes revelado pelos trechos
parenéticos (2.1-14; 3.7 – 4.11; 4.14 – 16; 5.11 – 6.12; 10.19 –
39; 12.1 – 13.17).
5) Advertência: não se voltar para as formas de piedade antes
conhecidas (risco de abandonar a fé cristã).
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Conteúdo
1) Palavras chave: Antiga Aliança, Nova Aliança, superior e
melhor.
2) A glória da nova aliança em contraposição à antiga.
3) Resume a magnitude do sacrifício de Jesus que sobrepuja a
tudo, em contraposição a todos os sacrifícios do AT (9.14).

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Conteúdo
1) Caráter único da ação redentora de Jesus Cristo.
2) Três grandes ideias:
a) 1.1-5.10: majestade da pessoa de Jesus. Ele é superior aos
poderes celestiais, aos mundos angelicais e aos grandes
personagens do passado hebraico: Moisés, Josué e Arão.
b) 7.1-10.18: apresenta Jesus como o Sumo Sacerdote eterno
e misericordioso.
c) 11.1-12.29: o encontro vivo com a pessoa de Cristo e a
experiência pessoal de sua obra de salvação devem tornar-
se eficazes na vida das pessoas: na fé e na santificação.
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Conteúdo
1) Reflexões teológicas: não são um fim em si mesmas.
2) Elas apontam para alguns breves trechos em que o escritor
chama a atenção dos fiéis que experimentaram Cristo em suas
vidas, para o imenso alcance de sua responsabilidade.
3) Alvo prático: as exortações, que sucedem a cada uma das
seções principais.

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Introdução
Exórdio – A Palavra Final de Deus por Meio de Jesus
1) Desde o início, o autor de Hebreus destaca o caráter superior e
peremptório da revelação divina manifestada em Jesus Cristo.
2) O v. 4: serve de transição para abrir o caminho para o primeiro e
longo argumento em favor da superioridade de Jesus: “ele é
superior aos seres angélicos (1.5 – 14)”.

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A superioridade em relação aos anjos, Moisés e Josué


1) 1.4-4.13: cristologia extremamente desenvolvida.
2) Aplicada à superioridade do Filho em relação aos anjos e a
Moisés.
3) Em relação aos anjos (1.4-2.18) série de sete citações do AT
em 1.5-14, que tem sua correspondência às designações do
Filho na descrição introdutória de 1.1-3.
4) Posição sobreangélica é sublime exaltação: no pensamento
judaico, anjos eram “filhos de Deus”.

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A superioridade em relação aos anjos, Moisés e Josué


1) O judeus reputavam como mediadores da legislação mosaica,
no Monte Sinai (At 7.53; Gl 3.19).
2) São apenas servos e seres criados (1.3 – 2.18).
3) Era necessário que Ele se tivesse tornado um ser humano.
4) Por Sua morte, elevou o homem decaído àquela dignidade
que originalmente lhe fora propiciada por Deus, quando da
criação.
5) 1.8-9 (Sl 45.7-8): Deus endereça a Jesus palavras que jamais
dirigiu a um anjo.
6) Perigo de considerar os anjos superiores a Jesus?
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A superioridade em relação aos anjos, Moisés e Josué


1) A revelação é superior; é de vital importância que os leitores
não se afastem do Evangelho (2.1-4).
2) 2.5-18: verdade histórica da encarnação, humilhação e
exaltação do Filho de Deus.
3) Cristo passou pelo sofrimento até a glória (2.9).
4) Para seus seguidores existe somente esta mesma trajetória.

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A superioridade em relação aos anjos, Moisés e Josué


1) Jesus Cristo é superior a Moisés (servo 3.1-6).
2) 3.7-19: a geração de israelitas que saiu do Egito sob a
liderança de Moisés, mas morreu no deserto por causa da
indignação divina contra a rebelião deles.
3) Cristo é melhor do que Josué (4.1-10).

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A superioridade em relação aos anjos, Moisés e Josué


1) Josué não conseguiu fazer Israel entrar nesse repouso
celestial.
2) Davi falou do lugar de repouso de Israel como lugar ainda não
atingido (Sl 95.7-8).
3) Jesus X Josué.

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A superioridade em relação aos anjos, Moisés e Josué


1) Exorta os seus leitores a entrarem no descanso celestial,
mediante sua fidelidade à sua profissão da fé (4.11-16).
2) A total suficiência da obra expiatória de Jesus elimina
qualquer implicação de que a continuação das boas obras, na
vida do crente, merece a salvação.
3) As boas obras e o desviar-se da apostasia são coisas
necessárias para demonstração da genuinidade da profissão
de fé cristã.
4) Versículo 12 “espada de dois gumes”.

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Traços característicos do sacerdócio de Cristo


1) Tema central do tratado homilético: as qualificações
anunciadas anteriormente são retomadas para serem
ulteriormente aprofundadas.
2) 5.11 – 6.20:exortação inicial;
a) 7.1-28: Cristo sumo sacerdote segundo a ordem de
Melquisedeque;
b) 8.1 – 9.28: Cristo aperfeiçoado pelo seu sacrifício;
c) 10.1-18: Cristo causa da salvação eterna;
3) 10.19-39: exortação conclusiva.
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A superioridade do sacerdócio de Jesus sobre Arão


1) 2.17: chamou Jesus de sumo sacerdote. Agora desenvolve
o conceito, provando a superioridade de Jesus sobre os
sacerdotes do AT.
2) 4.14. Tema dominante: “Tendo, pois um grande sumo sacerdote”.
3) 4.15: foi provado em tudo exceto no pecado.
4) Hb 5.1-6: Cristo não se exaltou, mas foi escolhido por
Deus; aspecto ilustrado pelos salmos de coroação real.
5) Hb 5.7-9: levado à perfeição, transformou-se em fonte de
eterna salvação para todos os que lhe obedecem.
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A superioridade do sacerdócio de Jesus sobre Arão


1) Jesus Cristo abriu-nos o caminho até Deus, também
devemos trilhá-lo agora.
2) 5.1. Centro: ordem de Deus para o sumo sacerdócio na
terra. (evx avnqrw,pwn lambano,menoj u`pe.r avnqrw,pwn).
3) Para oferecer apropriadamente sacrifícios por outras
pessoas, o sumo sacerdote precisava “condoer-se dos
ignorantes e dos que erram”.
4) É um “sentir com os” (metriopaqei/n) (5.2).

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A superioridade do sacerdócio de Jesus sobre Arão


1) 5.11-14: critica contra a imaturidade espiritual.
2) Seus leitores precisam beber leite.

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A superioridade do sacerdócio de Jesus sobre Arão


1) 6.1-8: um verdadeiro cristão pode perder sua salvação?
2) Tema controvertido.
3) Comparado com 2Cor 4.6, somos levados à conclusão de
que a iluminação que acontece uma única vez deve estar
se referindo mesmo à fundação da fé (recebimento do
Espírito Santo no renascimento).
4) As palavras subsequentes parecem favorecer essa leitura.

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A superioridade do sacerdócio de Jesus sobre Arão


1) Apostasia: acompanha a trajetória do discípulo como uma
“possibilidade”.
2) Não é “pecado qualquer”. É uma ruptura completa da vida
com Jesus, o abandono da verdade divina experimentada.
3) Jamais poderá retornar.
4) 6.9-20: ânimo para que perseverem nas promessas de Deus.
5) Deus é fiel às promessas.
6) Garantia para a eficácia da intercessão de Jesus.
7) Certeza inabalável da salvação, já experimentada e
eternamente válida.
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A superioridade do sacerdócio de Jesus sobre Melquisedeque

1) Gn 14.17-20: para explicar a natureza do sacerdócio de Cristo.


2) Sl 110.4: única passagem além de Gênesis.
3) Nem o início nem o fim de sua vida.
4) Melquisedeque é superior ao patriarca Abraão, ao seu
descendente Levi.
5) O sumo sacerdócio de Jesus (e da igreja), não estão
fundamentados sobre a lei do AT.

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A superioridade do ministério sacrificial de Jesus e do tabernáculo


celeste, inaugurando uma nova aliança
1) 8.1-10.18: a ideia do sumo sacerdote perante Deus leva à ideia
de um tabernáculo celeste.
2) Interpretação que segue o método alegórico alexandrino .
3) Cosmovisão platônica: a transitoriedade terrena é sombra e
cópia da realidade celeste.

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A superioridade do ministério sacrificial de Jesus e do tabernáculo


celeste, inaugurando uma nova aliança
1) É por isso que a Nova Aliança está firme.
2) Gnosticismo? A entrada na realidade do templo celeste foi
realizada por Cristo por meio de sua própria carne (morte
física humana real).

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Fé e paciência: utilidade da obra sacerdotal de Jesus


1) 10.19-12.29: é necessário manter-se firme na confissão e não
mais cair no pecado (10.19-31).
2) Esperar a vinda de Cristo com paciência firme e perseverante
(10.32-39).
3) Lista de fiéis do Antigo Testamento (11.1-12.3).
4) 12.1-3: Jesus é o fundador e aperfeiçoador de nossa fé.
5) Ele abriu o caminho para Deus e concluiu tudo o que era
necessário.
6) As tribulações devem ser suportadas como disciplina proveniente
da mão amorosa de Deus (12.4-11).

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Exortação final e conclusão


1) 13.1-19: Exortação Final 13.1-19 e conclusão (13.20-25).
2) Instruções éticas (13.1-6).
3) Seguir o exemplo daqueles que foram os primeiros a lhes
trazer o evangelho (13.7-8) e a que submetam-se a seus
líderes atuais (13.17).
4) E sua graça é esta: que na aflição estamos seguros e que sob
o nosso fardo encontramos a paz.
5) Oração final: resume a estreita conexão entre os aspectos
doutrinários e éticos do tema inteiro.
6) Jesus Cristo é o Filho de Deus desde toda a eternidade.
7) Ele é ser humano e nos traz a palavra de clemência de Deus. 53

Resumo
1) O escritor põe em relevo a superioridade do novo pacto.
2) Novo Pacto: fundamentado sobre o sangue de Cristo
derramado na cruz do calvário; aspergido no santuário
celestial.
3) Exortação: amor mútuo; hospitalidade; simpatia; uso
saudável da moral; perigo da avareza; imitação dos líderes
que andam segundo o exemplo de fé de nosso Senhor.
4) Alerta contra ensinamentos distorcidos.
5) Aceitação conformada da perseguição.
6) Superioridade de Cristo: fator preponderante para evitar a
apostasia. 54

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Estudos no Novo Testamento III

Papyrus 23 – Tiago 1.15-18


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Tiago

1.Os cristãos estavam negligenciando a


obediência aos mandamentos de ordem
prática.
2.Uma religião sem ações concretas é inútil e
vazia – não é uma religião verdadeira.
3.Reflexão da práxis: tempos em que os
“grandes discursos religiosos” muitas vezes
são valorizados em detrimento das práticas
que demonstram o conteúdo neles contidos.

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Tiago
1) Literatura de sabedoria.
2) Propósito: instruções para o bem viver;
cotidiano; compreensão das perplexidades
da vida (Jó; Pv; Ec).
3) Menos doutrinário; mais prático.
4) Muito negligenciado; considerado num
nível inferior aos documentos do NT.
5) Conteúdo: alguém que deve ter sido muito
próximo do Senhor Jesus durante seu
ministério.
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Tiago
1) Antilegomena, junto com 2Pd, 2 e 3Jo, e Ap.
2) Eusébio: autêntico e canônico.
3) Igreja latina: não aparece até Hilário (357), Jerônimo e
Agostinho – final do século IV.
4) Não consta no cânon Muratoriano, a lista dos livros do NT aceita
pela igreja em Roma durante o séc. II.

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Tiago

1) Igreja grega: Orígenes é o primeiro a


mencionar a carta pelo título.
2) Parece haver ecos de Tiago em
Clemente de Roma (c. 95 d.C.) e Hermas
(início do século II).
3) Atanásio (367 d.C.): recebida no cânon
como sendo de autoria de Tiago, o
irmão de Jesus Cristo.

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Autoria

1) Quem é este que se apresenta


simplesmente como: (VIa,kwboj
qeou/ kai. kuri,ou VIhsou/ Cristou/
dou/loj) “Tiago, servo de Deus e do
Senhor Jesus Cristo”?

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Autoria
I. Nos registros do N. T. encontramos pelo menos cinco
homens que receberam este nome:
a) Filho de Zebedeu (Mc 1.19; 3.17; At 12.2);
b) Filho de Alfeu (Mc 3.18 e paralelos);
c) Pai do apóstolo Judas (Lc 6.16; At 1.13).
d) O Menor (Mc 15.40 e paralelos, filho de uma tal
Maria, cf. Mc 16.1);
e) Irmão de Jesus, filho de José e de Maria (Mc 6.3;
1Cor. 15.7, Gl 1.19; 2.9,12; At 12.17; Jd 1);

61

Autoria

1.O filho de Zebedeu foi o primeiro dos doze a ser morto


(por Herodes Agripa I; At 12.1,2; c. 44 d.C.);
2.O filho de Alfeu era o filho de outra Maria (Mc 15.40).
Após a lista em At 1.13 ele não mais é mencionado no
N.T;
3.O pai de Judas é chamado Tadeu (Mt 10.3 e Mc 3.17).
Nada mais se sabe a seu respeito.
4.Nada se sabe sobre Tiago “o menor”;

62

Autoria

1.O irmão do Senhor Jesus (Gl 1.19) está


relacionado entre os irmãos de Jesus em Mc 6.3
e Mt 13.55.
2.Parece ter tido alguma influência na igreja
primitiva, e, após a morte de Tiago, o filho de
Zebedeu, ele tornou-se o porta-voz da igreja
em Jerusalém, posição mantida até a sua
morte, por volta de 62 d.C.

63

21
16/02/2024

Autoria
1. Ele se converteu após a Páscoa por uma aparição do
Senhor ressuscitado (1Cor 15.7);

2. Tornou-se o líder da igreja primitiva (At 12.17; Gl 1.19; At


21.18).

3. VIa,kwboj qeou/ kai. kuri,ou VIhsou/ Cristou/ dou/loj

64

Data
1. Sermão na Montanha: o autor conhece o tipo de ensinamento de
Jesus encontrado nos Evangelhos.
2. Esse relacionamento com a tradição de Jesus e, assumindo que este
seja de fato o irmão do Senhor, pode situar o documento talvez
antes de 62 d.C. Isto está em sintonia com os escritos de Flávio
Josefo (Antiguidades, xx, ix, i). Josefo informa que Tiago foi morto
por ordem do sumo sacerdote Anano.

65

Data
Os [...] escribas e fariseus puseram Tiago em pé sobre
o pináculo do templo [...] Então os mesmos escribas e
fariseus novamente disseram uns aos outros [...]
lancemo-lo para baixo, para que tenham medo e não
creiam nele. [...] Subiram pois e lançaram abaixo o
Justo. E diziam uns aos outros: “Apedrejemos a Tiago
o Justo!” E começaram a apedrejá-lo, porque ao cair
não chegou a morrer. Mas ele, virando-se, ajoelhou-se
e disse: “Eu te peço Senhor, Deus Pai: Perdoa-os,
porque não sabem o que fazem. [...]”. Tiago era já um
testemunho veraz para judeus e para gregos de que
Jesus é o Cristo. 66

22
16/02/2024

Pano de Fundo
1. A carta mostra a imagem de Tiago como um judeu
cristão conservador e leal observador da Lei;

2. A decisão tomada em Jerusalém significou para Paulo a


indicação de liberdade perante a Lei para os gentios
convertidos;

3. Mesmo assim em Antioquia “alguns homens vieram da


parte de Tiago” e questionaram a mesa comum entre
judeus cristãos e gentios cristãos por não observarem as
leis alimentares.
67

Pano de Fundo
a) É bem provável que a carta tenha sido escrita em Jerusalém
durante o período que Tiago liderou a igreja cristã naquela
cidade.
b) O contexto social e econômico que perpassa a carta diz respeito
aos leitores e ao autor.
c) Procedência palestina:
a) Comerciantes que percorrem imensas regiões em busca de
lucro (4.13-17);
b) Proprietários de terras que residiam em outros locais e
acabavam tirando vantagem da força operária que se tornava
cada vez mais pobre e desprovida de terras (2.5-7; 5.1-6);
c) Acalorada controvérsia religiosa (4.1-3). 68

Pano de Fundo
1. Sensibilidade pelos pobres, conhecimento da tradição de Jesus,
referências às primeiras e às últimas chuvas, típicas do clima
palestinense (5.7);

2. Hegesipo (H. E. 3.19-20): os descendentes da família de Jesus


(desposinos), especialmente os netos de Judas, “seu irmão
segundo a carne”, dirigiam as igrejas da Palestina até o tempo de
Trajano (c. 98-117 d.C.).

69

23
16/02/2024

Destinatários
1. É direcionada a comunidades como uma voz
contra a cultura dominante (1.27);

2. Não sectário. Preocupado em corrigir os


cristãos de dentro, os quais eram seus
conhecidos;

3. O caráter marcadamente judaico do texto


sugere um escritor e um público destinatário de
judeus cristãos.

70

Destinatários
1. O texto endereça sua carta “às doze tribos que
são da Dispersão” (taîs dódeka phylaîs taîs en
tê diasporâ;

2. Judeus cristãos que viviam fora da Palestina;

3. Portanto, um cristianismo judaico que se havia


formado no mundo helenístico.

71

Propósito

a) 5.12: Expressão da proibição de jurar. Parece ser


mais antiga que a própria formulação de Mateus
5.35-37.
b) Tiago estava bem inteirado dos ensinamentos
anteriores à redação dos sinóticos;
c) Defende a observação da lei e à tradição
parenética judaica;
d) 3.13-18: Ataca os que afirmam possuir sabedoria
do alto. Possível crítica aos círculos gnósticos.

72

24
16/02/2024

Propósito
1. A moralidade da diáspora judaica deveria ser de
grande valor para a promoção de uma vida cristã
piedosa, inteligente e responsável;
2. Tiago exorta a transcenderem o judaísmo
formalista na prática, como já o haviam
transcendido em sua fé no Senhor Jesus Cristo;
3. Quem crê em Jesus como Messias deve portar-se
como verdadeiro discípulo do Mestre da Galileia
e não como os discípulos do grupo farisaico.

73

Propósito
1. Visa corrigir erros que os irmãos praticavam contra
a conduta genuinamente cristã;
2. Eles precisavam de carinho: sofriam castigos e
eram vítimas de opressão;
3. Encorajamento:
a) Disserta sobre o valor da vitória sobre a
tentação – provação (1.24);
b) frisa a origem do pecado (1.12-18)
c) e finaliza o capítulo exortando à prática da
Palavra de Deus.
74

Propósito
1. Aconselha seus leitores a como se conduzirem
diante de estranhos, como recebê-los e considerá-
los (2.1-6);
2. Admoesta-os a que tenham sua fé acompanhada
de boas obras e termina o texto com algum
material variado de cunho prático;
3. Principais temas teológicos: Deus, escatologia, fé,
obras e justificação, a lei, vida cristã, a sabedoria, a
pobreza e a riqueza.

75

25
16/02/2024

Esboço
SAUDAÇÃO (1.1)
REALIDADE CONTRA IMITAÇÃO (1.2-2.26)
I. Realidade em Caráter (Contra Imitação) (1.2-18)
II. Realidade em Culto Público (Contra Imitação) (1.19-27)
III. Realidade em Amor (Contra Imitação) (2.1-13)
IV. Realidade em Fé (Contra Imitação) (2.14-26)
MESTRES (3.1-18)
I. Responsabilidade Maior e Perigo Maior (3.1-12)
II. Sabedoria Verdadeira Contra Sabedoria Imitada (3.13-18)
O MUNDO CONTRA DEUS (4.1-5.20)
I. Prazeres (Como o Alvo da Vida) Contra Deus (4.1-10)
II. Submissão Contra a Presunção (4.11-5.6)
III. A Conduta Cristã Neste Mundo Transitório (5.7-20) 76

Mensagem
1. 54 imperativos. Demonstra que o autor escreve e exorta como
um pastor, a partir de sua experiência pessoal, para ajudar seus
leitores no viver uma vida cristã prática;

2. O tema básico da primeira seção é a verdade contrastada com a


hipocrisia ou imitação.

77

Mensagem
1. Ensinamento em linguagem similar ao dualismo entre luz e trevas
dos Manuscritos do Mar Morto: “o Pai das luzes” (1.17);
2. O sentido geral parece ser: sendo o Pai das luzes que concede dons
preciosos e perfeitos, Deus gera seguidores de Cristo pela palavra
da verdade e quer que eles sejam como as primícias que, na liturgia
judaica, pertencem ao Senhor (1.18).

78

26
16/02/2024

Mensagem
1. Os leitores não podem ser apenas ouvintes; devem demonstrar
seu efeito em suas vidas;
2. Não existe nada de teórico na religião defendida por Tiago (1.27);
3. A verdadeira religião se manifesta no cuidar das viúvas e órfãos
necessitados e no conservar-se sem ser contaminado pelo mundo.

79

Mensagem
1. Ao tratar da fé e obras o escritor inicia com a diatribe greco-romana;
2. Ilustra os resultados desastrosos da indiferença em relação às boas
obras;
3. Evoca exemplos bíblicos como Abraão e Raabe;
4. Traduz na prática a advertência de Cristo de que não é aquele que diz
“Senhor, Senhor” que entrará no reino do céu (Mt 7.21).
a) Os de fora poderiam julgar os cristãos pelo bom padrão, segundo o
qual a fé sem obras é morta.

80

Mensagem
1. 3.1 – 12 Exemplos: freios na boca de cavalo, leme num navio,
fogo, veneno, água salgada. O que uma língua solta pode causar,
principalmente da parte dos mestres;

2. Cristão moderado é aquele que já aprendeu a controlar a sua


língua e pode ser considerado maduro. Pode controlar qualquer
outra parte do seu corpo;

81

27
16/02/2024

Mensagem
1. A fé precisa ser manifesta em obras e a língua demonstra a
sabedoria que vai na mente dos mestres.
a) “Pelos seus frutos os reconhecereis” (Mt 7.16) A sabedoria do
alto é identificada por seus frutos – pura, pacífica, moderada;

2. Proximidade entre Tiago e várias seções de Mateus que


apresentam os ensinamentos de Jesus.

82

Tiago e Paulo
1. Gl 2.16; Rm 3.28: O homem não se justifica pelas obras da Lei, mas
pela fé em Jesus Cristo.
a) Contrasta com os ensinos de Paulo.
b) Tiago 2.24 “Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e
não somente pela fé”.

83

Tiago e Paulo
1. A linguagem é bastante próxima; ambos apelam para o mesmo
exemplo de Abraão (Gn 15.6); o problema da fé/obras é bastante
importante para Paulo em Gálatas e Romanos, enquanto que para
Tiago é mais circunstancial.

84

28
16/02/2024

Tiago e Paulo
1. Paulo: “observância ritual” das obras prescritas pela Lei
mosaica, particularmente a circuncisão, não justificaria os
gentios:
a) Exigia a fé naquilo que Deus realizou em Cristo:
b) Uma fé que requeria o envolvimento da vida;
2. Demonstração da genuinidade da fé mediante as boas obras
produzidas pela fé (2.14-26).
3. Tiago escreve acerca da justificação pelas obras como evidência
externa, perante os homens, daquela fé interna.

85

Relação com os Ensinos de Jesus


Tg 1.2. [...] tende por motivo de grande Mt 5.11-12. Felizes, sois, quando vos
alegria o serdes submetidos a múltiplas injuriarem e vos perseguirem e, mentindo,
provações. disserem todo o mal contra vós por causa
de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos.

Tg 1.4. [...] a fim de serdes perfeitos e Mt 5.48. Portanto, deveis ser perfeitos
íntegros, sem nenhuma deficiência. como o vosso Pai celeste é perfeito.
Tg 1.5. [...] peça-a a Deus, que a concede Mt 7.7. Pedi e vos será dado.
generosamente a todos sem recriminações.

Tg 1.19-20: Que cada um esteja [...] lento Mt 5.22 [...] todo aquele que se encolerizar
para encolerizar-se; pois a cólera do contra seu irmão [/irmã] terá de responder
homem não é capaz de cumprir a justiça de no tribunal.
Deus.
86

Relação com os Ensinos de Jesus


Tg 1.22. Tornai-vos praticantes da Mt 7.24. [...] aquele que ouve essas
Palavra e não simples ouvintes, minhas palavras e as põe em prática.
enganando-vos a vós mesmos.
Tg 2.5. Não escolheu Deus os pobres em Mt 5.3. Felizes os pobres em espírito,
bens deste mundo [...] para serem [...] porque deles é o Reino dos Céus.
herdeiros do reino [...]? Veja ainda Lc 6.20: Felizes vós, os
pobres, porque vosso é o Reino de
Deus.
Tg 2.10. [...] aquele que guarda toda a Mt 5.19. Aquele, porventura, que violar
Lei, mas desobedece a um só ponto, um só desses menores mandamentos e
torna-se culpado da transgressão da Lei ensinar os homens a fazerem o mesmo,
inteira. será chamado o menor no Reino de
Deus.
87

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16/02/2024

Relação com os Ensinos de Jesus


Tg 2.13. [...] o julgamento será sem Mt 5.7. Felizes os misericordiosos,
misericórdia para quem não pratica a porque alcançarão misericórdia.
misericórdia.
Tg 3.12. [...] pode a figueira produzir Mt 7.16. [...] colhem-se uvas dos
azeitonas ou a videira produzir figos? espinheiros ou figos dos cardos?

Tg 3.18. Um fruto da justiça é semeado Mt 5.9. Felizes os que promovem a paz,


pacificamente para aqueles que porque serão chamados filhos de Deus.
promovem a paz.
Tg 4.4. [...] aquele que quer ser amigo Mt 6.24. Não podeis servir a Deus e ao
do mundo torna-se inimigo de Deus. Dinheiro.

Tg 4.10. Humilhai-vos diante do Senhor Mt 5.4. Felizes os mansos, porque


e ele vos exaltará. herdarão a terra.
88

Relação com os Ensinos de Jesus


Tg 5.2-3. Vossa riqueza apodreceu e Mt 6.19-20: Não ajunteis para vós
as vossas vestes estão carcomidas tesouros na terra, onde a traça e o
pelas traças. Vosso ouro e vossa caruncho os corroem e onde os
prata estão enferrujados [...]. ladrões arrombam e roubam, mas
Entesourastes [=punição] como que ajuntai para vós tesouros no céu.
um fogo nos tempos do fim.
Tg 5.9 [...] não murmureis uns contra Mt 7.1. Não julgueis para não serdes
os outros, para que não sejais julgados. Pois com o julgamento com
julgados. que julgais sereis julgados.
Tg 5.10. [...] tomai como exemplo de Mt 5.12. [...] foi assim que
vida de sofrimento e de paciência os perseguiram os profetas, que vieram
profetas. antes de vós.
89

Relação com os Ensinos de Jesus


Tg 5.12. [...] não jureis, nem pelo Mt 5.34-37. [...] não jureis em
céu nem pela terra, nem por outra hipótese nenhuma; nem pelo céu
coisa qualquer. Antes, seja o vosso [...] nem pela terra [...]. Seja o
sim, sim, e o vosso não, não. vosso “sim”, sim, e o vosso “não”,
não.
Fora do Sermão na Montanha, estes são possíveis paralelos: Tg 1.6 =
21.21 (fé, dúvida, mar); Tg 2.8 = Mt 22.39 (amar o próximo como a si
mesmo); Tg 3.1 = Mt 23.8 (contra os mestres); Tg 3.2ss = Mt 12.36-37
(contra o falar displicente); Tg 5.7 = Mt 24.13 (perseverar até o fim); Tg
5.9 = Mt 24.33 (Juiz/Filho do Homem às portas).

90

30
16/02/2024

Unção dos Enfermos


1) (5.13):
a) Um convite à oração como resposta para o
sofrimento humano;
b) Louvor a Deus com cantos, como resposta ao
sentimento de alegria.
c) Preocupação: resposta apresentada para quem
está doente.
2) Prática posterior da Igreja: a cura dos doentes pela
unção feita por um sacerdote foi considerada um
sacramento; isso afetou os debates entre os
Reformadores e Roma.
91

Unção dos Enfermos


1) Igreja Romana instituiu a extrema-unção na Seção XIV do Concílio de
Trento (1716 – 1719): os presbíteros, não são simplesmente membros
idosos da comunidade, mas os sacerdotes ordenados pelo bispo.
2) Brown: “ungir com óleo em nome do Senhor é a primeira coisa na
sequência do que se espera que os presbíteros façam”.
3) Antiguidade: óleo usado como remédio (Lv 14.10-32); prescrito no ritual
da purificação da lepra.
4) Is 1.6: as feridas são amolecidas ou aliviadas com óleo.
5) Jr 8.22: poder curativo do bálsamo de Gileade.
6) Mc 6.13: obra dos apóstolos enviados por Jesus.
7) Mt 10.1: a cura de doentes e enfermos era uma ordem.
92

Unção dos Enfermos


1) A oração da fé sobre o enfermo salvará (curará?) este, e o Senhor o
soerguerá; se tiver cometido pecados, estes lhes serão perdoados
(Tg 5.15).
2) A visita aos enfermos e a oração pelos amigos doentes eram
encorajadas no AT (Sl 35.13-14).
3) Muitas vezes o pecado era visto como raiz da enfermidade.
4) Amigos de Jó.
5) Jesus apresentava-se como médico (Mt 9.12; Lc 4.23): para aqueles
que ele curava, ser “salvos” muitas vezes implicava a cura da
enfermidade e o perdão dos pecados.

93

31
16/02/2024

Unção dos Enfermos


1) Esse é o pano de fundo que Tiago mostra-se bastante coerente.
2) Presbíteros: membros mais idosos da comunidade.
3) Tiago retomou e deu prosseguimento à cura, uma preocupação
importante que provinha de Jesus Cristo.
4) Paulo mencionou o dom de cura.

94

Unção dos Enfermos - Reflexão


A maioria dos cristãos não julga ter recebido um dom especial para
curar. “Que responsabilidade eles têm na continuação da ênfase
cristã primitiva na cura e no cuidado dos doentes, especialmente em
uma cultura que confia cada vez mais a cura à medicina profissional
e às organizações de saúde?”

95

Unção dos Enfermos - Reflexão

96

32
16/02/2024

Reflexão
1. Tiago nos convida a examinar o coração e verificar como está a
nossa maturidade.
2. Os padrões propostos pelo estudo desta carta são:
a. Paciência;
b. Resistência às tentações e provações;
c. Obediência às Escrituras Sagradas;
d. Ausência de preconceitos;
e. Controle da língua;
f. Agir como pacificadores;
g. Tornar-se orientadores espirituais;

97

Reflexão

3. Ser amigo de Deus e não do mundo;


4. Fazer planos considerando a vontade
de Deus em primeiro lugar;
5. Ter cuidado com o uso do dinheiro;
6. A dependência na atitude de oração e
7. Ajudar e buscar a restauração
daqueles que se extraviaram no
caminho.

98

Estudos no Novo Testamento III

Trecho da Primeira Epístola de Pedro no Papiro 125


99
Prof. Me. Sandro Pereira

33
16/02/2024

A. 1 Pedro: Homologoumena.
B. Provavelmente Roma.
C. Tempo de perseguição.
D. Década de 60 - aproximadamente.
E. A perseguição rondava, e isso indica o reinado de Nero, ocasião
em que, de acordo com a tradição, deve ter ocorrido a morte de
Pedro.

100

101

1. Caráter de conforto e de admoestação.


2. Diante da perseguição, do ódio, do sofrimento,
das acusações injustas, os leitores devem
permanecer firmes em suas comunidades, na
“verdadeira graça de Deus”.
3. Meta: a esperança celeste que está à disposição
de todos aqueles que se conservam fiéis à fé.

102

34
16/02/2024

1. Perseguições: alguns sugerem calúnia levantadas


pelos compatriotas gentios (2.12, 15; 3.14ss;
4.3s, 14s) (acabavam nos tribunais).
2. Acusações atingem o cristianismo “todo” (5.9).
3. Os leitores deveriam interpretar como o início do
juízo final (4.7, 17).
4. Perigo da apostasia: sofrimento desse tipo deve
ser encarado como um meio que Deus usa para
provar os cristãos antes da vinda de Cristo (1.6s;
4.12s, 19).
103

Introdução (1.1,2)
A VOCAÇÃO DO CRENTE: A SALVAÇÃO (1.3-2.10)
I — A Doutrina Exposta (1.3-12)
II — O Dever Imposto (1.13-25)
III — O Desígnio Demonstrado (2.1-10)
A CONDUTA DO CRENTE: SUBMISSÃO (2.11-3.12)
I — Submissão nas Relações Civis (2.13-17)
II — Submissão nas Relações Sociais (2.18-25)
III — Submissão nas Relações Domésticas (3.1-7)
A DISCIPLINA DO CRENTE: O SOFRIMENTO (3.13-5.11)
I — Disciplina no Mundo (3.13-4.6)
II — Disciplina na Igreja (4.7-5.7)
III — Disciplina nos Lugares Celestiais (5.8-11)
Conclusão (5.12-14) 104

Pedro trata diretamente da vocação, salvação, submissão e


do sofrimento daqueles que optaram por se tornar
discípulos de Jesus Cristo.

105

35
16/02/2024

1. Saudação inicial (1.1-2).


2. Louva a Deus pela esperança e salvação que ele concedeu
em Cristo (1.3-12).
A. Base para uma exortação à vida santa e obediente (1.13-
16);
B. Lembrete da obra redentora de Cristo (1.17-21);
C. Lembrete adicional acerca da importância de viver em
santidade e amor (1.22—2.2).

106

1. Cristo é apresentado como aquele em quem as profecias


do AT a respeito da “pedra” se cumprem (2.4-8).
2. Igreja: povo de Deus (2.9-12).
3. Viver na devida submissão às autoridades (2.13-17).
4. Há exortações em separado para escravos, esposas e
maridos (2.18—3.7).

107

1. Comunidade cristã:
A. Viver em harmonia e amor (3.8-12);
B. Seguir o exemplo de Cristo que lhes indica como devem
sofrer, se necessário for, quando não tiverem cometido
erro algum (3.13-22).
2. Já que abandonaram o estilo pecaminoso de viver (4.1-6);
devem viver de maneira que resulte em louvor a Deus (4.7-
11).

108

36
16/02/2024

1. Os leitores estão passando por uma tribulação dolorosa,


mas devem suportar o sofrimento da maneira correta (4.12-
19).
2. Exortações:
A. aos presbíteros (5.1-4);
B. aos jovens (5.5-6);
C. a todos (5.8-9);
D. Doxologia (5.10-11);
3. Conclusão epistolar normal (5.12-14).
109

1. Em 1.3 - “nos gerou de novo”.


2. Em 1.23 - “Sendo gerados de novo”.
3. Estas expressões são de grande importância para a
compreensão da identidade cristã.
4. O discípulo de Cristo foi gerado para uma viva esperança e
para a imortalidade.
5. Isto dá a segurança da salvação eterna, além de
proporcionar que os filhos de Deus andem conforme o
caminho de Cristo.
110

1. Em 1.13 a descrição reflete a imagem do êxodo do Egito e a


experiência do Sinai.
2. Os peregrinos hebreus que na primeira Páscoa deviam cingir
os rins; os destinatários de Pedro devem cingir a mente.
3. O povo que adentrou o deserto acabou desejando voltar às
panelas de carne do Egito, mas os cristãos não devem se
conformar com os desejos de sua ignorância pregressa.
4. A experiência com Deus no Sinai onde Ele proclamou o
imperativo “Sede santos, porque eu sou santo” (1.16).
111

37
16/02/2024

1. Cap. 1: a questão da mutualidade: amai-vos ardentemente


uns aos outros.
2. Vida de testemunho. Viver como peregrinos:
a) Imaculados diante dos olhos dos homens (2.11-12);
b) Sujeitos à autoridade do governo (2.13-17);
c) Sujeição a seus senhores, seguindo o exemplo e a conduta
de Jesus Cristo ao ser maltratado (2.18-25);
3. As esposas têm a obrigação de submeterem-se a seus
maridos (3.1-6);
4. Os esposos devem tratar com elevada consideração e
gentileza a suas esposas (3.7). 112

1. (3.19-21): expressão incorporada ao Credo Apostólico:


“foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao inferno,
ressuscitou dos mortos ao terceiro dia”.
2. A vitória de Cristo foi aplicada àqueles que viveram e
atuaram nos tempos do Antigo Testamento.
3. Essa vitória afetou não somente aqueles que o seguiram
temporariamente, mas também aqueles que o
precederam.
4. Uma universalidade temporal como parte da teologia de
que todos são salvos por intermédio de Cristo.
113

1. Cap. 4: se “Cristo padeceu por nós na carne, amai-vos


também vós com este pensamento: que aquele que
padeceu na carne já cessou do pecado, para que o tempo
que vos resta na carne, não vivais mais segundo as
concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de
Deus”.
2. O texto mostra a atitude diante das hostilidades e do
sofrimento.

114

38
16/02/2024

Como os cristãos conciliam tal dependência a Cristo


com a crença de que as pessoas que não conheceram
Cristo são julgadas por Deus de acordo com o modo
segundo o qual viveram à luz de seu próprio
conhecimento e consciência?

115

Estudos no Novo Testamento III

Trecho da Segunda Epístola de Pedro no Papyrus Bodmer VIII


Prof. Me. Sandro Pereira 116

1. 2 Pedro: Antilegomena. Tem a autenticidade mais


debatida
2. Mais fraca atestação entre os escritores antigos.
a) Mais desacreditada, entre os estudiosos modernos.
3. Praticamente desconhecida antes do século III e rejeitada
por vários escritores patrísticos.

117

39
16/02/2024

1. O autor menciona que está próximo o tempo de sua morte.


2. Tempo aceitável: fim da década de 60
3. Não há destino definido.
4. Ao julgar pelo conteúdo de 3.1 o escritor parece estar
dirigindo-se ao mesmo grupo de 1 Pedro.
5. Forma de carta circular.
6. Provavelmente chegou a outras igrejas que não faziam
parte das regiões da Ásia Menor.

118

1. Advertir contra a heresia ocasionada pelos falsos mestres.


2. Consenso: heresia do “gnosticismo”.
3. Característica essencial: tentativa de se estabelecer uma
aristocracia do conhecimento na religião.
a) Equivale a rejeição do princípio cristão básico, que não
reconhece nenhuma distinção entre classes de pessoas.
4. As palavras para “conhecer” e “conhecimento” ocorrem 16
vezes.

119

Fórmula introdutória: 1.1-2


Corpo: 1.3-3.16
1.3-21: Exortação a progredir na virtude
2.1-22: Condenação dos falsos doutores
3.1-16: Adiantamento da segunda vinda
Exortação conclusiva e doxologia: 3.17-18.

120

40
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a) Pelo conhecimento de Deus e de nosso Senhor Jesus (1.2)


1) Graça e paz são condicionados à aquisição de um
conhecimento: há algo a se saber e/ou recordar, sob pena
de se ter uma desorientação que afasta da fé.
b) O conhecimento de Deus e de Jesus nosso Senhor (1.3-21)
1) Primeira parte. Retorna várias vezes a esfera semântica
do conhecimento.
A. Verbos: conhecer, saber, lembrar, recordar (ouvir);
B. Substantivos: conhecimento e verdade.
2) O conhecimento da verdade tem repercussões muito
diretas na prática da virtude e do amor, que por sua vez
o enriquece. 121

a) 1.3-11: Passado, presente e futuro: um círculo virtuoso


1) Passado. O que Deus já deu aos crentes:
A. tudo o que é necessário para uma vida santa;
B. todos aqueles bens preciosos que permitem ser
participantes da natureza divina escapando à corrupção
que existe no mundo (v.3-4)
2) Na origem da vida do crente está o dom de Deus

122

a) 1.3-11: Passado, presente e futuro: um círculo virtuoso


1) (v.5.7) efeito de acumulação: cada elemento é a base
para o seguinte, que está acima, até o clímax que é o
ágape.
2) (v.8): todos esses dons são recebidos.
b) É um círculo virtuoso: já presentes naqueles que creem
c) Também devem ser feitas crescer por aqueles que as
receberam
d) Quem não progride torna-se cego e se esquece de que
foi purificado dos pecados (1.9).
e) (v. 10-11): a virtuosa circularidade entre dom/chamada e
compromisso pessoal. 123

41
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a) 1.13-21: Manter acesa a lembrança


1) Recorda dom recebido e exorta a
mantê-lo vivo.
b) A sua atividade é “recordar”:
1) A transfiguração de Jesus. O
testemunho não se fundamenta
em fábulas artificialmente
inventadas, mas um
acontecimento do qual somos
testemunhas oculares.
2) A palavra dos profetas (v.21)
124

1. Destaque – 1.20, 21.


2. “Mas sob a plenitude do Espírito Santo da parte de Deus”
coloca um pouco mais de ênfase na verdade que o texto quer
transmitir.
3. As Escrituras não são passíveis de interpretações particulares.
4. A falta de observância desta verdade bíblica introduz uma série
de doutrinas errôneas e o surgimento de falsos ensinos no
meio cristão.

125

a) Os falsos mestres, ruína da comunidade (2.1-3)


b) O juízo de Deus: exemplos do passado (2.4-10a)
c) Uma acusação feroz (2.10b-22)
1) 2.10-16: denuncia o orgulho, a luxúria e a
cobiça dos hereges. O escritor chega a chamá-
los de animais irracionais.
2) 2.20-22: retrato negativo dos falsos mestres.
d) O texto afirma que aqueles que seguem os vãos
ensinos dos hereges foram enganados por
promessas vazias (2.17-19).
126

42
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a) Os falsos mestres exploram o atraso da parousia e pregam


que não haverá fim do mundo, porque este mundo sempre
foi estável e sempre o será
b) A maneira correta de pensar a parousia (3.1-2)

127

a) O Dia do Senhor virá inesperadamente, como um ladrão, e a


terra e todas as suas obras serão consumidas (3.3-13)
b) Se é verdade que esperamos “novos céus e uma nova terra”
(v.13), então devemos agir em conformidade
1) Os leitores são aconselhados a levar uma vida de santidade
e piedade, a fim de ser encontrados sem mancha e sem
defeitos (3.10-14).
c) Na expectativa destes acontecimentos (3.14-18)

128

a) O escritor retoma o perigo de interpretações errôneas que


distorcem certas cartas de “nosso amado irmão Paulo” e
“igualmente as outras Escrituras”.
b) O escritor coloca em pé de igualdade os escritos paulinos com as
Escrituras que eles já tinham por sagradas.
c) Dois núcleos teológicos: a parousia e o conhecimento de Jesus
d) Os falsos mestres basearam suas doutrinas em interpretações
privadas (e contrárias à fé comum) das Escrituras

129

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Estudos no Novo Testamento III

Trecho de Judas v. 4-5, 7-8 no Papiro 78.


130
Prof. Me. Sandro Pereira

1. Judas: Contestado por Eusébio e


Jerônimo.
2. O motivo maior deve ser a menção
que o autor faz de um livro
considerado apócrifo.
3. Já constava no Cânone Muratoriano,
Tertuliano e Clemente de Alexandria.

131

1. Contém alusões que somente seriam entendidas pelo povo


judaico.
2. Destinada aos cristãos vindos do judaísmo e que habitavam a
Palestina.
3. Teve por fim combater uma heresia nascente com tendências
imorais, talvez semelhantes ao gnosticismo.
4. Local: qualquer lugar sugerido seria pura conjectura.

132

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• Destinatários: não se sabe.

• Esboço:

I. Saudação (v.1-2)
II. O motivo da epístola (v.3-4)
III. A descrição dos falsos mestres (5-16)
IV. A resistência dos falsos mestres (17-23)
V. Doxologia (v.24-25)

133

1. O corpo da epístola (3-23) tem como moldura alusões à fé


nos vv. 3 e 20.
2. Fé como “nossa salvação comum”.
3. A maioria das traduções omitem o termo “fiéis”. Somente a
Vulgata parece ter preservado o vocábulo traduzindo assim:
“sanctis fidei”.
4. A expressão “fiéis” é de vital importância para a compreensão
da epístola. Ela irá atacar os falsos mestres, isto é, os “infiéis”.

134

1. O escritor mostra três exemplos de punição pela


desobediência e a aplicação deles (5-10).
2. Ele se concentra em como Deus rejeitará tal doutrina.
3. Três exemplos retirados da tradição israelita:
a. (v.5) Daqueles que tirou do Egito;
b. (v.6) Os anjos que deixaram seu lugar e arderam em
busca de mulheres; Foram trancados sob a terra, na
escuridão, até o dia do julgamento (I Henoc 10.4-6; caps.
12 – 13);

135

45
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1. (v.7) Sodoma e Gomorra praticaram imoralidade e foram punidas com


fogo;
2. Mas esses falsos mestres são piores. (v.8-10) (animais irracionais
novamente em v. 10). Eles não respeitam suas próprias limitações.
3. (v.11) Lembra Caim, Balaão e Coré. Todos falsos mestres que
provocaram a destruição da vida da comunidade. Da mesma forma
como profetizou Henoc (v.14), eles mesmos atrairão sobre si um
julgamento terrível.

136

1. (v. 20-23) A maneira de “batalharmos pela fé” e de que nas


igrejas sejam mantidas a sã doutrina e a conduta digna do
Senhor Jesus Cristo.
2. Ficam claros os ensinamentos de Cristo acerca dos julgamentos
na comunidade não ficarem sem efeito

Reflexão: Zelo pela pureza doutrinária da fé cristã.

137

Estudos no Novo Testamento III

Papyrus Oxyrhynchus 402, Papyrus 9


1 João 4.11-12-4.14-17
Prof. Me. Sandro Pereira

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1. Hebreus e I João iniciam sem qualquer informação sobre o


nome ou título do autor.
2. Não há nenhuma saudação introdutória: “carta?”.
3. Não há explicação para o anonimato de I João.
4. O autor está escrevendo um tratado teológico, ou mesmo uma
epístola “Católica”.
5. A forma de tratamento “eu-vós-nós” é mantida do começo ao
fim.
6. Os destinatários são os amados “filhinhos” do autor.
7. As três epístolas constam nos manuscritos gregos mais antigos.
139

1. Primeiro a referir-se a uma epístola joanina foi Papias de


Hierápolis, em meados do século II.
2. Em Irineu de Lião (c. 130-200) a 1ª. e a 2ª. epístola já são
explicitamente atribuídas ao João que era tanto o “discípulo do
Senhor” como o autor do 4º. Evangelho.
3. Na obra Adversus Haereses (iii. 16.18), Irineu faz citação
completa de I João 2.18-22, 4.1-3, 5.1 e João 7,8.
4. Evidências externas: a 2ª. a 3ª. não são tão claras como as
concernentes à 1ª.
5. Irineu (Adversus Haereses iii. 16.3,8) menciona duas epístolas,
atribuindo-as a “João, o discípulo do Senhor”; ele cita 2 João
7,8,10 e 11. 140

1. A 2ª. e a 3ª. João estão entre os antilegomena.


2. Tanto no estilo quanto no vocabulário existem tantas
semelhanças entre 1ª. João e o Evangelho de João que ninguém
pode duvidar de que provêm da mesma tradição.
3. As evidências externas a respeito de 1ª. João são abundantes.
4. As evidências externas em favor de 2ª. e 3ª. João não são tão
fortes; isso em parte é resultado de elas serem muito curtas e
menos voltadas à temas teológicos, tão característicos na
redação joanina.
5. Irineu liga II João a I João e Clemente tem conhecimento da
existência de mais de uma epístola joanina.
141

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1. Orígenes – falecido em 253 d.C. – é quem pela primeira vez


menciona todas as três epístolas.
2. Carson: hoje é quase inaceitável que as razões mais
fundamentais apresentadas para a rejeição da autoria joanina
dessas epístolas não giram em torno de evidências concretas
ou de teorias de fontes, porém está em foco as reconstruções
do desenvolvimento do “círculo” ou “comunidade” ou” escola
joanina”.
3. Esta reconstrução admite que, caso II e III João não tenham
sido escritas pela pena do apóstolo, ao menos partiram de seu
círculo de discípulos e, isto lhes confere autoridade.
142

1. Datas: “por volta do ano 100 d.C.”; “cerca do ano 100 d.C.” e
“pouco depois do ano 100 d.C.” respectivamente para I, II e III
João.
2. Dockery: sugere que 90 d.C. é a data mais provável.

143

1. Carson: “Quer se pense em termos de autoria apostólica ou


de uma escola joanina, a procedência mais provável é Éfeso”.
2. Evidências históricas afirmam que João filho de Zebedeu – e
também o evangelista Filipe e suas filhas – mudou-se para
Éfeso à época da Guerra Judaica (66-70 d.C.), onde foi morto.
3. Testemunho de Polícrates, bispo de Éfeso.
4. Eusébio: João, o que se recostou sobre o peito do Senhor e
que foi sacerdote portador do pétalon, mártir e mestre; este
repousa em Éfeso (História Eclesiástica XXXI, 2, 3, 4).

144

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1. Mal que 1 João combate: homens que pensavam que estavam


se aperfeiçoando, que aspiravam tornar o cristianismo
intelectualmente respeitável.
2. Grande parte dos problemas era de origem interna.
3. Os cristãos é quem não estavam levando uma vida pautada
por uma conduta digna do Senhor.
4. Através de todo o mundo grego havia uma forte tendência de
constante desenvolvimento do pensamento que recebe o
nome genérico de gnosticismo.

145

1. Pano de fundo para as três epístolas.


2. Província romana da Ásia Menor e, em sua grande maioria, em
Éfeso.
3. Apesar do mesmo pano de fundo, os propósitos, conteúdos e
destinatários revelam situações por vezes totalmente distintas.
4. Não há citações do AT: a atenção está toda concentrada na
realidade eclesial e nos problemas que emergem.
5. A obra nasceu de um pedido pastoral para alertar os crentes
contra os falsos mestres.
6. O termo antíchristos é exclusivo da cartas de João e não
aparece em nenhum lugar na literatura bíblica.
146

1. Existência de falsos mestres e do que ensinavam (2.19; 4.1-3;


2.22.
2. Negação da “messianidade” de Jesus.
3. Negação da encarnação de Cristo.
4. Os falsos mestres declaravam:
a) Haver nascido de Deus;
b) Estar caminhando na luz;
c) Não ter pecado. Rejeitam a própria realidade do pecado e
teorizam a irrelevância da conduta moral;
d) Permanecer em Deus e conhecê-lo;
e) Conhecimento superior e ostentavam dons extraordinários do
espírito. 147

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1. Comportamento dos separatistas (2.19): inconsistência entre


o dizer (amo a Deus) e o fazer (odeio o irmão).
2. Negam que Jesus era homem.
3. O verdadeiro cristianismo é o amor pelos irmãos.
4. Prova que passamos das trevas para a luz

148

A NATUREZA DA COMUNHÃO COM O FILHO (1.5-2.28)


I — O Requerimento: Uma Vida Consagrada (1.5-2.11)
II — Esta Comunhão Significa Desapego às Coisas Mundanas (2.12-17)
III — A Advertência Contra os Ensinos do Anticristo (2.18-28)
A PROVA DE FILIAÇÃO (2.29-5.12)
I — Os Filhos Têm as Características do Pai (2.29)
II — O Ideal e o Destino do Filho Ê Ser Como Jesus Cristo (3.1-3)
III — O Filho de Deus Não Continua em Pecado (3.4-10)
IV — A Prova da Filiação: Amar Uns aos Outros, Amar os irmãos
Morrer Uns Pelos Outros (3.11-24)
V — A Falsa Filiação (Contra os Gnósticos Docéticos) (4.1-6)
VI — O Distintivo dos Filhos É o Amor (4.7-21)
VII — Os Filhos Creem Que Jesus Ê o Cristo, o Filho de Deus (5.1-12)
A CONCLUSÃO FINAL (5.13-21)
I — O Mundo Fica com o Maligno
149
II — Guardai-vos dos ídolos

1. Prólogo relacionado ao Quarto Evangelho


a) Vimos, ouvimos, apalpamos (1.1)
b) Para que a alegria se cumpra (1.4)
2. Ambos os prólogos pretendem esclarecer a cristologia,
enfatizando a realidade da encarnação
3. A comunhão com Deus requer uma vida consagrada (1.5-7)
a) Deus é luz: valor significativo do bem.
4. Valor expiatório do sangue de Jesus

150

50
16/02/2024

1. O requerimento de uma vida consagrada


“caminhar na luz” (1.8–2.22)
5. Para que não pequem, mas (2.1)
a) Capacidade de reconhecer delitos e pecados; e confessar
b) Jesus é nosso intercessor
6. “Nisto sabemos”: conhecer a Deus significa guardar seus
mandamentos (v.3)

151

1. Filhos, pais e jovens (2.12-14)


2. Jesus está presente, mas a união plena só é possível em sua volta
definitiva
3. Sistema mundano (2.17)
4. Alguns membros “partiram” (2.19)
a) Mentirosos e anticristos (2.22-23)
5. Exortação a permanência nos princípios (2.24-26)
a) Fidelidade ao querigma cristológico e a perspectiva da vida eterna
segundo a promessa de Jesus (Jo 5.24).
6. Reconhecer a geração de Deus (2.29-3.10)

152

1. A prova da filiação (3.11-18; 4.1-6)


a) Amar em obras e em verdade;
b) O exemplo é o próprio Cristo.
2. Paralelo (Jo 3.16 X 1Jo 3.16)
3. Confessar que Jesus veio em carne (4.2-3)
4. Revelação do amor de Deus (4.7-10)
5. Texto debatido (5.7-8)
6. O amor se baseia na fé: 4.7-21 e a fé se baseia no amor 5.1-13 –
ambos são sinais de que a pessoa nasceu de Deus
7. Guardai-vos dos “ídolos”.

153

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1. Destinação e propósito:
a) Senhora eleita – igreja;
b) Advertência contra os falsos mestres: não dê hospitalidade;
c) Ele pregam a respeito de um “conhecimento avançado”.
2. Mensagem:
a. Mandamento do amor
b. Viver segundo o mandamento

154

1. Destinação e propósito:
a. Gaio
b. Escreve acerca de uma carta anterior escrita à igreja, mas
Diótrefes havia suprimido a carta e recusara hospitalidade
para os mensageiros do ancião (v.9)

155

1. Mensagem:
a. Votos de prosperidade (conexão entre corpo e alma):
1) Italiana: Carissimo, io desidero che tu prosperi in ogni cosa
e goda buona salute, come prospera la tua anima;
2) Vulgata: carissime de omnibus orationem facio prospere te
ingredi et valere sicut prospere agit anima tua;
3) Espanhola: Amado, mi oración es que seas prosperado en
todas las cosas y que tengas salud, así como prospera tu
alma.
b. Petição de ajuda aos missionários itinerantes
c. Calúnia feita ao “ancião”
156

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Panorama do mundo
apocalíptico

O Juízo Final
Hieronymus Bosch, século XVI

Prof. Me. Sandro Pereira

Literatura Apocalíptica
1. Apocalipse: gênero literário caracterizado por uma revelação
de Deus por meio de sonhos ou visões de lugares ou seres
celestiais.
a) A visão se dá por meio de ascensões celestiais.
b) A intervenção de um mediador.
c) Ocasionalmente um livro celestial.

Literatura Apocalíptica
1. Ênfase: interesse pelo mundo
celestial e a sua influência:
a) Na história judaica e no destino do
mundo cósmico:
I. Principalmente no
relacionamento do povo judeu e
seus opressores:
a. Numa relação de resistência à
atuação destes.

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Literatura Apocalíptica
1. O mundo é misterioso, por isso a
mediação angelical.
2. Mundo oculto de anjos e demônios,
diretamente relevante para o destino
humano.
3. Julgamento escatológico.
4. A vida humana é limitada:
a) No presente pelo mundo sobrenatural;
b) No futuro pelo julgamento final.
5. Fornece uma estrutura para a
percepção dos problemas da vida.

Literatura Apocalíptica
1. Apocalipticismo: ideologia ou movimento social e
religioso influenciado pelo pensamento apocalíptico.
a) Ênfase: estudo do contexto social das comunidades ou
indivíduos, autores dos apocalipses.
2. Apocalíptica, pensamento apocalíptico: perspectiva
religiosa específica do plano final de Deus com relação à
história da humanidade, ou seja, Sua intervenção no
processo de opressão e oprimidos.

Literatura Apocalíptica
1. Propósito: “anunciar a Boa-Nova de Deus aos pobres em
época de perseguição e de perplexidade”.
2. Características:
a. Expressar tudo por meio de visões e símbolos;
b. Linguagem radical de oposição entre o bem e o mal;
c. Dividir a história em etapas para situar o momento
presente (1.19).
1) As coisas que tens visto;
2) As coisas que são;
3) As coisas que hão de acontecer.

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16/02/2024

Literatura Apocalíptica - Obras


1) Apócrifos:
a) A Sabedoria de Salomão;
b) 1º. Macabeus; 2º. Macabeus;
c) Acréscimos de Daniel (Susana, A oração de Asarias e a
oração dos três jovens na fornalha ardente, Bel em
Babilônia, e sobre o dragão de Babilônia);
d) A oração de Manassés;
e) O terceiro livro de Esdras.

Literatura Apocalíptica - Obras


Os pseudepígrafos
a) Judaísmo helenístico do Egito: O Livro eslavo de
Henoc, Os Oráculos Sibilinos);
b) Síria: Os Salmos de Salomão, o quarto livro de Esdras;
c) Influência do Grupo de Qumran: O Livro dos Jubileus,
O Livro etíope de Henoc, Os testamentos dos Doze
Patriarcas, A Assunção de Moisés;
d) Manuscritos de Qumran: A Regra da Associação,
Documento de Damasco, A Regra da Guerra, O pesher
de Habacuc, Os Cânticos de Louvor (Hôdayôt), O Rolo
do Templo).

Literatura Apocalíptica - Obras

1. Oráculos 1 e 2: Divide a história, da


criação ao julgamento final, em 10
gerações e finaliza;
2. Oráculo Sibilino 4: Divide a história,
a partir do dilúvio, em 10 gerações e
4 reinos: Assírios, Medos, Persas e o
Império Macedônico, que é
prolongado para se referir aos
romanos.

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16/02/2024

Literatura Apocalíptica - Obras


1. Atuação romana: vista como
punição aos judeus pela sua
insensatez e impiedade e não
como um ultraje.
2. Ênfase: convite à conversão, caso
contrário seriam sujeitos à
destruição por fogo.
3. Data: compilação final
reconhecida como 79 d.C., devido
à referência à erupção do
Vesúvio, no versículo 130.

Literatura Apocalíptica - Obras


1. Oráculo 5: Composto por 6 oráculos. Os 4
oráculos centrais apresentam um padrão
comum:
a. Versículos 52-110: oráculos contra
várias nações. Ênfase ao Egito,
criticado pela prática da idolatria e
perseguição dos Judeus.
i. Principal inimigo: Roma;
ii. Principal pecado: Destruição do
Templo de Jerusalém. Roma é
condenada a ser jogada no Hades.

Literatura Apocalíptica - Obras

Versículos 111-178
A figura do Nero redivivus, o
imperador que retorna dos
mortos como adversário
escatológico. A besta que
representa o anticristo no
Apocalipse de João (cap. 13
e 17).

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Literatura Apocalíptica - Obras


1. Oráculo Sibilino 5:
a. Versículos 119-285: Advento de uma figura salvadora, um rei
enviado por Deus, que vem das extensões dos céus, para lutar e
derrotar “o Persa” (figura do anticristo/Nero redivivus) na
tentativa de destruir a cidade santa;
b. Versículos 286-434: Ênfase: destruição por fogo.
i. A figura salvadora destrói as cidades e nações inimigas com
fogo;
ii. Um templo escatológico é reerguido, mas destruído pelos
etíopes (Gogue e Magogue), “referência geral para os
adversários escatológicos”;
iii. Os céus ficam sem as estrelas e a terra termina queimada.

Origem da Apocalíptica
1. História dividida em 2 períodos: “o período em que havia
profetas, e o período ‘em que já não havia mais profetas’ (1Mc
9.27).
2. Falava-se de antigos profetas (Zc 1.4; 7.7).
3. Eclo 49.10: lista completa e encerrada: 12 profetas.
4. É neste momento que surge o movimento apocalíptico.
5. Um momento de transição do movimento profético para o
movimento apocalíptico.

Origem da Apocalíptica

1. Período profético: caracterizado por um


mensageiro que tinha certo controle da
situação.
a) A ação do profeta era dentro do “seu
espaço”: no seu próprio país e com
líderes que eram, de certa forma,
influenciados pela teologia nacional.
2. Profetas: falavam à uma nação
independente, com religião e Deus
próprio.

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Origem da Apocalíptica
1. Texto profético:
a) Expresso habitualmente em forma poética;
b) Evidencia um orador que fala de forma clara;
c) Chamando “pelo nome as coisas, os acontecimentos e as
pessoas, porque querem ser entendidos em tudo pelos seus
ouvintes”.
2. Textos apocalípticos:
a) Expressos habitualmente em forma de prosa;
b) Narrados com uma linguagem enigmática para “esconder” o
sentido das palavras;
c) Dá preferência para parábolas, alegorias e símbolos.

Origem da Apocalíptica
• Profeta: • Apocalíptico:
a) Fala abertamente; a) Está debaixo de um
b) Denuncia a prática de opressor estrangeiro, com
opressão e injustiça de religião e crenças
pessoas que fazem parte diferentes;
da mesma nacionalidade, b) Obriga-se a falar não de
pertencentes à mesma forma clara, mas
religião e crenças. enigmática;
c) Para transmitir uma
mensagem subliminar aos
seus destinatários.

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Contexto sócio-político
1. Camponeses pobres de Judá viviam uma vida de opressão
e sofrimento causado por governantes maus.
2. O que mais doía: exploração dos seus próprios líderes
religiosos, que deveriam defender o menos favorecido.
3. Onde estava o Deus tão propagado pelos seus pais?
a) Será que a vida deles valia a pena?
b) Será que algo poderia mudar?
c) Como entender tudo isso?

Império Romano
A forma de governar dos romanos suscitou sentimento de
revolta; os judeus deixaram explicita em sua literatura
apocalíptica.

Império Romano
1. 63 a.C a 37 a.C.: revolta popular sem rumo
2. 37 a 4 a.C: repressão e desarticulação (nascimento de Jesus)
3. 4 a.C a 6 a.C.: revoltas messiânicas (infância de Jesus)
4. 6 d.C a 27 d.C: zelo pela Lei e tempo de revisão (idade adulta
de Jesus)
5. 27 a 69: reaparecem os profetas (Jesus anuncia a Boa-Nova,
morre e ressuscita)
6. 70 a 100: da destruição do Templo até o início do século II.

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Império Romano
1. Depois da destruição de Jerusalém, os fariseus se reorganizaram
em Jâmnia, elaboram a lista dos livros que deveriam ser
canonizados, excluindo os escritos produzidos no ambiente da
diáspora, nem os apocalípticos que haviam resistido contra a elite
de Jerusalém.
2. Os cristãos também elaboram o cânon específico e também
deixam de fora a maioria da literatura apocalíptica.
3. Sob o governo do Imperador Trajano (98-117), tanto fariseus como
cristãos foram perseguidos.

Apocalíptica e Cristianismo
1. No período do Império Romano foram produzidas outras
literaturas apocalípticas, além do Apocalipse de João.
2. Dois conjuntos de textos se destacam: os Oráculos Sibilinos e
os chamados “próprios apocalipses”.
3. Três apocalípticos sobreviveram à diáspora:
a) 2 Enoque (Enoque eslavônico);
b) 3 Baruc;
c) Testamento de Abraão.
A. Eles não contêm uma revisão histórica, mas envolvem
ascensões celestiais.

Apocalíptica e Cristianismo
1. NT: contém somente 1 livro puramente com o gênero
literário apocalíptico.
2. Os Evangelhos Sinóticos (Mt 8.20; Lc 9.58; Mc 2.10; 13.24-
26, 14.61-62), o livro de Atos (At 2.34-35; 7.56) e os escritos
de Paulo (1 Co 7.29-31; 1 Co 15.18; 2 Co 12.2-4; 1 Ts 4.15-
17; possuem certo grau da visão de mundo apocalíptica.

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Apocalíptica e Cristianismo
A diferença fundamental entre o apocalipticismo cristão e o
judaico do primeiro século é que o cristão propaga um Messias
que já esteve presente, se apresentando como Filho de Deus e
com poder sobre a morte, representado com a ressurreição.

Apocalipse de João
1. Livro da denúncia: – a denúncia que era a ferramenta mais
eficaz dos profetas já não existia mais, pois o movimento
profético havia desaparecido com o exílio babilônico, isso se
tornava conveniente para as autoridades, tanto civis como
religiosa (sacerdotes).
2. A mensagem apocalíptica além de denunciar as injustiças
sociais, incentiva o leitor à resistência.

“É isso que o livro de Apocalipse deseja ser: um livro de denúncia


profética que leva a resistir”

Apocalipse de João
1. Livro de celebração: – a resistência e a denúncia servem para
unir e organizar o grupo que tem uma mística (vitória de Jesus
sobre a morte Ap 5.6).
2. Cada pequena vitória para o alcance com base em Ap 1.3 o
próprio livro sugere uma leitura em comunidade: “ler, escutar
(assimilar e discernir), denunciar (profetizar) e praticar
(resistir) juntos, movidos pela vitória do Ressuscitado,
celebrando desde já, nas pequenas conquistas”.

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Apocalipse de João
1. Livro do testemunho/martírio: O testemunho é o tronco que
gera os ramos anteriores (resistência, denúncia e celebração).
2. O domínio do Império Romano (político, econômico,
ideológico e religioso) tinha como uma de suas sustentações o
Culto ao imperador.
3. Quem não praticava o culto ao imperador era morto.
4. Muitos dos primeiros cristãos, em defesa de sua fé, resistiam,
mesmo que isso lhes custassem a própria vida.
5. Um dos pontos altos do Apocalipse é o clamor dos mártires
(Ap 6.10-11).

Apocalipse de João
1. Livro da felicidade: O livro apresenta, propositadamente, 7
bem aventuranças (Ap 1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7;
22.14), e considerando que o número 7, para os judeus, é
sinônimo de perfeição, pode-se perceber a mensagem de que
a felicidade é possível e realizável.
2. A citação mais importante é a de Ap 19.9, significa que:

“a verdadeira felicidade é, mediante a resistência, a denúncia, a


celebração e a ‘martíria’, participar do banquete do Cordeiro,
tornando-se esposa dele, ou seja, criando uma sociedade justa e
fraterna”.

Apocalipse de João
1. Livro urgente: ao longo do livro há referências de que o tempo
“está próximo” (Ap 1.3), “está esgotado” (Ap 10.6) e que tudo
está realizado (Ap 16.17).
2. O tempo que o autor se refere é “o tempo da resistência, da
denúncia, da celebração e da martíria que geram a felicidade
de ver realizado o projeto de Deus na história da
humanidade”.
3. Apocalipse um livro urgente para seus primeiros leitores como
para os leitores atuais.

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Apocalipse de João
1. Livro da esperança: Apocalipse devolve a esperança a quem
tem coragem de lutar pela liberdade e pela vida.
2. A esperança é realçada em textos como:
a) cap. 4: evidencia que Deus é o Senhor da história;
b) cap. 5: apresenta o Cordeiro, o Cristo ressuscitado, que
venceu a morte;
c) caps. 21 e 22: vislumbram a Nova Jerusalém que desce do
céu para a terra.
“O paraíso não está às nossas costas, e sim à nossa frente, no
horizonte de nossa história. É para lá que caminhamos. É para lá
que se dirige nossa esperança”

Apocalipse de João
1. O livro de Apocalipse não é um livro que deva ser lido sem o
recebimento de uma prévia orientação.
2. A forma da linguagem, em especial, as descrições de visões de
figuras enigmáticas, para alguns até assustadoras, criam
obstáculos e, ao mesmo tempo, fertiliza a imaginação das
pessoas, que se não bem preparadas, podem trazer
interpretações maléficas para a fé, até mesmo para a saúde
psíquica do ser humano.

Escolas e interpretações

O Juízo Final
Hieronymus Bosch, século XVI

Prof. Me. Sandro Pereira

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Escolas e Interpretações
1. Preterista: refere-se a eventos que ocorreram ou
ocorreriam no período em que viviam os destinatários.
2. Historicista: é um histórico profético da igreja e do
mundo, desde o tempo de João até o segundo advento.
3. Idealista: é um desdobrar de princípios em figuras. O
propósito não é falar de eventos específicos a virem. É
somente para ensinar verdades espirituais que podem ser
aplicadas a todas as situações.
4. Futurista: o livro, com a possível exceção dos três
primeiros capítulos, aplica-se totalmente ao futuro. 190

Preterista
1. Retrata as condições do Império na última parte do primeiro
século da presente era.
2. Objetivo: compreender e interpretar as difíceis situações
pelas quais passou a Igreja daquele tempo.
3. Apresenta como problema básico o fato de que foi,
justamente, a Roma cristã que caiu nas mãos dos godos em
476 d.C.

191

Preterista
1. O Apocalipse objetivava trazer esperanças aos cristãos
primitivos da Ásia.
2. O foco é que eles seriam libertados em breve de seus
sofrimentos decorrentes do domínio romano.
3. Besta: é a Roma imperial – Ap 13.
4. Falso profeta: classe sacerdotal asiática que aprovava e
incentivava o culto a Roma.

192

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Preterista
1. Chave para a compreensão: está na abertura (1.1a, 3).
2. Oferece uma pista indispensável: “Os eventos do Apocalipse
devem acontecer “em breve” [tachos] (v.1) porque “o tempo
está próximo [engys].”
3. Ao longo do NT a expressão tachos significa “depressa,
imediatamente, sem demora, brevemente”.
4. O vocábulo engys (próximo) também fala de uma proximidade
temporal.
5. João informou ao seu público que os eventos por ele escritos
deveriam acontecer no tempo de vida deles.
6. Os vocábulos encontram-se também na conclusão (22.6, 10).
193

Historicista
1. O Apocalipse propõe um esboço conciso do desenvolvimento
da Igreja desde o advento do Espírito Santo, no dia do
Pentecostes narrado em Atos dos Apóstolos, até a
consumação.
2. A história “secular” e a história cristã estão entrelaçadas.
3. Seus proponentes tentam interpretar os eventos de seu
próprio período da história preditos no livro bíblico.

194

Historicista
1. Essa interpretação pode levar à confusão.
2. Não há diretrizes claras quanto à quais eventos históricos
estariam sendo abordados.
3. Existem interpretações que atribuem a besta ao papado
romano e o falso profeta à Igreja de Roma.
4. Esta é uma interpretação dada pelas igrejas provenientes da
linha protestante.
5. Pergunta-se: como é que a “Igreja de Roma” compreende o
livro do Apocalipse?
195

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Historicista
1. No final do século XII, Joaquim de Fiore, m. em 1202, afirmava
que a besta emergida do mar (Ap 13.1), seria o Islã.
2. Babilônia era a Roma profana.
3. Algumas das sete cabeças da besta (Ap 17.3, 9, 10) eram os
governantes de seu tempo.
4. Após mais de um século, Francisco de Paris via o Anticristo
como um pseudo-papa.
5. Isto mostra a total divergência entre os estudiosos.

196

Historicista
1. Alguns consideram o Apocalipse como uma espécie de
calendário.
2. Os 7 selos e as 7 trombetas referem-se à Igreja primitiva e à Idade
Média.
3. Ap 10 e 11 é compreendido como o tempo da Reforma,
aplicando-se a mensagem da sétima trombeta à “Igreja
verdadeira”.
4. As duas bestas do Cap. 13 são, respectivamente, o papa e o
poder papal.
5. A destruição de Babilônia seria a queda do papado.
6. Se esta interpretação for aceita como válida, o “final dos tempos”
197

está para ocorrer em uma geração bastante próxima da presente.

Historicista
1. Os intérpretes aplicam o livro à Igreja Ocidental, como se a Igreja
Oriental não existisse.
2. Às vezes recorrem a interpretações triviais que são não apenas
fantasiosas, mas que estão desonrando a Escritura.
3. Os métodos usados para calcular épocas na história com base nos
números apocalípticos são terrivelmente enganosos.

198

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Historicista
1. Em uma época de tanta relativização, é necessário levar a sério o
texto do Apocalipse, e da Bíblia como um todo, e não sair por aí
fazendo afirmações que o próprio escritor bíblico desconhece.
2. A Bíblia não pode servir para justificar crenças particulares ou
interesses partidários.

199

Idealista
1. Origens: hermenêutica alegórica defendida pelos pais da igreja de
Alexandria, notadamente por Clemente e Orígenes.
2. Vê na besta o poder satânico em qualquer meio que ele use para
trazer opressão à Igreja de Cristo.
3. O Cap. 12 valida, ao menos em parte, o entendimento desta escola.
4. Ali está pintado um quadro pesado do conflito no céu entre Satanás
e os anjos de Deus.
5. Contudo, o Apocalipse não sai do âmbito apocalíptico, entendido
como gênero. Além disso, todo o simbolismo apocalíptico preocupa-
se em primeiro lugar com os acontecimentos históricos que levam à
consumação dos tempos e à chegada definitiva do Reino de Deus 200

Idealista
1. Calkins: possibilidade de resumir a mensagem principal do livro em
5 breves proposições:
a. É uma convocação irresistível para viver heroicamente;
b. Contém apelos sem igual à resistência;
c. Fala que o mal está marcado para ser derrotado no fim;
d. Apresenta um quadro novo e maravilhoso de Cristo;
e. Revela-nos o fato que a história está na mente de Deus e nas
mãos de Cristo, como o autor e revisor dos destinos morais do
homem.

201

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Futurista
1. Originada em 1585.
2. Seu nascimento se deu em vista dos polêmicos ataques dos
protestantes contra a Roma papal.
3. Exatamente o oposto das teorias preteristas.
4. De cunho totalmente escatológico, o Apocalipse quer ser um livro
de “eventos” não cumpridos – notadamente após 4.1, e tanto
quanto possível deve fazer uso de uma hermenêutica literal

202

Futurista
1. Dentro desta escola há o conceito denominado
“dispensacionalismo”.
2. Está dividido em “dispensacionalismo clássico” e
“dispensacionalismo progressivo”.
3. É a interpretação mais popular do Apocalipse.
4. Teve sua origem somente no século XX como uma das variantes
do pré-milenarismo.
5. O termo utilizado por este movimento deriva do vocábulo bíblico
“dispensação”, que recorre à administração da “casa terrestre de
Deus”.
203

Futurista
1. Dispensacionalistas: dividem a “história da salvação em eras
históricas ou épocas para distinguir as administrações diferentes
do envolvimento de Deus no mundo”.
2. Cyrus I. Scofield foi o grande divulgador dessa escola.
3. Scofield definiu a dispensação como “um período de tempo
durante o qual o homem é testado em relação à obediência a
alguma revelação específica do testamento de Deus”.

204

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Futurista
1. A visão dispensacionalista, que faz distinção entre o Israel e a
igreja foi solidificada “na mente de muitos, como resultado de
dois eventos principais” no século XX:
a) O holocausto: que extraiu de muitos uma profunda compaixão
pelo povo judeu;
b) O renascimento do Estado de Israel no ano de 1948

205

Reflexão
1. O Apocalipse carrega uma mensagem de um irmão para outros
irmãos.
2. O vínculo que tem entre irmãos deve ser um companheirismo que
transcende o emocional.
3. É comunhão no sofrimento, na fé e na esperança.
4. Enquanto muitos se sentiriam honrados de ser considerados irmãos
dos crentes de Filadélfia, de outro lado se negariam a ter qualquer
vínculo com os cristãos de Laodicéia.
5. O autor declara-se irmão dos bons e dos maus, dos santos e dos
pecadores, dos renovados e dos conservadores, dos legalistas e dos
livres.
206

6. Tenham esperança!

Apocalipse de João
Introdução

O Juízo Final
Hieronymus Bosch. século XVI

Prof. Me. Sandro Pereira

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Autoria
1) Diferentemente de outros livros do NT.
menciona o autor (1.1,4,9; 22.8) .
2) Apresenta-se aos destinatários como
“companheiro na tribulação”.
3) Estava na ilha de Patmos “por causa da
palavra de Deus e do testemunho de
Jesus” (1.9).
a) Exílio, por causa da pregação do
evangelho.
4) Qual João?
208

Autoria
1) Igreja antiga: primeira metade do século II
– o apóstolo:
a) Justino, Papias e outros.
2) Até a metade do século III era considerado
em todo o Ocidente e em grande parte do
Oriente como livro de um apóstolo.
3) A polêmica com os Montanistas mudou a
história: davam valor especial ao
Apocalipse por causa do ensino sobre o
milênio (Ap 20.1-4). 209

Autoria
1) Dionísio (bispo de Alexandria – ½ séc. II):
apontou grandes diferenças linguísticas e
estilísticas entre o Apocalipse e os outros
escritos de João.
2) Até os séculos IX e X a autoria apostólica foi
questionada no Egito.
3) No restante do Oriente e no Ocidente a
autoria apostólica foi aceita após essa
época de insegurança no século IV.
4) Agostinho está de acordo com essa 210

posição.

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Autoria
1) Contra a autoria apostólica: argumentos
linguísticos e teológicos.
2) O cordeiro de Deus é amnos no
Evangelho, no Apocalipse é arnion.
3) O termo aparece em outro contexto e no
plural em Jo 21.25 (arnia).
4) Jerusalém no Evangelho é Hierosolyma,
no Apocalipse Ierousalem.
5) Ethnos no Apocalipse se refere aos povos
gentios, no Evangelho é o povo judeu. 211

Autoria
1) Argumento teológico.
2) Apocalipse: dedicado em grande parte à
escatologia futura.
3) Evangelho: defende em grande parte a
escatologia presente.
a) os crentes já passaram do juízo e estão
de posse da vida eterna.
4) Argumento histórico: o apóstolo já teria
morrido bem antes do final do primeiro
século.
212

Autoria

“Mesmo que exista a probabilidade


de João ter morrido como mártir,
nada podemos afirmar sobre a
época e o local em que isso tenha
acontecido”
W. G. Kümmel

213

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Autoria

1) Com exceção das diferenças


linguísticas, não há evidências
significativas contra a tradição da
Igreja Antiga.
2) As diferenças linguísticas não
podem ser consideradas evidências
significativas contra a tradição.

214

Destinatários

1) Ap 1.4: escrito às 7 igrejas da província da Ásia.


2) As igrejas são mencionadas nos capítulos 2 e 3.
3) Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e
Laodicéia.
4) Talvez representem as igrejas da Ásia Menor, exortadas e
encorajadas por meio desse livro.
a) Representativas de toda a Igreja em todo o mundo e em 215

todas as épocas.

Local e Data
1) A revelação foi vista e escrita na província da Ásia em uma
época de tribulação para os cristãos.
2) A primeira perseguição sistemática foi realizada por
Domiciano (81-96).
3) A perseguição de Nero foi limitada a Roma.
4) Irineu (Adversus Haereses, V, 30.3.): a revelação foi vista e
registrada na época de Domiciano.

216

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Local e Data
1) Indicações a favor:
a) expectativa de perseguições oficiais (2.10);
b) já houve mártires e continuarão existindo (2.13; 6.9s);
c) uma perseguição geral está para acontecer (3.10; 17.6;
18.24; 19.2; 16.6; 20.4);
d) a imagem da besta alude o culto ao imperador
(13.4,12ss; 14.9,11; 16.2; 19.20);
e) O livro incentiva a um protesto inflamado contra Roma e
o culto ao imperador por causa da fé em Jesus Cristo.
2) Isso corresponde à situação sob Domiciano. 217

Local e Data

1) O povo esperava a volta de um


imperador como Nero (Nero
redivivus).
2) Ele voltaria do reino dos mortos e
assumiria o poder.
3) Ap 17.7-11: uma alusão a essa
crença popular?

218

Local e Data
Começando a contagem dos 7
imperadores com Calígula:
1) 37-41 Calígula
2) 41-54 Cláudio
3) 54-68 Nero
4) 69-70 Vespasiano
5) 79-81 Tito
6) 81-96 Domiciano
219

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Local e Data
1) Domiciano é o 6º imperador. O seu
regime de terror já traz
perseguições.
2) Depois virá a figura terrível do
anticristo (Nero redivivus).
3) O Apocalipse quer preparar os seus
leitores para essa época.
4) O Apocalipse foi escrito na época de
Domiciano (1/2 da década de 90)
220

Local e Data
Inicio da contagem com Augusto:
1) 31 a.C. — 14 d.C. Augusto (Caesar
Octavianus)
2) 14.37 Tibério
3) 37-41 Calígula
4) 41-54 Cláudio
5) 54-68 Nero
6) 69-79 Vespasiano Data da redação (Ap
17.10)
7) 79-81 Tito (Ap 17.10) 221

8) 81-96 Domiciano Ap 17.11)

Local e Data

Sob o domínio de Vespasiano, Deus


deu à sua igreja por meio de João
uma visão dos conflitos vindouros,
que começariam a se concretizar de
forma terrível sob o domínio de
Domiciano.

222

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(I) Prologo (1.1-3)


(A) Descrição do livro (1.1-2)
(B) Bem-aventurança concernente a recepção do livro (1.3)
(II) Marco epistolar (1.4-22.21)
(A) Introdução (1.4-6)
(B) Dois ditos proféticos (1.7-8)
(C) O relato de uma experiencia revelatória (1.9-22.5)
(a) O contexto da cena (1.9-10a)
(b) A experiencia revelatória propriamente dita (1.10b-22.5)
(i) Primeiro ciclo de visões (1.10b-11.19)
(1) A epifania de Cristo a João com sete mensagens (1.10b- 3.22)
(a) A Éfeso (2.1-7)
(b) A Esmirna (2.8-11)
(c) A Pérgamo (2.12-17)
(d) A Tiatira (2.18-29)
(e) A Sardes (3.1-6) 223

(f) A Filadélfia (3.7-13)

(II) Marco epistolar (1.4-22.21)


(C) O relato de uma experiencia revelatória (1.9-22.5)
(b) A experiencia revelatória propriamente dita (1.10b-22.5)
(i) Primeiro ciclo de visões (1.10b-11.19)
(1) A epifania de Cristo a João com sete mensagens (1.10b-3.22)
(2) O rolo com sete selos (4.18.5)
(a) A corte celestial (4.1-11)
(b) O livro e o Cordeiro (5.1-14)
(c) Os primeiros quatro selos (6.1-8)
(d) O quinto e sexto selos (6.9-17)
(e) Duas visões inseridas (7.1-17)
(1') 144 mil selados (7.1-8)
(2') A salvação de uma multidão (7.9-17)
(f) O sétimo selo e a visão de um anjo oferecendo as orações
dos santos (8.1-5)
(3) As sete trombetas (8.2-11.19) 224

(II) Marco epistolar (1.4-22.21)


(C) O relato de uma experiencia revelatória (1.9-22.5)
(b) A experiencia revelatória propriamente dita (1.10b-22.5)
(i) Primeiro ciclo de visões (1.10b-11.19)
(3) As sete trombetas (8.2-11.19)
(a) As primeiras quatro trombetas (8.2.6-12)
(b) A águia e os três ais; a quinta e a
sexta trombetas (8.13-9.21)
(c) Duas visões inseridas (10.1-11.13)
(1') Um anjo poderoso e um
livrinho aberto (10.1-11)
(2') O Templo e duas testemunhas (11.1-13)
(d) A sétima trombeta (11-15.19)

225

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(II) Marco epistolar (1.4-22.21)


(C) O relato de uma experiencia revelatória (1.9-22.5)
(b) A experiencia revelatória propriamente dita (1.10b-22.5)
(ii) Segundo ciclo de visões (12.1-22.5)
(1) Visões simbólicas que revelam segredos
do passado. do presente e do futuro (12.1-15.4)
(a) A mulher e o dragão (12.1-17)
(b) A besta que sai do mar (13.1-10)
(c) A besta que sai da terra (13.11-18)
(d) O Cordeiro e os 144 mil (14.1-5)
(e) Os três anjos (14.6-13)
(f) Colheita e vindima (14.14-20)
(g) A salvação dos vencedores (15.2-4)

226

(II) Marco epistolar (1.4-22.21)


(C) O relato de uma experiencia revelatória (1.9-22.5)
(b) A experiencia revelatória propriamente dita (1.10b-22.5)
(ii) Segundo ciclo de visões (12.1-22.5)
(2) As sete taças (15.1-19.10)
(a) Sete anjos com as ultimas pragas (15.1.5-16.1)
(b) As primeiras quatro taças (16.2-9)
(c) As ultimas três taças (16.10-21)
(d) Desenvolvimento da sétima taça:
A natureza e a queda de “Babilônia” (17.1-19.10)
(1') Uma mulher sentada sobre uma
besta escarlate (17.1-18)

227

(II) Marco epistolar (1.4-22.21)


(C) O relato de uma experiencia revelatória (1.9-22.5)
(b) A experiencia revelatória propriamente dita (1.10b-22.5)
(ii) Segundo ciclo de visões (12.1-22.5)
(3) Visões das últimas coisas (19.11-22.5)
(a) A segunda vinda de Cristo (19.11-16)
(b) Chamada para o “banquete” (19.17-18)
(c) A batalha final (19.19-21)
(d) O acorrentamento de Satanás (20.1-3)
(e) O reinado de mil anos (20.4-10)
(f) O juízo final (20.11-15)
(g) Novo céu. nova terra e nova Jerusalém (21.1-8)
(h) Desenvolvimento da visão da
nova Jerusalém (21.9-22.5)
(1’) A cidade. Seus portões e muros (21.921)
(2’) Os habitantes da cidade (21.22-27) 228

(3’) O rio da vida e a árvore da vida (22.15)

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(II) Marco epistolar (1.4-22.21)


(C) O relato de uma experiencia revelatória (1.9-22.5)
(D) Ditos isolados (22.6-20)
(a) Dito acerca da natureza e origem do livro (22.6)
(b) Um oráculo implicitamente atribuído a Cristo que e uma
predição apocalíptica (22.7a)
(c) Uma bem-aventurança concernente a recepção do livro (22.7b)
(d) A identificação do visionário pelo nome (22.8a)
(e) A reação do visionário e a resposta angélica (22.8b-9)
(f) A instrução ao visionário da figura que se revela (22.10)
(g) A ameaça de julgamento e promessa de salvação (22.11-12)
(h) Oráculo de autorrevelação implicitamente atribuído
a Cristo (22.13)

229

(II) Marco epistolar (1.4-22.21)


(C) O relato de uma experiencia revelatória (1.9-22.5)
(D) Ditos isolados (22.6-20)
(i) A promessa de salvação e ameaça de julgamento (22.14-15)
(j) A autoidentificação da figura reveladora (Jesus) (22.16)
(k) Convite para a agua da vida (22.17)
(l) A ameaça de julgamento contra as pessoas que violarem
a integridade do livro (22.18-19)
(m) Um oráculo implicitamente atribuído a Cristo que é uma
predição apocalíptica (22.20a)
(n) A resposta do oráculo (22.20b)
(E) Bênção epistolar final (22.21)

230

Apocalipse de João
Prólogo
Introdução
Dois ditos Proféticos
O Juízo Final
Hieronymus Bosch, século XVI

Prof. Me. Sandro Pereira

77
16/02/2024

Prólogo 1.1-3
1) Descrição do Livro (1.1-2)
a) Revelação de Jesus Cristo
2) Bem-aventurança concernente à recepção do livro (1.3)
a) Primeira de sete bem-aventuranças: 14.13; 16.15; 19.9; 20.6;
22.7,14.
b) Leitor X “ouvintes”: os cristãos se reuniam em grupos nas
várias cidades para ouvir a leitura pública.
c) Contexto litúrgico: leitor público, ouvintes e, especialmente,
aos praticantes.
d) O Tempo (kairos) está próximo: os destinatários são incitados
232

a prestar atenção ao livro, porque o julgamento está se

Introdução 1,4-6
(II) Marco epistolar (1.4-22.21).
1) Sete espíritos: totalidade, perfeição, completude
2) Primogênito dos mortos: a ressurreição de Jesus é o
acontecimento que inaugurou a nova era; ela é o sinal de que
o tempo de crise começou (rei universal; 1Cor 15.20-28).
3) Fez de nós uma Realeza de Sacerdotes: a obra de Jesus
cumpre a promessa de Ex 19.6. Ser uma realeza ou um reino
significa estar sob o governo de Deus e não sob o de Satanás.
4) Todas as pessoas que ouvem e obedecem a palavra de Deus
são sacerdotes: mediadores entre Deus e o restante da 233

humanidade.

Dois ditos proféticos 1.7-8


1) (7) Primeiro dito: predição apocalíptica que combina e
adapta Dn 7.13 e Zc 12.10, ditos mais antigos interpretados
como profecias do retorno do Jesus ressurreto como juiz
(Mt 24.30).
a) Ap 1.7 e Mt 24.30 refletem a atividade exegética
protocristã.
2) (8) Segundo dito: é um oráculo divino.
a) É a primeira de apenas duas passagens nas quais Deus é
explicitamente identificado como quem fala (21.5-8 e a
outra).
234

b) “Eu sou” é típico dos oráculos em que o revelador

78
16/02/2024

Experiência de Revelação

235

A visão fundante do Cristo ressuscitado: 1.9-20


1. Apresentação das circunstâncias 1.9-12
2. Aparição de um ser transcendente 1.13-16
3. O vidente sente a própria fraqueza, mas o personagem o
conforta e lhe transmite uma mensagem 1.17-19
4. Esclarecimento de alguns detalhes 1.20

236

A visão fundante do Cristo ressuscitado: 1.9-20


1. Visão fundamental para tudo o que está por vir.
a) As cartas farão referências a ela.
2. Momento do culto: as comunidades celebram a
ressurreição do Senhor.
3. Conteúdo: Jesus é o vencedor da morte e o juiz que virá no
fim dos tempos.
4. Em Dn 7.13 aparece como o Filho do Homem.
5. Jesus está junto das comunidades e o ressuscitado é o
Senhor da história.
6. João irá entregar essa mensagem às igrejas. 237

79
16/02/2024

Relato de uma Experiência de Revelação: 1.9-22.5


1. A unidade é um único relato de uma experiência visionária
no sentido de que se indica apenas um contexto para o livro
todo:
a) Lugar;
b) Ocasião;
c) Circunstâncias.
2. O relato está dividido em várias visões e audições.
3. Patmos: as pequenas ilhas no Mar Egeu eram usadas pelos
romanos como lugares de reclusão; para banir prisioneiros
políticos. 238

Contexto – 1.9-10a
1. Companheiro participante (synkoinonos) na tribulação:
termo geral para designar aflição física e mental.
2. Frequentemente se refere aos sofrimentos relacionados à
crise do final dos tempos (Dn 12.1; Mt 24.21).
3. Parece que tempos de tribulação preparam o terreno para
a revelação de Deus ao homem.
4. Perseverança em Jesus: aceitação paciente de medidas
opressoras tomadas pelas autoridades contra os cristãos.
a) Lealdade como estilo de vida.
239

Contexto – 1.9-10a

1. Por causa da Palavra e do


Testemunho de Jesus:
a) Estava na ilha em
consequência de sua
comunicação da mensagem
cristã.
b) O ensino de caráter
escatológico pode ser visto
como subversivo. 240

80
16/02/2024

Contexto – 1.9-10a
1. Som de trombeta:
a) Tradicionalmente associado para descrever uma teofania
(Ex 19.16,19);
b) Associado ao final dos tempos.

241

Epifania com sete mensagens (1.10b-3.22)


1. O rolo todo teria cerca de 5 metros de comprimento.
2. As localidades mencionadas estão em sequência.
3. 1.14-15: adaptação da descrição de Deus em Dn 7.9.
4. Pés com aspecto de bronze: alusões ao anjo de Dn 10.6.
5. 1.16. Espada afiada: a palavra de Deus traz consigo a
espada afiada da ordem de Deus.
a) Autoridade judicial.
6. Chaves: autoridade.
a) Do Hades: reino dos mortos.
242

Epifania com sete mensagens (1.10b-3.22)


1. As 7 mensagens são
discursos proféticos.
2. Comissionamento profético:
Vai e dize a X, assim diz Y.
3. Aqui: “escrever” substitui
“ir” .
4. Eu conheço: parte central de
cada mensagem.
5. As promessas ao vencedor
antecipam a descrição da
salvação nos caps. 21-22 243

81
16/02/2024

A Éfeso (2.1-7)
1. Éfeso: na Ásia menor era o centro de adoração a Ártemis.
2. V.2: líderes carismáticos itinerantes que visitavam Éfeso
consideravam-se comissionados pelo Senhor ressurreto ou por
congregações particulares para esta obra.
a) Não se deve aproveitar da hospitalidade da igreja.
3. Ele rejeita o seu ensino.
4. V.4. Aphiemi: deixar ir, abandonar.
a) Amor por Cristo e pelos irmãos.

244

A Éfeso (2.1-7)
1. V.5: ameaça figurativa que alude à descrição do revelador em 1.13
e à identificação da pessoa que fala em 2.1.
2. V.6: os antigos ligavam o grupo a Nicolau de Antioquia.
a) Clemente de Alexandria já questionava isso.
b) Hoje: conquistador(es) do povo

245

A Éfeso (2.1-7)
1. Vencer: prevalecer na batalha
contra Satanás.
2. Os cristãos terão tribulação,
mas se vencerem por meio de
sua persistência e perseverança
(1.9) serão recompensados.
3. Antecipa a descrição da nova
Jerusalém, que conterá a árvore
da vida (22.2).
4. Desfrutar da vida futura.
246

82
16/02/2024

A Esmirna (2.8-11)
1. Foi destruída em 600 a.C. Ficou assim 400 anos. Reconstruída.
2. A identificação do que fala na fórmula do comissionamento alude a
1.17-18.
3. Os membros corriam perigo de serem presos pelas autoridades, o
que poderia levar à execução.
a) A imagem de seu Senhor morto e ressurreto serve como modelo,
exortação e consolo.
4. V.9: os pobres expulsos pela Guerra Judaica (66-74 d.C.).
5. Thlipsis: pressionado, espremido.
6. Tribulum: debulhadora de grãos.
247

A Esmirna (2.8-11)
1. Nome “judeu” reivindicado por cristão.
2. Direito da comunidade judaica local ao nome “judeu” contestado.
3. Sinagoga de Satanás: os cristãos evitaram o uso do termo
sinagogue (Tg 2.2).
4. V.10: por trás daqueles que se opõem, o chefe dos espíritos maus é
visto como o poder e agente último.
5. Tentados: testados como metais no fogo.
6. Coroa da vida: vida eterna.

248

A Pérgamo (2.12-17)
1. Pérgamo: capital oficial da província.
2. Centro de adoração ao imperador na Ásia.
3. Atrás um monte (350m) coberto de templos e altares.
4. V.12: espada afiada prepara para a ameaça no v. 16.
5. Instrumento de julgamento contra os hereges.
6. Ela se contrapõe à “espada” do governador, com direito de
execução (lei da espada).
a) Poder sobre a vida e a morte.

249

83
16/02/2024

A Pérgamo (2.12-17)
1. Trono de Satanás: altar dedicado a Zeus; santuário de Asclépio;
dedicado a Roma e Augusto; sede do governo romano.
2. Tribunal do governador romano.
a) Autoridades: exigiam a proclamação “César é Senhor”
b) Cristãos: proclamavam “Jesus é Senhor”.
3. Satanás é instigador das medidas tomadas contra os cristãos pelas
autoridades locais.
4. Eles permanecem firmes, ainda nos dias de Antipas.
a) Condenado e morto à espada pelo procônsul romano.

250

A Pérgamo (2.12-17)
1. Doutrina de Balaão (bala’ “devorar”, ‘am “povo”); Nicolau (nike,
laós, “conquistador do povo”). Interessante, mas improvável.
2. Procuravam convencer os cristãos a aceitar os costumes pagãos
para evitar perseguição.
3. Havia uma tendência de afrouxar as exigências de At 15.20, 29,
como uma carta morta, incluindo as que proibiam comer carne
sacrificada a ídolos e a realização de casamentos proibidos pela lei
de Israel (Lv 18), mas aprovadas pelos costumes pagãos.
a) Esse afrouxamento teria reduzido as diferenças sociais entre os
cristãos e os seus vizinhos pagãos.
4. Mais possível: algo equivalente a uma participação simbólica nos
cultos pagãos. 251

A Pérgamo (2.12-17)
1. Qual o grau de exclusividade que a fidelidade requer?
2. Quando a assimilação se torna idolatria?
3. Participar em culto não cristão e não judaico ou
associar-se a gentios de um modo que pareça implicar
participação em seu culto.
4. Comer do maná escondido no céu, que seria revelado
no fim dos tempos (2Baruque 29.8, mas – Jo 6.27ss).
5. Psephos: pedra branca que permitia o acolhimento
livre nas assembleias. Admissão para a festa celestial.
6. “Novo nome” – Ap 2.17; 22.4
252

84
16/02/2024

A Tiatira (2.18-29)
1. Fundada por Seleuco I, em torno de 300 a.C. como cidade de tropas
do exército.
2. Olhos como chama de fogo: capaz de penetrar nos segredos de
todos os corações.
3. Latão: frequentemente símbolo de julgamento.
4. Criticada por permitir que um outro rival do ensino de João esteja
ativo em sua comunidade.
5. Jezabel.
6. Conhece as profundezas de Satanás.
7. Tiatira: conhecida por associações comerciais.
8. Estrela da manhã: os fiéis serão glorificados e imortalizados (22.16).
253

A Sardes (3.1-6)
1. Sardes: seus habitantes se destacavam pela
libertinagem.
2. Adoração de Cibele (Ártemis).
3. V.1: o Jesus ressurreto tem poder sobre os
anjos.
4. Havia muita atividade, mas estava morta.
5. Cultos formais.
6. Obras (in)perfeitas: não salvar, não edificar,
não ajudar.

254

A Sardes (3.1-6)
1. Imagem do ladrão (Ap 16.15; Mt 24.43; Lc 12.39; 1Ts 5.2; 2Pe 3.10):
usada para caracterizar a crise geral do fim.
2. Sê vigilante.
3. A cidade foi capturada 2X: Croesus; Antíoco.
4. Vestes brancas: corpos glorificados que os fiéis receberão após sua
morte ou por ocasião da ressurreição.

255

85
16/02/2024

A Filadélfia (3.7-13)
1. Adoração principal: Dionísio (Baco).
2. A carta se opõe aos judeus e não aos pagãos.
3. V.7. Chave de Davi (Is 22.22): intendente com autoridade exclusiva
sobre o acesso pessoal ao rei.
4. Jesus é o único mediador entre a humanidade e Deus.
5. Por meio de Jesus os cristãos têm acesso a Deus, e ninguém pode
privá-los desse acesso.
6. V.10: a promessa não significa ficar guardado da tribulação, mas
ser guardado no meio dela.
7. V.12. Coluna no templo de Deus: promessa que antecipa a visão
da nova Jerusalém (21.22; 22.3-4). Garantia de segurança eterna. 256

A Laodiceia (3.14-22)
1. Fundada por Antíoco II (261-246 a.C.) (esposa – Laodice).
2. Conhecida pela renomada escola de medicina.

257

A Laodiceia (3.14-22)
V 15: a escolha da figura da mornidão para caracterizar a ineficiência ou
falta de zelo dos laodicenses pode ter sido sugerida pelo suprimento de
água da cidade, que provinha das fontes termais de Denizli ao sul, que
ainda estava morna depois de correr por 8km em canos de pedra —
diferente da água fria que refrescava seus vizinhos em Colossos ou da
água quente cujas propriedades terapêuticas eram muito apreciadas
pelos habitantes de Hierápolis.

258

86
16/02/2024

A Laodiceia (3.14-22)
1. Acumulavam riqueza material.
2. A verdadeira suficiência de uma igreja precisa
vir de Deus (2Co 3.5), que é o único que supre
riquezas, vestimentas e saúde espirituais.
3. V.18: exortados a testemunhar sua fé cristã,
ainda que este testemunho acarrete rejeição
social e, possivelmente, hostilidade, acusação
diante das autoridades e morte.
4. Manufatura de mantos de lã preta chamados
laodicia (cobrir a vergonhosa nudez).
259

A Laodiceia (3.14-22)
1. Famoso pó da “Pedra da Frígia” usado pela escola de medicina.

260

A Laodiceia (3.14-22)
1. V.21: na época os cristãos constituíam o reino de Deus.
a) Eles reconheciam o governo de Deus.
b) Na nova era, eles participariam deste governo sobre a nova
criação (2.26-27; 5.10; 22.5).
2. A vitória deles, como a de Jesus, é conquistada por meio do
sofrimento e da morte (5.5,6; 12.11); os que sofrem com ele reinam
com ele (2Tm 2.12).
3. A mesma promessa foi feita com outras palavras no final da carta a
Tiatira (2.26-28).

261

87
16/02/2024

Atualização
1. V.22: o que o Espírito diz às igrejas.
2. A outras igrejas além das sete, sendo as sete, sem dúvida,
representantes de todas; e, com as devidas adaptações, às igrejas
do século XXI tão claramente quanto às do século I.

262

Apocalipse de João
Prólogo
Introdução
Dois ditos Proféticos
O Juízo Final
Hieronymus Bosch, século XVI

Prof. Me. Sandro Pereira

Recapitulando – Abordagens Interpretativas


Abordagens
Cap. 1-3 Cap. 4-19 Cap. 20-22
interpretativas
Igrejas Conflito cíclico entre bem Triunfo final do bem
Idealista
históricas. e mal na História. sobre o mal.
Descrição simbólica de
Igrejas Descrição simbólica do
Preterista eventos
históricas. céu.
contemporâneos.
Descrição simbólica de
Igrejas
Historicista eventos da história da Estado eterno.
históricas.
Igreja.
Igrejas históricas e Descrição simbólica de
características de eventos literais futuros Reino milenar e estado
Futurista
igrejas ao longo da anteriores à segunda eterno.
História. vinda de Cristo. 264

88
16/02/2024

Comparação entre as três séries de juízos


Os sete Selos – Cap. 6 Trombetas – Cap. 8-9 Taças – Cap. 16
Tempestade de granizo destrói
Úlceras malignas contra os
1 Aparição do Anticristo
1/3 da vegetação adoradores da besta
Poluição total dos oceanos: toda
2 Guerra em escala mundial Destrói 1/3 da vida marinha
vida marinha destruída
Envenena 1/3 da água potável do Poluição total da água potável do
3 Fome em escala mundial
mundo mundo
Morte de 1/4 da população Redução parcial da luz solar e
4 Aumento do calor solar
da terra estelar

Orações imprecatórias dos Hostes demoníacas atormentam


5 Trevas sobre o reino do Anticristo
santos mártires os homens por 5 meses

Grande terremoto e Exército sobrenatural mata 1/3 Invasão da Palestina pelos reis do
6
distúrbios cósmicos da população da terra Oriente
265
7 As sete trombetas As sete taças Megaterremoto e saraiva

Chave Simbólica
Bem-aventuranças 1 2 3 4 5 6 7

Apocalipse 1.3 14.13 16.15 19.9 20.6 22.7 22.14

?? Curiosidade ??

Evangelho Segundo João


O livro dos sinais – 1.19 – 12.50
Quantos sinais??

266

Os símbolos
1) Símbolo: em um contrato quebrava-se um objeto e cada um
carregava uma parte.
2) O símbolo relaciona duas partes que têm relação entre si.

267

89
16/02/2024

Os símbolos
1) O Filho do Homem (1.12-16): Messias, Jesus Cristo;
2) As sete estrelas (2.1-7): os 7 anjos das comunidades. Jesus
está presente em toda a Igreja, conhece tudo o que
acontece e avalia;

268

Prólogo 1.1-3
1) Descrição do Livro (1.1-2)
a) Revelação de Jesus Cristo
2) Bem-aventurança concernente à recepção do livro (1.3)
a) Primeira de sete bem-aventuranças: 14.13; 16.15; 19.9;
20.6; 22.7,14.
b) Leitor X “ouvintes”: os cristãos se reuniam em grupos
nas várias cidades para ouvir a leitura pública.
c) Contexto litúrgico: leitor público, ouvintes e,
especialmente, aos praticantes.
d) O Tempo (kairos) está próximo: os destinatários são
incitados a prestar atenção ao livro, porque o julgamento
269

Introdução 1,4-6
(II) Marco epistolar (1.4-22.21).
1) Sete espíritos: totalidade, perfeição, completude
2) Primogênito dos mortos: a ressurreição de Jesus é o
acontecimento que inaugurou a nova era; ela é o sinal de que
o tempo de crise começou (rei universal; 1Cor 15.20-28).
3) Fez de nós uma Realeza de Sacerdotes: a obra de Jesus
cumpre a promessa de Ex 19.6. Ser uma realeza ou um reino
significa estar sob o governo de Deus e não sob o de Satanás.
4) Todas as pessoas que ouvem e obedecem a palavra de Deus
são sacerdotes: mediadores entre Deus e o restante da
humanidade.
270

90
16/02/2024

Dois ditos proféticos 1.7-8


1) (7) Primeiro dito: predição apocalíptica que combina e
adapta Dn 7.13 e Zc 12.10, ditos mais antigos interpretados
como profecias do retorno do Jesus ressurreto como juiz
(Mt 24.30).
a) Ap 1.7 e Mt 24.30 refletem a atividade exegética
protocristã.
2) (8) Segundo dito: é um oráculo divino.
a) É a primeira de apenas duas passagens nas quais Deus é
explicitamente identificado como quem fala (21.5-8).
b) “Eu sou” é típico dos oráculos em que o revelador 271

identifica a si mesmo.

Experiência de Revelação

272

A visão fundante do Cristo ressuscitado: 1.9-20


1. Apresentação das circunstâncias 1.9-12
2. Aparição de um ser transcendente 1.13-16
3. O vidente sente a própria fraqueza, mas o personagem o
conforta e lhe transmite uma mensagem 1.17-19
4. Esclarecimento de alguns detalhes 1.20

273

91
16/02/2024

A visão fundante do Cristo ressuscitado: 1.9-20


1. Visão fundamental para tudo o que está por vir.
a) As cartas farão referências a ela.
2. Momento do culto: as comunidades celebram a
ressurreição do Senhor. (v.10 Kyriakós; dominicus; domingo)
3. Conteúdo: Jesus é o vencedor da morte e o juiz que virá no
fim dos tempos.
4. Em Dn 7.13 aparece como o Filho do Homem.
5. Jesus está junto das comunidades e o ressuscitado é o
Senhor da história.
6. João irá entregar essa mensagem às igrejas. 274

Relato de uma Experiência de Revelação: 1.9-22.5


1. A unidade é um único relato de uma experiência visionária
no sentido de que se indica apenas um contexto para o livro
todo:
a) Lugar;
b) Ocasião;
c) Circunstâncias.
2. O relato está dividido em várias visões e audições.
3. Patmos: as pequenas ilhas no Mar Egeu eram usadas pelos
romanos como lugares de reclusão; para banir prisioneiros
políticos. 275

Contexto – 1.9-10a
1. Companheiro participante (synkoinonos) na
tribulação: em geral designa aflição física e mental.
2. Frequentemente se refere aos sofrimentos relacionados
à crise do final dos tempos (Dn 12.1; Mt 24.21).
3. Parece que tempos de tribulação preparam o terreno
para a revelação de Deus ao homem.
4. Perseverança em Jesus: aceitação paciente de
medidas opressoras tomadas pelas autoridades contra
os cristãos.
a) Lealdade como estilo de vida. 276

92
16/02/2024

Contexto – 1.9-10a

1. Por causa da Palavra e do


Testemunho de Jesus:
a) Estava na ilha em
consequência de sua
comunicação da
mensagem cristã.
b) O ensino de caráter
escatológico pode ser visto
como subversivo.
277

Contexto – 1.9-10a
1. Som de trombeta:
a) Tradicionalmente associado para descrever uma teofania
(Ex 19.16,19; Is 58.1 – a trombeta que denuncia);
b) Associado ao final dos tempos.

278

Epifania com sete mensagens (1.10b-3.22)


1. O rolo todo teria cerca de 5 metros de comprimento.
2. As localidades mencionadas estão em sequência.
3. 1.14-15: adaptação da descrição de Deus em Dn 7.9.
4. Pés com aspecto de bronze: alusões ao anjo de Dn 10.6.
5. 1.16. Espada afiada: a palavra de Deus traz consigo a
espada afiada da ordem de Deus.
a) Simboliza a palavra pronunciada (Is 49.2; Hb 4.12);
b) Autoridade judicial.
c) A espada serve para executar sentença (Ap 2.12)
279

93
16/02/2024

Epifania com sete mensagens (1.10b-3.22)


Eu tenho as chaves da morte e do Hades.

280

Epifania com sete mensagens (1.10b-3.22)


1. Chaves: autoridade.
a) Hades: rei do reino dos mortos;
b) O Abismo é o reino, a Morte é seu senhor: dupla
paralela frequente no AT (Sl 49.14).
c) O acesso à morada dos mortos é submetido à
autoridade de Cristo.
d) Na literatura judaica, possuir essa chave é uma das
prerrogativas divinas.

281

Epifania com sete mensagens (1.10b-3.22)


1. As 7 mensagens são discursos
proféticos.
2. Comissionamento profético:
Vai e dize a X, assim diz Y.
3. Aqui: “escrever” substitui “ir”.
4. Eu conheço: parte central de
cada mensagem.
5. As promessas ao vencedor
antecipam a descrição da
salvação nos caps. 21-22
282

94
16/02/2024

Quadro sintético das cartas


Igreja Descrição Elogio Acusação Exortação Promessa
Boas obras,
Arrependimento Partilhar da
Aquele que tem perseverança e Perda do
Éfeso e prática das árvore da
autoridade. firmeza primeiro amor.
primeiras obras. vida.
doutrinária.
Fidelidade em Manter a Libertação da
Esmirna O ressurreto. meio ao Nenhuma. fidelidade na segunda
sofrimento. provação. morte.
Comunhão
Fidelidade Tolerância com Arrependimento
Autoridade da sua com Cristo e
Pérgamo apesar da falso ensino e para evitar
palavra (espada). absolvição
pressão. imoralidade. punição.
judicial.
Olhos como Crescimento em Devoção
Perseverar no Partilhar a
chama de fogo e obras de amor e corrompida por
Tiatira que foi realizado autoridade
pés como bronze fé; serviço ensino falso e
para Cristo. real de Cristo.
283

polido. perseverante. imoralidade.

Quadro sintético das cartas


Igreja Descrição Elogio Acusação Exortação Promessa
Lembrar-se do
Justiça
A autoridade Falta de ensino
imputada e
Sardis suprema e Nenhum. vigilância e apostólico e
comunhão
onisciente. vitalidade. obedecer para
com Cristo.
evitar punição.
Ser parte do
Aquele que tem Perseverança na Perseverar no templo de
Filadélfia autoridade provação apesar Nenhuma. que foi realizado Deus e
messiânica. da fraqueza. para Cristo. identificar-se
com ele.
Testemunha fiel e Arrependimento
Partilhar da
verdadeira, Complacência e para ter
Laodicéia Nenhum. autoridade
Senhor da conivência. comunhão com
real de Cristo.
criação. Cristo. 284

A Éfeso (2.1-7)
1. Éfeso: na Ásia menor era o centro de adoração a Ártemis.
2. Há um templo consagrado a Júlio César.
3. Sob Cláudio recebeu o título de neocora (guardiã do
templo). Portanto, o culto imperial é dotado de um estatuto
provincial.
4. V.2: líderes carismáticos itinerantes que visitavam Éfeso
consideravam-se comissionados pelo Senhor ressurreto ou
por congregações particulares para esta obra.
a) Não se deve aproveitar da hospitalidade da igreja.
5. Ele rejeita o seu ensino. 285

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A Éfeso (2.1-7)
1. V.4. Aphiemi: deixar ir, abandonar.
a) Amor por Cristo e pelos irmãos.
2. A questão decisiva posta ao crente é saber se seu amor se
dirige a si mesmo ou a Deus, com o risco de desafiar a morte
(cf. 12.11).
3. V.5: ameaça figurativa que alude à descrição do revelador em
1.13 e à identificação da pessoa que fala em 2.1.
4. V.6: os antigos ligavam o grupo a Nicolau de Antioquia.
a) Irineu de Lião: Adversus Haereses Livro I 26,2 (p. 108).
b) Clemente de Alexandria já questionava isso. 286

c) Hoje: conquistador(es) do povo

A Éfeso (2.1-7)
1. Vencer: prevalecer na batalha contra Satanás.
2. A morte de Cristo é a sua vitória (5.5; 17.14).
3. Os cristãos terão tribulação, mas se vencerem
por meio de sua persistência e perseverança
(1.9) serão recompensados.
4. Comer da árvore da vida é a volta final do
Paraíso cujo acesso será aberto para os eleitos
fiéis.
5. Desfrutar da vida futura.
6. Antecipa a descrição da nova Jerusalém, que 287

conterá a árvore da vida (22.2).

A Esmirna (2.8-11)
1. Foi destruída em 600 a.C. Ficou assim 400 anos. Reconstruída.
2. A identificação do que fala na fórmula do comissionamento
alude a 1.17-18.
3. Os membros corriam perigo de serem presos pelas
autoridades, o que poderia levar à execução.
a) Cristo é apresentado como aquele que vive depois de morto.
b) A imagem de seu Senhor morto e ressurreto serve como
modelo, exortação e consolo.
4. V.9: os pobres expulsos pela Guerra Judaica (66-74 d.C.).
5. Thlipsis: pressionado, espremido. Tribulum: debulhadora de
grãos. Aqui significa perseguição.
288

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A Esmirna (2.8-11)
1. Nome “judeu” reivindicado por cristão.
2. Direito da comunidade judaica local ao nome “judeu” contestado.
3. Sinagoga de Satanás: os cristãos evitaram o uso do termo
sinagogue (Tg 2.2).
4. V.10: por trás daqueles que se opõem, o chefe dos espíritos maus é
visto como o poder e agente último.

5. Tentados: testados como metais no fogo.

6. Coroa da vida: designa a salvação eterna prometida aos cristãos


que arriscam sua vida para seguir Cristo.. 289

A Pérgamo (2.12-17)
1. Pérgamo: capital oficial da província.
2. Centro de adoração ao imperador na Ásia.
3. Atrás um monte (350m) coberto de templos e altares (Hera,
Demetra, etc.).
4. O altar monumental da cidade alta talvez não servisse apenas a
Zeus, mas sim a todos os deuses.
5. Há também um templo dedicado a Atena na cidade alta.
6. Templos dedicados aos imperadores.
7. Desde 29 a.C. Augusto autorizou os asiatas a construir um templo
consagrado à deusa Roma e à sua própria pessoa.
8. A cidade demonstra um exemplo de devoção ao imperador. 290

A Pérgamo (2.12-17)
1. V.12: espada afiada prepara para a ameaça no v. 16.
2. Instrumento de julgamento contra os hereges.
3. Ela se contrapõe à “espada” do governador, com direito de
execução (lei da espada).
a) Poder sobre a vida e a morte.

291

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A Pérgamo (2.12-17)
1. Trono de Satanás. Pérgamo é particularmente satânica: o trono é,
no Apocalipse, o símbolo do exercício de um poder ou de uma
autoridade.
2. Tribunal do governador romano.
a) Autoridades: exigiam a proclamação “César é Senhor”
b) Cristãos: proclamavam “Jesus é Senhor”.
3. Satanás é instigador das medidas tomadas contra os cristãos pelas
autoridades locais.
4. Eles permanecem firmes, ainda nos dias de Antipas (bispo de
Pérgamo nos tempos de Domiciano).
a) A atividade de Satanás conseguir que ele fosse condenado e 292

morto à espada pelo procônsul romano.

A Pérgamo (2.12-17)
1. Doutrina de Balaão (bala’ “devorar”, ‘am “povo”); Nicolau (nike,
laós, “conquistador do povo”). Interessante, mas improvável.
2. Procuravam convencer os cristãos a aceitar os costumes pagãos
para evitar perseguição.
3. Havia uma tendência de afrouxar as exigências de At 15.20, 29,
como uma carta morta, incluindo as que proibiam comer carne
sacrificada a ídolos e a realização de casamentos proibidos pela lei
de Israel (Lv 18), mas aprovadas pelos costumes pagãos.
a) Esse afrouxamento teria reduzido as diferenças sociais entre os
cristãos e os seus vizinhos pagãos.
4. Mais possível: algo equivalente a uma participação simbólica nos
cultos pagãos. 293

A Pérgamo (2.12-17)
1. Qual o grau de exclusividade que a fidelidade requer?
2. Quando a assimilação se torna idolatria?
3. Carregar o nome de Cristo, no mundo idólatra, implica uma
obediência que exclui qualquer outro comprometimento.
4. Participar em culto não cristão e não judaico ou associar-se a gentios
de um modo que pareça implicar participação em seu culto.
5. Comer do maná escondido no céu, que seria revelado no fim dos
tempos (2Baruque 29.8, mas – Jo 6.27ss).
6. Psephos: pedra branca que permitia o acolhimento livre nas
assembleias. Admissão para a festa celestial.
7. “Novo nome” – Ap 2.17; 22.4. 294

98
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A Tiatira (2.18-29)
1. Fundada por Seleuco I, em torno de 300 a.C. como cidade de tropas
do exército.
2. Olhos como chama de fogo: capaz de penetrar nos segredos de
todos os corações.
3. Latão: frequentemente símbolo de julgamento.
4. Criticada por permitir que um outro rival do ensino de João esteja
ativo em sua comunidade.
5. Jezabel.
6. Conhece as profundezas de Satanás.
7. Tiatira: conhecida por associações comerciais.
8. Estrela da manhã: os fiéis serão glorificados e imortalizados (22.16).
295

A Sardes (3.1-6)
1. Sardes: seus habitantes se destacavam
pela libertinagem.
2. Adoração de Cibele (Ártemis).
3. V.1: o Jesus ressurreto tem poder sobre
os anjos.
4. Havia muita atividade, mas estava
morta.
5. Cultos formais.
6. Obras (in)perfeitas: não salvam, não
edificam, não ajudam. 296

A Sardes (3.1-6)
1. Imagem do ladrão (Ap 16.15; Mt 24.43; Lc 12.39; 1Ts 5.2;
2Pe 3.10): usada para caracterizar a crise geral do fim.
a) Sê vigilante.
2. A cidade foi capturada 2X: Croesus; Antíoco.
3. Vestes brancas: corpos glorificados que os fiéis receberão
após sua morte ou por ocasião da ressurreição.

297

99
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A Filadélfia (3.7-13)
1. Adoração principal: Dionísio (Baco).
2. V.7. Chave de Davi (Is 22.22): intendente com autoridade
exclusiva sobre o acesso pessoal ao rei.
3. Jesus é o único mediador entre a humanidade e Deus.
4. Por meio de Jesus os cristãos têm acesso a Deus, e ninguém pode
privá-los desse acesso.
5. V.10: a promessa não significa ficar guardado da tribulação, mas
ser guardado no meio dela.
6. V.12. Coluna no templo de Deus: promessa que antecipa a visão
da nova Jerusalém (21.22; 22.3-4). Garantia de segurança
eterna. 298

A Laodiceia (3.14-22)
1. Fundada por Antíoco II (261-246 a.C.) (esposa – Laodice).
2. Conhecida pela renomada escola de medicina.

299

A Laodiceia (3.14-22)
V 15: a escolha da figura da mornidão para caracterizar a
ineficiência ou falta de zelo dos laodicenses pode ter sido sugerida
pelo suprimento de água da cidade, que provinha das fontes
termais de Denizli ao sul, que ainda estava morna depois de correr
por 8km em canos de pedra — diferente da água fria que
refrescava seus vizinhos em Colossos ou da água quente cujas
propriedades terapêuticas eram muito apreciadas pelos
habitantes de Hierápolis.

300

100
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A Laodiceia (3.14-22)
1. Acumulavam riqueza material.
2. A verdadeira suficiência de uma igreja precisa
vir de Deus (2Co 3.5), que é o único que supre
riquezas, vestimentas e saúde espirituais.
3. V.18: exortados a testemunhar sua fé cristã,
ainda que este testemunho acarrete rejeição
social e, possivelmente, hostilidade, acusação
diante das autoridades e morte.
4. Manufatura de mantos de lã preta chamados
laodicia (cobrir a vergonhosa nudez). 301

A Laodiceia (3.14-22)
Famoso pó da “Pedra da Frígia” usado pela escola de medicina.

302

A Laodiceia (3.14-22)
1. V.21: na época os cristãos constituíam o reino de Deus.
a) Eles reconheciam o governo de Deus.
b) Na nova era, eles participariam deste governo sobre a nova
criação (2.26-27; 5.10; 22.5).
2. A vitória deles, como a de Jesus, é conquistada por meio do
sofrimento e da morte (5.5,6; 12.11); os que sofrem com ele reinam
com ele (2Tm 2.12).
3. A mesma promessa feita com outras palavras para Tiatira (2.26-28).

303

101
16/02/2024

Atualização
1. V.22: o que o Espírito diz às igrejas.
2. A outras igrejas além das sete, sendo as sete, sem dúvida,
representantes de todas; e, com as devidas adaptações, às igrejas
do século XXI tão claramente quanto às do século I.

304

Visões de uma Viagem Celestial

Prof. Me. Sandro


Pereira 305

Símbolos e suas mensagens. Numéricos:


7 O número perfeito para o judeu, plenitude, abrangência completa.

12 12 foram os filhos de Jacó; 12 Tribos; 12 apóstolos. Seus múltiplos: 24 a


soma deles; 144 mil o quadrado exponencial de 12.

Número infinito; incontável; multidão. Quando dimensionado, indica


1000
tempos no calendário divino (1260 dias, 3 anos e meio) com relação ao AT

Símbolo da finitude humana, diante da infinitude divina que é representada


6 pelo 7. Representa a pecaminosidade humana que nunca pode alcançar a
divindade. Em seu grau máximo é o 666.

102
16/02/2024

Disposição Cronológica dos Juízos

Sete selos
1 2 3 4 5 6 Sete trombetas
1 2 3 4 5 6 Sete taças
1 2 3 4 5 6 7

307

Os símbolos
1) O trono de Deus (4.1-11): a palavra trono ocorre mais
de 40 vezes; revela a presença, o poder e a grandeza de
Deus;
2) De Seu trono, Deus gera a ação libertadora dos povos.

308

Os símbolos
1) Ali se celebra o juízo do mundo e a grande Liturgia da
vitória.
2) A imagem do trono é tomada do AT (Is 6.1; Ez 1.26-28).

309

103
16/02/2024

O rolo com sete selos (4.1-8.5)


1. “Depois disso”: separa a epifania da visão seguinte.
2. A corte celestial (4.1-11):
a) Visão ligada à do livro e do Cordeiro (5.1-14).
b) Juntas apresentam os sete selos (6.1-8.5).
3. Precedentes: Is 6 Ez 1.
4. Analogias: 1Henoc 14 e 71; 2Henoc 20-21; Ap Abr 18.1.
5. “Sobe até aqui”: jornada celestial ou viagem ao céu.
6. 4.3: a auréola, a luz que, de acordo com a concepção
comum, circundava os seres divinos. 310

A corte celestial 4.1-11


1) Anciãos: influenciado pela prática da Corte Romana.
2) Quatro criaturas viventes: Is 6; Ez 1. (Irineu – Evangelistas).
3) Representantes da criação.
4) 4.10: um ato de reverência que:
a) Originou-se na Pérsia;
b) Incorporado na cerimônia do culto ao soberano nos
reinos helenísticos;
c) Culto ao Imperador romano;
d) Aqui representa a Igreja. 311

Os símbolos
1) O Livro (rolo) do Cordeiro (5.6-12): representa a história, a
vida.
2) Está lacrado com 7 selos: significa que não
compreendemos o sentido.
3) Livro do destino: registra os acontecimentos do final dos
tempos (Dn 10.21; 1 Henoc 81.1-3).
4) O Cordeiro é um Cordeiro degolado, mas em pé; é Jesus
morto e ressuscitado.

312

104
16/02/2024

O Livro e o Cordeiro (5.1-14)


1. O Cordeiro é o Servo de Deus e Senhor da história, que desata
os selos e nos revela o sentido da vida e da história.
2. Romper os selos: iniciar os acontecimentos do final dos
tempos.
a) Ele vai julgar a Terra e governa-la como soberano universal.
b) O Cordeiro finalmente irá restaurar a terra ao seu estado
paradisíaco original.
3. V. 11-14: as aclamações de grande número de seres e o ato de
prostração dos anciãos lembram as honras ao Imperador
romano.
a) Conflito entre o domínio de Deus e o domínio de César.
313

Os símbolos
1) Os 4 cavaleiros (6.1-8):
2) Ponto de partida simbólico Zc 1.8-11; 6.1-6:
a) Branco (arco): Jesus, o vencedor da morte;
b) Vermelho (espada): violência e guerra;
c) Preto (balança): o comércio da fome;
d) Verde (caveira): pestes e enfermidades.

314

Quatro selos (6.1-8)


1. Selos: descrevem o futuro escatológico iminente.
a) Acontecimentos passados e contemporâneos parecem
fornecer imagens para descrever esse futuro.
2. Temas principais: perseguição aos fiéis, o julgamento de
seus adversários, e a salvação dos fiéis.

315

105
16/02/2024

Quatro selos (6.1-8)


Cavalo branco: símbolo de vitória. Militarismo triunfante.

316

Quatro selos (6.1-8)


1. Vermelho: guerra. A uma falsa paz segue-se um período de
guerra, de violência e destruição, com imenso
derramamento de sangue. A espada elimina a paz e leva os
homens a lutar entre si.

317

Quatro selos (6.1-8)


1. Negro: associado à morte (por carestia, fome).
2. A paz é seguida de guerra, a guerra é seguida de fome.
Mas, à fome segue-se a morte.
a) Um denário comprava 8 a 16 mais grãos que o
mencionado. Abundância de vinho e azeite.

318

106
16/02/2024

Quatro selos (6.1-8)


Devido à falta de cereais e à superabundância de vinho,
Domiciano emitiu um édito [...] que nenhuma vinha nova
deveria ser plantada na Itália, e que a metade das vinhas
nas províncias deveria ser destruída (Beacon, p. 444).

319

Quatro selos (6.1-8)


1. Cavalo esverdeado, amarelo (chloros): medo ou doença.
2. Trata-se de grande mortandade.
3. Hades: um deus grego, Senhor do mundo inferior.
4. Mas, há um limite para o estrago do ceifeiro – a quarta
parte da terra. O tempo de julgamento final ainda não havia
chegado.

320

Os símbolos
1) Decapitados pela Palavra (6.9-11): representam as
realidades que enfrentam as comunidades de Apocalipse.
2) Sofrem a perseguição e o martírio por dar testemunho de
fidelidade a Jesus e a sua Palavra.

321

107
16/02/2024

Quinto e sexto selos (6.9-11)


1. Prediz a execução no contexto da perseguição como uma das
aflições do final dos tempos.
2. V.11: vestes brancas = corpo glorificado.
3. As calamidades do final dos tempos são entendidas como
uma punição das pessoas que perseguiram os seguidores do
Cordeiro.
4. 5º: perseguição dos fiéis.
5. 6º: punição dos perseguidores.
6. Terceiro tema principal: a salvação dos seguidores do
Cordeiro.
322

7. As vítimas do martírio são, na verdade, vencedores.

Quinto e sexto selos (6.12-17)


1. A intervenção escatológica de Deus é evocada com imagens
de convulsões cósmicas que determinam uma mudança
radical:
a) A catástrofe (kata-strofé) é uma inversão que produz
uma novidade absoluta.
b) Não é uma ameaça nem uma previsão de desastres
naturais terríveis, mas usa a linguagem tradicional para
apresentar a obra decisiva da salvação.
c) O dia do Senhor, o definitivo, anunciado e esperado pelos
profetas, veio com o evento decisivo da morte e
323

ressurreição do Cristo.

Os símbolos
1) Os 144.000 selados – com anel sinete (7.1-8): número
completo, a totalidade de um povo, aqueles que serão
salvos – 12 (tribos) x 12 (apóstolos) x 1000 (grande
quantidade) (multidão grande e completa – Beacon).
a) Trata-se de um censo para realizar o novo Êxodo (na
noite da Páscoa as casas foram seladas para serem
reconhecidas (Êx 12.7-14).
b) O exército do Cordeiro para lutar contra o mal.
c) Levam o nome de Deus, seu selo e marca, porque são
dEle e porque Deus lhes deu o Seu Nome. 324

d) O nome de Deus protege seu povo (Sf 3.12-13; Jl 3.5).

108
16/02/2024

144 mil selados (7.1-8)


1. Marcação simbólica (Ez 9).
2. O ato de selar não simboliza proteção “da” morte, mas
proteção “na” morte ou “através dela”.
3. Os números não são literais.
4. O uso de números (12) refere a um grupo limitado.
5. Aparentemente o AT descreve Dã como idólatra (Jz 18; 1Rs
12.28-30).
6. Test12Patr: o príncipe de Dã é Satanás (TestDan5.6).
7. Base da tradição cristã de que o anticristo viria desta tribo
(Irineu, Adv. Haer. 5.30.3), com base em Jr 8.16 (LXX). 325

A salvação de uma multidão (7.9-17)


1. Aqueles selados, serão poupados.
2. 1º. Grupo: meticulosamente numerado. O 2º. é
inumerável.
3. Primeiro: grupo seleto dentro de um grupo maior.
4. Segundo grupo: todos os fiéis que são leais até o fim.
5. V.14: a grande tribulação é a crise do final dos tempos,
que implica perseguição dos fiéis (1.9; 3.10).
6. Metáforas para expressar a salvação: a satisfação das
necessidades físicas e emocionais simboliza a realização
da pessoa toda. 326

Os símbolos
1) Os 7 anjos (8.1-11.15): quando se fala em enviado,
temos que descobrir a mensagem que ele deve entregar.
a) A mensagem é mais importante que os mensageiros.
2) Apocalipse menciona anjos 67 vezes. Seu ofício:
transmitir a mensagem, a revelação de Deus e executar
as suas ordens.
3) Podem representar o próprio Cristo (1.1; 10.1), ou as
forças históricas e naturais da vida para glorificar a Deus
(5.11ss) e executar o seu Projeto Histórico (7.1; 8.2).
327

109
16/02/2024

O 7º. Selo a visão de um anjo (8.1-5)


1. 7º. Selo: transição para a próxima série de visões, 7
trombetas (8.2-11.19).
2. A série de trombetas é incluída na série de acontecimentos
produzidas pela “deslacração” do livro.
3. Silêncio: tempo de expectativa.
4. O lançamento de fogo sobre a terra sugere a resposta
divina ao apelo dos fiéis.

328

As sete trombetas (8.2-11.19)


1. O tratamento dos cristãos por parte de Roma é análogo à
escravização dos israelitas no Egito.
2. O juízo escatológico de Deus será como as pragas sobre a
terra e o povo do Egito.
3. Quatro primeiras: como os quatro selos, elas afetam o
cosmo como um todo.
4. V.7: lembra a sétima praga contra os egípcios.
5. V.8: lembra a primeira.
6. V.12: lembra a nona. Próxima de Am 8.9; Jl 3.15.
329

A quinta e a sexta trombetas (8.13-9.21)


1. As últimas três trombetas afetam mais diretamente a
humanidade.
2. 9.1: os pagãos acreditavam que as estrelas eram seres
divinos; os judeus as identificavam com anjos.
3. A queda deste anjo lembra os mitos dos anjos caídos e a
rebelião de Satanás.
4. 1Henoc 86.1: uma estrela caiu do céu. Referência ao
primeiro anjo caído.

330

110
16/02/2024

A quinta e a sexta trombetas (8.13-9.21)


1. Gafanhotos: oitava praga contra os egípcios.
2. Gafanhotos transformados em criaturas demoníacas com
caudas como escorpiões (vv.3.5.10).
3. Abaddon: o líder dos gafanhotos demoníacos não é
Satanás, mas o mundo inferior personificado
(Destruidor)

331

A quinta e a sexta trombetas (8.13-9.21)


1. 9.13-14: Eufrates. Fronteira oriental do Império Romano.

332

Os símbolos
1) O livro doce e amargo (10.1-11): Evangelho de Jesus – é
necessário aceitar e fazê-lo conhecido.
a) O livro da vida e da história (5.1);
b) Os livros das obras pessoais (20.12);
c) O livro profético (Apocalipse), que devemos escutar e
praticar (1.3.11; 22.18-19).

333

111
16/02/2024

Os símbolos
1) As duas testemunhas (11.1-13):
a) Moisés e Elias: anunciam o tema do juízo que
começa nos capítulos seguintes (Ml 3.22-23);
b) Pedro e Paulo: apóstolos martirizados que
representam o novo povo de Deus. O Reino chegou e
é necessário profetizar e dar testemunho.

334

As duas testemunhas (11)


1. A atividade das testemunhas lembra Elias (1Rs 17-18).
2. Faz uma alusão a Moisés (Ex 7-11).
3. A besta que vem do abismo reaparece em 13.1ss e 17.3ss.
4. Império Romano que persegue os cristãos.
5. Anticristo imperial no final dos tempos.
6. O poder e a malignidade do império perseguidor estão
finalmente incorporados e maximizados.

335

Os símbolos
1) A mulher e a serpente (12.1-18):
a) Mulher:
A. Verdadeiro Israel: que coopera nos planos de Deus;
B. Igreja: perseguida que vive alimentada da Palavra de
Deus
C. Maria: que dá a luz a Jesus.
b) Dragão: é a “antiga serpente” (12.9).
c) O poder do mal, da morte, as instituições que impedem a
vida. Naquela época era o Império Romano, seus
imperadores. 336

112
16/02/2024

A Mulher, o Filho e o Dragão 12.1-17


1. Mulher: não é um ser humano individual, mas a
contraparte celeste de uma comunidade terrena.
2. Verdadeiro Israel; Igreja perseguida.
a) Fuga da família de Jesus para o Egito.
b) Fuga: igreja palestina em 66 d.C. para Pela.
3. 12.7-12: queda de Satanás.
a) A vitória de Cristo e a derrota de Satanás são celebradas
no grito triunfal dos v.10-12.
b) A queda significa uma intensificação de sua atividade
sobre a terra, durante o intervalo antes de ele ser 337

Visões de uma Viagem Celestial

Prof. Me. Sandro Pereira 338

A besta que sai do mar (13.1-10)


1. (v.1) no nível histórico: Império Romano (17.18).
2. Vindo do mar: as viagens eram feitas de barco.
3. Sete colinas de Roma (17.9-12); 7 imperadores romanos.
4. Ap 13.2,4: avaliação dos cristãos a respeito de Nero.

339

113
16/02/2024

A besta que sai do mar (13.1-10)


1. (v.3): 09.06.68 d.C. Nero comete suicídio depois de ser
deposto pelo Senado.
2. Cura da ferida mortal: Nero redivivus.
3. (v.7): morte física, mas a vitória final será dos santos.
4. Adversário escatológico (anticristo).

340

A besta que sai da terra (13.11-18)


1. Trindade perversa.
2. Falso profeta: não é nem judeu nem cristão.
3. Agente do Império Romano que exerce um papel importante
no culto imperial.
4. Culto imperial: cidades da Ásia cujo propósito era promover
o culto ao imperador e à deusa Roma.

341

A besta que sai da terra (13.11-18)


1. A adoração imperial que já era fomentada na província da
Ásia se espalharia pelo mundo.
2. A intensificação final da perseguição imperial seria
acompanhada de pressão mundial de todo tipo, psicológica
e econômica, para que se adorasse a César.

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A besta que sai da terra (13.11-18)


1. Trajano (98-117 d.C.): pessoas acusadas de serem cristãos
que negavam ser, eram instadas a invocar os deuses, adorar
a imagem de Trajano e amaldiçoar a Cristo.
2. Marca: provavelmente uma alusão a moedas com a
imagem, nome e insígnia do imperador.
3. (666): a soma pode ser uma alusão a Nero César.

343

O Cordeiro e os 144 mil (14.1-5)


Pessoas que perderam sua vida por causa de sua fé e serão
recompensadas mediante a participação na primeira
ressurreição (20.4-6).

344

Colheita e vindima (14.14-20)


1. Julgamento divino sobre a terra.
2. A cidade: alusão à Babilônia (Roma).
3. Pisar o lagar é uma imagem do julgamento na forma de
uma batalha.

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As sete taças (15.1-16.21)


1. Os 7 selos e as 7 trombetas retrataram aspectos diferentes
do julgamento de Deus efetuado por Cristo.
2. As 7 taças são semelhantes, mas a ira de Deus não será
mais parcial ou temporária, mas completa e permanente.
3. A condenação divina é definitiva e irrevogável.

346

As sete taças (15.1-16.21)


1. 7 taças: juízos do Cordeiro que atingem a terra,
principalmente as pessoas que receberam a marca da
besta.
2. Quem dá honra ao imperador, em vez de adorar a Deus.
3. Acontecimentos do final dos tempos em uma perspectiva
diferente dos selos e trombetas.
4. Juízo sobre a terra e os perversos.

347

As sete taças (15.1-16.21)


1. Deus libertou os israelitas do Egito; os cristãos serão
libertos do poder de Roma e vindicados (5-7).
2. 10-21: as últimas três pragas são unificadas por suas
conotações históricas e políticas comuns.
3. Combina imagens militares e demoníacas.
4. Reis do Oriente: partos.
5. Babilônia, todas as cidades dos gentios, caiu.

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As sete taças (15.1-16.21)


1. Temas principais do apocalipse:
a) A perseguição (16.4-7);
b) o julgamento (16.19);
c) e a salvação (19.1-10).

349

As sete taças (15.1-16.21)


1. O “anticristo” é moldado com base no imperador Nero e
nas lendas associadas a ele.
2. Nero existiu, não existe, e está para subir.
3. 7 cabeças: 7 montes, 7 imperadores romanos.

350

As sete taças (15.1-16.21)


1. Ainda que João provavelmente tenha ligado os
acontecimentos escatológicos a acontecimentos históricos
especificamente esperados, ele o faz de tal modo que sua
visão do presente e o futuro também seja aplicável a outras
situações.

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Visões das últimas coisas (19.11-22.21)


1. 19.11-16: epifania do Cristo exaltado como juiz do mundo.
2. Última batalha antes do reinado de mil anos de Cristo.
3. O acorrentamento ocorre nos últimos dias.
4. O cap. 12 descreveu a derrota de Satanás no céu; aqui
temos a derrota final (20.7-10).

352

Visões das últimas coisas (19.11-22.21)


1. Mil anos: é provável que este domínio deva ser entendido
como um reinado messiânico.
2. Não é dito que a terra é o lugar em que eles reinam.
3. A terra desfruta de um abençoado repouso durante esse
período do acorrentamento de Satanás (v.3).
4. A prisão de Satanás é uma restrição para o mal, mas não o
extirpa.

353

Visões das últimas coisas (19.11-22.21)


1. Como Papias, Justino, Tertuliano e Lactâncio, também
Irineu crê que, após o sexto milênio da criação, o Senhor
reinará na terra com os justos ressuscitados, durante mil
anos. Depois virão o juízo universal e o Reino eterno (Irineu,
Adv. Haer. 5.35,1, Nota 145 – O reino dos justos).

354

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Visões das últimas coisas (19.11-22.21)


“Todas estas profecias se referem, sem contestação, à
ressurreição dos justos, que se realizará depois do advento do
Anticristo e da eliminação de todas as nações submetidas à
sua autoridade, quando os justos reinarão sobre a terra,
aumentarão pela aparição do Senhor e se acostumarão, por
ele, a participar da glória do Pai e, com os santos anjos,
participarão da vida, da comunhão e da unidade espirituais,
neste reino”.
(Irineu, Adv. Haer. 5.35,1)
355

Visões das últimas coisas (19.11-22.21)


“Todas estas coisas [...] se referem aos tempos do reino,
quando a terra será renovada por Cristo e Jerusalém será
reconstruída conforme o modelo da Jerusalém do alto. [...] E é
esta mesma que João, no Apocalipse, viu descer a uma terra
nova.[...] então ele descreve a ressurreição e o juízo universais.
[...] E tudo isto não pode ser interpretado alegoricamente, mas
se deve crer tudo verdadeiro, certo e real, realizado por Deus
para a alegria dos homens justos”.
(Irineu, Adv. Haer. 5.35,2)
356

Visões das últimas coisas (19.11-22.21)


“Por isso João previu de forma precisa a primeira ressurreição,
que é a dos justos, e a herança da terra que se deve realizar no
reino, de pleno acordo com o que os profetas já tinham
profetizado acerca desta ressurreição. [...] a consumação deste
mundo realizar-se-á no sexto dia, isto é, no sexto milênio”.
(Irineu, Adv. Haer. 5.36,3)

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Visões das últimas coisas (19.11-22.21)


1. 20.11-15: o juízo final. Deus destrói a primeira criação.
2. 21.1-8: concentra-se na salvação.
3. 22.3: reversão das maldições de Gn 3.14-19.

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Visões das últimas coisas (19.11-22.21)


1. 22.14: as pessoas que lavaram suas vestes são as que
vieram da grande tribulação e alvejaram suas vestes no
sangue do Cordeiro.
2. Embora todos os crentes sejam salvos pelo sangue do
Cordeiro (1.5), são declarados felizes especialmente
aqueles que morreram pela fé (12.11).

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