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BIBLIOLOGIA

Maxuel Fernandes - Instituto Bíblico O Reino da Graça

Não reconhecido pelo MEC

Bibliologia – O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 2 1


AULA 1
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 2
A importância de estudar Bibliologia.
Tudo Deus faz em formato de livros, até nós.
Sal 139:16 “Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os
dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles”.

Deus escreveu os nossos dias em um livro específico e particular, o que tinha que acontecer, assim
como também o que está acontecendo. Nesse livro estão todos os nossos registros e como
deveria de ser cada decisão segundo a Sua Vontade.

Somos cartas vivas.


2Co 3:2 “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens,
3 sendo manifestos como carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o
Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne do coração”.

Nós somos uma mensagem de Deus para o mundo, e essa mensagem é o nosso coração, que é a
nossa parte mais genuína e não tem como mudar quem você é desde o teu interior.

Por isso, entendamos que a vontade de Deus foi escrita em cartas, assim também a Bíblia, e como
nós temos um propósito, a Bíblia também tem.

Para estudarmos as revelações da Palavra de Deus, precisamos estudar a razão e o motivo pela
qual ela foi escrita.

Esse pensamento é o caminho correto para ser aplicado em todas as áreas da nossa vida e
ministério. Não tenha medo de perguntar o porquê e de muito menos ensinar as razões, caso
contrário, passará um espírito de legalismo autoritário e perderá a razão lógica.

Estudar Bibliologia é estudar o que está por detrás da Bíblia e quem o motivo da sua existência.

A Palavra de Deus de forma escrita.


Existem algumas doutrinas que o Pentateuco se transmitiu de forma oral porque não existia a
escrita na era de Adão. O que é errado.

Essa linha de pensamento é baseada nas linhas de evolução. Esse pensamento darwiniano não é
compatível com a Bíblia por duas razões:

1. Em Gn 4 já se descreve uma cultura de conhecimento avançado, trabalhando com química,


música e construção. Para tudo isso é necessária a escrita.

2. Deus inspira ao escritor, neste caso, a teoria de que Moisés seja o autor do Pentateuco, sendo a
mais aceita, indica que a história começou a ser contada no momento em que Deus falou os

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detalhes a Moisés no monte, e não contada oralmente através dos 2500 anos antes da era
Mosaica.

A bíblia foi escrita por judeus.


O AT foi escrito em hebreu, significa “do outro lado do rio” pela seguinte razão: “Abrão, o hebreu”
traduzido por “Abrão, o que atravessou o rio” em Gn 14:13.

Sendo uma texto escrito por uma cultura, é lógico afirmar que a Bíblia é será somente o texto
escrito em seus textos originais, sendo o resto meras traduções com intervenção da consciência
e conhecimento do tradutor.

Os textos originais da Bíblia, foram escritos com a intenção de serem lidos pelo público da própria
cultura, ou seja, judeus falando a judeus em um idioma local. Por isso, devemos ter esta
informação sempre presente, pois somos estudantes forasteiros tentando explicar
acontecimentos registrados por outra cultura.

Figura 1 Textos escritos por judeus para judeus no idioma local.

Os manuscritos.
Os textos originais foram escritos em chamados manuscritos. Em classificação de autor existem 2
tipos de manuscritos:

1. Autógrafos. Originais escritos pelo autor do texto.


2. Cópias. Criado por grupos de homens treinados chamados de copistas, para copiar os
autógrafos para a sua posteridade.

Os manuscritos, quando achados, eram datados pelos detalhes apresentados neles. Método
básico para datar um manuscrito nos séculos:

II – Textos em Pergaminhos, pois a invenção do papel ainda não tinha chegado na Europa.

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IV – Divisão em seções chamado Kephalaia.

VI – Palavras ligadas entre si com pouca pontuação.

VII – Começaram a usar espaços e signos de pontuação como vírgulas, acentos, etc

X – Textos em Papel, pois já era comum.

XVI – Textos com Vogais no hebraico publicado por Ário Montano

Figura 2 Guardião de um manuscrito do Pentateuco na Palestina.

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AULA 2
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Os textos do Antigo Testamento.

Figura 3 Texto hebraico clássico.

Os textos do Antigo Testamento foram escritos em hebraico. Mas não devemos esquecer que o
idioma passou por evoluções ao longo da história.

Figura 4 Texto hebraico antigo.

Depois de os judeus retornarem do exílio babilônico, em 537 AEC, eles adotaram um novo estilo
de escrita que usava letras quadradas, aprendido em Babilônia. Esta grande mudança trouxe
consigo o problema inerente de que certas letras de aspecto similar podiam ser confundidas uma
com a outra. Visto que o hebraico é uma língua baseada em consoantes, às quais o leitor
acrescenta os sons vocálicos segundo o seu entendimento do contexto, a troca de uma consoante
podia facilmente alterar o sentido duma palavra. Na maioria dos casos, porém, esses erros teriam
sido descobertos e corrigidos.

A partir do século I, escribas em Jerusalém tentaram produzir um texto padrão, pelo qual todos os
outros rolos das Escrituras Hebraicas pudessem ser corrigidos. Todavia, não havia nenhum sistema
específico para diferenciar um texto original dos manuscritos que continham erros de copista. A
partir do século II, o texto consonantal das Escrituras Hebraicas parece ter ficado bastante

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padronizado, embora ainda não especificado como autoridade. As citações das Escrituras
Hebraicas que constam no Talmude (compilado entre o século I e VI) indicam com muita
freqüência uma fonte diferente daquela que mais tarde ficou conhecida como o texto
MASSORÉTICO.

A palavra hebraica para “tradição” é ma·soh·ráh ou ma·só·reth.

Depois do século VI, os guardiões da tradição e de copiar com exatidão as Escrituras Hebraicas
passaram a ser conhecidos como massoretas. As cópias que produziram são chamadas de textos
massoréticos.

As escritas no hebraico antigo.

 Começando com Moisés no ano 1500 a.D. aprox.


 Sem vogais e parafraseando.

Texto após exílio.

 As letras foram mudadas, ficaram mais quadradas.


 Se padronizou criando vogais e signos de pontuação.

Textos antigos Exílio e contato Saída do exílio Padronização


com o Aramaico com novo estilo dos textos.
CLASSICOS
de escritura MASSORÉTICO

O hebraico tinha deixado de ser a língua nacional, já não mais era falada. Portanto, o próprio
entendimento do texto bíblico consonantal estava em perigo. A fim de protegê-lo, os massoretas
desenvolveram um sistema de pontuação e de vogais representadas por pontos e traços, também
chamados de sinais. Eram colocados acima e abaixo das consoantes dando início aos TEXTOS
MASSORÉTICOS modernos.

Por essa razão, hoje temos 2 principais textos originais do Velho Testamento: O texto antigo
clássico e o texto massorético.

Figura 5 Texto hebraico massorético com vogais.

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Figura 6 Evolução das letras hebraicas

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Os textos do Novo Testamento.
Em comparação com o VT, que tem poucas cópias, o que o faz mais confiável e legítimo, o NT
possui milhares de cópias descobertas ao longo dos séculos.

 5.366 cópias em Grego


 10.000 cópias em Latim
 9.300 cópias em outras línguas

Os manuscritos em Grego são os mais importantes por serem na língua original.

Por serem milhares, as suas classificações são muitas, por isso falaremos de alguns CODEXs, que
são códices, ou livros em latim.

Texto Receptus.

Figura 7 Capa de uma das Publicações do Texto Receptus.

 É uma compilação dos textos dos manuscritos no Novo Testamento para compor um único
texto.
 O primeiro em fazer esta compilação foi o teólogo, padre católico, intelectual, filósofo,
humanista e estudioso Erasmo de Roterdão em 1516 d.C.
o Roterdão 1516 d.C.
o Estienne 1550 d.C.
o Elzevirs 1633 d.C.
 Entre a 1ª e a 3ª edição do Receptus existem somente 300 palavras diferentes, um 0,002%
do texto.

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 Conhecido como Majoritário ou Recebido. Também Texto Bizantino.
 Pela série de compilações e impressões dos manuscritos em grego do NT.
 As compilações foram de manuscritos de 312 – 1453 d.C
 Como foi usado pela igreja Grega, também ficou conhecido como Bizantino, que era o
império que deu continuidade ao Romano.
 Depois dos 27 livros do NT terem sido cânonizados, se levantou a CRÍTICA MODERNA.
 O Texto Receptus se baseia nos manuscritos mais antigos.
 Tem este nome pelos irmãos Bonnaventura e Abraão Elzevir que escreveram no prefácio
em 1633: “Textum ergo habes nunc ab omnibus receptum, in quo nihil immutatum aut
corruptum damus”
 Transliterado: Textum ergo habs nuc-abóm-NiBus recheptum. In kuo nili-Mutatum, auto-
corrumtume damus.
o Significa: Tens, portanto, o texto agora recebido por todos, no qual nada
oferecemos de alterado ou corrupto.
o As palavras Textum e Receptum da frase deram origem ao nome: Texto Receptus

Bíblias baseadas no Receptus.


 Willian Tyndale 1526
 Genebra 1588
 King James Bible (Authorized Version de 1611)
 Valera 1569, 1602 TR, 1999
 Lutero 1545 pela TBS – Trinitarian Bible Society
 Almeida 1681/1753 e suas legítimas herdeiras: “Almeida Revista e Reformada” (1847)
“Almeida Revista e Correcta” (1875) “Almeida Revista e Corrigida”.
 A edição 1894 (para Portugal) foi 100% TR.
 ACF – Almeida Corrigida e Revisada, Fiel ao texto original (1995).
 Bíblia de estudo Scofield – Sociedade Biblica Trinitariana – ACF.

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Texto Crítico.
CRÍTICA MODERNA.
 Um grupo de pessoas que se dedicaram a investigar a origem e autenticidade dos livros da
bíblia, chamados de Crítica Moderna ou Grupo Crítico.
 Pela sua erudição se criaram o direito de corrigir os textos originais, surgindo assim o
TEXTO CRÍTITO.
 Surgiu durante os séculos XIX e XX.
 São baseados nos manuscritos Alexandrinos, os manuscritos mais modernos e alguns
manuscritos datados do século IV.
 Muitos eruditos reconheciam estes manuscritos superiores aos textos do Receptus.
 Nomeados assim por Wescott e Hort em 1881
 Este texto trouxe diferenças no Receptus.
o O Texto Crítico diverge do Textus Receptus 5.337 vezes.
o O texto Critico omite 2.877 palavras nos Evangelhos.
o O Texto Crítico: “Jesus” é omitido 70 vezes e “Cristo”, 29 vezes
o Omite referência ao nascimento virginal, em Lucas 2.33
o Omite referência à deidade de Cristo, em 1 Timóteo 3.16
o Omite referência à deidade de Cristo, em Romanos 14.10 e 12
o Omite referência ao sangue de Cristo, em Colossenses 1.14

Bíblias baseadas no Crítico.


 ARA – Almeida Revista e Atualizada – 1976
 ARC – Almeida Revista e Corrigida
 AR – Almeida Revisada … Melhores Textos – 1995
 NIV – New International Version – 1986
 NVI – Nova Versão Internacional – 1994, 2001
 BLH – Bíblia na Linguagem de Hoje – 1988
 BBN – Bíblia Boa Nova – 1993
 BV – Bíblia Viva – 1993
 Bíblia Alfalit – 1996;
 Bíblia CEV = Contemporary English Version
 NASB – New American Standard Bible – 1977
 Bíblia Thompson – contemporânea
 Biblia NTLH – Nova Tradução na linguagem de hoje
 Biblia DAKE de Estudo
 Biblia SHEDD
 TNM – Tradução Novo Mundo – 1967 [dos Testemunhas de Jeová]
 Bíblia de Jerusalém-1992
 Vulgata de Jerônimo

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Sempre houve uma cópia das escrituras desde os primeiros séculos.

Mateus 5.18: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um iota ou
um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”.

Isaías 59.21: “Quanto a mim, esta é a minha aliança com eles, diz o Senhor; o meu espírito que está
sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca nem da boca da
tua descendência, nem da boca da descendência da tua descendência, diz o SENHOR, desde agora
e para todo o sempre”.

João 10.35: “Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a Palavra de Deus foi dirigida e a
Escritura não pode ser anulada”.

Figura 8 Codex Alexandrinus. Contem toda a Bíblia. Foi escrito em grego no século V. Guardado hoje na Biblioteca
Britânica. Os evangelhos é do Texto Bizantino, o resto do Texto Alexandrino.

Figura 9 Codez Vaticanus. Escrito no século IV, contem toda a Bíblia e está guardado na Biblioteca do Vaticano. O Antitgo
Testamento é da Septuaginta e o Novo Testamento é Alexandrino.

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Figura 10 Cidex Sinaiticus. Achado em 1844 por Constantino Tischendorf, apesar do achado, duas cestas cheias destes
manuscritos tinham sido usadas na fornalha do mosteiro para aquecer os monges. O Texto se parece ao Vaticanus e
Alexandrinus.

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AULA 3
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Septuaginta (LXX).
Em resumo, a Septuaginta é uma tradução dos textos hebraicos ao Grego feita por setenta sábios,
por isso o nome Septuaginta. Esta tradução foi realizada aproximadamente 2 séculos antes de
Cristo.

O Rei do Egito Ptolomeu II que reinou do ano 285 a 246 a.C. criou uma Biblioteca em Alexandria, e
pediu uma tradução do Pentateuco dos hebreus. Apesar de serem incertos os detalhes da origem
da Septuaginta, se ensina que foram chamados 70 eruditos e escribas judeus, vieram até o Egito e
fizeram a tradução em 72 dias, no final comparam os trabalhos individuais e comprovaram que as
traduções eram idênticas.

Existem histórias variadas sobre os números exatos dos tradutores, alguns dizem que foram 5 ou 6
tradutores e 70 era o número dos membros do sinédrio que aprovaram a tradução. Independente
dos dados exatos, o resto do Velho Testamento foi traduzido. O que se sabe com clareza é que o
Pentateuco e Salmos foi traduzido em Alexandria.

O interessante foi que no início do cristianismo, a versão da Septuaginta, uma tradução ao grego,
foi a principal versão usada pela Igreja.

Aproximadamente no ano de 380 d.C., Jerónimo começou a tradução da Bíblia ao Latim, chamada
de Vultagata. Ele usou a Septuaginta como base principal de tradução, usando os textos hebraicos
apenas para conferência.

A Septuaginta foi realizada antes da era de Cristo, e a lista de livros (Cânon) incluía: Judite, Tobias,
Macabeus, Baruc e entre outros.

Por esta razão, muitas versões católicas seguem o padrão da Septuaginta. Porque o Cânon
começou a ser reconfigurado no ano 90 d.C., eliminando da lista os mencionados anteriormente.

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Textos do VT
clássico antigo

Septuaginta Textos massoréticos

Vulgata

Traduções católicas Traduções


protestantes

Texto do NT
Crítico
Texto do NT
Receptus
Figura 11 Resumo da Evolução das traduções

Figura 12 Septuaginta (LXX) Versão dos livros do Velho Testamento traduzidos ao Grego 2 séculos antes de Cristo.

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Copistas
Este trabalho sempre considerado sagrado e nunca foi feito sem o máximo nível de excelência. Na
história houveram vários grupos encarregados de tal façanha.

Estes copistas, em hebraico SOFER, por isso também são chamados de soferins, que em portugûes
pode significar escriba (2S 20:25 “Seva era escriba; Zadoque e Abiatar, sacerdotes”) ou escrivão (Jr
36:32 “Tomou, pois, Jeremias outro rolo, e o deu a Baruque, filho de Nerias, o escrivão, o qual
escreveu nele, enquanto Jeremias ditava”).

Esdras era um dos copistas, e um dos melhores. Esd 7:6,11 “este Esdras subiu de Babilônia. E ele
era escriba hábil na lei de Moisés, Esta é, pois, a cópia da carta que o rei Artaxerxes deu a Esdras, o
sacerdote, o escriba instruído nas palavras dos mandamentos do Senhor e dos seus estatutos para
Israel”.

Foi este mesmo Esdras que leu a cópia da Lei de Moisés na praça pública desde o amanhecer até o
meio dia. Ne 8:1-3 “Então todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça diante da porta
das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor
tinha ordenado a Israel. 2 E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de
homens como de mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do
sétimo mês. 3 E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o
meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de
todo o povo estavam atentos ao livro da lei”.

Talmudistas.
Pouco antes da era de Cristo até o século VI homens com judeus preparados e treinados,
chamados de “talmudistas” faziam copias exatas dos manuscritos. Usavam vestes especiais da
cultura e tomavam banho periodicamente durante o seu trabalho para manter a sua pureza diante
de um trabalho tão especial. O rolo e tinta eram especiais e específicos para tal trabalho, contando
até o número de letras por coluna.

Todos eles tinham um grande temor para não cometer nenhum erro, falavam cada palavra em voz
alta antes de escrevê-la porque era considerado pecado escrever alguma coisa de memória.
Existem relatos que com além do banho, oravam para limpar os seus pecados antes de escrever o
nome de Deus.

Por mais cuidadosos que eram, o respeito ao Nome era maior, por isso, se registraram 134
mudanças feitas pelos soferins do nome de Deus (YHVH) para Elohim ou Adhonai. Algo notado e
corrigido pelos massoretas séculos depois e deixando notas de esclarecimento chamadas de
Massorá.

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AULA 4
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Copistas vs Jesus.
 Os soferins eram consagrados para lidar com os rolos das escrituras e estavam ligados ao
sacerdócio.
o Esd 7:6 “”
 Por serem homens sagrados e de grande conhecimento da lei passaram serem conhecidos
como Eruditos ou Doutores da Lei (soferins).
o Lc 5:17 “”
 Os Fariseus eram os líderes da religião. Por isso, os copistas sempre estavam associados a
eles, sendo os talmudistas eram ofendidos se maltratavam os fariseus.
o Lc 11:45 “E, respondendo um dos doutores da lei, disse-lhe: Mestre, quando dizes
isso, também nos afrontas a nós”.
 Os escribas eram chamados de “escribas dos Fariseus”.
o Mc 2:16 “E os escribas e fariseus, vendo-o comer com os publicanos e pecadores,
disseram aos seus discípulos: Por que come e bebe ele com os publicanos e
pecadores?”.
o Lc 5:30 “E os escribas deles, e os fariseus, murmuravam contra os seus discípulos,
dizendo: Por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores?”.
 Os escribas eram chamados de Rabis, por esta razão, tinham tanta autoridade.
o Mt 23:8 “Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso
Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos”.
o Jesus está tirando o título de Rabis deles.
o O copista foi crescendo em sua posição de governo.
 Se tornaram tão poderosos, que, por causa do seu acesso à lei, começaram a acrescentar
regras colocando jugos pesados que nem eles poderiam carregar.
o Mt 23:1-33
o “Vocês dizem e não praticam”. O falar deles era uma lei.
o Instituíam regras que não cumpriam.
o “Aumentam a franja dos mantos”. Se colocavam mais autoridade.
o “Fechais aos homens o Reino dos céus”. A religiosidade que se impregnou no
coração deles estava atrapalhando o acesso a Deus.

Copistas das cartas do NT


Os copistas que copiaram as cartas do nosso Novo Testamento viveram uma situação diferente,
pois eles não cresceram em um ambiente de disciplina e consagração como os soferins, eram
pessoas apaixonadas pelos ensinamentos dos apóstolos que queriam que mais pessoas tivessem
acesso a essas informações.

Era uma mistura de boas vontades e paixão para copiar as cartas sem nenhuma preparação e
treinamento. Por esta razão, as copias do NT se multiplicaram mais que as do VT.

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Erros de copistas.
Existem sim falhas de copistas, mas nenhuma delas interfere com a doutrina ou princípios cristãos,
são somente falhas numéricas em situações que não interferem o contexto.

Exemplo 1
2R 8:26 “Era Acazias de VINTE E DOIS ANOS DE IDADE quando começou a reinar, e reinou um ano
em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Atália, filha de Onri, rei de Israel”.

2Cr 22:2 “Era da IDADE DE QUARENTA E DOIS ANOS, quando começou a reinar, e reinou um ano
em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Atália, filha de Onri”.

Nestas duas passagens acima, vemos um claro erro na idade de 22 e 42. Sendo que o Pai de
Acazias morreu com 40 anos (2Cr 21:20 “Era da idade de trinta e dois anos quando começou a
reinar, e reinou oito anos em Jerusalém; e foi sem deixar de si saudades; e sepultaram-no na
cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis”) tornando impossível o filho de 42 anos ser mais
velho que o Pai de 40. O erro é só numérico.

Todos os manuscritos descobertos até o dia de hoje tem este erro, quando é claro que o copista
mudou a letra MEM (Valor numérico para 40) pelo KAF (valor numérico para 20), e era claro que
estas letras eram muito parecidas desde o hebraico antigo.

Figura 13 Variações da letra KAF (Número 20) no hebraico antigo

Figura 14 Variações da letra MEM (Número 40) no hebraico antigo

Exemplo 2
2R 25:8 “E no quinto mês, no SÉTIMO dia do mês (este era o ano décimo nono de Nabucodonosor,
rei de Babilônia), veio Nebuzaradã, capitão da guarda, servo do rei de Babilônia, a Jerusalém”.

Jr 52:12 “E no quinto mês, no DÉCIMO dia do mês, que era o décimo nono ano do rei
Nabucodonosor, rei de Babilônia, Nebuzaradã, capitão da guarda, que assistia na presença do rei
de Babilônia, veio a Jerusalém”.

Nesta passagem anterior declara uma diferença de 3 dias até chegar na presença do rei. O erro é
só numérico.

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Exemplo 3
2R 25:19 “E da cidade tomou a um oficial, que tinha cargo dos homens de guerra, e a CINCO
homens dos que estavam na presença do rei, e se achavam na cidade, como também ao escrivão-
mor do exército, que registrava o povo da terra para a guerra, e a sessenta homens do povo da
terra, que se achavam na cidade”.

Jr 52:25 “E da cidade tomou a um eunuco que tinha a seu cargo os homens de guerra, e a SETE
homens que estavam próximos à pessoa do rei, que se achavam na cidade, como também o
escrivão-mor do exército, que alistava o povo da terra para a guerra, e a sessenta homens do povo
da terra, que se achavam no meio da cidade”.

Nestas passagens anteriores existe uma diferença de 2 homens que ficam perto do rei. O erro é só
numérico.

Exemplo 4
2R 25:27 “Depois disto sucedeu que, no ano trinta e sete do cativeiro de Joaquim, rei de Judá, no
mês duodécimo, aos VINTE E SETE do mês, Evil-Merodaque, rei de Babilônia, no ano em que reinou,
levantou a cabeça de Joaquim, rei de Judá, tirando-o da casa da prisão”.

Jr 52:31 “Sucedeu, pois, no ano trigésimo sétimo do cativeiro de Jeoiaquim, rei de Judá, no
duodécimo mês, aos VINTE E CINCO dias do mês, que Evil-Merodaque, rei de Babilônia, no primeiro
ano do seu reinado, levantou a cabeça de Jeoiaquim, rei de Judá, e tirou-o do cárcere”.

Nestas passagens anteriores existe uma diferença de 2 dias do mês. O erro é só numérico.

Exemplo 5
Esd 2:1-12 “Estes são os filhos da província, que subiram do cativeiro, dentre os exilados, que
Nabucodonosor, rei de Babilônia, tinha transportado a Babilônia, e tornaram a Jerusalém e a Judá,
cada um para a sua cidade; Os quais vieram com Zorobabel, Jesuá, Neemias, Seraías, Reelaías,
Mardoqueu, Bilsã, Mizpar, Bigvai, Reum e Baaná. O número dos homens do povo de Israel:
Os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois.
Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois.
Os filhos de Ará, SETECENTOS E SETENTA E CINCO.
Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesuá-Joabe, DOIS MIL OITOCENTOS E DOZE.
Os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro.
Os filhos de Zatu, NOVECENTOS E QUARENTA E CINCO.
Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta.
Os filhos de Bani, SEISCENTOS E QUARENTA E DOIS.
Os filhos de Bebai, SEISCENTOS E VINTE E TRÊS.
Os filhos de Azgade, mil duzentos e vinte e dois”.

Ne 7:5-17 “Então o meu Deus me pós no coração que ajuntasse os nobres, os magistrados e o
povo, para registrar as genealogias; e achei o livro da genealogia dos que subiram primeiro e nele

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estava escrito o seguinte: Estes são os filhos da província, que subiram do cativeiro dos exilados,
que transportara Nabucodonosor, rei de Babilônia; e voltaram para Jerusalém e para Judá, cada
um para a sua cidade. Os quais vieram com Zorobabel, Jesuá, Neemias, Azarias, Raamias,
Naamani, Mordecai, Bilsã, Misperete, Bigvai, Neum, e Baana; este é o número dos homens do
povo de Israel.
Foram os filhos de Parós, dois mil, cento e setenta e dois.
Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois.
Os filhos de Ará, SEISCENTOS E CINQÜENTA E DOIS.
Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesuá e de Joabe, DOIS MIL, OITOCENTOS E DEZOITO.
Os filhos de Elão, mil, duzentos e cinqüenta e quatro.
Os filhos de Zatu, OITOCENTOS E QUARENTA E CINCO.
Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta.
Os filhos de Binui, SEISCENTOS E QUARENTA E OITO.
Os filhos de Bebai, SEISCENTOS E VINTE E OITO.
Os filhos de Azgade, dois mil, trezentos e vinte e dois”.

As diferenças das numerações são:

 Os filhos de Arã com 775 para um e 652 em outra.


 Os filhos de Paate-Moabe com 2812 para um e 2818 para outro.
 Os filhos de Zatu com 945 e 845.
 Os filhos de Bani/Binui com 642 e 648.
 Os filhos de Bebai com 623 e 628.

Exemplo 6
2R 25:17 “A altura de uma coluna era de dezoito côvados, e sobre ela havia um capitel de cobre, e
de altura tinha o capitel TRÊS côvados; e a rede e as romãs em redor do capitel, tudo era de cobre;
e semelhante a esta era a outra coluna com a rede”.

Jr 52:22 “E havia sobre ela um capitel de bronze; e a altura do capitel era de CINCO côvados; a rede
e as romãs ao redor do capitel eram de bronze; e semelhante a esta era a segunda coluna, com as
romãs”.

Aqui a diferença é no tamanho do capitel com uma diferença de 2 côvados. Uma vez mais, a
diferença somente numérica.

Exemplo 7
2R 24:8 “Tinha Joaquim DEZOITO anos quando começou a reinar e reinou três meses em
Jerusalém. O nome de sua mãe era Neústa, filha de Elnatã, de Jerusalém”.

2Cr 36:9 “Tinha Joaquim OITO anos quando começou a reinar, e reinou três meses E DEZ DIAS em
Jerusalém; e fez o que era mau aos olhos do Senhor”.

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Nestas duas passagens Joaquim começa a reinar com uma diferença de dez anos comparando
Crônicas e Reis. A confusão na letra que forma o decimal.

Exemplo 8
2S 8:4 “E tomou-lhe Davi MIL E SETECENTOS cavaleiros e vinte mil homens de infantaria; e Davi
jarretou a todos os cavalos dos carros, reservando apenas cavalos para cem carros”.

1Cr 18:4 “E Davi lhe tomou mil carros, SETE MIL cavaleiros e vinte mil homens de infantaria; e
jarretou todos os cavalos dos carros; porém reservou deles para cem carros”.

Este erro de copista é bem claro e se percebe onde foi a confusão trocando os caracteres de lugar.

Exemplo 9
1R 4:26 “Salomão tinha também QUARENTA MIL manjedouras para os cavalos dos seus carros, e
doze mil cavaleiros”.

2Cr 9:25 “Teve também Salomão QUATRO MIL manjedouras para os cavalos de seus carros, doze
mil cavaleiros; e os colocou nas cidades dos carros, e junto ao rei em Jerusalém”.

Novamente um exemplo de erro de copista onde a falha é uma letra decimal.

Exemplo 10
2Cr 2:2 “Designou, pois, Salomão setenta mil homens para servirem de carregadores, e oitenta mil
para cortarem pedras na montanha, e TRÊS MIL E SEISCENTOS inspetores sobre eles”.

1R 5:16 “afora os mestres de obra que estavam sobre aquele serviço, TRÊS MIL E TREZENTOS, os
quais davam as ordens aos trabalhadores”.

O erro do copista de Reis está no número 3300, diferente dos 3600 de Crônicas.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 24


Os erros não interferem na doutrina.
 A pureza da Palavra.
o Sal 119:140 “A tua palavra é muito pura; portanto, o teu servo a ama”.
o Pureza. TSARAF. Refinado, provado, limpado, fundido.

 O Autor não erra.


o Tito 1:2c “... Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos eternos”.
o Deus tem uma natureza: VERDADE.
o A Palavra está selada com a própria natureza de Deus desde antes da existência
do Tempo.

 Dada aos homens de forma perfeita e inspirada.


o 2P 1:21 “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum,
mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”.
o A Palavra não foi exposta porque o homem teve essa ideia. Ela já nasceu no
Espírito Santo.
o 2Tim 3:16 “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar,
para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”.
o Para alguns A Bíblia é só um livro com letras, na realidade é uma ferramenta
espiritual efetiva que te mostra o caminho, te convence do erro, te faz voltar para
o conceito da vontade de Deus e te eleva a ser um ser segundo o coração de Deus.

 Perfeita transmissão.
o Sal 12:6-7 “As palavras do SENHOR são palavras puras, como prata refinada em
fornalha de barro, purificada sete vezes. Tu as guardarás, SENHOR; desta geração
as livrarás para sempre”.
o Deus permitiu que os erros dos copistas passassem, mas nenhum erro que afeta a
doutrina passou por cuidado detalhado de Deus.
o Mat 5:18 “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem
um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido”.
o Deus esteve presente em cada letra de cada cópia, e os erros que passaram e os
que não foram decisão dele.

 As Palavras que Deus falou não falham.


o 1R 8:56 “Bendito seja o Senhor, que deu repouso ao seu povo Israel, segundo tudo
o que disse; não falhou nem sequer uma de todas as boas palavras que falou por
intermédio de Moisés, seu servo”.
o Deus sempre acertou em cada uma das suas palavras inspiradas. Pois os erros são
só de relatório numérico e nunca de ênfase espiritual.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 25


AULA 5
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 26
As Sociedades Bíblicas.
A Históroa das Sociedades Bíblicas.
A Sociedade Bíblica Britânica era uma das principais na época, reunindo ela grupos de diversas
doutrinas, entre eles os Trinitarianos.

A Sociedade Bíblica Britânica deixou entrar nela os Unitarianos, grupo de pensadores que
acreditam que Deus é só a pessoa do Pai, sendo Jesus só um profeta e o Espírito Santo só a
presença de Deus. Esta doutrina é a base das Testemunhas de Jehová e de algumas inclinações dos
Adventistas.

Esta doutrina é parecida com os Unicistas, que acreditam que Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito
Santo são a mesma pessoa em diferentes manifestações, como o gelo, a água e o vapor.
Desacreditando personalidades independentes da Trindade, sendo somente uma pessoa com três
foras diferentes de se apresentar ao homem.

Estas duas doutrinas são completamente contrárias às crenças Trinitarianas, que ensina que Deus
Pai é diferente do Deus Filho e do Deus Espírito Santo, sendo estes três um só Deus e com
personalidades diferentes.

Os Trinitarianos não aceitavam os ensinamentos unitarianos porque negavam a Divindade de


Cristo, algo que não era tolerável. A Sociedade Bíblica Britânica não tinha nenhum posicionamento
nestas brigas internas, pois decidir por um lado traria perdas financeiras.

Foi no dia que os Trinitarianos pediram uma reunião geral para definir de uma vez por todas este
problema, onde por votação se definiriam temas de doutrina. O assunto foi colocado em votação
no dia 5 de maio de 1831, onde a maioria ficou omissa deixando os unitarianos vencer.

Isto provocou a imediata saída dos Trinitarianos da Sociedade Bíblica Britânica, fundando assim a
Sociedade Bíblica Trinitariana, comprometida a manter os fundamentos da Trindade e de usar as
versões Receptus em suas Bíblias.

A Sociedade Bíblica Britânica começou a crescer com a saída dos trinitarianos, onde a unidade iria
cobrar um alto preço por diferenças de ideias. E desde 1946 passou a se chamar de Sociedade
Bíblica Unida, autora de bíblias muito polêmicas e criticadas pela comunidade tradicional.

A Sociedade Bíblica do Brasil surgiu da Sociedade Bíblica Unida com uma visão ecumênica em
1948.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 27


Personagens das Sociedades Bíblicas.
Alguns personagens e líderes importantes da Sociedade Bíblica Unida e da Sociedade Bíblica do
Brasil:

Figura 15 Bruce Metzger, membro do Conselho da Sociedade Bíblia Unida

Bruce Metzger (1914) – Nega a veracidade do livro Gênesis, chama o Antigo Testamento de
“mito”, ensina que o dilúvio foi local, foi editor da Bíblia Revisada Estandar que contém uma
tradução bem liberal e ecumênico. (Ecumênico – Unidade de religiões e crenças).

Figura 16 Carlo Maria Martini, cardeal e arcebispo, participante ativo da Sociedade Bíblica Unida

Carlo Maria Martini (1927) - Um Cardeal e ex-líder da Arquidiocese de Milão. Participante da


organização Católica Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, de onde surge a versão Bíblia
Atualizada, uma das versões mais usadas pelos evangélicos.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 28


Figura 17 Eugene Nida, linguista e tradutor. Criador da Equivalência Dinâmica.

Eugene Nida (1914) - Criador do sistema de tradução: equivalência dinâmica que omite a tradução
literal e traduz a ideia do versículo. Este sistema surgiu pela necessidade de um texto simplificado
para um público com pouco entendimento dos textos, mas tira a veracidade e princípios
espirituais de grande parte da Bíblia. O problema de Eugene foi que ele nega a expiação de Jesus,
ensinando que não é válido o pagamento do pecado feito por Jesus. Afirma que as visitas
angelicais não são literais e que a Bíblia tem falhas por não ser verbalmente inspirada.

Figura 18 Eberhard Nestle, teólogo protestante e criador do Texto Nestle

Eberhard Nestle (1851) – Criador do Texto Nestle, uma versão baseada no modificado texto de
Westcott-Hort e outros.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 29


Figura 19 Robert Bratcher, tradutor da Bíblia em inglês.

Robert Bratcher (1920) – Traduziu a Bíblia Today’s English Version, considerada uma das piores
traduções do inglês. A versão inpirou os criadores da NTLH no Brasil. Fez as seguintes declarações:

 “Jesus não é a mesma personalidade que Deus”.


 “Se construirmos nossa fé totalmente na Bíblia, então estamos construindo nossa fé sobre
areia movediça”.
 Não quis responder quando lhe perguntaram se conheceu a Jesus como Senhor e
Salvador.
 “O Bratcher sempre teve dificuldade em crer na divindade de Cristo e na eternidade da
salvação do crente. Exibia sua opinião que o crente pode perder a salvação. Um verdadeiro
herege, segundo a opinião dos ortodoxos” (A Bíblia Traída, Dr. Aníbal Pereira Reis, pág.
130).

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 30


Sociedade Bíblica
Britânica

Sociedade Sociedade Bíblica


Bíblica Britânica Trinitariana

Outras
Sociedades
Sociedade Bíblica
Unida

Outras
Sociedades
Sociedade Bíblica
do Brasil

Figura 20 Evolução das Principais Socidedades Bíblicas Mundiais

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 31


AULA 6
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 32
Tipo de traduções:
Equivalência Formal.
Palavra por Palavra preservando o sentido e intenção do autor. (Almeida e Corrigida)

1. Salmo 23:1 “O Senhor é o meu Pastor. Não me faltará”. (Original hebraico)


2. SENHOR + PASTOR + NÃO + FALTARÁ
3. Salmo 1:1-3 “Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem
se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores, Antes,
tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como
árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas
folhas não caem e tudo o que fizer prosperará”.
4. Mateus 5:44 “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem,
fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem”. (ACF)

Equivalência Dinâmica.
Traduzindo a ideia, passando o sentido geral da frase sem se importar com os detalhes das
palavras. NTLH, a Mensagem, Nova Bíblia Viva.

1. Salmo 23:1 “O Senhor é o meu pastor. Ele me dá tudo que preciso!” (Viva)
2. Salmo 23:1 “Oh Eterno, meu Senhor! Não preciso de nada” (A mensagem)
3. Salmo 1:1-3 “Como é feliz o homem que não vai atrás da opinião de pessoas más, que não
segue o exemplo dos pecadores, nem participa de rodinhas dos que zombam de Deus. Pelo
contrário, ele faz da lei do Senhor a fonte da sua alegria. De dia e de noite medita nessa lei
e fica imaginando como pode obedecer a Deus, ele é como uma árvore plantada junto à
margem de um rio. Nunca deixar de dar fruto na estação própria. E as suas folhas nunca
murcham, e ele tem sucesso em todas as suas atividades” (Viva)
- Salmo 1:1-3 “Como Deus deve gostar de você: você não aparece no bar do pecado, você
não anda à espreita no beco sem saída, você não frequenta a escola dos desbocados! Pelo
contrário, você vibra com a Palavra do Eterno, você rumina as Escrituras dia e noite. Você é
como uma árvore replantada no Éden, dando frutos novos a cada mês, Que nunca perde
suas folhas e que está sempre florescendo” (A mensagem)
4. Mateus 5:44 “Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que
perseguem você” (NTLH)

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 33


Concílios
Os concílios são reuniões de eruditos e sábios que determinam e padronizam doutrinas cristãs que
podem ter diversidade de interpretações e colocações.

Hoje, em todas as igrejas do mundo aprendemos que Jesus é Deus, 100% homem e 100% Deus, o
Espírito Santo sendo também Deus, doutrinas da encarnação em sua forma de ensino tradicional
sem importar a linha da religião cristã. Para que tudo isto e mais fosse aceito por todos sem
possibilidade de debate foi necessária uma série de Reuniões mundiais ao longo da história, que,
ao surgirem temas polêmicos, eram debatidos e alcançado um consenso geral. Estas reuniões
eram chamadas de Concílios.

Existiram muitos concílios ao longo da história que definiram temas básicos da fé Cristã, os
Regionais e Ecumênicos (chamados assim por ter a aprovação universal) foram:

1. Nicéia (Ecumênico).
 Ano 325 d.C.
 Se definiu a Divindade de Jesus como Filho de Deus.
 315 evangelhos foram reduzidos para 4.

Sárdica (Regional).
 Ano 343 d.C.
 Foi mencionado ainda o Livro Eclesiástica como parte do Cânon.

Laodicéia (Regional).
 Ano 363 d.C.
 Baruc ainda faz parte do Cânon e Apocalipse é omitido.

2. Constantinopla I (Ecumênico).
 Ano 381 d.C.
 Se definiu a Divindade do Espírito Santo.
 A doutrina Trindade é estabelecida.

Hipona (Regional).
 Ano 393 d.C.
 Cânon para leitura oficial: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes,
Ruth, 4 Livros dos Reis, Paralipômenos 2 livros, Jó, Salmos, Cantares, Provérbios,
Eclesiastes, Sabedoria, Eclesiástico, os 12 profetas menores, Isaías, Jeremias, Daniel,
Ezequiel. Tobias, Judite, Ester, Esdras 2 livros (Esdras e Neemias), Macabeus 2 livros, 4
Evangelhos, Atos, 13 Epistolas de Paulo, Hebreus, Pedro, João, Tiago, Judas e Apocalipse.

Cartago III (Regional).

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 34


 Ano 397 d.C.
 Cânon para leitura oficial: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes,
Rute, quatro livros dos Reis, dois livros de Paralipômenos, Jó, Saltério, Cantares,
Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria, Eclesiástico, os 12 profetas menores, Isaías, Jeremias,
Ezequiel, Daniel, Tobias, Judite, Ester, dois livros de Esdras, Neemias, dois livros dos
Macabeus, 4 Evangelhos, Atos, 13 Epístolas de Paulo, Hebreus, 2 de Pedro, 3 de João,
Tiago, Judas e Apocalipse.

Cartago IV (Regional)
 Ano 419 d.C.
 Cânonc para leitura oficial: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, filho
de Nun, Os Juízes, Rute, Os Reis quatro livros, As Crônicas 2 livros, Jó, o Saltério Cantares,
Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria, Eclesiástico, os 12 profetas menores, Isaías, Jeremias,
Ezequiel, Daniel, Tobias, Judite, Ester, Esdras e Neemias, 2 de Macabeus, 4 Evangelhos,
Atos, 14 Epístolas de Paulo, 2 de Pedro, 3 de João, Tiago, o Apóstolo, Judas e Apocalipse.

3. Éfeso (Ecumênico).
 Ano 431 d.C.
 Se definiu que Jesus, o Filho de Deus se encarnou e Maria era a sua mãe.
 Surge o título para Maria: Theotokos, que significa a portadora do Filho de Deus.
 O Livro de Eclesiástico ainda faz parte do Cânon oficial.

4. Calcedônia (Ecumênico).
 Ano 451 d.C.
 Se definiu que Jesus tinha duas naturezas completas: 100% homem e 100% Deus.

Trullo (Regional).
 Ano 692 d.C.
 Ratificados os cânones variados e levada a urgência de um cânon único.

Nicéia II (Regional).
 Ano 787 d.C.
 O Livro de Eclesiástico é mencionado como parte do Cânon.

5. Constantinopla IV (Ecumênico).
 Ano 869 d.C.
 Eclesiástico é mencionado com parte do Cânon.

6. Latrão (Ecumênico).
 Ano 1215 d.C.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 35


 Definidos pontos de disciplina, medidas para serem tomadas contra os hereges, e as
condições da próxima cruzada para a libertação e socorro à terra santa, que estava sendo
atacada por muçulmanos.

7. Viena (Ecumênico).
 Ano 1311 d.C.
 Livro Eclesiástico ainda mencionado.

8. Florença (Ecumênico).
 Ano 1440 d.C.

9. Trento (Ecumênico).
 Ano 1545 d.C.
 Houve luta corporal entre os participantes do Concílio.
 Tobias, Judite, Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc entre outros são excluídos do
Cânon.

“Muitos dos chamados textos apócrifos já fizeram parte da Bíblia, mas ao longo dos sucessivos
concílios acabaram sendo eliminados. Houve os que depois viriam a ser beneficiado por uma
reconsideração e tornariam a partilhar a Bíblia. Exemplos: O Livro da Sabedoria, atribuído a
Salomão, o Eclesiástico ou Sirac, as Odes de Salomão, o Tobit ou Livro de Tobias, o Livro dos
Macabeus e outros mais. A maioria ficou definitivamente fora, como o famoso Livro de Enoch, o
Livro da Ascensão de Isaías e os Livros III e IV dos Macabeus”. Maria Helena de Oliveira Tricca,
compiladora da obra Apócrifos, Os Proscritos da Bíblia.

Apócrifos do Antigo Testamento:

1. Apocalipse de Adão 16. Primeiro Livro de Esdras


2. Apocalipse de Baruc 17. Quarto Livro dos Macabeus 18. Revelação
3. Apocalipse de Moisés de Esdras
4. Apocalipse de Sidrac 19. Salmo 151
5. As Três Estelas de Seth 20. Salmos de Salomão (ou Odes de Salomão)
6. Ascensão de Isaías 21. Segundo Livro de Adão e Eva
7. Assunção de Moisés 22. Segundo Livro de Enoque (ou Livro dos
8. Caverna dos Tesouros Segredos de Enoque)
9. Epístola de Aristéas 23. Segundo Livro de Esdras (ou Quarto Livro
10. Livro dos Jubileus de Esdras)
11. Martírio de Isaías 24. Segundo Tratado do Grande Seth
12. Oráculos Sibilinos 25. Terceiro Livro dos Macabeus
13. Prece de Manassés 26. Testamento de Abraão
14. Primeiro Livro de Adão e Eva 27. Testamento dos Doze Patriarcas
15. Primeiro Livro de Enoque 28. Vida de Adão e Eva

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 36


Apócrifos do Novo Testamento:
1. A Hipostase dos Arcontes 51. Evangelho de Matias (ou Tradições de Matias)
2. (Ágrafos Extra-Evangelhos) 52. Evangelho de Nicodemos (ou Atos de Pilatos)
3. (Ágrafos de Origens Diversas) 53. Evangelho de Pedro
4. Apocalipse da Virgem 54. Evangelho de Tome o Dídimo
5. Apocalipse de João o Teólogo 55. Evangelho do Pseudo-Mateus
6. Apocalipse de Paulo 56. Evangelho do Pseudo-Tomé
7. Apocalipse de Pedro 57. Evangelho dos Ebionitas (ou Evangelho dos
8. Apocalipse de Tomé Doze Apóstolos)
9. Atos de André 58. Evangelho dos Egípcios
10. Atos de André e Mateus 59. Evangelho dos Hebreus
11. Atos de Barnabé 60. Evangelho Secreto de Marcos
12. Atos de Filipe 61. Exegese sobre a Alma
13. Atos de João 62. Exposições Valentinianas
14. Atos de João o Teólogo 63. (Fragmentos Evangélicos Conservados em
15. Atos de Paulo Papiros)
16. Atos de Paulo e Tecla 64. (Fragmentos Evangélicos de Textos Coptas)
17. Atos de Pedro 65. História de José o Carpinteiro
18. Atos de Pedro e André 66. Infância do Salvador
19. Atos de Pedro e Paulo 67. Julgamento de Pôncio Pilatos
20. Atos de Pedro e os Doze Apóstolos 68. Livro de João o Teólogo sobre a Assunção da
21. Atos de Tadeu Virgem Maria
22. Atos de Tomé 69. Martírio de André
23. Consumação de Tomé 70. Martírio de Bartolomeu
24. Correspondência entre Paulo e Sêneca 71. Martírio de Mateus
25. Declaração de José de Arimatéia 72. Morte de Pôncio Pilatos
26. Descida de Cristo ao Inferno 73. Natividade de Maria
27. Discurso de Domingo 74. O Pensamento de Norea
28. Ditos de Jesus ao rei Abgaro 75. O Testemunho da Verdade
29. Ensinamentos de Silvano 76. O Trovão, Mente Perfeita
30. Ensinamentos do Apóstolo Tadeu 77. Passagem da Bem-Aventurada Virgem Maria
31. Ensinamentos dos Apóstolos 78. "Pistris Sophia" (fragmentos)
32. Epístola aos Laodicenses 79. Prece de Ação de Graças
33. Epístola de Herodes a Pôncio Pilatos 80. Prece do Apóstolo Paulo
34. Epístola de Jesus ao rei Abgaro (2 versões) 81. Primeiro Apocalipse de Tiago
35. Epístola de Pedro a Filipe 82. Proto-Evangelho de Tiago
36. Epístola de Pôncio Pilatos a Herodes 83. Retrato de Jesus
37. Epístola de Pôncio Pilatos ao Imperador 84. Retrato do Salvador
38. Epístola de Tibério a Pôncio Pilatos 85. Revelação de Estevão
39. Epístola do rei Abgaro a Jesus 86. Revelação de Paulo
40. Epístola dos Apóstolos 87. Revelação de Pedro
41. Eugnostos, o Bem-Aventurado 88. Sabedoria de Jesus Cristo
42. Evangelho Apócrifo de João 89. Segundo Apocalipse de Tiago
43. Evangelho Apócrifo de Tiago 90. Sentença de Pôncio Pilatos contra Jesus
44. Evangelho Árabe de Infância 91. Sobre a Origem do Mundo
45. Evangelho Armênio de Infância (fragmentos) 92. Testemunho sobre o Oitavo e o Nono
46. Evangelho da Verdade 93. Tratado sobre a Ressurreição
47. Evangelho de Bartolomeu 94. Vingança do Salvador
48. Evangelho de Filipe 95. Visão de Paulo
49. Evangelho de Marcião
50. Evangelho de Maria Madalena (ou Evangelho
de Maria de Betânia)

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 37


AULA 7
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 38
Revelação e Origem da Bíblia.
1. Antigo Testamento:
a. Deus decidiu dar de presente informações. Na Bíblia fica claro que a fonte
dessas revelações extra-humanas provêm de Deus.
b. “Então disse o Senhor a Moisés” Ex 14:15
c. “Ora, chamou o Senhor a Moisés e, da tenda da revelação, lhe disse” Lv 1:1
d. “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, mas as reveladas nos
pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as
palavras desta lei” Dt 29:29
e. “Então disse o Senhor a Isaías:” Is 7:3
f. “Palavra do Senhor, que foi dirigida a Joel, filho de Petuel” Jl 1:1
2. Novo Testamento:
a. “Se alguém se considera profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que
vos escrevo são mandamentos do Senhor” 1Co 14:37
b. “Por isso nós também, sem cessar, damos graças a Deus, porquanto vós,
havendo recebido a palavra de Deus que de nós ouvistes, a recebestes, não
como palavra de homens, mas (segundo ela é na verdade) como palavra de
Deus, a qual também opera em vós que credes.” 1Ts 2:13
c. “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus
não crê, mentiroso o fez; porquanto não creu no testemunho que Deus de seu
Filho deu” 1Jo 5:10
3. 7 modos que Deus se revelou aos homens:
a. Natureza. “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a
obra das suas mãos” Sl 19:1
b. Providência. “E abençoou a José, dizendo: O Deus em cuja presença andaram
os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que tem sido o meu pastor durante toda
a minha vida até este dia” Gn 48:15
c. Preservação. “Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas”
Cl 1:17
d. Milagres e Maravilhas. “Portanto estenderei a minha mão, e ferirei o Egito
com todas as minhas maravilhas que farei no meio dele. Depois vos deixará ir”
Ex 3:20
e. Comunicação direta. “boca a boca falo com ele, claramente e não em
enigmas; pois ele contempla a forma do Senhor” Nm 12:8
f. Encarnação. “mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo,
tornando-se semelhante aos homens” Flp 2:7
g. Escrituras.
i. Parcial. O ENTENDIMENTO DE DEUS. Dt 29:29 “As coisas encobertas
pertencem ao Senhor nosso Deus, mas as reveladas nos pertencem a
nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as
palavras desta lei”
ii. Completa. AS PROFECIAS DE CRISTO Ro 15:4 “Porquanto, tudo que
dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 39


constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos
esperança”.
iii. Definitiva. TEXTO ESCRITO Jd 3 “Amados, enquanto eu empregava
toda a diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é
comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a pelejar
pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos santos”.
iv. Progressiva. REVELAÇÃO Ef 3:1-6 “Por esta razão eu, Paulo, o
prisioneiro de Cristo Jesus por amor de vós gentios... Se é que tendes
ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi
dada; como pela revelação me foi manifestado o mistério, conforme
acima em poucas palavras vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis
perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual em outras
gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como se revelou
agora no Espírito aos seus santos apóstolos e profetas, a saber, que os
gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-
participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho”.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 40


AULA 8
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 41
Inspiração de Deus.
2Tm 3:16-17 “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender,
para corrigir, para instruir em justiça; 17 para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
preparado para toda boa obra”.

Inspirada. Theopneustos. Palavra composta Teo + Pneu. Respiração ou Sopro de Deus.

Perfeito. Artios. Completo, Suprido.

Existe uma parte do homem que é propositalmente incompleto e necessitado.

A frase “Deus fez o homem com um buraco” é bíblica dentro deste conceito. E o elemento
para a plenitudes é a Palavra de Deus. Por isso, o diabo consegue criar palavras falsas para
enganar e substituir os elementos faltantes do homem.

2P 1:21 “Porque a profecia nunca foi movida por vontade dos homens, mas os homens da parte de
Deus falaram movidos pelo Espírito Santo”.

Movida. Phero. Chegar, Carregar.

A inspiração não nasce no homem, ela é transportada. Imaginemos um caminhão cheio de


presentes que tem um distante destino, mas no caminho ele tem a liberdade de
presentear aqueles com quem se encontra. A Palavra de Deus saiu DELE para cada um de
nós aos confins da Terra, mas ela passa pelo profeta, depois pelo manuscrito, assim pelo
copista, também pelo tradutor avançando no tempo; e nesse período abençoa a todo
aquele que entende a mensagem.

Desenho no quadro digital da transmissão da inspiração se movendo na criação.

Inspiração vs Expiração.
Nós usamos a palavra “inspirada” para declarar a origem da informação. Como descrito na versão
tradicional ARA:

2Tm 3:16 “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça”.

A palavra “inspiração” é mal usada nesta expressão, pois Deus não respirou para dentro, ele
externou a sua vontade.

Esta palavra é usada assim por ser um conceito poético-artístico. Um artista inspira, ou seja,
respira para dentro, para visualizar as suas ideias e gerar criatividade, o que normalmente se
chama de: Foi uma grande inspiração.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 42


No caso da Palavra de Deus, é o contrário: Deus EXPIRA e o homem INSPIRA. Deus SOPRA e o
homem RECEBE.

Poeticamente pode até se entender “A palavra foi inspirada por Deus”, mas teologicamente está
incorreto. O certo seria “A Palavra foi expirada por Deus” se falamos da origem ou “A Palavra foi
inspirada de Deus” se falamos do destino.

Autoria Dual.
Quando a inspiração de DEUS é movida através do HOMEM que recebe a informação. Então temos
2 personagens responsáveis pelo sucesso da mensagem: DEUS + HOMEM.

Esta união é chamada de Autoria Dual.

Este fenômeno permite chamar a qualquer um dos dois como o autor da mensagem. Pois foi um
quem expirou e foi o outro quem inspirou e escreveu.

Não há conflito ou contradições em dizer se foi Deus quem disse ou o profeta, pois este último era
considerado a voz genuína de Deus e tinha a responsabilidade de se manter como tal. Por isso, em
algumas passagens estará descrito que Deus disse e em outras que o profeta disse. Confirmando a
autoria dual.

Inclusive existe a passagem onde até Satanás não percebe que é movidos por Deus para uma ação.
Neste caso existe autoria dual porque foi movido por Deus, mas foi ele quem executou a ação.

Compare os seguintes textos, sendo os mesmos mas com diferença de autoria.

Deus disse O homem disse


Mt 15:4 “Pois Deus ordenou: Honra a teu pai e Mc 7:10 “Pois Moisés disse: Honra a teu pai e
a tua mãe; e, Quem maldisser a seu pai ou a a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à
sua mãe, certamente morrerá”. mãe, certamente morrerá”.
Sl 110:1 “Disse o Senhor ao meu Senhor: Mr 12:36 “O próprio Davi falou, movido pelo
Assenta-te à minha direita, até que eu ponha Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor:
os teus inimigos por escabelo dos teus pés”. Assenta-te à minha direita, até que eu ponha
os teus inimigos debaixo dos teus pés”.
Mr 12:26 “Quanto aos mortos, porém, serem Lc 20:37 “Mas que os mortos hão de ressurgir,
ressuscitados, não lestes no livro de Moisés, o próprio Moisés o mostrou, na passagem a
onde se fala da sarça, como Deus lhe disse: Eu respeito da sarça, quando chama ao Senhor;
sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Abraão, e Deus de Isaque, e Deus de
Deus de Jacó?”. Jacó”.
At 28:25 “E estando discordes entre si, Jo 12:39 “Por isso não podiam crer, porque,
retiraram-se, havendo Paulo dito esta palavra: como disse ainda Isaías”.
Bem falou o Espírito Santo aos vossos pais pelo
profeta Isaías”.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 43


A autoria dual também aplica para Satanás como instrumento de Deus.

Deus fez Satanás fez


2S 24:1 “A ira do Senhor tornou a acender-se 1Cr 21:1 “Então Satanás se levantou contra
contra Israel, e o Senhor incitou a Davi contra Israel e incitou Davi a enumerar Israel”.
eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá”.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 44


AULA 9
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 45
Pentateuco.
A palavra “pentateuco” vem do grego PENTE-TEÚCHOS, que significa 5 livros. Este nome foi dado
pela Septuaginta, de onde inicialmente traduziram a Torá para o grego.

Existem várias passagens que fazem referência ao Pentateuco, como:

Ne 8:1 “E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se
ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba,
que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel”.

1Cr 16:40 “Para oferecerem holocaustos ao SENHOR continuamente, pela manhã e à tarde, sobre
o altar dos holocaustos; e isto segundo tudo o que está escrito na lei do SENHOR que tinha
prescrito a Israel”.

Lc 24:44 “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha
que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos”.

Não existia um Cânon fechado ainda até o século II a.C. Data que se começou a classificar o Antigo
Testamento em 3 grupos:

Torah Nebhiim Khetubhim


Lei Profetas Escritos
Pentateuco: Profetas anteriores: Livros Poéticos:
Gênesis, Êxodo, Levítico, Josué, Juízes, Samuel e Reis Salmos, Provérbios, Jó
Números, Deuteronômio
Profetas posteriores: Cinco rolos:
Isaías, Jeremias e Ezequiel Cantares, Rute, Lamentações,
Ester e Eclesiastes.
Os Doze:
Oséias, Joel, Amós, Obadias, Livros Históricos:
Jonás, Miquéias, Naum, Daniel, Esdras-Neemias e
Habacuque, Sofonias, Ageu, Crônicas.
Zacarias e Malaquias.

Este cânon judeu foi fechado no ano 90 d.C. Este cânon se mantem até hoje nas Bíblias hebraicas.

Os livros Apócrifos foram inseridos na Septuaginta.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 46


Autoria do Pentateuco.
Apesar dos primeiros livros da Bíblia serem atribuídos a Moisés, esta afirmação é somente uma
teoria. Pois em nenhum lugar dos textos o autor se apresenta, deixando margem para dúvidas e
eternas discussões.

A identificação do autor em sua obra não era costume em literaturas antigas, isso era classificado
pelo conteúdo e pelos personagens mencionados.

Por essa razão, muitas obras começaram a surgir com personagens famosos, como por exemplo: O
livro de Enoque, Livro de Adão e Eva, Apocalipse de Abraão, etc. Estes livros eram conhecidos
como Livros Pseudepígrafos (Livros de nomes falsos).

Moisés sendo o Autor.


Provas no Pentateuco
Êx 17:14 “Então disse o SENHOR a Moisés: Escreve isto para memória num livro, e relata-o aos
ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus”.

Êx 24:4 “Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR, e levantou-se pela manhã de madrugada,
e edificou um altar ao pé do monte, e doze monumentos, segundo as doze tribos de Israel”.

Êx 34:27 “Disse mais o SENHOR a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme ao teor destas
palavras tenho feito aliança contigo e com Israel”.

Nm 33:2 “E escreveu Moisés as suas saídas, segundo as suas jornadas, conforme ao mandado do
SENHOR; e estas são as suas jornadas, segundo as suas saídas”.

Dt 31:9 “E Moisés escreveu esta lei, e a deu aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca da
aliança do SENHOR, e a todos os anciãos de Israel”.

Provas em outros livros do Antigo Testamento.


Js 1:7 “Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a
toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a
esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares”.

1R 2:3 “E guarda a ordenança do SENHOR teu Deus, para andares nos seus caminhos, e para
guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus testemunhos,
como está escrito na lei de Moisés; para que prosperes em tudo quanto fizeres, e para onde quer
que fores”.

2R 14:6 “Porém os filhos dos assassinos não matou, como está escrito no livro da lei de Moisés...”.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 47


Ne 8:1 “... todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da porta das águas; e
disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado
a Israel”.

Dn 9:11 “Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se para não obedecer à tua voz; por
isso a maldição e o juramento, que estão escritos na lei de Moisés, servo de Deus, se derramaram
sobre nós; porque pecamos contra ele”.

Provas no Novo Testamento.


Na cultura da época de Jesus, a ideia de Moisés ter sido o autor da Torá e bem aceita.

Mt 8:4 “Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e
apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho”.

Mr 12:26 “E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de Moisés
como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de
Jacó?”.

Lc 2:22 “E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a
Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor”.

Jo 1:45 “Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na
lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José”.

Ro 10:5 “Ora Moisés descreve a justiça que é pela lei, dizendo: O homem que fizer estas coisas
viverá por elas”.

2Co 3:15 “E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles”.

Hb 10:28 “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas
ou três testemunhas”.

Apesar de todas estas passagens e mais existentes, a autoria de Moisés ainda está em dúvida pelas
seguintes questões:

 O fato de Moisés narrar a sua própria morte em Dt 34.


 A forma de Moisés sempre referir-se a si mesmo na terceira pessoa.
 Em Gn 14:14 se registra o nome da cidade de Dã, cidade que recebeu esse nome somente
em Josué 19:47.
o Gn 14:14 “Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus
criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã”.
o Js 19:47 “Saiu, porém, pequeno termo aos filhos de Dã, pelo que subiram os filhos
de Dã, e pelejaram contra Lesém, e a tomaram, e a feriram ao fio da espada, e a
possuíram e habitaram nela; e a Lesém chamaram Dã, conforme ao nome de Dã
seu pai”.
 Existem passagens duplicadas e até triplicadas em Ex, Lv e Dt.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 48


Estes pontos são contrapostos afirmando que:

 Moisés escreveu sim todo o Pentateuco e a sua morte foi escrita por Josué e inserida na
sua literatura.
 Sendo um livro de cunho histórico, Moisés decidiu não se colocar na primeira pessoa para
não parecer uma biografia.
 As passagens duplicadas e triplicadas não são necessariamente uma prova de autores
diferentes, e sim de um complemente e reafirmação de uma ordenança. Sabendo que Dt é
um livro de repetições dos quatro anteriores.

Demais teorias de autoria.


Moisés e escribas.

Moisés escreveu as partes centrais da história e da Lei, mas foram os escribas e historiadores
quem recopilaram e reuniram as demais informações na época de Esdras.

Hipótese Documentária.
Este teoria teve início quando começaram a perceber as formas diferentes de expressar a Deus e o
seu nome nos diferentes livros (Javé e Elohim). Com isto classificaram os textos em 4 documentos:

1. Javistas.
 Representados pela letra J.
 Escritos em Judá entre 950 e 850 a.C. no final do Reinado de Davi.
 Por ser um momento da monarquia, Judá é enfatizado nos textos do Pentateuco.
 Deus é chamado de Javé ou Jehová.
 Deus é tratado como uma pessoa, alguém com personalidades mais humanas.

2. Eloístas.
 Representados pela letra E.
 Escritos aproximadamente no séxulo VIII a.C.
 É paralelo ao “J”.
 É enfatizado o reino do Norte, pois menciona a Betel, Siquém, Eraim e Manasés.
 Deus é chamado de Elohim, pelo menos de Gn 15 até Ex 3.
 Deus aqui se apresenta mais inacessível, mais sublime e majestoso.

3. Deuteronomista.
 Representados pela letra D.
 É o material central do livro de Deuteronômio.
 Josué e Reis também são atribuídos aos documentos “D”.
 Tem um enfoque mais direto na Lei e em Moisés.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 49


4. Sacerdotais.
 Representados pela letra P (Priesterkodex. Alemão. Significa Livros Sacerdotais).
 Composto durante o exílio Babilônico.
 Se dá um ênfase no trabalho sacerdotal, pois somente eles tinham as ferramentas para
dar continuidade aos textos e preservar a história.
 Reforça as tradições, leis e o culto livre a Javé.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 50


AULA 10
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 51
Torah - Pentateuco
Significa: Instrução ou Lei. Entender A Torah é muito importante, porque consegue-se entender a
mente de Deus.

Gn 1:3-5 “E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação
entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã,
o dia primeiro”.

Nestes versículos existem 5 vezes a palavra LUZ, uma para cada livro da Torá.

Gênesis.
 “E disse Deus: Haja LUZ”.
 O livro do Gênesis começa com a sua Palavra, com o seu relacionamento com o homem
em forma de comunhão de PALAVRAS.
 Genesis. Bereshit. Em (Be) princípio (reshit). Gn 1:1
o “Em princípio criou Elohym os céus e a terra”.
o Em alguém (Jesus) que é o princípio foram todas as coisas criadas.
 Jo 1:1 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus”.
o Elohym. Nome de Deus em plural.
o Criou no singular.
 O Livro da Intenção.
 “E disse”. Deus estabelece a sua vontade falada para com o homem.
 Gn 1:28. “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a
terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo
o animal que se move sobre a terra”. Adão e Eva recebem a sua instrução:
o Frutificai.
o Multiplicai.
o Enchei a Terra.
o Sujeitai-a.
o Dominai.
 Deus chama a Abrão com a intenção de ter um povo. Mas ainda não tem. Abrão precisa
nascer de novo. O povo de Deus sairia de Abraão, mas ainda não é real.
o Deus chama a Abraão.
o Deus dá um filho chamado Isaque para representar a Jesus no Moriá.
o Isaque tem a Jacó, o pai das tribos de Israel.
o José é vendido como escravo e termina em Egito.
o José após ser governador traz a sua família a morarem com ele em Egito.
o Depois de muitos anos, o Faraó esquece quem era José e escravizam os hebreus.
 Gn 26:5 “Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus
preceitos, os meus estatutos, e as minhas leis”. Abraão já tem a Lei de Deus com ele.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 52


o Mandados. Mishmereth (Mishmar - Posto de guarda). Palavras de vigilância ou
guarda.
o Preceitos. Mitsvah (tsavah). Ordens de Deus.
o Estatutos. Chuqqah (choq). Limites.
o Leis. Torah. Instruções.

Em Gn 18 é um exemplo da manifestação Deus em forma de varões. Vemos como Deus chega e


visita a Abraão e este, em seguida o reconhece como Senhor. Isso fica claro no versículo 3 quando
Deus se refere a eles como Meu Senhor.

Alguns teólogos, que não aceitam o conceito de que o Pai, Filho e Espírito Santo estavam
manifestados lá, ensinando que dos três varões, somente um era Deus, e os outros dois eram
anjos. Este conceito entra em conflito porque dois dos varões que estavam com Abraão foram
com Ló, e no versículo 21 declara que Deus iria descer pessoalmente para ver este mal. Logo os
dois varões ou anjos que estavam com Ló eram Deus.

Tudo isto foi explicado pela razão de que no verso 17 a Divindade começa a conversar entre si,
dizendo que não ocultará a sua vontade a Abraão e começam a falar dele na sua frente.

Gn 18:19 “Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa
depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR, para agir com justiça e juízo; para que o
SENHOR faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado”.

Deus declara a sua vontade para com o seu futuro povo:

 Guardar o Caminho. DEREH.


 Agir com Justiça. TSEDEKÁ.
 Agir com Juízo. MISHPAT.

Já em Gn 26:5 Deus dá um relatório de Abraão:

Gn 26:5 “Porquanto Abraão obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos,
os meus estatutos, e as minhas leis”.

 Abraão ouviu a voz de Deus.


 Guardou os seus Mandados. MISHMERETH.
 Guardou os seus Preceitos. MITSVAH.
 Guardou os seus Estatutos. HUQUIM.
 Guardou a sua Lei. TORAH.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 53


Mas tudo isto, ou seja, em Gênesis ainda a Lei era falada, não havia nada escrito.

Vontade de Deus. Gn
Lei de Abraão. Gn 26:5 Depois de Moisés. Dt 6:1
18:19
Mandados. Mishmereth.
Palavras de vigilância ou guarda
Preceitos. Mitsvah. Ordens de Mandamentos. Mitzvah
Deus.
Estatutos. Huquim. Limites. Estatutos. Huquim.
Leis. Torah. Instruções.
Praticar o Juízo. Mishpat. Juízos. Mishpat. Julgamento.
Guardar o Caminho. Dereh.
Praticar o Justiça. Tsedeká.

Moisés recebeu a Torah: o conjuto de Mandamentos, Estatutos e Juízos.

Dt 6:1 “Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR vosso
Deus para ensinar-vos, para que os cumprísseis na terra a que passais a possuir”.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 54


AULA 11
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 55
Dt 6:1 “Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR vosso
Deus para ensinar-vos, para que os cumprísseis na terra a que passais a possuir”.

A palavra LEI, ou Torah é um termo GENÉRICO, para todo tipo de colocação, por isso existem
algumas classificações.

A Torah é o conjunto de 613 leis. Dessas 613 leis da Torah:

 248 são positivas. (Faça e obedeça)


 365 são negativas. (Não faça)

As 613 leis são classificadas em 3 grupos. E cada um tem uma classificação bem específica:

1. Mandamentos
2. Estatutos
3. Juízos.

Mandamento.
 < É uma lei que vem de Deus para mim, eu obedeço e volta para Deus, depois vem a
bênção >
 Para o benefício de Deus.
 Mitzvah. Contaram 49 mandamentos da Torah, entre eles os 10 principais.
 É só cumprir sem ganhar nada.
 É quando Deus quando te chama não te pergunta opinião, só te avisa que vai te usar. Vai
ser com emoção ou sem emoção.
 Se trata daquilo que Deus não se agrada.
 Se trata de entender do que ofende a Deus.
o Idolatria.
o Imoralidade.
o Adultério.
o Comportamento.

Estatutos.
 < É uma lei que vem de Deus para mim, eu obedeço e fica em mim a bênção >
 Para o meu benefício.
 Huquim.
 Deus não está preocupado em voltar para ele, é problema seu se faz ou não faz.
o Dízimo.
o Leis alimentares.
o Festas Bíblicas.

Ordenanças.
 < É uma lei que vem de Deus para mim, eu recebo e Deus quer ver no próximo >
 É para benefício do próximo.
 Mishpatim. Justiça.
o Não pode haver Justiça sem um JUIZO (Mishpat).

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 56


o Sl 89:14 “Justiça e juízo são a base do teu trono; graça e verdade irão adiante do
teu rosto”
 Justiça. Tsedek. O que é certo.
 Juízo. Mishpat. Juízo, castigo ou punição.
 Misericórdia é uma tradução errada. Heced. Graça ou benignidade.
 Verdade. Emeth.
o Sem Justiça haverá Juízo. Para aplicar o Juízo é necessária a Graça. E para uma
efetiva Graça é necessária a MISERICÓRDIA.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 57


AULA 12
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 58
Estrutura de Gênesis

O ALVO DA CRIAÇÃO DE DEUS:DOMÍNIO, BÊNÇÃO E RELACIONAMENTO 1.12.25

O PECADO, SUAS CONSEQÜÊNCIAS E A GRAÇA SALVADORA DE DEUS 3.1—10.32

A bênção do domínio e a maldição do pecado 4.17—5.32

A libertação pela graça de Deus e a obediência de Noé 6.1—9.29

A reafirmação da bênção de Deus 10.1-32

A confusão em Babel 11.1-32

Noé
Gênesis 6:5-8 "E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. 6 Então arrependeu-se o
Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. 7 E disse o Senhor:
Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil,
e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. 8 Noé, porém, achou graça aos olhos
do Senhor".

1. A maldade do homem era genuína, vinha de dentro do coração.


2. Aprendemos que Deus sempre dá a oportunidade de arrependimento antes de uma
destruição ou juízo. Mas neste caso, a saída do Espírito Santo da Terra já é o sinal que essa
oportunidade acabou. Pois é o Espírito Santo quem convence do pecado ao
arrependimento.
3. Após a saída do Espírito Santo, Deus não tem nenhuma intenção de dar uma nova
oportunidade ao homem, a decisão de extermínio já está tomada e somente uma pessoa
receberia a salvação porque Noé achou graça aos olhos de Deus.

É falso afirmar que Noé pregou e nenhuma alma se converteu, pois Noé não tinha a missão de
pregar arrependimento, e sim, somente de construir uma caixa para salvar as espécies de animais.

Os 120 anos.
Gn 6:3 "Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque
ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos".

Interpretação A: Esta seria a nova idade limite do ser humano em sua velhice, pois antes os
homens viviam até 900 anos, mas agora, Deus estaria limitando a sua vida na terra. O problema
desta interpretação é que não condiz com as idades de vida dos seguintes personagens que
ultrapassam os 400 anos nas próximas gerações de Noé, o que faz desta interpretação inválida.

Gerações depois de Noé:


 Arfaxade morreu com 438 anos.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 59


 Selá morreu com 433 anos.
 Éber morreu com 464 anos.
 Pelegue morreu com 339 anos.
 Tera morreu com 205 anos.
 Abraão morreu com 175 anos.
 Isaque morreu com 180 anos.

Interpretação B. Os 120 anos seria o tempo da palavra de Juízo até a vinda do dilúvio sobre a
Terra. Dando esse tempo para Noé construir a arca. Apesar de algumas dúvidas na cronologia em
saber o exato momento em que Noé teve os seus filhos aos 500 anos, sendo 100 anos do dilúvio.
Mas é hoje, a teoria mais aceita.

As modificações da Terra por causa do pecado.


O Dilúvio.
Gn 9:11-18 Deus estabelece o seu arco nas núvens.
A Bíblia não chama de "arco-iris", pois este nome é atribuído a deusa grega Iris que faz uma ponte
entre o céu e a terra. O termo correto é "arco Celeste".

As águas do dilúvio não voltaram para o seu lugar de origem, então, a partir do dilúvio começou a
existir a CHUVA como o novo ciclo da água sobre o planeta.

Gn 2:5 "E toda a planta do campo que ainda não estava na terra, e toda a erva do campo que
ainda não brotava; porque ainda o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia
homem para lavrar a terra".

O sistema do ciclo da água era de um vapor que saia da terra e regava a vegetação, e voltava
novamente para o solo.

Gn 2:6 "Um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da terra".

A separação dos continentes.


Gn 11:7-9 "Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do
outro. 8 Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a
cidade. 9 Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda
a terra, e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra".

Etnia

Comportamento Características Crença


Idioma
cultural biológicas religiosa

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 60


Quando Deus separou as pessoas com idiomas diferentes, ele as separou com todas as
características da sua Cultura, pois o idioma é uma característica específica de uma Etnia.

Deus separou os continentes para desfazer a unidade geográfica e separou a linguagem para
desfazer a unidade intelectual.

Gn 10:25; 1Cr 1:19 “[...] o nome de um foi Pelegue, porque nos seus dias foi dividida a terra [...]"

”Gn 11:9 “Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a linguagem de
toda a terra, e dali o Senhor os espalhou sobre a face de toda a terra”.

O movimento das placas tectônicas foi imediato pelo poder de Deus, e a humanidade completa
participou da separação dos continentes.

Uma vez mais o planeta sofreu uma grande alteração por causa do pecado. A Terra original ficou
no passado, por isso Rm 8 diz que a própria criação aguarda com grande expectativa a
manifestação da Igreja com dores de parto, para que seja libertada do cativeiro do pecado pela
glória dos Filhos de Deus.

Rm 8:19-22 “Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus.
Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a
sujeitou, na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da
corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação,
conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora".

A idade de Abraão.
Gn 11:26 "E viveu Terá setenta anos, e gerou a Abrão, a Naor, e a Harã". Segundo este Texto,
mostra que Abraão nasceu aos 70 anos de Tera.

Gn 11:32 "E foram os dias de Terá duzentos e cinco anos, e morreu Terá em Harã". Este texto
declara que Tera morreu aos 205 anos.

Se Abraão (sabendo que o nome dele ainda era Abrão, mas para simplificar usaremos o nome final
de Abraão) tivesse nascido aos 70 de Tera, então (205 - 70 = 135) Abraão teria 135 anos quando o
seu pai morreu, e sabemos que Isaque nasceu aos 100 anos de Abraão, logo, Isaque teria
conhecido o seu avô. Mas essa não foi a realidade. Por quê?

Gn 12:4 "Assim partiu Abrão como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade
de setenta e cinco anos quando saiu de Harã". Este texto diz que Abraão tinha 75 anos quando
saiu de Harã após a morte do seu pai.

Então Abraão não nasceu aos 70 anos de Tera como entendemos todos. Será uma contradição ao
texto de Gn 11:26? Não, pois Gn 11:26 diz que Tera começou a ter filhos aos 70 anos, e o
primogénito era nomeado por último, neste caso Harã nasceu primeiro, depois Naor, e muito
depois Abraão.

Se Tera morreu com 205 anos, e Abrão tinha 75 nesse momento, então (205-75=130) Abraão
nasceu aos 130 anos de Tera.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 61


]
ABRAÃO: A OBEDIÊNCIA DA FÉ 12.1—22.19

As promessas de Deus: descendentes, bênção e terra 12.1-9

As promessas sob ameaça 12.10-20

Alcançando a promessa de terra 13.1-18

Possuindo a terra, abençoando os vizinhos 14.1-24

A promessa da descendência e da terra 15.1-21

O esforço humano para concretizar a promessa de Deus 16.1-16

A reafirmação da promessa de herdeiro 17.1—18.15

Uma bênção sobre as nações vizinhas 18.16—19.38

A ameaça à promessa de herdeiro 20.1-18

O cumprimento da promessa de herdeiro 21.1-34

A obediência e a bênção de Abraão 22.1-19

22.20—25.18;
ISAQUE: O ELO COM AS PROMESSAS DE DEUS A ABRAÃO
26.1-33

25.19-34; 27.1—
A LUTA DE JACÓ PELAS PROMESSAS
36.43
O começo da luta 25.19-26

A luta pelo direito de primogenitura 25.27-34

A luta pela bênção 26.34–28.9

A fidelidade de Deus quanto às suas promessas 28.10-22

A luta continua 29.1—31.55

O retorno à terra prometida 32.1—33.17

A ameaça da assimilação 33.18—34.31

A reafirmação das promessas 35.1—36.43

A LIBERTAÇÃO MEDIANTE JOSÉ 37.1—50.26

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 62


AULA 13

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 63


Êxodo.
 “E houve LUZ”.
 Fala de uma realidade e não só de uma ordenança.
 Neste livro a Lei falada conhecida por Abraão passa a ser escrita.
 Moisés recebe a instrução por parte de Deus de eternizar a Sua Vontade com a escritura
organizada da Torah.
 Êxodo. Shemot (Nomes). Ot. Plural.
o “Estes pois são os nomes dos filhos de Israel, que entraram no Egito com Jacó;
cada um entrou com sua casa”.
o Shemot. Nomes. Vem da palavra SHEM. Nome.
 Plural de Shem é Shemot. Nomes. Êx 1:1.
 HaShem. O Nome. Para Deus.
 O livro fala da história de como o que era falado passou a ser.
o De como a Lei falada passou a existir.
o De como o Povo que ainda era um plano passou a existir.
 Moisés quebra as Tábuas.
o Êx 31:18 “E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas
tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus”.
 Deus escreve as tábuas com o seu próprio dedo.
o Êx 32:19 “E aconteceu que, chegando Moisés ao arraial, e vendo o bezerro e as
danças, acendeu-se-lhe o furor, e arremessou as tábuas das suas mãos, e quebrou-
as ao pé do monte”.
 Moisés quebra as tábuas que Deus escreveu.
o Êx 34:1 “Então disse o SENHOR a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as
primeiras; e eu escreverei nas tábuas as mesmas palavras que estavam nas
primeiras tábuas, que tu quebraste”.
 Deus pede a Moisés fazer, ele mesmo, as tábuas que tinha quebrado.
Agora Deus não mais dá de presente. Moisés precisará lavrar as pedras
manualmente.

História das tábuas da Lei Tipologia


Deus dá as tábuas da Lei gratuitamente Deus dá a sua Palavra falada no Gênesis
Moisés quebra as tábuas da Lei O homem decide ignorar e se afastar dos
mandamentos de Deus
Deus pede para Moisés lavrar as tábuas que O homem agora terá que lavrar o seu caminho
quebrou para agradar a Deus

Tempo em que Israel habitou no Egito: 430 anos. Êxodo 12:40 "O tempo que os filhos de Israel
habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos".

Tempo em que Israel demorou no deserto antes de entrar na Terra prometida: 40 anos. (Nm
14:34)

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 64


Estrutura de Êxodo

A PRESENÇA SALVADORA DE DEUS: A LIBERTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO EGÍPCIA 1.1—13.16

A presença de Deus em seu povo oprimido 1.1-22

A presença de Deus com Moisés aos 40 anos 2.1-22

Deus revela sua presença a Moisés aos 80 anos 2.12—4.17

A presença de Deus com Moisés no Egito 4.18—13.16

A PRESENÇA ORIENTADORA E PROVEDORA DE DEUS: A JORNADA EM DIREÇÃO AO


13.17—18.27
SINAI

A PRESENÇA EXIGENTE DE DEUS: A ALIANÇA DO SINAI 19.1—24.18

A PRESENÇA DO DEUS A SER ADORADO: REGRAS PARA O TABERNÁCULO E PARA OS


25.1—31.18
SACERDOTES

A PRESENÇA DE UM DEUS QUE DISCIPLINA E PERDOA JUNTO A UM POVO


32.1—34.35
DESOBEDIENTE

A PRESENÇA PERMANENTE DE DEUS JUNTO A UMA COMUNIDADE OBEDIENTE E


35.1—40.38
QUE O ADORA

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 65


AULA 14
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 66
Levítico.
Panorama.
 “E viu Deus que a LUZ era boa”.
 Este livro fala do prazer de Deus.
 Dentro desta tipologia, Levítico é o único que Deus acompanha com o adjetivo “bom”.
 Levítico é o livro dos rituais, das ofertas, do cheiro suave cobrindo o fedor do pecado.
 Levítico é o livro onde Deus não mais vê a imundícia do homem, e sim o sacrifício de
Cristo.
 A Luz do Fogo no Altar permanecendo aceso todo o tempo. Para Deus isso é bom.
 Levítico. Vaikrá. E (Vá) chamou (Ykrá). Lv 1:1
o “E chamou o SENHOR a Moisés, e falou com ele da tenda da congregação,
dizendo”.
o É o livro do sangue.
o É o livro que mais se fala de ofertas e sangue.
o A base da teologia do sangue está neste livro.
o Ofertas de Holocausto. Lv 1 (Gratidão a Deus).
o Ofertas de manjares. Lv. 2 (Ceia do pão e vinho. Derivados do fruto da terra)
o Ofertas de sacrifícios. Lv. 3-6 (O que Jesus fez)
 Sacrifício de Paz. Lv 3:1-17
 Sacrifício pelos erros dos Sacerdotes. Lv 4:1-12
 Sacrifício pelos erros do povo. Lv 4:13-21
 Sacrifício pelos erros de um príncipe (Líder). Lv 4:22-26
 Sacrifício pelos erros de qualquer pessoa. Lv. 4:27-35
 Sacrifício pelos pecados ocultos. Lv 5:1-13
 Sacrifício pelos sacrilégios (coisas sagradas). Lv 5:14-16
 Sacrifício pelos pecados de ignorância. Lv 5:17-19
 Sacrifício pelos pecados voluntários. Lv 6:1-7
 Levítico é o CHAMADO. O chamado de Deus em nós é o fogo aceso. Isso é bom.
 Os estatutos e ordenanças para manter a santidade são estabelecidos. A Luz começa a
brilhar no meio do povo trazendo uma direção boa.
 Os Sacerdotes são levantados. Deus tem uma extensão da sua mão e voz na terra. Deus
tem parceiros de autoridade. Lv 8.
 Comportamento dos Sacerdotes na Presença de Deus. Lv 16.
 As ordenanças mais importantes são instituídas: As festas Solenes: Lv 23

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 67


AULA 15
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 68
O Shabbat. Lv 23:3
 O que fazer quando um aparelho eletrônico trava? Ele precisa ser reiniciado (RESET).
o O Shabbat é uma oportunidade dada por Deus semanalmente para sermos
reiniciados e que o nosso foco possa estar alinhado com a Vontade de Deus.
 Reset em 3 níveis:
o Espiritual – RECONECTAR COM DEUS.
 Tome um tempo só você e Deus, sem pensar em trabalho ou ministério.
 Lembre-se das Promessas de Deus sobre a sua vida.
 Tome um momento para adorar e agradecer por Deus ter lhe dado uma
semana mais.
 Peça força para enfrentar mais uma batalha e continuar dentro da
Vontade de Deus.
o Saúde e mental – RECONECTAR CONSIGO MESMO.
 Tome um tempo só para você, onde possa analisar todas as emoções
negativas e corrigi-las.
 Dedique para fazer aquilo que o relaxa que seja diferente das suas
atividades semanais.
 Atividades de relaxamento segundo a sua personalidade. Encontre algo
que lhe anime e supere o barulho das tristezas e depressões.
o Familiar – RECONECTAR COM A FAMÍLIA.
 Aproveite este momento para fazer as atividades anteriores TAMBÉM
com a sua família.
 Realize atividades que coloque a sua família no Centro da Vontade de
Deus novamente.
 Realize atividades que traga paz, relaxamento e alegria para sua Família.
 A Criação é diferente do homem.
o Para entendermos melhor o Shabbat, precisamos explicar dois conceitos: A
Criação e o Homem.
o Existe uma diferença entre o trato de Deus com a Criação e para com o Homem.
o A Criação não alcançou a sua plenitude porque Deus a sujeitou, esperando a
manifestação dos filhos de Deus a libertarem.
 Ro 8:19-22 “Porque a ardente expectação da criação espera a
manifestação dos filhos de Deus. 20 Porque a criação ficou sujeita à
vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, 21 Na
esperança de que também a mesma criação será libertada da servidão da
corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. 22 Porque
sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto
até agora”.
 A Criação é algo que Deus cuida muito, e ela é inocente do pecado do
homem, por isso, Deus teve que sujeita-la até a igreja estabelecer o Reino
sobre a humanidade.
o Gn 2:3 “E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de
toda a sua obra que Deus criara e fizera”.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 69


o “O Santificou”. O DEDICOU. Este é momento que Deus traz o KADOSH para a
Criação. A Santificação da Criação.
o Nós aprendemos que a Santificação é um processo de purificação mediante
sacrifício e derramamento de sangue.
o Mas quando Deus santifica o 7º dia, as regras são diferentes, pois a Criação já está
no ambiente eterno e profético de Deus, logo, não precisava ser santificada com
derramamento de sangue, pois ela não havia pecado. Então a SANTIFICAÇÃO DE
Gn 2:3 é uma dedicação daquilo que já é SANTO, já é KADOSH.
o Deus dedica o sábado SEM NECESSIDADE DE SANGUE.
o Em outras palavras, Deus SEPARA ESSE MOMENTO e o torna SANTO.
 O Shabbat para homem segue o mesmo princípio, como figura do Shabbat de Deus.
o O Shabbat do homem santifica a aquele que o pratica.
 Êx 31:13 “Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente
guardareis meus sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas
vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos
santifica”.
o O Shabbat SANTIFICA a aquele que o pratica por causa da ALIANÇA com Deus.
o Santificação – A oportunidade de estar na Presença de Deus, pois Deus é Santo.
o Nós sim precisamos de um ato de sangue para nos purificar, por isso Jesus morreu
por nós.
o A diferença da Criação e dos anjos (At 10:22) que são santificados sem
necessidade de morte, pois são dedicados.
 O Shabbat é uma Aliança com Deus.
o Gn 9:13 “O meu arco tenho posto nas nuvens; este será por sinal da aliança entre
mim e a terra”.
 O arco celeste é uma Aliança com a Criação. Não com o homem.
 Todos podemos ver essa Aliança, porque foi feita com todo o Planeta.
o Mt 26:28 “Porque isto é o meu sangue; o sangue da nova aliança, que é
derramado por muitos, para remissão dos pecados”.
 A Ceia é uma Aliança com a Noiva.
 Só faz parte desta Aliança quem crê no sacrifício de Cristo pela
humanidade.
o Êx 31:16 “Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas
gerações por aliança perpétua”.
 O Shabbat é uma Aliança com o Seu Povo.
 Só é parte dessa Aliança quem crê no Poder da Santidade do Descanso.
 Nós também somos POVO DE DEUS.
 1P 2:9 “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o
povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou
das trevas para a sua maravilhosa luz, 10 Vós, que em outro tempo não
éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado
misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia”.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 70


o Dt 5:15 “Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o SENHOR
teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso o SENHOR teu
Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado”.
 O Shabbat é um MEMORIAL da Saída do Egito, é celebração junto com a
Páscoa, pois Deus tirou Israel da escravidão do Egito.
 Logo a Ceia é simbologia da Páscoa, pois Jesus nos tirou da escravidão do
pecado.
 O Sábado não foi destituído, só foi explicado com outras palavras através
da Ceia.
 “Fazei isto em memória de mim”. O mesmo princípio do Shabbat, onde se
lembra do cordeiro que foi imolado na última noite antes da saída de
Egito.
 Nós, Noiva de Cristo, estamos ligados a ele mediante a Aliança da Ceia.
 Nós, Povo de Deus, estamos ligados a ele mediante a Aliança do Shabbat.
 Nós, Criação, estamos ligados a Deus mediante a Aliança do Arco celeste.
 O Shabbat praticado por pessoas não judaicas traz também a bênção.
o Is 56:6-7 “E aos filhos dos estrangeiros, que se unirem ao SENHOR, para o
servirem, e para amarem o nome do SENHOR, e para serem seus servos, todos os
que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança,
7 Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração;
os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a
minha casa será chamada casa de oração para todos os povos”.
o O Shabbat é para todo aquele que quer desfrutar das bênçãos do Povo de Deus.
o O Shabbat também é para NÃO JUDEUS.
o O benefício dos ESTRANGEIROS que aceitassem a Aliança do Shabbat:
 Serão levados no Santo Monte de Deus.
 Serão alegrados por Deus na Casa de Oração de Deus.
 As ofertas serão sempre aceitas.
 O Shabbat é uma simbologia do que há de vir.
o Col 2:16-17 “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa
dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, 17 Que são sombras das coisas
futuras, mas o corpo é de Cristo”.
o O Batismo é uma simbologia. Rm 6:3-5.
o A Ceia é uma simbologia. 1Co 11.
o Ajudar ao irmão é uma simbologia. “O que fizestes a estes, a mim fizestes” Mt
25:40.
o Se praticamos simbologias, porque decidimos não praticar a simbologia do
Sábado? Quando ela traz tantos benefícios.
o O Shabbat é uma simbologia do Descanso Eterno de Deus.
o O Milênio é um sábado para a criação.
 1000 anos sabáticos para 6000 anos de história.
o No milênio haverão festas judaicas com a festa das Cabanas (dos Tabernáculos). Zc
14:16
o O Milênio é o complemento do homem.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 71


o Deus não santificou o Sábado para o homem entrar. Deus santificou o homem
para entrar no DESCANSO de Deus.
o O homem precisa estar puro para entrar no meu Descanso.
 Falaremos mais do Descanso Eterno no tema do Hexamerão.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 72


AULA 16
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 73
A Páscoa*. Lv 23:4-8
Conhecido como PÊSSACH.

Era uma das três convocações anuais (páscoa, pentecostes, tabernáculos) em que todos os
homens hebreus tinham de ir a Jerusalém a fim de participar de sua observação. Celebrava-se a
saída do Egito e a redenção efetuada com o cordeiro pascoal e portanto se considerava uma das
festas mais importantes do calendário hebraico.

A Páscoa original: Êx 12:1-27.

 Cada família tome um cordeiro ou cabrito sem mácula. Se a família for pequena, junte-se
com o seu vizinho.
o A questão não era para ajudar os necessitados.
o O alvo deste mandamento era que o Cordeiro teria que ser consumido em sua
totalidade.
o Uma família pequena não teria capacidade de consumir um cordeiro inteiro. Até
mais de duas famílias se uniam em uma casa.
 Tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em
que o comerem.
o O sangue nas portas é o sinal e o selo de autoridade, pois representa o sangue do
Cordeiro.
o O sangue do cordeiro é simbologia do sangue de Jesus. Logo, a porta dessa família
foi selada por Cristo, nada poderá atingi-la.
o O sangue é símbolo de expiação.
o O sangue nas portas significa PERDÃO PARA ESSA FAMÍLIA.
o Os Judeus não tinham um lugar de reunião sagrado em sua estadia de Egito, por
isso, as suas casas eram o seu TEMPLO.
o Todos os que estariam fora do TEMPLO, ou seja, do corpo, seriam condenados.
 A carne será assada no fogo por completo.
o A cultura judaica afirma que a melhor forma de preparar a carne na Pascoa seria
assada, porque somente assim se poderia manter a plenitude da carne. Se fosse
fervida ou cozida a carne se dissolveria e perderia a sua integridade.
o Jesus, sendo o nosso Cordeiro, não poderia passar por alguma facilidade na hora
do seu sofrimento, teria que ser “assado” por completo.
o A carne assada é para manter a INTEGRIDADE para o momento do jantar.
o O animal tinha que estar completo, com cabeça e pés, assado e servido na mesa.
o O animal completo indicava que todos tinham que participar da partição, ou seja,
todos são parte do grupo, todos são responsáveis por comer o animal.
o O motivo do animal ser inteiro era a UNIDADE na hora do jantar.
 O que sobrar será queimado no fogo.
o Nada poderá sobrar e nem ser usado para outros fins.
 Comerão vestidos nos lombos, calçados e com o cajado nas mãos.
o As vestes falam da natureza da ação.
o Lombos: Intimidade.
o Calçados: Evangelho. Obediência

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 74


o Cajado: Cuidado e Pastoreio

Durante os sete dias da festa não se permitia que os israelitas tivessem em casa pão com levedura,
indicando assim que a nação redimida não devia viver em pecado. Matava-se o cordeiro e era
comido na noite do primeiro dia da festa.

A levedura ou fermento é símbolo bíblico para o pecado. Pela modificação do elemento natural.

“Ele é composto de seres vivos: fungos microscópicos – chamados leveduras – que se alimentam de
açúcar, liberando gás carbônico e álcool. Quando a massa é aquecida no forno, as leveduras se
multiplicam, ingerindo o açúcar e o amido contido na farinha de trigo”.

Jesus substituiu esta festividade pela Santa Ceia (Lc 22:7-20), sendo ele próprio a nossa páscoa,
"sacrificado por nós".

1Co 5:7 “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais
sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”.

Jesus se tornou em nossa Páscoa, por ele ser o Cordeiro ÍNTEGRO que expiou a nossa família, e
nos livrou da morte e da escravidão do pecado.

Versículos mal usados para a Ceia:

At 20:7 “E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que
havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou a prática até à meia-noite”.

 Este versículo é usado para dizer que a Ceia e os cultos mudaram para Domingo, mas o
próprio texto afirma que no dia seguinte também haveria o partir do pão. Então o
Domingo não é dia exclusivo para a o Partir do Pão.

1Co 16:2 “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar,
conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar”.

 Pegando a frase “primeiro dia da semana”, a igreja tenta justificar as suas reuniões no
Domingo, pegando versos fora do contexto.
 Este texto é uma estratégia de atividade social, não de Ceia ou de Culto.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 75


AULA 17
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 76
As Primícias. Lv 23:9-14
A festa da páscoa assinalava o começo da colheita da cevada. A cevada amadurecia umas três
semanas antes do trigo. Uma vez que os israelitas entrassem em Canaã, teriam de levar um molho
das primícias ao sacerdote como oferta de primeiros frutos e depois disso poderiam segar e comer
a colheita.

Desse modo os judeus reconheciam que recebiam do Senhor as bênçãos materiais.

No primeiro dia da semana depois da páscoa, o sacerdote apresentava o molho movendo-o diante
do Senhor, o Sustentador de seu povo.

O Molho movido é Cristo ressuscitando no primeiro dia da semana, em seguida sendo movido
sobre o povo, sendo pregado e manifestado em Espírito Santo em Seu povo.

A oferta das primícias é uma formosa figura profética de Cristo “primícias dos que dormem”.

1Co 15:20-23 “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que
dormem. 21 Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos
veio por um homem. 22 Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão
vivificados em Cristo. 23 Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de
Cristo, na sua vinda”.

Figura 21 Molho de trigo

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 77


O Pentecostes*. Lv 23:15-25
Na época de Jesus denominava-se "pentecoste", palavra grega que significa "qüinquagésimo", pois
caía sete semanas ou cinqüenta dias depois da páscoa. Esta festividade marcava o fim da colheita
do trigo (Êxodo 23:16), e se ofereciam a Deus as primícias do sustento básico dos israelitas. Assim
como a páscoa recordava a Israel que Deus era seu Redentor, de igual maneira a festa das
semanas lembrava-lhe que o Senhor era também seu Sustentador, o Doador de toda boa dádiva.

O Espírito Santo foi derramado sobre os cento e vinte discípulos na festa de Pentecoste. O
resultado foi que três mil pessoas se converteram mediante a ungida pregação de Pedro. Eram as
primícias de uma grande colheita de almas.

Festa das Trombetas. Lv 23:23-25


O sinal do FIM DO PENTECOSTES.

Se anuncia que o Fim do Pentecostes é com Som de Trombeta. Lv 23:24 “Fala aos filhos de Israel,
dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso, memorial com sonido de trombetas,
santa convocação”.

Números 28:11-15; 29:1-6. O tocar das trombetas proclamava o começo de cada mês, o qual se
chamava lua nova (Números 10:10). Observava-se a lua nova oferecendo sacrifícios pelo pecado e
holocaustos acompanhados de oblações de presente (Números 28:11-15).

O primeiro dia do sétimo mês; do ano religioso estava destinado como festa das trombetas.
Marcava o fim da estação da colheita e o primeiro dia do ano novo do calendário civil. Celebrava-
se entre os hebreus com grande festividade e alegria, e tinha início com toque de trombetas.
Ofereciam-se sacrifícios e não se permitia nele trabalho servil algum. O motivo da festa era
anunciar o começo do ano e preparar o povo para o apogeu das observâncias religiosas, a
celebração do dia da expiação e a da festa dos tabernáculos.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 78


O dia da Expiação. Lv 23:26-32
Era o dia mais importante do calendário judeu. Chamava-se yoma, "o dia". Era a coroa e ponto
culminante de todo o sistema de sacrifícios. "Isaías 53 é para a profecia messiânica, ... o que é
Levítico 16 para o inteiro sistema mosaico de tipos, a flor mais perfeita do simbolismo
messiânico." No dia da expiação, o sumo sacerdote reunia todos os pecados de Israel acumulados
durante o ano e os confessava a Deus pedindo perdão. Somente ele podia entrar no lugar
santíssimo e fazer expiação sobre o propiciatório da arca. Fazia-o somente uma vez por ano, no dia
da expiação.

a) Os preparativos.

 O povo não devia trabalhar.


 Deviam afligir suas almas jejuando, demonstrando desse
modo humildade e tristeza por seu pecado.
 O sumo sacerdote banhava-se completamente,
simbolizando sua purificação espiritual.
 Não devia vestir-se com as magníficas vestimentas de
cores como em outras ocasiões, mas vestir a túnica de
linho branco que representava a pureza absoluta,
requisito para entrar na presença do Deus santo.
 O vestido branco e limpo simbolizava a justiça perfeita de
Jesus Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote.

b) Expiação por ele e pelos sacerdotes.

 Aarão fazia uma expiação por seus próprios pecados e Figura 22 As roupas sacerdotais de
pelos dos outros sacerdotes: sacrificava um bezerro e linho branco

levava o sangue em um vaso.


 Com um incensário cheio de brasas tomadas do altar do incenso e com os punhos cheios
de incenso, entrava no lugar santíssimo. Imediatamente punha o incenso sobre as brasas
para que o fumo perfumado cobrisse o propiciatório. Assim seus pecados eram cobertos e
ele não morria.
 O incenso simbolizava a oração que subia a Deus pelo perdão de pecados. Depois espargia
o sangue sete vezes sobre o propiciatório, no lugar santo e sobre o altar de bronze,
expiando os pecados do sacerdócio e suas faltas ao ministrar no lugar santo.

c) A expiação pelo povo:

 Os dois bodes escolhidos para o sacrifício já haviam sido trazidos ao tabernáculo.


 Aarão lançava sortes sobre os animais; uma sorte para o Senhor e outra para Azazel.
 Aarão sacrificava o bode sobre o qual caía a sorte pelo Senhor. Já havia entrado no lugar
santíssimo para expiar seus pecados e agora da mesma maneira fazia expiação por seu
povo.
 A seguir punha as mãos sobre a cabeça do animal vivo que restava e confessava todas as
iniquidades de Israel.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 79


 O bode era enviado ao deserto para nunca mais voltar.
 Então Aarão lavava suas vestes, banhava-se e se vestia.
 Oferecia carneiros como sacrifícios do holocausto (oferta).

Qual é o significa de Azazel?

Diz uma nota na Bíblia de Jerusalém: "Azazel, como bem parece ter compreendido a versão siríaca,
é o nome de um demônio que os antigos hebreus e cananeus acreditavam que habitasse o
deserto, terra árida onde Deus não exerce a sua ação fecundante". Outros o interpretam como
Satanás ou, possivelmente, o lugar remoto para o qual era enviado o bode. Não obstante, estas
interpretações são errôneas, porque em nenhuma outra parte da Bíblia se encontra uma oferta a
demônios ou a Satanás e Deus proibiu expressamente sacrificar a demônios (17:7).

O maligno é um usurpador e indigno de ser reconciliado. Por outro lado, se fosse um lugar no
deserto do Sinai, seria difícil enviar um animal para lá quando Israel entrasse na Palestina.

A melhor interpretação encontra-se na própria tradução da palavra "azazel". Muitos eruditos a


interpretam como "remissão, tirar e enviar a outra parte". A versão grega traduz a palavra em
16:10 como "enviar a outro lugar". Daí que os dois bodes formam um único sacrifício pelo pecado.

Um deles era sacrificado para expiar o pecado e o outro, aquele sobre o qual o sumo sacerdote
colocava as mãos e confessava os pecados de Israel, representava o alijamento (lançar fora) da
culpa não somente da presença de Deus mas também da presença do povo. O bode era levado a
um lugar solitário e posto em liberdade para não mais voltar ao acampamento. Assim é com o
nosso Deus. Por meio de Cristo, nosso pecado e a culpa dele resultante estão alijados para
sempre. "Quanto está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões"
(Salmo 103:12).

Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, não necessitava oferecer sacrifício por si mesmo. Entrou uma
vez para sempre no lugar santíssimo (o céu), não levando o sangue de bodes mas seu próprio
sangue, e nos redimiu eternamente (Hebreus 9:11, 12). Ele tem um sacerdócio imutável e pode
"salvar perfeitamente os que se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles"
(Hebreus 7:24, 25).

Jesus não entregou o seu sangue a Satanás, ele entregou o sangue no Altar Original. O preço do
pecado não era “o sangue”, e sim “o sangue no Altar Original”.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 80


A Festa dos Tabernáculos*. Lv 23:33-44
Era a última festa do ano e durava oito dias. Comemorava-se o fim da época da colheita e também
a peregrinação no deserto. Quando os israelitas entrassem na terra prometida, a festa os
lembraria de que haviam sido estrangeiros e peregrinos na terra e que o Senhor os havia
sustentado e guiado milagrosamente.

 Os israelitas construíam cabanas (por esta razão também era conhecida como a Festa das
Cabanas) e viviam nelas para lembrar-se dos anos em que haviam morado em tendas.
 Era uma festa alegre. "E vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus por sete dias" (23:40).
 No primeiro dia os israelitas levavam ramos de palmeiras e de outras árvores frondosas,
regozijando-se no Senhor.
 O motivo era recordar que Deus os havia ajudado, havia-lhes dado graça para suportar o
desconforto e as provas da peregrinação e os havia trazido à terra que manava leite e mel.
 No último dia da festa, celebrava-se a provisão sobrenatural de água no deserto (João
7:37-39).

A festa das tendas ou dos tabernáculos ensina-nos que é dever cristão regozijarmo-nos no Senhor
lembrando-nos sempre da bondade de Deus que nos ajuda em nossa peregrinação. Algum dia os
peregrinos estarão no céu, "trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos", regozijando-
se na salvação de seu Deus e do Cordeiro (Apocalipse 7:9, 10). O desconforto da peregrinação já
será coisa passada e as vitórias serão motivo de gozo indizível.

O ano do Descanso. Lv 25:1-8


 Ao entrar na terra prometida, os israelitas deviam passar um ano em cada sete sem
semear nem colher.
 A terra devia descansar.
 O que ela produzisse espontaneamente naquele ano seria para todos, tanto para os
animais como para os homens. Deus daria colheitas abundantes no sexto ano para que
não fosse necessário trabalhar no ano seguinte (25:18-22).
 Os hebreus deviam perdoar a seus devedores pobres e colocar em liberdade os escravos
(Deuteronômio 15:1-11; Êxodo 21:2-6).
 Assim os israelitas se lembravam de que Deus os livrara da servidão no Egito.
 Contudo, não seria um ano de ociosidade. Segundo a instrução mosaica, os sacerdotes e
levitas deviam ensinar-lhes a palavra de Deus e a lei (Deuteronômio 31:10-13).
 Não há indício de que a nação tenha observado essa lei, e esse desacato foi um dos
motivos do cativeiro babilônico (II Crônicas 36:21).

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 81


O Jubileu. Lv 25:8-55
Além de observar o ano sabático, os israelitas deviam celebrar o ano do jubileu, isto é, dois anos
seguidos de descanso cada cinquenta anos.

 O ano 49 era ano do Descanso, e o ano 50 era o Jubileu.


 Os escravos eram liberados.
 As terras eram devolvidas aos donos originais de quem havia adquirido.
 As dívidas eram perdoadas.

Deviam apregoar a liberdade aos escravos hebreus, devolver ao dono originário a terra que
haviam adquirido dele e perdoar as dívidas dos outros.

Assim se punha freio ao desejo desmedido de acumular bens materiais, e se impedia que
houvesse extremos de pobreza e riqueza.

São evidentes certos paralelos entre a relação do israelita com seu terreno e as possessões
materiais do crente. Como o hebreu não era o verdadeiro dono de seu terreno, mas apenas o
utilizava provisoriamente, assim o crente deve considerar suas posses como algo temporal,
emprestado por Deus. O crente é apenas mordomo dos bens de seu Deus (Lucas 19:11-27). Por ser
estrangeiro e peregrino, acompanhado por Deus em sua viagem pela terra, já que sua verdadeira
pátria se encontra no céu, não deve apegar-se às coisas do presente mundo.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 82


Números.
 “Deus fez separação entre a LUZ e as trevas”.
 Em números existe a separação dos que acreditam ou não nas promessas.
o Moisés estabelece 70 líderes para lhe ajudar na direção do povo. Nm 11:16
o Miriam fica leprosa por se levantar contra Moisés. Nm 12:10
o Os espias vão a Canaã. No Deserto cairão os corpos dos que duvidaram. Não
entrarão na terra prometida. Nm 13
o A maldição de 40 anos no deserto é estabelecida para separar o povo. Nm 14:34
o Deus mata aos homens que trouxeram relatórios ruins. Nm 14:37
o Deus mata a todos os homens de Corã que se levantou contra Moisés mandando a
Terra se abrir e tragar vivos com as suas famílias. Nm 16:31
o Saiu fogo de Deus e consumiu a 250 homens que ofereciam incenso. Nm 16:35
o Se mostrou a liderança e a unção de Moisés diante do desafio. Deus faz a vara de
Araão florescer no meio das varas dos outros príncipes. Nm 17:8
 Deus estabelece um processo de separação: O DESERTO.
 Números. Bamidbar. Em-No (Ba) deserto (midbar). Deserto específico.
o A raiz é de DAVAR. Palavra.
o Midbar significa. Deus fala no deserto.
o Os 2:14 "Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao
coração".
o Não há lugar mais silencioso para ouvir a voz de Deus que no deserto da vida.
 É terapêutico, trata a alma e garante a vitória.
o A expressão PALAVRA (DAVAR) tem a mesma raiz de deserto.
o O deserto é específico para Israel. Cada um tem os seus desertos.
 Nm 3:17 Definidos os Levitas em Castas com as suas funções:
o Gersonitas. Vs 18
 Casa dos Libnitas
 Casa dos Simeitas
 Levavam cortinas, cobertas, peles, cordas carregados por bois.
o Coatitas. Vs 19
 Casa dos Anramitas (Anrão)
 Aarão e Moisés. Sacerdotes.
 Casa dos Izaritas
 Casa dos Hebronitas
 Casa dos Uzielitas
 Levavam a arca e os móveis carregada a mão pelos varais.
o Meraritas. Vs 20
 Casa dos Malitas
 Casa dos Muzitas
 Levavam as colunas, varais, estacas e estruturas levadas em carros de
bois.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 83


 Uzá, quem tocou (2S 6:6-7) na arca e morreu não era Coatita e sim
Merarita, da casa dos Malitas (1Cr 6:29). Ele não tinha que estar
perto ou trabalhando com os móveis do Santuário.
 Davi tentou mudar este sistema estabelecido por Deus. Pensando
que poderia imitar a mesma estratégia em que foi levada a arca
pelo mundo (1S 6:7-9 Os filisteus devolvem a Arca em um carro
puxado por bois).
 Literalmente Davi tentou imitar a estratégia do mundo para atrair
a presença de Deus.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 84


AULA 18
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 85
Deuteronômio.
 “E chamou à LUZ dia, e às trevas noite”.
 Tudo já existia, agora Deus lhes dá um destino.
 Deuteronômio. Devarim.
o As palavras. Palavra Devar – davar (im) plural masculino.
o Dt 1:1 “Estas são as palavras que Moisés falou a todo o Israel além do Jordão, no
deserto, na planície defronte do Mar Vermelho, entre Parã e Tófel, e Labã, e
Hazerote, e Di-Zaabe”.
 As 3 divisões de Deuteronômio:
o Recorda. 1:1 – 4:43
 Revisão dos fracassos de Israel
 Vitórias e partilha do território ao oriente do Jordão
 Exortação à obediência Obedece
o Obedece. 4:44 – 26:19
 Os Dez Mandamentos e sua aplicação - 4:44—11:32
Mandamentos
 Leis atinentes ao culto e à vida santa - 12:1—16:17
Estatutos
 Leis de justiça e de humanidade - 16:18—26:19
Ordenanças
o Cuidado. 27 – 34
 Bênçãos e maldições
 Dias finais de Moisés
 O credo do povo judeu:
o Dt 6:4-5 “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. 5 Amarás, pois, o
SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas
forças”.
 O sistema de governo estabelecido por Deus: PROFETAS
o Dt 18:16-19 “O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus
irmãos, como eu; a ele ouvireis; 16 Conforme a tudo o que pediste ao SENHOR teu
Deus em Horebe, no dia da assembleia, dizendo: Não ouvirei mais a voz do
SENHOR teu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. 17 Então
o SENHOR me disse: Falaram bem naquilo que disseram. 18 Eis lhes suscitarei um
profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca,
e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. 19 E será que qualquer que não ouvir
as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele”.
 A morte de Moisés.
o Moisés morreu. Dt 34:5
o Moisés foi sepultado. Dt 34:6
o Houve luto por Moisés 30 dias. Dt 34:8
o Moisés ressuscitou e foi arrebatado com Deus.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 86


i. Jd 9 “Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a
respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição
contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda”.
1. O corpo morto era o comprovante de que alma pertencia ao lugar
dos mortos. Sem corpo, sem possibilidade de exigir a alma.
2. Este texto declara que Satanás estava exigindo o corpo de Moisés,
porque se crê que havia ressuscitado.
ii. Mt 17:2-3 “E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu
como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. 3 E eis que
lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele”.
1. Moisés estava junto a Elias, alguém que também não estava no
lugar de Mortos e foi arrebatado aos Céus.
2. Nenhuma alma que estava dentro do lugar de Mortos poderia sair
a não ser através de ressurreição física.
iii. Rm 5:4 “No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés […]”.
1. Até este ponto, nenhum homem tinha vencido o estado da morte,
ou seja, ressuscitado.
 Por isso, se conclui que Moisés morreu, mas ressuscitou e foi arrebatado.
Fazendo uma tipologia de Jesus.
 Deuteronômio dá entrada ao Livro de Josué.

Josué
 O Livro de Josué é a realização da Torá.
o A conquista da terra prometida é uma dádiva de Deus.
o A fidelidade de Josué e Calebe é um claro exemplo de comportamento e de como
Deus recompensa a obediência.
o Isso ensina que não há como usufruir das bênçãos de Deus sem sermos
compatíveis com a conduta estabelecida por Deus.
 Josué, no primeiro versículo, ainda está mergulhado na perda de Moisés.
o Deus precisa pedir a Josué para se levantar.
o Deus precisa lembrar a Josué que Moisés morreu.
o Deus precisa lembrar a Josué que ele é responsável por um povo e não está
sozinho.
o Js 1:1-2 “E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR
falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo: 2 Moisés, meu servo, é
morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que
eu dou aos filhos de Israel”.
 O tempo de luto de 30 dias já havia passado. Dt 34:8.
 Deus lembra a Josué que ele é SERVO DE MOISÉS.
o Existe uma diferença entre ser servo do homem e ser servo de Deus.
o Deus deixou bem claro nos versos 1 e 2 que Josué ainda era servo de Moisés e
Moisés era servo de Deus.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 87


o Servo dos homens não é errado, quando isto é um processo de amadurecimento.
o Precisa chegar o dia em que deixemos de ser servo da vontade do homem.
o Existirão momentos em que Deus nos tirará o homem a quem servimos, para que
sejamos servos DELE. Mas se nesse momento continuarmos sendo servos do
homem, então estaremos rejeitando a Deus por uma posição cómoda.
o Josué estava escolhendo a posição cómoda, pois era Moisés o criticado pelas
decisões difíceis.
o Josué agora tinha a responsabilidade de um povo nas costas dele.
o A responsabilidade é maior inimigo do crescimento e amadurecimento.
o Todo o livro falará do crescimento espiritual de Josué.
 Josué, enfim, é reconhecido como SERVO DE DEUS.
o Js 24:29 “E depois destas coisas sucedeu que Josué, filho de Num, servo do
SENHOR, faleceu, com idade de cento e dez anos”.
o A maturidade te outorga um título: SERVO DE DEUS.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 88


AULA 19
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 89
Panorama dos Reinos de Israel
1Rs 6:1 “E sucedeu que no ano de quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do
Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de Zive (este é o mês segundo),
começou a edificar a casa do SENHOR”.

 480 anos desde a saída de Israel até a o 4º ano de reinado de Salomão.


 Nesse período se inclui: 40 anos no deserto, 5 anos até terminarem de conquistar Canaã,
Liderança de Josué (35 anos aprox), Tempo dos Juízes (320 aprox), 40 anos do Reinado de
Saul e 40 anos do Reinado de Davi.
 Ler apostila A Cronologia do período dos Juízes anexa.

O sistema de Governo de Israel.


Patriarcas. Adão até Jacó, até a entrada no Egisto.

1. Tera. Gn 11:24
a. O único homem que os seus 3 filhos fazem parte da linhagem de Jesus.
b. Abraão, pai de Jacó, pai de Judá, ascendência de Davi.
c. Naor, pai Betuel, pai de Raquel, esposa de Isaque.
d. Harã, que foi pai de Ló, pai dos Moabitas, de onde veio Rute, mãe de Obede, avó
de Davi.
2. Abraão. Gn 11:26
3. Isaque Gn 25:19
4. Jacó Gn 25:26

Representantes de Deus. Desde Moisés, da saída de Egito até Josué.

1. Moisés. Êx 3:1
2. Josué. Js 1:1
3. Anciãos. Jz 2:7

Juízes. Líderes que se levantavam de vez em quando para trazer um senso de liderança diante dos
desafios das nações vizinhas.

1. Otoniel. Jz 3:7
2. Eúde. 3:12
3. Sangar. Jz 3:31
4. Débora. Jz 4
5. Gideão. Jz 6
6. Tola. Jz 10:1
7. Jair. Jz 10:3
8. Jefté. Jz 10:6
9. Ibsã. Jz 12:8
10. Elom. Jz 12:11
11. Abdom. Jz 12:13

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 90


12. Sansão. Jz 13
13. Samuel, sendo o último Juiz.

Leia com atenção a Apostila anexa Cronologia do Período dos Juízes de Thomas Tronco onde os
detalhes de datas são esclarecidos com excelência.

Reis e Profetas. Monarquia familiar.

Israel (demais tribos) Judá


Saul reinou sobre Israel e Judá 40 anos (At 13:21)
Isbosete (2S 2:8) reinou 2 anos Davi (2S 2:11) reinou 7 anos e 6 meses
Davi unificou o reino e reinou no total 40 anos (7 sobre Judá e 33 sobre Israel e Judá 2S 5:4-5)
Salomão reina 40 anos sobre todo Israel (2Cr 9:30)
Jeroboão reina sobre 10 tribos (1R 12) Roboão reina sobre Judá e Benjamim (1R 12)
Elias Obadias
Eliseu Joel
Jonas Isaías e Miqueis
Amós Naum
Oséias Sofonias
As 10 tribos são levadas cativas a Siria (2R 18) Jeremias
Habacuque
Judá é levada cativa a Babilônia (2R 24)
Daniel e Ezequiel
Esdras e Neemias retornam a Jerusalém
Restauração dos muros de Jerusalém
Construção do Segundo Templo
Ageu
Zacarias
Malaquias

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 91


Jesus histórico.
Idade de Jesus.
Lc 3:23 “E o mesmo Jesus começava a ser de quase trinta anos, sendo (como se cuidava) filho de
José, e José de Heli”.

Todos aprendemos que Jesus tinha 30 anos quando começou o seu ministério. Mas isso não está
descrito na Bíblia.

Fatos:

 O texto de Lucas é o único que se preocupou com descrever a idade.


 O texto original diz “quase”. Ou seja, seguindo a tradução, ele teria 29 anos.
 O texto original não diz o número 30.
 “Como se cuidava ou cria” está descrito porque era a idade em que os homens podiam
servir. Nm 4:3 “Da idade de trinta anos para cima até aos cinquenta anos, será todo
aquele que entrar neste serviço, para fazer o trabalho na tenda da congregação”.
 A mesma idade tinha José e Davi quando começaram fielmente o seu ministério:
o Gn 41:46 “E José era da idade de trinta anos quando se apresentou a Faraó, rei do
Egito. E saiu José da presença de Faraó e passou por toda a terra do Egito”.
o 2S 5:4 “Da idade de trinta anos era Davi quando começou a reinar; quarenta anos
reinou”.
 Existe a possibilidade de Jesus não ter essa idade, já que ele não seguia todos padrões, por
exemplo era Bar Mitzvá, que era a iniciação como homem na sociedade que somente
poderia acontecer aos 13 anos nos meninos; Jesus realizava atividades que
tradicionalmente eram proibidas no sábado, como curar enfermos; entre outras.

O Batismo de Jesus.
Existe um ritual judaico de iniciação à sociedade chamado Bar Mitzvá (meninos, aos 13 anos) ou
Bat Mitzvá (meninas aos 12 anos), onde o filho será elogiado pelo seu pai legítimo, depois
receberá a benção do Pai, e também a liberação para a vida adulta.

A Cerimônia consiste em o Pai, autorizar seu filho(a), para prosperar, na sua vida espiritual,
profissional, afetiva. Jacó recebeu a benção de seu pai, e se tornou uma grande nação, Esaú não
recebeu, e não prosperou da mesma forma que seu irmão.

O princípio deste ritual é estabelecer uma identidade pública no Filho, fazendo ele se sentir amado
e incluído para a sua missão.

Segundo os orientadores do ritual, a maior importância não era a cerimonia em si, mas a cultura
da bênção dos pais em dar todo o suporte que eles precisariam para exercer o seu ministério
terreno.

Jesus tinha 12 anos quando foi ao templo.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 92


Lc 2:41 “Ora, todos os anos iam seus pais a Jerusalém à festa da páscoa; 42 E, tendo ele já doze
anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa”.

Esta passagem não se refere ao Bar Mitzvá, pois somente poderia acontecer aos 13 anos por Jesus
ser do sexo masculino.

José não era o Pai legítimo de Jesus, sendo um conflito enorme na sociedade. Se José tivesse feito
o Bar Mitzvá de Jesus, estaria declarando eliminando a sua divindade, pois era algo que somente o
Deus Pai poderia fazer.

Então quando aconteceu o Bar Mitzvá de Jesus?

Quando Jesus, já adulto, chega diante de João Batista, há um sinal que indica que nesse exato
momento, está acontecendo o Bar Mitzvá.

1. O Pai legítimo, ou seja, Deus Pai, falou.


2. Mt 1:11 “E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado em quem me
comprazo”.
3. Esta era a declaração do Bar Mitzvá sobre Jesus, quando é declarada a sua identidade e a
bênção do Pai.

Este argumento completo você achará no livro Bar Barakah de Craih Hill (não disponibilizado pelo
Instituto Bíblico O Reino da Graça).

Os 3 anos e meio de ministério.


Em nenhum lugar da Bíblia é falado que Jesus teve 3 anos de ministério, desde o seu batismo até o
dia da sua morte. Este tempo se conclui pelas 4 menções da festa da Páscoa no livro de João:

1. Jo 2:23 “E, estando ele em Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais
que fazia, creram no seu nome”.
2. Jo 5:1 “Depois disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém”.
3. Jo 6:4 “E a páscoa, a festa dos judeus, estava próxima”.
4. Jo 13:1 “Ora, antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de
passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo,
amou-os até o fim”.

Com estas 4 menções das festas da Páscoa se conclui que foram 3 anos de ministério e alguns
meses.

Antes do 1ª 1º ano de 2ª 1º ano de 3ª 1º ano de 4ª Últimos


ministério Páscoa ministério Páscoa ministério Páscoa ministério Páscoa meses

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 93


Existem 2 problemas nesta teoria:

1. João não é um evangelho sinótico.


a. Evangelho Sinótico significa que relata a mesma história que os outros em visões
similares.
b. Mateus, Marcos e Lucas temos as mesmas histórias contadas de forma muito
parecida, tanto que se conclui que os autores conversavam entre si antes de
escrevê-los.
c. João tem como intenção completar informações que não estão descritas nos
outros evangelhos.
d. Jo 3 – 10 é exclusivo desse evangelho.
e. O evangelho de João não apresenta uma visão radicalmente diferente de Jesus.
Apenas completa a informação dos outros três evangelhos. Assim, temos um
retrato mais completo da vida de Jesus.
f. Sendo João não sinótico e nem cronológico, as 4 festas da Páscoa poderiam ser
diferentes das que realmente foram.
2. A segunda festa descrita em Jo 5 não está claro que seja da Páscoa.
a. Podendo ser qualquer outra festa.
b. Se existe a possibilidade de não ser Páscoa, então existe a possibilidade de que o
tempo de ministério possa ser menor.
c. Se existe a possibilidade de ser menos de 3 anos, então se abre a possibilidade de
ter sido mais de 3 anos conforme escrito no próprio livro de João.
d. Jo 21:25 “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das
quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que
se escrevessem. Amém”.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 94


AULA 20
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 95
Paulo
Duplo nome, dupla cidadania.
 Saulo, nome judaico. Tradicionalmente: Saul, como o primeiro rei de Israel.
 Paulo, nome romano para Saulo.

Paulo antes do ministério.


1. Nascido em Tarso. At 22:3.
2. Possuía cidade romana, possuía cidadania romana. At 9:11; 21:39; 22:25.
3. Tradicionalmente criado nos costumes judaicos, era judeu. Gl 1:14
4. Criado no judaísmo aos pés de Gamaliel. At 22:3
5. O seu entendimento zeloso do judaísmo o levou a perseguir e a assolar os cristãos. Gl 1:13
6. Saulo, querendo autorizações maiores para perseguir os cristãos, decide ir ao Sumo-
Sacerdote para pedir cartas. At 9:1-2
7. No caminho a Damasco se encontrou com a voz de Jesus e se converteu ficando cego
fisicamente, sendo uma tipologia de Deus de como era espiritualmente. At 9:4
8. Saulo foi guiado pelos varões que estavam com ele à casa de um homem chamado Judas,
que morava na rua chamada Direita. At 9:11
9. Deus apareceu em visão a um homem chamado Ananias, e lhe pede para ir à casa de
Judas e perguntar por Saulo. At 9:10-11
10. Desde o início, Deus mostra que o ministério é padecimento pelo nome de Jesus. At 9:15-
16.
11. Ananias lhe impõe as mãos a Paulo onde foi cheio do Espírito Santo. At 9:17
12. A sua visão foi recuperada quando umas escamas caíram dos seus olhos.
a. A visão do Espírito Santo lhe permitiu ver o espiritual e o físico.
13. Foi batizado em águas. At 9:18
a. Este versículo não fala de batismo no ES, pois isso aconteceu já desde a imposição
de mãos de Ananias no versículo anterior.
b. O batismo no ES é requisito somente para aqueles que creem em Jesus, algo que
aconteceu com Paulo desde que caiu no caminho com a voz de Jesus.
14. Foi 3 anos para Arábia Gl 1:17-18
15. Foi com Pedro e esteve com ele 15 dias. Gl 1:18.
16. Depois passou 14 anos na Síria e Cilicia Gl 1:21 - 2:1
17. Paulo sobe a Jerusalém Gl 2:2
18. Barnabé começa a Discipular a Paulo. At 9:27

Sua personalidade emocional.


 Não sofre crises existenciais.
 Não sofre de sentido da Vida.
 Não tem problemas de melancolia.
 Não sofre de depressão.
 É irrepreensível (Flp 3:6).

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 96


 É convicto do seu chamado.
 Determinado, claro e objetivo.
 Conhece as suas dúvidas.
 Conhece as suas limitações e não se deixa abalar por elas.
 Se supera (2Co 4:7-18).

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 97


AULA 21
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 98
Paulo vs Barnabé
Todos conhecemos a um Paulo que é líder e a coluna central da doutrina da igreja primitiva. Mas
Paulo teve um começo como discípulo, e quem pediu para Paulo caminhar com ele foi Barnabé.

Aqui começa o desafio de Barnabé, pois ele não imagina que a velocidade de crescimento de Paulo
seria muito alta.

Barnabé começa o seu discipulado liderando a Paulo, mas com o passar do tempo, Paulo começa a
se destacar naturalmente. Neste ponto, um líder precisa perceber quando o liderado já o supera
em tudo.

Razões pelo qual um liderado maduro aceita um discipulado:

1. O líder tem algo que o liderado não tem.


2. O liderado está obedecendo a voz de Deus em se submeter a uma pessoa, sem se
importar se é melhor ou não.
3. O liderado sabe das limitações do seu líder, e não exige perfeição, só quer aprender dele o
que ainda não sabe.
4. O liderado não espera perfeição, somente exemplo de fé e entrega ministerial.
5. O liderado espera do seu líder uma âncora nas dificuldades que possa ter. Sabendo que
todas as perguntas terão uma resposta.

A briga entre Barnabé e Paulo.

Comumente se menciona na Bíblia os parceiros em suas missões, e o líder é mencionado primeiro:


Paulo e Silas (At 16:19,26; 17:4, etc), Pedro e João (At 3:1,11; 4:13, etc).

Seguindo este padrão, vemos as posições Barnabé e Paulo foram mudando ao longo da
caminhada, até levarem à separação de ambos:

 Barnabé toma para si a Paulo. Barnabé se torna líder de Paulo


o At 9:27 “Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou
como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara
ousadamente no nome de Jesus”.
 Barnabé e Saulo. Resposta ao socorro de muitos.
o At 11:29-30 “E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que
pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. 30 O que eles com efeito
fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo”.
 Barnabé e Saulo. Terminaram a sua missão.
o At 12:25 “E Barnabé e Saulo, havendo terminado aquele serviço, voltaram de
Jerusalém, levando também consigo a João, que tinha por sobrenome Marcos”.
 Barnabé, outros e Saulo. Saulo, o novato.
o At 13:1 “E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a
saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora
criado com Herodes o tetrarca, e Saulo”.
o Listagem de profetas e doutores

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 99


 Barnabé e Saulo. O Espírito Santo pede eles dois para uma missão.
o At 13:2 “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me
a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”.
 Paulo e Barnabé. Começaram a ter seguidores.
o At 13:43 “E, despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos religiosos
seguiram Paulo e Barnabé; os quais, falando-lhes, os exortavam a que
permanecessem na graça de Deus”.
o Paulo começou a ter mais seguidores que o seu líder Barnabé.
o O líder, quando é menos famoso que o liderado, corre o risco de gerar amargura e
inveja.
o Um novo tempo para Saulo (nome Judaico), simbolizado pelo seu nome Paulo
(nome Romano). Pois estava se destacando entre OS GENTIOS, que o chamavam
pelo seu nome romano.
 Paulo e Barnabé. Perseguidos, mas ainda assim, Paulo se destacando.
o At 13:50 “Mas os judeus incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os
principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os
lançaram fora dos seus termos”.
 Bernabé, Jupiter e Paulo, Mercúrio.
o At 14:12-13 “chamavam Júpiter a Barnabé, e Mercúrio a Paulo; porque este era o
que falava. 13 E o sacerdote de Júpiter, cujo templo estava em frente da cidade,
trazendo para a entrada da porta touros e grinaldas, queria com a multidão
sacrificar-lhes”.
o Júpiter era um deus supremo, pai de Mercúrio e de outros.
o Mercúrio, também conhecido como Hermes, o mensageiro foi atribuído a Paulo
porque este era quem falava.
o Aqui fica claro que no geral Barnabé era o líder, mas quem tinha destaque e
ousadia era Paulo.
o Já tinha chegado o tempo da separação, mas Barnabé quis insistir.
o Precisamos entender que virá o momento que ensinaremos tudo o que poderá ser
ensinado, sabendo que será o momento de deixar voar.
 Paulo e Barnabé. Discutindo a respeito da circuncisão contra uns irmãos de Judeia.
o At 15:2 “Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra
eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém,
aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão”.
o Se o nome de Paulo estava em primeiro lugar, é porque ele estava liderando o
argumento.
 Barnabé e Paulo. Diante da liderança máxima da Igreja Barnabé toma a sua posição.
o At 15:12 “Então toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que
contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os
gentios”.
o Barnabé toma a palavra diante da forte discussão teológica.
o O grande Pedro estava presente, Barnabé teve que mostrar liderança.
o Última tentativa de Barnabé para mostrar a supremacia sobre Paulo.
 Paulo e Barnabé. Reconhecido por todos os Apóstolos e anciãos

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 100


o At 15:22 “Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja,
eleger homens dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber:
Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens distintos entre os irmãos”.
o Barnabé, ao escutar pela liderança dos Apóstolos que Paulo seria nomeado
primeiro, só alimentava a amargura.
 Paulo e Barnabé. Pregando junto com outros.
o At 15:35 “E Paulo e Barnabé ficaram em Antioquia, ensinando e pregando, com
muitos outros, a palavra do Senhor”.
o Barnabé já não tolerava mais esta silenciosa competição.
o Barnabé queria discípulos que pudesse controlar.
o Paulo não estava gostando da seleção de Barnabé.
o PAULO E BARNABÉ BRIGAM.
 Paulo e Silas. Uma nova equipe, sem conflitos de competição.
o At 16:19 “E, vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida,
prenderam Paulo e Silas, e os levaram à praça, à presença dos magistrados”.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 101


AULA 22
O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 102
Paulo vs Pedro
Cada um recebeu uma missão no Reino, não eram contrárias, mas a personalidade de liderança de
ambos dificultava trabalhar em equipe.

Gl 2:7 “Antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado,
como a Pedro o da circuncisão”.

 Paulo era o encarregado de pregar aos Gentios.


o Todos os povos que não seguem a religião judaica precisavam escutar do
evangelho da salvação. Por isso Deus precisava de alguém com acessos aos
gentios, Paulo.
 Pedro era o encarregado de pregar aos Judeus.
o O povo judeu, ao escutar das histórias de Jesus, precisavam escutar de um próprio
judeu os detalhes dos acontecimentos, de alguém que vivenciou o ministério de
Cristo, Pedro.

Ambos teriam públicos diferentes para servir no Reino, não haveria necessidade de conflito até o
momento em que Pedro estava querendo converter os gentios em judeus, entrando no território
de Paulo.

Gl 2:11,14 “E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. 14 Mas,
quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro
na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que
obrigas os gentios a viverem como judeus?”.

 Paulo sabia que Pedro era o líder, mas líder do seu território ministerial, ou seja, da
evangelização dos judeus.
 “Porque era repreensível” se refere que Pedro cometeu um erro, e que Paulo tinha a
autoridade de confrontá-lo.
 Paulo exigiu que Pedro não fosse hipócrita. Pois Pedro, sendo judeu, vivia como gentio, e
estava exigindo aos gentios a viverem como judeus.
 Isto se deve ao conflito interno de Pedro no comando de Deus “mata e come” se referindo
a um animal impuro (At 10:13-15). Nesse momento, Pedro, provavelmente percebeu que
costumes da Lei de Moisés poderiam atrapalhar entender a Graça.

Gl 1:1 “Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo, e
por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos)”.

 Paulo sempre sofreu perseguição pelos líderes tradicionais da igreja, que não o
reconheciam como Apóstolo.
 Na cartão ao gálatas, Paulo dá para perceber que não estava com mais paciência de lidar
com essa perseguição.
 Paulo fala quem ele é e conta a suas origens no capítulo 1.
 Paulo no primeiro versículo ele já deixa claro que é apóstolo, chamado por Deus e não
pelos homens.
 No cap. 2 Paulo fala do seu conflito com Pedro e como estava sendo como os fariseus.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 103


2P 3:15-17 “E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado
irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; 16 Falando disto, como em todas
as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes
torcem, e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. 17 Vós, portanto, amados,
sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais
juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza”.

 Pedro fala de Paulo em sua carta.


 Ele reconhece que Paulo ensina com sabedoria.
 Mas ele aproveita o momento para dizer que Paulo complica as coisas, ensinando temas
difíceis.
 Pedro declara que as doutrinas de Paulo, por serem complicadas, são ferramentas para os
ignorantes que distorcem as escrituras.
 Pedro termina o argumento declarando que os destinatários da sua carta “são dele” (de
Pedro) e que estes não estão nesse conflito criado pelos complicadas ensinamentos de
Paulo.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 104


Viagens de Paulo
Primeira Viagem.

Figura 23 Primeira viagem missionária do Apóstolo Paulo

1. Atos 13 – 14.
2. Barnabé e Paulo vão para a igreja em Antioquia, Síria.
3. Passam por Chipre, a ilha até Salamina anunciavam a Palavra nas sinagogas. João Marcos
estava com eles.
4. Atravessam a ilha a pé pregando o evangelho.
5. Em Pafos Paulo adota com formalidade o seu nome romano, onde o mago Barjesus lhes
fez oposição e foi ferido com cegueira pela autoridade de Deus em Paulo.
6. Navegaram para Ásia menor: Perge.
7. João Marcos retorna antes de terminar a missão. Paulo fica irritado com ele.
8. Visitam a cidade da Antioquia, na região da Pisídia após andar 260km a pé na Via Augusta,
lugar cheio de assaltantes.
9. Paulo prega na sinagoga e atrai quase toda a cidade, provocando inveja aos judeus que
começaram a insultá-lo. Então Paulo decide investir nos gentios, os que ficaram muito
ALEGRES.
10. Mas os judeus perseguiram a Paulo e o expulsaram daquela região, mas os que cristãos
que ficaram estavam alegres e cheios do Espírito Santo.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 105


11. Evangeliza Icônio, atual Konya, continuando a viagem a pé por mais de 140km, onde
aconteceu o mesmo que em Antioquia.
12. A população tenta mata-lo e foge para Listra.
13. Depois de outros 40km na Via Augusta cura um paralítico.
14. É venerado como Deus mercúrio encarnado.
15. Os de Icônio, os judeus apedrejam a Paulo e foi arrastado fora da cidade considerado
morto. Mas depois dos cristãos se ajutaram em volta dele se levantou e voltou na sua
missão.
16. Em Derbe evangeliza sem nenhuma perseguição.
17. Voltam por todas as cidades evangelizadas estabelecendo anciãos nas comunidades
(Listra, Icônio e Antioquia).
18. Atravesando Pisídia, chegaram a Perge.
19. Tomam um navio de Atália e voltam para Antioquia da Síria.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 106


Segunda viagem.

Figura 24 Segunda Viagem missionária de Paulo

1. Paulo e Barnabé se separam.


2. Paulo convida a Silas para acompanha-lo.
3. Atos 15:36 – 18:23.
4. Começando na cidade de Antioquia.
5. Paulo visita as missões fundadas na primeira viagem.
6. Visitam as regiões da Síria e Silícia.
7. Voltam para Derbe e Listra.
8. Se encontram com Timoteo, o toma como discípulo e o circuncida.
9. Vão para Antioquia da Psídia e Trôade, pois o Espírito Santo os impediu de pregar o
evangelho na Ásia.
10. Atravessam o Mar Egeu e chegam na Europa.
11. Passam pela Via Ignátia para cortar caminho no norte da Macedônia até Filipos.
12. Em Filipos abrem um trabalho ministerial na casa de Lídia.
13. Paulo expulsa um demônio e é açoitado e preso junto com Silas.
14. Paulo e Silas são libertados da prisão por um terremoto sobrenatural.
15. Chegam em Tessalônica e pregam na sinagoga.
16. Após, vai a Beréia onde é bem recebido pelos gregos.
17. Estando com os gregos, chegam os judeos da cidade e se retira para Atenas.
18. O levaram até Atenas.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 107


19. É convidado a falar no Areópago, e prega sobre o “Deus desconhecido. Uns se interessam
no que ele prega, outros não zombando dele.
20. Vai para Corinto e conhece a Priscila e Áquila, ficando com eles 1 ano e 6 meses.
21. Jesus lhe aparece em visão animando-o.
22. Volta pelo mar Egeu de Corinto até Éfeso.
23. Passa pela Cesaréia, chegou a Jerusalém saudando os irmãos.
24. Fica em Antioquia da Síria um tempo.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 108


Terceira Viagem.

1. Atos 19
2. Saindo de Antioquia da Síria, volta pelas regiões e cidades superiores.
3. Visita as comunidades da região de Galácia e Frígia.
4. Chega até Éfeso.
5. Impõe as mãos em Apolo.
6. Fica trabalhando no evangelho por 2 anos na escola de Tirano. Através desta escola todos
os que moravam na Ásia ouviram a Palavra.
7. Tem conflitos com os sacerdotes e com multidões que veneravam a deusa Diana dos
efésios porque as pessoas estavam queimando os seus livros e ídolos pagãos.
8. Partiu para a região de Macedônia, possivelmente visitou os lugares da sua segunda
viagem: Tessalônica, Bereia e Corinto.
9. Decidiu voltar pelas cidades da Macedonia e em Filipos pega um barco até Trôade.
10. Chega em Trôade e fica 7 dias onde faz uma pregação muito longa e cai um jovem e morre
por ter dormido na mensagem de Paulo.
11. Se encontra com os seus discípulos em Assôs.
12. Foram até Mitilene e navegaram dali até Quios.
13. Vai para Mileto e se despede deles.
14. Viaja pelo Mar Mediterrâneo por várias cidades até Tiro onde permanece 7 dias.
15. Começa a sua viagem para Jerusalém por terra.
16. Passa por Ptolemaida e Cesaréia, visitando a muitos irmãos. Todos lhe recomendam não ir
a Jerusalém.
17. Chegando em Jerusalém busca se encontrar com os Apóstolos.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 109


Viagem de Paulo a Roma.

1. Em Jerusalém entra no templo e fica por vários dias até que é preso pelos Judeus da Ásia.
2. Os judeus procuravam mata-lo, até que as autoridades souberam e o prenderam
formalmente.
3. Os soldados o levam preso.
4. Os romanos o apresentam ao Sinédrio para ser julgado, mas não acontece nada.
5. É enviado a Cesaréia com escolta por ser cidadão romano.
6. É julgado pelo procurador Félix.
7. Permanece na fortaleza e recebe permissão de visitas.
8. É julgado pelo procurador Festo diante do rei Agripa.
9. Paulo Apela a César.
10. É preso sob a guarda do centurião Júlio.
11. Passam em Sidom, onde Júlio lhe permite ver os amigos.
12. Viaja para abaixo de Chipre.
13. Os ventos eram contrários, mas chegaram a Mirra, na região de Lícia.
14. Subiram em um navio que navegava para Itália.
15. Por muitos dias navegaram sem rumo chegaram a Cnido.
16. Costeando dificilmente passaram por Creta até um lugar chamado Bons Portos.
17. Paulo adverte que não é prudente navegar, mas não creram nas palavras de Paulo.
18. Passa por uma tempestade que faz o barco naufragar e ficam em Malta passando lá o
inverno.
19. Na primavera embarca para Siracusa ficando ali 3 dias.
20. Costeando chegaram a Régio e esperaram um bom vento para continuar navegando.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 110


21. Aproveitando um dia depois o vento do sul, chegaram a Putéoli. Lá acharam muitos
irmãos e rogavam que ficassem com eles.
22. Passando pela cidade Três Vendas saíram ao encontro mais irmãos, e Paulo deu graças e
tomou ânimo.
23. Paulo chega a Roma.
24. A Paulo, estando preso, se lhe permitiu morar por sua conta.
25. Durante 2 anos ficou na sua própria casa, pregando e recebendo a vontade a quem ele
quisesse sem nenhum impedimento.

O Reino da Graça – Maxuel Fernandes 111


Bibliografia
 Aharoni, Yohanan. Atlas Bíblico, 1999
 Anglada, Paulo. Sola Scriptura - A Doutrina Reformada das Escrituras, 1998
 Archer, Gleason. Enciclopédia de Temas Bíblicos. 2002
 Boyer, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica
 Coelho, Filho. Teologia Sistemática
 Comfort, Wesley. A origem da Bíblia, 1998
 Geisler, Norman. Instrodução Bíblica: Como a Bíblia chegou até nós, 2006
 Gilberto, Antônio. A Bíblia através dos séculos. 1986
 Gusso, Renato. Panorama Histórico de Israel para estudantes da Bíblia. 2003
 Josefo, Flávio. A História dos Hebreus. 2004
 Keil & Delitzsch. Comentario al Texto Hebreo del Antiguo Testamento
 Mears, Henrietta. Estudo Panoràmico da Bíblia
 Montefiore, Simon Sebag. Jerusalém A Biografia
 Pearlman, Myer. Através da Bíblia Livro por Livro. 1997
 Pinsky, Jaime. As Primeiras Civilizações, 2011
 Rodrigues, Rafael. O cânon bíblico dos Concílios.
 Sayão, Luiz. A Bíblia e suas traduções. 2005
 Yancey, Philip. Decepcionados com Deus. 2001

Acessos de internet:

 http://www.americanbible.org
 http://www.abiblia.org
 http://www.unitedbiblesocieties.org
 http://www.sbb.org.br
 https://solascriptura-tt.org
 http://bibliateca.com.br
 http://www.prazerdapalavra.com.br
 http://www.theword.net
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 http://www.almeidarecebida.org
 http://www.biblias.com.br

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