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BIBLIOLOGIA

AULA 1
Aldery Rocha Júnior - Instituto Bíblico Roccastel
Não reconhecido pelo MEC


Bibliologia – Roccastel – Aldery Rocha Júnior 1

A importância de estudar Bibliologia.
Para estudarmos as revelações da Palavra de Deus, precisamos estudar a razão e o motivo pela
qual ela foi escrita.

Esse pensamento é o caminho correto para ser aplicado em todas as áreas da nossa vida e
ministério. Não tenha medo de perguntar o porquê e de muito menos ensinar as razões, caso
contrário, passará um espírito de legalismo autoritário e perderá a razão lógica.

Estudar Bibliologia é estudar o que está por detrás da Bíblia e quem o motivo da sua existência.

A Palavra de Deus de forma escrita.


Existem algumas doutrinas que o Pentateuco se transmitiu de forma oral porque não existia a
escrita na era de Adão. O que é errado.

Essa linha de pensamento é baseada nas linhas de evolução. Esse pensamento darwiniano não é
compatível com a Bíblia por duas razões:

1. Em Gn 4 já se descreve uma cultura de conhecimento avançado, trabalhando com química,


música e construção. Para tudo isso é necessária a escrita.

2. Deus inspira ao escritor, neste caso, a teoria de que Moisés seja o autor do Pentateuco, sendo a
mais aceita, indica que a história começou a ser contada no momento em que Deus falou os
detalhes a Moisés no monte, e não contada oralmente através dos 2500 anos antes da era
Mosaica.

A bíblia foi escrita por judeus.


O AT foi escrito em hebreu, significa “do outro lado do rio” pela seguinte razão: “Abrão, o hebreu”
traduzido por “Abrão, o que atravessou o rio” em Gn 14:13.

Sendo uma texto escrito por uma cultura, é lógico afirmar que a Bíblia é será somente o texto
escrito em seus textos originais, sendo o resto meras traduções com intervenção da consciência
e conhecimento do tradutor.

Os textos originais da Bíblia, foram escritos com a intenção de serem lidos pelo público da própria
cultura, ou seja, judeus falando a judeus em um idioma local. Por isso, devemos ter esta
informação sempre presente, pois somos estudantes forasteiros tentando explicar
acontecimentos registrados por outra cultura.

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Figura 1 Textos escritos por judeus para judeus no idioma local.

Os manuscritos.
Os textos originais foram escritos em chamados manuscritos. Em classificação de autor existem 2
tipos de manuscritos:

1. Autógrafos. Originais escritos pelo autor do texto.


2. Cópias. Criado por grupos de homens treinados chamados de copistas, para copiar os
autógrafos para a sua posteridade.

Os manuscritos, quando achados, eram datados pelos detalhes apresentados neles. Método
básico para datar um manuscrito nos séculos:

II – Textos em Pergaminhos, pois a invenção do papel ainda não tinha chegado na Europa.

IV – Divisão em seções chamado Kephalaia.

VI – Palavras ligadas entre si com pouca pontuação.

VII – Começaram a usar espaços e signos de pontuação como vírgulas, acentos, etc

X – Textos em Papel, pois já era comum.

XVI – Textos com Vogais no hebraico publicado por Ário Montano

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Figura 2 Guardião de um manuscrito do Pentateuco na Palestina.

Os textos do Antigo Testamento.



Figura 3 Texto hebraico clássico.

Os textos do Antigo Testamento foram escritos em hebraico. Mas não devemos esquecer que o
idioma passou por evoluções ao longo da história.

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Figura 4 Texto hebraico antigo.

Depois de os judeus retornarem do exílio babilônico, em 537 AEC, eles adotaram um novo estilo
de escrita que usava letras quadradas, aprendido em Babilônia. Esta grande mudança trouxe
consigo o problema inerente de que certas letras de aspecto similar podiam ser confundidas uma
com a outra. Visto que o hebraico é uma língua baseada em consoantes, às quais o leitor
acrescenta os sons vocálicos segundo o seu entendimento do contexto, a troca de uma consoante
podia facilmente alterar o sentido duma palavra. Na maioria dos casos, porém, esses erros teriam
sido descobertos e corrigidos.

A partir do século I, escribas em Jerusalém tentaram produzir um texto padrão, pelo qual todos os
outros rolos das Escrituras Hebraicas pudessem ser corrigidos. Todavia, não havia nenhum sistema
específico para diferenciar um texto original dos manuscritos que continham erros de copista. A
partir do século II, o texto consonantal das Escrituras Hebraicas parece ter ficado bastante
padronizado, embora ainda não especificado como autoridade. As citações das Escrituras
Hebraicas que constam no Talmude (compilado entre o século I e VI) indicam com muita
freqüência uma fonte diferente daquela que mais tarde ficou conhecida como o texto
MASSORÉTICO.

A palavra hebraica para “tradição” é ma·soh·ráh ou ma·só·reth.

Depois do século VI, os guardiões da tradição e de copiar com exatidão as Escrituras Hebraicas
passaram a ser conhecidos como massoretas. As cópias que produziram são chamadas de textos
massoréticos.

As escritas no hebraico antigo.

• Começando com Moisés no ano 1500 a.D. aprox.


• Sem vogais e parafraseando.

Texto após exílio.

• As letras foram mudadas, ficaram mais quadradas.


• Se padronizou criando vogais e signos de pontuação.

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Textos antigos Saída do exílio Padronização
Exílio e contato
com o Aramaico com novo estilo dos textos.
CLASSICOS
de escritura MASSORÉTICO

O hebraico tinha deixado de ser a língua nacional, já não mais era falada. Portanto, o próprio
entendimento do texto bíblico consonantal estava em perigo. A fim de protegê-lo, os massoretas
desenvolveram um sistema de pontuação e de vogais representadas por pontos e traços, também
chamados de sinais. Eram colocados acima e abaixo das consoantes dando início aos TEXTOS
MASSORÉTICOS modernos.

Por essa razão, hoje temos 2 principais textos originais do Velho Testamento: O texto antigo
clássico e o texto massorético.


Figura 5 Texto hebraico massorético com vogais.

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Figura 6 Evolução das letras hebraicas

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Os textos do Novo Testamento.
Em comparação com o VT, que tem poucas cópias, o que o faz mais confiável e legítimo, o NT
possui milhares de cópias descobertas ao longo dos séculos.

• 5.366 cópias em Grego


• 10.000 cópias em Latim
• 9.300 cópias em outras línguas

Os manuscritos em Grego são os mais importantes por serem na língua original.

Por serem milhares, as suas classificações são muitas, por isso falaremos de alguns CODEXs, que
são códices, ou livros em latim.

Texto Receptus.


Figura 7 Capa de uma das Publicações do Texto Receptus.

• É uma compilação dos textos dos manuscritos no Novo Testamento para compor um único
texto.
• O primeiro em fazer esta compilação foi o teólogo, padre católico, intelectual, filósofo,
humanista e estudioso Erasmo de Roterdão em 1516 d.C.
o Roterdão 1516 d.C.
o Estienne 1550 d.C.
o Elzevirs 1633 d.C.
• Entre a 1ª e a 3ª edição do Receptus existem somente 300 palavras diferentes, um 0,002%
do texto.

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• Conhecido como Majoritário ou Recebido. Também Texto Bizantino.
• Pela série de compilações e impressões dos manuscritos em grego do NT.
• As compilações foram de manuscritos de 312 – 1453 d.C
• Como foi usado pela igreja Grega, também ficou conhecido como Bizantino, que era o
império que deu continuidade ao Romano.
• Depois dos 27 livros do NT terem sido canonizados, se levantou a CRÍTICA MODERNA.
• O Texto Receptus se baseia nos manuscritos mais antigos.
• Tem este nome pelos irmãos Bonnaventura e Abraão Elzevir que escreveram no prefácio
em 1633: “Textum ergo habes nunc ab omnibus receptum, in quo nihil immutatum aut
corruptum damus”
• Transliterado: Textum ergo habs nuc-abóm-NiBus recheptum. In kuo nili-Mutatum, auto-
corrumtume damus.
o Significa: Tens, portanto, o texto agora recebido por todos, no qual nada
oferecemos de alterado ou corrupto.
o As palavras Textum e Receptum da frase deram origem ao nome: Texto Receptus


Bíblias baseadas no Receptus.
• Willian Tyndale 1526
• Genebra 1588
• King James Bible (Authorized Version de 1611)
• Valera 1569, 1602 TR, 1999
• Lutero 1545 pela TBS – Trinitarian Bible Society
• Almeida 1681/1753 e suas legítimas herdeiras: “Almeida Revista e Reformada” (1847)
“Almeida Revista e Correcta” (1875) “Almeida Revista e Corrigida”.
• A edição 1894 (para Portugal) foi 100% TR.
• ACF – Almeida Corrigida e Revisada, Fiel ao texto original (1995).
• Bíblia de estudo Scofiel – Sociedade Biblica Trinitariana – ACF.

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Texto Crítico.
CRÍTICA MODERNA.
• Um grupo de pessoas que se dedicaram a investigar a origem e autenticidade dos livros da
bíblia, chamados de Crítica Moderna ou Grupo Crítico.
• Pela sua erudição se criaram o direito de corrigir os textos originais, surgindo assim o
TEXTO CRÍTITO.
• Surgiu durante os séculos XIX e XX.
• São baseados nos manuscritos Alexandrinos, os manuscritos mais modernos e alguns
manuscritos datados do século IV.
• Muitos eruditos reconheciam estes manuscritos superiores aos textos do Receptus.
• Nomeados assim por Wescott e Hort em 1881
• Este texto trouxe diferenças no Receptus.
o O Texto Crítico diverge do Textus Receptus 5.337 vezes.
o O texto Critico omite 2.877 palavras nos Evangelhos.
o O Texto Crítico: “Jesus” é omitido 70 vezes e “Cristo”, 29 vezes
o Omite referência ao nascimento virginal, em Lucas 2.33
o Omite referência à deidade de Cristo, em 1 Timóteo 3.16
o Omite referência à deidade de Cristo, em Romanos 14.10 e 12
o Omite referência ao sangue de Cristo, em Colossenses 1.14

Bíblias baseadas no Crítico.


• ARA – Almeida Revista e Atualizada – 1976
• ARC – Almeida Revista e Corrigida
• AR – Almeida Revisada … Melhores Textos – 1995
• NIV – New International Version – 1986
• NVI – Nova Versão Internacional – 1994, 2001
• BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje – 1988
• BBN – Bíblia Boa Nova – 1993
• BV – Bíblia Viva – 1993
• Bíblia Alfalit – 1996;
• Bíblia CEV = Contemporary English Version
• NASB – New American Standard Bible – 1977
• Bíblia Thompson – contemporânea
• Biblia NTLH – Nova Tradução na linguagem de hoje
• Biblia DAKE de Estudo
• Biblia SHEDD
• TNM – Tradução Novo Mundo – 1967 [dos Testemunhas de Jeová]
• Bíblia de Jerusalém-1992
• Vulgata de Jerônimo

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Sempre houve uma cópia das escrituras desde os primeiros séculos.

Mateus 5.18: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um iota ou
um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”.

Isaías 59.21: “Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o Senhor; o meu espírito que está
sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca nem da boca da
tua descendência, nem da boca da descendência da tua descendência, diz o SENHOR, desde agora
e para todo o sempre”.

João 10.35: “Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a Palavra de Deus foi dirigida e a
Escritura não pode ser anulada”.


Figura 8 Codex Alexandrinus. Contem toda a Bíblia. Foi escrito em grego no século V. Guardado hoje na Biblioteca
Britânica. Os evangelhos é do Texto Bizantino, o resto do Texto Alexandrino.


Figura 9 Codez Vaticanus. Escrito no século IV, contem toda a Bíblia e está guardado na Biblioteca do Vaticano. O Antitgo
Testamento é da Septuaginta e o Novo Testamento é Alexandrino.

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Figura 10 Cidex Sinaiticus. Achado em 1844 por Constantino Tischendorf, apesar do achado, duas cestas cheias destes
manuscritos tinham sido usadas na fornalha do mosteiro para aquecer os monges. O Texto se parece ao Vaticanus e
Alexandrinus.

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